Buscar

Resumo - Farmacologia Antiarrítmicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

FARMACOLOGIA 
Farmacologia do Ritmo Cardíaco 
O coração humano é um órgão mecânico e elétrico. O componente mecânico bombeia o                           
sangue, enquanto o componente elétrico controla o ritmo da bomba. Quando o                       
componente mecânico falha, apesar do ritmo normal, pode ocorrer insuficiência                   
cardíaca. Por sua vez, quando o componente elétrico passa a funcionar de modo                         
inapropriado (arritmia), os miócitos cardíacos não conseguem se contrair de modo                     
sincrônico e ocorre comprometimento do bombeamento efetivo. A incidência de                   
alterações no potencial de membranas das células cardíacas afeta diretamente o ritmo                       
cardíaco, e os agentes antiarrítmicos atuam, em sua maioria, ao modular a atividade dos                           
canais iônicos na membrana plasmática. 
 
● Fisiologia elétrica do coração 
O potencial de ação, uma vez iniciado, é um evento espontâneo que prossegue de                           
acordo com as respostas características dos canais iônicos a mudanças na voltagem da                         
membrana. 
 
O coração possui dois tipos de miócitos cardíacos, o que espontaneamente podem                       
iniciar potenciais de ação (células marcapasso) e os que não o fazem (células não                           
marcapasso).  
 
- Células marcapasso: exibem automaticidade, ou seja, capacidade de despolarizar                 
de maneira rítmica acima de um limiar de voltagem. Essas células são                       
encontradas em nodo sinoatrial, nodo atrioventricular e sistema de condução                   
ventricular (feixe de Hiss, ramos do feixe e fibras de Purkinje). Em seu conjunto,                           
as células marcapasso constituem o sistema de condução especializado que                   
governa a atividade elétrica do coração.  
 
- Células não marcapasso: inclui miócitos atriais e ventriculares. Essas células                   
sofrem contração em resposta à despolarização e são responsáveis pela maior                     
parte da contração cardíaca. Em situações patológicas, essas células não                   
marcapasso podem adquirir automaticidade e, portanto, também atuam como                 
células marca-passo. 
 
Explicação vídeo-aula: 
O nodo SA gera um potencial de ação e o entrega ao átrio e ao novo AV que, por sua                                       
vez, entra o impulso às fibras de Purkinje que irão conduzir o impulso aos ventrículos. 
 
O nodo sinoatrial funciona em uma frequência bem definida (60 - 100 disparos por                           
min). Já o nodo AV trabalha em uma frequência de 50 - 60 vezes por minuto. E, por fim,                                     
as fibras de Purkinje funcionam em uma frequência de 30 - 40 vezes por minuto. Isso                               
demonstra que o nodo sinoatrial é o marcapasso fisiológico do coração. Portanto, se                         
houver alguma alteração na frequência do nodo sinoatrial fazendo com que essa                       
frequência de disparo diminua, resultará em automaticidade irregular, que é quando o                       
 
 
nodo AV ou outra célula marcapasso torna-se um marcapasso latente, tendo                     
automaticidade no lugar do NSA. Contudo, isso não pode acontecer.  
 
 
→ ​Potenciais de ação cardíacos 
As células do nó sinoatrial (SA) regulam o ritmo do coração em frequências cardíacas de                             
repouso normais situadas entre 60 e 100 bpm, enquanto as células musculares                       
ventriculares coordenam a contração que ejeta sangue do coração 
 
As células do nó SA disparam espontaneamente em ciclo definido por três fases,                         
designadas como fase 4, fase 0 e fase 3:  
- A fase 4 consiste em uma despolarização espontânea lenta, produzida por                     
corrente marcapasso de entrada (If). Essa despolarização espontânea é                 
responsável pela automaticidade do nó SA. Os canais que transportam a corrente                       
If são ativados durante a fase de repolarização do potencial de ação anterior. Os                           
canais de If são canais catiônicos relativamente não seletivos.  
 
- A fase 0 consiste em uma despolarização mais rápida mediada por canais de                         
Ca2+ regulados por voltagem e altamente seletivos, que, logo ao abrirem,                     
impulsionam o potencial de membrana para ECa.  
 
- Na fase 3, os canais de Ca2+ fecham-se lentamente, e ocorre abertura dos canais                           
seletivos de K+, resultando em repolarização da membrana. Quando o potencial                     
de membrana repolariza para cerca de −60 mV, a abertura dos canais de If é                             
desencadeada e o ciclo começa novamente. 
 
Quando ocorre uma alteração no automatismo cardíaco, os fármacos irão atuar:  
a. Na fase 4 do potencial de ação das fibras nodais. 
b. Na fase 0 do potencial de ação das células não nodais→ diminuindo a velocidade                             
de condução do impulso; ou na fase 3 → atrasando a repolarização (saída de                           
potássio), ficando o íon dentro da célula para que mantenha o potencial de                         
membrana positivo.  
 
 
Explicação vídeo-aula:​ ​Potencial de ação do coração normal 
 
1. No átrio, fibras de Purkinje e ventrículos, a curva do potencial de ação consiste em                             
5 fases: 
Fase 4: repouso. 
  
Fase 0: despolarização → o ocorre o aumento do impulso nervoso, que vai gerar a                             
abertura dos canais de sódio (íon muito concentrado na parte externa da célula) que                           
irá permitir o influxo de sódio para essa célula. Portanto, essa célula despolariza,                         
deixando de ser tão negativa em seu interior fazendo com que a musculatura se                           
contraia. 
 
 
 
Fase 1: repolarização precoce → ela ocorre em virtude da abertura precoce e                         
temporária dos canais de potássio, ocorrendo um efluxo de potássio e resultando em                         
uma redução do potencial de ação. Contudo, apesar dessa abertura, o potencial ainda                         
continua alto, pois não saí potássio o suficiente para fazer a célula ficar abaixo do seu                               
limiar de excitabilidade.  
 
Fase 2: platô→ ocorre em virtude do influxo de cálcio, o qual irá compensar um pouco                                 
a saída do potássio da célula, fazendo com que a célula não perca sua positividade.                             
Além disso, o cálcio é importante para que haja a contração muscular. O platô permite                             
a permanência da contração muscular dos átrios e ventrículos, garantindo a passagem                       
do sangue de um compartimento para o outro em seu tempo adequado. 
 
Fase 3: repolarização → devido o efluxo de potássio. Os canais de potássio que                           
começaram a se abrir na fase 1 aos poucos, agora, abrem-se de maneira que todo o                               
potássio de dentro da célula saia, fazendo com que haja a diminuição da positividade                           
do meio intracelular, ou seja, a célula se repolariza. Portanto, a musculatura, que antes                           
estava contraída, agora irá se relaxar. CONTUDO, o relaxamento ocorrerá com os íons                         
em lugares opostos (o sódio que deveria estar fora, está dentro e o potássio que                             
deveria estar dentro, está fora). Então, a bomba de sódio-potássio irá gastar energia                         
para reequilibrar esses íons.  
 
Fase 4: restauração do potencial de membrana original.*p.s: a única coisa que muda entre átrio e ventrículo é o tempo em que esse potencial                                 
acontece, porém o mecanismo é o mesmo.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. No nodo SA e AV, a curva do potencial de ação consistem em 3 fases: 
 
Fase 4: despolarização lenta → no gráfico, observa-se que a linha da fase 4 é                             
inclinada. A explicação para isso é que há a abertura de diversos canais iônicos                           
diferentes, sendo que, inicialmente ocorre a abertura dos canais de sódio e seu influxo                           
para a célula; a abertura de canais de potássio e seu efluxo da célula e, por fim, o                                   
influxo de cálcio, os quais garantem a inclinação da curva e a despolarização leve até                             
atingir o limiar de ação.  
 
 
 
Fase 0: Ao atingir o limiar, haverá o comando para que abra os canais de cálcio                               
voltagem dependentes, fazendo com que o cálcio, que na fase 4 adentra a célula em                             
pequena quantidade, agora, entre na inteiramente no meio intracelular. Isso garante                     
que os neurotransmissores encontrados nos tecido nodais sejam liberados com                   
intensidade e com que os potenciais de ação atinjam o seu pico, ou seja, uma                             
despolarização de membrana.  
 
Fase 3: Imediatamente após a despolarização de membrana, haverá a abertura de                       
canais de potássio que garante o efluxo de potássio e a membrana volte a se                             
repolarizar.  
 
*p.s: tanto a despolarização quanto a repolarização nas células nodais ocorrem                     
rapidamente.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*p.s: quando o átrio se contrai e se relaxa; e quando o ventrículo se contrai e se relaxa                                   
→ para que não haja desgaste cardíaco, há necessidade de que o próximo impulso                           
nervoso leve um tempo para ocorrer, o qual se chama período refratário. 
 
 
 
 
 
 
● Distúrbios do ritmo cardíaco  
Ocorrem por dois mecanismos: 
 
I. Defeitos na formação do impulso  II. Defeitos na condução do impulso 
Ia. ​Automatismo irregular: Quando o NSA           
dispara em uma frequência menor do que             
os outros nós. Resultando assim, na           
alteração da célula marcapasso fisiológica         
do coração. Ex: baixa frequência do NSA,             
passa a função de marcapasso do coração             
para o nodo AV, o qual será chamado de                 
marcapasso latente. 
 
Nesse caso, o fármaco precisa reduzir a             
frequência do marcapasso latente, ou         
seja, reduz o automatismo desse         
marcapasso para que o NSA volte a atuar               
como marcapasso oficial. 
 
→ Fármaco atua reduzindo a inclinação da             
fase 4 para que o nó AV demore mais                 
tempo para atingir o seu limiar de ação.               
Esse maior tempo para atingir o potencial             
de ação faz com que a frequência dele               
fique menor se comparada a do NSA.  
 
p.s: o fármaco tem afinidade pelo           
marcapasso latente, tendo baixo risco         
dele afetar o NSA. → risco: em altas               
doses. 
 
Ib. ​Atividade deflagrada: Quando um         
potencial de ação normal deflagra         
despolarizações anormais adicionais. Ou       
seja, o primeiro potencial de ação           
(normal) deflagra oscilações adicionais       
do potencial de membrana, podendo         
levar a arritmias. São dois os tipos de               
pós-despolarizações: as precoces e as         
tardias. 
 
- Pós-despolarização precoce:   
acontece antes da repolarização. 
  
 
- Pós-despolarização tardia:   
acontece depois da repolarização,       
contudo, muito antes da próxima         
despolarização. 
IIa. ​Reentrada (taquiarritmias)​: na       
condução normal, o potencial de ação           
cardíaco chega ao ponto A da figura e é                 
distribuído por todo o miocárdio dos           
átrios e ventrículos, seguindo diversos         
caminhos.  
 
Contudo, em alguns casos, esse potencial           
de ação pode chegar ao ponto A e               
encontrar um bloqueio unidirecional na         
condução (caso ele for pela via 2 da               
figura). Isso acontece porque as próprias           
células cardíacas podem estar resistentes         
em virtude do período refratário à           
condução do impulso.  
 
Então, o impulso não passa pelo caminho             
2, mas vai passar para o caminho 1. Ao                 
passar pelo lado 1, esse impulso nervoso             
tomará diversos caminhos indo em         
direção até o ponto B, encontrando as             
fibras fora do período refratário. Esse           
impulso nervoso, apesar de mais         
lentamente conduzido, ele pode ser         
veiculado de B para A, encontrando           
novamente o circuito do 1 só que agora,               
depois do período refratário. Isso         
significa que o impulso que chega em A               
poderá ser conduzido novamente pela via           
1. Por isso, chama-se circuito de           
reentrada.  
→ Velocidade de condução diminui -           
bloqueia fase 0. 
→ Aumenta a refratariedade devido ao           
bloqueio dos canais de potássio -           
prolongando a repolarização. 
 
 
Gráficos: 
- Pós-despolarização precoce 
Esse gráfico mostra todo o ciclo do             
impulso nervoso que ocorre no átrio ou             
ventrículo.  
Pode-se observar que, na fase que estaria             
ocorrendo a repolarização, já ocorre uma           
despolarização, não permitindo que a         
repolarização se conclua. Isso acontece         
em virtude dos canais de sódio           
recuperarem-se da inativação. E essa         
despolarização pode acontecer de forma         
repetitiva deflagrando uma arritmia 
 
- Pós-despolarização tardia 
Essa despolarização ocorre quando o         
processo de repolarização já aconteceu.         
Entretanto não houve tempo suficiente         
para que houvesse uma despolarização         
novamente e ela ocorre muito antes do             
que deveria acontecer, apesar de já ter             
terminado todo o ciclo. 
Isso é resultado do acúmulo intracelular           
de cálcio ativando assim o trocador           
 
IIb. ​Bloqueio da condução (bradiarritmias)​:         
Imagine um tecido que sofreu uma lesão             
muscular, sendo esse tecido não mais           
capaz de conduzir o impulso nervoso pelo             
nodo AV ou SA.  
 
Portanto, essas regiões terão dificuldade         
de acompanhar o mesmo ritmo produzido           
pelos nodos. Por essa razão, quando há             
bloqueio da condução por lesão acontece           
bradiarritmias.  
 
IIc. ​Vias acessórias (taquiarritmias)​: Uma         
das vias acessórias é o feixe de Kent que                 
comunica os átrios aos ventrículos.  
 
O potencial cardíaco é gerado no NSA             
que conduz o impulso para os átrios e o                 
NAV sendo, a partir desse nodo, que o               
impulso chega aos dois ventrículos         
através do feixe de Hiss e das fibras de                 
Purkinje. 
 
Entretanto, pela via acessória, esse         
impulso também chegam aos ventrículos         
com a diferença de frequência, a qual             
será maior. Ou seja, os ventrículos irão             
contrair-se em uma frequência maior caso           
o impulso ser conduzido pelo feixe de             
Kent.  
 
 
 
sódio-cálcio.  
A pós-despolarização tardia possui       
consequências como isquemia     
miocárdica, estresse adrenérgico,     
intoxicação por digital e ICC. 
 
● Classificaçãodos fármacos antiarrítmicos e seus mecanismos de ação 
→ ​Classe I 
Bloqueadores de canais de sódio.  
- Reduz a fase 0 ventricular: diminui a velocidade de condução, pois menos canais                         
de sódio abrem reduzindo a quantidade de sódio que entra na célula. 
- Reduz a inclinação da fase 7 (NSA): o canal HCN é responsável pela corrente                           
funny. E esses canais são modulados, principalmente do NSA, pelos canais de                       
sódio voltagem dependente. Portanto, ao bloquear o canal de sódio voltagem                     
dependente, interrompe a modulação dos canais HCN, não os abrindo. Isso reduz                       
a corrente funny e reduz a inclinação da fase 4. 
- Aumenta o potencial limiar: menos canais de sódio disponíveis, então precisa de                       
maior despolarização para abrir os canais de cálcio, ou seja, precisa ser mais                         
positivo para atingir o potencial de ação.  
 
→ ​Classe II 
Betabloqueadores → mais seguros. 
- Bloqueiam o receptor beta 1 adrenérgico (os quais, quando estimulado, aumenta                     
a FC e a força de contração). 
→ Esse bloqueio atua antagonizando a estimulação simpática do coração, ou seja,                       
diminui a FC. 
- Reduz a inclinação da corrente funny. 
- Reduz o cálcio intracelular e automaticidade pós-despolarização.  
 
→ ​Classe III 
Bloqueadores de canais de potássio. 
- Aumentam a DPA e a refratariedade. 
→ Torsades de points: efeito colateral grave. 
 
→ ​Classe IV 
Bloqueadores de canais de cálcio. 
- Úteis em resposta lenta. 
- Bloqueia os canais do tipo L de cálcio na fase 0 do nodo SA e AV. 
- Reduz a reentrada

Outros materiais