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Sistema Digestório HISTOLOGIA CAVIDADE ORAL A cavidade oral é formada pela mucosa e pela submucosa. A mucosa da cavidade oral é composta por um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, lâmina própria (tecido conjuntivo) e uma submucosa, a qual apresenta diversas glândulas responsáveis pela produção da saliva, como é o caso das: ● Glândula parótida: possui ácinos serosos, apenas. ● Glândula submandibular: possui ácinos serosos e ácinos mucosos. ● Glândula sublingual: predomínio de ácinos mucosos, apesar de apresentar uma pequena quantidade de ácinos serosos. LÍNGUA A face dorsal e a face ventral da língua apresentam diferenças entre si, uma vez que a face dorsal está em íntimo contato com os alimentos ingeridos e com o palato duro para deglutição do alimento, durante a fala e durante o seu repouso. Sendo assim, a face dorsal é revestida por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, apresentando irregularidades denominadas de papilas. ● Papilas filiformes: São as papilas mais numerosas na língua, possuem como principal função a aderência aos alimentos, são pontiagudas e queratinizadas. Não possuem corpúsculos gustativos. ● Papilas fungiformes: São semelhantes a cogumelos em sua forma, encontradas em grande número, mas menos do que as filiformes, e espalhadas por toda a face dorsal. Apresentam corpúsculos gustativos. ● Papilas valadas: Encontram-se em número de 7 a 12 papilas distribuídas ao longo do V lingual. São as maiores e se encontram embutidas na mucosa da língua (não são projeções da mucosa!). Cada papila é rodeada por um sulco, chamado de sulco circunvalador. Nele, abrem-se glândulas serosas, as glândulas de von Ebner que fazem a “limpeza” dessas invaginações para permitir a gustatação de novos alimentos. Estas papilas não apresentam queratina e apresentam botões gustativos localizados na borda lateral ao sulco ● Papilas foliadas: possuem forma de folhas e estão localizadas nas laterais da língua, sendo rudimentares em humanos, mas bem desenvolvidas em coelhos e macacos. Apresentam corpúsculos gustativos. Já a face ventral da língua apresenta uma mucosa de revestimento semelhante a da cavidade oral (epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado liso, tecido conjuntivo e uma massa muscular). Entre a face dorsal e a face ventral da língua existe um tecido muscular estriado esquelético. O TRATO GASTROINTESTINAL A parede do trato gastrointestinal é formada histologicamente por quatro túnicas: ➔ Mucosa: composta por tecido epitelial variável, lâmina própria de tecido conjuntivo, e uma fina camada de músculo liso chamada de muscular da mucosa. ➔ Submucosa: composta por tecido conjuntivo denso não modelado, sendo que em alguns pontos do TGI encontram-se glândulas ➔ Muscular: composta por músculo liso, sendo uma camada de músculo liso organizado de forma longitudinal e uma camada de músculo liso organizado de forma circular. ➔ Adventícia ou Serosa: composta por um tecido conjuntivo em continuidade com os tecidos adjacentes. ESÔFAGO O esôfago é um órgão de passagem, sendo assim, apresenta uma mucosa composta por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, uma lâmina própria (onde, no esofago abdominal, são encontrados tecido linfóide e glândulas cárdicas esofagianas que secretam muco alcalino) e uma muscular da mucosa. Além disso, apresenta uma submucosa (onde encontramos glândulas esofagianas, produtoras de muco, e o plexo nervoso submucoso de Meissner), uma túnica muscular (onde encontramos o plexo mioentérico de Auerbach) e uma adventícia que é substituída por uma serosa (peritônio) quando atinge a cavidade abdominal após passar pelo diafragma. Ou seja, o esôfago apresenta, em sua maior parte, glândulas esofagianas na submucosa. Com relação ao esofago, apenas no esôfago abdominal encontramos glândulas dispostas na mucosa. ESTÔMAGO O estômago é a porção dilatada e levemente irregular do tubo digestivo, a qual recebe o bolo macerado e realiza a mistura e a digestão parcial desse bolo alimentar, formando o quimo. Possui pelo menos quatro principais regiões anatômicas: cárdia, fundo, corpo e piloro. Entretanto, histologicamente o estômago é dividido em três regiões: cárdia, fundo/corpo e antropiloro. No estômago, as glândulas se localizam na mucosa, ao invés da submucosa, ou seja, acima da muscular da mucosa. O estômago apresenta pregas não fixas, ou seja, áreas “enrugadas” que aparecem quando o órgão se encontra vazio e desaparecem no período em que o órgão está cheio de alimento. Além disso, o estômago apresenta reentrâncias na mucosa, as chamadas criptas gástricas. É nessas criptas, também chamadas de fossetas ou fovéolas, que desembocam as glândulas gástricas. ➔ Na região da cárdica, uma continuação do esôfago e, por isso, é uma espécie de transição entre o esôfago e o tecido do estômago propriamente dito, as criptas gástricas são mais sutis, menores do que as do fundo/corpo. Além disso, a quantidade de glândulas na mucosa também é menor e elas se assemelham às antrais, produzindo principalmente muco alcalino e um pouco de HCl. ➔ No fundo/corpo, duas regiões anatômicas que histologicamente são iguais e, portanto, constituem apenas uma, é possível observar as células parietais e as células principais. As células parietais são responsáveis por produzir o fator intrínseco, necessário para a absorção de vitamina B12, e o ácido clorídrico. As células parietais aparecem coradas mais fortemente em microscópio, com uma cor mais rosa. Já as células principais são responsáveis pela produção de pepsinogênio e lipase , sendo vistas com uma coloração mais roxa e mais concentradas no fundo das glândulas. Portanto, se na lâmina estiverem presentes células parietais, com certeza é a região fundo/corpo. ➔ Na região do antro/piloro existe uma grande concentração de células G, as quais são responsáveis pela produção da gastrina e, assim, estimulam a secreção de ácido gástrico pelas células parietais. Apesar de ser semelhante a cárdia, possui foveolas mais longas. INTESTINO DELGADO O intestino delgado é um longo tubo com a função de absorção, tanto de água quanto de nutrientes e eletrólitos. Por esse motivo, a sua mucosa contém pregas circulares fixas, sendo sustentadas pela submucosa, ou seja, elas são projeções da mucosa e da submucosa. Ainda para permitir uma maior área de absorção, o intestino delgado apresenta também projeções da mucosa, as chamadas vilosidades, as quais possuem em sua extremidade as microvilosidades, formadas pelos enterócitos. Devido a esses recursos, a área de superfície desse órgão aumenta em cerca de 600 vezes. Portanto, as vilosidades (vilos) são projeções da mucosa que se encontra nas pregas circulares, as quais são projeções da mucosa e da submucosa. Mucosa: ● Apresenta vilosidades, as quais são compostas por enterócitos e células caliciformes, além de um epitélio colunar simples. Além disso, os enterócitos das vilosidades possuem projeções em seu pólo apical, as chamadas microvilosidades, as quais proporcionam um aumento ainda maior da área de superfície e, ainda, formam a chamada borda em escova do intestino delgado. ● Entre cada vilosidade existem reentrâncias da mucosa, as chamadas criptas de Lieberkuhn, formadas por enterócitos, células caliciformes, células enteroendócrinas, células de Paneth (relacionadas com defesa imunológica, secretam lisozima e encontram-se agrupadas na base das criptas) e células tronco. ● Apresenta também as placas de Peyer em alguns segmentos do intestino delgado, as quais são revestidas pelas células M. Lâmina própria: ● Apresenta o tecido linfóide associado ao intestino (GALT), vasos, tecido conjuntivo frouxo, células musculares lisas e outros tecidos. Quanto mais distal for o segmento do intestino delgado, maior a presença e a importância do GALT para promover a defesa imunológica desses tecidos. Muscular da mucosa: ● Apresenta uma fina camada de tecido muscular liso, conforme esquema geral. Vilosidades As vilosidades são revestidas por um epitélio simples colunar com presençade células caliciformes. No centro da vilosidade é possível encontrar um capilar linfático chamado de ducto galactóforo, o qual faz a absorção de gordura no intestino delgado. Além do vaso linfático, também chamado de vaso quilífero, podemos observar no centro da vilosidade vasos sanguíneos arteriais e venosos que fazem a oxigenação e a absorção dos nutrientes hidrossolúveis, respectivamente. Enquanto o ducto galactóforo faz a absorção da gordura presente no intestino delgado, levando essa gordura para o sistema linfático, as vênulas fazem a absorção das moléculas hidrossolúveis, levando-as ao sistema porta. Submucosa: ● O duodeno, e apenas ele no intestino delgado, apresenta glândulas na submucosa, as chamadas glândulas de Brunner. Essas glândulas produzem um muco alcalino que faz a proteção contra a acidez do quimo advindo do estômago e, juntamente a secreção pancreática, a qual também é alcalina, ajuda a neutralizar o pH do quimo e chegar a um pH ótimo para a ativação das enzimas pancreáticas. Portanto, quando avistamos, em lâmina, glândulas na submucosa no intestino delgado, podemos afirmar que a área avistada é o duodeno. ● Já no íleo, porção que vem após o jejuno, é possível observar o tecido linfóide associado à mucosa (MALT), uma vez que existem nódulos linfóides chamados de placas de Peyer. Muscular própria ● Apresenta uma camada de músculo circular interna e uma camada de músculo longitudinal externa. Entre as duas existe o plexo mioentérico de Auerbach. INTESTINO GROSSO O intestino grosso tem como principal função a absorção de água e eletrólitos, não tanto quanto o intestino delgado, mas ainda assim é a sua principal função. Portanto, a superfície absortiva desse órgão não precisa ser tão extensa quanto a do intestino delgado e, por isso, existem algumas diferenças. Mucosa: ● A mucosa do intestino grosso não apresenta vilosidades, mas apresenta microvilosidades e, assim, borda em escova, possui criptas longas e retas e é revestida por um epitélio simples colunar o qual incorpora células caliciformes (quando mais próximo ao anus maior a quantidade de células caliciformes produtoras de muco), colonócitos (os enterócitos do cólon), células enteroendócrinas (em menor quantidade) e células tronco. ● A lâmina própria é rica em tecido linfóide difuso e em nódulos. ● No canal anal existe uma transição de epitelio simples colunar para epitelio estratificado cubico e depois para epitelio estratificado pavimentoso de acordo com a proximidade ao anus. Alem disso, no canal anal existe um plexo venoso submucoso o qual ocasionalmente pode encontrar-se dilatado, sendo a causa das hemorroidas. Submucosa: ● composta por tecido conjuntivo denso não modelado. Muscular própria: Apresenta uma camada de músculo circular interna e uma camada de músculo longitudinal externa. A camada longitudinal externa encontra-se mais concentrada em três linhas longitudinais no intestino grosso, formando as chamadas tênias cólicas. No ceco e no cólon aparecem três tênias, variando de 6 a 12 mm de largura. ➔ A tênia livre está situada anteriormente no ceco e nos cólons ascendente, descendente e sigmóide. No entanto, está inferior no cólon transverso. ➔ A tênia mesocólica é póstero-medial no ceco e nos cólons ascendente, descendentes e sigmóide, mas posterior no cólon transverso. ➔ A tênia omental é póstero-lateral no ceco e nos cólons ascendente, descendente e sigmóide, mas ântero-superior no cólon transverso Além disso, os apêndices epiplóicos são pequenas saculações pedunculadas de peritônio repletas de tecido adiposo, de formato variável, medindo de 0,5 a 5 cm de comprimento, situadas em duas fileiras marginais ao longo do cólon, predominando no sigmóide e no ceco e poupando o reto. Serosa: Composta por um tecido conjuntivo em continuidade com os tecidos adjacentes. Em regiões fixas do intestino grosso, como o reto por exemplo, a serosa (peritônio) é substituída pela adventícia, uma vez que quando a região em questão está aderida a outras estruturas ela é revestida por uma adventícia, e quando essa região está “livre” é revestida por uma serosa. Quadros de resumo das diferenças entre as regiões do intestino delgado Glandulas na submucosa: apenas esofago e duodeno Nódulos linfóides: apenas em íleo (somente em submucosa) e apêndice cecal (mucosa e submucosa). Células do trato gastrointestinal REFERÊNCIAS: ● atlas de histologia UFG: DIGESTÓRIO ● Absorción de los nutrientes » Blog de Biología ● Sistema Digestório, Integração básico-clínica. Reinaldo Barreto Oriá; Gerly Anne de Castro Brito Editora Edgard Blucher Ltda. 2016 https://histologia.icb.ufg.br/diges.html#_ https://www.blogdebiologia.com/absorcion-de-los-nutrientes.html
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