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DEF0416 -Dir Tributário I - Paulo Barros Carvalho - Turma 182

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Direito Tributário - PBC
1
DIREITO TRIBUTÁRIO
Introdução....................................................................................................................... 1
Ciência do direito e direito positivo......................................................................... 3
Tributo ............................................................................................................................. 4
Espécies tributárias...................................................................................................... 9
Fontes do direito tributário...................................................................................... 15
Vigência, validade e eficácia - interpretação e aplicação da Norma...............20
Veículos introdutores de normas primárias e secundárias ............................ 24
Princípios tributários................................................................................................. 32
Revisão ........................................................................................................................... 34
28.02
1. Introdução
1o semestre:
Direito constitucional do DT
Regras gerais
Elementos econômicos
Sistema tributário
Princípios constitucionais
Imunidade tributária: quando não se pode cobrar tributo – campo negativo.
Campo positivo: regras atributivas.
2o semestre:
Fenomenologia do DT
* Em suma, o direito tributário é muito importante. Todos somos contribuintes (e,
mesmo se não pagantes, desfrutamos dos serviços oferecidos com os tributos).
Exemplo: ISS. Advogados, arquitetos etc. tem uma responsabilidade pessoal
diferente, e, por isso, tem uma cobrança diferenciada do ISS.
Há uma conexão muito forte com o Direito de família, societário, penal,
administrativo, do trabalho, ambiental... ou seja, o seu estudo é relevante.
No Brasil, costuma-se haver um departamento tributário apartado do societário, o que
não é comum no estrangeiro. Isso se deve à grande carga tributária que temos, e
também à complexidade do direito societário brasileiro.
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Direito Tributário - PBC
2
29.02
DIREITO TRIBUTÁRIO – CONTINUAÇÃO
Método
Direito como conjunto de normas válidas: há algumas normas no sistema, mas com
vigência suspensa. Há um número finito, mas indeterminado de normas no Direito
BR.
Relações horizontais e verticais entre normas.
O direito positivo brasileiro é composto por: produções do poder legislativo (no qual
predominam as normas gerais e abstratas); manifestações do poder judiciário
(predominam normas individuais e concretas), atuação e normas do poder executivo;
normas do poder privado, por meio dos contratos, dos quais surgem direitos e
obrigações. Ou seja, não é formado apenas por normas do poder legislativo.
Linguagem da ciência do direito. Qual a diferença entre a linguagem do direito
positivo, e a da ciência do direito? A primeira é prescritiva de condutas, enquanto a
segunda é descritiva de outra linguagem. São linguagens com planos semânticos,
lógicos diferentes.
Como recortar o direito tributário dentre as tantas normas? Didaticamente, é possível
separar fragmentos, pela abstração.
O direito regula as relações inter-humanas, mas não atua sobre uma conduta intra-
subjetiva, apenas quando a mesma se exteriorizar.
Condutas: Dever-ser e Ser. Há 3 condutas: obrigatórias, proibidas e permitidas; há
quem diga que existe uma quarta categoria, do terceiro excluído (?).
Definição
O corte já mencionado é precário, apenas para fins didáticos. Segundo este recorte, o
direito tributário é o conjunto de normas válidas, que tratam direta ou indiretamente
da fiscalização, da instituição e da arrecadação dos tributos. É uma definição aberta,
dada a multitude de normas. Definir é dar os fins dos conceitos, definição é distinta de
conceito.
Princípio da federação
No BR, há 4 pessoas que compõem a federação do BR: união, estados, municípios e o
DF.
O que é tributo?
Não há que se falar em autonomia científica do direito tributário, já que o direito é
uno. O direito, assim como toda a realidade, se manifesta pela linguagem. Fato é o
particípio passado do verbo fazer. Na norma geral abstrata, não vemos fatos, mas sim
verbos.
O direito tributário era estudado na cadeira da ciência das finanças, que tem o objetivo
de estudar a atividade financeira do Estado. Esta não conseguiu dar conta de seus
propósitos, de modo que foi “à falência”. Hoje, o DT ganhou sua identidade, e ganhou
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Direito Tributário - PBC
3
sua cadeira, como uma disciplina. A sociedade pós-moderna é caracterizada pela
complexidade das relações sociais; o DT acompanha esse aumento de complexidade.
Seminário - Monitor Lucas
Funcionamento
3a : PAB
4a feira: PBC – aula e seminário. Entregar questões de seminário, até 6 pessoas.
Entrega toda quarta-feira, impresso, todos devem assinar a capa do seminário, e não
pode atrasar a entrega.
Curso de DT do PBC.
2 provas, seminário + participação -> 4.A1 + 4.A2 + 2.SP/10.
lucas@barroscarvalho.com.br
Próximo Seminário
- Distinção entre ciência do direito e direito positivo.
CD – descritiva.
DP – prescritiva.
O que é norma jurídica?
Juízo deôntico hipotético-condicional
- Deôntico: Dever-ser
- hipotético: SE
- condicional: ENTÃO
- Juízo: união de 2 termos.
Ou seja, uma norma é sempre uma hipótese que, se materializada, implica em uma
conseqüência.
Mas a norma contém uma ambigüidade; como separá-la? Separando a norma em
sentido estrito e em sentido lato. A norma é construída, quer dizer, parte-se das
normas de sentido lato para auferir a norma de sentido estrito.
O que são as Normas de direito tributário?
O núcleo é o tributo. Todas as normas que fazem alguma remissão aos tributos fazem
parte do direito tributário; porém, em especial as normas em sentido estrito, que
digam respeito (i) à competência tributária (da união, dos estados, município, DF); (ii)
à incidência, e (iii) às regras que documentam quando houve essa incidência
(lançamento).
06.03 - PAB
Ciência do direito
- descritiva;
- clássica;
- verdadeiras ou falsas;
- prescrição de situação .
Direito positivo
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Direito Tributário - PBC
4
- prescritiva;
- deôntica;
- válidas/inválidas;
- dirige-se à motivação de condutas.
* O que é a norma jurídica?
É a significação que construo a partir do direito posto. Interpretando a lei, vou
identificar conteúdos normativos.
A estrutura de uma norma jurídica é FATO -> CONSEQUÊNCIA.
Lei X
1. Fica instituído o imposto sobre a renda de qualquer natureza.
2. O IR tem como fato gerador a aquisição direta.
3. O contribuinte é aquele que aufere renda.
4. Alíquota é 27,5%.
5. Base de cálculo é o valor da venda líquida.
6. O vencimento da obrigação é 30 de abril.
§ único – se não pagar, multa de 20%.
7. Se contribuinte, deve apresentar declaração sob pena de multa de 10% sobre o
valor do imposto.
§ único. A apuração do IR ocorrerá no dia 31 de cada ano.
Assim, fica criado o imposto sobre a renda em um dado país.
* Quantas normas jurídicas há nessa lei?
Dado o fato de se auferir renda liquida, no dia 31 de dezembro de cada ano, em
qualquer lugar do território nacional, a conseqüência é que deve pagar esse imposto à
razão de 27,5% sobre a renda liquida à União. Para chegar a isso, usei vários
enunciados, significações para construir um único conteúdo normativo.
Olhando agora só o artigo 7o , podemos construir 2 comandos normativos: dado fato
de ser contribuinte, há obrigação de apresentar declaração. Dada a não apresentação
da declaração, deve ser a multa de 10% sobre o valor do imposto.
Agora, partindo do artigo 6o , também posso construir mais 2 comandos.
* Como distinguir uma norma jurídica de uma norma não-jurídica?
Pela sanção, mas não a multa, mas entendida por uma possibilidade de se recorrerao
Estado juiz, para que ele exija o cumprimento de certa conduta de forma forçada. Se
não se paga o IR no BR, e o fisco descobre, promove execução, vai ao Estado para
pedir que se faça essa execução; se não houver essa possibilidade, a norma não tem o
traço típico do sistema jurídico.
07.03 – PBC
TRIBUTO
Semiótica:
Semântica – signos com os objetos
Pragmática – signos com os sujeitos
Conceito
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Direito Tributário - PBC
5
Definição
CTN, artigo 3o : Tributo é toda prestação (1) pecuniária, (2) compulsória, (3) em
moeda ou em algo que nelas possa exprimir, (4) que não se constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei, e (5) cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada.
(3) Fato jurídico tributário -> Obrigação Tributária
RJ Tributária:
S. Ativo (5) -> $ (1) -> S. Passivo (as os vetores se anulam)
Crédito Débito
D. Subjetivo Dever jurídico (2)
Pecuniária Compulsória
(4) Lei -> Rmit (regra matriz de incidência tributária)
Norma Jurídica:
- Hipótese -> fato -> dever-ser -> conseqüência -> SsRpSp (Q.V.P.)
* a repetição é um instrumento de eficácia no direito positivo; na ciência do direito, é
um absurdo.
Obrigação tributária tem pelo menos 2 sentidos: um deles, é em sentido lato, é a
relação jurídica mediante a qual alguém é revestido do direito de exigir o seu
cumprimento, enquanto outra pessoa tem o dever jurídico de levar o dinheiro. Há o
outro sentido, que só considera a face do dever jurídico.
Fatos lícitos ou ilícitos, não há uma terceira possibilidade. Quando se diz que não
possa ser sanção de fato ilícito, refere-se ao fato jurídico tributário. O direito tributário
não vê o fato ilícito, apenas o auferir renda – o que não impede que haja a sanção
criminal na esfera penal. Em suma, o fato jurídico tributário é sempre lícito.
“Instituída em lei”: tributo como norma. Tributo como norma é uma acepção muito
forte.
* Para Kelsen, o ser humano é um feixe de normas.
* Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: quem cobra? O
Sujeito ativo, titular do direito subjetivo, ou seja, o Estado. Os atos administrativos
podem ser vinculados (o agente deve ater-se inteiramente aos dizeres da lei) ou
discricionários (por conveniência ou oportunidade). Muitas vezes, o Poder público
quer, mediante o critério de conveniência/oportunidade, elevar os tributos, o que, pelo
CTN, não é possível por tais critérios. Caso dos carros dados pelo presidente aos
jogadores da seleção que ganharam a copa, com o dinheiro da prefeitura: não poderia
ter feito isso sem lei.
Não há tributo pela mera vontade dos agentes estatais, independentemente de sua
hierarquia, apenas mediante lei.
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Direito Tributário - PBC
6
Depósito em dinheiro para viagem, que antes era exigido antes de uma viagem ao
exterior, cumpria todos os requisitos de um tributo, então, era um tributo, apesar de
seu nome.
Há autores que defendem que o tributo nasce com a ocorrência de um fato gerador;
outros, que nascem de uma relação jurídica; outros, tratam o tributo como norma.
Enfim, são várias acepções, e nenhuma delas está errada. O que existe é a intensidade
do uso de cada acepção, pela doutrina, pela jurisprudência e pela lei.
Tudo o que satisfizer às cláusulas mencionadas será tributo, independentemente do
nome que receber.
Seminário
Ciência do direito Tributário: é descritiva.
Direito Positivo: prescreve condutas.
No artigo 3o, há conceito ou definição? Definição é um enunciado, uma frase usada
para dar limites a um conceito; já conceito é uma ideia. Há uma definição do conceito
de tributo. Essa definição é obrigatória: o que não obedecer aos seus critérios, não
pode ser considerado tributo. A conseqüência é o regime tributário.
Sendo a ciência do direito um instrumento descritivo, vai olhar a definição e criticá-la,
ou pelo menos a relativizar.
A utilidade da definição é que ajuda a separar o que é e o que não é tributo.
Como identificar isso? Olhar os dispositivos que tenham tributo, para encontrar as
diferentes acepções. Há uma outra acepção, que não apareceu nos esquemas do PBC e
no artigo 3o : a acepção das normas de competência, que aparecem na CF.
“Salário educação”: era uma contribuição previdenciária, apesar de conter todos os
requisitos de tributo.
* Questões:
(i) O texto é direito positivo ou Direito Tributário? Explicar.
É de direito positivo. As definições da lei são estipulativas. Então, se não
correspondem à realidade social, devem ser observadas.
(ii) Quantas normas jurídicas podem ser construídas a partir do texto
supra transcrito? Justificar, apontando-as.
(iii) Quais normas se referem a Direito Tributário? Qual delas institui
tributo?
1. (ii) Norma jurídica em sentido estrito (H->C); sentido lato.
Se tratar de NJ em sentido lato, há o mesmo numero de artigos, ou seja, 10. Se for em
sentido estrito, há 5:
a) fato gerador -> obrigação tributária, é a relação jurídica tributária, que equivale
a todo aquele esquema do PBC; *fato gerador: pode ser tanto a hipótese abstrata
(hipótese tributária) quanto a concreta (fato jurídico tributário).
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Direito Tributário - PBC
7
Fato gerador: Artigo 1º - Esta Taxa de controle de obras tem como fato
gerador os serviços de construção e incorporação realizados por pessoa física ou
jurídica, inscrita ou não no cadastro municipal, no território do Município de
Bragança Paulista.
- Qual a hipótese jurídica do IPTU? Se proprietário de imóvel urbano. Por isso, é
importante saber (i) o lugar; (ii) quando será pago.
Obrigação tributária: alíquota, base de cálculo, local.
b) não pagamento -> multa: essa obrigação é entre o município que vai cobrar o
tributo e o contribuinte (norma primária sancionatória); não é a mesma acepção do
Kelsen (que defende a norma sancionatória).
c) Obrigação Tributária ->D
d) Não declaração -> multa
e) havendo tributo -> tem que fiscalizar.
** f) Fcm -> SiRSii
* para PBC, fonte de direito é a atividade produtora das normas pela autoridade
competente, que por sua vez é regulada por normas.
** Há, ainda, uma sexta norma, chamada de veículo introdutor: dado que a Câmara
Municipal se reuniu, votou, e sua decisão foi publicada, passa a viger a partir de uma
data. A partir disso, estão todos obrigados a obedecer isso como lei. Essa relação
jurídica é com a coletividade, com todos.
1. (iii) Norma jurídica em sentido estrito, ou em sentido lato. A NJ tributária em
sentido estrito institui tributo; a outra NJ, em sentido lato, ainda assim interessa ao
direito positivo, pois tem a ver com tributos, à sua instituição, regulação. Há ainda a
norma individual concreta tributária, em oposição à geral e abstrata. No exercício,
todas as normas são gerais e abstratas, com exceção da (f).
2. Criticar a seguinte frase: Direito tributário é o ramo do Direito Público que
estuda as relações jurídicas entre o Fisco e o contribuinte, concernentes à
instituição, arrecadação e fiscalização de tributos.
Essa frase tem defeitos.
1. Cisão do direito: na verdade, é uno.
2. Afirmar que a relação jurídica é só entre o Fisco e o contribuinte é um pouco
restritiva. Não pode ser outro sujeito? Por exemplo, a COSIP (para energia elétrica),
que deve ser recolhida pela concessionária. Ou seja, a União pode delegar a
arrecadação para terceiros.
3. Mesmo noções que não são propriamente de direito público também interessam ao
direito tributário.
13.03 – PAB
O que é tributo?
- Prestação pecuniária compulsória;
- que se não constitua como sanção de ilícito;
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Direito Tributário - PBC
8
- instituída em lei;
- cobrada por atividade administrativa vinculada.
Art. 182, §4o : áreas não edificadas – se não edificar, pagarei IPTU progressivo.“Sob
pena de” – ou edifico, ou a pena para não-edificação é o IPTU progressivo. É tributo?
A norma é “de ser proprietário de imóvel urbano não edificado” – o que implicaria
IPTU maior, ou se é “ser proprietário, auferir renda, estar submetido ao poder político
etc.”, ou seja, não é no esquema fato-sanção, então não é tributo.
Art. 4o, CTN: A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato
gerador, sendo irrelevante para qualificá-lo a sua denominação e a sua destinação
legal.
* Denominação: o legislador, por vezes, é pouco técnico, ou por vezes é ardil,
malicioso e tenta esconder uma figura tributária. Quando ele erra o nome, cabe ao
interprete fazer a reconstrução: reconhecer o tributo e sua espécie, e aplicar seu
regime; no segundo caso, preciso provar que aquilo é tributo, ainda que o legislador
não o tenha chamado assim.
Ex.: encargo financeiro sobre passagem aérea: instituído por mera resolução, para
desestimular as viagens ao exterior. Tinha natureza tributária, deveria ter sido
instituído por lei mas não foi, mas mesmo assim tinha fato gerador de tributo, ainda
que o nome não tenha sido de tributo.
* Destinação legal: é irrelevante. As investigações de natureza tributária terminam no
DARF. 2 perspectivas:
1. o constitucionalismo, reconhece o dispositivo como constitucional; A discussão
sobre a destinação pertence a outras searas que não a do direito tributário.
2. outra, que não reconhece o caráter constitucional, pois a CF recebeu o CTN apenas
naquilo com o qual era compatível.
Na CF, art. 167, inc. 4o há um dispositivo que diz que é proibida a vinculação de
receita tributária advinda de impostos a órgão, fundo e ____. O governante, para
governar, precisa de dinheiro e de certa liberdade para gerir o caixa em seu governo;
essa liberdade é dada pelos impostos, sem a vinculação destes. Exemplo do Quércia,
que queria aumentar o ICMS para construir casas. A questão foi ao Judiciário, que
decidiu que seria inconstitucional, por ser tributo vinculado.
Quando crio uma contribuição, ela tem que ser destinada ao fim para o qual foi criada.
A destinação é irrelevante para classificar como tributo ou não, mas é relevante em
termos de conseqüências tributárias, pois, em sendo tributo, não pode haver
vinculação.
Figuras afins ao tributo
Pedágio
É tributo? Há 2 grandes teorias: há quem diga que é, pois é uma taxa por uma
prestação de um serviço público especifico, de manutenção da rodovia; há ainda quem
defenda (posição majoritária, do STF) que não é: existem só 2 tipos de taxa: pela
prestação de serviço público, e pelo poder de policia. Pedágio é cobrado pelo uso da
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Direito Tributário - PBC
9
rodovia, não há uma previsão para taxa sobre o uso de uma rodovia. Nessas relações,
o que se estabeleceria é um contrato, no qual pago um certo valor para o uso; o
regime é de direito público, não seria tributo.
Em MG, a taxa pode ser cobrada pelo serviço dado, e mesmo pelo serviço meramente
posto à disposição do contribuinte, ainda que não o use. Já o preço público não, teria
que ter havido a prestação do serviço. Há uma faculdade do administrador: pode criar
uma taxa em lei (tributo), ou por preço público (aí só pode cobrar pelo que foi
efetivamente prestado).
* TRU: Taxa rodoviária única. Todo proprietário de móvel – veículo automotor – tem
que recolher uma taxa única. Uma tripla mentira: não é taxa, é imposto; não exige que
esteja em rodovia; não é única, há também o pedágio. O judiciário extinguiu a TRU,
mas criou em seu lugar o IPVA.
FGTS
É tributo?
14.03 – PBC
Há 6 acepções de tributo.
Deve haver adequação ao contexto: contexto é tudo aquilo que envolve o que está
sendo discutido.
* Instrumentos para se dominar um objeto:
Formulação do conceito
Definição
Divisão
Classificação
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
CF: tributos são os impostos, taxas e as contribuições. Há vários critérios para
classificarmos os tributos.
Norma Jurídica:
- Hipótese -> fato -> dever-ser -> conseqüência -> SsRpSp (Q.V.P.)
Ng:
Hz = Cm.Ce.Cz -> Dever-ser -> Ca = Cp(Sa.Sp).(Cq(BC.eL) (?)
Há uma classificação intranormativa, que diz que os tributos devem ser identificados
com a base de cálculo e a hipótese de incidência. O que interessa para esta hipótese é
o critério material. No núcleo da hipótese, há um fato qualquer; encontramos o Estado
atuando, prestando poder de policia, provimentos etc.
Analisando a norma na sua integridade, o critério material vai indicar uma atuação do
Estado; se tivermos uma dúvida, vamos conferir na base de cálculo para verificar se
houve ou não a incidência da norma.
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Direito Tributário - PBC
10
Os tributos são vinculados (à atuação do Estado – são as taxas e as contribuições de
melhoria) ou não vinculados (são os impostos).
Taxa
- DE PODER DE POLÍCIA: É um tributo no qual há uma atuação do Estado,
caracterizada pela prestação de serviços públicos, ou pelo exercício regular do poder
de policia. Também chamada de alvará de licença.
- DE SERVIÇO: serviços públicos prestados com caráter de individualidade, são
divisíveis.
Imposto
É atividade independente de qualquer função do Estado. Por exemplo, o IPI, IPTU
etc. Ser proprietário de imóvel urbano não indica a presença do Estado.
Contribuição de melhoria
É um tributo vinculado, pois há atuação do Estado. Por exemplo, o estado embeleza
uma praça; os imóveis da redondeza valiam uma preço e, depois da obra, passam a
valer mais. Acontecendo isso, é justo que o Estado tribute o acréscimo experimentado
pelos imóveis. Tem aparecido, por exemplo, na construção de pontes, a abertura de
uma avenida etc. Existe a atuação estatal, mas há também outro dado: a valorização
do imóvel. Sendo assim, a administração pode cobrar a contribuição.
É pouco usado no Brasil; a dificuldade da aferição do acréscimo de valor gera muitas
discussões. Há ainda o caso de uma desvalorização de imóveis, por exemplo, no caso
do Minhocão: seria o caso de uma contribuição de “pioria”?
Art. 4o, CTN: A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato
gerador da respectiva obrigação, pouco importando para qualificá-la a denominação e
demais características ... – é uma classificação intranormativa, que está dentro da
norma.
O legislador, muitas vezes, usou de nomes que não de tributo para escapar do regime
nacional dos tributos, que é bem rigoroso. É por isso que o legislador elaborou o art.
4o.
Empréstimo compulsório – art. 148, § único, CTN: É cobrado no caso de calamidade
publica; investimento público de caráter urgente, e de relevante interesse nacional. Há
um tributo chamado de empréstimo compulsório, que tem como hipótese de
incidência a ocorrência de calamidade pública ou guerra externa. Para o prof., isso
talvez tenha sido um excesso por parte do legislador; em nosso pais, quase tudo é de
interesse público, seria urgente, de modo que tudo cairia na hipótese. É tributo que há
de ser cobrado por lei complementar.
Tributos não-vinculados: exemplo são os impostos: 7 para a União, 3 para os Estados,
3 para Municípios. Os Estados são autônomos, e devem obediência apenas à CF, não
estão subordinados à União. Isso é importante pois todo o sistema tributário é baseado
na CF, e é por isso que é tão difícil realizar uma reforma tributária.
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Direito Tributário - PBC
11
Há 4 Sistemas: da União, dos Estados, dos Municípios e o DF. São esferas que
deverão se conjugar, mesmo em termos tributários. Há imunidade recíproca entre
esses entres em termos tributários.
Houve uma destituição que veio a fortalecer a União, economicamente falando.
Foram conferidos 7 impostos para a União: IR, imposto de importação, de exportação,
de produtos industrializados, sobre operações financeiras, territorial rural, e sobre o
trânsito de fortunas. Tributosobre bens materiais, financeiros, ... foi realizado um
estudo, e se conclui que não valia a pena criar o tributo X.
Aos estados: ICMS, Imposto de transmissão causa mortis, IPVA.
Aos municípios: ISS, IPTU, ITP.
Seminário
1a questão:
1. texto da lei: posso atribuir significado a ele, mas não tem significado por si. O
significado não está no texto, nós é que o atribuímos.
* DEFINIÇÃO: tem 2 acepções: estrita (palavras no papel) ou ampla (texto é tudo
aquilo que posso interpretar).
2. Significado:
* a ideia é a base da Lógica. Quando relacionamos 2 ideias, temos um Juízo. Quando
relaciono juízos, tenho um raciocínio. Mas não há conteúdo sem uma forma. Como
faço para expressar uma ideia? Uso um termo. E um juízo? Uma proposição. E UM
RACIOCÍNIO? Um argumento.
Proposição: é a expressão de uma juízo.
Enunciado: é toda expressão a que eu possa atribuir sentido, em respeito às regras
lógicas, semânticas e pragmáticas da linguagem. Isso significa que tem uma estrutura
lógica mínima, identifico conteúdos semânticos mínimos.
Cesar cruzou o Rio Rubicão – isso é um enunciado.
Rio Cesar Rubicão cruzou – não tem sentido.
Norma jurídica: toda norma vai ter que obedecer a uma certa lógica (uma hipótese
implica em uma certa conseqüência). Há em sentido lato e em sentido estrito.
Podemos usar várias normas em sentido lato para se chegar ao sentido de uma norma
em sentido estrito.
A Norma jurídica pode aparecer como termo, proposição ou argumento.
* para o prof. Paulo, não cabe separar regras e princípios. Há princípios que aparecem
como normas em sentido amplo, como a da igualdade, que contribuem para compor o
sentido de uma norma em sentido estrito. Para ele, é tudo norma.
2a questão
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Direito Tributário - PBC
12
Requisitos de um tributo (art. 3o CTN):
- prestação pecuniária;
- compulsória;
- instituída em lei;
- que não constitua sanção de um ato ilícito;
- cobrada pela atividade administrativa plenamente vinculada.
a) Seguro obrigatório de veículos: é prestação pecuniária, compulsória, instituída em
lei, não é sanção, e cobrada por atividade vinculada. É TRIBUTO.
Essa posição não é segura na doutrina: muita gente entende que não é tributo, pela
destinação. Com a ideia de que é seguro social, explica-se a destinação; mas o art. 4o,
II, CTN diz que a destinação não importa. É mais seguro, portanto, afirmar que é
tributo pelos requisitos do art. 3o, pelo âmbito tributário cumpre todos os requisitos.
b) multa decorrente de atraso de IPTU: é pecuniária, compulsória, lei, atividade
vinculada, mas é sanção. Se falhar um dos requisitos, NÃO É TRIBUTO. O regime
jurídico aplicado é outro.
c) FGTS: é um depósito, prestação pecuniária, compulsória, instituída em lei, não é
sanção, cobrado por atividade vinculada. É TRIBUTO. Segundo a jurisprudência (STJ
e STF), não é tributo, pois a destinação desses recursos é um fundo – e não o Fisco, e
o sujeito pode resgatar; entendem que é uma contribuição social. Antes de 88, era
considerado tributo; em 88, houve uma emenda constitucional que o colocou no rol de
garantias do trabalhador, e isso indicaria que não é tributo, mas sim uma garantia do
trabalhador, portanto, não tributável. A conseqüência disso é no período prescricional
aplicado ao FGTS, de 30 anos.
d) custas judiciais: pecuniária, compulsória, em lei (sim e não), não é sanção, cobrada
por atividade vinculada. É tributo? Tem o problema de ser instituída em lei; os
tribunais instituem resoluções, por isso o STJ indica que não é tributo, pelas
resoluções; já o STF entende que é, pois deve ser por lei. Já foi objeto de ADIN. Se
foi instituída por instrução normativa, é tributo ou não? Falha a definição, ainda assim
é tributo? Sim. É uma falha do tributo (art. 150, I, CF), portanto, isso mostra uma
irregularidade do tributo.
3a questão
Instrução normativa para instituir tributo – é ou não pagamento devido de tributo? Se
é indevido, ou falhou pela legalidade, ou pela cobrança em si.
Por exemplo:
Instante 1, há uma lei – institui o tributo.
Instante 2, importação – ainda não é devido o tributo, só será no desembaraço.
Instante 3, chega no porto e há o desembaraço aduaneiro – tributo a ser pago. Quando
faz o pagamento, só aqui é que há a incidência do tributo de importação. Ou seja,
constitui a obrigação tributária, com o lançamento. Aqui, há um tributo previsto em
lei, cuja incidência já foi considerada. Tributo concreto não corresponde ao abstrato.
Instante 4: percebeu que pagou a mais, e ficou revoltado.
Instante 5: conversa com advogado
6: ajuíza Ação –
7: sentença – deve haver restituição. Só aqui é que há a figura do tributo concreto e
indevido. Até então, era considerado como tributo.
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13
* é importante separar os momentos.
Se não há previsão abstrata, ainda continua haver tributo até que o judiciário decida
que não há. O tributo só deixa de existir quando há um ato da autoridade competente
anulando a norma tributária anterior; até aquele momento, é tributo.
20.03
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Art. 145, CF: Impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Art. 148, 149, CF: Menção a outras figuras tributárias: empréstimo, contribuições
sociais, de interesse de categorias profissionais, de intervenção no domínio
econômico.
Quais são as espécies tributárias?
Há uma corrente doutrinária que trabalha muito com a nomenclatura, a denominação;
para ela, são 5, pois a CF faz referência a 5 nomes diferentes.
Questões
* Existem classificações certas ou erradas? Úteis ou inúteis?
Classificar é segregar em classes; só será boa se identificar, para cada classe, um
único critério classificatório. Toda subdivisão em classes tem que permitir que as
classes subdivididas, quando somadas, possam representar o todo, sob pena de se ter
uma “falácia de divisão cruzada”. Isso significa que sempre que tiver 2 critérios
classificatórios para uma única classificação, esta pode estar errada, caindo na dita
falácia.
Olhando o art. 145, parece haver 3 espécies de tributos, mas há ainda os arts. 148 e
149. Há quem diga que o 145 diz que são 3, mas que são as 3 que podem ser criados
por U, E, M e DF, já nos outros dispositivos são tributos que só a União pode criar,
por exemplo.
O tributo pressupõe a ocorrência de um fato licito, e estabelece o pagamento de certa
importância ao Estado. Ou seja, F -> C.
Os tributos são:
- vinculados: o fato gerador é um fato do Estado (prestação de serviço público,
exercício de poder de policia etc.).
-> Taxas: (i) prestação de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição; ou (ii) quando houver o exercício do poder de
policia*.
-> contribuições de melhoria: obra pública da qual decorra valorização
imobiliária.
- não vinculados: é um fato particular (por exemplo, alienar minha propriedade).
-> Impostos.
Taxa
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14
* como as hipóteses de cobrança de taxa são restritivas, não posso exigir uma taxa de
uso. Por exemplo, não poderia tributar uma rodovia por uma taxa; para se sustentar
que o pedágio é taxa, tenho que pagar para que o Estado preste um serviço específico
e divisível. O STF considera, portanto, o pedágio como preço público, pois você paga
para usar.
Posso cobrar o tributo em relação ao serviço prestado, ou posto à disposição para uso.
Por exemplo, pode-se cobrar a água usada e aquela que ainda não foi usada, mas já
estava na caixa de registro – isso partindo do pressuposto que é taxa. Se considerar
que é preço público, aí não pode cobrar o que não foi efetivamente usado ainda,
mesmo que posto à disposição.
Poder de policia: deve haver uma lei administrativa, ou seja, haverá uma vigilância
administrativa do Estado. Há 2 leis, genericamente: uma que cria, estabelece o poder
de policia,e outra que estabelece o tributo, a taxa. As taxas não podem ter base de
cálculo igual a do imposto, como indica o art. 145, CF.
A taxa deve remunerar o custo da atividade estatal; é praticamente impossível que se
tenha uma perfeita identidade entre o que se gastou, e o que se arrecadou. Não tem
propósito de gerar lucro, superávit.
Se o Estado deixa de prestar o serviço, posso deixar de pagar a taxa? Sim, mas não é
razoável exigir, por exemplo, que se pago uma taxa de fiscalização, que todo ano
devo ser fiscalizado, mas deve-se auferir se isso não está ocorrendo com ninguém, ou
só comigo.
Se o tributo não for taxa, nem imposto, haveria ainda a contribuição de melhoria.
O STF reviu seu posicionamento de que o controle de tributo arrecadado poderia ser
flexível, para pregar um controle mais rígido.
Contribuição de melhoria
Contribuição de melhoria é um tributo pouco utilizado no Brasil. Por quê? Pelas
exigências legais desse tributo.
Arts. 81 e 82, CTN: requisitos: publicação prévia do memorial do projeto, orçamento
da obra, delimitação da zona beneficiária etc.
Ou seja, um prefeito bem intencionado que assuma um mandato e resolva asfaltar
uma rua, terá 2 problemas: será difícil errar na contratação da empreiteira; é provável
que crie o tributo no começo do mandato, e ao final ainda não tenha resolvido os
problemas com a construção. É mais fácil asfaltar e mandar ao contribuinte uma taxa
de pavimentação. Não pode, porque pavimentação não é serviço público, é obra
pública, e o único tributo para esta é a contribuição de melhoria.
* não posso vincular, em lei, a arrecadação de imposto a uma despesa. Por exemplo, o
aumento do ICMS por Quércia, para construção de casas populares – não poderia ter
feito isso, vinculou um imposto.
Empréstimos compulsórios e contribuições sociais
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Direito Tributário - PBC
15
São tributos? As espécies tributárias são 3, que se classificam em vinculados ou não
vinculados, dependendo da analise do fato gerador. O empréstimo compulsória e a
contribuição social será sempre imposto ou taxa, dependendo de seu fato gerador.
E o FGTS? Para o STF, não é tributo, é um direito, uma garantia ao trabalhador;
jamais ingressa como receita pública, ingressa para voltar ao particular. Para quem
defende ter natureza tributária, o fato “pagar salário” seria um fato particular e, por
isso, um tributo qualificado como imposto.
21.03 - PBC
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Como ciência ou direito positivo?
Como ciência = Direito Tributário
Como direito positivo = direito tributário.
O direito vem da lei no sentido amplo. Da doutrina, da jurisprudência e do costume.
Esse costume era uma prática reiterada no direito brasileiro. No direito positivo,
teremos a lei, a doutrina, a jurisprudência e o costume.
A lei vem da lei; e a primeira lei, de onde vem? Portanto, isso não diz nada, não diz
qual a fonte do direito positivo.
E a jurisprudência? É a coleção de normas expedidas pelo poder judiciário. É uma
parte do direito positivo, formado pelo processo legislativo. O poder legislativo
expede normas também, normas preponderantemente individuais e concretas. Muitas
delas até gerais e abstratas. O poder judiciário expede normas, que compõem o direito
positivo.
As fontes do direito positivo são a lei, a jurisprudência (é direito tributário, por isso
não pode ser fonte do direito tributário como ciência).
A doutrina é o conjunto de estudos, palavras que dizem como é o direito positivo, mas
não cria direito positivo, portanto não pode ser fonte do direito positivo. O que pode
acontecer é o legislador ser influenciado pela doutrina e incorporar esta na lei, mas
isso é um meio indireto. A doutrina pressupõe a existência do direito positivo. A
doutrina NÃO é fonte do direito tributário positivo.
O costume são as práticas reiteradas que a comunidade reconhece como algo
recorrente. Muitas vezes é consagrado pelo direito; muitas vezes não é o costume que
faz surgir o direito tributário. O art. 100 do CTN diz que o contribuinte pode invocar
decisões reiteradas da autoridade administrativa, e isso é um costume. Mas não por
isso podem ser observadas, mas sim porque existe o artigo 100, que releva à condição
de fato jurídico essa prática. O costume não é nada enquanto não acolhido pela lei. O
legislador vê que certos costumes são positivos e, assim, os incorpora nas leis.
O direito positivo é formado pelas construções, normas do poder legislativo, pelo
poder judiciário, mas também pelas normas construídas pelo poder administrativo
(decretos, portarias, regulamentos etc,, ou seja, normas postas pelo poder executivo).
O setor privado também cria normas, pelos contratos regularmente estabelecidos; as
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Direito Tributário - PBC
16
declarações unilaterais de vontade, como o testamento, insere direitos e deveres que
não existiam.
Outra coisa é outorgar hierarquia a essas normas. Só a lei pode fazer criar direitos e
deveres correlatos. Os contratos têm que seguir o disposto na lei. Hierarquia no direito
brasileiro, que se aplica ao direito tributário.
A linguagem do direito positivo é prescritiva de condutas; a ciência do direito é uma
metalinguagem do direito positivo, é descritiva.
* Afinal, o que são essas fontes? De onde vem o direito?
De manifestações sociais organizadas, como o Poder Judiciário, Executivo,
particulares celebrando contratos previstos em lei. O direito positivo virá do fato
social previsto pelo direito.
Portanto, para o tema das fontes, temos que sair do direito, segui-lo para ver como
nasce.
Se fizermos uma abstração, fica um fato social, e é este que vai fazer surgir o direito.
Não podemos dissociar as duas coisas, o que fazemos são cortes metodológicos,
provisórios. Impõe-se que venhamos a fazer cortes, separando assim do direito
constitucional e outras áreas.
Para cuidar das fontes, também é preciso uma abstração.
As normas, no direito BR, são postas mediante veículos introdutores de normas. Que
veículos são esses? Leis, medidas provisórias etc. Os veículos em questão transportam
normas para dentro do ordenamento. As normas vêm sempre aos pares.
Conhecer é reduzir complexidades. Conheço um objeto quando fico apenas com
aquilo que é imprescindível para o conhecimento do objeto.
Quem disse que os veículos introdutores são normas? São, no caso de veículo
introdutor legislativo. Mas outros veículos podem ser as decisões judiciais, por
exemplo.
Havendo 2 normas contraditórias, não podem ser aplicadas concomitantemente. Por
qual delas optar? Qual o veículo introdutor de N1 e N2? Se N1 ingressou no sistema
por força de decreto, e N2 for objeto de lei, daremos prevalência a N2. O veículo
introdutor insere normas no sistema, mas também é o meio que nos orienta quanto à
hierarquia do sistema. Portanto, tem essas 2 funções.
Não há sistema sem hierarquia.
Podemos pensar os veículos introdutores especificamente. Por exemplo, os do poder
legislativo: emendas à CF, leis complementares, MPs, decretos legislativos e
resoluções do Senado.
* personalidade jurídica para o DF.
Alguns veículos introdutores:
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Direito Tributário - PBC
17
- Lei complementar pressupõe matéria prevista na CF, e maioria absoluta nas duas
Casas.
- Conjunto de normas que compõem a lei delegada: por exemplo, as MPs. As medidas
provisórias podem alterar a lei?
Não há norma introduzida sem norma introdutória.
Esse tipo de estudo nos permite percorrer todos os itens do processo legislativo,
executivo, judiciário, e atos do setor privado que interferem no direito tributário. O
estudo das fontes vai se estendendo.
Seminário
(i) A presente lei institui tributo? Justificar, apontando a norma jurídica
responsável pela criação do tributo.
Antes de responder, é necessário atentar para o seguinte:
Domínios:Ataliba sugere 2 domínios – vinculação ou não-vinculação. A teoria das
classes é tomar a classe maior e separar em classes menores. Critério. 3 regras.
Impostos: são não-vinculados.
Taxas: Vinculadas.
Contribuição de melhoria: vinculada – deve ter havido obra pública, e valorização.
* já que consigo ver diferenças, posso usar outro critério: se é uma vinculação direta
ou indireta, para diferenciar taxa e CM. Aí, estipulou outro critério: vinculação direta
ou indireta.
Art. 4o, CTN: a natureza de um tributo é definido por seu fato gerador. Por que insistir
no binômio? Toda norma tem na sua base de calculo um critério para mensurar o
tributo a ser cobrado. A base de cálculo pode afirmar o fato gerador, pois quando não
há um artigo prevendo, mas há a base, consigo inferir o fato gerador; confirmar o fato
gerador; há ainda a função de infirmar, no sentido de negar. Quando há uma
contradição entre base de cálculo e o fato gerador expresso, deve prevalecer a base de
calculo.
No art. 145, II, CF, as taxas não poderão ter base de cálculo de imposto. No art. 154,
quando fala da competência residual da União, esta poderá instituir tributo a despeito
do fato gerador.
A classificação anteriormente proposta, por isso, é intra-normativa.
Há 5 espécies tributárias, para o STF:
impostos
taxas
CM
Empréstimos compulsórios
Contribuições sociais
A classificação que a CF sugere é internormativa, porque vou colocar, alem da
vinculação à Ação do Estado outro critério, o da destinação da receita. Alem da
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destinação, podemos usar outro critério ainda: a restitutibilidade, possibilidade de
restituir ou não o tributo pago.
Vinculada? Destinada? Restituível?
Imposto x x x
Taxa ok ok x
CM ok x x
Empréstimo comp. x ok ok
Contribuições s. x ok x
A CF/88, quando emprestou relevância à situação de destinação, utilizou 3 critérios.
Como aplicar os critérios?
1. é vinculado ou não vinculado?
2. é destinado ou não?
3. é restituível?
Há 8 subclasses possíveis, com esses 3 critérios – o que não significa que vou
preencher os 8 conjuntos. Não importa exatamente quantas classe é Possível formar,
pois muitas podem ser vazias. É importante extrair qualidades dessas classificações,
serve apenas para que consigamos identificar cada espécie.
Pergunta:
Essa lei instituiu tributo?
É pecuniária, compulsória, não é sanção, instituída em lei, por atividade plenamente
vinculada. É tributo.
Partindo da análise dos critérios internormativos (que ganharam relevância com a
CF/88), no caso de não haver restituição, o que fazer? Na CF, há uma figura com
previsão de restituição: o empréstimo compulsório, que só pode ser instituído por lei
complementar.
(ii) qual a espécie tributária? Realizar exercício por exclusão.
2. Preço público e taxa – qual a diferença?
Taxa
É compulsória a tomada do serviço;
Essencial;
Ex legem (regime público)
Receita derivada do poder do Estado
PP
Não compulsória a tomada do serviço
Não Essencial
Ex voluntatis (regime privado)
Originária
* Para emitir um passaporte, pago taxa. É compulsório? Se quiser viajar para o
exterior, sim. Mas para pegar um ônibus, também é uma escolha, mas pago preço
público. A compulsoriedade deve ser analisada com cuidado. Alguns tratam de
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essencialidade – mas o que é essencialidade? Esgoto é essencial, água também é; não
há uma lei que fixe o preço da água. A água é essencial, mas em que sentido? Não é
uma palavra confiável.
Classificar o regime é classificar pela conseqüência, o que é um Vicio.
Se é receita originária ou derivada também decorre do regime.
Ou seja, não há um critério 100% confiável.
Para a jurisprudência, o mais seguro é se a atividade pode ser delegada a outros
agentes, ela tem que ser cobrada por preço publico; se não pode, é taxa (critério
sugerido por Geraldo Ataliba). Por isso, a maioria diz que é preço público. Mesmo
esse critério tem problemas, basta pensar no pedágio.
No art. 150, V, CF, há uma exceção expressa ao pedágio, ou seja, expressamente a CF
chamou o pedágio de tributo. Por isso, não há um precedente fechado sobre se é
tributo ou taxa.
3. inter ou intra normativa.
Art. 167: proibição expressa de vinculação dos impostos, com algumas exceções.
Essa vedação é só com relação a impostos.
Como explicar o art. 4, II? É norma de direito financeiro, sem repercussão direta
tributária.
A doutrina separa 2 destinações: i) jurídica: para onde deve ser remetida a receita; ii)
afetiva, dada pela lei orçamentária. Se eu tinha a CPMF com a receita vinculada a
saúde, mas se usa para outras despesas pela lei orçamentária, o que se feriu? É
inconstitucionalidade, ou feriu a lei? Posso pedir a restituição desse tributo que não
teve a destinação esperada?
27.03 – PAB
* Tributos:
- vinculados a uma atuação estatal (ex.:taxa e contribuição de melhoria): Hipótese
Tributária -> Fato do Estado
- Destinado
- Restituível1
- Não-restituível
- Não-destinado
- Restituível
- Não Restituível
- não vinculados: HT -> Fato de Particular
- Destinado – contribuição
- Restituível: empréstimo compulsório (art. 148, CF).
- Não Restituível: contribuição.
1 É restituível pois o Estado vai precisar do recurso por um certo período, temporário, e passado este
período, o Estado deve devolver o valor.
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Direito Tributário - PBC
20
- Não-destinado – impostos
- Restituível
- Não Restituível: Imposto.
* Portanto, são 8 possibilidades classificatórias. Essa descrição de todas as
possibilidades teóricas é importante para que não nos esqueçamos de nenhuma delas.
Pode haver restituição de tributo em várias circunstâncias. Por exemplo, no caso de
imposto sobre a renda, se já houve cobrança antecipada ao longo do ano, e, ao final,
se percebe que houve cobrança excessiva, há a devolução. Já no caso da taxa, se ela é
arrecadada para uma determinada atividade estatal, se a arrecadação supera os custos
da atividade, em tese, deveria haver a devolução da cobrança excessiva, ou um
reajuste na cobrança. Deve haver um mínimo de aderência, a taxa é para pagar
determinada atividade estatal.
Nas contribuições, há um encadeamento normativo mais complexo que nos impostos.
Nas contribuições, o encadeamento normativo é: do fato, há uma conseqüência
tributária; dado o não pagamento do tributo, possibilidade de se recorrer ao Estado
para cobrança forçada (execução fiscal).
Norma A: (F->C).(-C->M)->-S
Mas há um segundo desdobramento: se é contribuição para a recuperação de estradas,
a destinação deve ser para aquele fim.
Norma B: (Contrib -> QF1O) é o legislativo aprovando o tributo
Norma C: Lo -> DestQF1O -> (AP-> Dest) é o legislativo aprovando o orçamento
STF - ADIN: valor orçamentário diferente do valor orçamentário do tributo. A lei
orçamentária está sujeita a controle orçamentário; o administrador não pode gastar as
contribuições para outros fins que não aqueles para os quais foram criados. Esse
julgamento deu inequívoco relevo à classificação anterior (de vinculação ou não
vinculação etc.).
28.03 - PBC
VIGÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA - INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO
DA NORMA JURÍDICA
1. Validade
Uma norma ser valida é ele pertencer a determinado sistema.
Existência equivale a validade, no sistema BR. A validade não é um atributo da
norma, é a condição de pertinência de uma norma a um determinado sistema.
Quando se diz que há uma norma X no sistema BR, também significa que ela é
válida.
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Direito Tributário - PBC
21
Pontes de Miranda tem outra concepção, de 3 mundos: existência, validade e eficácia.
Marcos Bernardes de Melo estuda o fato jurídico nos 3 plano, seguindo a concepção
ponteana.
Sistema é um conjunto,um domínio. Quando queremos saber se uma unidade
pertence a uma classe, precisamos saber quais os critérios para pertencer àquela.
Esses critérios seriam os requisitos dentro dos quais as unidades são válidas; no caso
na norma jurídica, a validade seria equivalente à existência.
2. Vigência
Aptidão para produzir, surtir os efeitos próprios à norma.
Há muitas normas que não têm vigência: por exemplo, normas em vacatio legis.
Enquanto a norma não é vigente, não ocorre nada em termos jurídicos, Não se
desencadeam os efeitos previstos. Na medida que entram em vigor, têm vigor, aí sim
surgem os efeitos.
A validade é posição de pertencialidade a uma sistema; a vigência não, é um
predicado da norma.
Problemas
Houve uma emenda à CF de setembro para outubro, que aumentava a faixa de
incidência dos tributos do ICMS, dizendo que, a partir de agora, poderá ser aplicado
no caso dos ativos fixos. Esse caso de aumento da competência só entraria em vigor
em 1o de janeiro do ano seguinte. Os Estados pensaram o seguinte: esta EC aumenta a
sua competência para instituir um imposto sobre determinadas operações, e a partir de
1 de janeiro do ano seguinte, esta competência poderá ser exercido pela cobrança do
tributo; esta é uma norma que atribui competência; os Estados têm que adaptar sua
legislação para este corpo normativo, para possibilitar a dita cobrança.
Princípio da anterioridade
O tributo, para ser cobrado, deve ter lei anterior que o determine. Se os estados
legislassem em 1/1, só poderiam cobrar o imposto no ano seguinte, pelo princípio
constitucional em questão; teriam que esperar os 3 meses, mais um ano (?), para
poderem legislar e cobrar o imposto.
O problema é que os Estados não queriam esperar tanto tempo. Reuniram-se e, para
que pudessem já cobrar o tributo em 1/1, sem ter que esperar mais um ano, decidiram
legislar naquele momento, criando a incidência da norma.
Isso representava um aumento de arrecadação significativo, portanto os Estados
tinham muito interesse nisso, e começaram a fazer pressão para que não se
determinasse a inconstitucionalidade desta lei. A norma, naquele momento (outubro),
era válida, mas ainda não era vigente. Essas leis produzidas pelos Estados seriam
inconstitucionais.
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Direito Tributário - PBC
22
Os diferentes subsistemas (social, moral) tem um modus operandi único, próprio. Às
vezes, quando um sistema fica muito forte, ele consegue operar outros sistemas – o
que aconteceu no BR. O subsistema econômico e político começaram a pressionar o
jurídico, e o problema desapareceu por força daquela interferência. “Autopoiese”.
Esse foi um caso clássico do problema da validade-vigência. Há efeitos práticos
advindos desta questão.
A lei, na sua letra, pode prever o início imediato de sua vigência.
3. Eficácia
Vários sentidos:
- social: pertence ao campo da sociologia do direito. Não interessa ao direito.
- jurídica: é a propriedade que a norma tem. Desencadeia a RJ.
Relação entre 2 ou mais sujeitos. Norma jurídica em sentido estrito (e não em sentido
amplo, que seriam todos os enunciados normativos). No sentido estrito, toda norma
tem uma estrutura hipotética condicional.
F -> C (relação R).
Norma Jurídica:
- Hipótese -> fato -> dever-ser -> conseqüência -> SsRpSp (Q.V.P.)
* quando ocorrer o fato previsto na norma, e ela estiver em vigor, ocorrerá o fato
jurídico (nascerá a RJ), que desencadeará a eficácia jurídica. Isso é a eficácia jurídica.
* A validade não é um atributo, é a relação de existência, de pertencimento a um
sistema; já a eficácia é a força da norma para produzir, desencadear efeitos.
Muitas vezes, a norma é válida, está pronta para entrar em vigor, mas depende uma
cadeia de outros fatos. Por exemplo, a lei do imposto sobre a renda precisa ser
regulamentada; o Presidente expede um decreto regulamentar da lei, que por sua vez
tem fundamento de validade na CF. Há, portanto, uma cadeia, uma corrente de
legitimação. Imaginemos que esse regulamento necessite ainda de mais instruções
ministeriais; o ministro pode utilizar desse instrumento para estabelecer o regime que
quiser – o que prova a existência de uma cadeia no direito.
Nesta cadeia, contudo, falta um elo. Por exemplo, no caso do ministro não expedir a
emenda ministerial, ou demora para a expedir; neste ínterim, a norma está em vigor,
mas não pode ser aplicada ao fato concreto por faltar um elo: a isso se chama
ineficácia técnico-sintática. Uma norma tem tal eficácia quando o caminho “está
livre” para conferirmos sua legitimidade.
Quando há um vazio normativo (anomia = ausência de norma), na cadeia de
positivação, a norma não desencadeia os efeitos que lhe são próprios – ou seja, há
ineficácia técnico-semântica (?).
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Direito Tributário - PBC
23
No caso de não haver anomalias, mas em determinado momento se for criado um
dispositivo que bloqueie a cadeia mencionada, também seria caso de ineficácia
técnico-sintática.
Normas em sentido amplo e estrito
Há normas no sentido amplo (todo enunciado de direito positivo) e em sentido estrito.
Seminário
1) A Emenda Constitucional nº 12/96 previu a possibilidade de instituição
da CPMF pelo prazo de vinte e quatro meses. O Governo Federal editou a Lei nº
9.311/96, veiculando referido tributo por treze meses, que expirou em fevereiro
de 1.988. Após, houve a edição da Emenda Constitucional nº 21/99, alterando o
prazo de vigência da CPMF. Pondo entre parênteses as possíveis
inconstitucionalidades deste tributo, responda:
(i) quais as fontes materiais e formais presentes no contexto;
A norma de competência tem validade, vigência e eficácia próprias. Vigência
limitada a 24 meses; passados os 24 meses, a competência exauriu-se; a lei agiu
contra o comando da CF. Em 1998, acabou o prazo, e a lei não mais tem fundamento
constitucional. Em 99, há EC 21: não volta aquela norma de competência, mas é
criada outra com novo prazo, que possibilitou instituir novamente a CPMF. A lei
9311/96 não pode ser aplicada, é preciso fazer uma nova lei, que teria por base a nova
lei de competência, a de 99.
Fonte formal do caso: é o documento. A previsão no texto da lei; leis, CF,
decretos etc.
Fonte material: é o acontecimento. A movimentação financeira, uma
“emergência” como a crise econômica.
A doutrina entra onde? Há quem diga que é fonte material, por inspirar a
criação da lei. Mas há quem afirma que é fonte formal.
(ii) se determinado contribuinte realiza saque da caderneta de poupança,
referido fato – movimentação financeira – é fonte do direito tributário?
Sim, é fonte material do lançamento, pela corrente clássica, já que todo
acontecimento seria fonte material, é todo acontecimento que poderia estar no suporte
fático de uma norma. PBC pensa diferente.
(iii) e o ato de retenção na fonte realizada pela instituição financeira, é
fonte material ou formal?
É fonte formal, formalizava que houve uma fonte material anterior (o
recolhimento de CPMF por conta de movimentação financeira). Poderia ser fonte
material em relação ao repasse do tributo.
* Não trabalhamos com essa noção de fonte material ou formal.
Incidência
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Direito Tributário - PBC
24
Para PBC, incidência não é automática, nem infalível.
A incidência, para Pontes, é infalível, como um raio, quando há a
correspondência entre o suporte fático concreto e o abstrato. Por este raciocínio, o que
falha não é a incidência, mas sim a aplicação, que é uma ação humana.
PBC, por outro lado, é positivista: para ele, não pode existir nada no direito que
não sejam normas, que são linguagem prescritiva; sendo assim, somente com a
produção de novas normas é que pode haver nova linguagem. Para se passar do ser
para o dever-ser, deve haver uma Ação humana.
Havendo uma lei, o seu significado não está nela,mas sim nós é que a
construímos, e assim construímos a norma jurídica em sentido estrito. Dando
significado ao texto, surge a norma em sentido estrito; todos estamos livres para
interpretar como quisermos, o significado é atribuído pelo intérprete.
Há sujeitos competentes autorizados pela lei a, a partir da visão deles,
estabelecer uma norma jurídica como um juízo hipotético condicional, a esta norma
criada é válida; só será válida se criada dentro do procedimento correto, por um
sujeito competente. É este sujeito competente que verificará se há o cabimento com
uma definição geral e abstrata; havendo este cabimento, tal sujeito é autorizado a
gerar, por exemplo, a cobrança do IPTU, ao emitir o boleto.
Na hora que o lançamento é produzido, ao chegar o boleto de cobrança na casa
de uma pessoa que não entende português, ele não depreenderá que há um comando;
mas, havendo esta compreensão, depreende-se um comando que gera uma obrigação,
aí surge a norma individual concreta. Isso não é automático, depende uma ação do
sujeito. É por isso que PBC diz que a incidência não é automática; se o sujeito, por
exemplo, não recebe o boleto, não sabe que tem que pagar e que tem essa obrigação.
A interpretação que vai colocar a norma no sistema é a do sujeito competente.
Havendo uma falha de interpretação também é uma falha de incidência, do dever-ser.
Para PBC, incidência é igual a aplicação.
Dever-ser e Ser. Impugnação do lançamento pelo sujeito, se este detectar uma
falha no plano do dever-ser.
Se uma norma é válida, é existente no plano do dever-ser. Se a norma for
jurídica e inválida, é uma contradição em termos. Para uma norma ser jurídica, ela
tem que ser válida.
2) Doutrina, jurisprudência e costume são fontes do direito? O artigo 100,
II, do Código Tributário Nacional, quando prescreve que as práticas reiteradas
da administração tributária serão consideradas “normas complementares”, faz
com que o costume adquira status de fonte do direito? Explicar.
3) Qual a relação entre fonte material, fonte formal e validade? Por que é
importante estudar o processo de produção das normas jurídicas tributárias?
Qual a relação entre o processo de produção de normas, a fonte material, os
instrumentos introdutores de normas e as denominadas normas introduzidas?
Explicar.
10.04
VEÍCULOS INTRODUTORES DE NORMAS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
Primários
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Direito Tributário - PBC
25
CF: O ápice é a CF. Ela contem uma infinidade de prescrições tributárias, desenha
cada um dos impostos nela referidos, é extensa em matéria tributária. Isso é um traço
distintivo do sistema BR. Art. 8o, IV, CF: possibilidade de instituição de uma
contribuição confederativa – o que seria, para alguns, um tributo criado no texto
constitucional, o que é uma anomalia, mas é do sistema BR.
Lei Complementar: Características:
- há um espaço para a legislação intraconstitucional estruturar os tributos. Para
algumas matérias, a CF estabeleceu que o regramento viria por lei complementar. Art.
151, CF: grandes fortunas (este imposto jamais foi instituído; o que é uma grande
fortuna? Difícil mesurar, é uma tema delicado, por isso precisa de maioria simples
para dizer o que é uma grande fortuna; esse imposto é ruim, pois a arrecadação é
baixa, e acaba afugentando as grandes fortunas do BR).
- natureza ontológica.
- Lei ordinária: U, E, M e DF vão criar os seus tributos.
* Há hierarquia entre lei ordinária, e lei complementar? 2 posições.
* COFINS sobre sociedades de profissionais – essa sociedade deveriam pagar 3%,
mas uma lei complementar estabeleceu uma isenção. Uma lei ordinária federal revoga
essa isenção, voltam os 3%. Antinomia – como resolver isso? Se houver hierarquia, a
lei superior revoga a inferior; se não, lei posterior revoga a anterior. O Judiciário
exarou 2 posições: o STJ decidiu que a lei ordinária federal não pode revogar
conteúdo de lei complementar, e isso até gerou uma súmula; porém, o STF,
provocado por recurso, defende que a matéria é constitucional, sendo de sua
competência. Decidiu que não há hierarquia entre lei complementar e ordinária, cada
uma tem sua matéria específica; se a complementar tratar de matéria que não é dela,
ela terá materialmente força material de lei ordinária, podendo ser revogada por lei
ordinária posterior, é a matéria que vai importar.
Que outro veículo introdutor é relevante, alem do princípio da legalidade, e a
anterioridade? MP.
- Medida provisória: Antes de 88, havia uma figura legislativa chamada decreto-lei (o
presidente podia legislar sobre finanças por via de decreto-lei, que produzia efeitos
sem nenhuma restrição temporal enquanto não aprovada lei no Congresso Nacional).
O congresso não discordou de nenhum dos decreto-lei aprovados – o que indica o
autoritarismo do regime ditatorial. A figura da MP nasceu na CF. Foi estruturada da
seguinte maneira: o Executivo pode editar uma MP, que terá efeitos por 30 dias, e,
depois, só produzirá efeitos se for editada lei. A solução era boa, porém, na época de
Sarney, uma MP não foi aprovada depois dos 30 dias, o que levou à produção de um
parecer de Saulo Ramos no sentido de que a CF não proíbe que outra MP, de igual
teor, seja assinada no 31o dia, o que levou a uma reiteração de MPs com o mesmo
conteúdo. Isso representava uma inequívoca afronta à CF. O STF deveria ter
rechaçado isso, mas não o fez; o Congresso é que reagiu, com a EC 02/01, que alterou
as prescrições da MP e estabelecer uma série de nulidades em relação a ela.
- Se a MP só cabe se for relevante e urgente, o Congresso tem que avaliar se é
relevante ou urgente, preliminarmente.
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Direito Tributário - PBC
26
- Precisa passar por uma Comissão Mista.
- Vale por, no máximo, 120 dias; depois, se não aprovada, sai do sistema.
- Não pode tratar de matéria de lei complementar.
- MP que prega a majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício seguinte se
for transformada em lei até o último dia do exercício em que foi criada.
- Resoluções do Senado Federal:
- Decreto Legislativo: por meio do qual se referenda tratados internacionais; começam
com a rubrica de um presidente da República, passa pelo Congresso Nacional
(Câmara primeiro, depois Senado), e, depois, o chefe do poder executivo (presidente,
governador, prefeito) deverá editar o decreto legislativo. Abaixo do Decreto:
Portarias, circulares etc.
- Lei delegada: não tem sido muito usada.
Secundários
Decreto
Portarias
Circulares
Etc.
Próxima aula: REVISÃO E DÚVIDAS.
11.04 - PBC
Validade
Não é um atributo da norma, é um pressuposto da existência da norma. O que é ser
válida? Produzida por uma autoridade competente, segundo um procedimento, um
processo legislativo específico.
Vigência
É a força que a norma tem para irradiar aos efeitos que lhe são próprios.
Nem toda norma tem vigência; algumas são válidas, e ainda não entraram em vigor.
Art. 1o, LIND.
Muitas vezes, há previsão na própria lei de quando entrará em vigor. No inter- tempo
até a entrada em vigor, a norma é válida, mas não tem vigência ainda. Há uma
vigência só para frente (é aquela da lei nova, que entra em vigor na data de
publicação, ou 45 dias após sua publicação), ou só para trás (exemplo seria o do
Imposto do Selo, que não mais interessa à União por ser muito trabalhosa, anacrônica;
mas para expulsar uma norma do sistema, preciso de outra norma para tal, aí editou-se
nova Lei, todavia, durante 5 anos – o prazo de decadência – a Fazenda foi lavrando
autos de infração, e, como a lei não dispunha sobre o passado, não instituía a
remissão, a Fazenda entendeu que poderia aplicar a Lei do Imposto quando se
deparasse com um contrato que caísse no escopo da Lei do Selo, e, portanto, a
Fazendo foi lavrando autos de infração àqueles que não cumprissem a lei em
questão), ou ambos.
Eficácia social
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Direito Tributário - PBC
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Não interessa propriamente ao direito, mas sim à sociologia.
Eficácia jurídica
Técnica-sintática: a norma se aplica mediante o processo de positivação, desce das
alturas até a região material das condutas, de acordo com a hierarquia. Esse processo
de positivação é que faz uma norma geral e abstrata tornar-se concreta. Pressupõe a
existência de cadeias. Muitas vezes, na corrente que se forma falta uma norma
importante: por exemplo, a União criou a Lei do IPI, e, com base nela, o presidente
expede decreto regulamentando a lei do IPI. Em alguns momentos, este decreto
demanda expedição de instrução ministerial, até chegar à situação concreta. Acontece
que pode ser que o ministro demore para expedir a instrução, criando uma situação de
anomia. Haverá aí a ineficácia técnico-sintática, falta uma norma para que a norma
geral e abstrata seja aplicada.
Isso pode ocorrer por ausência de norma, ou pela existência de uma norma estranha,
que venha a bloquear
Técnico-semântica: ocorre quando a cadeia está livre, a norma pode fluir em direção,
mas na hora da aplicação efetiva, falta um requisito de ordem material. Por exemplo,
a policia rodoviária vai medir a velocidade das estradas, e, se houver excesso, aplica a
multa adequada. Digamos que na hora de fazer isso, verifique-se que o radar não está
funcionando, não havendo condições materiais para medir; a lei é válida, a norma está
em vigor, o processo de positivação está livre, mas não poderá ser aplicado por falta
de condições materiais.
* a eficácia significa a força que a norma tem, estando em vigor, para irradiar efeitos.
Como se processa a vigência? Pela relação da eficácia jurídica com o fato jurídico; é
este que tem a eficácia jurídica.
A vigência também pressupõe essa força interna. Quem faz a ligação é a eficácia
jurídica.
Como a lei se aplica ao espaço e ao tempo? Art. 71, CTN: rege-se pelas disposições
legais aplicáveis às normas jurídicas em geral. As normas tributárias se regem pelas
normas gerais, a não naquilo que é específico a elas.
Tempo
A lei não pode ser retroativa, a não ser que ela já existisse.
Espaço
- territorialidade: cada pessoa da Federação edita suas normas tributárias, que se
aplicam no âmbito territorial de cada pessoa. É a regra geral.
- extraterritorialidade: uma norma de SP pode ser aplicada em MG, havendo
convênios neste sentido.
Incidência
É algo que nasce com a aplicação do direito. As normas não incidem por conta
própria, pois não têm vida própria, são inanimadas. Houve muita discussão
doutrinária sobre isso: Pontes dizia que as normas incidiam de modo infalível e
automático.
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Direito Tributário - PBC
28
A aplicação seria um momento subseqüente: muitas vezes, os efeitos eram aplicados;
outras vezes, não eram.
PBC entende que a incidência depende da linguagem produzida pelo ser humano. A
linguagem é fundamental para a aplicação do direito.
Muitas vezes, porém, o contribuinte não consegue constituir essa linguagem de modo
adequado, não havendo a incidência.
Conclusão
Há uma diferença grande entre incidência automática infalível, e a posição concreta,
real que ocorre no dia-a-dia. A incidência coincide com a aplicação: incide a norma
que é aplicada.
No caso da aplicação das normas tributárias do CTN, art. 116.
“fator pendente” – se faltar um, mesmo se tiver todos os outros, não há aplicação.
A lei tributária que faz essa distinção dá o mesmo tratamento jurídico: art. 106: a lei
se aplica aos fatos subseqüentes, mas pode ser aplicado...
Seminário
1) A Constituição da República, em seu artigo 195, I, previa que a Cofins
incidiria sobre o faturamento das empresas, compreendido como o receita
líquida das vendas de mercadorias e serviços. A Lei nº 9.718/98, no entanto,
estendeu a definição de faturamento, igualando-o à totalidade das receitas,
independentemente da denominação contábil. Assim, de acordo com referida
Lei, a Cofins passou a incidir sobre todos os ingressos das empresas, inclusive
sobre as receitas financeiras, decorrentes de investimentos. Somente com a
Emenda à Constituição nº 20/98 é que se alterou o artigo 195, I, da Carta Magna,
para possibilitar a incidência sobre as receitas ou faturamento. A Lei nº 9.718/98,
ainda que tenha sido publicada antes da promulgação da referida Emenda,
entrou em vigor quando a EC 20/98 já estava vigente. Diante disso, pergunta-se:
(i) a Lei nº 9.718/98 é válida, vigente e eficaz?
Tinha uma norma de competência, que previa a possibilidade que foi instituído o
COFINS. Com base neste norma de competência, que dizia que era o faturamento. A
Norma Geral e Abstrata previa o total das receitas; esta é maior que aquela outra
norma. Posteriormente, houve uma emenda, por uma Norma de Competência
Modificada. A NGA excedeu os limites da NC, e deve ser declarada inconstitucional.
A lei 9718/98 é válida? Vigente? Eficaz? Validade = existência. Isso equivale a uma
relação de pertinência a um sistema de direito. Qual o critério de pertencimento? Que
seja produzida por um sujeito competente, por um procedimento adequado. Esses
critérios nos permitem analisar se é ou não uma norma jurídica. A norma jurídica
inválida é um sem-sentido. Toda norma jurídica é válida, para PBC.
Vigência é a aptidão da lei para produzir seus efeitos. Mais precisamente, para incidir.
As normas têm vigência quando a legislação programa a vigência. Na LINDB, a lei
entra em vigor na data em que ela diga que entra em vigor e, se não disser, 45 dias
apos a publicação.
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Direito Tributário - PBC
29
Anterioridade: a vigência das leis tributárias têm que obedecer a lei de sua própria
prescrição, e têm que obedecer a anterioridade, que pode ter 2 formas: anual (uma lei
tributária não poderá produzir seus efeitos antes decorrido um exercício, só poderia
produzir efeitos no exercício seguinte; porém, acontecia muito de aprovar novo
tributo no dia 31 de dezembro), ou nonagesimal (90 dias da publicação).
Eficácia: é usada em várias acepções. Há uma eficácia social (quando Kelsen diz que
precisa de um mínimo de eficácia social, é aquele mínimo que as pessoas deveriam
cumprir; jurídica (Pontes diz que os fatos têm eficácia jurídica; Hipótese ->
Conseqüência, a capacidade de um fato de produzir uma conseqüência), e técnica
(pode ser sintática – maneira de combinar as normas, para que possa ter uma relação
de incidência com sentido - ou semântica, que nos fala dos sentidos que são dados às
palavras, problema na hora de preencher os conteúdos – por exemplo, CF art. 198, §2o
e 3o – que falava em lei complementar). Enquanto não houver a norma complementar,
há ineficácia técnico-sintática (ou falta, ou sobre uma norma que manda realizar a
incidência). Exemplo de ineficácia técnico-semântica seria no caso, por exemplo, de
faltar o bafômetro para verifica o nível de álcool e, em caso de excesso, estabelecer
uma punição, é um problema de prova.
A Lei do enunciado é valida, é vigente e é eficaz (eficácia jurídica, e técnico-
semântica).
A NGA foi atacada pelo controle difuso, e o STF decidiu que a norma (lei 9718) é
inconstitucional. Não tira a validade da norma, mas modula (controla) sua vigência,
poderia voltar à data da publicação, poderia modular com efeitos ex tunc, ou poderia
determinar que os efeitos perdurariam até um Período posterior. Só é inconstitucional
quando o STF ou o Judiciário disser.
(ii) E a Emenda Constitucional nº 20/98: podemos afirmar que sua
vigência convalidou a Lei nº 9.718/98? Justificar.
O STF entende que não.
2) O artigo 156, III, da Constituição Federal de 1.988, outorgou aos Municípios a
possibilidade de tributar, por meio de imposto, serviços de qualquer natureza,
definidos em lei complementar. Desse modo, a Lei Complementar nº 116/03
definiu como tributáveis pelo ISSQN as atividades de cessão de programasde
computador, fiança bancária e locação de guindastes. É válida a LC 116/03 ao
definir referidas operações como sendo serviços? É correto sustentar que há uma
definição de serviços de qualquer natureza na própria Constituição, que deve ser
respeitado pelo legislador infraconstitucional? Qual é a definição constitucional
de serviço de qualquer natureza?
Segundo o conceito do PBC sim, sujeito competente e procedimento.
Conceito é uma ideia; definição são os termos em que limito o conceito, dar fins ao
conceito. Na CF não há uma definição de serviço, mas sim uma definição. Mas é
importante atentar para os arts. 109 e 110, CTN: ainda que não tenha definição de
serviço, tenho que olhar para o CC para encontrar uma definição de serviço.
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Direito Tributário - PBC
30
Cessão de software não é serviço, é para uso, e não uma obrigação de fazer. Fiança
também não é. Com base no art. 109 e 110, pode ser considerado nulo. A
jurisprudência dos tribunais não é unânime. Por exemplo, a questão dos guindastes,
que é tributado pelo ISS.
Não daria para ter a aplicação do ISS naqueles casos, mas não cabe a nós interpretar.
3) Determinada empresa resolve encomendar a produção de milhares de bonecos
de pelúcia com seu logo estampado, a fim de presentear seus clientes ao final do
ano. Sobre referida operação deverá incidir o ICMS, pela venda e compra de
mercadorias, ou o ISSQN, porque se trata de prestação de serviço? Qual o
critério para discernir a prestação de serviço de uma operação relativa à
circulação de mercadorias? Que é mercadoria no contexto da Lei Maior?
Quando realizo a compra de um CD de música em uma loja de departamentos,
há a incidência do ICMS? E quando faço uma cópia no disco rígido de meu
computador das mesmas músicas, mediante o pagamento de um preço, por meio
da página virtual do cantor, incide o ICMS? Explicar.
Mercadoria é uma expressão usada pelo direito privado, para discernir um bem com
intuito de comércio, de mercancia. Um celular, em minhas mãos, não é mercadoria, é
um bem; na loja, é uma mercadoria. Se a coisa não estiver no contexto de uma
atividade mercantil, não é mercadoria.
No caso dos ursinhos de pelúcia, se tivessem sido comprados pela empresa, e depois
levou a uma gráfica para estampar o logo, seria um serviço para a gráfica. Se a gráfica
comprasse os ursinhos e só estampasse, seria ainda uma serviço. Há discussão. Seria
tributado pelo ICMS. Neste caso, teríamos uma mercadoria.
No caso dos CDs, há um precedente dos VHS, que tinha a incidência de ICMS.
Porém, se vou no Itunes e baixo uma musica, não é uma transferência de uma coisa, é
uma cessão de uso, então não incidiria o ICMS, tanto que não poderia transmitir a
musica.
Enunciação e enunciado.
17.04 – PAB (cheguei atrasada)
Válida -> Vigência -> Eficácia:
- Jurídica -> propriedade do Fato Jurídico.
- Técnica -> Semântica ou Sintática -> Aplicada (-> ser humano) -> Interpretação.
- Social
O fato jurídico tem aplicação imediata.
A norma tributária tem retroação benéfica: retroage se beneficiar.
Art. 108: na ausência de disposição expressa, a autoridade competente utilizará
analogia, princípios gerais, equidade.
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Direito Tributário - PBC
31
* Analogia, em matéria tributária, não poderá resultar na exigência de tributo não
previsto em lei (§2o ). O fato jurídico deve estar previsto em lei. É vedada a aplicação
da analogia.
Isso é importante quando se pensa na interpretação econômica da norma. A cada
ciência há um código binário diferente: as ciências jurídicas, ao licito ou ilícito; as
ciências econômicas, ao ser ou não-ser. O fato econômico não entra no direito em sua
inteireza: o que entra é a hipótese tributária, aquilo que para a economia é relevante.
Vou analisar o dado econômico de acordo com sua normatização jurídica. Se o direito
deu tratamento distinto a algo que, a princípio, juridicamente é igual, será
juridicamente distinto. E se economicamente forem iguais, juridicamente podem
receber um tratamento distinto.
Não tem a autoridade não tem o direito de fazer análises econômicas e, por analogia,
captar tudo que tem mesma aparência econômica e dar o mesmo tratamento, pois, na
verdade, têm regimes jurídicos distintos.
Art. 109, CTN: os princípios gerais de direito tributário são utilizados para definição,
mas não para fins tributários.
Art. 110, CTN: competência.
* Há contradição? Não.
O art. 109 diz que, quando for analisar um tema jurídico que tenha relação com
tributação, tomar cuidado, pois cada instituto do direito pode ser relevante para este
instante, mas podem não o ser em outros, para outros fins. Por exemplo, o consumidor
é considerado hipossuficiente, mas a tributação dele vai obedecer ao regime tributário,
tributariamente não tem relevo.
O art. 110 é muito importante. O legislador de 88, quando foi demarcar a competência
tributária no país, fez uso de vários signos (propriedade, venda etc.). O legislador
repartiu as competências tributárias entre os entes da federação: União só pode criar o
IPVA, dentre outros tributos, e tem competência residual (se quiser criar um outro
imposto não previsto; Estados, Municípios.
* Mas o que são esses signos? Qual o limite para tributá-los?
* O que é propriedade para o direito tributário?
Está definida no CC. Em 88, o legislador constituinte dez referencia à propriedade. O
110 diz que o que vale, na demarcação de competência, é o que o CC disse que é
propriedade; o Direito Tributário não pode ampliar o que é propriedade para o CC,
este é um parâmetro, um limite para a tributação.
Então, o certo é perguntar: à luz da CF, o que é renda, propriedade etc.?
* Supondo que o legislador mude hoje o conceito de propriedade do CC – isso
altera a competência tributária?
A doutrina não tem uma resposta unânime. A lei ordinária que altere instituto de
direito tributário não autorizaria dilargar, modificar a competência tributária
impositiva, pois isso seria permitir que o legislador ordinário altere a CF. Para o
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Direito Tributário - PBC
32
professor, a competência tributária impositiva está demarcada constitucionalmente,
consoante os signos de direito privado que foram por ela utilizados na Constituinte de
88 – por isso, tem que observar os conceitos dos signos utilizados em 88.
* Mas há uma eternização dos conceitos da CF?
Isso assusta, é um problema, mas é uma questão posta de forma falaciosa. Toda vez
que se quis alterar este tipo de possibilidade para tributação sobre competência
tributária, alterou-se o sistema por via de emenda constitucional. Só precisa de um
mecanismo próprio – no caso, a Emenda à CF.
17.04 - PBC
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
Um objeto pertence ao sistema quando satisfaz o critério de pertencialidade. O
sistema jurídico BR é formado por normas jurídicas que tratam do tema tributário.
Sistema de subordinação.
Há certos princípios presentes em todo sistema. Em todo sistema há valores, é algo
produzido pelo ser humanos, e, como tal, tem um fim: o valor.
Da mesma forma, o sistema constitucional tributário. Essas normas não estão soltas,
se interligam em relação de subordinação, e estão atreladas por certos valores comuns
a todo o sistema: os princípios tributários, que permeiam todas as normas jurídicas
tributárias, constitucionais ou infraconstitucionais.
Os princípios têm esta força: é por isso que o legislador muitas vezes os coloca na CF,
pois aí vai impregnando todas as unidades do sistema.
O que são princípios?
O direito é impregnado de enunciados, com o fim de organizá-los. No nosso sistema,
vamos encontrar esses enunciados, alguns de forma expressa (como o princípio da
igualdade), outros de forma implícita (nos certificamos que eles existem lendo o texto
e as entrelinhas) – por exemplo, o princípio de direito administrativo

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