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Direito tributário I - 1o Semestre 2013

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Direito Tributário I
Professores Paulo de Barros Carvalho e Paulo Ayres Barreto
Por Alina 
Miyake
!1
Direito Tributário I 
(DEF 413)
Por Alina Miyake	
Anotações ce#das por Jessica Chehter	
Professores: Paulo de Barros Carvalho ("PBC") e 
Paulo Ayres Barreto ("PAB")	
1º semestre/ 2013
Sem
 Re
visã
o
!2
PBC
PAB
!3
Observações iniciais:
Prova: 24/04 - A matéria vai até Validade, vigência e 
eficácia (não abrange Princípios). 
Questões da prova do noturno: 
1.Regime de tributação simples, de aderência, é tributo? 
2.Espécies tributárias; 
3.Leis e convenções internacionais revogam legislação 
tributária nacional? 
4.Norma pode ser jurídica e inválida ao mesmo tempo?
!4
Doutrina utilizada:
ATALIBA, Geraldo. Apontamentos da Ciência 
das Finanças, Direito Financeiro e Tributário. 
São Paulo, Revista dos Tribunais. 
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência 
Tributária. 6ª ed. Malheiros. 
BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência 
das finanças. 14ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 
1984. 
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito 
Tributário. 17ª ed. São Paulo, Saraiva, 2005. 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito 
Administrativo. 24ª ed. São Paulo, Atlas, 2011. 
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo 
Moderno. 15ª ed. São Paulo, Revista dos 
Tribunais, 2011. 
OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de 
Direito Financeiro. 4ª ed. São Paulo, Revista dos 
Tribunais, 2011. 
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de 
Direito Civil. 23ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 
2010. Vol. I. 
ROSA JR., Luiz Emygdio F. da. Manual de 
Direito Financeiro & Direito Tributário: 
Jurisprudência atualizada até dezembro de 1998. 
13ª ed. Rio de Janeiro, Renovar, 1999. 
SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 
São Paulo: Saraiva, 2011. 
VILLEGAS, Hécto B., Curzo de Finanzas: 
Derecho Financiero y Tributatio. Buenos Aires, 
Depalma, 1972. 
!5
Sistema tributário brasileiro 
Algumas pa$icula%dades
Os tributos representam de 35 a 39% do PIB brasileiro - esse montante volta 
aos cofres públicos. 
Grande volume de legislação, em constante renovação. É daí que se extrai a 
importância de estudar aquilo de mais perene no direito tributário, as suas 
bases. 
A Constituição Federal de 1988 ("CF/88") é única no tratamento do direito 
tributário. O sistema tributário está esculpido na CF/88. 
Fora do Brasil, a Constituição costuma apenas expressar a legalidade. 
Curiosamente, no Brasil, a CF/88 se altera mais que o próprio Código 
Tributário Nacional ("CTN") de 1966, que mantém estrutura semelhante até 
hoje. 
Esse curso terá foco no no texto constitucional tributário.
!6
Conceito de direito 
tributário
Direito tributário é entendido por PBC e Geraldo 
Ataliba como o conjunto de normas jurídicas que regula 
a tributação, ou a porção de normas jurídicas 
relacionadas ao tributo. 
PBC também trata do direito tributário como um 
fenômeno de linguagem (conjunto de signos utilizados 
para a comunicação), o qual define a instituição, a 
arrecadação e a fiscalização do tributo. Todavia, essa 
definição é tautológica, pois falta definir o que é tributo 
(definição vista mais a diante).
!7
Amanda Toledo
Amanda Toledo
Amanda Toledo
Amanda Toledo
Autonomia do direito tributário 
O #reito t%butá%o é uma #sciplina autônoma?
Autonomia: permite que se crie normas e princípios sem se 
preocupar com outras realidades jurídicas; isso é justamente 
o que o direito tributário não pode fazer, porque existe uma 
imbricação entre diversas disciplinas e o direito tributário. 
Exemplo: a cobrança de IPTU combina o direito de propriedade/ posse/ 
domínio útil (direito civil), o zoneamento urbano (direito administrativo) 
e a municipalidade (direito constitucional). 
Caso: Orestes Quércia desejava aumentar impostos (ICMS: 17 a 18%) - 
para a aprovação, ele justificava o déficit habitacional. Todavia, essa 
previsão violava a vinculação de impostos (CF/88, artigo 167, IV) --> 
Conversa entre direito tributário e financeiro.
!8
Autonomia do direito tributário 
O #reito t%butá%o é uma #sciplina autônoma?
Autonomia didática: relação (na prática) do direito 
tributário com outras ciências, como a economia. A 
autonomia é estabelecida apenas para delimitar o campo 
de estudo. Isso não significa estudar o direito tributário sob 
a perspectiva de outras ciências. 
Como trabalhar com os dados econômicos? 	
Para PBC, em cada ciência, apenas um código binário deve 
valer. No direito tributário, apenas os dados econômicos já 
juridicizados pela hipótese normativa são válidos.
!9
Relações do direito tributário 
Diálogo com &tras #sciplinas
Algumas definições: 
1.Direito tributário é entendido por Paulo de Barros Carvalho e Geraldo Ataliba como o 
conjunto de normas jurídicas que regula a tributação, ou a porção de normas jurídicas 
relacionadas ao tributo. 
2.Maria Sylvia Zanella Di Pietro define direito administrativo como o ramo do direito 
público que tem como objeto os órgãos, agentes e u jurídicas administrativas que 
integram a Administração Pública; a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os 
bens de que se utiliza para o atingimento de seus fins, de natureza pública; Odete 
Medauar tem definição mais sucinta ao descrevê-lo como o conjunto de normas e 
princípios que regem a atuação da Administração Pública 
3.Para Régis Fernandes de Oliveira, o direito financeiro trata da disciplina jurídica da 
atividade financeira do Estado; atividade financeira do Estado, por sua vez, pode ser 
vista como a ação do Estado na obtenção de receitas, em sua gestão e nos gastos para o 
desenvolvimento de sua função. 
4.Para Caio Mário da Silva Pereira, o direito público é o ramo do direito que rege as 
relações entre os Estados entre si ou do Estado como tal e os seus membros.
!10
Relações do direito tributário 
Diálogo com &tras #sciplinas
Relação entre direito tributário, administrativo e financeiro com direito público: o 
direito tributário, o direito administrativo e o direito financeiro estão 
enquadrados no campo do direito público, isso porque o Estado é titular do direito de 
tributar; é nele que se inserem os quadros da Administração Pública; e também é essa 
mesma Administração Pública que gere os recursos públicos. 
Relação entre direito financeiro e direito tributário: o direito financeiro também se 
relaciona com o Direito Tributário, porque enquanto o primeiro estuda a disciplina 
jurídica da atividade financeira do Estado, o segundo estuda uma parte dessa atividade, a 
matéria tributária. Além disso, cumpre salientar que o direito tributário surgiu do direito 
financeiro 
Relação entre direito tributário e o direito administrativo: o direito administrativo 
regula as atividades gerais da administração enquanto o direito tributário regula aspectos 
específicos da atividade administrativa. Nesse sentido, Luiz Emygdio F. da Rosa Jr. 
sinaliza que o poder de tributar baseia-se no poder geral do Estado aplicado ao setor 
impositivo (de instituir tributos). Outro ponto de destaque é que o direito tributário 
nasceu do direito financeiro, que por sua vez veio do direito administrativo. 
!11
Nomenclatura do direitotributário
1.Direito tributário: nomenclatura mais adequada; 
2.Direito fiscal: ótica do fisco (pessoa que exerce a pretensão tributária), 
não abrange a ótica do contribuinte; denominação usada na França e 
em Portugal; 
3.Direito financeiro: campo de irradiação maior daquele do direito 
tributário; abrange toda disciplina da atividade financeira do Estado (o 
direito tributário é apenas um tópico do direito financeiro). 
Para PBC, as denominações elencadas por "2" e "3" não são adequadas 
pois tratam de campos com irradiação semântica diversa daquela que se 
pretende com o estudo do direito tributário. 
!12
Agora, retomamos alguns temas de Teo%a Geral do Direito...	
Conceito de norma e de norma 
jurídica
Hans Kelsen: uma norma pode ser entendida como o instrumento que estatui uma 
determinada conduta como devida (prescrição). Se não for obedecido o comando, 
há uma sanção. 
Immanuel Kant: o imperativo hipotético é uma condição para que se produza 
determinado efeito. 
Adolfo Ravà: ele atrela os imperativos hipotéticos kantianos às normas jurídicas, 
porque é necessária uma hipótese se concretizar para que o comando seja 
obrigatório. A sua tese é sustentada por três elementos: 
1.Atribuição pelas normas de obrigações e direitos subjetivos (faculdade de fazer ou 
não fazer, juridicamente protegida); 
2.Caráter coercitivo do direito; 
3.Caráter instrumental dos termos que compõem o ordenamento.
!13
Agora, retomamos alguns temas de Teo%a Geral do Direito...	
Conceito de norma e de norma 
jurídica
Norberto Bobbio: normas jurídicas são espécies do gênero “proposições prescritivas”. 
Essas proposições – em gênero – são caracterizadas por três elementos: 
1.Sujeito ativo; 
2.Sujeito passivo; 
3.Objeto. 
Pouco mais em específico, Bobbio apresenta o gênero das “prescrições abstratas”, o 
qual tem: 
1.Como sujeito ativo o coletivo ou o pessoal; 
2.Como sujeito passivo o geral ou o individual; 
3.Como objeto a ação-tipo (força cogente que se renova sempre que o sujeito passivo se 
encontrar em situação hipoteticamente prevista).
!14
Conceito de norma e de norma 
jurídica 
O que #z a d&t%na t%butá%a...
Geraldo Ataliba: ordem ou comando com o objeto comportamento humano (para a 
norma tributária, o comportamento é a entrega de dinheiro ao Estado). 
PBC: traz algumas definições: 
1.Texto de lei é o suporte físico (significado) que sustenta a norma jurídica; 
2.Norma jurídica é a significação (ou juízo hipotético-condicional) que o intérprete 
tem quando lê o texto do direito positivo, em interpretação harmônica com o 
ordenamento jurídico vigente; 
3.Enunciados prescritivos são o fundamento dessa significação, o significado do 
conjunto de símbolos utilizados para a construção do texto de direito positivo; 
4.Proposição é o juízo hipotético que compõe o enunciado prescritivo. 
Essas categorias formam em conjunto aquilo que PBC chama de sistema jurídico (tema retomado 
quando for tratada da Interpretação).
!15
Sistema jurídico
Em S2 ainda não é possível 
extrair a regra matriz de 
incidência tributária. 
Sentido deôntico completo 
no S3. 
Negócio jurídico em sentido 
amplo --> enunciados, 
proposições, negócio jurídico. 
Negócio jurídico em sentido 
estrito --> juízo hipotético-
condicional.
!16
Mas afinal, o que é preciso para que 
uma norma seja considerada jurídica?
A norma só é jurídica 
quando se pressupõe 
que, no caso de seu 
descumprimento, o 
Estado (em função 
jurisdicional) pode 
e x i g i r o s e u 
c u m p r i m e n t o d e 
forma compulsória.
!17
Classificação das normas 
jurídicas
E m s e n t i d o a m p l o : 
Enunciado, proposição e 
norma jurídica. 
E m s e n t i d o e s t r i t o : 
antecedente ( f a to de 
p o s s í v e l o c o r r ê n c i a ) 
implica em consequente 
(sanção ou obrigação) que 
envolva sujeito ativo e 
passivo.
!18
Linguagens
A linguagem pode ter diversas 
f u n ç õ e s ( i n t e r r o g a t i v a , 
exclamativa, prescritiva, etc.). 
O direito, como uma linguagem 
em particular, tem a função 
p r a g m á t i c a d e p r e s c r eve r 
condutas intersubjetivas. 
N e s s e c o n t ex t o, o d i r e i t o 
tributário se insere como parte 
do direito positivo e a ciência do 
direito é uma metalinguagem do 
direito positivo.
!19
Direito positivo vs. Ciência do direito
Categoria/Linguagem Direito positivo Ciência do direito
Função Prescritiva Descritiva
Objeto Condutas (relações 
intrasubjetivas)
Direito positivo
Condutas Linguagem/Objeto Metalinguagem
Nível Deôntica (dever ser) Clássica
Lógica Validade Verdadeiro/Falso
Linguagem Técnica Científica
Denominação (PBC) direito tributário 
(minúsculo)
Direito Tributário 
(maiúscula)
Contradições
Admitidas (antinomia 
entre normas)
Não são admitidas em um 
único discurso científico (só 
em discursos diferentes)
Objetivo Meramente descritivo.
Inibir, motivar e 
disciplinar condutas 
subjetivas.
!20
Direito positivo vs. 
Ciência do direito
Ambas são linguagens jurídicas, mas distinguem-se. 
Se eu violar condutas do direito positivo, poderão haver 
sanções. Se eu violar a ciência do direito nada pode ocorrer. 
Observação 1: direito incide sobre a validade, mas não 
coincide com ela. 
Observação 2: eu não concordo que a mera mudança de 
letra maiúscula para letra minúscula mude o conceito de 
alguma coisa. Neste, sempre se faz uso de letra minúscula, 
para qualquer um dos conceitos.
!21
Camadas de linguagem
O direito positivo 
atua nas relações 
intrasubjetivas. 
A p o n t a n d o , 
assim, para as 
pessoas e suas 
relações sociais.
Categoria Linguagem
Lógica jurídica Unívoca
Teoria geral do 
direito
Científica
Ciência do 
direito
Cientifica
Direito positivo Técnica
F
o
rm
a
li
za
çã
o
!22
Norma Jurídica vs. Ciência 
do Direito
!23
Legislador vs. Jurista
Legislador: (i) linguagem técnica; (ii) representa 
segmentos heterogêneos da sociedade; (iii) comete 
erros, atecnias, impropriedades e ambiguidades, 
provocando a "desarrumação do direito posto"; (iv) 
não precisa manter coerência em seu discurso, 
porque são cabíveis as antinomias entre normas; 
Jurista: (i) construção do conteúdo e sentido da 
matéria legislada; (ii) linguagem científica; (iii) deve 
manter um padrão em seu discurso científico.
!24
Retornando ao mundo do #reito t%butá%o... 	
Norma jurídica tributária
A norma jurídica 
tributária prevê:
!25
Conceito de tributo 
Acepções d&t%ná%as de t%buto
PBC: o vocábulo tributo pode ter seis acepções: 
1.Quantia em dinheiro (objeto da prestação); 
2.Prestação correspondente ao dever jurídico do sujeito 
passivo; 
3.Direito subjetivo de que é titular o sujeito ativo; 
4.Relação jurídica tributária; 
5.Norma jurídica tributária; 
6.Norma, fato e relação jurídica.
!26
Conceito de tributo 
Acepções d&t%ná%as de t%buto
Luís Eduardo Schoueri: aproximação de tributo 
com a figura de receita derivada do estado 
(principal fonte de financiamento do Estado). 
Receita originária: (i) riqueza gerada pela atividade do 
Estado; (ii) remuneração pelo emprego de patrimônio 
público; 
Receita derivada: meio de financiamento do Estado que 
não representa uma riqueza nova, mas uma transferência 
de riqueza gerada por terceiros.
!27
Conceito de tributo 
Acepções d&t%ná%as de t%buto
Hugo de Brito Machado: utilidade das 
definições legais para superar divergências 
doutrinárias e melhorar o nível de segurança das 
relações jurídicas. CTN, artigo 3º é uma norma 
não autônoma do sistema jurídico brasileiro. 
PAB: deve-se procurar por meio da interpretação 
constitucional dados que permitam alcançar o 
conceito de tributo.
!28
Conceito de tributo 
Conceito legal
CTN, artigo 3º: Tributo é toda prestação pecuniária 
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, 
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada. 
Desse conceito, se extraem cinco elementos (analisados a 
seguir): (i) prestação pecuniária;(ii) compulsoriedade; (iii) 
em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir; (iv) não é 
sanção de ato ilícito; (v) legalidade; (vi) atividade 
administrativa vinculada.
!29
Conceito de tributo 
Conceito legal
Lei nº 4320/1964, artigo 9º: Tributo é a receita derivada 
instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo 
os impostos, as taxas e contribuições nos termos da 
constituição e das leis vigentes em matéria financeira, 
destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou 
especificas exercidas por essas entidades.
!30
Elementos do conceito legal de tributo 
Prestação pecuniá%a
Luís Eduardo Schoueri: ao empregar o termo 
"prestação", o legislador complementar a 
associa a "obrigação tributária". A prestação é 
o objeto do cumprimento da obrigação. 
Relação jurídica: obrigação entre o Estado e o sujeito 
passivo. 
Uma vez pago o tributo (prestação), encerra-se o vínculo 
obrigacional.
!31
Elementos do conceito legal de tributo 
Prestação pecuniá%a
Hugo de Brito Machado: prestação, na definição 
de tributo, pode ser indicativa do objeto da 
obrigação jurídica, mediante a qual se opera a 
transferência de um elemento patrimonial do 
contribuinte para o Estado. 
Prestação pode ser: (i) fato; (ii) abstenção; (iii) omissão; (iv) 
comissão; (v) coisas; (vi) quantia em dinheiro. 
Natureza econômica-financeira da prestação: (i) transferência 
de recursos em sentido econômico; (ii) aumenta o patrimônio 
do ente público e reduz o patrimônio do contribuinte.
!32
Conceito de tributo 
Resumo
Hipótese tributária --> Descrição legal; 
Fato jurídico tributário --> Acontece na vida real.
!33
Elementos do conceito legal de tributo 
Compulso%edade
PBC: referência a dever 
o b r i g a t ó r i o d e u m a 
prestação em dinheiro. 
Afasta voluntar iedade 
(independe da vontade do 
sujeito passivo) - abarcada 
a hipótese de incidência, 
surge um elo que liga 
alguém ao comportamento 
obrigatório de prestação 
pecuniária.
!34
Elementos do conceito legal de tributo 
Compulso%edade
Luís Eduardo Schoueri: o tributo não é pago por um ato de 
vontade, mas em cumprimento de uma determinação legal. 
Natureza compulsória do tributo: não se deve questionar seu mérito, uma vez 
surgida a obrigação. Ao contribuinte não resta outra opção, senão cumprir sua 
obrigação e o Fisco, por outro lado, deve recebê-la. 
A ideia de prestação compulsória remete à classificação das obrigações, onde 
se encontram as “ex lege”, em oposição às que decorrem de ato de vontade. 
Para o tributo, a sua prestação compulsória independe do elemento vontade, 
dependendo apenas da ocorrência do fato jurídico tributário. 
Observação: elemento da compulsoriedade, como acima 
ressaltado, é relevante para distinguir as taxas de preços públicos 
já que, mais uma vez se menciona, estes decorrem de um ato de 
vontade do contribuinte (vontade de contratar).
!35
Elementos do conceito legal de tributo 
Em moeda & cujo em valor dela se possa exp%mir
PBC: trata-se de erro grosseiro 
do legislador: (i) desnecessidade 
do vocábulo "moeda"; já é 
pecuniário; (ii) a expressão "ou 
cujo valor nela se possa 
exprimir" reflete a ampliação 
do âmbito das prestações 
pecuniárias; isso dá margem 
para a extensão do âmbito dos 
tributos para o serviço militar, 
mesário de eleições e membro 
do tribunal do júri.
!36
Elementos do conceito legal de tributo 
Em moeda & cujo em valor dela se possa exp%mir
Luís Eduardo Schoueri: trata-se de cuidado do legislador, pois há a hipótese do 
pagamento do tributo com a utilização de selos/estampilhas compradas com moeda pelo 
contribuinte. Menção ao artigo 162 do CTN: dação em pagamento - liquidação da 
obrigação tributária pela entrega de bens, cujo valor é avaliado em moeda. O pagamento 
feito em forma diferente por conveniência das parte e não perde a natureza pecuniária. 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. 
§ 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou 
mais oneroso que o pagamento em moeda corrente. 
§ 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. 
§ 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, ressalvado o disposto no artigo 150. 
§ 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão direito a restituição, salvo nos casos expressamente 
previstos na legislação tributária, ou naquelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa. 
§ 5º O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em estampilha. 
Observação: Prestações de dar (não pecuniárias) e de fazer não configuram tributo. 
Assim, não são tributo: (i) serviço militar obrigatório; (ii) requisições em caso de guerra; 
(iii) dar parte da produção agrícola.
!37
Elementos do conceito legal de tributo 
Não con(itui sanção de ato ilícito
P B C : a l i c i t u d e d e s e n c a d e i a o 
nascimento da obrigação tributária; os 
acontecimentos ilícitos vêm sempre 
atrelados a uma sanção; 

Luís Eduardo Schoueri: o legislador 
complementar deixa claro que as multas, 
conquanto igualmente receitas derivadas, 
não se confundem com o tributo. Este 
não é uma pena, imposta porque alguém 
descumpriu um mandamento legal. 
Entendimento predominante de que o ato ilícito 
não pode ficar livre de tributação. Ela incidirá em 
virtude de uma riqueza presente, não por conta da 
ilicitude, em si (Princípio Non Olet - "dinheiro 
não cheira", Vespasiano).
!38
Elementos do conceito legal de tributo 
Não con(itui sanção de ato ilícito
Amílcar de Araújo Falcão: deve-se valer da “consideração da 
consistência econômica do fato gerador”. Não tributar os atos 
ilícitos seria uma exoneração tributária (fere princípio da 
isonomia). 
Hugo de Brito Machado: quando se diz que o tributo não constitui 
sanção de ato ilícito, isto quer dizer que a lei não pode incluir na 
hipótese de incidência tributária o elemento ilicitude. Não pode 
estabelecer como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação 
de pagar um tributo uma situação que não seja lícita. Se o faz, não 
está instituindo um tributo, mas uma penalidade. Todavia, um fato 
gerador de tributo pode ocorrer em circunstâncias ilícitas, mas 
essas circunstâncias são estranhas à hipótese de incidência do 
tributo, e por isso mesmo irrelevantes do ponto de vista tributário.
!39
Elementos do conceito legal de tributo 
Legalidade
Trata-se do princípio da legalidade (CF/88, artigo 5º, inciso II), em específico para a 
tributação no artigo 150, inciso I da CF/88. 
CF/88, artigo 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
(...) 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
CF/88, artigo 150: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
(...) 
A expressão “instituída em lei” tentou afastar as obrigações convencionais. 
Obrigações ex lege vs. Obrigações ex voluntate - divisão a qual PBC não concorda, porque o princípio da 
legalidade alcança qualquer tipo de comportamento, pois todas as obrigações são ex lege, o que as diferencia 
de fato é que algumas obrigações requerem o elemento vontade e outras não). 
!40
Elementos do conceito legal de tributo 
Legalidade
Instituída em lei: é possível ter normas gerais e abstratas em 
decretos, resoluções, portarias. 
Lei: aprovação no âmbito das casas legislativas 
Para ser tributo exige um certo detalhamentodessa lei. Regra 
matriz de incidência tributária contém: 
Critério material (verbo + complemento) 
Critério temporal 
Critério especial – hipótese (fato de possível ocorrência) + consequente 
(relação obrigacional: sujeito ativo + sujeito passivo) + critério quantitativo 
(base de cálculo + alíquota)
!41
Elementos do conceito legal de 
tributo 
Atividade admin)trativa vinculada
Luís Eduardo Schoueri: a cobrança de tributos tem seu 
início com o lançamento, atividade pela qual se verifica a 
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, o 
devedor, assim como o valor devido. Tanto este lançamento, 
como os posteriores atos de cobrança, são de competência 
privativa da administração tributária, estando abrigado pelo 
princípio da legalidade. Porém, além do princípio genérico 
da legalidade dos atos da administração, o Sistema 
Tributário Nacional submeteu especificamente o 
lançamento a princípios expressos de vinculação e 
obrigatoriedade administrativa
!42
Elementos do conceito legal de 
tributo 
Atividade admin)trativa vinculada
PBC: texto traz exageros; é verdade que atos 
importantes do procedimento de arrecadação 
tributária pertencem à classe dos vinculados, mas 
existem outros de outras classes, em que o 
administrador está legalmente autorizado a integrar 
com sua vontade ou juízo a norma jurídica, diante 
do caso concreto, operando com critérios 
subjetivos próprios, a fim de dar satisfação aos 
objetivos consagrados no sistema legal.
!43
Espécies tributárias 
Sobre classificação
Teoria dos conjuntos: tenho um conjunto 
universo; classificar é atribuir subclasses 
a uma classe maior; 
Regras: estabelecimento de critérios que 
poderão englobar todos os elementos do 
universo; 
Classificações coordenadas: feitas 
simultaneamente sobre todo o universo; 
Classificações subordinadas: o segundo 
critério se aplica some a uma parte do 
universo(já divido pelo primeiro critério).
!44
Espécies tributárias 
Teo%a t%pa$ite/ clássica
Doutrina tradicional, remete ao CTN de 1966, artigo 5º: Os tributos são impostos, taxas e 
contribuições de melhoria. Trata-se de classificação intranormativa, que se apóia na própria 
norma. 
Doutrina: PBC; Roque Carraza; Alfredo Becker; Geraldo Ataliba; 
Enumeração de três espécies tributárias: (i) imposto; (ii) taxa; e (iii) contribuição de 
melhoria. 
O critério para a classificação dos tributos seria a vinculação ou a não vinculação da 
materialidade do fato descrito na hipótese de incidência a uma atividade Estatal. 
CTN, artigo 4º --> democracia: não estão nos parlamentos grandes cientistas, por isso 
não se devem considerar os nomes, mas sim a natureza jurídica do fato gerador. 
Hipótese de incidência = fato gerador (expressão ambígua: fato ou a descrição do 
legislador). 
Fato gerador pode ser tanto a hipótese de incidência quanto o fato jurídico tributário.
Imposto
Vinculado Não vinculado
Atuação direita 
Atuação indireta
Taxa
Contribuição 
de melhoria
!45
Espécies tributárias 
Flow cha$ - c%té%o da vinculação
Vinculado Não vinculado
Fato do Estado 
gera o 
consequente
Fato do 
particular gera o 
consequente
O s e m p r é s t i m o s 
c o m p u l s ó r i o s e a s 
contribuições especiais, 
ora assumem feições de 
taxa, ora de imposto.
!46
Espécies tributárias 
Teo%a t%pa$ite/ clássica
O tributo teria natureza de imposto sempre que a sua exigência não esteja vinculada 
a uma atuação do Estado em favor do contribuinte. Deste modo, o imposto vem de 
fato que revela a capacidade contributiva do sujeito passivo. 
O tributo teria natureza de taxa e/ou contribuição de melhoria, sempre que a sua 
exigência esteja vinculada à atuação do Estado em função da pessoa do contribuinte 
(taxa vinculada ao exercício do poder de polícia ou à prestação de um serviço público 
específico e indivisível; contribuição de melhoria, vinculada à elaboração de obra 
pública que gere uma valorização imobiliária em favor do contribuinte). 
Se o fato gerador de uma contribuição ou empréstimo compulsório estiver vinculado 
a uma atuação estatal em favor do contribuinte, estar-se-ia diante de uma taxa. Caso 
contrário, a contribuição e o empréstimo compulsório terão natureza de imposto. 
PBC: Reconhecimento do tributo pelo seu fato gerador (fato jurídico tributário) – o 
nome é irrelevante.
!47
Espécies tributárias 
Teo%a quinquipa$ite
Contexto da CF/88; 
PAB; 
STF, ADIn nº 14.323; 
O sistema tributário nacional conta com cinco espécies tributárias: (i) impostos; (ii) 
taxas; (iii) contribuições de melhoria; (iv) as contribuições especiais; (v) empréstimos 
compulsórios; 
Essa corrente argumenta que a CF/88 trouxe a necessidade de adoção de diferentes 
critérios de classificação dos tributos. Dessa maneira, além do critério da vinculação 
ou não a uma atividade estatal, dois novos critérios surgiram: (i) a destinação do 
produto da arrecadação (variável sistêmica utilizada para especificar a natureza 
jurídica das contribuições) e (ii) a previsão de restituição do tributo pago (critério 
para diferenciar o empréstimo compulsório das demais espécies tributárias). 
CTN, art. 4º é violado pela teoria quinquipartida? Como critério classificatório pode-
se usar a destinação, mas não para definir tributo.
!48
Espécies tributárias 
Teo%a quinquipa$ite
CTN, artigo 4º ainda é aplicável em sua íntegra? 
Destinação do produto arrecadado é irrelevante? 
CTN, artigo 4º: A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo 
fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: 
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. 
Destinação é variável sistêmica (critério da teoria 
quinquipartite).
!49
Espécies tributárias 
Tabela- vinculação, destinação e restituição
PA
B
Espécie Vinculado Restituível Destinado
Impostos - - -
Taxas/ Contribuições 
(exemplo: previdenciária)
+ + -
Contribuição de 
melhoria
+ - -
Contribuição 
(exemplo:CSLL) 
- + -
Empréstimos 
compulsórios
- + +
!50
Espécies tributárias 
Flow cha$- vinculação, 
destinação e restituição
PA
B
!51
Espécies tributárias 
Tabela- vinculação, destinação e restituição
Espécie Vinculado Restituível Destinado
Impostos - - -
Taxas + - +
Contribuição 
de melhoria
+ - -
Contribuição - - +
Empréstimos 
compulsórios
+ + +
Se
mi
ná
rio
!52
Espécies tributárias 
Flow cha$ - vinculação, 
destinação e restituição
Diferenças essenciais: PAB não vê 
destinação às contribuições de melhoria; 
bem como a vinculação aos empréstimos 
compulsórios 
Seminá
rio
!53
Espécies 
tributárias 
Sch&e%
!54
É tributo? 
Flow cha$
!55
Espécies 
tributárias 
Resumo
!56
Taxa vs. Preço público 
Sch&e%
Taxa é uma espécie tributária definida no texto constitucional, que não pode ter base de 
cálculo própria de impostos e que tem como fato gerador o exercício regular do poder de 
polícia,  ou  a  utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, 
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
Preço público  (ou  tarifa) não é uma espécie tributária definida na Constituição Federal e 
nem tampouco no Código Tributário Nacional. Na verdade,  preço público  é receita 
originária, pago de forma voluntária, visto que o Estado atua como particular na cobrança 
do mesmo. 
Preço público é prestação exigida pelo Estado ou por quem lhe fizer as vezes, em regime de 
direito privado. Distingue-se nitidamente do tributo em uma série de aspectos, sobretudo 
pelo regime contratual que lhe é imanente, em contraposição ao regime jurídico de direito 
público, circundado de prerrogativas de autoridade, típico do tributo, notadamente em 
virtude da compulsoriedade deste gravame, nos termos, é bem de ver, explicitados no art. 3º 
do CTN. 
Para a instituição de preço público, o regime é contratual (ou seja, não há lei em sentido 
formal em sua instituição) e não há compulsoriedade em seu pagamento,ou seja, não se 
paga pela mera disponibilidade (potencialidade) do serviço.
!57
Desigualdade arrecadatória entre 
os entes da federação
Igualdade proclamada no texto constitucional, mas na prática há desigualdade econômica e 
política; 
A União é mais poderosa em em termos políticos e econômicos; concentra para si: Imposto de 
Importação ("II"), Imposto de Exportação ("IE"), Imposto de Renda ("IR"), Imposto sobre 
Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ("IOF"), Imposto sobre Produtos Industrializados 
("IPI"), etc.; 
Imposto sobre Grandes Fortunas ("ISGF") também está na competência da União, mas nunca 
foi editado; 
União também tem competência extraordinária --> Exemplo: previsões do artigo 148, CF/88; 
Para os estados, fica o Imposto sobre a propriedade de veículos automotores("IPVA"), Imposto 
sobre circulação de mercadorias e serviços ("ICMS") e Imposto sobre transmissão causa mortis 
e doação ("ITCMD"); 
Para os municípios, resta o Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana ("IPTU"), 
Imposto sobre serviços ("ISS") e Imposto sobre transmissão de bens imóveis ("ITBI"); 
Conclusão: União é mais "rica".
!58
Fontes do direito
PBC: 
Algumas definições: 
1.Fonte do Direito: acontecimento social apto a produzir normas (juiz, legislativo, 
etc.); assim, o direito vem de um fato social que vai ser revestido de direito, na 
forma jurídica do contrato, lei, ato do executivo; 
2.Veículos introdutores de norma: remete ao processo de enunciação, ao 
procedimento de se fazer uma norma; 
3.Norma introduzida: a norma que surge do processo legislativo; 
4.Enunciação: ato de comunicação; ação do sujeito que fala; trata-se de expressar 
conteúdo; para PBC, fonte é aquilo que está na origem; a enunciação; 
5.Enunciado: é a mensagem passada adiante; pode ser a norma em si (numa lei, os 
artigos são enunciados);
!59
Fontes do direito 
Teo%a dos atos de fala
!60
Fontes do direito 
Enunciado-enunciado e enunciação-enunciada (& já não entendendo ma) nada...)
Enunciação
Enunciado
Enunciação
!61
Fontes do direito 
Enunciado-enunciado e enunciação-enunciada (& já não entendendo ma) nada...)
Retomando a imagem anterior: 
Enunciação: traz informações do processo de introdução da norma ao sistema jurídico; 
Enunciado: mensagem em si. 
Mais alguns conceitos... 
1.Enunciado-enunciado (substantivo-adjetivo): é a mensagem que mais 
interessa no texto publicado; é dele que se extrai o direito 
introduzido(inovação, extinção ou modificação de direitos); é a mensagem 
publicada; 
2.Enunciação-enunciada (substantivo-adjetivo): informações que fazem 
parte do processo de enunciação; é publicada juntamente com o conteúdo 
normativo; informações que não criam o direito, mas são importantes para 
a criação do direito válido; trata-se da enunciação que foi enunciada.
!62
Fontes do direito 
Enunciado-enunciado e enunciação-enunciada (& já não entendendo ma) nada...)
Enunciação como instrumento introdutor de normas do direito 
tributário: 
1.Auto de infração (enunciação) --> Instrumento introdutor de normas do 
direito tributário; 
2.Contrato (cláusulas = enunciados-enunciados) --> Introduz normas no 
sistema; 
3.Decisão judicial; 
4.Processo legislativo. 
Dois elementos: (i) órgão competente; (ii) procedimento.
!63
Fontes do direito
PBC não concorda com a doutrina tradicional de fontes do direito, 
que em geral define as (i) leis; (ii) jurisprudência; (iii) doutrina; (iii) 
costumes; (iv) doutrina; como fontes. Algumas críticas: 
1.A lei (expressão circular) é o próprio direito positivo. Como 
poderia ser fonte? 
2.As decisões judiciais formulam normas. Como poderia ser fonte? 
3.Doutrina não obriga ninguém; 
4.Costume só obriga quando direito positivo prever essa hipótese. 
Como pode ser fonte daquilo que a determina?
!64
Fontes do direito tributário 
In(rumentos introdutores de normas
Instrumentos primários: veículos que podem de 
fato inovar o direito; 
Instrumentos secundários/ derivados: diplomas 
reguladores que não podem criar direito novo; 
servem para aclarar mensagens legislativas. Às 
vezes cria sérios problemas em matéria tributária, 
porque o ente passa a criar direito novo (modais 
deônticos - obrigatório, permitido e proibido) 
utilizando-se de instrumento secundário;
!65
Fontes do direito tributário 
In(rumentos introdutores de normas
Instrumentos 
primários 
Instrumentos 
secundários 
Constituição Decreto executivo
Lei (complementar e 
ordinária)
Instruções ministeriais 
Lei delegada Circulares 
Decreto legislativo Portarias
Resolução Ordens de serviço
Medida provisória Outros atos normativos estabelecidos 
pela autoridade administrativa
!66
Fontes do direito tributário 
Con(ituição federal
 CF/88 - muito presente no direito tributário brasileiro; sem paralelos ao redor do 
mundo. Trata-se de uma carta de competências, garantias do contribuinte. Não cria 
objetivamente tributos; 
Se sobrepõe aos demais veículos introdutórios de normas; 
Regras de estrutura: normas (sobrenormas) que prescrevem como outras normas devem 
ser produzidas, modificadas ou extintas. Não tratam diretamente da conduta que suscita 
vínculos tributários, mas do conteúdo ou da forma que as regras devem ter; 
Consigna permissões para os legislativos da União, dos Estados e dos Municípios 
instituírem seus tributos e também é lá que estão fixados os limites positivos e negativos 
da atividade legislativa; 
Enumera princípios que servem de diretrizes que orientam o exercício das competências 
impositivas --> Segurança jurídica; 
Contribuição de caráter assistencial introduzida pela CF/88 (CF cria tributos?). A CF não 
é o veículo adequado para a criação de tributos.
!67
Fontes do direito tributário 
Le) (complementar e or#ná%a)
Lei ordinária X Lei complementar ("LC"): relação de hierarquia? 
Em outras jurisdições não há função relevante do texto constitucional, nem discussão 
de hierarquia entre as leis ordinárias e complementares 
Lei complementar	
Natureza ontológico-formal --> temas anteriormente previstos pela CF/88; 
Normalmente com caráter nacional; 
Há uma lei complementar que é hierarquicamente superior às outras leis 
complementares/ordinárias - sobre a criação de leis (LC nº 95/1998); 
Definir o que é uma grande fortuna: legislação complementar; 
CF, artigo 146 - Papel da lei complementar em matéria tributária;
!68
CF/88, artigo 146: Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes 
especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos 
impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
III - o recolhimentoserá unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados 
será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único 
de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
!69
Fontes do direito tributário 
Le) (complementar e or#ná%a)
CTN foi recepcionado pela CF/88, com eficácia de lei 
complementar. 
LC nº 70/1991 - isenção da COFINS para sociedades profissionais 
de engenheiros e advogados. Posteriormente, lei ordinária retirou 
essa isenção --> Definição em razão da matéria - STF: se o tema 
fosse ontologicamente de lei complementar, só outra lei 
complementar poderia alterar essa matéria - trata-se de matéria 
que por sua natureza não precisa de lei complementar. Resolve-se 
a antinomia por critério de cronológico, não hierárquico. 
Há outros instrumentos introdutórios primários de normas 
importantes para o nosso ordenamento jurídico.
!70
Fontes do direito tributário 
Le) (complementar e or#ná%a)
Lei or#ná%a	
É instrumento mais comum; competência da União, estados, DF e 
municípios. 
PBC: “A lei ordinária é, inegavelmente, o item do processo legislativo 
mais apto a veicular preceitos relativos à regra-matriz dos tributos, 
assim no plano federal, que no estadual e no municipal. É o 
instrumento por excelência da imposição tributária. E estabelecer um 
tributo equivale à descrição de um fato, declarando os critérios 
necessários e suficientes para o seu reconhecimento no nível da 
realidade objetiva, além de prescrever o comportamento obrigatório de 
um sujeito, compondo o esquema de uma relação jurídica.” (2012)
!71
Fontes do direito tributário 
Lei delegada
Lei delegada está em desuso no Brasil; é elaborada pelo 
presidente da República, nos termos definidos pelo Congresso 
Nacional (certos limites para o presidente legislar por decreto). 
!72
Fontes do direito tributário 
Decreto leg)lativo
Decreto legislativo é parte relevante do procedimento de celebração de tratados 
internacionais (itens abaixo indicam o procedimento); atuação conjunta do executivo e 
legislativo. 
1.Fase de negociação: discussão com representantes de outros países - chega-se a um texto; 
2.Rubrica: acordo do presidente com a minuta do tratado; 
3.Necessário o referendo do Congresso Nacional; 
4.Congresso publica o decreto legislativo - importância de referendar a negociação do 
executivo; 
5.Presidente volta ao âmbito internacional e declara que houve o referendo do Congresso 
Nacional; 
6.Troca dos instrumentos de ratificação - criação da obrigação internacional; 
7.Presidente publica um decreto dando ciência de seus atos. 
Também é importante para convênios.
!73
Fontes do direito tributário 
Resolução do Senado & do Congresso Nacional
Resolução: Senado Federal decide mediante 
Resoluções (temas como alíquota máxima de 
ITCMD, alíquota mínima do ICMS, etc).
!74
Fontes do direito tributário 
Me#da prov)ó%a
Mesmo nível hierárquico da lei ordinária. 
Origem histórica: CF/1967 - decreto-lei podia regrar em matéria de finanças públicas. Legislativo poderia 
apreciá-los, mudá-los e até rejeitá-los (nunca houve contestação). 
CF/88: decreto lei foi retirado do sistema - porém havia preocupação com a governabilidade. Nascimento da 
figura da Medida Provisória, para em tese só ser utilizada em situações de urgência. Aprovação em 30 dias. 
Sarney - MP não aprovada em 30 dias; Saulo Reis (Ministro da Justiça) - ordenamento não impede que a MP 
seja reeditada. 
Emenda Constitucional nº 32/2001- acabou com a figura da reedição; novo regramento para as MP; aprovação 
em 60 dias, adiada por mais 60 dias. As situações que ocorreram antes, permanecem. 
CF/88, artigo 62: Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, 
II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o 
último dia daquele em que foi editada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
!75
Fontes do direito tributário 
Decreto executivo
Regulamentação, não pode inovar, apenas aclarar a 
mensagem legislativa 
Exemplo: qualificação do risco para acidentes de trabalho.
!76
Fontes do direito tributário 
In(rução min)te%al	 	
Orienta os funcionários ministeriais; 
Previsão na CF/88, artigo 85, inciso II: competem aos Ministros de 
Estado para o fim de promover a execução das leis, decretos e 
regulamentos que digam respeito às atividades de sua pasta. 
A prerrogativa não vem sendo empregada por esses auxiliares 
diretos do Presidente da República, que preferem editar simples 
portarias, instrumentos normativos de menor expressividade; 
As instruções ministeriais são veículos úteis para introduzir no 
ordenamento regras jurídicas de nível secundário, fazendo possível 
a aplicação efetiva das leis e dos decretos regulamentares, e 
assegurando, desse modo, a uniformidade da ação administrativa. 
!77
Fontes do direito tributário 
Circular
Orientam os funcionários ministeriais; 
Encerram normas jurídicas de caráter infralegal e 
visam à ordenação uniforme do serviço administrativo; 
Campo de validade restrito a setores específicos, 
destinando-se a orientar determinados agentes 
cometidos de atribuições especiais; 
Não têm a generalidade própria das instruções 
ministeriais.
!78
Fontes do direito tributário 
Po$a%a
Orienta os funcionários ministeriais; 
Regras gerais ou individuais que o superior edita para serem observadas 
por seus subalternos; 
Ocorrem em todos os degraus da escala hierárquica, desde os 
ministérios até as mais simples repartições do serviço público. 
Prestam-se para: (i) veicular comandos administrativos gerais e especiais; 
(ii) designar funcionários para o exercício de funções menores; (iii) abrir 
sindicâncias e inaugurar procedimentos administrativos. 
Substituição das instruções ministeriais expressamente mencionadas no 
texto da Constituição pelas portarias para tornar efetivos os 
mandamentos de lei.
!79
Fontes do direito tributário 
Ordem de serviço
Orienta os funcionários ministeriais; 
Tratam-se de (i) autorizações; (ii) estipulações concretas; 
Destinadas a um determinado tipo de serviço a ser 
desempenhado por um ou mais agentes, especialmente 
credenciados para tal; 
Âmbito bem delimitado, circunscrevendo-se ao serviço e aos 
funcionários que o prestam.
!80
Tratado internacional
Nao revoga norma, apenas afasta a eficácia técnica 
sintática (ver eficácia).
!81
Interpretação
CTN, artigo 105: A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos 
geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência 
tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116. 
Pagar IPTU em 2013, e vende o imóvel em 2013. Razoável pagar 
proporcional, mas para fins tributários pouco importa quem vai pagar. 
Fato gerado do IR é instantâneo. Último ato que se mostra em 31 de 
dezembro do ano de referência (foto). Base de cálculo do IR é 
complexa - evidencia ou não o acréscimo patrimonial. 
Há quem defenda que é complexivo - filme do que acontece ao longo 
do ano. Posição do Roque Carazza e outros. 
Rigorosamente, em matéria tributária, os fatos são instantâneos, não 
faz sentido em tratar de fatos futuros, nem pendentes.
!82
Interpretação
CTN, artigo 106: A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de 
penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa,excluída a aplicação de 
penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que 
não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua 
prática. 
Lei meramente interpretativa: não inova em nada no ordenamento jurídico; as 
interpretações geralmente geram novidades; 
Lei mais benéfica;
!83
Interpretação
CTN, artigo 108: Na ausência de disposição expressa, a 
autoridade competente para aplicar a legislação tributária 
utilizará sucessivamente, na ordem indicada: 
I - a analogia; 
II - os princípios gerais de direito tributário; 
III - os princípios gerais de direito público; 
IV - a eqüidade. 
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não 
previsto em lei. 
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de 
tributo devido.
!84
Interpretação
Limites de atuação do fiscal: analogia, princípios gerais do 
direito público, equidade, etc - Não pode resultar em tributo não 
previsto em lei; 
Vale o princípio da legalidade, assim como no direito penal; 
O STF entendeu que a respeito da lista de serviços tributáveis 
ao ISS cabe interpretação extensiva (mais restrita que a 
analogia); 
Exemplo de interpretação extensiva mais benéfica ao 
contribuinte: imunidade tributária de livros digitais --> Entende-
se que a imunidade não depende do suporte físico (papel).
!85
Interpretação
CTN, artigo 109: Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para 
pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos 
e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. 
CTN, artigo 110: A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo 
e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, 
expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições 
dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos 
Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. 
Gilmar Mendes/ doutrina alemã: eternização das noções 
de propriedade, receita, blá, blá, para as gerações futuras 
--> Congelamento da realidade de 1988.
!86
Interpretação 
CTN, artigo 111: Interpreta-se literalmente a legislação tributária que 
disponha sobre: 
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
II - outorga de isenção; 
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
Artigo 111 do CTN - Interpretação literal --> Pobre, passo inicial 
do processo interpretativo. Esvazia conteúdo da norma inventiva. 
Livro eletrônico é livro ou não? Pelo artigo 111 do CTN, Não é 
livro. O que se imuniza? O suporte físico ou o conteúdo?
!87
Interpretação 
Interpretação econômica
Interpretação econômica do direito tributário - direito 
tributário trabalha com fatos econômicos (entram no 
mundo do direito pela hipótese tributária) - efeitos 
jurídicos e não tributários.
!88
Validade
Hans Kelsen: norma harmônica com o ordenamento; 
PBC: validade como existência; relação de pertinência 
da norma em relação ao sistema; presunção de 
validade de todas as normas que estão inseridas no 
sistema; 
Enquanto a norma pertencer ao sistema, ela é válida.
!89
Vigência
Vigência: qualidade da norma; aptidão para produzir efeitos (norma deve ser 
válida); observam-se as condições de tempo e espaço para a aplicação de regras 
jurídicas; 
Após a vacatio legis (45 dias, se não houver disposição diferente --> Artigo 1º da 
LINDB); 
Em se tratando de matéria tributária ainda há outras limitações, como (i) a 
anterioridade (CF/88, artigo 150, inciso III, alínea b); (ii) a anterioridade 
nonagesimal (CF/88, artigo 150, inciso III, alínea c); 
Anterioridade nonagesimal das contribuições previdenciárias (CF/88, artigo 195). 
Se uma mesma tratar de: (i) instituição de um novo tributo; (ii) deveres do 
contribuinte que não representem aumento ou instituição de tributos. Uma vez 
que a CF/88 (artigo 150) veda a criação de tributos novos ou majorados, nada fala 
de deveres do contribuinte então, respeitada a vacatio legis, esses "acessórios" já 
estão vigentes.
!90
Eficácia
Eficácia pode ser (i) técnica (sintática ou semântica); (ii) jurídica; (iii) 
social; 
Tércio Sampaio Ferraz: 
1.Eficácia técnico-sintática: norma tem o caminho livre, pode ser aplicada 
se a autoridade competente quiser aplicar, flui na cadeia normativa. A ela 
se opõe a ineficácia técnico-sintática (Anomia: não há norma; a cadeia 
normativa fica sem um elo). Problema do direito com o direito. 
2.Eficácia técnico-semântica: lei vai desde o mais genérico, até as 
condutas interpessoais. A aplicação não é automática, deve haver um 
sujeito de direito (agente/ sujeito competente) para aplicar a norma ao 
caso concreto. Exemplo: homicídio, pena só é aplicada por autoridades 
competentes. Problema do direito com o mundo.
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Eficácia 
Ineficácias
Assim... Ineficácia técnica é um obstáculo a execução da norma de 
natureza sintática ou semântica. PAB: extinção de exigibilidade de 
tributo por decisão judicial/administrativa não é ineficácia técnica. 
Ineficácia técnica sintática: norma de eficácia contida (José Afonso 
da Silva), aquela que carece de regulamentação; essa a eficácia que 
fica afetada quando da incidência de tratados internacionais; 
Ineficácia técnico semântica: obstáculos materiais - exemplo: 
greve dos auditores fiscais.
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Eficácia 
Jurí#ca 
Eficácia jurídica: qualidade do fato jurídico, que uma vez 
ocorrido irradia os efeitos, implicando a consequência; 
Exemplo: auferir renda; 
Aptidão de produzir efeitos jurídicos (Lourival Vilanova); 
Aplicação da norma é ato de natureza humana; 
PBC: eficácia jurídica é o mecanismo lógico da incidência, 
o processo pelo qual, efetivando-se o fato previsto no 
antecedente, projetam-se os efeitos prescritos no 
consequente. 
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Eficácia 
Social
PBC: 
Padrões de acatamento com que a comunidade responde aos 
mandamentos de uma ordem jurídica historicamente dada; 
É eficaz aquela norma cuja disciplina foi concretamente seguida 
pelos destinatários, satisfazendo os anseios e as expectativas do 
legislador; 
É ineficaz aquela norma cujos preceitos não foram cumpridos pelos 
sujeitos envolvidos na situação tipificada. Toda vez que a conduta 
estipulada pela norma for reiteradamente descumprida, frustrar-se-
ão as expectativas, inexistindo eficácia social.
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