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anomalias mullerianas, miomas, polipos, adenomiose e endometriose

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Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 1 
EMBRIOLOGIA E DIFERENCIACAO SEXUAL 
• Até a sétima semana de gestação não há indicação morfológica de sexo do embrião, quando então as gônadas começam a 
adquirir suas características sexuais peculiares. 
• No início do desenvolvimento, essa gônada indiferente apresenta medula interna e córtex externo, que em indivíduos com 
padrão cromossômico XX normalmente se diferencia em ovário, enquanto a medula regride. 
• O sexo gonadal se dará de acordo com o complemento cromossômico sexual (X ou Y). As células gonadais, por sua vez, 
juntamente com a atuação de genes específicos, determinam o tipo de diferenciação que ocorrerá nos ductos genitais e na 
genitália externa. 
• Assim, na ausência de um cromossomo Y e na presença de dois cromossomos X, os ovários se desenvolvem, os ductos 
mesonéfricos ou ductos de Wolff regridem, e os ductos paramesonéfricos ou ductos de Müller se desenvolvem a partir da 
invaginação do epitélio celômico. 
• OBS: há estreita relação entre os sistemas genital e urinário, e ambos se desenvolvem a partir do mesoderme intermediário, 
que se estende ao longo do embrião, do epitélio celômico e do seio urogenital. 
 
DESENVOLVIMENTO DAS GÔNADAS 
 
• Quarta semana de vida IU à células germinativas primordiais migram (movimentos ameboides) até o nível da 10ª torácica (sítio 
inicial do futuro ovário). Quando as células atingem essa área, elas induzem a proliferação de células no mesonefro adjacente e 
epitélio celômico para formar um par de cristas gonadais. 
• Sexta semana à migram para o interior do mesênquima e se incorporam aos cordões sexuais primários. 
• Por volta da 10ª semana à cordões sexuais secundários/corticais (formados a partir dos cordões primários que desaparecem), 
começam a se separar em agrupamentos celulares que consistem em uma ovogônia.. 
• Os folículos primordiais são pequenos ovócitos circundados por uma única camada de células da granulosa e uma membrana 
basal. Posteriormente, folículos em graus variados de maturação podem ser encontrados. O mesênquima que envolve os 
folículos forma o estroma ovariano. 
• Por volta da 20ª semana à devido à intensa divisão mitótica, haverá entre 6 e 7 milhões de células germinativas e, devido ao 
processo de atresia, ao nascimento, 1 a 2 milhões dessas células estarão presentes no estágio de prófase da primeira divisão 
meiótica. Ali permaneceram quiescentes até a ovulação. 
• Puberdade à haverá aproximadamente 300 mil ovócitos e até a menopausa 400 a 500 terão sido selecionados para a 
ovulação. 
• OBS: o gene WNT4 parece ser importante para o desenvolvimento e a manutenção do fenótipo feminino, por meio da 
regulação na formação dos ductos de Müller e controle da biossíntese de androgênios ovarianos. 
 
DESENVOLVIMENTO DOS DUCTOS GENITAIS 
• Dois pares de ductos genitais se desenvolvem em 
ambos os sexos: 
• os mesonéfricos (ductos de Wolff) à regridem 
• os paramesonéfricos (ductos de Müller) à se 
desenvolvem no feto feminino 
• Fundidos, formam o canal uterovaginal e progridem até 
a face posterior do seio urogenital, onde se inserem no 
tubérculo de Müller. 
• 12ª semana de vida IU à se abrem na cavidade 
celômica, futura cavidade peritoneal, e formam as 
trompas uterinas, as partes caudais, fundidas, se tornam 
o canal uterovaginal, que posteriormente dá origem ao 
corpo e ao colo do útero e à porção superior da 
vagina. 
• 20ª semana à o septo localizado no polo superior do 
útero é reabsorvido para formar uma cavidade uterina 
única. O estroma endometrial e o miométrio se 
diferenciam do mesênquima adjacente. 
• Da fusão dos ductos paramesonéfricos, formam-se 
duas dobras peritoneais que formarão os ligamentos 
largo esquerdo e direito, e dividem a cavidade pélvica 
Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 2 
em região retouterina posterior e vesicouterina anterior. Além disso, entre as camadas dos ligamentos largos, o mesênquima 
prolifera e se diferencia em tecido conjuntivo e músculo liso. 
• 3º mês de vida embrionária à forma-se a vagina. A membrana himenal, vestígio da junção dos bulbos sinovaginais e do seio 
urogenital costuma se tornar perfurada antes do nascimento. O seio urogenital também formará a bexiga (porção cefálica), a 
uretra feminina (porção medial), as glândulas vestibulares de Bartholin e as glândulas uretral e parauretral de Skene (porção 
caudal). 
• Embora os ovários primeiro se desenvolvam na região torácica, eles chegam à pelve, por meio de um processo de descida, e 
atingem sua posição ao redor da 12a semana de gestação. 
• Importante frisar que o desenvolvimento do ducto de Müller e sua transformação em útero, trompas uterinas e porção 
superior da vagina é independente do ovário. 
GENITÁLIA EXTERNA 
 
• Na quinta semana de vida embrionária, pregas de tecido se formam de cada lado da cloaca e se encontram anteriormente na 
linha média para formar o tubérculo genital. Com a divisão da cloaca pelo septo urorretal, no final da sexta semana, e 
consequente formação do períneo, as pregas cloacais anteriores são denominadas urogenitais e as posteriores, anais. 
• O tubérculo genital começa a se alargar. 
o No embrião feminino, seu crescimento gradualmente se lentifica e se torna o clitóris. 
o As pregas urogenitais que não se fundiram formam os lábios menores e as eminências labioescrotais, os maiores. 
o As eminências labioescrotais ligam-se anteriormente para formar o monte de Vênus ou monte pubiano e 
posteriormente para formar a comissura labial posterior. 
• Não é necessária a atuação do estrogênio ovariano, que é produzido somente no final da gestação, para o desenvolvimento 
do fenótipo feminino normal. No entanto, sob a atuação desse hormônio gonadal, ocorrerá o desenvolvimento dos caracteres 
sexuais femininos secundários e o início dos ciclos ovulatórios na puberdade. 
 
DISTÚRBIOS NA DIFERENCIAÇÃO SEXUAL 
 
• Hermafroditismo: condição rara e tanto o tecido ovariano como o testicular poderão estar presentes no chamado ovoteste, 
mas também poderão ser observados ovário de um lado e testículo de outro. 
• Pseudo-hermafroditismo masculino: o indivíduo apresenta testículo, mas os ductos genitais internos e/ou a genitália externa 
apresentam masculinização incompleta. O útero e as trompas regridem devido ao AMH produzido pelas células de Sertoli. 
• Pseudo-hermafroditismo feminino: observada em indivíduos 46,XX, que apresentam ovários e as estruturas ductais internas 
femininas, mas a genitália externa é ambígua, ou mesmo com aspecto masculino, devido à excessiva exposição fetal aos 
androgênios. O grau de virilização depende da quantidade de hormônio e do período da gestação em que ocorreu essa 
exposição. 
• Disgenesia gonadal: Gônadas disgenéticas, observadas como gônadas em fita, geralmente resultam da não disjunção de 
cromossomos parentais. Diversas alterações podem ser observadas, mas a mais comum, no feto feminino, é o cariótipo 45,X, 
conhecido como síndrome de Turner 
 
ANOMALIAS MULLERIANAS 
 
Anomalias uterinas podem ser congênitas ou adquiridas e QC apresenta anormalidades menstruais, dor pélvica, infertilidade ou 
perda de gravidez, sendo sua incidência desconhecida e muitas vezes descobertas por meio da investigação dessas queixas 
• Como cerca de 57% das mulheres 
portadoras são férteis e tem gravidez 
bem-sucedida, incidência de malformações 
müllerianas congênitas talvez esteja 
significativamente subestimada 
Agenesia Vaginal 
• Não tem a parte inferior da vagina, mas o 
restante da genitália externa é normal, tal 
que essa parte de 1/5-1/3 é substituída por 
2 a 3 cm de tecido fibroso 
Maria Júlia Reus – 192 ♡Literatura: FEBRASGO 3 
• Rara e frequentemente associada a outras alterações müllerianas. 
• Pacientes podem referir amenorreia primária e dor pélvica/abdominal progressiva, o que pode indicar a presença de tecido 
endometrial que não tem comunicação com o exterior, uma vez que a vagina não existe. 
• Adolescentes se apresentam imediatamente após a menarca fisiológica, com dor pélvica cíclica resultante de hematocolpo ou 
hematometra. 
• No EF: além do hímen, observa-se apenas uma pequena 
bolsa vaginal, o restante está normal. 
• A RM é o exame diagnóstico de maior acurácia, 
identificando a extensão da atresia, grau de dilatação superior da 
vagina e presença ou ausência do colo uterino 
• Identificação do colo uterino diferencia atresia vaginal de 
agenesia mulleriana 
• Laparoscopia à quando radiografia não consegue avaliar 
anatomia. 
 
Agenesia Cervical/Colo uterino 
 
• Esses casos, devido à origem mülleriana comum, pode 
haver ausência concomitante da porção superior da vagina.. O útero 
tem deselvolvimento normal à congênita 
• Uma vez que o útero/tecido endometrial pode se 
desenvolver, essas pacientes podem apresentar sintomas 
obstrutivos por ocasião da puberdade/menarca. 
• Mulheres com agenesia do colo uterino apresentam-se 
inicialmente com quadro semelhante ao de outras anomalias 
obstrutivas do trato reprodutivo e, caso endométrio seja funcional, paciente pode apresentar útero distendido, podendo ter 
endometriose em razão de fluxo menstrual retrógrado 
• Estudos radiográficos, ultrassonográficos e por RM são úteis na avaliação da anatomia 
• Histerectomia à se houver obstrução uterina nos exames de imagem. Como alterantiva: tratamento conservador usando 
agonistas ou antaonistas de GnRH ou COCs ara supressão da menstruação retrógrada e prevenção de endometriose até que 
a paciente esteja pronta para opções reprodutivas, tal que o útero pode ser preservado para possível reprodução futura 
 
Agenesia Mulleriana (Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-hauser - MRKH) 
 
• Há ausência de útero (corpo e colo) e parte superior da vagina. à congênita 
• As pacientes apresentam vagina curta, ovários e genitália externa feminina normal. 
• A forma clássica: bolsa vaginal rasa, com apenas 2,5 a 5 cm de profundidade 
• Observa-se a parte distal das tubas uterinas e ovários normais, devido origem embrionária distinta 
• Maioria apresenta apenas pequenos bulbos de Müller rudimentares, sem atividade endometrial, mas em 2 a 7% das mulheres 
com essa condição, há desenvolvimento de endométrio ativo e as pacientes caracteristicamente se apresentam com dor 
abdominal cíclica, sendo necessária excisão cirúrgica dos bulbos rudimentares sintomáticos 
• Concepção tradicional acaba se tornando impossível. Pode ser feita in vitro. 
• Comum malformações esqueléticas associadas e 15-36% podem ter malformações no sistema urinário 
• Malformações cardíacas e distúrbios neurológicos parecem ter papel coadjuvante e incluem defeitos no septo ventricular e 
problemas auditivos unilaterais. 
• Recentemente, tem sido descrita a síndrome conhecida como MURCS, em que há aplasia dos ductos de Müller, agenesia renal 
unilateral e anomalias dos somitos cervicotorácicos, que é considerada uma forma severa da síndrome MRKH do tipo II. 
Pacientes com a associação MURCS apresentam defeitos renais e ósseos concomitantes à aplasia ou agenesia de útero e 
vagina 
• Tratamento à criação de uma vagina funcional por meios cirúrgicos ou conservadores, técnicas de dilatação. 
o Muitos consideram que procedimentos cirúrgicos sejam uma solução mais imediata para criar neovaginas, método 
mais usado é a vaginoplastia de McIndoe (cria-se um canal dentro do tecido conectivo entre a bexiga e o reto) 
o No procedimento de Vecchietti utiliza-se cirurgia abdominal inicial para criar um aparelho de dilatação vaginal passiva 
 
Útero Unicornio 
Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 4 
• Falha no desenvolvimento de um ducto paramesonéfrico, podendo ou não 
apresentar um corno rudimentar. Se este estiver presente, poderá ou não se 
comunicar com o útero, podendo também conter ou não um endométrio 
funcionante. 
• Mulheres com útero unicorno apresentam maior incidência de infertilidade, 
endometriose e dismenorreia. Afeta a gravidez: 16% partos pré-termo, 36% 
abortos espontâneos, 54% nascidos vivos. 
• Mulheres com útero unicorno têm prejuízo na evolução das gestações, 
complicações obstétricas, como apresentação pélvica, RCF, trabalho de parto 
disfuncional e parto por cesariana, são mais comuns 
• Encontra-se útero funcional, colo uterino normal e ligamento redondo e tuba 
uterina normal de um lado, já do outro lado, estruturas müllerianas 
desenvolvem-se de forma anormal e identifica-se agenesia ou, mais 
frequentemente, corno uterino rudimentar 
• Ao EF, com frequência, útero se encontra acentuadamente desviado 
• Histerossalpingografia, US ou RM são os exames-chave para a investigação 
o HSG revela desvio de cavidade em forma de banana com uma única tuba uterina 
• Desenvolvimento de corno uterino rudimentar associado a útero unicorno deve ser confirmado por US 
• Há indicação para US renal considerando que 40% das mulheres com útero unicorno também apresentam algum grau de 
agenesia renal, geralmente do mesmo lado da anomalia uterina 
• Não há cirurgias disponíveis para aumentar a cavidade de útero unicorno, alguns GOs recomendam cerclagem cervical 
profilática, mas sem evidências consistentes 
Útero Bicorno 
 
• Fusão incompleta dos ductos de Müller, apresenta duas cavidades endometriais que se comunicam e uma cérvix..- 2 cavidades 
endometriais e 1 colo uterino. 
• A falha da fusão pode ser pequena/parcial ou se estender até o colo do útero. 
• Mulheres com útero bicorno têm uma expectativa razoável (60%) de gestação bem-sucedida dando à luz uma criança viva, 
parto prematuro é um grande risco obstétrico, complicações são mais frequentes no útero bicorno total. 
• HSG é a etapa diagnóstica inicial. US é usada para diferenciar útero bicorno e septado (acurácia diagnóstica quando junto com 
HSG) 
• Quando diagnóstico presumido for útero septado, indica-se laparoscopia diagnóstica e antes de dar início à ressecção 
histeroscópica do septo 
• O tratamento cirúrgico tem sido proposto para as pacientes com sucessivos abortos sem outras causas identificáveis. 
 
Útero Didelfo 
 
• Resulta da deficiência de fusão dos ductos paramesonéfricos, havendo, portanto, dois cornos uterinos separados, cada um com 
uma cavidade uterina e duas cérvix distintas. Costuma ser observado um septo longitudinal na porção superior da vagina. 
• Para confirmar o diagnóstico, a HSG é a modalidade recomendada para confirmar quadro e excluir a possibilidade de 
comunicação entre os úteros 
• Estudos apontam que não há maiores prejuízos à fertilidade dessas pacientes. É possível ter gestação em 1 ou nos 2 cornos, 
mal formação que tem melhor prognóstico reprodutivo. 
• Considerando que a taxa de abortamentos espontâneos se assemelha à de mulheres com cavidades uterinas normais, 
raramente indicam-se procedimentos cirúrgicos em resposta à perda de gravidez, tal que, tratamento cirúrgico deve ser 
reservado para pacientes submetidas à seleção rigorosa 
Útero Septado 
 
• Se não houver regressão do segmento medial dos ductos paramesonéfricos após a fusão, o útero poderá ser dividido por 
um septo que, a partir do fundo uterino, poderá ser pequeno, ou mesmo se estender até a cérvix. 
• Tem sido observada elevada taxa de abortamento espontâneo no primeiro trimestre, e a ressecção histeroscópica do septo 
tem sido recomendada. 
• O diagnóstico inclui HSG e US 
Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 5• Metroplastia abdominal de útero septado mostrou-se capaz de reduzir perdas fetais, mas principais desvantagens da 
metroplastia incluem necessidade de cesariana para evitar ruptura uterina e taxa elevada de formação de aderência pélvica 
pós-operatória e subsequente infertilidade. 
• Considera-se ressecção histeroscópica septal uma alternativa eficaz e segura para útero septado. 
Útero arqueado 
 
• Apresenta apenas um leve desvio do desenvolvimento uterino normal. Pode haver discreta convexidade no fundo uterino ou 
pequeno septo na linha média com um fundo normal. 
• Não têm sido relatados maiores problemas obstétricos relacionados a essa condição, e a correção cirúrgica não tem sido 
indicada de rotina 
 
Útero em forma de T 
 
• Sequela de exposição ao dietilestilbestrol 
 
MIOMAS UTERINOS 
 
O leiomioma uterino é um tumor benigno, formado por fibras musculares lisas, entrelaçadas por tecido conectivo. 
 
• Em dois terços dos casos, os tumores são múltiplos. 
• Podem ser classificados, de acordo com sua localização no útero, como corporais, em 98% dos casos, ou cervicais. 
o Os corporais podem ser subdivididos em subserosos, intramurais e submucosos. 
• Existem ainda os miomas que perdem contato com o útero e recebem fluxo sanguíneo de outros órgãos, chamados miomas 
parasitas. 
• Classificação FIGO: 
o Lesões submucosas pediculadas, totalmente 
intracavitárias, são chamadas de tipo 0. 
o Os tipos 1 e 2 são submucosos com componente 
intramural, sendo o tipo 1 com menos de 50% e o 
tipo 2 com mais de 50% de penetração no 
miométrio. 
o Lesões do tipo 3 são totalmente intramurais, mas 
atingem o endométrio. 
o Lesões do tipo 4 são intramurais e estão 
completamente envoltas pelo miométrio, sem 
extensão à serosa ou à superfície endometrial. 
o Miomas subserosos do tipo 5 têm mais de 50% 
de componente intramural 
o Miomas do tipo 6 têm menos de 50% de componente intramural. 
o Miomas do tipo 7 são subserosos pediculados. 
o Miomas do tipo 8 são aqueles sem nenhuma relação com o miométrio, incluindo lesões cervicais e aquelas que 
acometem o ligamento largo sem conexão direta com o útero, também chamados de miomas parasitas. 
• Podem sofrer degenerações ao longo do tempo, classificadas como: hialina, gordurosa, hemorrágica, cística, necrobiose 
asséptica e calcificação. 
o A necrobiose asséptica, também conhecida como degeneração rubra ou vermelha, corresponde ao infarto 
hemorrágico do leiomioma e pode ser mais comumente observada no ciclo gravídico puerperal, na vigência de 
pílula anticoncepcional ou de análogos do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). 
 
EPIDEMIOLOGIA 
• A idade é o principal fator de risco, com maior incidência entre 35 e 50 anos e regressão dos miomas após a menopausa. 
• A raça também é considerada fator predisponente, observando-se risco relativo duas a nove vezes maior nas negras em 
relação às brancas, com diagnóstico em idade mais jovem e tumores maiores, mais numerosos e mais sintomáticos. 
• Os antecedentes familiares aumentam o risco em 2,2 vezes para mulheres com mãe e irmã com diagnóstico de mioma. 
• A obesidade aumenta a incidência de mioma em 20% a cada 10 kg de ganho ponderal. 
Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 6 
• Como fatores de proteção, podemos citar a paridade, com diminuição do risco de desenvolver mioma a cada gestação, 
reduzindo-se a 1/5 após cinco gestações; o uso de anticoncepcional oral combinado, que reduz em 17% o risco de mioma a 
cada cinco anos de uso; e o tabagismo, que gera um hipoestrogenismo, reduzindo em 18% o risco de mioma com o consumo 
de 10 cigarros por dia. 
 
FISIOPATOLOGIA 
• Mutações somáticas no miométrio levam à perda de controle do crescimento celular, culminando com novo fenótipo 
• Transformação neoplasias e crescimento tumoral são graduais e progressivos e os nódulos no mesmo útero tem origem 
monoclonal independente e o comportamento biológico distinto à Cada leiomioma é derivado de 1 único miócito progenitor 
• São tumores hormônio dependentes, nos quais ESTRADIOL e PROGESTERONA promovem seu crescimento durante 
menacme, enquanto diminuição de seus níveis promove regressã. 
• Predisposição genética e presença de esteroides sexuais estão intimamente envolvidas na formação e crescimento dos 
miomas, mas ainda não se sabe se esteroides sexuais estariam relacionados à iniciação neoplásico ou se só promovem o 
crescimento do tumor 
• Evidenciou-se maior expressão de receptores de estradiol e progesterona no tecido tumoral quando comparado ao miométrio 
adjacente, e ambos têm papel importante na proliferação tumoral 
o Estradiol estimula produção de componentes da matriz EC (colágeno, proteoglicanos, etc); o Progesterona aumenta 
atividade mitótica e inibe a apoptose 
§ Além disso, demonstrou-se que mulheres com expressão anômala dos receptores de progesterona podem 
ter menor capacidade de ligação e transcrição no miométrio e incidência menor de miomas. 
• Entre os fatores de crescimento expressos de forma elevada no leiomioma, destacam-se 
o EGF (fator de crescimento epidermoide) e VEGF (fator de crescimento endotelial vascular), 
cujas expressões no tumor são mediadas pelo estrogênio 
• A ação local dos esteroides sexuais, mediada pela ligação aos seus receptores, leva à ativação de protooncogenes, de fatores 
de crescimento e de seus receptores 
• Alterações estruturais e funcionais de antioncogenes e de genes reguladores do crescimento celular também são descritas e, 
ao final de toda a cadeia, tem-se a formação e o crescimento do leiomioma 
 
QUADRO CLÍNICO 
• Cerca de metade das pacientes são assintomáticas e, nesses casos, os leiomiomas são apenas achados de exame ginecológico 
ou ultrassonográfico. 
• Quando sintomáticos, os miomas podem trazer importante impacto na qualidade de vida. A 
o As queixas mais frequentes são sangramento uterino anormal, dismenorreia secundária, sintomas compressivos 
gerados pelo aumento do útero, dor pélvica acíclica, dispareunia, sintomas urinários, sintomas gastrointestinais, 
infertilidade (5% dos casos – principalmente submucosos) e abortamento. 
• SUBMUCOSOS à quadros de sangramento uterino irregular (metrorragia). As erosões na superfície do nódulo, em 
decorrência do atrito com a parede endometrial, e sua eventual isquemia geram tal sangramento. 
• SUBSEROSOS à em sua maioria, não geram sintomas. Quando volumosos, podem cursar com dor pélvica e sintomas de 
compressão extrínseca, como lombossacralgia, aumento da frequência urinária, noctúria, retenção ou incontinência urinária e 
até compressão ureteral, com comprometimento da função renal. 
• INTRAMURAIS à podem cursar com aumento da intensidade e/ou duração do fluxo menstrual (menorragia ou 
hipermenorragia). Tais achados podem ser explicados pelo aumento da cavidade uterina, pela menor contratilidade das fibras 
miometriais, prejudicadas pela presença do tumor, pela estase venosa endometrial e pelo aumento das prostaciclinas no 
endométrio, que causam vasodilatação e dificultam a formação de trombos. 
• Ocasionalmente, os miomas podem sofrer degeneração ou torção de nódulos pediculados, gerando dor pélvica aguda. As 
pacientes podem cursar com anemia, fadiga, astenia, taquicardia, dispneia, dor e edema de membros inferiores. 
 
DIAGNÓSTICO 
• No exame físico, a palpação de tumor no hipogástrio, bocelado, de consistência fibroelástica e com alguma mobilidade 
laterolateral pode ser observada mediante massas volumosas. No toque vaginal, pode-se palpar o útero com volume 
aumentado e, no toque bimanual, confirma-se tratar de tumor do corpo uterino quando os movimentos realizados no colo do 
útero e no fórnice vaginal são transmitidos ao tumor abdominal. 
• OBS: às vezes é difícil diferenciar leiomiomas subserosos de tumores ovarianos junto aocorpo do útero. 
• O diagnóstico diferencial deve ser feito com outras afecções ginecológicas, tais como adenomiose, adenomioma, pólipo 
endometrial, tumor anexial, endometriose, câncer de endométrio, sarcoma do útero e até gravidez. 
• USG à Transvaginal ou transabdominal - é o exame de imagem mais utilizado no estudo de miomas. Pode ser suficiente no 
acompanhamento de casos com conduta expectante, tratamento clínico ou mesmo para indicação e programação de 
tratamento cirúrgico definitivo, com histerectomia. A ultrassonografia permite avaliar a morfologia e as dimensões do útero e 
Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 7 
do endométrio, além de caracterizar nódulos, padrão de vascularização tecidual, pelo estudo Doppler colorido, e análise 
espectral das artérias uterinas, pelo estudo Doppler espectral 
o O exame ultrassonográfico endovaginal tem melhor acurácia para os miomas intramurais e submucosos. 
o Miomas subserosos, quando volumosos, podem ser melhor observados com associação da via transabdominal. 
o Miomas geralmente se apresentam como nódulos hipoecogênicos e podem apresentar calcificações ou tênues 
reforços acústicos, em casos de degeneração cística. Os contornos, bem ou mal definidos, ficam na dependência da 
pseudocápsula, formada pelo edema e pela compressão do miométrio adjacente. Os miomas apresentam 
vascularização predominantemente periférica, por serem compostos por musculatura lisa, diferenciando-se dos 
adenomiomas. 
• Histerescopia à É um exame que consiste na introdução de uma ótica fina pelo canal cervical, para avaliação da cavidade 
uterina, possibilitando a visão direta dos miomas submucosos, assim como de outras lesões ali localizadas. 
o A histeroscopia deve ser realizada, de preferência, na primeira fase do ciclo menstrual, tendo elevada acurácia, com 
sensibilidade de 88% a 100% e especificidade próxima a 100%. Possibilita uma excelente avaliação endocavitária e dos 
nódulos submucosos, porém não permite a avaliação completa do eventual componente intramural e da distância 
entre o nódulo e a serosa, chamada de manto miometrial externo. 
o Achados devem ser confirmados com outros exames 
• RNM à Método com melhor resolução. Indicado para diferenciar tumores pélvicos e para avaliação pré-miomectomia ou 
embolização de Aa uterinas 
 
TRATAMENTO 
 
Tratamento Clínico 
• Pode ser indicado para controle do sangramento e dor pélvica, como tratamento inicial ou mesmo a longo prazo até 
menopausa, onde haverá regressão dos sintomas 
• Pode ser hormonal (ACO combinado, progestágeno isolado, DIU levonorgestrel) e não hormonal (AINE e antifibrinolítico) 
• Análogos agonistas do GnRH: Levam à diminuição esteroides sexuais circulantes e podem causar amenorreia e diminuição 
temporariamente o volume dos nódulos e do útero em até 50%. Logo após sua suspensão, os miomas retornam aos padrões 
prévios. 
o Seu uso é pouco frequente porque não mudam resultados a médio e longo prazo e tem reações adversas 
consideráveis 
• Moduladores seletivos dos receptores de progesterona (SPRMs): Seu uso se mostrou eficaz para uso pré-operatório, 
causando diminuição significativa volume mioma, controle do sangramento excessivo, sem suprimir os níveis séricos de 
estradiol, baixa na incidência dos reações adversas observadas nos análogos do GnRH 
 
Tratamento Cirúrgico 
• Histerectomia: tto definitivo, boa eficácia e resultados favoráveis à qualidade de vida 
• Miomectomia: Exérese cirúrgica dos miomas com manutenção do útero, preservando função menstrual e possibilitando 
gravidez futura. Entretanto, taxa de recorrência em 10 anos pé de 25%, com indicação de histerectomia em 8% pacientes. 
• Embolização a.a uterinas (conservador): consiste na oclusão da irrigação sangramento para miomas. Ocorre por meio de 
injeção de micropartículas (microsferas, álcool polivinílico ou esponjas), que tem como objetivo a obstrução do fluxo sanguíneo 
arterial no leito tumoral, levando à necrose e à redução volumétrica dos tumores. 
o Tem resultados positivos, com alívio de sintomas a curto prazo em 75-90% casos, porém apresenta 25% de 
reinterpretações por recorrências em até 10 anos, que é maior quanto mais nova a paciente 
 
 
POLIPO UTERINO 
 
Projeção digitiforme de tecido glandular, representando hipertrofia focal desse tecido, com pedículo vascular. É normalmente 
benigno, com baixa incidência de malignidade. 
• São divididos em cervicais e endometriais. 
o Os pólipos cervicais são subdivididos em ectocervicais e endocervicais, enquanto todos os pólipos presentes na 
cavidade uterina são denominados pólipos endometriais (PEs) 
PÓLIPO ENDOCERVICAL 
Etiologia 
Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 8 
• projeção digitiforme do tecido glandular que recobre o 
canal cervical, resultado de uma hipertrofia focal desse tecido, 
e podem ser endocervicais ou ectocervicais. 
• São considerados as neoplasias benignas mais comuns do 
colo do útero, acometendo 2% a 5% das mulheres 
• Sua etiopatogenia está relacionada com múltiplos fatores 
proliferativos que atuam no epitélio glandular, como 
inflamação crônica, congestão vascular e estímulo hormonal. 
• Podem ser únicos ou múltiplos e acometem mais 
frequentemente multíparas entre 40 e 65 anos de idade, 
com risco aumentado para mulheres diabéticas e com 
vaginites recorrentes. 
• Pode ocorrer malignização em até 1,5% dos casos 
• Normalmente, tem menos de 3 cm, mas já foram descritos 
pólipos grandes o suficiente para atingir o introito vaginal. 
• Histologicamente, os pólipos cervicais são caracterizados por estroma vascular do tecido conectivo coberto por epitélio, que 
pode ser colunar, escamoso ou escamocolunar. 
• Comumente, os pólipos endocervicais são assintomáticos e em alguns casos podem ser um achado no exame ginecológico 
de rotina. 
o Quando sintomáticos, costumam levar a sangramento uterino anormal (SUA), principalmente relacionado à relação 
sexual 
• Podem estar associados a casos de infertilidade quando ocupam o canal cervical 
Diagnóstico 
• Exame especular, quando o pólipo se exterioriza pelo orifício externo do colo, podendo-se avaliar a superfície dele e em 
alguns casos sua extensão, se há sangramento ativo ou ulcerações. Quando não exteriorizados pelo orifício externo, pode-se 
utilizar a pinça de Menckel ou Kogan 
• Ocasionalmente, o diagnóstico de pólipo endocervical é sugerido em ultrassonografia transvaginal de rotina, com o achado de 
dilatação e/ou irregularidade no trajeto do canal cervical. 
• A colposcopia, pode avaliar melhor, a superfície de pólipos na ectocérvice, mas não é o melhor exame na avaliação dos 
pólipos endocervicais 
• A histeroscopia, é o padrão-ouro no diagnóstico de pólipo endocervical. É o exame capaz de avaliar a lesão em toda a sua 
extensão, caracterizando o tamanho, forma, coloração, vascularização, localização e a base de implantação do pólipo 
endocervical. 
• Uma vez que a degeneração maligna do pólipo endocervical é extremamente rara, alguns autores consideram a remoção 
cirúrgica uma opção excessiva. 
o Enquanto isso, muitos acreditam que a remoção cirúrgica precoce possa diminuir o risco de crescimento e de 
sintomatologias futuras 
• Os pólipos ectocervicias e os endocervicais em que se identifica a base, podem ser retirados na consulta ginecológica, 
utilizando-se uma pinça de Hallis 
• É mandatório o envio dos pólipos para estudo anatomopatológico, mesmo sendo rara a malignização dele. 
PÓLIPO ENDOMETRIAL 
• Projeções da mucosa endometrial que podem apresentar base larga ou pediculada, ser únicos ou múltiplos e variar de alguns 
milímetros a alguns centímetros de tamanho. 
• São habitualmente lisos, regularese com rede vascular pouco desenvolvida, contendo quantidade variável de glândulas e 
estroma 
• É uma doença benigna que afeta aproximadamente 25% das mulheres, + comum pós-menopausa. 
• O PE, em geral, é assintomático, sendo diagnosticado em exames de rotina, porém pode estar relacionado a SUA, infertilidade 
e lesões pré-malignas e malignas do endométrio. 
• Manifestando-se como menorragia, sangramento intermenstrual, sinusiorragia ou sangramento pós-menopausa. 
o Acredita-se que o sangramento causado pelo PE esteja associado à congestão estromal, levando a estase venosa e 
necrose apical subsequente 
• A origem do PE e sua patogênese ainda não são bem conhecidas; alguns fatores parecem estar relacionados à progressão 
para lesão maligna, como 
o idade avançada, alterações genéticas, tamanho do pólipo e sangramento associado. 
Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 9 
• Infertilidade pode estar relacionada à oclusão do orifício interno pelo pólipo ou mesmo dos óstios tubários, dificultando a 
migração dos espermatozoides. 
Etiologia 
• Estudos experimentais mostraram que o crescimento do PE está relacionado à perda o mecanismo pró-apoptótico dele, 
associada à hiperexpressão do gene bcl-2 
• Essa alteração parece correlacionar-se com o hiperestrogenismo, uma vez que o estrogênio aumenta a expressão do bcl-2 
• Anomalias em segmentos dos cromossomas 6 e 12, que podem alterar o processo proliferativo, gerariam crescimento 
endometrial excessivo e formação de pólipos. 
• A maior parte dos PEs tem a superfície homogênea e de coloração esbranquiçada e frequentemente revestida por 
endométrio. Pode apresentar superfície hemorrágica em caso de sangramento ou infarto pela torção da base. 
• Classificação: 
o Fibrosos ou fibrocísticos: Possuem características atróficas. Provável forma regressiva do pólipo funcional ou 
hiperplásico. O estroma fibroso predomina em relação ao conteúdo vascular e glandular. Mais frequentes em 
mulheres idosas 
o Funcionais ou mucosos: Apresentam modificações semelhantes ao endométrio que os circunda. Quando menores 
que 1 cm, podem descamar com a menstruação e são considerados pseudopólipos. Os verdadeiros pólipos funcionais 
não descamam na menstruação 
o Adenomatosos: O seu estroma é constituído principalmente por músculo liso. 
o Hiperplásicos: Exibem glândulas hiperplásicas, com ou sem dilatação cística. A hiperplasia caracteriza-se pela 
proliferação das glândulas endometriais, levando à redução da relação glândula/estroma. Mais prevalente na 
perimenopausa, período em que há maior exposição estrogênica sem contraposição da progesterona 
Diagnóstico 
• Ultrassonografia transvaginal é um método de alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico do PE. A associação do Doppler 
colorido ao exame aumenta a capacidade diagnóstica do método, ao permitir a identificação de um vaso nutridor único, típico 
do PE 
• O PE pode ser identificado na ultrassonografia como espessamento endometrial focal quando a lesão não pode ser bem 
diferenciada do endométrio adjacente. A histeroscopia é o padrão- ouro para diagnóstico e tratamento, uma vez que permite 
acesso visual direto da cavidade uterina. 
• histerossonografia e a histerossalpingografia também podem sugerir a presença de lesão polipoide uterina. 
Tratamento 
• O tratamento do PE por via histeroscópica pode ser dividido em ambulatorial e hospitalar. 
• O tratamento ambulatorial pode ser realizado durante o diagnóstico do pólipo – see and treat – utilizando-se pinças de 
apreensão/corte e/ou meios de energia de pequeno diâmetro “miniressectoscópio” ou laser 
o O grande limitador da polipectomia endometrial é o tamanho da base da lesão. Lesões com bases muito extensas 
costumam gerar desconforto maior durante a polipectomia 
• Pólipos muito grandes ou em pacientes com importante estenose em canal cervical podem ter sua remoção da cavidade 
dificultada após a ressecção da base, sendo por vezes necessário fatiar a lesão ou agendar uma histeroscopia em sete dias 
para revisão, avisando a paciente sobre a possibilidade de expulsão do material em casa. 
• Em ambiente hospitalar, com sedação, é possível utilizar instrumentais de maior diâmetro e realizar ressecções mais amplas. A 
técnica consiste em sempre acessar e ressecar a base da lesão, utilizando o ressectoscópio sempre na direção fundo-cérvice, 
para evitar a perfuração uterina. 
ADENOMIOSE 
Pequenos lagos de endométrio espalhados na intimidade do miométrio e/ou por um nódulo circunscrito na parede miometrial. 
• Histologicamente à invasão benigna do endométrio no miométrio além de 2,5 mm de profundidade ou, no mínimo, um 
campo microscópio de grande aumento distante da camada basal do endométrio com presença de glândulas e estromas 
endometriais circundados por hiperplasia e hipertrofia das células miometriais 
Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 10 
• Invaginação do endométrio para a musculatura 
uterina à aumento volumétrico uterino e, por vezes, a 
sangramento, dor pélvica e infertilidade 
• A apresentação clínica da doença é variável, assim 
como seu impacto sobre a vida da mulher. 
• Classicamente, a adenomiose é identificada em 
espécimes de histerectomia. 
• Real incidência permanece desconhecida por causa 
da ausência de padronização dos diagnósticos. 
• Acomete em geral as mulheres entre 40 e 50 
anos, mas pode ser encontrado incidentalmente em 
mulheres mais jovens com quadro de sangramento uterino 
anormal e dismenorreia. 
• Mais prevalente na perimenopausa e nas multíparas. 
• Classificações: 
o grau de penetração do foco adenomiótico no miométrio 
§ Superficial (40%) 
§ Intermediário (40-80%) 
§ Profundo (80%) 
o Grau de penetração no miométrio 
§ Grau 1 – terço interno do miométrio 
§ Grau 2 – 2 terços 
§ Grau 3 – todo o miométrio 
ETIOPATOGENIA 
• Acredita-se que a exposição estrogênica contribui para o desenvolvimento da adenomiose (idade 40-50, menarca precoce, 
ciclos menstruais curtos, uso prévio de contraceptivos hormonais, etc). 
• Fisiopatologia permanece desconhecida. Há 4 hipóteses: 
o 1 – surge da invasão direta do miométrio pelo endométrio, enquanto a segunda envolve participação de resquícios 
embrionários de remanescentes müllerianos pluripotentes. 
o 2 - metaplasia de resquícios müllerianos e explicaria a presença de nódulos adenomióticos fora do útero, como no 
septo retovaginal. Aparentemente, o nódulo adenomiótico não responde de modo cíclico aos esteroides ovarianos 
como o endométrio, o que sugere origem distinta do endométrio basal 
o As demais teorias apontam a invaginação da camada basal no sistema linfático intramiometrial, visto que a adenomiose 
já foi encontrada dentro de linfáticos miometriais. 
o Por fim, outra teoria sugere a participação de células-tronco oriundas da medula óssea, dado que estudos revelam a 
participação de células-tronco oriundas da medula óssea na regeneração endometrial durante o ciclo menstrual 
• Além disso, fatores locais como o hiperestrogenismo e alterações mecânicas da peristalse uterina (hiper ou disperistalse) 
facilitariam o desenvolvimento da adenomiose. 
QUADRO CLÍNICO 
• O quadro clínico é heterogêneo e o sangramento uterino aumentado e a dismenorreia são os sintomas mais comuns, 
atingindo 65% dos casos. 
• Algumas mulheres podem apresentar miomas, pólipos e endometriose concomitantes 
• Os sintomas mais comumente associados 
com adenomiose são a menorragia e a 
dismenorreia 
• A adenomiose pode, ainda, ser 
assintomática em cerca de 1/3 das 
pacientes ou estar associada a miomatose 
uterina, exibindo massa palpável no 
abdome, ou a endometriose, podendo 
manifestar conjuntamente disquezia, disúria 
e infertilidade.Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 11 
• O sangramento aumentado pode se correlacionar à profundidade da invasão miometrial e à densidade de glândulas no 
miométrio. 
• O volume uterino geralmente se mostra pouco aumentado, sendo maior quando existe associação com miomas. À palpação 
do fundo uterino, pode ser observada sensibilidade. 
DIAGNÓSTICO 
• O aumento uterino difuso secundário à proliferação do endométrio ectópico, associada à hiperplasia e à hipertrofia das células 
musculares lisas, é um achado comum ao exame físico em mulheres com adenomiose. 
• O conceito mais amplamente utilizado até hoje é o proposto por Bird em 1972 à define adenomiose como a invasão benigna 
do endométrio no miométrio produzindo um útero difusamente aumentado e microscopicamente exibe glândulas e estroma 
endometrial ectópico, circundados por miométrio hipertrófico e hiperplásico. 
• O critério histológico utilizado apresenta grande variabilidade na literatura e é arbitrariamente determinado. Isso gera falta de 
uniformidade entre os relatos e grande variabilidade na incidência da adenomiose. 
• É preciso diferenciar adenomiose, forma difusa, dos nódulos adenomiomatosos, forma focal da doença. Os adenomiomas 
podem ser únicos ou múltiplos e são, ocasionalmente, confundidos com leiomiomas 
• A US e a RM são os exames de imagem indicados para o diagnóstico complementar. 
• A US transvaginal é indicado como exame de imagem complementar de primeira linha para o diagnóstico da adenomiose. 
• Os sinais sonográficos de adenomiose incluem aumento do volume uterino sem nódulos miomatosos, formato globoso, 
assimetria entre paredes uterinas, heterogeneidade difusa ou focal, cistos anecoicos no miométrio e estrias radiadas partindo 
do endométrio 
• Os cistos miometriais são considerados um dos sinais mais específicos de adenomiose, no entanto só estão presentes em 
cerca de metade dos casos 
• A RM apresenta acurácia semelhante ou ligeiramente superior à da US transvaginal. De forma semelhante ao que se observa 
à US e à histopatologia, os critérios não são uniformes. 
o Uma espessura da zona juncional superior a 12 mm é considerada diagnóstica de adenomiose. 
o Com espessuras entre 8 e 12 mm, a presença de outros sinais (espessamento focal, margens mal delimitadas) pode 
sugerir adenomiose. 
o Variação de 5 mm ou mais entre a maior e a menor espessura da zona juncional também é aceita como um critério 
diagnóstico em alguns estudos 
o OBS: A espessura da zona juncional é dependente de hormônios, varia com o ciclo menstrual e aumenta com a 
idade até a menopausa, o que pode reduzir a acurácia diagnóstica da RM. 
• O diagnóstico definitivo, entretanto, é a avaliação histopatológica. 
• Alternativamente, a histeroscopia pode ser usada para o diagnóstico de formas focais ou difusas superficiais. 
TRATAMENTO 
• Até recentemente o tratamento preconizado para adenomiose era a histerectomia. Não é, todavia, opção para as mulheres 
que desejam manter a fertilidade ou apresentam risco cirúrgico elevado. 
• A melhor opção de tratamento para a adenomiose ainda não foi estabelecida e as dificuldades estão relacionadas a 
apresentação clínica heterogênea, associação com outras condições ginecológicas (pólipos, miomas, endometriose), ausência de 
critérios diagnósticos por imagem universalmente aceitos e número limitado de estudos de boa qualidade disponíveis 
Tratamento Clínico: controle dos sintomas, principalmente a dor pélvica e o sangramento 
• Anticoncepcionais hormonais: o ACO atua por meio da supressão do eixo hipotálamo-hipófise-ovário bloqueando a produção 
dos esteroides ovarianos. 
• Progestágenos: pr oduzem decidualização endometrial e atrofia. 
OBS: não há estudos randomizados controlados e alguns autores contestam o possível benefício de tais tratamentos 
• Análogos do GnRH: produzem supressão das gonadotrofinas hipofisárias resultando em hipoestrogenismo acentuado 
semelhante à menopausa. O uso é limitado pelos efeitos colaterais (fogachos, atrofia vaginal e desmineralização óssea), além do 
retorno rápido dos sintomas após a interrupção do tratamento. 
• Sistema intrauterino de levonorgestrel (SIU-LNG): é um tratamento eficaz para adenomiose. Atua liberando 20 ug de 
levonorgestrel por cinco anos, o que resulta em decidualização do endométrio e consequente redução do fluxo menstrual, 
além de atuar nos focos adenomióticos levando ao down regulation dos receptores de estrogênio. Dessa forma, os focos 
ectópicos de endométrio diminuem de tamanho permitindo contração uterina eficaz, redução do fluxo menstrual e da 
produção de prostaglandinas, melhorando a dismenorreia. O SIU-LNG é opção para o tratamento de mulheres que desejam 
preservar a fertilidade. O principal efeito colateral é o sangramento irregular durante os primeiros meses após a inserção, mas 
que costuma melhorar após três meses. 
Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 12 
 
Tratamento cirúrgico 
• Histerectomia: considerada o tratamento definitivo da adenomiose. Está bem indicada nas mulheres com prole concluída, 
geralmente após os 40 anos de idade, com sintomas intensos de sangramento uterino anormal e dismenorreia, que não 
responderam a outra terapêutica, seja hormonal ou intervenções de menor invasão. 
• Conservador: 
 
ENDOMETRIOSE 
Pode ser definida pela presença de tecido que se assemelha à glândula e/ou estroma endometrial fora da cavidade uterina, com 
predomínio, mas não exclusivo, na pelve feminina. 
• Caraterizada por ser uma doença benigna, 
crônica, estrogênio-dependente e de 
natureza multifatorial, acomete principalmente 
mulheres em idade reprodutiva, porém são 
descritos casos de endometriose em 
pacientes na pré-menarca, assim como na 
pós- menopausa. 
• Uma análise de diversos aspectos 
morfológicos e clínicos dessa moléstia foi 
proposta, trazendo um conceito fundamental 
que dividiu a endometriose em três doenças 
distintas: peritoneal, ovariana e profunda. 
o A peritoneal caracteriza-se pela 
presença de implantes superficiais no peritônio; 
o A ovariana, por implantes superficiais ou cistos (endometriomas) no ovário; 
o A profunda é definida como uma lesão que penetra no espaço retroperitoneal ou na parede dos órgãos pélvicos 
com profundidade de 5 mm ou mais 
• A fisiopatologia da endometriose ainda hoje é controversa e apresenta diversas discussões sobre uma origem única ou distinta 
para as três doenças. 
o Praticamente, 90% das mulheres com tubas uterinas pérvias apresentam líquido livre na cavidade pélvica em 
época menstrual, sugerindo, assim, que certo grau de refluxo tubário ocorra. 
o Células endometriais então se implantariam no peritônio e nos demais órgãos pélvicos, iniciando a doença. 
o No entanto, aproximadamente 10% das mulheres apresentam endometriose, assim os implantes ocorreriam pela 
influência de um ambiente hormonal favorável e de fatores imunológicos que não eliminariam essas células desse 
local impróprio. 
• Inúmeros fatores podem influenciar no aumento da exposição ao endométrio proveniente do refluxo tubário na pelve e, 
assim, aumentar a probabilidade de desenvolvimento da endometriose, como idade precoce da menarca, nuliparidade, aumento 
do fluxo menstrual, atraso da primeira gravidez e duração da amamentação, todos fatores que trariam maior exposição 
estrogênica a essas mulheres. 
• Outra teoria proposta é a da metaplasia celômica, que sugere a transformação do epitélio celômico, principalmente ovariano e 
peritoneal, em tecido endometrial, e consequentemente as lesões de endometriose poderiam originar-se diretamente de 
tecidos normais mediante um processo de diferenciação metaplásica 
• A teoria dasalterações genéticas ou epigenéticas vem ganhando força nos últimos anos, em uma tentativa de explicar as 
principais alterações da endometriose. Independentemente da origem da célula inicial (resquícios embriológicos, células 
indiferenciadas, menstruação neonatal etc.), predisposição genética ou alterações epigenéticas associadas a alterações no 
ambiente peritoneal (fatores inflamatórios, imunológicos, estresse oxidativo) poderiam iniciar a doença nas suas diversas formas 
(ovariana, peritoneal, profunda, lesões fora da pelve) e, assim, explicar a sua complexidade. 
QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO 
• Os sintomas clínicos associados ao exame físico são capazes de levantar a hipótese diagnóstica em aproximadamente 70% 
dos casos. 
Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 13 
• Infelizmente, ainda hoje, a média estimada do tempo entre o início dos sintomas referidos pelas pacientes até o diagnóstico 
definitivo é de aproximadamente sete anos. 
• Os principais sintomas relacionados com a doença são: 
o Dismenorreia – com prevalência estimada em 62,2% como principal sintoma relacionado a doença; 
o Dor pélvica crônica ou acíclica – pode ocorrer de forma imprevisível ou intermitente ao longo do ciclo menstrual. 
Apresenta características diversas, como desconforto, dor pulsante e aguda, e frequentemente piora no 
decorrer do tempo; 
o Dispareunia – mais frequente de profundidade e está relacionada principalmente com lesões profundas na vagina 
e ligamentos uterossacros; 
o Alterações urinárias – normalmente há relação positiva entre o tamanho da lesão vesical e a intensidade da 
queixa clínica. Disúria, hematúria, polaciúria e urgência miccional que ocorrem durante o fluxo menstrual são os 
sintomas observados; 
o Alterações intestinais – alterações do hábito intestinal com distensão abdominal, sangramento nas fezes, 
constipação, disquezia e dor anal, normalmente de forma cíclica em época menstrual. 
• Sintomas atípicos podem estar presentes e devem ser valorizados pelo ginecologista, principalmente se ocorrem de forma 
cíclica em época menstrual, como dor irradiada para membros inferiores, vulvodínia, dor em região glútea, dor torácica, 
hemoptise, dor epigástrica, entre outros, que podem refletir lesões em localizações menos usuais. 
• Geralmente, a forma mais complexa da doença está relacionada com quadro clínico mais exuberante e de maior dificuldade de 
tratamento clínico. 
• O exame físico também é de suma importância na suspeita clínica da endometriose. 
o Nódulos ou rugosidades enegrecidas em fundo de saco posterior ao exame especular sugerem a doença. 
o Ao toque, útero com pouca mobilidade sugere aderências pélvicas; nódulos geralmente dolorosos também em 
fundo de saco posterior podem estar associados a lesões retrocervicais, ligamento uterossacros, parede vaginal 
ou intestinal. 
o Massas anexiais podem estar relacionadas a endometriomas. 
• O ultrassom pélvico e transvaginal e a ressonância magnética são os principais métodos por imagem para detecção e 
estadiamento da endometriose. 
TRATAMENTO 
Tratamento Clínico 
• O principal objetivo do tratamento clínico é o alívio dos sintomas álgicos e a melhora da qualidade de vida, não se esperando 
diminuição das lesões ou cura da doença, mas, sim, o controle do quadro clínico. É a primeira linha do tratamento! 
• Progestágenos: O uso dos progestágenos de forma contínua resulta em bloqueio ovulatório e inibição do crescimento 
endometrial, com consequente atrofia das lesões. Outros mecanismos relacionados à ação anti- inflamatória desses hormônios 
são descritos, como inibição da produção de mastócitos, supressão de metaloproteinases e inibição da angiogênese. Em uma 
revisão Cochrane, concluiu-se que os progestagênios são efetivos no tratamento da dor pélvica decorrente da endometriose. 
O acetato de noretindrona é um dos progestagênios orais mais utilizados. 
• Contraceptivo Combinado: O mecanismo de ação é similar ao dos progestagênios, agindo principalmente na decidualização e 
atrofia do tecido endometrial ectópico. Os contraceptivos combinados podem ser indicados por via oral, intramuscular, adesivo 
de absorção subcutânea ou anel vaginal, esses três últimos já avaliados no tratamento da endometriose como opção para 
pacientes que não toleram a forma oral. 
• Agonistas do GnRH: Os agonistas do GnRH agem no hipotálamo, ocupando os receptores do GnRH, o que provoca a inibição 
da liberação de hormônio folículo-estimulante (FSH) e LH pela hipófise. Consequentemente, ocorre um estado de anovulação 
e hipoestrogenismo, semelhante ao observado no climatério. Opções: acetato de gosserrelina (SC); acetato de leuprolida (IM); 
amoato de triptorrelina (IM). 
o O estado de hipoestrogenismo pode acarretar sintomas climatéricos como fogachos, secura vaginal, redução de 
libido e perda de massa óssea. 
• Inibidores da Aromatase: age inibindo a aromatase, resultando na redução dos níveis de estradiol circulantes. Pode ser utilizada 
com outras medicações nos casos refratários de dor severa e nas pacientes que persistem com sintomas após a menopausa, 
mas tem indicação restrita devido aos efeitos colaterais, especialmente pela indução de formação de cistos ovarianos 
volumosos. As opções são o letrozol e o anastrozol. 
Tratamento Cirúrgico 
• O tratamento cirúrgico deve ser oferecido às pacientes em que o tratamento clínico for ineficaz ou contraindicado por alguma 
razão. 
Maria Júlia Reus – 192 ♡ 
 Literatura: FEBRASGO 14 
• O objetivo da cirurgia é a remoção completa de todos os focos de endometriose, restaurando a anatomia e preservando a 
função reprodutiva. O procedimento pode ser realizado por laparoscopia ou laparotomia; 
o Há preferência pela laparoscopia, que permite melhor visualização das lesões endometrióticas, melhor acesso a 
alguns pontos da pelve, assim como melhor recuperação da paciente.

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