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DEF0416 - Direito Tributário I - Prof Shoueri - Turma 183-22

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Direito Tributário I 
PROVA: 16.04.2013 
26.02.13 
Este professor também garante que os seminários dele 
também não são chatos. Toda semana os alunos terão 1 caso com os 
monitores. Serão divididos me 5 grupos. Cada semana o professor 
dará 1 caso que terão argumentos para o fisco e para o contribuinte, 
mas nenhum dos 2 têm razão. A meta é descobrir como ganhar o 
caso. Quem não se preparar para o seminário não venha, porque se 
for sorteado vai representar o grupo. Quem não preparar e não vier 
ganha a nota. A preparação do aluno é fazer 1 sustentação a favor 
do fisco ou do contribuinte etc. Não pode iniciar com jurisprudência 
nem doutrina. Terá 10 minutos para fazer a sustentação, pode fazer 
de tudo, inclusive Power Point, estrelinha, etc. Só não pode começar 
com jurisprudência. Quem não é fisco nem contribuinte é julgador, 
e vai fazer o voto numa cédula. O grupo que ganhar vai ter 1 “A” a 
mais. Depois tem 5 minutos de réplica e tréplica, não vale nota, mas 
vale voto, portanto, pode ir o mais simpático e loquaz do grupo. 
O julgador também tem que preparar, porque vai anotar os 
argumentos, relatar e preparar 1 voto em 1 semana (à moda do 
Portugal). Toda semana tem 1 nota de seminário, porque sempre 1 
grupo vai fisco, outro vai ser contribuinte, outro vai ser julgador. 
A média dos seminários vai representar 30 % da nota. E as 
provas, 35%% cada. 
As provas são diferentes. 
1 semana antes o professor vai divulgar 5 provas. Cada 
prova é 1 caso, que será mais complexo que os seminários. Na 
prova tem que se identificar os institutos jurídicos relevantes e 
explicar o que é, apontar os argumentos do fisco e do contribuinte, 
e decidir quem tem razão. 
Cada membro do grupo vai preparar 1 das 5 provas. Eles vão 
se reunir e discutir as provas. Assim o grupo vai conhecer as 5 
provas. Esse é o grupo ideal. O outro perfil é aquele que vai 
procurar o gabarito que está circulando na classe. Mas esse pensa 
que sabe, na hora da prova não vai saber. A discussão do grupo 
ajuda a pensar e absorver a prova. 
No dia da prova, cada 1 vai receber a prova com seu próprio 
nome. No dia da prova não tem consulta a nada. As provas não são 
bobas. As provas são tão bem elaboradas que quem souber 
responder as 5 provas sabe toda a matéria do semestre. 
Cola magoa o professor. Ele está magoado com 1 menina do 
ano passado até hoje. É como se fosse 1 tapa na cara, 1 traição. 
Bibliografia: livro do professor: Direito tributário da Saraiva. 
Cada capítulo é 1 aula. O professor já escreveu a 3ª edição, mas 
ainda não saiu. 
Aula 
Historicamente, como começou a tributação, é interessante a 
ligação entre tributo e falta de liberdade. Quem pagava tributo era o 
sujeito que não tinha liberdade. O vencedor da guerra tinha Direito 
ao despojo de guerra. Inclusive as pessoas eram propriedade dos 
vencedores da guerra. Mas não é muito prático pegar tudo e 
arrastar até a terra do vencedor. Assim, os vencedores deixavam os 
vencidos na terra deles, e, já que os vencedores autorizaram os 
vencidos a ficarem no seu lugar, nada mais justo que parte de suas 
riquezas fossem entregues aos vencedores. 
Os cidadãos não pagavam tributos. Contribuíam com a 
comunidade, inclusive lutando, mas isso não era tributo. O tributo 
era o símbolo da falta de liberdade. 
Essa 1ª visão de tributo vai ter 1 mudança importante na 
Idade Mérdia. Ali havia 1 mensagem muito forte do cristianismo, 
para o qual era intolerável alguém fazendo algo contra a vontade, 
porque o pressuposto era a liberdade. Como era possível conciliar 
que todos nascem livres com a obrigação de pagar tributo? Era 
necessária outra mentalidade para obrigar a pagar o tributo. 
A gente tem a tentação brutal de achar que o Império 
Romano caiu num só dia. Mas não, os próprios costumes dos 
bárbaros foi incorporado aos romanos, porque a suplantação foi 
gradual. 
E os bárbaros tinham a instituição dos comendados. Os 
guerreiros uniam-se entre si. E para que isso funcionasse teria que 
ter perfeita lealdade entre os guerreiros. Os cavaleiros se uniam, e 
faziam a comendatio, que era 1 voto de fidelidade ao líder e ao 
grupo. 1 das cláusulas do juramento é que se 1 deles morressem, a 
família dele receberia 3 vezes mais de tudo que ele ganhasse. 
E a comendatio foi introduzida na corte de Carlos Magno. Na 
forma de que o rei tinha com as pessoas 1 juramento de fidelidade. 
A partir desse juramento, o rei entregava aos outros parte dos 
territórios, ou parte de suas funções, para eles administrarem, 
embora continue do rei. Isso criou as relações de suserania e 
vassalagem. E, assim como os vassalos administravam algo do 
patrimônio do rei, eles tinham que entregar parte daquilo que 
produziam ao rei. Mas isso não era obrigação, era manifestação de 
vontade. O curintiano concordou em fazer esse juramento de 
fidelidade ao rei, porque quis. E esses nobres passam a fazer essas 
relações de confiança com outros, gerando os feudos. E, em última 
instância, não é o povo que paga tributo ao rei. Ele paga para 1 
nobre, esse paga para outro, e assim por diante, até chegar ao rei. 
Até que os nobres fiquem fortes o suficiente para que o rei não 
possa mais exigir. O rei vive de seu patrimônio, é o que se chama de 
Estado patrimonial. Assim o tributo não é falta de liberdade, mas de 
exercício de liberdade. 
Tanto é assim que se o jurado morrer, o filho teria que jurar 
a fidelidade para herdar os benefícios. A manifestação de vontade 
era pessoal. 
Esse Estado patrimonial, por sua vez, vai avançar para 
chegar a 1 nova forma, quando ele se reintegra, e o Estado, na 
concepção absolutista, é o detentor de toda a liberdade. 
Não é que o curintiano tinha 1 liberdade anterior, essa 
liberdade, ou essa propriedade, é do Estado, e ele lhe assegura. E, 
assim, já que ele lhe assegura, ele retém 1 parte para si. Porque, 
afinal, ele podia ficar com tudo. 
Avançando, o Estado policial, absolutista, que era tudo, 
inclusive a economia, é sucedido pelo liberalismo e a revolução 
liberal. É o Estado do “laissez faire”. O Estado era 1 mero guarda-
noturno, que apenas observa para ver se está tudo em ordem, e tem 
que deixar o mercado funcionar livremente. Mas, como é possível 
manter o Estado fora da economia, e que ele tenha meios de exercer 
as suas funções? É preciso fornecer meios para isso sem que ele 
entre na economia. É o Estado fiscal, aquele que vive de tributos. 
Mas o tributo vai ser pago para o Estado, para que ele não precise 
intervir na economia. Ele é pago para ficar na dele, longe da 
economia. O tributo, agora, é o preço da liberdade. 
Essa visão liberal do Estado, essa exacerbação do 
liberalismo, tem 1 nova fase no século XX, quando se percebe que 
essa liberdade não é suficiente sem a igualdade. "For example": o 
Ivan, que se forma na Facvldade de Direito do Largo de São 
Francisco, se torna 1 tributarista dos bons, e, em pouco tempo pode 
comprar aquele relógio carésimo. Depois de 3 anos está com seu 
rolex, sua Ferrari, recebendo beijinhos das motoqueiras no trânsito, 
etc. Mas ele prefere andar de metrô e vem para a faculdade, e desce 
na Sé. O Rolex chega junto com ele? Por isso o Ivan não é livre, é 
prisioneiro de sua Ferrari. 
Na Alemanha não é assim, claro. Todo mundo anda de Rolex 
na rua, e as ferraris ficam estacionadas com as portas abertas. 
Por isso percebe-se que a liberdade tem que ser coletiva. 
Tem que ter igualdade, para todos serem livres. Por isso surge o 
Welfare State, que custa muito, é muito caro. E o Estado precisa de 
meios para prover a inclusão social. Por isso exacerba-se a 
tributação. O tributo é 1 preço da liberdade, mas a liberdade 
coletiva é muito mais cara que a individual. 
Este modelo de Estado está sendo superado quando se passa 
a questionar se de fato o Estado é o grande provedor da liberdade 
coletiva. Hoje a pergunta é: tem que ter mais empregos, mas o 
dinheiro na mão do Estado gera mais empregos, ou na mão da 
iniciativa privada? O Estado tem o monopólio da liberdade coletiva,ou é necessário limitar o Estado para que a economia e a sociedade 
garantam empregos e a liberdade coletiva. 
Nessa visão nova, se retoma a ideia de limitar a tributação e 
a atuação do Estado, não mais a partir da perspectiva individualista, 
mas porque os agentes econômicos não podem ser sufocados, para 
não deixarem de gerar empregos. 
Isso é importante para quando se for estudar autores 
antigos, saber em qual contexto aquele curintiano vivia. Ainda hoje 
se fala em dever fundamental de pagar tributos (para garantir 
direitos fundamentais), o que é jurássico. Mas isso pode ser 
questionado hoje porque "non ecziste" relação direta entre direitos 
fundamentais e Estado, porque a sociedade também assegura 
direitos fundamentais, e, por isso, tem limites à tributação. 
Como os economistas falam dos tributos? Quais as funções 
dos tributos? 1º função óbvia � arrecadar. O professor não pode, 
pelo horário e idade da plateia, falar o que os economistas falam da 
arrecadação. Por isso ele vai falar as outras funções. 
Outra função: equilibrar a oferta e a demanda (ponto de 
equilíbrio, ponto de Pareto). 
Definição de eficiência � num sistema econômico 
eficiente,quando já não é possível melhorar a situação de 1 agente 
sem prejudicar o outro. 
1º teorema de Warrance/Wallrass � todo mercado em 
concorrência perfeita chega no equilíbrio e na eficiência, que é o 
ponto de Pareto. 
A sala é 1 sistema econômico. O professor junta esse balaio e 
manda todo mundo por tudo o que tiver na sala em um balaio, e o 
professor diz que é tudo dele. Esse sistema econômico é eficiente? 
Pela definição acima é, porque não poderá ser melhorada a situação 
de ninguém sem piorar a do professor. 
Por isso a única meta do sistema econômico não pode ser só 
a eficiência, mas também a equidade. E até que ponto se pode abrir 
mão da eficiência em nome da equidade? 
Robinson Crusoé e Friday � Robinson, no seu lado da ilha, 
tem 1 coqueiro com 12 cocos. E o Friday não tem coco nenhum. E o 
Robinson pensa em jogar os cocos para o Friday, mas pode não 
chegar nele e ficar no mar. Talvez ele jogue 1 coco, jogue o 2º, e, 
será que ele pode arriscar e jogar 1 3º? 
2º teorema � nas mesmas condições iniciais, o equilíbrio 
será o mesmo. Ou seja, se o equilíbrio não é o desejado, é preciso 
mudar as condições iniciais. Assim, se se quiser mais justiça, tem 
que se mudar as condições iniciais. "For example": redistribuindo 
riquezas. Como? "For example": pela tributação. 
Assim, a 2ª função do tributo é a função distributiva. Assim, 
pela distribuição de riqueza, pode-se chegar a outro ponto de 
equilíbrio no mercado. 
A 3ª função é a alocativa. Se o preço recebido pelo vendedor 
for diminuído com tributos, a oferta diminuirá. Assim, o preço 
aumentará para que o sistema continue em equilíbrio. Desse modo, 
haverá 1 deslocamento da curva de oferta (que na verdade é 1 
reta), em função do tributo, e o ponto de equilíbrio irá mudar. 
Assim, a tributação implica menos bens oferecidos com 1 
preço mais alto. Esse é o efeito ineficiente da tributação. De certo 
modo, o tributo é sempre ineficiente. O tributo sempre muda o 
comportamento. Porque alguém sempre quer dar 1 jeito de fugir. 
Gabriel é o primeiro Homo Sapiens desde Aristóteles. Os 
demais são Homo Oeconomicus. Dê-me ganho tamo junto.Dê-me 
perda, tô fora. 
"Non ecziste" tributo neutro, salvo o tributo “per capita”, em 
que o Eike Batista e o mendigo paguem R$ 100,00. 
Mas, desde que se crie 1 regra em que alguém pague e 
alguém não pague, cria-se brechas para fugir dele. 
Stevens criou 1 expressão que é o duplo dividendo do 
tributo. Ele disse que num sistema tributário ideal o tributo pode, 
não só arrecadar, mas também gerar eficiência. 
Mas como, se o tributo gera ineficiência? O raciocínio do 
professor é típico dos economistas: ele raciocinou sobre 1 mercado 
de concorrência perfeita. Maaaas, o mercado real não é de nem de 
longe de concorrência perfeita, embora os economistas não 
percebam isso. Se o mercado fosse perfeito, qualquer tributação 
geraria ineficiência, porque se parte da eficiência. Mas, ao se 
admitir que o mercado tem ineficiência, por meio da tributação, 
pode-se trazer o mercado para mais próximo da eficiência, 
corrigindo falhas de mercado. 
Assim, a tributação, na sua função alocativa, realoca os 
fatores econômicos. Pode-se intervir na economia por meio dos 
tributos, para gerar 1 sistema econômico mais próximo do mercado 
ideal. O tributo pode gerar mercado. E, assim, o tributo passa a ser 
eficiente porque gera eficiência. 
Falhas de mercado clássicas: desequilíbrio de informação. 
Como corrigir isso com tributo? Exemplo hipotético: o novo 
mercado, do mercado de capitais, quem entra nele tem que dar 
muito mais informações sobre sua saúde financeira. Assim, poder-
se-ia tributar diferentemente os ganhos obtidos no novo mercado e 
no velho mercado, o que empurraria gente para o novo mercado, 
gerando informação. 
Outra falha: mobilidade dos fatores: no mercado ideal o 
agente é ágil, a oferta e demanda são imediatas. No mercado real, os 
agentes demoram a reagir aos estímulos de mercado. "For 
example": incentivo fiscal de depreciação acelerada para compra de 
novas máquinas, para o agente se adaptar às condições de mercado. 
Outra falha: concentração econômica: o “Simples” tributário. 
Imposto em cascata incentiva a concentração econômica, porque se 
tenta reduzir as etapas tributáveis. O Simples estimula a 
horizontalização. 
Outra falha: externalidades. O que são: os ganhos e perdas 
que não são internalizadas. O que é isso??? O professor só sabe dar 
aula. E, por isso abre 1 escola. E, por isso, quanto mais mensalidade 
ele receber, mais vagas ele criará na escola dele. Mas toda atividade 
econômica gera ganhos e perdas que não são internalizados. "For 
example": não é só o professor que ganha por criar 1 escola no 
bairro. Quando tem 1 escola perto, as mães vão preferir trabalhar 
ali perto. Quando houver 1 oferta de trabalho por ali, vai ter mais 
interessados pela vaga. Por isso a escola do professor gera ganhos 
para a sociedade, externalizados. Se o professor externalizou aquele 
ganho, ele não vai ser motivado a aumentar a quantidade de vagas 
por causa desses ganhos externalizados. 
Assim, não seria razoável que a sociedade repartisse com a 
escola parte daqueles ganhos externalizados? Ele poderia ter 
isenção fiscal, o que o levaria a aumentar as vagas, porque ele 
estaria internalizando 1 externalidade. 
Por outro lado, a atividade do professor também gera 
externalidades negativas: 1 trânsito horrível nas proximidades da 
escola, com filas duplas, etc., na hora da saída dos alunos. E, naquela 
hora, 1 senhora para na fila tripla, e o Bedel vai chamar o filho da 
tiazinha, enquanto o professor está atrás esperando pacientemente, 
até que a paciência acaba e ele buzina, e ainda é chamado de 
insensível. 
Assim, todos vão desviar daquela rua, entupindo o trãnsito 
de outros locais. 
Os comerciantes vão preferir fechar as portas naquela hora. 
A escola gerou custo pra vizinhança, que tem que ser 
internalizado, com a criação da Taxa da Escola. Assim, ou ele 
diminui o n.º de vagas, ou abre 1 estacionamento na quadra da 
escola. 
Exemplo clássico de internalização de externalidade 
negativa: tributação ambiental. 
5ª falha de mercado: bens coletivos: bens que são fornecidos 
para todos, como a segurança pública. Nessa o tributo tem papel 
direto, porque permite que os bens coletivos sejam oferecidos a 
toda a população. 
05.03.2013 
Fontes do Direito Tributário 
As fontes estudadas são as fontes formais, de que modo se 
inova na ordem jurídica tributária. 
Sim, em matéria tributária a Constituição da República é 1 
fonte formal muito importante. Embora ela seja fonte de todo o 
Direito, ela é muito cuidadosa com o Direito tributário, por isso é 
que tem tantos precedentes no Supremo Tribunal Federal. 
No nosso modelo de federação, os entes federados não têm 
hierarquiaentre si. E, no modelo constitucional como o nosso, se 
todos podem tratar por igualdade, tem que se dividir qual ente 
pode fazer o que, e isso tem que ser feito pela Constituição da 
República. 
Assim, em matéria tributária surge o termo competência, 
que é estabelecida pela Constituição da República, para União, 
Estados e Municípios. 
O municípiozinho tira sua competência tributária direto da 
Constituição da República. Não é como na Alemanha, em que os 
Estados delegam aos municípios alguns tributos. E a competência 
tributária, por essa mesma razão, é indelegável, porque sai direto 
da Constituição da República. 
1 tributo, portanto, pode ser inconstitucional se instituído 
por ente federativo incompetente. 
Outro papel da Constituição da República é a imposição de 
limites. (Artigo 150 da Constituição da República). Todo tributo tem 
que ser cobrado por lei, anterioridade, imunidades, etc. A 
Constituição da República traaz os sins e os nãos da competência 
tributária. Por isso o Supremo Tribunal Federal se debruça tanto 
sobre o Direito tributário. 
E, não bastasse isso, há diversos preceitos e garantias 
tributárias espalhados. "For example": Artigo 5º � Direito de 
certidão sem pagar taxa (tributo). 
Outra coisa que a gente já sabe: tema da tese da titularidade 
do professor: dizer que quando a lei tributária intervém na ordem 
econômica, não basta testar a constitucionalidade da lei a partir da 
ordem tributária, mas também a partir do capítulo da ordem 
econômica. "For example": o professor cria 1 incentivo fiscal para 
veículos poluentes: quanto maior a cilindrada, maior o desconto no 
IPVA. Assim, não só o capítulo tributário é relevante, mas o capítulo 
da ordem econômica, todo tributo tem 1 efeito na economia. 
Esse é o preceito de que toda vez que se aplica 1 norma se 
aplica a Constituição da República inteira. 
E não vai ser surpresa que o 1º semestre desse curso, a 
partir da 6ª aula, é praticamente Direito constitucional tributário, 
porque só se usará a Constituição da República. 
Seguindo, cai na 2ª fonte formal extremamente importante, 
que é a lei complementar. 
A importância dessa lei o professor explica com 1 modelo 
didático do Souto Maior, que em 69 escreveu 1 livro se valendo da 
premissa kelseniana, que todos hoje têm que dar mão à palmatória, 
como sói, porque Kelsen é Kelsen. 
Quando Kelsen escreveu sobre o federalismo, disse que 
haveria ordens jurídicas parciais e 1 ordem jurídica total. A ordem 
jurídica parcial seria dos entes federativos, e a ordem jurídica total 
é do todo. "For example": tem 1 lei estadual que rege a situação 
jurídica dos funcionários públicos estaduais. Mas o estatuto federal 
não tem nenhuma relevância para o professor, assim como os 
estatutos estaduais de outros estados. A partir dessa constatação 
simples, verifica-se que existem leis que produzem efeitos só numa 
ordem jurídica parcial, que é o Estado de São Paulo. E existem leis 
que surtem efeitos na ordem jurídica parcial da União, como o 
estatuto federal, não há hierarquia entre eles. Inclusive a União é 1 
ordem jurídica parcial. Portanto o Braseeel tem mais de 5000 
ordens jurídicas parciais, que convivem e se enquadram a 1 ordem 
jurídica nacional que paira sobre elas, que é a Constituição da 
República. E as chamadas leis nacionais, como o Código Civil, que 
vale para todos. 
Mas essa determinação é só didática. O congresso é o mesmo 
que faz a emenda constitucional e a lei federal. 
Se o professor reconhece que alguns diplomas normativos 
pertencem à ordem jurídica nacional e outras às ordens jurídicas 
parciais, entende-se de que as ordens parciais se submetem à 
ordem geral. E o Souto deu essa sacada para explicar à lei 
complementar, o Código Tributário Nacional. 
No jargão entre os tributaristas, se utiliza a expressão “lei 
federal” e “lei nacional”. A lei federal se refere à ordem jurídica 
parcial da União. A lei nacional é lei que se sobrepõe a todas as 
ordens jurídicas parciais. Materialmente falando. 
Esse papel da Lei Complementar como lei nacional vem da 
própria Constituição da República. 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre: 
Conflito de competência. Quando não se sabe exatamente 
quem pode cobrar o imposto. "For example": o professor contratou 
1 paisagista para fazer o paisagismo da casa dele. O paisagista 
prestou serviços, ou vendeu mercadoria? A resposta: os 2, mas 
quem é que vai tributar isso, a prefeitura ou o Estado? Há 1 Lei 
Complementar que disciplina isso. Isso é 1 conflito vertical. 
E também existem conflitos horizontais. "For example": o 
carro paga IPVA no lugar em que é licenciado. Mas tem 1 certo 
prefeito que estudou nesta Casa que já está dizendo que veículo que 
fica por 120 dias na cidade tem que pagar inspeção veicular. E se o 
governo do Estado gosta da ideia e acha que veículo que fica 120 
dias tem que pagar IPVA? 
Por isso tem que ter 1 Lei Complementar para disciplinar 
isso. 
Outro papel � regular as limitações ao poder de tributar. 2 
possibilidades: 1º, quando a própria Constituição da República, ao 
prever 1 limitação, prevê 1 lei reguladora. "For example": entidades 
sem fins lucrativos, na forma da lei. É necessário 1 lei que diga quais 
os requisitos para isso. 
Se se deixasse para o município dizer quem é imune, ele vai 
dizer que só os maiores de 90 anoa acompanhados pelos pais. A 
mãe do professor dizia que não se amarra cachorro com linguiça. 
Por isso que a imunidade ou isenção tem que ser 
disciplinada por Lei Complementar. Porque a Constituição da 
República é complementada pela Lei Complementar. 
O que é criar 1 tributo? 1 delas é prever sobre que é cobrado, 
quem paga (tudo só por lei). Mas o prazo de pagamento tem que 
estar na lei? Isso não é óbvio. Tem que ser regulado pela Lei 
Complementar. Nesse caso, o constituinte não pediu 
expressamente, mas é matéria de Lei Complementar também. 
3ª função: estabelecer normas gerais em matéria tributária, 
sobre 1 porrada de coisas que estão nos incisos. 
A partir dessas 3 funções, é que surge o Código Tributário 
Nacional. Em 1946, houve 1 constituinte, o professor de Direito 
financeiro chamado Aliomar Baleeiro, que depois foi para o 
Supremo Tribunal Federal. E ele estava ansioso para que o Direito 
financeiro tivesse autonomia. E brigou para por na Constituição da 
República que haveria 1 lei que iria estabelecer normas gerais 
sobre matéria tributária, conflitos de competência e limitações 
tributárias. Essa lei ganhou 1 anteprojeto, mas ninguém queria que 
isso acontecesse de verdade, porque achavam que isso iria limitar 
os poderes dos estados e municípios. Maaaas, de 53 a 64, quando 
acontece certo movimento político, cujo único consenso é que ele 
era de viés centralizador, e esse movimento faz a única reforma 
tributária digna desse nome. 
Ele revê todo o sistema tributário e cria o sistema que existe 
até hoje. E, ao mesmo tempo, eles forçam a aprovação daquele 
anteprojeto de Código Tributário Nacional. E, tamanha era a pressa, 
que a aprovação de 1 código, pela Constituição da República da 
época, exigiam 1 trâmite fenomenal que demoraria muito. E eles 
tiveram a ideia de mudar, onde estava escrito Código, mudaram 
para Lei, E depois fizeram 1 lei dizendo mudando novamente para 
código. 
Não existia Lei Complementar naquela época, por isso foi 
aprovada como lei ordinária. 
Quando surge esse texto, começa a surgir 1 movimento 
numa faculdade da periferia de Perdizes, para tentar recuperar a 
autonomia dos municípios. Geraldo Ataliba, que era muito 
municipalista, ele criou 1 leitura do dispositivo dizendo que normas 
gerais só poderiam ser ditadas para regular as limitações ou 
conflitos de competência, qualquer outra normageral feriria a 
autonomia dos municípios. Ele criou a chamada corrente 
dicotômica. E os professores desta Casa continuaram na corrente 
tricotômica, que era regular limitações, conflitos de competência e 
normas gerais. E esse debate veio até 88, quando o constituinte 
tomou posição e especificou quais as normas gerais que ele queria. 
É quase como se o constituinte tivesse abrido o índice do Código 
Tributário Nacional e colocado na Constituição da República tudo o 
que estava ali. Para fulminar a corrente dicotômica, mas mesmo 
assim alguns professores até hoje falam nisso. 
Mas o nosso Código Tributário Nacional, que é lei ordinária, 
mas ratione materiae, é lei complementar, fala sobre tudo e mais 1 
pouco, não só normas gerais. 
Infelizmente, para contrariar o Souto Maior Borges, se no 
146 o professor sai feliz vendo 1 lei nacional, em outro lado, ele 
bagunça tudo, quando manda Lei Complementar dispor sobre 
moldura do ISS, do ICMS, etc., mas depois, esse mesmo constituinte, 
k-ga, no 148, quando fala de empréstimos compulsórios, ele fala 
que compete à União instituí-lo por meio de Lei Complementar. 
Como é tributo de competência da União, será lei federal, mas nesse 
caso a Lei Complementar será lei federal com quórum especial. 
Quando a União for criar novos tributos também é por Lei 
Complementar, o que é lei federal. 
Assim, toda a separação didática do professor vai por água 
abaixo, porque às vezes a Lei Complementar é 1 mera lei federal. 
A Lei Complementar tem, porém, os seus papéis previstos na 
Constituição da República, e eles são exaustivos. E isso é muito 
relevante na discussão tributária. 
"For example": nos anos 80 era muito comum discussões 
tributárias, porque diziam que havia poucos constitucionalistas, e 
muito inconstitucionalistas, porque todo mundo queria que tudo 
fosse inconstitucional, e tudo era declarado inconstitucional. "For 
example": o Finsocial, foi declarado inconstitucional, mas os 
recursos a União precisava, e por isso quis criar outro tributo para 
substituí-lo, que era a tal da Cofins. E a União foi estudar os 
requisitos para criar nova contribuição, e leu na doutrina que 
precisava de Lei Complementar. E o governo, como mandava no 
Congresso, foi e criou a Cofins como Lei Complementar. 
E nessa lei, disse que as sociedades uniprofissionais estava 
isenta de Cofins. 
O tempo passa, e a questão é pacificada no sentido de que 
não precisava ter sido Lei Complementar. Isso ficou super 
pacificado. Assim, ficou claro que a Lei Complementar da Cofins, 
pela matéria era de matéria de lei ordinária. E o governo não teve 
dúvida: quando quis revogar a isenção, tascou 1 lei ordinária. E fica 
a questão: pode 1 lei ordinária revogar artigo de Lei 
Complementar? 
Muitos tributaristas, liderados pelo Hugo de Brito Machado, 
disseram que não podia, porque a Lei Complementar é superior à 
lei ordinária. E isso pegou. 
Mas depois o Supremo Tribunal Federal achou que era 
bobagem, que o congresso não podia fazer o que a Constituição da 
República queria só porque havia tratado disso antes por Lei 
Complementar. A Lei Complementar não poderia travar 1 
competência dada pela Constituição da República. 
E os Supremo Tribunal Federal derrubou essa história da 
COFINS e ensinou que matéria de Lei Complementar é só a dada 
pela Constituição da República. 
Lei 
A lei é tão importante para o estudo por conta do princípio 
da legalidade, que ele vai dar 1 aula específica sobre ela. 
Medida provisória 
Editada com força de lei. 
Surgiu 1 discussão importante entre tributaristas: Medida 
Provisória é só para matéria de urgência, mas se pode falar em 
urgência em matéria tributária, em a lei tem que entrar em vigor no 
ano anterior ao da cobrança? Essa discussão teve sentido até a 
Emenda Constitucional n. 32, que introduziu o § 2º no Artigo 62. 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, 
exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no 
exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia 
daquele em que foi editada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001) 
E tem 2 anterioridades: a anterioridade anual, e a 
anterioridade de 90 dias da publicação da lei. Ou seja, para cobrar 
em 1º de janeiro, tem que ser editada a lei em outubro. 
Assim, a Medida Provisória que instituiu o tributo tem que 
ser convertida em lei antes do início do calendário seguinte para 
cobrar o tributo. Ou seja, o tributo é instituído pela Medida 
Provisória. Mas ele só vai ser cobrado no ano seguinte, se a Medida 
Provisória for convertida em lei. Assim, a base legal do pagamento 
não é a Medida Provisória, mas a lei, que pode, dessa forma, ter sido 
publicada em dezembro, mas a anterioridade dos 90 dias se conta 
da Medida Provisória. Muito engenhoso. 
Lei delegada não são fontes de Direito tributário. Não se 
pode admitir que o Executivo cobre 1 tributo que não tenha 
passado pelo Congresso. 
Resoluções 
Resoluções são fontes formais sim do Direito tributário. São 
atos editados pelo Senado. Em algumas circunstâncias, o Senado 
Federal, que idealmente representa os estados, baixa 1 resolução: 
v.g., para ICMS em operação interestadual, alíquota mínima do 
IPVA, alíquota máxima de impostos sobre doações, etc. Para dar 
uniformidade no sistema. 
Decretos 
Aparece no Código Tributário Nacional no Artigo 99, em que 
se tem 1 sensação de que decreto só tem função regulamentadora. 
 Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis 
em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das 
regras de interpretação estabelecidas nesta Lei. 
Mas isso não é verdade para alguns tributos, cuja alíquota é 
fixada por decreto: II, IOF, IPI, etc. São atos de política econômica, 
alguns tributos a alíquota pode ser fixada por decreto para política 
econômica. Isso não respeita a anterioridade. É à queima-roupa. 
Decreto Legislativo 
Veículo introdutor de tratados internacionais � mas o 
professor discorda disso. Porque é o meio pelo qual o Congresso se 
manifesta sobre os tratados. Mas o professor acha, e isso não é 
unânime, incomodou muito ao professor ver os tratados 
internacionais incorporados à ordem interna por decreto 
legislativo. 
Qual o papel do decreto legislativo? O professor acha que 
não introduz o tratado no ordenamento. Sendo o Braseeel 1 S/A o 
estatuto é a Constituição da República. A diretoria é o Executivo, e a 
assembleia dos acionistas é o Congresso. O diretor só pode fazer o 
que o estatuto o autoriza. Sendo 1 Companhia fechada, 
classicamente o estatuto preverá 1 série de atos que a diretoria só 
pode praticar com autorização da assembleia, como, v.g., venda de 
imóveis. Quem representa a empresa é o diretor, mas se ele não 
tiver a concordância da assembleia, a assinatura dele não vale 1 
centavo. 
Quem representa o país é o presidente da República, mas ele 
não pode obrigar o país sozinho. Ele precisa da autorização do 
Congresso. Quando ele assina o tratado, o Braseeel não está 
obrigado, sem passar pelo Congresso. E, ao acolher o tratado, edita 
1 decreto legislativo, que não é nada mais que 1 concordância do 
legislativo. Mas é necessário que se pegue o ato com a autorização 
do legislativo e deposite na organização internacional, ou entrega 
ao parceiro do tratado. Mas isso ainda não termina o processo, 
embora o país esteja, então, obrigado. Mas, aí, vem o último ato, a 
promulgação, que é a publicidade do tratado, afinal, ninguém está 
obrigado a obedecer algo que não está público. 
Mas ainda há outra corrente de que não precisava introduzir 
tratado na lei interna, mas acredita na teoria da transformação. São 
os transformistas, que acreditam que o tratado se transforma em lei 
interna. Outra corrente, a adoção, diz que o tratado adotado na 
ordem interna, não perde sua característica internacional. 
"For example": o Braseeel tinha 1 tratado tributário com a 
Alemanha, em que isentavade tributação algumas coisas. Até que o 
governo alemão comunicou ao governo brasileiro que iria 
denunciar o tratado, como de fato denunciou. O professor pergunta 
para 1 transformista: como explicar que 1 ato do governo alemão 
foi suficiente para revogar 1 “norma interna” do Braseeelm, que era 
o tratado transformado? Ou, o que é pior: o tratado não valeria na 
Alemanha, mas valeria no Braseeel até que o Congresso se 
manifestasse. 
Assim, o professor acha que o tratado internacional continua 
internacional. 
O 2º passo é a hierarquia do tratado em relação à lei. O que 
prevalece? O que o professor gastou de tinta com essa pergunta não 
está escrito. Até que caiu ao professor a ficha de que a pergunta é 
que estava errada, porque ele perguntava sobre prevalência e não 
cabia prevalência, porque entre tratado e lei interna não há 
antinomia. 
"For example": se o professor criar 1 imposto novo, o IPTU 
sobre propriedades de governos estrangeiros no exterior, como, 
"for example": a Casa branca. O professor reúne o congresso e, à 
unanimidade, cria esse imposto. E, quando o Obama pousar no 
Braseeel penhora o avião para cobrar o IPTU da Casa Branca. A 
verdade é porque não está na jurisdição brasileira, embora a 
Constituição da República não proíba isso expressamente. Como 
que o professor sabe que a Casa Branca está fora da jurisdição 
brasileira. 
Mas tem 1 região em que não se sabe o que é Brasil e o que é 
Bolívia, e esses países fazem 1 tratado de fronteira para estabelecer 
a jurisdição de cada qual. O tratado internacional é 1 autolimitação 
da jurisdição. Por esse tratado se define a jurisdição. Pergunta: o 
que vale, o tratado ou o Código Civil? É pergunta tola, porque o 
Código Civil vale na jurisdição, e fora não. 
Assim, o tratado que estabelece tributação, limita a 
jurisdição, e a lei só vale dentro da jurisdição. E assim a lei que 
versa sobre a matéria do tratado ultrapassou a jurisdição, assim 
como o IPTU sobre a Casa Branca. 
E a recíproca é verdadeira. Se o tratado quiser criar o 
tributo, ele é inconstitucional, porque só a lei pode criar tributo. 
 Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os 
tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas 
complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações 
jurídicas a eles pertinentes. 
O que quer dizer isso? Legislação tributária é qualquer ato 
que compreende a lei, mas não se esgota na lei. 
Leis, Tratados e Convenções Internacionais e Decretos 
 Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
 I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
 II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos 
artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
 III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, 
ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito 
passivo; 
 IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado 
o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
 V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a 
seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; 
 VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos 
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. 
 Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, 
o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera 
o sujeito passivo notificado do lançamento. 
Precisa de lei para fixar o prazo de recolhimento do tributo? 
Não porque é a “legislação”, e não a lei. 
 Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou 
modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes 
sobrevenha. 
Este Artigo é bobagem pura. O exemplo da Alemnanha 
mostra isso. O tratado apenas limita o alcance da lei interna. 
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das 
convenções internacionais e dos decretos: 
 I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
 II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição 
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; 
 III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades 
administrativas; 
 IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios. 
Ninguém avisou ao redator do Código Tributário Nacional 
que depois seria criada a Lei Complementar. Isso é só para 
confundir estudante. Estas normas complementares são apenas 
normas complementares. 
Artigos: na dúvida invoque o Artigo 100 § único que você 
sempre vai se dar bem. 
 Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui 
a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do 
valor monetário da base de cálculo do tributo. 
O fiscal não pode deixar de obedecer a 1 portaria invocando 
a lei, porque ele é subordinado. Mas o contribuinte pode. Quando, 
pela leitura da lei parece que o tributo é devido, mas a instrução 
normativa diz que não, pode deixar de pagar com certeza, porque a 
observância das normas complementares exclui os juros e multa. 
12.03.2013 
Conceito de tributo 
Briga de frade: não leva a nada. Assim é como os alunos 
veem a aula. Por que é importante 1 conceito de tributo? Para saber 
o que não é tributo. 1 tributo é 1 limitação ao Direito de 
propriedade. O que não for tributo é outro regime jurídico: 
desapropriação, requisição, etc. O Estado pode expropriar de outras 
formas, vg., se o professor tem 1 fazenda de drogas. 
Se não for tributo, tem que ver os regimes jurídicos das 
outras situações. E o tributo tem 1 regime jurídico próprio que leva 
1 ano para ser estudado. 
Afinal, o que é tributo? 
Quando se estudou o Direito financeiro, além de aprender 
que 1 coisa não é outra coisa, se aprendeu o que é receitas 
originárias e derivadas. 
Geração de riqueza em 1 economia. "For example": PIB, que 
é toda a riqueza gerada na sociedade. O sistema econômico gera 
riqueza. O Estado não gera riqueza? Algumas vezes sim. Ele pode 
aplicar o seu patrimônio, o seu capital, e gerar riqueza. 
"For example": o Estado pode alugar o INB. Gerará 1 
vantagem econômica. 
Quando se paga o IPVA, o Estado tem 1 receita. É produto do 
capital ou do trabalho do Estado, gera riqueza? 
Receita originária do Estado é a receita que incrementa a 
economia. É a receita que o Estado produz enquanto agente 
econômico. É riqueza nova. 
A receita derivada, é derivada porque não é originária do 
Estado, é derivada do bolso dos contribuintes. Não é riqueza criada 
pelo Estado, mas transferência de riqueza, do particular para o 
Estado. 
A partir dessa distinção, sabe-se que o tributo é 1 receita 
derivada. Outra é a multa. 
Os tributos são importantíssima receita derivada do Estado. 
1 primo do tributo, que é bem parecida com o tributo mas 
não é: mostra que há 1 zona de dificuldade para definir tributo. 
O professor imaginou que o tributo seria tudo aquilo que o 
Estado recebe quando está no bem-bom sem fazer nada. Mas o 
nosso conceito de tributos não inclui apenas impostos. E tem 1 
espécie tributária que o Estado recebe se mexendo, ele não está no 
bem-bom. É a taxa. 
Mas também tem os preços públicos, ou tarifas. Os 
administrativistas diferenciam tarifa de preço público. Mas aqui não 
será diferenciado porque não é relevante. 
O Estado está se mexendo e pode cobrar ou 1 taxa, ou 1 
preço público/tarifa. 
Os impostos são do Estado inerte, as taxas são do Estado que 
se mexe, 
"For example": de preço público: o Estado aluga o inb para o 
professor. Ele poderia alugar o Center Norte, que é ali do lado, se o 
preço do Inb for muito caro. Esse é preço público. 
Taxa: para emissão do passaporte, se paga 1 taxa. Também 
houve atuação do Estado, mas agora é taxa. Que se submete ao 
regime jurídico dos tributos. O que diferencia 1 coisa e outra? 
Tem várias tentativas:de que no preço público tem 
vantagem econômica e taxa não, etc. Mas isso não convence. 
Até parece 1 distinção bastante interessante: a 
compulsoriedade. O tributo é compulsório. Mas não quer dizer que 
é obrigado a pagar, porque qualquer coisa que se compra ou se 
contrata é obrigado a pagar. Mas tem algo a mais na 
compulsoriedade que distingue os tributos dos preços públicos. 
A compulsoriedade é que o elemento vontade não é 
relevante para a formação da obrigação, no caso dos tributos, 
inclusive a taxa. No preço público se tem 1 vontade de contratar. 
Mas a compulsoriedade ainda não é suficiente para 
distinguir. 
O professor achou 1 autor, Ricardo Longo Torres, que traz 1 
ideia bastante interessante: 1 característica do serviço público 
sujeito a taxa é sua relação com o exercício de liberdades 
fundamentais. Se se fala do exercício de liberdade fundamental, o 
Estado não pode impedir esse exercício. E o Estado não pode 
recusar o passaporte. Há a compulsoriedade dos 2 lados: O Estado 
está obrigado a prestar o serviço, mesmo que não pague a taxa. Se 
você quiser impetrar 1 habeas corpus para sair do país pode, e vai 
ganhar. Mas o Estado não pode arguir exceção de contrato não 
cumprido. Pode até cobrar com execução fiscal, mas o curintiano 
tem o Direito de ir e vir. Quando tiver 1 serviço indisponível, que o 
Estado tem que prestar, isso é taxa. 
Taxa do lixo: o caminhão do lixo passa na rua e só recolhe o 
lixo de quem pagou a taxa. Seria tolerável? Os vizinhos não 
tolerariam nem o cheiro nem a situação jurídica. Se fosse preço, o 
caminhão poderia se recusar. Mas é 1 serviço, porque o curintiano 
não pode levar o lixo nas costas para o lixão, e o caminhão tem que 
levar o lixo, portanto é compulsório para ambos. 
Pedágios: é 1 dos casos mais difíceis. Historicamente já foi 
tributo e não foi tributo. Ou seja: Brandão Machado diz que teve 
épocas em que não se cogitava cobrar pedágio. Mas veio 1 
Constituição da República que autorizou a cobrança de pedágio. E 
surgiu como taxa de rodagem. E virou pedágio na via Anchieta, que 
foi o 1º pedágio do Braseeel, e depois se espalhou a todas as 
estradas. 
A República não podia acabar com 1 mercado único, por isso 
não poderia criar tributos interestaduais e intermunicipais, exceto 
pedágio. E veio a Emenda Constitucional n. 18 que trouxe a seguinte 
excluiu a ressalva dos pedágios. Mas não se deixou de cobrar 
Pedágio. E como viria 1 novo sistema tributário que iria definir 
tributo e o pedágio não seria mais tributo, não faria sentido 
ressalvá-lo. Por isso o pedágio é receita originária, utilização de 1 
bem público. 
Mas aí veio a Constituição da República atual, no Artigo 150 
V 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de 
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio 
pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; 
Mas não é dizer que o pedágio é tributo, mas que ele pode 
ser tributo. Pode-se ter no pedágio 1 figura de compulsoriedade, 
quando não houver alternativa viável àquela via. "For example": 
Rio-Niterói. Se não se quiser pagar pedágio da ponte, pode-se ir a 
nado. Mas a ponte seria mais recomendável. E se se tem a ponte o 
único meio possível, exceto nado e remo, está-se diante de 1 
situação de compulsoriedade, e aquele pedágio seria tributo. 
Castelo Branco: tem 1 alternativa, a via dos Romeiros, que 
não é perigosa, e é bonitinha, mas demora mais para chegar. O 
professor não teria coragem de dizer que o pedágio da Castelo é 
compulsório, portanto não seria tributo. 
Também tem que haver 1 juízo de proporcionalidade, que é 
o caso da ponte Rio-Niterói, que se pode opor a travessia a nado. 
E se for tributo é soo por lei, com anterioridade, etc. 
Caso bastante interessante que incomoda o professor: água e 
esgoto. A taxa da água e esgoto, o Supremo Tribunal Federal 
pacificou o entendimento de que é preço público. Na Constituição 
da República passada tinha a possibilidade da União cobrar pelo 
uso de seus bens e, por isso, o Supremo Tribunal Federal entendeu 
que a taxa de água e esgoto é preço público. 
Mas interessante ver como foram decididos esses casos. E a 
taxa de lixo? O Supremo Tribunal Federal disse que era taxa e não 
preço público. E o Cordeiro Guerra perguntou ao Moreira Alves o 
porque, se se disse que taxa de água e esgoto é preço público. E o 
Moreira Alves disse que não questiona se água é essencial à vida, 
mas se o indivíduo tem o Direito de não usar do serviço público sem 
sofrer punição por isso. Assim como o sistema de eletricidade, que 
pode ser substituído a gás. Ou seja, para Moreira Alves, água 
encanada é comodidade, se não quer, fura 1 poço ou compra água 
mineral. Mas a taxa de lixo é obrigatória. 
O professor acha que, com relação à água, forçando a barra, 
dá para se ter água sem pagar à Sabesp, mas, o esgoto não tem 
como fugir. Se a concessionária imaginar que você tem 1 poço 
artesiano, ela bota 1 relógio no poço artesiano para cobrar o esgoto. 
Não se tem opção de não usar o esgoto. Mesmo que não use, não se 
tem opção, é cobrado como se usasse. 
Por isso o professor acha que não tem como convencer o 
argumento da água no caso do esgoto. O professor acha que esgoto 
preenche todos os requisitos de taxa. 
Outras figuras que podem dar dúvida: compensações 
financeiras. 
Artigo 20 § 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da 
União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de 
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros 
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar 
territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa 
exploração. 
Participação nos resultados ou compensação financeira. De 
fato, a lei 7.990 criou essa compensação financeira. E ela tem cara 
de lei tributária, tem fato gerador, base de cálculo, etc. E, no final se 
entendeu que nada mais é essa compensação financeira que preço 
público, porque quem é o proprietário dos recursos minerais é o 
Estado, e, por isso é receita originária. 
Recursos hídricos também seria, então, receita originária. 
Royalties do petróleo � receita originária. 
Qual a fonte formal onde se pode encontrar o conceito de 
tributo? A Constituição da República usa esse termo 13 vezes, mas 
não o define. E ela diz que cabe à Lei complementar estabelecer 
normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre definição 
de tributo. 
O Código Tributário Nacional, então, define o que é isso, 
porque pós 88 não se tem lei definindo isso. Mas também tem outra 
lei que fala sobre tributos, que é a Lei 4.320, que também define o 
que é, de forma compatível com o Código Tributário Nacional e com 
a Constituição da República. 
O código define tributo, mas nada fala sobre sua destinação. 
Porque quando o código foi feito, havia 1 tentativa de afirmação do 
Direito tributário em relação ao Direito financeiro, porque se 
pensava que a partir da arrecadação morria o Direito tributário e 
começava o Direito financeiro. 
Mas tem espécies tributárias, como o empréstimo 
compulsório, que só se conhece vendo qual a sua destinação. 
Esses comandos pré-constitucionais são filtrados pelo 
fenômeno da recepção. 
E alguns diziam que foi tão recepcionado que o conceito de 
tributo do código está congelado pela Constituição da República. 
Mas o professor acha que poderia ter 1 nova lei complementar que 
poderia alterar a definição de tributo compatibilizando-a mais com 
a Constituição da República. Porque, embora o Código Tributário 
Nacional tenha 1 definição ótima, tem coisas que não se encaixam 
na definição do Código Tributário Nacional, mas a Constituição da 
República chama de tributos. Por isso, o conceito do códigonão é 
exaustivo. 
 Código Tributário Nacional Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária 
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não 
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada. 
Prestação � esta palavrinha fala algo sobre a relação 
tributária. Vem do Direito das obrigações. A relação tributária é 
obrigacional. Por muito tempo se achava que a relação tributária 
não era obrigacional, mas de sujeição. A diferença não é que o 
Estadão funciona, mas que se tiver 1 relação de sujeição, ela não se 
encerra, mas a obrigação se encerra com a prestação. "For 
example": o professor tem 1 restaurante e está sujeito à 
fiscalização. E se ele tiver 1 fiscalização e receber 10 com louvor, 
não quer dizer que acabou a relação, no outro dia o fiscal pode 
voltar de novo. 
Mas a obrigação surge e se extingue, e, 1 vez surgido, nem o 
Estado pode mudar isso, e o contribuinte tem o Direito de pagar 
aquilo e a relação jurídica se extingue, e ninguém mais enche o saco. 
Pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir � 
é diferente da prestação in natura. Por isso hoje não se considera 
tributário o serviço militar obrigatório. 
A redundância da moeda ou cujo valor nela possa se 
exprimir é 1 redundância que tem razão de ser. Quando se chegava 
de sapato novo na escola do interior, chegava alguém, pisava nele e 
dizia que era para tirar o selo. Antigamente tinha o imposto do selo, 
todo produto novo tinha selo. E, naquela época tinha a discussão: o 
tributo é pago quando se compra o selo ou quando se coloca o selo? 
E se definiu que o selo era o meio de pagar o tributo. Ainda hoje 
existem as estampilhas, em bebidas alcoólicas ou cigarros. 
Compulsória � não no sentido de que tem que pagar, 
porque toda obrigação tem que pagar, mas no sentido de que não 
decorre da vontade, mas da lei. Mas toda obrigação decorre da lei. A 
diferença é que a obrigação voluntária, 1 de seus requisitos é a 
manifestação de vontade. 
"For example": obrigação ex legem � alimentos aos filhos. 
Obrigação ex voluntatem � falta a vontade não se cria a 
obrigação. 
O tributo surge sem manifestação de vontade. 
Instituído em lei � é necessária lei para matéria tributária. 
Todos os elementos da obrigação tem que ser previstos pela 
legislação. 
Que não constitua sanção de ato ilícito � porque isso se 
chama multa. 
Problema que na doutrina acabou se definindo a partir do 
princípio do non olet. Esse princípio teria surgido na época do 
Vespasiano, que teria criado em Roma as latrinas públicas, que 
seriam cobradas. Mas o filho dele, meio nojentinho, filho de 
imperador, se indignou. E ele encostou o dinheiro da latrina no 
nariz do filho e disse: não cheira (non olet). OU seja, se por conta do 
ato ilícito exsurge 1 situação que gera obrigação tributária, ela tem 
que ser tributada. "For example": o professor auferiu renda em 1 
crime. Ela tem que ser tributada, e isso não é sanção do ato ilícito. 
Essa visão é claramente majoritária, mas tem autores que 
trazem 1 argumento que faz pensar: A professora Maria Isabel de 
MG argumenta que 1 decreto lei declara da União os bens de 
criminosos perdidos por sentença judicial transitada em julgado, e 
tem 1 lei que expropria imóveis obtidos por frutos de crime, e a lei 
de lavagem de dinheiro também converte bens obtidos ao Estado. E 
ela diz: como falar em renda se 100% do produto do crime é 
tributado. Porque senão seria tributado algo além da renda, porque 
a renda já seria tributada. Assim, não teria sentido, após a 
condenação, ainda cobrar imposto de renda. 
Mas, e antes da condenação, como cobrar imposto? De algo 
que ele pode ser condenado, ou prescrever a ação penal. O 
professor acha que mesmo sem condenação não haver tributação é 
algo difícil de sustentar, teria que viger o no olet. 
Sanção de ato ilícito � o IPTU tinha 1 acréscimo de 200% 
em caso de construção de imóveis irregulares. O Supremo Tribunal 
Federal, na época competente para tanto (anos 70) disse que isso 
não era permitido, não seria permitido a finalidade extrafiscal de 
penalizar a ilicitude. O Município que crie ou agrave multa. 
Essa aplicação era muito consistente, mas o professor 
complica que, quando veio para a Constituição da República de 
1988, o professor é surpreendido pelo § 4º do Artigo 182;. 
Artigo 182 § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei 
específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, 
do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, 
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, 
de: 
I - parcelamento ou edificação compulsórios; 
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no 
tempo; 
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de 
emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate 
de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o 
valor real da indenização e os juros legais. 
Se o curintiano não seguir a lei do plano diretor, o IPTU pode 
crescer no tempo. Não é exatamente o tributo como sanção pelo 
descumprimento do plano diretor? 
O próprio constituinte previu a possibilidade de usar o 
tributo como sanção por 1 ato ilícito, o que balança a definição do 
Código Tributário Nacional, que levou o Supremo Tribunal Federal 
a decidir contrário à Constituição da República vindoura. 
Assim se vê que o conceito do Código Tributário Nacional é 
muito bom, mas o constituinte não se dobra a ele. Há pelo menos 1 
caso em que tributo é sanção por ato ilícito. 
Cobrado mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada � a cobrança também tem que ser instituída por lei. E a 
administração não pode se furtar a cobrar. 
Do jeito que o Código Tributário Nacional está escrito, toda 
prestação que cumprisse todos aqueles requisitos seria tributo. Mas 
há 1 prestação pecuniária compulsória instituída em lei etc. que não 
é tributo. 
Dumping é ilícito internacional. É a venda de produto para o 
exterior por preço menor do que o praticado no mercado interno 
(não é vender abaixo de custo). E os membros da Organização 
Mundial do Comércio (OMC) podem criar medidas antidumping. 
Qual é a medida contra o dumping? A diferença entre o preço 
de mercado e o preço vendido, o Estado vai cobrar. É 1 medida de 
Direito econômico. É tributo ou não é tributo? Se for tributo mesmo 
como que se pode cobrar retroativamente? Porque é assim que é 
cobrado, após se verificar que é dumping. E pode-se verificar que é 
dumping, mas o gooverno percebe que a economia não é 
prejudicada, pelo contrário, ajudou os empresários locais a terem 
mais competitividade internacional e ferrou o praticante do 
dumping. E decide não cobrar. E mais, se é 1 imposto, como cobrar 
de 1 país e não de outros países. E se é sanção por ato ilícito, é pior 
ainda, porque quem cometeu o dumping é o cara lá fora, e quem 
paga é o importador. Como admitir que a pena passe da pessoa do 
infrator? 
Assim, o antidumping tem todos os elementos do tributo no 
Código Tributário Nacional, mas não é tributo. 
O professor não consegue, portanto, acreditar que o conceito 
do código foi capturado pela Constituição da República e foi 
congelado por ela. Ele acha que pode ter 1 nova lei complementar 
que mude tudo isso que está aí e crie 1 novo conceito de tributo, 
mais adequado à realidade atual. 
19.03.2013 
Espécies tributárias 
Saber o que é 1 tributo pode ser relevante para se 
determinar o regime jurídico próprio dos tributos. 
Mas as espécies tributárias podem ser úteis, para estudar os 
seus regimes jurídicos próprios. Isso para se deixar de lado algumas 
classificações tradicionais inúteis, mas históricas. Essas serão 
mencionadas apenas para se saber o que é. 
A 1ª classificação de tributos, que era 1 corrente dicotômica, 
era de se classificar os tributos em vinculados e não vinculados.Era 
a época da diferenciação do Direito tributário e do financeiro. O 
Direito tributário acabava no fato gerador. O que se fazia com o 
tributo dali em diante era departamento do Direito financeiro. E o 
fato gerador podia ser vinculado ou não vinculado a 1 atuação do 
Estado. 
"For example": vinculado à emissão de passaporte. É 
vinculado à atividade do Estado de emitir o passaporte. 
Não vinculado: tributo incidente sobre a renda, porque 
auferir renda não é atuação do Estado. 
E essa visão dicotômica variou para a tricotômica, em que 
havia a vinculação direta e indireta. Direta � atuação do Estado 
vinculada diretamente ao contribuinte. Indireta � atuação do 
Estado voltada ao grupo de que o contribuinte faz parte. 
Não vinculados, vinculados diretamente e vinculado 
indiretamente, ganharam apelidos. Tributo não vinculado � 
imposto. Tributo vinculado diretamente � taxa. Tributo vinculado 
indiretamente � contribuição. 
E foi nesse contexto que o Código Tributário Nacional foi 
elaborado. 
O Código Tributário Nacional tem força de lei complementar. 
Cabe à Lei Complementar normas gerais, conflitos de competência e 
limitações do poder de tributar. Normas gerais sobre: a)definição 
de tributo e suas espécies. B)... 
O código foi redigido na época dessa supremacia do fato 
gerador. Essa ideologia era: dê-me o fato gerador e eu te darei o 
tributo. Essa ideologia fica visível no Artigo 4º. 
 Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato 
gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: 
 I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
 II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. 
Para se saber que tributo que é basta o fato gerador. Na 
visão do código é irrelevante a denominação. Acaso a rosa perderia 
o seu perfume se não se chamasse rosa? Artigo o Nome da Rosa 
(Artigo 4º I). 
Passo questionável � também a destinação seria 
irrelevante. O Código Tributário Nacional só conhece tributo pelo 
fato gerador. E, assim, só conhece 3 � impostos, taxas e 
contribuições. 
 Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
E, contribuição só de melhoria. Não me venha com outras 
categorias, porque não são tributos!!!! 
Importância do fato gerador: 
 Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma 
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte. 
Definiu pelo fato gerador � imposto é tributo não vinculado. 
 Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito 
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm 
como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, 
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua disposição. 
Fato gerador � taxa. 
Contribuição de melhoria � obra pública. 
Empréstimo compulsório já existia. Mas não era 1 4ª espécie 
tributária, porque ou era imposto ou taxa. Para o código era 
imposto e pronto, não precisava de 4ª espécie, pelo fato gerador era 
imposto. 
E era só os impostos do Código Tributário Nacional. Era 1 
sistema hermético. 
Mas surgiu o problema: na Vacatio legis alguém foi ler o 
Código Tributário Nacional e notou que ficaram várias coisas de 
fora. "For example": INPS, FGTS, Imposto Sindical, etc.etc. e como 
ficavam esses? 
Introduziram o Artigo 217 no Código Tributário Nacional, 
por decreto-lei, que é o Artigo do “fica o dito pelo não dito”. 
Art. 217. As disposições desta Lei, notadamente as dos arts 17, 74, § 2º e 77, 
parágrafo único, bem como a do art. 54 da Lei 5.025, de 10 de junho de 1966, 
não excluem a incidência e a exigibilidade: (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 
14.11.1966) 
 I - da "contribuição sindical", denominação que passa a ter o imposto 
sindical de que tratam os arts 578 e seguintes, da Consolidação das Leis do 
Trabalho, sem prejuízo do disposto no art. 16 da Lei 4.589, de 11 de 
dezembro de 1964; (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966) 
 II - das denominadas "quotas de previdência" a que aludem os arts 71 e 
74 da Lei 3.807, de 26 de agosto de 1960 com as alterações determinadas 
pelo art. 34 da Lei 4.863, de 29 de novembro de 1965, que integram a 
contribuição da União para a previdência social, de que trata o art. 157, item 
XVI, da Constituição Federal; (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966) 
(Vide Ato Complementar nº 27, de 08.12.1966) 
 III - da contribuição destinada a constituir o "Fundo de Assistência" e 
"Previdência do Trabalhador Rural", de que trata o art. 158 da Lei 4.214, de 2 
de março de 1963; (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966) 
 IV - da contribuição destinada ao Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço, criada pelo art. 2º da Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966; (Incluído 
pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966) 
 V - das contribuições enumeradas no § 2º do art. 34 da Lei 4.863, de 29 
de novembro de 1965, com as alterações decorrentes do disposto nos arts 22 
e 23 da Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966, e outras de fins sociais criadas 
por lei. (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966) 
E destruíram o sistema fechado do Código Tributário 
Nacional, e toda a sistematização que ele pretendeu instituir. 
Sem olhar para a destinação não se dá para distinguir 
espécies tributárias diversas, apesar do que diz o Código Tributário 
Nacional. "For example": IRPJ e CSLL, é basicamente tudo 
igualzinho, tem diferenças sutis. A base de cálculo é quase a mesma. 
E o fato gerador é o mesmo. O que distingue o imposto da CSLL é 
que o Imposto vai para o caixa geral da União. E a CSLL vai para a 
previdência. 
Diferença para o contribuinte: imunidades abrangem só 
imposto. Contribuição não respeita anterioridade anual, só 
nonagesimal. 
O Código Tributário Nacional acreditava que a destinação 
era irrelevante para distinguir, mas não é bem assim, para a 
Constituição da República é relevante. 
Por isso para saber qual a espécie tributária tem que se 
saber qual é o fato gerador e qual a destinação, se era afetada ou 
não. 
Vinculado � fato gerador. 
Afetado � destinação do recurso. 
Término téééééééééééchne. 
Imposto � não vinculado e não afetado. 
Contribuição � não vinculado e afetado (ui). 
Vinculado é classificação do fato gerador. Afetado (ui) é da 
destinação. 
Critério atual: justificação dos tributos, não é classificação, 
mas ajuda a entender porque o tributo é cobrado. 
Taxa � Quando 1 aluno conquista a possibilidade de 
apresentar 1 trabalho no México, e tem que tirar 1 passaporte, é 
informado do custo para a confecção desse passaporte, a mixaria de 
R$ 200,00. Mas ele interpreta a lei dizendo que são os colegas que 
têm que pagar o custo do passaporte. O raciocínio é o da 
equivalência: existe 1 atuação do Estado voltada a contribuinte 
específico, é ele que tem que pagar, é 1 sinalagma. 
Taxa � é preciso ter 1 atuação do Estado em que se 
identifique o beneficiário específico da contraprestação da taxa. 
Constituição da República Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados 
ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
 Código Tributário Nacional Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos 
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder 
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e 
divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
Em ambos os casos é contribuinte da taxa o curintiano que 
provocou a atuação do Estado. 
E o Código Tributário Nacional, como é sua atribuição, define 
o queé poder de polícia, mostrando que o Direito Administrativo é 
dependente do Direito tributário: 
 Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública 
que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática 
de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à 
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do 
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão 
ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato 
Complementar nº 31, de 28.12.1966) 
Requisito para cobrar a taxa: ter atribuição constitucional e 
ter atribuição de fiscalização. 
Já teve muitas discussões de pessoas sobre quem quer 
cobrar a taxa e não tem atribuição de fiscalizar. 
Outros querem que o cobrador da taxa demonstre que tem 
aparato para fiscalizar. 
É claro que a taxa não é decorrente da fiscalização, mas da 
sujeição à fiscalização, o poder público tem que ter o aparato para 
fiscalizar. 
Taxa de serviço público � O que é específico e divisíveis 
 
Código Tributário Nacional Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o 
artigo 77 consideram-se: 
 I - utilizados pelo contribuinte: 
 a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
 b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam 
postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo 
funcionamento; 
 II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas 
de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas; 
 III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por 
parte de cada um dos seus usuários. 
Específico � pode contar. 
Divisível � é o que os economistas chamam de consumo 
rival, se 1 usou não se pode outro usar. 
Taxa de iluminação pública, cobrada pela testada do imóvel 
� inconstitucional porque não é nem específico nem divisível. Não 
é específico porque não há medidas para se contar, e não é divisível 
porque não é de consumo rival, o fato de 1 estar iluminado não 
impede o outro também, porque a iluminação pública é pública, não 
dá para dividir. 
Só por curiosidade, foi tão julgada inconstitucional que, no 
Braseeel, quando algo é julgado inconstitucional se muda a 
Constituição da República. E agora tem a COSIP, que é contribuição 
sobre iluminação pública, expressamente autorizada pelo 
constituinte derivado. 
Posto a disposição � atividade administrativa em efetivo 
funcionamento � não é necessário que frua o serviço, se é posto a 
disposição e o curintiano é obrigado a utilizar, pouco importa se ele 
utiliza ou não. 
Taxa de lixo � específico (x vezes por semana). Divisível? 
Não é, mas se pode criar 1 taxa de lixo quando se obriga a todos a 
recolherem o lixo daquela forma, e, ainda que não se use o serviço a 
taxa é paga. 
A receita da taxa é afetada à despesa que gerou a taxa. 
Prima da taxa � contribuição de melhoria. Também é 
inspirada pela equivalência, mas no sentido de benefício. 
No caso da contribuição de melhoria se tem 1 obra e vários 
imóveis em grupo que se beneficiam dessa obra, pela valorização 
do imóvel. Há 1 polêmica se é necessária ou não a valorização do 
imóvel, a Constituição da República anterior dizia que era 
obrigatório, a Constituição da República atual não, mas o Código 
Tributário Nacional diz que é necessário. 
O total da arrecadação da contribuição não pode ultrapassar 
o valor da obra. O limite individual não pode ser maior que a 
própria valorização do imóvel. 
Isso é que traz a dificuldade da cobrança da contribuição de 
melhoria. 
O professor acha, que na teoria a contribuição de melhoria é 
ótima. 
Mas se se impuser o limite da valorização do imóvel, há 1 
grau de discussão muito grande. Por isso é muito trabalhoso cobrar 
essa contribuição, e por isso o poder público geralmente não a 
cobra, gastando recursos de toda sociedade. 
Equivalência: prestando o serviço se pode cobrar a taxa, mas 
não se deve. Tem que se ter isso sempre em mente, não é 
obrigatória a cobrança da taxa. O dinheiro da prestação dos 
serviços sairá de toda a sociedade. 
A contribuição de melhoria é a mesma coisa. Ou institui 
contribuição de melhoria ou gasta dos gastos gerais. É muito 
complicado o poder público cobrar essa contribuição de melhoria, 
embora fosse 1 ferramenta mais justa. 
"For example": metrô, caberia contribuição de melhoria. É 1 
tributo bem pensado e mal aplicado. 
"For example": A lituânia existe e é 1 país amigo. Por isso 
tem que ter 1 embaixada brasileira lá. E essa embaixada custa 
dinheiro. A Dilma recebe salário. O exército nacional tem despesas. 
Todos concordam que a Dilma tem que receber salário. Mas 
quem quer pagar o salário dela? Quem deveria pagar os custos da 
embaixada brasileira na Lituânia? 
Existem gastos do Estado que são do interesse de toda a 
sociedade, e são pagos por toda a sociedade. Portanto, pela 
equivalência, todos pagam. Mas isso não resolve o problema, 
porque todos quem? 
Qual o critério adequado para determinar quem vai pagar? 
Constituição da República Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
Solidária � sólida. Todos tem que pagar. Qual o critério? 
Ordem alfabética? Como graduar? 
Pela capacidade. Quem pode mais paga mais. Renda é 1 dos 
critérios, mas não o único. 
Quem tem maior capacidade econômica, ou capacidade 
contributiva, paga mais, quem tem menos paga menos. 
A justificativa do imposto está, em termos gerais na 
necessidade da sociedade. Em termos individuais, está na 
capacidade contributiva. 
Assim, o que pode ser fato gerador de 1 imposto? 
 Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma 
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte. 
Portanto, pela literalidade do código, pode ser fato gerador 
de imposto ter cabelos cacheados. 
Mas o fato gerador não é apenas aquilo que está no código. O 
que o legislador tem que descrever para fixar o fato gerador: 
capacidade contributiva. 
Renda � quem tem tá podendo. 
Carro � quem tem tá podendo. 
Importar � quem pode tá podendo. 
Imóvel � quem tem tá podendo. 
É 1 tributo não vinculado e não afetado, e justificado na 
capacidade contributiva. Seu fato gerador tem que revelar 
capacidade contributiva. 
Mas, como o contribuinte não teve aula de Direito tributário, 
ele afetou parte dos impostos, no Artigo 167. 
Ou seja, não há afetação, salvo a do 167 da Constituição da 
República. 
Empréstimos compulsórios: 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
É restituível, e tem hipóteses expressas para sua fixação. O 
Código Tributário Nacional tinha 1 hipótese a mais: enxugamento 
do poder aquisitivo (Plano Collor), mas isso não está na 
Constituição da República. 
Justificativa: as despesas: quem paga? Todo mundo? A 
Constituição da República não diz que o empréstimo compulsório é 
informado pela capacidade contributiva. 
Mas, por causa da solidariedade o professor propõe a 
extensão disso aos empréstimos compulsórios. 
5ª espécie tributária que boa parte da doutrina só coloca 
como 5ª. Mas o professor didaticamente divide-as em 2: as 
contribuições sociais e especiais. 
 As contribuições se encontram no Artigo 149 da 
Constituição da República, por isso são 1 classificação só. 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais 
ou econômicas, como instrumentode sua atuação nas respectivas áreas, 
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do 
previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o 
dispositivo. 
As contribuições sociais têm algo bastante diversos das 
demais. As especiais são verdadeiras contribuições, são atuação do 
Estado indiretamente voltada ao contribuinte, as contribuições 
sociais não são vinculadas a nenhuma atuação do Estado. 
As contribuições sociais nada mais são que impostos 
afetados (ui) à ordem social. Elas financiam o Estado, mas "non 
ecziste" 1 equivalência. 
Têm as contribuições sociais gerais ("for example": 
educação) e as contribuições sociais que financiam a seguridade 
social. A ordem social do Estado não é só a seguridade. 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de 
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e 
das seguintes contribuições sociais: 
Toda a sociedade financiamos a seguridade social. Ela tem a 
ideia de universalidade, que tira da seguridade social o caráter de 
“verdadeira” contribuição. 
Até 1988 havia a ideia de contribuição como seguro. Em 
1988 adotou-se a universalização da seguridade social. Há 
trabalhadores rurais aposentados sem terem contribuído. 
Se a seguridade social é financiada por toda a sociedade, 
quem é que tem que pagar a contribuição? O professor afirma sem 
medo de errar que é quem puder mais. 
O constituinte falou em capacidade contributiva só para 
impostos, mas também é aplicável para as contribuições sociais, 
pelo professor. 
A única diferenciação é a destinação. As contribuições são 
afetadas e os impostos não. 
A COSIP é imposto com afetação. 
As “verdadeiras” contribuições são as especiais. "For 
example": 1 autarquia do Estado que atuará no interesse dos 
engenheiros. Quem paga para que ela exista: os engenheiros. E 
assim por diante. 
Referibilidade entre a contribuição e a atuação do Estado. 
Nas contribuições sociais "non ecziste". No CREA só se pode exercer 
a profissão se pagar. 
Maaas, o professor acha 1 absurdo, mas o judiciário teve o 
despautério de dizer que a contribuição à OAB não é tributo, mas 1 
contribuição “”sui generis”, só para eles cobrarem sem lei. 
Custas judiciais � evidentemente é taxa, mas o Supremo 
Tribunal Federal acha que não é. Quem é o professor para dizer que 
o Supremo Tribunal Federal é inconstitucional? 
Mas a Ordem atua no interesse da sociedade blá blá blá... E o 
CREA não? E o CRM não? Não dá para aceitar isso e ficar tranquilo. 
Mas erro de aluno é bobagem, erro de professor é doutrina e 
erro de juiz é jurisprudência. 
Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE): 
como o Estado intervém na economia? Quando o mercado não 
caminha para a ordem econômica preconizada na Constituição da 
República. E o Estado tem que intervir. 
A ordem econômica é voltada à autossuficiência. 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano 
e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme 
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
I - soberania nacional; 
Mas quando o aluno vai ao cinema e tem, de 1 lado 1 filme 
sobre o Lula e do outro Abrahan Lincoln. Qual a maioria vai 
escolher? 
O Estado tem então que fomentar o cinema nacional. E de 
quem ele vai cobrar esse recurso? De quem consome cinema. Por 
isso que o ingresso do cinema tem a contribuição do CONCINE, para 
fomentar o cinema nacional. E isso é provocado pelo consumidor 
que escolhe mal ao escolher assistir “Cisne Negro” em vez de 
assistir “E aí Comeu”. 
02.04.2013 
Categorias técnicas da tributação 
Visão geral de todas as categorias hoje. Cada 1 delas terá 1 
aula específica. Por isso não é profundo. 
Figura didática do professor do professor: 
1 campo inicial: competência. Fora do campo é não 
competência. 
Enquanto categoria técnica a competência é atribuição 
constitucional, poder de instituir 1 tributo, ou seja, legislar sobre. 
Competência não é poder de cobrar. Isso é capacidade tributária 
ativa. Competência é outra coisa: é legislar sobre o tributo. "For 
example": imposto sindical: o sindicato cobra, mas quem institui é a 
União. 
Só tem competência tributária pessoa jurídica de Direito 
público. 
Nosso constituinte fez 1 opção de não Pôr Hierarquia entre 
União, estados e municípios. Cada ente extrai sua competência 
direto da Constituição da República. Na Alemanha, v.g., não é assim. 
São os estados que têm competência para tributar, e abrem mão 
dela para os municípios. 
A competência, portanto, está na Constituição da República. 
E 1 vez que ele confere competência, ela é indelegável. Também é 
imprescritível. O fato de o ente não exercer a competência não afeta 
o Direito de a qualquer momento exercê-la. "For example": a União 
tem competência para instituir o imposto sobre grandes fortunas. 
Mas não criou nem criará. Nem por isso outro ente pode criar esse 
imposto. 
As competências da União estão no 153. Os estados no 155. E 
municípios no 156. 
O constituinte já deu as competências dos impostos. Para 
contribuições está no 149. Só a União. E estados e municípios para 
os seus funcionários. 
Empréstimo compulsório: 148 � só a União. 
Via de regra, a competência tributária é cumulativa, ou seja, 
"non ecziste" concorrência. Mas a União pode instituir imposto 
extraordinário em caso de guerra, ainda que seja competência de 
estados e municípios. Isso só serve para exame de Ordem, porque a 
OAB sempre acha que o Braseeel vai entrar em guerra. 
Esse mesmo instrumento que confere competências, faz 1 
outro movimento extremamente relevante, também na Constituição 
da República. Faz 1 espécie de barreira: pega o campo descrito na 
Constituição da República, e define negativamente a competência. 
Ele pega situações e chama de imunes. As imunidades nada mais 
são que situações que não estarão sujeitas a 1 ou outras espécies 
tributárias. 
Imunidade é competência definida negativamente. "For 
example": propriedade de veículos automotores para o Estado, 
Maaaas, se o veículo pertencer À União, não pode. 
Imunidade, "for example": Artigo 150 VI � imunidade de 
impostos. 
Quando a proteção for constitucional, o término 
téééééééééééchne é imunidade. Não se pode cometer o erro que o 
constituinte comete. 
Artigo 195 § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as 
entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei. 
Se é o constituinte que isentou, não é isenção, é imunidade, 
mas o constituinte não estudou na Facvldade de Direito do Largo de 
São Francisco. 
Qualquer veículo automotor que não está sujeito à 
imunidade está sujeito ao imposto? 
O fato de se ter competência é que se pode instituir o 
imposto, mas só se tem o tributo se se tiver 1 lei instituindo o 
tributo. 
Portanto, dentro do campo da competência (Constituição da 
República) pode-se dividir em incidência e não incidência. 
Em regra, incidência é matéria para lei. A incidência tem por 
limite o campo da incidência. 1 situação de não competência 
(imunidade) também seria não incidência. Mas tecnicamente a não 
incidência está contida na competência. O legislador tem 
competência, mas não instituiu o tributo � não incidência. 
Agora começam a surgir as dificuldades. 
O professor apresenta 1º a visão mais tradicional, do Código 
Tributário Nacional originalmente. 
Isenção � do modo tradicional (by Código Tributário 
Nacional) � A isenção aparece como 1 exclusão do crédito 
tributário. Está dentro da incidência. Isenção é dispensa de 
pagamento de tributo devido. A figurinha que está no manual do 
professor do professor diferencia a isenção da não incidência é que 
a não incidência sequer foi contemplada pelo legislador. A isenção 
foi contemplada, o fato gerador acontece, mas o legislador dispensa 
o pagamento.

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