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Direito do comércio internqcional Aspectos econonômicos do comercio internacional Aula 2- FORMAÇÃO DO GATT E OMC - 6/3 1. Histórico - o mundo mudou em 1944 ocorreu a conferencia de Bretton Woods, Economia internacional -> no séc. XIX, girava em torno da economia britânica (ela concentrava acordos bilaterais de comercio com diversos países). Após a primeira GM, desorganização do sistema mundial, porque a Inglaterra perde a sua preponderância e não há um país para substituir. Entre guerras há uma desordem econômica (guerra cambial, crise de 1929, pobreza, inflação, estagnação). Instabilidade política interna que dá causa ao totalitarismo. Criação do FMI (estabilidade monetária e cambial, para isso originalmente se cria um lastreamento das moedas em ouro) e Banco Mundial (financiamento de projetos de desenvolvimento a baixos juros, reconstrução pós-guerra. Uma espécie de BNDES internacional!) Depois surge a idéia de criar a OIC -organização internacional do comercio. De maneira mais ou menos independente os EUA convocam a partir de 1946, 18 países (dentre eles o Brasil) para negociar reduções tarifarias -> gerariam um acordo anexo a OIC. A grande finalidade de todos esse acordos era garantir a paz mundial (não um livre comercio a qualquer custo, mas um comercio instrumental, funcional, capaz de gerar estabilidade política.) Retirada o acordo internacional do comercio do congresso americano -> sem estados nao fazia sentido, o acordo afunda. Acordo geral sobre tarifas e comercio (GENARAL AGREEMEMT ON TARIFS AND TRADE. -GATT) Já existiam as rodadas (estilo Doha). 1949, 1951, 1956. Por que esse intervalo? Os EUA haviam retirado o acordo do congresso sobre OIC, perguntam-se se o acordo continuariam e sim, continuou. 1955-56 Rodada Genebra -> entrada do Japão. 1960-62 Dillon -> foco na mudança de metodologia de mudança tarifaria ( a partir dai, redução linear, não produto a produto). 26 países. (Influencia da CEE -criada em 1957) 1962-67 Kennedy: :66 países negociando. Surgimento da "terceira via". Países em desenvolvimento deveriam criar um novo acordo ou aderira ao GATT? Discussões em torno da UNCTAD. Luta dos EUA e da URSS para influenciá-los. 1973- Rodada Tóquio -> Formalização de aspetos muito abertos no acordo. questão do dumping e os códigos de Tóquio disciplinando acesso a mercados, subsídios, antidumping, salvaguardas, barreiras não-tarifárias . Até um determinado número de participantes em razoável informalidade tudo se decide! Quando aumenta, regras mais formais para disciplinar comportamento de todos. Barreiras tarifárias e barreiras quantitativas -> estabelecer um máximo de importação de determinado bem. Como se controla? Emitindo licenças de importação aos importadores. O GATT as proíbe. Só existe excepcionalmente (ex. Comercio Brasil e Argentima (accords spéciaux) regulando linha branca e automóveis) Quando o impacto das tarifas se torna pequeno as demais medidas se tornam evidentes. 1986-94 Uruguai. Queda do muro de Berlim, fim da URSS e da guerra fria. Fim da alavanca comercial EUA X URSS. Grande dilema para a esquerda no mundo todo: o sistema que dá certo é o capitalismo/liberalismo. Livro " O fim da história". Consenso ideológico nao liberal associado à perda das alavancas políticas próprias da guerra fria. Aliança atlântica que ditara as regras do jogo! Em Marraqueche -> acordo para constituição da organização mundial do comercio. Sao encorpáramos 4 anexos 1.a) Comércio (GATT de 1944 + subsídios, agricultura, anti-disponha, salvaguarda...) b) Comercio de serviços c) TRIPS - ADPIC 2. Entendimento sobre solução de controversas 3. Revisão de políticas comerciais 4. Acordos plurilaterais (alguns dos membros, para garantir o efetivo consentimento dos países membros, uma vez que vários acordos bilaterais haviam sido anexados ao GATT sem consentimento de todoso) -> laticínios, carme bovina, (nao tem mais efeito desde 1997) aeronaves civis (36 membros), compras governamentais (Brasil não faz parte e nao tem a menos intenção de entrar, nenhum dos BRIC's o é). Inclusive do ponto de vista formal, o GATT foi vigente entre 1944 e 1994, se interrompe e começa vigência de GATT de 1995 (OMC). ESTRUTURA ORGÂNICA DA OMC A maior parte das OI tem estrutura parecida, que nao aparece na OMC. Não possui órgãos que nao sejam plenários. Não tem conselhos (que não formados por todos os membros). Conferencia ministerial -> Conselho Geral ->Conselhos Setoriais (comércio, serviços)-> Comitês (dumping, agricultura...) No GATT a decisão era adotada por consenso. Obs. Unanimidade -> voto positivo de todos participantes # Consenso: ninguém se opõe ao relatório. Diretor geral -> de pouco importância (não o era no GATT). Dinâmica institucional mais transparente e democrática, tomada de decisões no conselho mais difícil. Sistema de resolução de controvérsias No GATT -> relatório de um órgão especial a ser apresentado pelas partes a ser aprovado no conselho (tentaram consenso - 2 partes envolvidas na questão) Na OMC, o órgão de resolução de controvérsias (organe de réglement de différents), adota por consenso inverso ( há de se formar consenso em NÃO adotar o relatório) os relatórios do grupo especial ou órgão de apelação. Essa estrutura se deu para ressaltar o caráter político das decisões da OMC, que com o tempo passaram a ter cada vez mais um caráter jurídico. E a rodada Doha? O ultimo membro a entrar na OMC foi o Tadiquistao! Mas importante mesmo foram a Rússia e a China (2012 e 2001, respectivamente). Daqui para frente, não haverá revolução no sistema econômico internacional! Já que é difícil encontrar consenso entre esses membros. Pequenas alterações, talvez fechem a rodada, o que leva um desvio do sistema multilateral para sistemas regionais. (Na opinião do professor) Princípios não discriminação 1. Não discriminação (há exceções) -> art.24 permitindo os acordos regionais 2. Negociação 3. Transparência 4. Progressividade -> consolidação das tarifas obs. a tarifa máxima do Brasil é 35%, não há previsão de reduzi-la (outros países tem mais baixa) -> a progressividade é relativo a média consolidada! A média efetiva pode mudar! 5. Tratamento preferencial aos países Pobres. A cláusula da nação mais favorecida Histórico-> acordos de navegação com o intuito de não oferecer maiores vantagens a países terceiros! Era mais uma ideiamde privilegio, por meio de tratados bilaterais, e nao de insonoriza (tratados de navegação, comercio e amizade) Clausulas condicionais e não imediatas -> só eram estabelecidas após renegociação dos termos e extensão do beneficio em contrapartida de outra ação, para nao ferir o sinalagma do contrato! -> já no GATT ela é multilateral, e automática e incondicionada!(art. 41) Teste triplo-> 1. Vantagem discriminatória 2. Produtos similares (like products) 3. Caráter imediato e incondicional Discriminação de direito (países específicos) ou de fato Produtos similares 1. Classificação aduaneira 2. Características comuns 3. Substituabilidade na visão do consumidor 4. Utilização pelo consumidor Tratamento nacional Imposto de importação + IPI + confins Artigo XX -> exceções gerais A. Moralidade publica B. Saúde de pessoas, animais, vegetais C. Ouro e prata D. ... Importante! O grau de proteção pretendido é de exclusiva decisao do país. Art. XXIV -> zona de livre comércio/troca e zonas aduaneiras 1. Livre comércio: Não há tarifas de importação e exportação incidindo sobre as mercadorias que circulam naqueles países. 2. Zona aduaneira: mesmas tarifas externas. Lista de tarifas aduaneiras comum. Deve-se se estabelecer pela essencialidade dos produtos envolvidos na economia dos países e não um só setor! Na verdade, a inclusão disso no GATT teve uma intenção diferente: necessidade de harmonizar uma sistemática multilateral com sistemáticas bilaterais coloniais da França e Inglaterra. -> afasta-se a incidênciade nação mais favorecida, mas não afasta o Tratamento Nacional Zonas de livre comércio e uniões aduaneiras A triangulação ocorre: passaria uma mercadoria a um mercado aduaneiro de menor taxa e após o encaminharia a um país membro da mesma união aduaneira do primeiro (a 0%). Como evitar? Estabelecendo regimes de origem (se é camisa árabe vendida pela Argentina, é árabe!). Criar um acordo, mediante o qual, se iguala as tarifas internas. Não há um mercado comum: uma vez que os impostos internos são diferentes! Balança de pagamentos -> evasão de divisas: país estabelecer tarifas mais elevadas como objetivo de evitar a perda de moeda/produto. As mediadas nao podem excepcionar as clausulas de tratamento nacional, e nação mais favorecida. Excepciona-se a regra de tarifas consolidadas e proibição de medidas não-tarifárias. Deve-se consultar o FMI. Ele nao esta ditando políticas, mas ele tem os dados das balanças de pagamentos dos países. Raríssimos esses pedidos. O que apetece mais: medida de emergência econômica -> salvaguarda art. 29, ela é setorial! Ex. Houve salvaguarda no setor de côco no Brasil. Preferencias comerciantes para favorecer níveis de proteção social a países frágeis/ em desenvolvimento. Ministério de desenvolvimento e comércio SECEX -> secretaria de comercio internacional DECOM-> departamento de comercio. Ele realiza uma avaliação, conforme os procedimentos da OMC (inclui manifestação do outro país e dos demais interessados de um lado e do outro). Aí, ele analisa/investiga a possibilidade de anti-dumping, denunciada por um particular. Se constatado, é possível medidas provisionais! As quais podem ser feitas, inclusive antes da manifestação de todos, se graves. Após podem se tornar medidas definitivas ou pode haver um acordo com o pais nos preços. Nb. O DECOM também avalia salvaguarda. Hoje no Brasil existem 88 medidas com efeitos no DECOM. O Brasil está tendo mais medidas de proteção comercial, que vai de encontro coma tendência mundial (mesmo na crise). Caracterização do DUMPING Verbo: to dump (jogar fora) Superprodução. Prática de concorrência desleal: praticar preços inferiores ao praticado no mercado interno. (Preços abaixo de custo, abaixo do preço de mercado). Condições: 1. Preço inferior ao praticado no mercado (primeiro preço de produção), ou quando não existe preço no mercado interno ou ele é fixado no mercado, leva-se em consideração (i) o preço do bem em países de condições similares de produção, (ii) analise da estrutura de custos. 2. Prejuízo setorial no país importador que tenha nexo causal com a atuação do exportador. 87 medidas no brasil são do mercado de insumos (tecidos, tintas, corantes, pneus).
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