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DPC0412 - Processo Penal III - Prof Zanóide - Provas

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1 
 
PROCESSO PENAL III 
Professor Maurício Zanóide 
 
 
PROVAS 
Relação entre prova, verdade e decisão judicial. 
O que é verdade? Verdade não está na coisa, mas no que projetamos na coisa. 
Verdade está no ser convincente, verdade é intangível, maneira pela qual uma 
pessoa conta uma coisa, pré-concepção. Verdade precisa estar intrínseca aos meios 
de prova para que tenha legitimidade. Precisamos perder a ideia de que existe 
verdade real e verdade formal. Verdade está com quem eu quiser que ela esteja. 
Teoria correspondencialista. 
 
No processo civil, a regra aplicada é a do ônus da prova. A CF diz que não se aplica 
ao processo penal. 
 
Fases de captação de conhecimento – Teoria da cognição: 
i) Ignorância 
ii) Dúvida 
iii) Certeza 
 
Juízes tem um campo muito largo de dúvidas. Verdade é pessoal. Toda decisão 
judicial é uma combinação inversamente proporcional entre saber e poder. 
 
 
TERMINOLOGIAS E CONCEITOS DE PROVA PENAL 
Mesmo que exista a confissão (não é algo normal), é necessário que se produzam 
provas, tanto que existe previsão de auto-imputação falsa. Dispositivo claro nesse 
sentido: 
 
 
2 
 
CPP. Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de 
corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
 
Questão de direito – não preciso provar o ordenamento corrente, mas há portarias, 
por exemplo, que carecem de prova, que não podem ser dadas como sabidas. 
Fontes de prova – pessoas ou coisas das quais se podem conseguir os elementos de 
prova. 
 
Temos fontes de prova: 
i) Reais - documentos no sentido geral; 
ii) Pessoais 
 
Elementos de prova – conjunto de dados objetivos que confirmam ou negam uma 
asserção a respeito de algo que interesse à prova, ou seja, conjunto de dados 
objetivos que vem das fontes. Testemunha, por exemplo, é uma fonte de dados. 
Tudo que possa levar conhecimento de prova a alguém é elemento de prova, é o 
dado bruto que se estabelece da fonte. 
 
Meio de prova – instrumento ou atividade por intermédio do qual o interesse de 
prova manifesta-se; é a forma pelo qual consigo captar provas; endoprocessual. 
Meios de obtenção da prova – são, em regra, extraprocessuais e regulados para 
buscarem fontes de provas, reais ou pessoais, podendo ser produzidos por outros 
funcionários públicos diversos do juiz, como a polícia. 
 
Instrumentos para assegurar dados objetivos – meios de provas. Quando falamos 
em fontes de provas, nos referimos a busca por coisas que possam ser produtoras 
de meios de provas, como por exemplo, interceptação telefônica, “campana” 
policial. Meios de obtenção de provas não são produzidos na presença do juiz. 
 
Resultado da prova – “proof”; soma de todos os elementos de prova acrescido de 
todo procedimento intelectual e subjetivo do juiz, levando-o a formação da sua 
convicção do fato. 
 
 
3 
 
Note-se no art. 621 do CPP que a legislação nomeia tudo como “prova”, podendo 
causar confusões: 
i. Evidências dos autos - resultado das provas. 
ii. “novas provas” – elementos de prova 
Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida: 
 I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal 
ou à evidência dos autos; 
 II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou 
documentos comprovadamente falsos; 
 III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do 
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da 
pena. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS 
Não existe classificação ruim, mas umas são mais úteis. 
A) Com relação à força da convicção que os elementos de prova contém 
(classificação subjetiva): 
i) Plena – convicção que o fato ocorreu ou não; certeza do juiz. 
ii) Semiplena – não leva o juiz a uma convicção plena, absoluta. 
 
B) Com relação ao elemento da informação: 
i) Direta: por exemplo, perícia sobre cadávere. 
ii) Indireta: indício. Indício não significa “pouca prova”; definido no 
artigo 239 CPP. Eu tenho “thema probandum” (indício nessa 
circunstância é uma causa direta, álibi confirmado). 
 
C) Com relação aos meios de prova: 
i) Pessoal: testemunha, vítimas. 
ii) Real: documentos, coisas resíduos, marcas; 
 
 
 
4 
 
D) Quanto à reparação da prova (inútil): 
i) Pré constituídas: antes da fase judicial; 
ii) Causais 
 
MOMENTOS DA PROVA 
i) Proposição ou requerimento – a parte ou órgão de investigação propõe. 
ii) Admissão – não tem juízo de veracidade ou mérito. 
iii) Produção – maior parte de ilicitudes ocorre nesse momento. Lei estabelece 
limites. 
iv) Valoração da prova – feito pelo destinatário, análise subjetiva. 
 
SISTEMAS DE APRECIAÇÃO DA PROVA 
 Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, 
não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as 
restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
Prova é diferente de elemento de informação. Elementos de informação não são 
produzidos dentro do contraditório. 
 
Provas urgentes: 
 Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao 
juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de 
provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e 
proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização 
de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, 
de 2008) 
 
 
 
5 
 
 
LIMITAÇÕES DA PROVA 
Direito a prova não é um direito ilimitado, sofre limitações legais (condições de 
ação, pressupostos, etc). É amplo dentro dos limites estabelecidos pela lei. 
A legalidade tem valor em si, regras trazem na sua formalidade um valor. 
Limites à produção e obtenção dos meios de provas: 
i) Precedido de ordem judicial (meios invasivos) – conveniência, modo de 
execução, adequação. Por exemplo: inviolabilidade da casa, art. 5º, XI CF. 
ii) Limites implícitos no sistema. Por exemplo, iluminação do dia é o que regula 
o chamado “período noturno”; 
iii) Ônus da prova – ônus é um imperativo do próprio interesse, uma faculdade 
cujo exercício é condição necessária ou relevante para a construção de 
vontade ou para não sofrer prejuízo. Ônus não é obrigação, não é 
interesse que pode ou não ser exercício, não é direito, nem dever, é uma 
faculdade, uma decorrência legal. Pode ser classificado em: 
 
a) Absolutos ou perfeitos - aqueles que se a faculdade não for exercida 
haverá desvantagem necessária para a parte, por ex., ônus de 
recorrer. 
b) Relativos ou imperfeitos – não implica desvantagem. Por exemplo, 
ônus probatório, que é a faculdade de sujeitos parciais produzirem 
provas sobre as afirmações de fato relevantes para o sistema (não é 
uma perda necessária). 
 
MITIGAÇÕES 
I) Comunhão das provas – resultado da prova não é extraído de quem é 
requerido. Todos compartilham, o resultado é do processo. 
II) Poderes instrutórios judiciais – juiz tem poder de produzir provas? Sistema 
inquisitivo diz que sim. CRFB estabelece os princípios do sistema 
acusatório e da presunção da inocência (normas com estruturas de 
princípios). Redução no conteúdo normativo é excepcional, quanto 
menor a redução, maior a expressão de direito. Depois da CF/88, pode-se 
 
 
6 
 
aceitar que existe poder instrutório do juiz, de forma diminuta, os quais 
são residuais, subsidiários, ou seja, se as partes não atuarem na produçãodas provas. Juiz deve demonstrar no que as partes foram omissas. 
 
REQUISITOS – PODER INSTRUTÓRIO 
I) Subsidiário; 
II) Juiz deve motivar; 
III) Meio necessário e adequado; 
IV) Juiz deve submeter a prova ao contraditório 
V) Qualquer meio de prova determinado pelo juiz só pode ser feito por fontes 
de provas já trazidas pelas partes; 
VI) Poderes instrutórios inexistem de forma absoluta no momento da 
investigação criminal; juiz não tem poder investigatório. 
 
 
[Aula de sábado (16/03/2013) – Anotações Ellen] 
 
CONTINUAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO 
 
Ônus objetivo se dirige ao juiz como regra de julgamento. É errado dizer que é um 
ônus do juiz, pois ele nao tem direito processual. Esse direcionamento ao juiz se da 
na medida em que se estabelece a regra de julgamento: em caso de duvida fática, o 
juiz deve sempre decidir favoravelmente ao acusado. A presunção de inocência 
permeia uma parte de todas as decisões judiciais, no que diz respeito à restrição de 
direito fundamental. 
 
PROVA ILÍCITA 
Tema de difícil esgotamento. 
 
HISTÓRICO 
Não existia regra de regulação da prova ilícita. Em um determinado momento, os 
órgãos estatais começaram a notar que a investigação nao podia ser realizada a 
 
 
7 
 
qualquer preço e a qualquer custo. 
 
É necessário que se respeito o cidadão nos limites fundantes que estao na 
constituição. Não se pode realizar a investigação de forma a desrespeitar a 
dignidade da pessoa humana, uma vez que tal dignidade é o que da origem a todas 
as clausulas protetivas dos direitos fundamentais. 
 
O devido processo legal tem um clausula que perneia toda a persecução penal, 
sendo necessário que existam regras previstas e constitucionais. 
 
Artigo 37 da CF (administração publica direta e indireta): principio da eficiência. A 
vedação das provas ilícitas se justifica pela busca de uma eficiência do sistema 
investigação e persecutório. É a vedação da prova ilícita que incentiva/obriga os 
órgãos persecutórios aumente de forma a conseguir adquirir as provas dentro dos 
limites impostos pela lei. 
 
Posteriormente, decidiu-se que a prova ilícita produzida seria considerada no 
processo para o julgamento, no entanto, quem produziu a prova ilícita seria 
processado criminalmente por exemplo, por tortura. Isso era no século anterior. 
 
Atualmente, a prova obtida por meio ilícito, essa prova é ilícita e não pode ser usada 
para nada, porque de um ato ilícito e normalmente criminoso, o Estado não pode 
criar algo licito. Nao há como algo ser licito e ilícito ao mesmo tempo. O grande 
argumento lógico, natural e racional que permitiu a proibição da torturo, do século 
XVIII para cá, era o questionamento a respeito da veracidade do dito pelo torturado, 
uma vez que a única coisa que se pode dizer com certeza é o quanto a pessoa 
agüenta a tortura. O Estado nao pode admitir conjecturas sobre algo que ele ja 
definiu como ilícito. 
 
A prova considerada ilícita não pode mais ser usada em nada, a não ser como corpo 
de delito para a condenação da pessoa que cometeu o crime de produção de prova 
ilícita. Portanto, a prova ilícita só servira como prova do ilícito praticado. 
 
 
8 
 
 
Em 1988, o constituinte redigiu o dispositivo no artigo 5º: "LVI - são inadmissíveis, no 
processo, as provas obtidas por meios ilícitos;". Isso mostra que é proibido em 
qualquer processo, não apenas no processo penal. 
 
A doutrina desenvolveu varias teorias sobre o que é prova ilícita. No Brasil, 
professora Ada Peregrini trouxe a seguinte classificação: 
 
1- provas vedadas ou ilegais: sao aquelas para as quais existe uma regra que 
proíbe sua aceitação. 
 A) ilegítima (violam regras processuais) 
 B) ilícitas (violam regras constitucionais ou de conteúdo material) 
 
Artigo 157, CPP → Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais. 
 
Uma vez ilícita, aquela prova esta descartada, está contaminada, entao não se 
poderá mais refazer a prova. Provas ilícitas nao podem ser repetidas. 
 
As provas ilegítimas são aquelas que violaram regras processuais, então é diferente, 
pois não trazem nenhuma afetação a direito fundamental. Exemplo: trazer para 
audiência testemunha que não foi intimada, juntar documentos fora da fase 
probatória. 
 
Consequências muito diferentes: prova ilícita gera nulidade, provas ilegítimas 
podem ser refeitas, enquanto que as provas ilegais nao podem ser refeitas. 
 
O parágrafo 4º do artigo 157 dizia que estava impedido o juiz que viu a prova ilícita 
julgar o caso. 
 
Prova ilícita por derivação é aquela prova que em si mesma é uma prova licita, 
 
 
9 
 
produzida e obtida por meios licitos, corretos, legais, legitimos e perfeitos, só que 
ao se verificar a informação que levou àquela prova, verifica-se que a fonte anterior 
era ilícita. 
 
As prova ilícitas começaram a ter algumas exceções. Algumas exceções norte 
americanas não são admitidas no direito brasileiro. 
 
Redação do artigo 157: 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as 
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou 
legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando 
não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas 
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 
11.690, de 2008) 
 
(Comentários sobre os vídeos: tortura - interrogatorio ininterrupto por 40hrs, 
atenção a primeira frase do professor do video: "As pessoas sao inimigos do 
Estado", revelando um juízo de valor alterado no momento da analise das provas; 
interrogatorio de acusado em cadeira de rodas: pergunta após o fim da redação da 
ata, sendo ela relevante e nao registrada posteriormente: o acusado ja estava na 
cadeira de rodas e estava sendo acusado por escalar muro e roubar uma 
propriedade; diferenciação no interrogatorio sobre o crime de trafico: o juiz repete 
o que ele entendeu para que o acusado confirme que é aquilo mesmo que 
aconteceu, registra na ata todos os detalhes, e sempre pressupõe a inocência do 
acusado) 
 
O interrogatório é um meio de prova, no sentido de ser um 
instrumento/procedimento do qual se extraem elementos de prova para que no 
registro do depoimento eles sejam captados e mantidos nos processo. 
 
O procedimento do interrogatório é um meio de prova e a pessoa objeto do 
 
 
10 
 
interrogatório não é coisa, atualmente o interrogatório é considerado meio de 
defesa. Assim, o interrogatório é tanto meio de prova e de defesa, uma vez que 
deve ser respeitado os limites da dignidade humana, sem coibiriam a pessoa que 
esta sendo interrogada. 
 
Obrigatoriedade da entrevista previa entre defensor e acusado, e de ser informado 
sobre o que esta sendo realizado para preparar sua defesa e da defesa do defensor, 
alem da participação das partes na realização da interrogação. 
 
Definição de interrogatório: Ato procedimental pelo qual o imputado, exercendo 
seu direito constitutional de auto defesa, ouvirá pessoalmente diretamente da 
autoridade (policial ou judicial) a imputação que lhe é feita, podendo apresentar sua 
defesa. Primeira característica: momento do procedimento (artigos 185 a 186 do 
CPP), composto por varias partes e varias regras. Segunda característica: momento 
crucial da auto defesa. Outra característica: o interrogatório é ato personalíssimo, 
ninguem pode mandar seu substituto, ato personalíssimo de contato direto entre 
interrogado e interrogador. Ultima característica: podendo apresentar sua defesa, 
porque a autodefesa é disponível, assim ele nao é obrigado a se defender. 
 
Direito ao silencio no interrogatório: artigo 198 do CPP → "Art. 198. O silêncio do 
acusado não importaráconfissão, mas poderá constituir elemento para a formação 
do convencimento do juiz." 
 
[Aula do dia 19 de março de 2013 – Anotações Ellen] 
 
INTERROGATÓRIO 
 
Instrumentalização para registrar nos autos, mas é principalmente um meio de 
defesa. 
 
O momento do interrogatório: em 2008 houve uma mudança sensível dos 
procedimentos, o que deu maior natureza de direito de defesa ao interrogatório, 
 
 
11 
 
deixando de ser o primeiro ato no processo e passando a ser o ultimo ato da 
instrução (artigo 400 - ordinario e 533 - sumario, se referindo ao artigo 400; 474 do 
CPP - instrução em plenário). O dispositivo diz que o interrogatório pode ocorrer a 
qualquer momento que o réu estiver presente 
 
O local (mudança de 2009): artigo 185 ➝ o acusado responde ao processo solto e 
sera ouvido perante o juízo competente (exceção: pode ser ouvido por meio de 
precatória). Se o réu esta preso, há uma regra: §1º do artigo 185 ➔ ouvido no presídio 
em que se encontra. A exceção se encontra no §2º do mesmo artigo 185: 
 
"Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento 
das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de 
videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens 
em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das 
seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)". 
 
Os incisos deste parágrafo apresentam as hipóteses da exceção. 
 
RITO JUDICIAL 
 
O artigo 185 combinado com o artigo 186 diz que acusado deve ser 
informado previamente da acusação e ter contato prévio com seu defensor (grande 
conquista de 2003). O juiz deve informar ao réu os seus direitos constitucionais, tais 
quais o direito de ficar calado. A partir desse ponto, ingressa-se ao artigo 187, que 
divide o interrogatorio em duas partes: identificação e mérito. O §1º trata da 
primeira parte e o §2º trata da segunda parte: 
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do 
acusado e sobre os fatos. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, 
meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, 
vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso 
 
 
12 
 
afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, 
qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais. (Incluído pela 
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: (Incluído pela Lei nº 10.792, de 
1º.12.2003) 
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 
1º.12.2003) 
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que 
atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do 
crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois 
dela; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia 
desta; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
IV - as provas já apuradas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde 
quando, e se tem o que alegar contra elas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer 
objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; (Incluído pela Lei nº 10.792, 
de 1º.12.2003) 
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos 
antecedentes e circunstâncias da infração; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 
1º.12.2003) 
 
Atenção ao "oportunidades sociais": afeta a pena. Exemplo de uma pessoa pobre e 
um universitário realizarem o mesmo crime, o universitário recebera pena mais 
grave, uma vez que ele tem maiores condições de conseguir o objeto sem a 
realização do crime, de saber que o ato é um crime, etc. 
 
Artigos 149 a 154 do CPP: juiz deve verificar se o indivíduo possui sanidade mental o 
suficiente para o interrogatório. Também deve ser verificado na perícia desde 
quando a pessoa tem a insanidade mental, pois se ela sofria desde o momento da 
 
 
13 
 
infração, o processo continuara, mas se a insanidade aconteceu depois do processo, 
suspender-se-á todos os atos processuais até que ela fique boa. (Consequências 
estas presentes nos artigos 150 e 151): 
Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, 
irresponsável nos termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com a 
presença do curador. 
Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo 
continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2º do art. 149. 
 
Segunda parte do interrogatório: o §2º traz um roteiro de perguntas. O artigo 405 
do CPP diz que sempre que possível as audiências de instrução devem ser gravadas, 
por técnicas de áudio e video, por elas serem unas. É melhor filmar, pois nao se 
pode exigir que o juiz dite todas as ênfases e os mínimos detalhes do depoimento, 
entao o filme possui maior fidelidade. Após as perguntas do juiz, abre-se a 
possibilidade das partes fazerem as perguntas, sendo que a acusação pergunta 
antes e depois a defesa, como expressa o artigo 188: 
 
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum 
fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender 
pertinente e relevante. 
 
O artigo 189 diz: 
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte, poderá prestar 
esclarecimentos e indicar provas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 
Sobre o artigo 190: 
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e circunstâncias do 
fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais sejam.(Redação dada 
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 
Observações: os interrogatórios, se tiver mais de um réu, deve ser realizados 
isolado e separadamente, de forma que um nao ouça o depoimento do outro, 
 
 
14 
 
conforme disposto no artigo 191. 
 
O interrogado nao pode levar seu depoimento por escrito, mas pode levar algumas 
anotações. Exceção de depoimento por escrito: surdo que não tenha possibilidade 
de falar (artigo 192). 
 
Estrangeiro terá um interprete, mesmo que o juiz saiba a língua do depoente, é 
necessário o interprete, caso contrario o contraditório restara prejudicado, uma vez 
que não é certeza de que as outras partes saibam tal língua. 
 
CONFISSÃO 
 
Eventual resultado de um interrogatório. Confissão é a admissão contra si, por 
quem seja suspeito ou acusado de um crime, tendo pleno discernimento, voluntária, 
expressa e pessoalmente, diante da autoridade competente, em ato solene e 
publico, reduzido a termo, a pratica de um fato delituoso. 
 
A confissão é o reconhecimento de um fato delituoso pelo próprio 
interrogado/agente que declara. A confissão é solene e pessoal. Portanto, não pode 
uma testemunha da confissão dizer a autoridade judicial que o agente X confessou 
o crime e narrar tal confissão (isso não será contado como confissão). Esse 
reconhecimento deve ser voluntário (nao pode sofrer coação) e perante autoridade 
responsável pela colheita daquela confissão (judicial, policial, etc.). 
 
Classificação da confissão conforme o momento: 
i. Extrajudicial 
ii. Judicial 
 
Classificação conforme o conteúdo: 
i. Simples (pessoa reconhece o fato) 
ii. Qualificada (alem de se reconhecer o fato imputado, acrescenta-se um fato a 
mais, como por exemplo uma excludente) 
 
 
15 
 
 
A confissão é divisível, de acordo com a doutrina, ou seja, o juiz pode aceitar uma 
parte e naoaceitar outra, mas essas partes devem ser unas e compreensíveis, o juiz 
nao pode retalhar a confissão de forma a montar uma outra versão. Pode dizer, 
aceito a parte de que confessou que matou, mas nao aceito a parte de que alega a 
legitima defesa. A gravação de video é ideal, porque ela da o contexto em que cada 
parte do depoimento aconteceu. 
 
A confissão, diz o artigo 200, é retratável, ou seja, a pessoa pode confessar e depois 
alegar que a confissao se deu em determinada situação e se retratar da confissão. 
Na confissão judicial, o juiz pode analisará as provas e o contexto. 
 
A confissão nao pode ser tomada quando a autoridade percebe que a pessoa não 
esta nas suas qualidades normais mentais. Hoje em dia, a confissão tem tudo para 
ser a pior das colheita de provas, portanto ela deve sim passar por um filtro de 
todos os outros elementos de prova colhidos, conforme artigo 197 do CPP. 
 
Relação premiada: não é uma confissão qualificada, pois existe um prêmio. 
Reconhecimento do ato imputado pelo interrogado (primeiro momento da relacao 
deve ser a confissão) e acresce-se outras pessoas na participação dos fatos. Relacao 
diferente de chamada de co-réu, pois esta seria dizer que "foi ele, nao fui eu", 
enquanto que na relacao premiada, se diz "fui eu, mas nao fui sozinho, tinha fulano 
e sicrano junto". 
Imprecisões criadas pela imprensa: não há como se combinar uma relação premiada 
com o delegada, pois talrelação só será reconhecida por um juiz no momento do 
calculo da pena na sentença (com o reconhecimento de da relação premiada, e que 
o interrogado colaborou, a pena é reduzida). 
 
Leis que tratam da relação premiada: 
- 7.492/86 (artigo 25 parágrafo 2) 
- 8.137/90 (parágrafo único do artigo 16) 
- 8.072/90 (parágrafo único do artigo 8o) 
 
 
16 
 
- 9.034/95 (artigo 6º) 
- 9.807/99 (artigo 13) 
- 11.343/06 (artigo 41) 
- Lei que pretendeu regular a relação, mas o fez de forma deficiente é a lei 
9.613/98 (lei de proteção as testemunhas), dos artigos 13 e ss. 
 
OFENDIDO 
Expressão “ofendido” é “atécnica”. Ofendido é o titular do bem jurídico que foi 
objeto da conduta criminosa. Normalmente é a vítima. Ofendido tem interesse na 
causa penal; não é testemunha, não presta compromisso em dizer a verdade; não 
conta no rol de testemunhas; declaração que ele presta é um meio de prova; 
declarações obrigatórias; ofendido pode dar suposições, diferentemente da 
testemunha. 
 
Ficou evidente com as alterações de 2008 a mudança no título do capítulo, 
tornando o ofendido agente de direitos. 
 
Ficção – ofendido tem espaço diferenciado (acusados de um lado, testemunhas de 
outros). 
 
Ofendido tem direito a tratamento, custeado pelo Estado, multidisciplinar: lesão do 
princípio da presunção de inocência, pois antecede a condenação. 
Valor probatório do depoimento do ofendido – Zanóide não acha que não tem valor 
nenhum porque ele é interessado. É demais entender também que tem um valor 
preponderante. Declarações do ofendido devem ser entendidas no contexto das 
provas, sendo que tais declarações devem ser relativizadas. 
 
Como saber se o ato praticado foi consentido ou não? Crianças, por exemplo, 
supõem fatos que não condizem com o crime. Deve-se, pois, observar outras 
fontes. 
 
 
 
17 
 
Procedimentos – o ofendido deve ser intimado para comparecer em audiência e ser 
mantido em sala separada. Primeira prova oral a ser produzida, inversão não gera 
nulidade. 
 
Ofendido deve ser qualificado, suas palavras devem ser colhidas de forma fidedigna. 
Se o ofendido alegar que está sofrendo pressão psicológica, o réu pode ser retirado. 
 
PROVA TESTEMUNHAL 
Testemunha é a pessoa que, não sendo parte ou interessado, depõe sobre fatos 
relevantes que tenham sido percebidos por seus sentidos. Testemunha é a eventual 
fonte de prova. Depoimento é meio de prova. Testemunho é registro, 
documentação de prova testemunhal. 
 
CARACTERÍSTICAS 
I. Judicialidade – compreende duas coisas, a prova só é configurada quando 
feita a oitiva em juiz competente (identidade física do juiz) e diante das 
partes. 
II. Oralidade – em regra, a testemunha deve “falar” o seu depoimento. 
Exceções: surdo-mudo, o qual dará seu depoimento através de sinais ou pela 
forma escrita; Figuras do presidente da república, presidente do senado, 
câmara podem fazê-lo por escrito (art. 221, §1º CPP). 
III. Objetividade – testemunha deve prestar depoimento objetivo, sem 
valoração, sem expressar opiniões. 
IV. Retrospectividade – testemunha sempre depõe sobre fatos passados. 
V. Obrigatoriedade 1– existe por uma razão, portanto, é obrigatório.. 
VI. Imparcialidade – depoimento deve ser imparcial, do contrário, a contradita 
poderá ser feita. 
 
Art. 202 do CPP 
Qualquer pessoa pode ser ouvida. Há pessoas que não são obrigadas por razão de 
parentesco. 
 
1
 Obrigatoriedade e imparcialidade são acréscimos do professor. 
 
 
18 
 
Informantes são testemunhas descompromissadas (art. 208 cpp) 
Pessoas proibidas – dever de sigilo (art. 207 CPP). 
Lei 8.096/94, art. 7º - ao menos que com o aceite da vítima. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
I. Testemunhas visuais 
Auditivas 
II. Numerárias (no rol) 
Extra numerárias (juízo, art. 209 CPP) 
Testemunha de “ouvir dizer” – não percebeu um fato, não estava presente, 
não é testemunha na Verdade. Pode oferecer eventual fonte de prova. 
III. Próprias 
Impróprias – atos normalmente perceptórios. 
 
MOMENTOS DA PROVA 
I. Requerimento – existem momentos específicos. Para a acusação: momento 
de oferecimento da denúncia. Defesa: momento de resposta da acusação. 
No júri é indiferente. Art. 406, §2º CPP. 
II. Deferimento – apresentado o rol, o juiz normalmente defere, mas às vezes 
tem dúvidas. O juiz pode não aceitar a testemunha. Produção de provas deve 
ser feito ante o juiz e contraditório das partes; “cross examination” não 
existe no Brasil. Art. 212 CPP. Parte pergunta diretamente para a 
testemunha, existe uma ordem de perguntas, do contrário, nulidade. 
III. Procedimento – oitiva por precatória. Súmula 273 STJ. Partes devem ser 
intimadas da expedição da carta precatória. Art. 222 CPP. Carta não impede 
instrução. 
 
VALORAÇÃO DA PROVA 
A prova testemunhal é dotada de enorme subjetividade, “prostitutas das provas”. 
Art. 214 CPP – testemunha indigna de fé, tem evidente interesse na causa, suspeita 
de parcialidade, indigna de fé. Testemunha pode ser contraditada no curso do 
depoimento. 
 
 
19 
 
 
MEIO DE PROVA. RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS. 
A coisa e a pessoa são fontes. Reconhecimento é meio de prova. É ato formal, 
precisa ser formalizado em procedimento documentado. Testemunha é chamada. 
Reconhecimento exige: a pessoa será convidado a descrever o outro antes de vê-lo 
até para saber se será induzido ou forçado. 
Reconhecimento não é aplicado de verdade no processo brasileiro. 
 
[Anotações Ellen] 
 
ACAREAÇÃO 
Último ponto das provas em espécie. 
Etimologicamente é o confronto cara a cara. A acareação pode ser feita com 
qualquer um que for ouvido. É o confronto de versões diferentes. 
Pressupostos: existência de declarações previas, existência de divergência entre as 
versões, e o fato de circunstancia relevante no processo (é preciso que este ponto 
de divergência seja especificado). 
Na pratica, a acareação não é muito utilizada, é mais utilizada no momento do 
inquérito policial e no caso de testemunhas, porque seria um problema a 
divergência com a versão do acusado, uma vez que este pode apresentar a versão 
que quiser, uma vez que não existe compromisso de dizer a verdade. Pelo código, o 
juiz pode determinar acareação de oficio, mas há autores que dizem nao ser 
necessário. Geralmente as partes requerem o procedimento. 
 
Possibilidades de acareação: 
- Uma das versões preponderando 
- Ambas preponderando 
- Surgimento de uma nova versão após confrontar as versõesdivergentes. 
 
É possível ser feita a acareação por carta precatória, o que acaba levando a perda de 
sua utilidade. 
Prevista nos artigos 229 e 230 do CPP. 
 
 
20 
 
 
PROVA DOCUMENTAL (artigos 231 e ss do CPP) 
 
O artigo 232, caput traz o conceito estrito da prova documental. O conceito amplo 
trazido pela doutrina pode ser definido da seguinte maneira: "qualquer base 
material idônea para registro e conservação da vontade e/ou pensamento humano 
pertinentes e relevantes para a solução da causa penal." 
 
Classificação da prova documental quanto ao autor: 
1) anônima (autor desconhecido) 
2) nominativa (registrado na prova quem é o autor): 
 A - autografa (coincidência entre autor do documento e o autor do fato nele 
registrado) 
 B - heterografa (feito por pessoa diversa do autor do fato narrado no documento) 
 
Classificação quanto a origem: 
1) publico (presunção de autenticidade, mas não a veracidade do conteúdo. A 
autenticidade esta relacionada a requisitos extrínsecos, enquanto a veracidade esta 
relacionada a requisitos intrínsecos.) 
2) privado (para ser autentico, precisa ser reconhecido pela parte) 
 
Classificação quanto a forma: 
1) Documento solene (ja tem uma forma prescrita em lei) 
2) Documento nao solene (nao tem forma prescrita em lei) 
 
A) Original 
B) Copia (normalmente precisa autenticar) 
 
Classificação quanto à produção: 
1) Documento espontâneo 
2) Documento provocado (provocado pelo juiz da causa, o que revelaria uma 
posição mais inquisitora do juiz) 
 
 
21 
 
 
PROCEDIMENTO 
Diverso da prova testemunhal, uma vez que o contraditório é depois da produção 
da prova ou no momento da juntada do documento, enquanto que na testemunhal 
é estabelecida no momento da produção da prova. Pode ocorrer um contraditório 
prévio, mas nao discutira o mérito, e sim a pertinência ou nao do documento. 
Cerceamento de defesa por falta de contraditório ocorre quando o juiz ja pede 
certidão de antecedentes criminais/existência de outros processos, e, como demora 
muito, é juntado só no fim do processo, sem espaço ao contraditório após a juntada 
de prova documental. 
Prova documental é usada de maneira transversa para incluir outras provas que ja 
tem um procedimento típico, mas foi transformada em prova documental. 
Prova emprestada: prova testemunhal do outro processo que foi juntada como 
prova documental no processo atual. 
Oitiva de gabinete: MP faz a oitiva da testemunha no gabinete, muitas vezes sem a 
presença do advogado e reduz a termo, que é juntado no processo como prova 
documental , nao testemunhal (precisa do contraditório). É chamado de "prova 
longa". Ocorre varias vezes de má-fé, pela restrição do número de testemunhas, ou 
porque descobriu essa testemunha após a produção dessa prova: nesse caso junta-
se o termo para requisitar ao juízo que essa testemunha seja ouvida em nova 
realização de prova testemunhal. 
 
INCIDENTE DE FALSIDADE (artigo 145 a 148 do CPP) 
Procedimento feito em autos separados. É preciso que desde logo a falsidade do 
documento sera pertinente no desenrolar da causa ou nao. Inclui tanto a falsidade 
material (relacionada a forma, aos requisitos extrínsecos) quanto a ideológica 
(quanto ao conteúdo). 
Queixa-crime: pessoa de uma procuração especial outorgando poderes especiais ao 
procurador. Importância: uma vez que se alega falsidade do documento e isso nao 
se comprova após o incidente. Isso pode dar margem à acusação de calunia. Por 
isso, para evitar essa acusação, o advogado precisa dessa procuração especial. 
 
 
22 
 
Uma vez terminado o incidente de falsidade, com a falsidade reconhecida, o juiz 
precisa remeter essa decisão ao MP para que seja apurado possível crime e mau uso 
desse documento falso. 
 
Prazo para juntada da prova documental: (artigo 231 do CPP): 
Pode ocorrer a qualquer momento. Com a audiência una, a juntada de documento 
sera muito mais anterior à própria audiência ou na data da audiência, é difícil que 
isso ocorra depois (mas não é impossível/proibido). Artigo 479 do CPP: tribunal do 
júri - não pode ser juntado documento fora do prazo mínimo de 3 dias. Isso garante 
que as partes, no dia do júri, nao sejam surpreendidas com a juntada de novas 
provas, de forma que possam exercer o contraditório. 
 
Artigo 236 do CPP: tradução dos documentos: 
Questão do "se necessário": independentemente do fato de as partes e o juiz 
souberem o que o documento significa, deve ocorrer a tradução pelo fato de ser um 
documento publico. Assim a nao tradução pode levar a uma nulidade relativa, tendo 
em vista a publicidade do processo. 
 
BUSCA E APREENSÃO: (artigos 240-250 do CPP) 
Certa atecnia do código colocar os dois juntos. A busca é um meio e a apreensão é 
um fim, não são o mesmo instituto. A busca pode ser definida como medida 
instrumental, meio de obtenção de prova, que visa encontrar pessoas ou coisas, 
sendo estas as fontes de provas. A apreensão esta próxima de uma medida cautelar 
probatória, que visa garantir a produção daquela prova ou para garantir a 
apreensão da coisa para posterior restituição da perda ao legitimo dono da coisa. 
Busca pode ser domiciliar ou pessoal. Vai restringir direitos da inviolabilidade do 
domicilio, da dignidade da pessoa humana, e vários outros direitos fundamentais. 
Na busca é necessário que se demonstre o fumus comissi delicti e a 
proporcionalidade para que a busca nao seja arbitraria e nem exceda ou restrinja 
demasiadamente os direitos fundamentais. Caso contrario, as provas adquiridas por 
meio dessa busca seriam considerada ilegítimas ou até mesmo ilegais. 
Busca domiciliar: 
 
 
23 
 
Primeira questão que surge é o que é domicilio. Conceito amplo de casa, de 
utilizando de dois artigos: artigo 246 do CPP combinado com o artigo 150, §4º do CP 
(necessário demonstrar que é um lugar de privacidade do indivíduo, podendo ser 
desde casa até hotel, nao pode ser um local aberto ao publico). 
Hipóteses para a busca domiciliar: consentimento valido da pessoa que esta no 
domicilio torna desnecessário o mandado judicial (se no meio do caminho a pessoa 
muda de idéia com relacao ao consentimento, a autoridade realizando a busca 
devera se retirar e só poderá retomar a busca com um mandado judicial); caso de 
flagrante em crime permanente permite a busca domiciliar sem mandado judicial; 
sem flagrante ou consentimento, deve ser adquirido o mandado judicial (requisito 
intrínseco: artigo 243 do CPP e requisitos extrínsecos: artigo 245 do CPP). 
Mandados de busca genéricos: não podem ocorrer, deve ser proferido um mandado 
de busca com decisão motivada e especifica (suspeita de algo, etc.). Os mandados 
genéricos sao abusivos e restritivos de diversos direitos fundamentais (nem se 
especifica a casa, nao tem motivação, etc.). 
Artigo 241 do CPP: dispensa o mandado judicial quando é feito pela própria 
autoridade policial ou judiciaria. Esse artigo nao é recepcionado pela nova ordem 
constitucional, mesmo porque atualmente se exige esse mandado quando nao se 
esta dentro da hipótese de consentimento ou flagrante. 
 
Busca pessoal: 
Também é necessário mandado judicial, exceto nas hipóteses do artigo 244 do CPP. 
A busca realizada no veículo é uma busca pessoal. Deve-se no entanto diferenciar os 
veículos de mero transporte e veículos como caminhões, em que o indivíduo mora 
nele. Nesta ultima hipótese seria uma busca domiciliar. 
Quem pode realizar essa busca: autoridade policial e judicial. Quem nao tem essa 
capacidade de realizar a busca é a guarda municipal, por uma disposição 
constitucional, tendo em vista que visa tutelar apenas bens do município. 
Busca pessoal em mulheres deve ser realizada preferencialmente por mulheres. 
(Procurar artigo) 
É necessário que se faça a distinção entre busca pessoal e a intervenção corporal. 
Nao é possível a intervenção corporal frente ao principio de nao produzir provas 
 
 
24 
 
contra sie o direito de silencio, assim a pessoa nao é obrigada a aceitar essa 
intervenção durante a busca pessoal. 
 
Aula do dia 16 de abril de 2013 
 
PROVA PERICIAL (artigo 158 a 164 do CPP) 
 
Corpo de delito: definição do professor Tucci (década de 70) - "é o conjunto de 
elementos físicos, materiais, contidos, explicitamente, na definição do crime, ou 
seja, no modelo legal.". Corpo de delito é um conjunto de elementos, tudo aquilo 
que existe ou é captáveis no mundo externo e que foi operado pela conduta 
definida no tipo, ou seja, é tudo aquilo que a conduta ilícita deixou como marca. 
Aspectos psicológicos podem ser acrescentados na definição de corpo de delito, 
uma vez que foram desenvolvidas varias técnicas e exames de forma a se conseguir 
detectar cientificamente os vestígios psicológicos. Exemplo: crime sexual deixa 
tanto marcas físicas quanto psicológicas e, se tais vestígios psicológicos forem 
captáveis, tratar-se-ão de corpo de delito. 
O exame de corpo de delito é a perícia realizada sobre o corpo de delito. Pode 
existir um grupo de exames, assim, existiriam vários exames de corpo de delito. 
Perícia: é um exame, vistoria, avaliação ou inspeção científicos, técnicos, artísticos 
ou práticos, realizados por pessoas habilitadas sobre algo ou alguém relevante para 
a causa penal. É um equivoco imaginar que toda perícia é cientifica. 
Exame de corpo de delito: 
1) Direto: perícia realizada diretamente sobre o conjunto de elementos. 
2) Indireto: perícia realizada com base em outros documentos que estejam 
relacionados com o corpo de delito. Exemplo: analise de exames de internação 
causada por conta das lesões causadas pelo delito. 
Indispensabilidade do exame de corpo de delito: artigo 158, primeira parte, e o 
artigo 564, III, b determinam que para toda infração que deixa vestígio, o exame de 
corpo de delito é indispensável, sob pena de nulidade, e esse exame deve ser 
realizado antes da ação penal. A falta de corpo de delito antes da ação penal gera 
 
 
25 
 
inépcia da denuncia por falta de justa causa, uma vez que há ausência de indícios de 
materialidade. 
Artigo 167: quando os vestígios desaparecem, a prova testemunhal pode suprir. 
Artigo 158, segunda parte: o exame de delito não pode ser suprida com a confissão 
do acusado. Quando as pessoas perdem ou alteram o corpo de delito que os 
vestígios desaparecem, ou quando estes se deterioram. Exemplo: maconha para ser 
apreendida, deve ter a substancia química considerada como droga acima do limite 
estabelecido, e por isso ela deve ser armazenada de forma adequada, caso 
contrario ela se deteriorará e a perícia resultará negativa. Se o corpo de delito for 
perdido ou alterado, a prova testemunhal pode suprir, mas enquanto ainda existir 
elementos de vestígios, até mesmo indiretos, devera ser realizado o exame de 
corpo de delito direto ou indireto. A prova testemunhal devera ser realizada dentro 
de todos os limites impostos pela lei. Nem sempre a testemunhal supre a falta de 
prova pericial do corpo de delito. 
A perícia é um meio de prova, o vestígio é a fonte de prova e o laudo é a 
documentação do meio de prova, sendo o resultado da perícia o resultado da prova. 
Assim o testemunho é a documentação de prova testemunhal. 
 
Assistente técnico: 
Artigo 159: nomeação de assistente técnico pode ser feita antes ou depois da ação 
penal, e devera ser determinada pelo juiz. 
A perícia deve ser requerida (MP, autoridade policial, vitima, acusado). Após, sera 
verificado se a perícia é pertinente e relevante para a ação penal (artigo 159) para se 
deferir ou não a prova. Após o deferimento, sera produzida a prova. O §4º do artigo 
159: sobre o assistente técnico. Problema do dispositivo: qual a utilidade de se 
nomear um assistente técnico após a conclusão da perícia, uma vez que apesar de o 
assistente técnico nao poder intervir na producao do lsudo, este poderia realizar o 
contraditório no momento da produção do laudo: perda muita grande por apenas 
permitir o contraditório diferido (após a elaboração do laudo). 
Valoração da perícia: a despeito do artigo 182, a perícia é um meio de prova com um 
peso muito grande, e muitas vezes é o único. Este artigo diz que o juiz poderá 
 
 
26 
 
desconsiderar a prova, nao estando vinculado a ela. e isso só foi escrito devido a 
grande importância que se da a prova pericial. 
Peritos/interpretes: o legislador mudou para o singular o caput do artigo 159 basta 
que um perito oficial faça a perícia. Assim o artigo 180 devera ser lido conforme tal 
reforma, uma vez que se for um único perito, nao há como existir divergência. 
 
Procedimento: artigo 160 - 169 determina que a perícia seja realizada em 10 dias e o 
artigo 171 permite um laudo complementar, que deve ser elaborado no prazo de 10 
dias, prorrogáveis por mais 10 dias. Artigo 177 permite a perícia por precatória. Mas 
se a ação for de iniciativa privada, as partes podem escolher o perito do juízo 
deprecante para o juízo deprecado. 
 
O laudo vem em três partes: individualização do laudo (o que deve ser feito, quais 
os quesitos, quando foi a data que o perito recolher o material, quem sao os peritos 
que estao fazendo o laudo, onde foi realizado o exame, etc.), discussão técnica 
(métodos, exames e resultados) e parte da conclusão (perito responde os quesitos 
e expõe a sua opinião técnica sobre o material, o corpo de delito examinado. 
 
INTERCEPTACAO TELEFÔNICA: artigo 5, XII da CF e lei 9.296/96 
 
Uma pessoa diversa do emissor e do receptor daquela comunicação esta 
interferindo, e quando essa terceira pessoa é desconhecida, pode ser uma 
interceptação autorizada judicialmente, ou uma nao autorizada (podendo ser 
ilícita). A lei 9.296/96 estabelece os limites da interceptação telefônica, limites estes 
que deverão ser respeitados quando nenhuma das partes envolvidas na 
conversação tem conhecimento de tal interceptação. No entanto, quando uma das 
partes tem conhecimento da interceptação, passa-se a considerar apenas como 
gravação, e a pessoa gravar sua própria conversa é licito, uma vez que a gravação 
sera utilizada para defender seu direito. 
As gravações podem ser feitas no telefone ou ambientalmente. Há certas 
controvérsias a respeito do uso dessas gravações para comprovar que outro 
indivíduo esta cometendo um crime. 
 
 
27 
 
Quando a gravação se da sem o conhecimento dos interlocutores, a doutrina 
estrangeira defende que se a conversa for em um local publico, a interceptação 
pode ser aceita (muitas vezes é feita por agente policial), sendo necessária a 
autorização judicial. Se a conversa for em ambiente privado, nao se pode realizar a 
interceptação. Inciso V do artigo 2º da lei 9.296/96 (?). 
 
 
[Aula do dia 23 de abril de 2013 – Anotações Ellen] 
 
Âmbito da lei de interceptação telefônica: 
Artigo 5º, inciso XII da CF ➜ estabeleceu uma forma: precisa de ordem judiciaria 
(condição); precisa haver lei que estabeleça os limites; precisa ter a finalidade de 
investigação criminal. Os dados devem ser dados passados, transmitidos também 
por via telefônica, interpretação unanime. 
 
Lei 9.296/96: lei de interceptação telefônica. Comunicação de dados via telefone 
podem ser interceptados. Email: sendo correspondência telefônica, pode ser 
apreendida mas nao interceptada. 
 
Natureza jurídica: interceptação telefônica é uma meio de obtenção de prova. O 
laudo de transcrição é um meio de prova e as conversas objetos da transcrição sao 
fontes de provas. O laudo de transcrição nao autentica a voz e a autenticidade da 
conversa. Artigo primeiro da lei 9.296/96 
 
REQUISITOS 
O constituinte escreveu na norma de inviolabilidade, colocando as formas de 
comunicação até entao existentes. Exceção constitucional: quando nao é possível a 
interceptação. 
 
Inciso II do artigo 2: nao sera admitida a interceptação de comunicações telefônica 
quando a prova puder ser feita por outros meios disponíveis.Isso revela que a 
interceptação telefônica é a ultima ratio. É necessário que a interceptação seja 
 
 
28 
 
indispensável. 
Inciso I: demonstração da autoria para revelar que a prova é indispensável. 
Inciso III: reservou o meio de prova para os crimes de reclusão. 
Três requisitos, portanto: Indispensabilidade do meio, a ultima ratio deste meio de 
prova; deve-se demonstrar a autoria e nao se pode aplicar esse meio de prova em 
crimes que nao tenham a pena de reclusão. 
 
FASES 
Primeiro momento: requerimento. O requerimento é dividido em varias partes: os 
legitimados estao no artigo 3 da lei (policia, MP e juiz determinar de oficio, sendo 
que nesta ultima hipótese cabe algumas considerações: nao se recomenda que o 
juiz determine de oficio este meio de prova, por disposição constitucional de 
sistema acusatório; na fase judicial pode ser feita de forma residual). No artigo 3 nao 
esta prevista a figura da vitima e nem a figura da defesa. O requerimento deve ser 
escrito, podendo ser verbal se este for reduzido a termo, para conferir a segurança 
jurídica (quem pediu o que, por que razão). 
 
Deferimento: o parágrafo 1 do artigo 4 é casado com o artigo 8. O artigo 8 da lei diz 
que é necessária a formação de autos próprios para a realização da interceptação 
telefônica, para garantir sigilo, segurança jurídica e o contraditório e ampla defesa 
sobre o requerimento realizado anteriormente. Os autos formalizados sao úteis nao 
só para as partes, mas tambem para o poder judiciário que faz o controle 
jurisdicional em instancias superiores. Quando há o deferimento do requerimento, o 
juiz determina que o cartório crie autos apartados. 
 
Parágrafo 2 do artigo 4: o juiz terá 24hrs para decidir. 
 
Artigo 5: deixa claro que a motivação do juiz é uma motivação especifica, devendo 
demonstrar as seguintes coisas: deve pegar elementos do caso concreto, verificar 
se foram cumpridos os três requisitos. O juiz tem que estabelecer a forma pela qual 
vai se dar a interceptação (se as empresas de telefonia fornecerão senhas para que 
os policiais possam realizar a interceptação ou se os policiais irão às empresas de 
 
 
29 
 
telefonia para realizar a interceptação). 
 
Encontro fortuito: se houver conexão com o crime investigado poderá ser 
considerado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
CAPÍTULO X – DA PROVA – Badaró 
10.1. Processo penal envolve uma controvérsia fática. Ponto mais difícil: 
reconstrução histórica dos fatos de acordo com as regras legais. Verdade e certeza 
são conceitos relativos. Verdade é um elevado grau de probabilidade. Justiça e 
verdade são noções complementares ao exercício do poder. Relação entre verdade 
e prova é teleológica. Verdade é apreendida, não construída. Não tem sentido 
distinguir verdade formal de verdade material, verdade é uma só, não comporta 
graus, a falta de identidade, sim. A verdade não é o fim último do processo e sua 
busca não se pode dar a partir da premissa de que os fins justificam os meios. A 
busca pela verdade é um meio para a correta aplicação da lei penal. 
Significados da palavra “prova”: 
i. Atividade probatória – conjunto de atos praticados para a verificação de um 
fato. Atividade desenvolvida pelas partes e, subsidiariamente, pelo juiz. 
ii. Meio de prova – instrumento por meio do qual se introduzem no processo as 
fontes probatórias. 
iii. Resultado probatório – convencimento de que os meios de prova geram no 
juiz e nas partes. 
Importante distinguir: 
i. Fonte de prova – tudo que é idôneo a fornecer resultado apreciável para a 
decisão, são anteriores ao processo. 
ii. Meios de prova – instrumentos com os quais se leva ao processo um 
elemento útil para a decisão, instrumentos por meio dos quais as fontes de 
provas são conduzidas ao processo. P. ex.: testemunhas e vítimas. 
iii. Elemento de prova – dado bruto que se extrai da fonte de prova, ainda não 
valorado pelo juiz. 
iv. Resultado probatório – conclusão do juiz sobre a credibilidade da fonte e a 
atendibilidade do elemento obtido. 
Distinção entre fonte de prova e meio de prova é o que possibilita compatibilizar o 
processo penal acusatório com os poderes instrutórios do juiz. Quem investiga não 
pode julgar. O juiz, tendo conhecimento de uma fonte de prova, pode determinar a 
produção do meio de prova correspondente. 
 
 
31 
 
Meios de prova e meios de obtenção de prova – meios de prova são aptos a servir, 
diretamente, ao convencimento do juiz, enquanto que os meios de obtenção de 
provas são instrumentos para a colheita de elementos ou fontes de provas, estes 
sim aptos a convencer o julgador. Meio de prova se presta ao convencimento direto 
do julgador, os meios de obtenção de prova somente indiretamente e dependendo 
do resultado de sua realização. Em regra, meios de obtenção de prova implicam 
restrições de direitos fundamentais. 
Meios de prova são os instrumentos pelos quais se leva ao processo um elemento 
de prova apto a revelar ao juiz a verdade de um fato. Ex: exame de corpo de delito, 
testemunhas, perícias, acareação, etc. Exceção: interrogatório do acusado e 
confissão. Confissão é o resultado de uma declaração de vontade que deve ser 
formalizada, podendo ser realizada dentro ou fora do processo. Confissão judicial é 
o resultado eventual de interrogatório. 
Meios de obtenção de provas (meios de investigação) são instrumentos para a 
colheita de fontes ou elementos de prova. O único meio de prova disciplinado pelo 
CPP é a busca e a apreensão, outros estão previstos em leis especiais. 
Características: caráter de surpresa, desconhecimento do investigado, o resultado 
posteriormente será submetido ao contraditório diferido. Quebra de sigilo bancário: 
possível que o investigado se manifeste previamente. 
Prova atípica e anômala – não vigora um sistema rígido de taxatividade dos meios 
de prova. Não confundir previsão de um procedimento probatório objetivo com a 
nominação de uma prova. Prova “irritual” é aquela típica produzida sem a 
observância de seu procedimento probatório. Prova anômala é uma prova típica 
utilizada para fins diversos daqueles que lhes são próprios ou para fins 
característicos de outras provas típicas. 
Prova emprestada – prova produzida em um determinado processo e que depois é 
transladada documentalmente para outro processo, no qual terá valor probante 
originário. 
Para ser válida, requer: 
i. Prova do primeiro processo produzida diante juiz natural (não precisa ser o 
mesmo, não se trata de identidade física do juiz); 
 
 
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ii. Prova produzida no primeiro processo tenha possibilitado o contraditório 
perante a parte do SEGUNDO (depoimento pessoal? Violação da CADH?); 
iii. Objeto da prova seja o mesmo em ambos; 
iv. Âmbito de cognição do primeiro seja o mesmo do segundo. 
 
Objeto da prova – o que se provam são as alegações dos faos, não os fatos. Fatos 
impertinentes, irrelevantes e notórios não são objeto de prova, fatos 
incontroversos devem ser objeto de prova (diferentemente do processo civil). 
Momentos probatórios: 
i. Investigação – busca de fontes de provas, exercido principalmente por meio 
de inquérito policial; 
ii. Propositura – possibilidade de as partes requererem ao juiz a produção das 
provas sobre os fatos pertinentes e relevantes; 
iii. Admissão – deferimento das provas que sejam lícitas, pertinentes e 
relevantes, se dá por meio de decisão judicial; 
iv. Produção – meios de prova devem ser produzidos em contraditório, na 
presença das partes e do juiz natural; 
v. Valoração - toda prova deve ser valorada pelo juiz, o que não significa que o 
juiz é obrigado a aceitar a prova, fundamentação da sentença tem um papel 
essencial para a aferição do respeito à prova. 
Prova por videoconferência – forma de produção de prova que possibilita, sem que 
as fontes probatórias estejam na presença do julgador, uma “contextual,efetiva e 
recíproca visibilidade das pessoas presentes em ambos locais, e a possibilidade de 
ouvir o que é dito”. Necessário distingue o interrogatório e a oitiva de testemunha. 
Tal interrogatório é válido desde que asseguradas determinadas condições que 
garantam a publicidade do ato, ampla defesa e a comunicação reservada do 
acusado com seu defensor, mediante recursos audiovisuais em tempo real.

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