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Proteção do complexo dentina-polpa Complexo dentinopulpar - Os principais componentes desse complexo são a dentina, formada pela dentina e pela polpa. Essas estruturas atuam conjuntamente, podendo ser considerada como uma entidade funcional única. - O relacionamento dessas estruturas é evidenciado desde o processo de formação do dente, quando as células odontoblásticas da polpa são responsáveis pela formação, organização e maturação das fibras colágenas e proteoglicanas para a constituição da dentina. - ´Durante a deposição da matriz responsável pela formação da dentina, os odontoblastos deixam nela aprisionado seus prolongamentos, formando verdadeiras vias de comunicação direta da dentina com polpa através dos túbulos dentinários. - Esses túbulos dentinários são responsáveis por permitir a passagem de água, nutrientes e fluidos vindos da polpa. Uma vez que, quem transporta esses nutrientes vindos da polpa são os odontoblastos, células que contam com prolongamentos que ficam dentro desses túbulos. 1. Junção entre esmalte e dentina = junção amelo dentinária; 2. Junção entre dentina e polpa = complexo dentina- polpa. - É de suma importância a proteção da polpa, pois é um tecido conjuntivo frouxo, que conta com terminações nervosas e vasos, que garantem a vitalidade do dente. - A primeira camada de células é a odontoblastos. Estes são responsáveis por secretar matriz de dentina a ser mineralizada, e isso ocorre durante toda a vida do indivíduo. Tipos de dentina 1. Dentina primária: envolvida na formação do dente/ da formação à erupção; 2. Dentina secundária: começa a se transformar em dentina secundária a partir do momento em que o dente anteriormente erupcionado entra em oclusão com o dente antagonista. Isso se deve aos esforços mastigatórios, que levam a secreção de mais dentina pelos odontoblastos, nesta fase, uma dentina mais mineralizada. 3. Dentina terciária: se forma a partir de um estímulo agressivo ao complexo dentina-polpa. 4. Dentina reparadora: é formada a partir de um estímulo agressivo ou danoso de qualquer natureza próximo da região do complexo dentina-polpa. Ela é uma dentina desorganizada, sem arranjo tubular característica, pois a secreção e mineralização de dentina são muito rápidas. 5. Dentina esclerótica:. o odontoblastos produz a matriz de pré dentina para fugir de algum estímulo danoso, entretanto, é uma dentina extremamente mineralizada, que fecha os túbulos dentinários e impede a passagem de fluidos entre a dentina e a polpa. As diferentes características da dentina resulta em uma necessidade de diferentes formas de proteção do complexo dentina-polpa. Motivos da proteção pulpar - Por se um tecido altamente sensível a estímulos térmicos e elétricos; - Para manter a vitalidade do dente; Materiais odontológicos - Recuperar possíveis danos; - Relação de interdependência – já que polpa e dentina tem relação integrada. Fatores envolvidos nesse complexo - Idade do dente; Essa idade é diferente da idade do indivíduo – geralmente analisada por radiografia. Com o passar do tempo, a câmara pulpar do dente vai diminuindo, devido aos estímulos mastigatórios e estímulo de dentina. Além disso, processos cariosos e carga oclusal forte ou não influenciam na idade do dente. - Configuração cavitária; Classe 1: Oclusal – material só na parede pulpar; Classe 2: envolve a oclusal e uma das faces proximais (mesial ou distal); Classe 3 e 4: são só para dentes anteriores. A 3 só envolve proximal, sem envolver o ângulo incisal, já a 4 envolve o ângulo incisal. Classe 5: envolve a região cervical de todos os dentes. - Profundidade da lesão; Trata-se da distância da lesão até a polpa, podendo ser rasa, média, profunda e muito profunda. De acordo com a profundidade, muda o material que será utilizado. 1. Uma cavidade rasa está a nível da junção amelo dentinária ou só esmalte – geralmente necessita apenas selar os túbulos dentinários para evitar que entrem MO na margem; 2. Em uma cavidade média tem entre 1 e 2 mm da cavidade até a polpa; 3. Entre 0,5 e 1mm de distância da polpa é uma cavidade profunda. A polpa está quase exposta e necessita da utilização de um material que proporcione uma resposta biológica, induzindo a polpa a secretar dentina e criar uma camada mais espessa de tecido mineralizado. 4. Muito profunda e muito profunda com pequenas exposições do tecido pulpar – A primeira necessita de materiais que produza uma boa resposta biológica. Já em casos de exposição propriamente dita, é necessário utilizar outros materiais específicos para induzir essa mineralização e esperar a resposta biológica/criação de uma ponte de dentina nas bordas danificadas. Caso não haja uma resposta benéfica, é necessário o tratamento endodôntico. - Condição pulpar Até certo ponto é reversível, pois se a polpa já tiver atingido um grau de inflamação que não garante resposta satisfatória, não compensa fazer a proteção do complexo dentina-polpa. Pois essa polpa talvez não tenha mais condições de induzir o processo de reparo. Assim, deve-se levar em consideração fatores como: extensão e área da lesão; potencial de resposta; procedimentos operatórios e refrigeração dos instrumentos. Quais materiais utilizar no complexo dentina-polpa Características desejáveis: - Isolamento térmico e elétrico do complexo dentino- pulpar; CONCEITOS - Abrasão: lesão na cervical ocasionada por estímulos mecânicos; EX: escovação. - Abifração: lesão na cervical ocasionada devido a força de contato oclusal - Vedamento marginal e selamento dos túbulos dentinários; - Atividade antibacteriana; - Ser compatível com o material restaurador a ser utilizado e apresentar resistência mecânica satisfatória; - Remineralizar dentina parcialmente afetada; - Estimular formação de dentina terciária ou reparadora em lesões profundas ou em pequenas exposições; - Ser anódino (não causar dano ao tecido), biocompatível e manter a vitalidade da polpa em capeamentos diretos. Como nenhum material conta com todas as características desejáveis, utiliza-se a combinação de diferentes materiais. Por exemplo, em cavidades muito profundas utiliza-se primeiro um material para induzir resposta mineralizadora, seguido por um que produz isolamento térmico e elétrico, sobre eles o material de selamento e por fim o material restaurador. Classificação 1. Selamento: - Dos túbulos dentinários; - Película fina; - Adesivos (restaurações de resina composta) e verniz (restaurações em amálgama) 2. Forramento: - Cavidades profundas para induzir a resposta mineralizadora da polpa; - Cimento de hidróxido de cálcio. 3. Base: - Materiais colocados sobre o material de forramento para protegê-lo contra estímulos mecânicos e para proteger o dente contra estímulos térmicos e elétricos; - O material mais utilizado é cimento de ionômero de vidro. Selamento - Agentes líquidos que formam uma fina camada sobre o tecido dentinário, que selam os túbulos dentinários para evitar a passagem de fluido, reduzindo a infiltração marginal; - São utilizados adesivos ou vernizes, escolha varia em função do material restaurador; - O material de selamento é depositado na cavidade inteira. VERNIZ - Composto à base de resina sintética ou natural dissolvidos em solventes (éter, acetone ou clorofórmio); - Evaporação do solvente deixa fina película de resina sobre o tecido; - Vedamento dos túbulos; - Usado em restaurações em amálgama ADESIVOS - Agentes de tratamento, monômeros adesivos, iniciadores e solventes específicos (etanol e acetone); - Após a evaporação do solvente precisam de foto-ativação; - Aderem à superfície dentária condicionada; - Usado em restaurações em resina composta. Forramento - Íntimo contato com a polpa (proteção direta ou indireta); - Resposta tecidualde mineralização – secreção de pré-dentina; - Propriedades antibacterianas; - Cavidades profundas e/ou muito profundas; - Os materiais utilizados geralmente são: materiais de hidróxido de cálcio (melhor custo benefício), MTA, e biodentine. Base - Serve como isolante térmico e elétrico da polpa; - Protege o agente de forramento de esforços mecânicos; - Mais resistentes; - Os materiais utilizados geralmente são: cimentos ionôméricos (mais utilizado, por ter um coeficiente de expansão térmico linear muito próximo ao do dente), óxido de zinco e eugenol e fosfato de zinco (não são mais utilizados atualmente, o fosfato de zinco devido a presença do ácido fosfórico, e o óxido de zinco e eugenol devido a interferência na polimerização das resinas compostas). Técnicas de proteção CAPEAMENTO PULPAR IND IRETOC - Não expõe polpa; - Maior previsibilidade; - Varia de acordo com a profundidade e condição do tecido – Cavidades profundas a muito profundas utiliza- se material de forramento, base e selamento/ cavidades médias: base e selamento. - Material restaurador; - Tratamento expectante CAPEAMENTO PULPAR D IRETO - Áreas de polpa exposta por cárie ou acidentalmente; - Previsibilidade depende da condição pulpar; - Capeamento direto, curetagem pulpar ou pulpotomia. Capeamento pulpar indireto Nivelamento da parede de fundo - Cavidades médias com pequenos pontos de maior profundidade na parede de fundo; - Região de cornos pulpares; - Nivelamento com cimento de hidróxido de cálcio; - Base em cimento de ionômero de vidro ou outro cimento. AMÁLGAMA PROFUNDIDADE AG. LIMPEZA MATERIAL PROTEÇÃO Rasa Soro fisiológico; solução de hidróxido de cálcio ou clorexidina 0,12%. 1. Verniz cavitário; Média Soro fisiológico; solução de hidróxido de cálcio ou clorexidina 0,12%. 1. Cimento de IV ou OZE; 2. Verniz cavitário. Profunda ou muito profunda Solução de hidróxido de cálcio 1. Cimento de hidróxido de cálcio; 2. Cimento de IV; 3. Verniz. RESINA COMPOSTA PROFUNDIDADE AG. LIMPEZA MATERIAL PROTEÇÃO Rasa Agente de condicionamento(ác fosfórico 37%) 1. Adesivo dentinário; Média Solução de clorexidina a 2%; agente de condicionamento pós-colocação do CIV; 1. Cimento de IV 2. Adesivo dentinário; Profunda ou muito profunda Solução de hidróxido de cálcio; agente de condicionamento pós-colocação do CIV. 1. Cimento de hidróxido de cálcio; 2. Cimento de IV; 3. Adesivo dentinário. . - O adesivo dentinário só se prende ao dente/dentina devido ao condicionamento ácido do ácido fosfórico, que é desmineralizante e deixa as fibras colágenas expostas, o que permite essa adesão do adesivo. TRATAMENTO EXPECTANTE - Quando a cavidade é muito profunda e é possível identificar visualmente que ainda há tecido cariado, entretanto, se remover esse tecido irá acarretar a exposição da polpa. 1. Assim, pode-se remover todo o tecido cariado ao redor, aplicar agente de limpeza e em seguida cimento de hidróxido de cálcio sobre a área mais profunda e com o restante do tecido cariado. Em seguida, fecha com CIV (como restaurador provisório) e espera de 45 a 50 dias para ver se houve resposta mineralizadora. Caso tenha formado, se remove tudo e acaba de remover o tecido cariado e após isso a restauração. 2. Há ainda outra possibilidade, que é a remoção de todo o tecido cariado de uma vez, já com macroexposição da polpa. Faz o mesmo procedimento de aplicação de cimento de hidróxido de cálcio; CIV até fechar a cavidade e aguarda de 45 a 60 dias. Caso o haja resposta mineralizadora, apenas rebaixa o CIV, pra deixar só em parede de fundo, e faz a restauração normalmente. Capeamento pulpar direto - Exposição acidental da polpa durante o preparo; - Considerar a condição do tecido e tamanho da exposição; - Revestimento biológico da área exposta; - Utilização de hidróxido de cálcio em pó, MTA ou biodentine; - Estímulo para a formação da barreira mineralizadora. PROCESSO: 1. Anestesia; 2. Isolamento do campo operatório; 3. Remoção da dentina cariada; 4. Acabamento do preparo e exposição acidental; 5. Lavagem abundante (água destilada, soro fisiológico) 6. Homeostasia da cavidade (bolinha de algodão estéril); 7. Aplicação de solução de corticoide-antibiótico; 8. Aplicação do hidróxido de cálcio em pó + cimento ou MTA; 9. Remoção dos excessos das paredes circundantes; 10. Restauração provisória. OUTRAS TÉCNICAS Curetagem pulpar - Mais utilizada em dentes decíduos; - Grandes exposições oriundas de trauma dental; - Utiliza-se uma cureta para remoção da camada superficial da polpa exposta/ corno pulpar inteiro – o que retira qualquer possibilidade de agente infeccioso que está em contato com a polpa; - É mais indicado a utilização do material MTA, pois a resposta mineralizadora é melhor; - Polpa sadia e responsiva aos testes de vitalidade. Pulpotomia - Remoção da polpa coronária após exposição; - Preserva a parte radicular da polpa; - Polpa “saudável” e jovem; - Mais comum em dentes decíduos; -Evitar necessidade de tratamento endodôntico; - Acompanhamento antes de fazer restauração definitiva. Coroa dentária - Quase íntegra ou com paredes espessas e resistentes. - Grande destruição coronária, necessitando de núcleo intracanal. PROCESSO 1. Anestesia; 2. Isolamento do campo operatório; 3. Remoção da dentina cariada; 4. Remoção do teto da câmara pulpar; 5. Excisão da polpa coronária com curetas afiadas; 5. Lavagem abundante (água destilada, soro fisiológico) 6. Homeostasia da cavidade (bolinha de algodão estéril); 7. Aplicação de solução de corticoide-antibiótico; 8. Aplicação do hidróxido de cálcio em pó + cimento ou MTA; 9. Remoção dos excessos das paredes circundantes; 10. Restauração provisória. SINAIS FATORES FAVORÁVEIS FATORES DESFAVORÁVEIS Sangramento - Normal após o corte do tecido pulpar; - Sangue de cor vermelho-vivo. - Ausente - Muito escuro; - Muito claro. Remanescent e pulpar - Polpa consistente; - Aspecto pastoso; - Sem consistência e que degrada facilmente..
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