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1 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal ▪ Ciência autônoma e independente (mas que trabalha com interdisciplinaridade, onde se utilizam ferramentas da balística, medicina legal etc). ▪ Objetivos/finalidades do estudo da criminalística: o Materializar a cena do crime o Documentar todos os fenômenos técnico-científicos detectáveis no objeto/cena/corpo de um crime o Sugerir os meios e circunstâncias em que o fato ocorreu (arma do crime) o Sugerir a autoria, sempre que possível (fragmentos de materiais papilares, material genético, elemento/objeto deixado na cena do crime pelo autor) o Propor a dinâmica do crime (como ocorreu?) ▪ Nas ciências, qualquer afirmação ou premissa que é aceita sem questionamento, sem a necessidade de ser provada. É um consenso para a construção de uma nova teoria: o O conteúdo do laudo pericial não deve variar com o perito que o produziu. Impessoal. o As conclusões da perícia são independentes dos meios utilizados para alcança-las. o As conclusões da perícia independem do tempo (verdade material). ▪ 1. Princípio da observação: o O local e/ou objetos do crime devem ser examinados de forma cuidadosa pelo perito a fim de buscar marcas ou vestígios deixados pelo(s) autor(es) e/ou pela vítima. o Exame a olho nu ou com equipamentos. ▪ 2. Princípio da análise: o A perícia é pautada no método científico: ❖ Observação, análise, formulação de hipóteses e teorias; ❖ Testes e experimentos. ▪ 3. Princípio da interpretação (individualidade): o Dois objetos relacionados a crimes podem ser semelhantes, mas nunca iguais. o A identificação de um objeto ou vestígio deve ser feita em três graus: ❖ Identificação genérica ❖ Identificação específica ❖ Identificação individual o Exemplos: Criminalística Ciências com aplicação forense – Ciências Forenses Engenharias Medicina legal Papiloscopia Balística forense Matemática Geologia Informática Biologia Química Física Documentoscopia Contabilidade Grafoscopia “Todo contato deixa uma marca” Edmond Locard Princípio de Locard (questão de prova) Identificação genérica Taurus cromado Taurus cromado Identificação específica cal. 38, mod 838, 6 pol. cal. 38, mod 838, 4 pol. Identificação individual nº AA463210 nº AA463218 Raiamento x Raiamento y Nº de série Características de raiamento Permitem o confronto microbalístico, que permite identificar de forma inequívoca de qual arma foi disparado o projétil. Identificação genérica: É sangue? Identificação específica: É humano? Qual o tipo (A, B...)? Identificação individual: Qual o perfil genético (DNA)? Observação Quando o indivíduo é gêmeo univitelino o DNA é idêntico. 2 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal ▪ 4. Princípio da descrição: o A descrição detalhada de objetos e de locais relacionados a crimes deve ser feita de acordo com os princípios e leis científicas vigentes. o Exposição clara. o Reprodutibilidade, questionabilidade e refutabilidade. o Exemplos: desenhos esquemáticos. ▪ 5. Princípio da documentação (cadeia de custódia): o Cadeia de custódia: sequência de atos. o Todo objeto, amostra ou vestígio deve ser rigorosamente documentada e armazenada. o Todas as etapas protocoladas e registradas por escrito. o No levantamento, na embalagem, no protocolo (papel ou digital). o Desde o início das investigações até o final do processo. o A cadeia de custódia envolve duas etapas: ❖ Externa: o que foi coletado na cena do crime. ❖ Interna: quando ela passa por outras sessões para análise (balística, papiloscopia). o A cadeia de custódia pode ser ainda: ❖ Analógica: preenchida manualmente. ❖ Eletrônica: digitada. o Protege a idoneidade da prova material, evita provas forjadas, dá credibilidade ao vestígio. ▪ Atua no sentido de ajudar tecnicamente a polícia, a justiça e o Ministério Público; o Polícia (investigação) – arquivamento de inquérito policial ou indiciação; o Ministério Público (acusação) – denúncia; o Defesa (inocentar ou atenuar a pena); o Justiça (condenar ou inocentar; agravar ou atenuar a pena); ▪ Como a criminalística (perícia) ajuda esses órgãos? o Acontece um crime: ❖ O que aconteceu? Matou, suicidou-se... ❖ Como aconteceu? Arma de fogo, faca... ❖ Onde? Em casa, no trabalho, na rua... ❖ Por que? Vingança, por amor, por imprudência... ❖ Quem? Ladrão, desconhecido, vizinho, marido... ❖ Houve auxílio? Quem? ❖ Quando? De dia, de noite, hora, ocasião... ▪ Sequência de atos: o Acontece um crime – consumação do fato; o A polícia judiciária é comunicada: cidadão, PM, imprensa – notícia crime; o A polícia se certifica do crime; o O local é isolado/objeto apreendido; o A perícia é acionada (pela autoridade policial); o A perícia comparece e examina técnico- cientificamente o local ou objeto; o O resultado desse exame, técnico-científico é exposto em um relatório (laudo); o Esse documento volta para a polícia (delegado); vai para o MP (promotor), Justiça (juiz), advogado; Com base no laudo... o 1) O delegado (Polícia Civil) indicia (foi fulano...) ou diz que não houve crime (pede arquivamento); o 2) O MP (promotor) acusa/denuncia; o 3) A Justiça (juiz) julga, condena ou inocenta (absolve); o 4) O advogado embasa a defesa do cliente (absolvição ou diminuição da pena); ▪ Conceito (Nucci): o Prova: probatio (latim) – verificação, argumento, razão, aprovação etc; o Provar: probare – verificar, argumentar, persuadir, demonstrar; ▪ Prova – Sentido amplo o Elementos de convicção obtidos no Inquérito Policial (IP) e na Ação Penal (AP); ▪ Prova – Sentido estrito (técnico) o Elementos de convicção obtidos na Ação Penal (AP); ▪ Inquérito policial o Conjunto de elementos de convicção; justa causa para começar Ação Penal. 7 p er g u n ta s d e Q u in ti li a n o Observação Prova (no Direito Processual Penal): busca da verdade material, real ou substancial. O que de fato ocorreu, com relevância penal. Prova (no Direito Processual Civil): verdade formal ou instrumental. Processo judicial Com direito ao contraditório e a ampla defesa 3 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal – ▪ Art. 5º e 93, IX, da CF o Princípios contraditório, ampla defesa, provas lícitas; ▪ Art. 6º; 155 a 157; 158 a 250, do CPP o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: ❖ I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; ❖ II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; ❖ III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias (...); ❖ VII – determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; ▪ Art. 155 o O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. ▪ Art. 156 o A prova da alegação incumbirá a quem a fizer – ônus da prova, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício – iniciativa probatória; o I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade,adequação e proporcionalidade da medida; ▪ Art. 157 o São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. o § 1º - São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas (...); ▪ Prova o É o elemento de convicção produzido sob o crivo do contraditório e ampla defesa; o Finalidade: influenciar no convencimento do juiz; o O juiz tem o dever de motivar e de fundamentar as decisões com base no que foi apresentado – provas – nos autos pelas partes. Art. 93, IX, CF; o O juiz pode complementar as provas, na busca pela verdade real. ▪ Inquérito policial o Não dá contraditório/ampla defesa; ❖ Ou seja, não traz provas, apenas elementos de informação; o Inquérito policial – elementos de convencimento para a justa causa da ação penal; o O que se produz no IP deve ser repetido na AP – inquérito judicial; o Exceções: ❖ Provas cautelares ❖ Provas irrepetíveis ❖ Provas antecipadas ▪ Fontes de prova o Coisas: perícias e documentos. o Pessoas: confissão e prova testemunhal. ▪ Meios de prova o Provas nominadas: confissão, testemunhal, acareação, perícia etc. ❖ Nominadas típicas: o Cód. Penal traz como ela deve ser obtida; “Princípio do livre convencimento motivado.” Livre convencimento Exemplo Prova cautelar: Coleta cautelar antecipada de depoimento de uma testemunha que está prestes a morrer. Provas não repetíveis: Perícia/exame de corpo de delito. “O tempo que passa, é a verdade que foge”. O que não foi coletado/documentado na primeira perícia, provavelmente não será recuperado depois. Prova antecipada: Escuta telefônica. Quem faz a alegação, terá que provar “ônus da prova” Provas ilícitas Violação de direito material. Ex: tortura, escutas não autorizadas etc. Provas ilegítimas Violação processual. Ex: prazos; tribunal do júri, provas até 3 dias antes. Exemplo Uma busca e apreensão que se originou de uma confissão ilegal (por meio de tortura), ambas, a apreensão e a confissão serão desentranhadas do processo. Revisando os conceitos Iniciativa probatória ≠ ônus da prova 4 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal ❖ Nominadas atípicas: o Cód. de Processo Penal não traz o passo a passo (procedimento) de como ela será obtida; ▪ Exceções o Estado de pessoas – prova descrita na lei civil (certidões), ou seja, só será admita a prova sobre a identidade, idade, filiação de alguém etc, por meio dos documentos descritos em lei; o Exame de corpo de delito – vestígios, testemunha; Só serão admitidas as provas obtidas através do exame de corpo de delito; Quando os vestígios se desfizerem, pode ser admitida a prova testemunhal; o Provas ilícitas – não admitidas; Quer dizer, as partes gozam do princípio da liberdade probatória, desde que as provas utilizadas sejam lícitas; ▪ Características: o Peça técnica; o Formal; o Resultado de uma perícia; o Detalhado; o A mais completa das peças técnicas; o Inclui os resultados e discussões técnicas sobre o exame; o Redigido por especialistas; o Pode ser de natureza criminal ou cível; ▪ Partes do laudo: o Preâmbulo: ❖ Data e endereço da ocorrência e da solicitação; ❖ Nome do perito; ❖ Autoridade requerente; ❖ Dados da requisição da perícia; ❖ Nome do diretor da repartição pericial; ❖ Tipo de exame a ser realizado; o Histórico: ❖ Descrição sumária da ocorrência; ❖ Informações trazidas por testemunhas ou outros policiais; ❖ Sujeitas a confirmação; o Do objetivo pericial: ❖ Exemplo: o Do isolamento e da preservação do local: ❖ Se estava isolado e preservado, quem eram os responsáveis e diante de eventuais alterações do local, o perito deve tecer considerações acerca de eventuais prejuízos que essas alterações podem causar à investigação; o Dos exames: ❖ Do local; ❖ Dos cadáveres (fotos, posição, sinais particulares, identificação, vestes e adereços, perinecroscopia; ❖ Vestígios materiais; o Discussão: ❖ Análise e interpretação da perinecroscopia e dos vestígios do local; o Conclusão: o A depender do tipo de laudo, pode conter outros tópicos: ❖ Vestígios biológicos; ❖ Vestígios papiloscópicos; ❖ Outros vestígios; ❖ Respostas a quesitos; ❖ Anexos: relatório fotográfico, desenhos ou croquis, imagens de satélites e outros; ▪ Características: o Via de regra, o parecer ocorre após a emissão do laudo; o Menor e mais simples do que um laudo pericial; Exemplo Reprodução simulada. Consta no Art. 7º: para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada. Exemplo Objetivo pericial O presente laudo objetiva estabelecer a materialidade de eventual delito promovido contra a pessoa, bem como analisar vestígios na tentativa de elucidar o modo de atuação do(s) autor(es) e, se possível, coletar elementos que possam levar à autoria. Exemplo Conclusão Diante do exposto, o perito conclui tratar-se de violentas as 03 (três) mortes apresentadas, as quais foram perpetradas por instrumentos de ação pérfuro contundente, do tipo projéteis de arma de fogo. Laudo pericial Parecer técnico criminalístico Princípio da Liberdade Probatória Princípio na produção das provas 5 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal o Resposta a consulta feita por interessado aos peritos ou assistentes técnicos, acerca de uma questão a ser esclarecida; ▪ Partes do parecer: o Preâmbulo; o Exposição: transcrição dos quesitos e do objeto da consulta; o Conclusão: opinião técnica (“impressão”) acerca dos fatos consultados; o Credibilidade: competência técnica de quem o redige; o Opinião técnica sobre a análise de uma prova, fato ou documento; o Redigido por profissional competente: químico, engenheiro, contabilista, médico e outros; ▪ Definição: o Na prática, não se diferencia muito do laudo pericial; o Definição segundo a literatura – relatório com o resultado de um exame complementar; o Pode ser um exame um exame: balístico, químico, biológico, papiloscópico, grafoscópico etc; ▪ Definição: o Quando o assistente técnico emite documento (relatório) concordando com o resultado do exame realizado pelo perito do juízo ou perito judicial; o Quando o assistente técnico discorda, emite parecer técnico; ▪ Definição: o São todos os documentos que acompanham aquele inquérito; o Exemplos - Oitiva do acusado, termo de exibição e apreensão de veículo, laudo de exame pericial de local de morte violenta etc; o Documentos que integram o processo; ▪ Relatório médico legal: o Definição – descrição e discussão minuciosa de qualquer exame médico legal. o Nós temos dois tipos: ❖ Laudo – redigido pelo perito legista; ❖ Auto – redigido pelo escrivão e assinado pelo médico legista; ▪ Conceito o Recursos diretos ou indiretos para alcançar a verdade; o Exemplos: exame pericial, prova documental, testemunhal, confissão etc; ▪ Provas lícitas x provas ilícitas o Regra geral, todo tipo de prova é admitida desde que lícita; o Provas ilegítimas/ilícitas deverão ser desentranhadas do processo; ▪ Provas derivadas das ilícitas: o Exemplo: busca e apreensão derivada de confissão proveniente de tortura; ▪ Provas emprestada: o Admitidas em DPP, desde que preservadas as garantias quando da produção, na origem; o Desde que tenha sido garantido o contraditório e ampla defesa; o A prova pode ser trazida de um processo para outro (Ex.: prova produzida em processo penal podeser aproveitada em processo civil, processo administrativo); Finalidade e Objeto de Prova ▪ Finalidade: o Convencer o juiz a respeito de um fato litigioso; o Exemplo: provar que ocorreu um crime de dano; ▪ Objeto da prova: o Demonstração técnica do que ocorreu no caso concreto; o Os fatos que a parte pretende demonstrar; o Exemplo: no crime de dano – porta e janela danificados, laudo; Relatório técnico criminalístico Relatório técnico cível Autos Documentos médico legais 6 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal Tipos de prova ▪ Prova confessional (art. 197 a 200, CPP): o Confissão – admitir algo contra si, tendo pleno discernimento, de forma voluntária, perante a autoridade; ▪ Isano (ou doente mental): o Não pode confessar ou admitir sua culpa validamente; ▪ Volutariedade: o Significa – livre de pressão, coação ou constrangimentos (tortura); Da confissão ▪ Art. 197 o O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre elas e estas existe compatibilidade ou concordância; ▪ Art. 198 o O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz; ▪ Art. 200 o A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto; ❖ Retratável – o autor pode confessar, mas a qualquer momento ele pode retirar a confissão; ❖ Divisível – pode confessar de forma parcial em crimes complexos (ex.: o acusado confessa em um crime de latrocínio, ele tinha intenção de roubar, mas quem decidiu e cometeu o homicídio foi o partícipe); Prova Testemunhal ▪ Testemunha (art. 202 a 225, CPP) o Pessoa que declara ter conhecimento de algo, podendo confirmar a veracidade ou não do ocorrido; pessoa física capaz e imputável; o Compromissos: ❖ Tem o dever de narrar os fatos de forma imparcial, com base nos fatos reais; ❖ Crime de falso testemunho – Art. 342 ▪ Classificação das testemunhas o Direta – presenciou o fato (“testemunha ocular”); o Indireta – soube do fato por terceiros; o Referidas – aquela que é indicada por outras testemunhas; o Judicial – o juiz tem a iniciativa probatória, ele pode indicar testemunhas que não tenham sido indicadas ainda pelas partes; o Fedatária (fé)/instrumental – exemplificando, numa audiência de custódia, onde o juiz irá ouvir o acusado, estes estarão na presença de testemunhas. O policial que estava na audiência terá seu nome no termo da audiência como testemunha fedatária ou instrumental; Das testemunhas ▪ Art. 202 o Toda pessoa poderá ser testemunha (em sentido amplo, a exemplo do informante). ▪ Art. 203 o A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado. (...); o Sob pena de responder pelo crime de falso testemunho (Art. 342, CPP); ▪ Art. 206 o A testemunha não pode eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recursar-se (...) “familiares e parentes”. ▪ Art. 207 o São proibidas de depor as pessoas que, em razão da função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar seu testemunho. o Exemplo: padre, psicólogo etc; Testemunha x Informante O informante não presta o compromisso com a verdade (testemunha não compromissada); Informante pode se eximir de depor, salvo se for único meio de prova. Exemplos: • Doentes mentais; • Menores de 14 anos; • Cônjuge, ascendentes, descendentes, irmãos; • Pai, mãe e filho adotivo; 7 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal ▪ Art. 209 o O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. o Testemunhas judiciais; ▪ Art. 211 o Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito. ▪ Art. 218 o Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar que seja conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública. Prova Documental ▪ Conceito o Objeto ou material capaz de conter informação que possa provar ou demonstrar fato de relevância jurídica; o Exemplos: escritos, impressos, imagens de foto ou de vídeo, áudios etc. o Juntada – a juntada dessas provas ao processo, via de regra pode ocorrer em qualquer fase, desde que as partes tomem ciência (seja defesa ou acusação); o Documento no processo: deve ser apresentado na íntegra; Se houver dúvida se o documento passou por alteração deverá ser periciado; o Rasuras ou alterações: documento não deve conter rasuras ou alterações, se estiverem presentes deve passar por perícia; o Língua estrangeira: o documento será aceito, mas a autoridade solicitará a tradução; Deve ser feita por tradutores juramentados; Os documentos ▪ Art. 231 o Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo; o Desde que com o conhecimento das partes; ▪ Art. 232 o Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares; o Parágrafo único – À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original; ▪ Art. 233 o As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo; o Parágrafo único – As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário (remetente, quem escreveu a carta); ▪ Art. 234 o Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível – “Princípio da iniciativa probatória do juiz”. ▪ Art. 235 o A letra (trechos manuscritos) e a firma (assinatura) dos documentos particulares serão submetidas a exame pericial, quando contestada sua autenticidade. ▪ Art. 236 o Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade. Condução coercitiva Via de regra, para serem aceitos: Documentos escritos/impressos Deve ter autoria conhecida Fotos e vídeos Podem ser anônimas, desde que essas imagens não tenham sido produzidas violando outros direitos. Provas ilícitas Equipara-se a perito ou intérprete 8 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal Prova Pericial ▪ Conceito o É o exame realizado por técnico especializado ou expert – Art. 158 a 184; o Exame realizado no corpo de delito; o A perícia se materializa no laudo pericial (relatório do exame); ▪ Corpo de delito o Qualquer objeto, ser vivo, local real ou virtual e outros elementos que estejam relacionados à prática de um crime; ❖ Arma; ❖ Cadáver; ❖ Residência; ❖ CD, HD; ❖ Estado psicológico ou psiquiátrico de vítima ou do acusado – para se avaliar, por exemplo, a capacidade civil ou a imputabilidade; o O ECD é a verificação da materialidade feita por peritos; ▪ Art. 158 o Quando a infração penal deixar vestígios, é indispensável o exame do corpo de delito, direto ouindireto, não podendo a confissão do acusado suprir a falta daquele. ▪ Art. 167 o Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. ▪ Corpo de delito o Qualquer objeto, ser vivo, local real ou virtual e outros elementos que estejam relacionados à prática de um crime; ▪ Formas de prova o Prova direta – fato principal; reporta-se de forma direta; ❖ Ex.: Testemunha presencial (“ocular”) do assassinato ou acidente; Laudo pericial de exame direto de local de morte; o Prova indireta – reporta-se ao fato de forma indireta; ❖ Ex.: No dia do homicídio a testemunha viu o suspeito, nas proximidades, jogar fora uma arma; Indícios; Laudo de exame pericial indireto (NFs, foto ou vídeo, BOAT); ▪ Art. 239 o Considera-se indício a circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. ▪ Autópsia (Art. 162) ▪ Lesões corporais (Art. 168) ▪ Exumação (Art. 163) ▪ Local de morte (Art. 164 a 166) ▪ Perícias de laboratório (Art. 170) ▪ Perícias em locais de roubo ou furto – subtração de coisas (Art. 171) ▪ Avaliação econômica indireta (Art. 172) ▪ Locais de incêndio (Art. 173) ▪ Documentos e escritos (Art. 174) ▪ Perícias em objetos: armas, veículos, animais etc (Art. 175) Observação “A única fórmula legal válida para suprir a falta do ECD é o depoimento de testemunhas.” – Nucci Ex.: ausência de confissão ou testemunha, existindo foto ou vídeo.
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