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Queimadura

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Queimadura 
Corpo humano  revestido por pele: 
 Integridade física e bioquímica do corpo; 
 Manutenção da regulação térmica; 
 Prevenção de perda de líquidos; 
 Barreira contra infecções. 
 
Conceito 
“Toda e qualquer lesão produzida pela ação curta ou prolongada de temperaturas extremas na 
pele, podendo atingir mucosas, músculos, vasos sanguíneos, nervos e ossos.” 
 
Fatores de risco: 
 Exposição ao fogo; 
 Água fervente; 
 Corrente elétrica; 
 Agentes químicos; 
 Soda cáustica. 
 o principal agente causal é o líquido/alimento superaquecido = acidente domiciliar, em 
crianças e idosos. 
 
A queimadura constitui uma das maiores agressões que o organismo pode suportar. 
 
Avaliação do prognóstico: 
 Agente causal; 
 Profundidade; 
 Extensão da superfície corporal queimada; 
 Localização; 
 Idade; 
 Doenças preexistentes; 
 Lesões associadas. 
 
Epidemiologia 
 320 mil crianças sofrem queimaduras por ano no mundo; 
 92% dos casos de queimadura acontecem até os 19 anos, sendo que 40% ocorre entre 0 
e 9 anos de idade. 
 A ocorrência é maior em homens (70%) do que em mulheres (30%); 
 78% dos acidentes acontecem em casa; 
 42% ocorrem devido à combustão; 
 13% sofrem queimaduras em eletricidade; 
 33% se queimam com líquidos aquecidos; 
 9% se machucam com superfícies quentes, 
 Os membros superiores são os mais afetados. 
As principais vítimas são crianças no ambiente domiciliar, porém os idosos são os que apresentam 
maiores taxas de complicações (alta morbidade). 
 
Fisiopatologia 
 
 
A exposição de colágeno, a partir da queimadura, leva a liberação de substâncias vasoativas 
(hitamina)  vai fazer com que haja um aumento da permeabilidade capilar  passagem 
facilitada de um filtrado plasmático para o interstício: 
 Edema; 
 Hipovolemia (diminuição do volume sanguíneo  hipoperfusão tecidual. 
O líquido que passa por interstício, leva juntamente eletrólitos – alguns pacientes tem 
desequilíbrios hidroeletrolíticos – e albumina – responsável pela pressão oncótica = provoca ainda 
mais o edema. 
 
A perda de calor e de fluidos por evaporação através da ferida: 
 Hipotermia; 
 Desequilíbrio hidroeletrolítico; 
 Choque hipovolêmico. 
Perda hídrica intensa (120mL/m2/h)  ocorre até a cicatrização  está relacionada com a 
profundidade da lesão e temperatura do ambiente. 
 
 Ambiente quente  perda de mais líquido. 
Depois de todo esse processo, ocorre toda a fisiopatologia do paciente crítico: fase de refluxo 
(Ebb) e fase de fluxo (Flow) – para chegar nessa última fase (adaptativa), pode demorar cerca de 
2 anos. 
 
Situação em que se perde mais proteínas  as necessidades proteicas são maiores. 
 
 Fase de Refluxo (EBB): declínio: 
Objetivo: perfusão de órgãos nobres. 
 
Resposta inicial (pós lesão): ↓ do metabolismo, associada a hipodinamismo cardiocirculatório (↓ 
DC): 
 Choque hipovolêmico: 
 ↓ perfusão tecidual; 
 ↓ taxa metabólica; 
 ↓ consumo de oxigênio; 
 ↓ pressão sanguínea; 
 ↓ temperatura corporal. 
 
↓ insulina e ↑ glucagon  ↑ produção de glicose pela gliconeogênese  hiperglicemia. 
 
 
 Fase de Fluxo (Flow): resposta aguda: 
Objetivo: reparar os danos causados pelo estresse ao organismo. 
 
Após a restauração do consumo de O2: ↑ metabolismo e do consumo de oxigênio, com 
hiperdinamismo cardiocirculatório. 
 Resposta aguda  predomínio do catabolismo: 
 ↑ glicocorticoides; 
 ↑ glucagon; 
 ↑ catecolaminas; 
 Liberação de citocinas, mediadores lipídicos; 
 Produção de proteínas da fase aguda; 
 ↑ excreção de nitrogênio; 
 ↑ taxa metabólica; 
 ↑ consumo de oxigênio; 
 Uso prejudicado de combustíveis. 
 
 Hipermetabolismo na queimadura: 
Redução: 
 Remoção do tecido queimado; 
 Cobertura da área afetada – evitar a infecção hospitalar; 
 Temperatura ambiente (18º); 
 Minimização da dor e sofrimento. 
 
 Fase de Fluxo (Flow): resposta adaptativa: 
 Resposta adaptativa  predomina o anabolismo: 
 Resposta hormonal diminui gradualmente; 
 ↓ taxa hipermetabólica; 
 Associada com recuperação; 
 Potencial para restauração da proteína corporal; 
 A cicatrização da ferida depende em parte da ingestão de nutriente. 
 
Classificação 
 Agente causal: 
FÍSICOS: 
 Temperatura: vapor, objetos aquecidos, água quente; 
 Eletricidade (corrente elétrica), radiação (sol, raio-x). 
 
QUÍMICOS: 
 Produtos químicos: ácidos, bases, álcool, gasolina. 
 
BIOLÓGICOS: 
 Animais: água-viva, medusa, lagarta-de-fogo (taturana); 
 Vegetais: látex, urtiga. 
 
 Profundidade: 
1º GRAU: 
 Atinge a epiderme, camada superficial da pele. Apresentação de discreto inchaço local. 
 Não sangra, geralmente é seca; 
 Rosa e toda inervada; 
 Não passam da epiderme; 
 Ex: queimadura do sol; 
 Hiperemia (vermelhidão)  sem bolhas; 
 Dolorosa  a dor está presente. 
OBS: normalmente não chega na emergência. 
 
2º GRAU: 
 Atinge a epiderme e parte da derme (2ª camada da pele). Há a presença de bolhas e a 
dor é acentuada. 
 Lesão com bolhas ou flictenas; 
 Sem alterações hemodinâmicas; 
 Causa: líquido superaquecido. 
 Superficial  atinge a epiderme e a parte superior da derme = eritema e umidade. 
 Profunda  atinge a epiderme e a derme quase completa = lesões mais pálidas. 
 Ex: escaldadura (líquidos superaquecidos). 
 
3º GRAU: 
 Atinge todas as camadas da pele, músculos e ossos. A dor é ausente, devido a 
profundidade da queimadura (atinge as terminações nervosas). 
 Atinge a epiderme, derme e músculos; 
 Atinge o tecido adiposo; 
 Lesão esbranquiçada ou marmório; 
 Redução da elasticidade tecidual, tornando-se rígido; 
 Causa: elétrica ou térmica. 
Grande problema de corrente elétrica  síndrome compartimental = quando o choque não sai e 
ocorre o aumento da pressão muscular – fasciotomia (cirurgia). 
 
4º GRAU: alguns livros e autores consideram esse outro grau. 
 Lesão muito grave; 
 Atinge até o osso; 
 Alta mortalidade; 
 Áreas carbonizadas. 
 
 Extensão: 
PEQUENA: 
 < 10% da superfície corporal; 
 
MÉDIA: 
 10-20% da superfície corporal; 
 
GRANDE: 
 > 20% da superfície corporal. 
 
CÁLCULO DA SCQ: 
 Tabela de Lund-Browder  avaliação da superfície corporal queimada (também utilizada 
na pediatria). 
 
 Gravidade: 
PEQUENO QUEIMADO: 
 Queimaduras de 1º grau em qualquer extensão, em qualquer idade; 
 Queimaduras de 2º grau com SCQ até 5% em crianças <12 anos e com área corporal 
atingida de até 10% em >12 anos. 
 
MÉDIO QUEIMADO: 
 Queimaduras de 2º grau com SCQ entre 5 a 15% em <12 anos e com SCQ entre 10 a 
20% em >12 anos. 
 Qualquer queimadura de 2º grau envolvendo mão, pé, face, pescoço, axila ou grande 
articulação (cotovelo, punho, coxofemoral, joelho e tornozelo) em qualquer idade; 
 Queimaduras de 3º grau com até 5% da SCQ em crianças <12 anos e com até 10% da 
SCQ em >12 anos. 
 
GRANDE QUEIMADO: 
 Queimaduras de 2º grau com SCQ >15% em <12 anos e com SCQ >20% em >12 anos; 
 Queimaduras de 3º grau com SCQ >5% em <12 anos e com SCQ >10% em >12 anos. 
 Queimaduras de 3º grau atingindo áreas nobres (períneo, mão, pé, face, pescoço, axila), 
em qualquer idade. 
 Queimaduras por corrente elétrica; 
 Lesão inalatória, politrauma, TCE (trauma cranioencefálico), síndrome compartimental; 
 Violência, maus-tratos, tentativa de autoextermínio (suicídio), entre outras. 
 
Abordagem clínica 
Estabilizar o paciente hemodinamicamente. 
 
 Assistência ventilatória (edema de face ou glote); 
 Obter acessos venosos; 
 Tratamento cirúrgico  debridamento inicial, excisão, enxerto, fasciotomia – se necessário; 
 Antibioticoterapia e analgésicos; 
 Antiácidos (previnem as úlceras de Curling); 
 Terapia nutricional. 
 
 Reposição hídrica: 
Nas primeiras 8 horas são administradas 50% das necessidades hídricas – ao longo do dia, são 
administradas o restante  saber o horário do acontecimento é muito importante! 
 
TRATAMENTO MÉDICO: 
 Adultos: parkland  4mL x peso (kg) x %SCQ 
 Idosos, ICC, IRA: parkland  2mL x peso (kg) x %SCQ 
 Priorizar o peso habitual, pois o atual está relacionado ao edema; ou estimar o peso. 
 
 Pediatria:<15% SCQ: Holliday-Segar – até 10kg  100mL x peso (kg); 10-20kg  1000mL + 
50mL para cada kg acima de 10kg; >20kg  1500mL + 20mL para cada kg acima 
de 20kg. 
 >15% SCQ: Parkland – 4mL x peso (kg) x %SCQ. 
 >15% SCQ: Holliday-Segar – até 10kg  100mL x peso (kg); 10-20kg  1000mL + 
50mL para cada kg acima de 10kg; >20kg  1500mL + 20mL para cada kg acima 
de 20kg. 
 
 
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO: 
 35-40mL/kg/dia. 
 
 
 Tratamento da lesão: 
DEBRIDAMENTO: 
Retirada mecânica de todo o tecido necrótico (epiderme/derme), além da remoção de secreções 
e de contaminantes, como restos de roupa, medicamentos caseiros, entre outros, com o objetivo 
de se obter a limpeza meticulosa da ferida queimada. 
 
EXCISÃO: 
O objetivo é remover a “eschar” ou tecido queimado, até que se atinja tecido viável, permitindo 
que aquela área seja enxertada (coberta), obtendo a cura (ou “fechamento”) das lesões das 
queimaduras. 
 
ENXERTO: 
O enxerto de pele é realizado para se obter o fechamento da ferida de terceiro grau. Pode ser 
realizado imediatamente após a excisão, ou mais tardiamente, em feridas que evoluíram com 
tecido de granulação. 
 
 Síndroma compartimental: 
Entrada do choque no músculo e não consegue sair  apenas a partir da fasciotomia 
descompressiva = a pressão sai. 
 Dor; 
 Paralisia; 
 Parestesia  formigamento; 
 Palidez; 
 Pulso ausente. 
 
Práticas cirúrgicas: 
 Fasciotomia  deixar o músculo exposto para descomprensar a pressão. 
 Enxertia  retirada da pele e algum órgão e colocar em outro (mão). 
 Técnica incomum (em último caso)  coloca a mão intacta e coloca na região queimada 
para observar se ajuda na vascularização e cicatrização. 
 
Tratamento médico 
Tratamento do ferimento: 
 Brasil: pomada de sulfadiazina de prata (caro e doloroso); 
 Argentina, Chile e Uruguai: pele humana ou de animal. 
Controle da dor – banho narcose 
 
Pele de tilápia  já tem sido bem utilizada em muitos países. 
 
Complicações 
 Pulmonares  inalação de fumaça, falta de O2, pneumonia; 
 Gastrointestinais  diarréia, constipação, íleo paralítico, esofagite, pancreatite; 
 Hematológicas  anemia: transfusão; 
 Renais  IRA, IU; 
 Cardiológicas  IAM; 
 Infecção das feridas/sepse; 
 Psicológicas. 
 
Aspectos nutricionais 
Substituição do tecido lesado por tecido novo  necessidade de aumento no consumo de 
calorias e nutrientes específicos. 
 Aporte adequado de macronutrientes e micronutrientes; 
 Reparação dos tecidos; 
 Cicatrização. 
 
 ↑ metabolismo; 
 ↑ 150-200% do GEB; 
 ↑ catabolismo de PTN e excreção urinária de nitrogênio; 
 A proteína é perdida no exsudato da ferida; 
 Anorexia; 
 ↑ infecção: ↑ catabolismo 
 Úlcera de curling (úlceras duodenais associadas à queimadura). 
As alterações permanecem até a cicatrização. 
 
Um dos aspectos mais significantes para o paciente queimado: a cicatrização ocorre apenas no 
estado anabólico, por isso, iniciar a alimentação dentro de 4-12h da hospitalização. 
 
NE precoce  ↓ resposta hipercatabólica  ↓ liberação de catecolaminas  ↓ perda de peso 
e permanência hospitalar  ↓ glucagon. 
 
NE  indicada o mais precoce possível (6-12h) = gástrica 
 Manutenção da integridade da mucosa intestinal, diminuição dos riscos de infecções e 
favorecimento de cicatrização. 
 Dietas  poliméricas (manter o trofismo intestinal) + hipercalóricas + hiperproteicas (pra 
diminuição do volume da dieta). 
 
VERIFICAÇÃO PARA A TERAPIA NUTRICIONAL: 
 Antropometria; 
 Sintomas GI; 
 %SCQ; 
 EN prévio; 
 Comorbidades; 
 Gravidade; 
 Interação medicamentosa; 
 Região acometida; 
 Profundidade. 
 
Avaliação nutricional 
Triagem nutricional  importante ser aplicada no 1º dia, para avaliar a necessidade do suporte 
nutricional. 
Parâmetros sofrem alterações pela grande instabilidade = edema, hipercatabolismo, perdas 
exsudativas. 
 
 Fase aguda  parâmetros subjetivos associados à evolução da área queimada. 
 Período catabólico tardio e convalescença: parâmetros usuais de avaliação. 
 
Terapia nutricional 
OBJETIVOS: 
 Aliviar a dor e conservar o calor; 
 Restaurar o equilíbrio hidroeletrolítico para prevenir o choque; 
 Prevenir a insuficiência renal (IRA pré-renal); 
 Minimizar o catabolismo proteico e suas consequências; 
 Promover a cicatrização; 
 Evitar perda de peso, corrigir a hiperglicemia e o balanço nitrogenado. 
 
Necessidades calóricas 
Padrão ouro: calorimetria indireta 
 Revistas semanalmente de acordo com o estado do paciente. 
 Não ultrapassar 2x GER. 
 O paciente queimado manifesta maior grau de hipermetabolismo quando comparado com 
qualquer outra situação de estresse  período de maior necessidade de calorias e 
proteínas. 
 Pacientes com mais de 25% da SCQ e crianças com mais de 15% merecem maior atenção 
no aspecto nutricional, uma vez que raramente são capazes de ingerir quantidades 
suficientes de nutrientes. 
 
 Necessidades calóricas – adultos e idosos: 
AUTOR CALORIA 
CURRERI Adulto: (25kcal/kg/dia) + (40kcal por %SCQ) 
Idoso: (25kcal/kg/dia) + (65kcal por %SCQ) 
TORONTO  padrão ouro 4343 + (10,5 x %SCQ) + (0,23 x ingestão calórica do 
dia anterior) + (0,84 x GERE) + (114 x X0C) – (4,5 x dias 
pós-trauma) 
Harris Benedict GERE = GEB x fator atividade x fator injúria 
Homem GEB = 66,47 + (13,7 x Pa) + (5 x A) – 6,755 x I) 
Mulher GEB = 655 + (9,6 x Pa) + (1,85 x A) – (4,676 x I) 
FA = pac. confinado ao leito = 1,2; pac. fora do leito = 
1,3 
Fator injúria = 10 a 30%SCQ: 1,5; 30 a 50%SCQ: 
1,75; >50%SCQ: 2 
IRETON-JONES GETv: 1925 – (10 x I) + (5 x P) + (281 x sexo) + 292 x 
trauma) + (281 x Q) 
GETe: 629 – (11 x I) + (25 x P) + (609 x obesidade) 
v: dependente de respirador 
e: respiração espontânea 
sexo – masculino: 1; feminino: 0 
trauma/queimadura/obesidade – ausente: 0; presente: 
1 
Método prático <40% de SCQ: 30 a 35kcal/kg/dia 
>40% de SCQ: 35 a 50kcal/kg/dia 
 
ORAL: 
 Adultos: CURRERI: 25kcal x P (kg) + 40kcal x %SCQ 
 Idosos: CURRERI: 25kcal x P (kg) + 65kcal x %SCQ 
 
ENTERAL: 
 RE  Toronto: 4343 + (10,5 x %SCQ) + (0,23 x CDA) + (0,84 x HB) + (114 x T0) – (4,5 x 
DPQ) 
 CDA = calorias do dia anterior; HB = Harris Benedict (TMB); DPQ = dia pós queimadura. 
 VM  <50%: 25kcal x P (kg) + 30-40kcal x %SCQ 
 >50%: 35kcal x P (kg) 
 
CASO CLÍNICO: 
Paciente, 63 anos, respirando espontaneamente, alimentando-se por via oral. Apresenta 
13%SCQ  causa: água quente (2º grau). 
Peso atual: 66kg 
Peso habitual: 62kg. 
 
Classifique: 
- Agente causal: físico 
- Profundidade: 2º grau 
- Extensão: média -13% 
- Gravidade: médio queimado 
- Necessidades nutricionais: 25kcal x p + 65 x %SCQ 
 25 x 62 + 65 x 13 = 1550 + 845 = 2395kcal. 
 
 
 Necessidades calóricas – pediatria: 
Maior requerimento de energia: crescimento e maior atividade física. 
 
ORAL/ENTERAL: 
 Schofield x FE (1,5-2,5) 
 
PEDIATRIA TMB 
IDADE (ANOS) SEXO MASCULINO 
0 < 3 0,167 x peso (kg) + 1517,4 x altura (m) – 617,6 
>3 <10 19,6 x peso (kg) + 130,3 x altura (m) + 414,9 
>10-18 16,25 x peso (kg) + 137,2 x altura (m) + 515,5 
IDADE (ANOS) SEXO FERMININO 
0 < 3 16,25 x peso (kg) + 1023,2 x altura (m) – 413,5 
>3 <10 16,97 x peso (kg) + 161,8 x altura (m) + 371,2 
>10-18 8,365 x peso (kg) + 465 x altura (m) + 200 
 
Proteína 
 Nutriente mais importante; 
 Metabolismo proteico é profundamente alterado; 
 AA: principal fonte energética na fase aguda da lesão; 
 Necessidades aumentadas: perdas na urina e feridas, aumento da gliconeogênese e 
cicatrização; 
 Adultos/idosos: 1,5-2g/kg/dia 
 Pediatria: 1,5-3g/kg/dia 
 
 Glutamina: 
↓ de 25% intracelular  sequelas na mucosa intestinal e SI  suplementação: pode reduzir os 
níveis de inflamação  0,3g/kg/dia (10 dias); >20% SCQ: 0,3-0,5g/kg/dia (10-15 dias). 
 
 Não é recomendada em pacientes sépticos. 
 
 Arginina: 
 Melhora a cicatrização, resposta imune e retenção de nitrogênio; 
 Promove cicatrização e uma maior síntese de hormônios anabólicos; 
 No máximo: 30g/ dia (5g/kg/dia). 
 
Carboidrato 
 Principalfonte energética na fase tardia; 
 Poupadores de PTN e principal substrato das células do SI; 
 55-65%  não ultrapassar 7g/kg/dia, e preferir os carboidratos complexos; 
 Fibras: 25-30g/dia; 
 Excesso: hiperglicemia, diurese osmótica, desidratação, dificuldade respiratória. 
 
Lipídios 
 AG essenciais; 
 TCM; 
 Recuperação mais rápida do EN; 
 Excesso: aumento da susceptibilidade a infecções; 
 Início de 12 a 15% - evoluir até 35%; 
 W3: 3 a 5g/dia. 
 
Micronutrientes 
Participam na cicatrização e resposta imunológica: 
 ↑ vitamina C = 5-10x: 500mg  2x ao dia; 
 ↑ complexo B, vitamina A e D  2x ao dia; 
 ↑ minerais antioxidantes = Zn, Se, Mn, Cr (obs: Fe); 
 Vitamina E = 100mg/dia; 
 ↑ zinco = 45-50mg. 
Vitamina A: importante nutriente para manter a epitelização e manter a função imunológica: 
5000 unidades por 1000kcal. 
 
 Estudos recentes avaliam ainda o efeito da bromelina na cicatrização e redução da 
dor. 
 
Suporte nutricional 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES: 
 Necessidade de suporte ventilatório; 
 Adultos e idosos: SCQ > 20% e crianças: SCQ > 15%; 
 Múltiplas intervenções cirúrgicas; 
 EN comprometido anterior à queimadura; 
 PP > 10% durante o tratamento; 
 Traumatismo crânio-encefálico, lesões faciais, incapacidade de deglutição. 
 
Oral  consistência e volume adaptados a tolerância  dieta líquida é melhor tolerada  
SCQ <10% conseguem obter adequado aporte com suplementos. 
 
 Deve ofertar, pelo menos, 25% das necessidades. 
Enteral  SQC > 20% e EN comprometido  manutenção da mucosa intestinal  prevenção 
de translocação bacteriana  volume inicial = adultos: 1000mL e crianças: 1-2mL/kg/hora. 
 
Parenteral  ↑ risco de mortalidade  íleo paralítico ou impossibilidade de acesso do TGI. 
 
 
 Exemplos de dietas: 
Novasource proline: 
 Normocalórico e hiperproteico, acrescido de arginina e prolina. Alto teor de zinco, 
selênio, vitaminas A, C e E, favorecendo o processo de cicatrização. Suplemento para 
nutrição enteral e oral, sem adição de açúcares. 
 Sabor baunilha e morango. 
 Indicado a partir de 10 anos. 
 100mL: 137kcal e 10g de PTN. 
 200mL  20 reais; 1 litro  70 reais. 
 
Impact: 
 Normocalórica e hiperproteica, acrescido de arginina, nucleotídeos e ômega 3. Sem 
adição de açúcares. 
 Sabor torta de limão e pêssego. 
 Indicado a partir dos 10 anos. 
 100mL: 100kcal e 6,5g de PTN. 
 200mL  15 a 20 reais; 1 litro  80 a 100 reais. 
 
Cubitan: 
 Hiperproteico, acrescido de arginina e com alto teor de micronutrientes relacionados à 
cicatrização (zinco, selênio, vitaminas C, A e E), além da presença do exclusivo mix de 
carotenóides. 
 Sabor morango, chocolate e baunilha. 
 Indicado a partir dos 10 anos. 
 100mL: 125kcal e 10g de PTN. 
 200mL  15 a 20 reais. 
 
 
 
 
 
 
 
Caso clínico 
A.M.A, 26 anos, sem comorbidades, proveniente do interior de Pernambuco, foi acometido por 
lesões de 2º grau por líquidos inflamáveis, acometendo as regiões dos membros superiores e 
nádegas, apresentando superfície corporal queimada de 17%. Paciente chega no serviço 
deambulando e orientado. De acordo com anamnese e avaliação nutricional: Peso Usual: 66 Kg, 
Peso Atual: 69 Kg e altura: 1,68 m. Não foi possível realizar circunferência do braço (CB) por 
conta do edema na área afetada. De acordo com o exame físico: apresentava musculatura 
preservada. Prescrição da dieta: via oral livre. 
 
a) Classificar o paciente: pequeno, médio ou grande queimado? 
Médio queimado. 
 
b) Classificar o estado nutricional do paciente. 
Pusual: 66kg; A: 1,68m; IMC: 23,4kg/m2 
Exame físico: musculatura preservada. 
Classificação do EN: eutrofia. 
 
c) Calcular as necessidades energéticas e proteicas. 
Calorias  CURRERI: 25kcal x 66 + 40 x 17 = 2330 kcal (35kcal/kg/dia) 
PTN’s  2g x 66kg = 132g/dia 
 
100mL – 137kcal 
 x – 2330 kcal 
 x = 1700mL 
 
 100mL – 10g 
1700mL – x 
 x = 170g = 2,5g/kg/dia. 
 
d) Esse paciente precisaria de suplementação? 
Sim. 25% das NNE (582,5kcal) 
 
100mL: 137kcal e 10g de PTN 
X = 425mL. 
 
e) Caracterizar a prescrição dietética. 
Dieta por via oral de consistência livre, hipercalórica, hiperproteica, normoglicídica, 
normolipídica, acrescida de suplementação hipercalórica e hiperproteica 2x ao dia.

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