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(conteudo) Aula 7 PROBLEMAS RELATIVOS À CONSCIÊNCIA TEÓRICA

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Aula 7 PROBLEMAS RELATIVOS À CONSCIÊNCIA TEÓRICA
Disciplina: PESQUISA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO VII
(p.2) 
Objetivo desta Aula
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Identificar e analisar erros comuns quanto à consistência teórica do texto monográfico; 
2. conhecer diferentes estratégias para a superação desses erros e iniciar o desenvolvimento do texto monográfico articulando de forma coerente e consistente os autores/teorias adotados.
(p.3)
Estratégias Argumentativas
Ao longo do curso você deve ter aprendido que o campo científico se constitui a partir de um movimento contínuo de pesquisa e teorização. Mesmo antes de formular um problema de pesquisa todo pesquisador precisa fazer uma revisão da literatura sobre o assunto de seu interesse para tomar contato com resultados de pesquisas e conceitos elaborados por outros pesquisadores mais experientes no seu campo de estudo, de modo a ampliar a sua abordagem sobre seu objeto de estudo.
Afinal, os pesquisadores de um determinado campo construíram formulações acerca das origens, características, a estrutura e o modo de funcionamento dos fenômenos, enfim, formularam proposições e conceitos que permitiram delimitar, explicar melhor e até fazer algumas generalizações acerca dos seus objetos de estudo. Podemos dizer que nas suas interações no campo e a partir de suas experiências de pesquisa eles nos ajudam a amadurecer nosso objeto de investigação.
(p.4)
Explorar a bibliografia pertinente ao tema de estudo permite-nos verificar quais as abordagens dadas ao assunto/fenômeno e que questões têm sido formuladas; leva-nos a desmembrar o problema de investigação em seus processos e elementos constituintes. Nesse momento somos instigados a ampliar sobremaneira nossa abordagem do objeto.
Essa é uma questão que merece nossa atenção. Primeiro porque diz respeito à abordagem que vamos dar ao nosso trabalho; segundo por conta da seleção dos autores e teorias que vamos usar para fundamentá-lo.
(p.5)
Os fenômenos educacionais são complexos e multifacetados. Isso implica dizer que diferentes áreas do conhecimento têm contribuições importantes na compreensão dos processos educacionais. No entanto, a elaboração de uma monografia exige que o estudo se dê na área de formação do estudante, ou seja, sua inserção no curso de Pedagogia exige uma “abordagem pedagógica” das problemáticas que você estiver estudando. 
Desse modo, em nosso caso, assim como o objeto/problema de investigação deverá estar situado no campo educacional, deverá ocorrer o mesmo com a nossa argumentação e fundamentação teórica. Veja um exemplo.
Um estudo sobre drogas na escola precisa se realizar no âmbito das questões didático-pedagógicas que essa problemática encerra. Não cabe mergulhar nos estudos médicos sobre efeitos das drogas no metabolismo do organismo, assim como nos textos legais relativos à criminalização do uso de drogas. Nosso foco deverá ser as diretrizes e programas de governos que orientam escolas e professores sobre como abordar essa problemática, assim como as teorias que caracterizam aspectos do desenvolvimento psicológico e social das crianças/jovens que permitam compreender seu envolvimento com as drogas e/ou os prejuízos que o consumo abusivo traz ao seu desempenho escolar. É preciso que nossa fundamentação esteja, portanto, em consonância com o campo educacional e com a abordagem que optamos dar à problemática que investigamos.
(p.6)
Mas fundamentar teoricamente um trabalho não é apenas inserir um bocado de citações de “gente famosa”. 
Já vimos que para um trabalho ter consistência teórica ele precisa discorrer sobre os conceitos/teorias e dialogar com pesquisadores reconhecidos no campo de estudos em que se insere nosso trabalho.
A prof.ª Alda Judith Alves-Mazzotti, em seu artigo intitulado Relevância e aplicabilidade da pesquisa em Educação, avalia a pesquisa em educação e denuncia uma “pobreza teórico-metodológica” das produções nesse campo.
Em sua análise ela evidencia uma despreocupação dos pesquisadores em seus relatórios e publicações com a contextualização do seu estudo no campo teórico, evidenciada pela ausência de articulação das suas análises com resultados de outras pesquisas e/ou com implicações de alguma teoria.
* prof.ª Alda Judith Alves-Mazzotti
Quando enfatizo a importância dessa contextualização do problema por meio do diálogo com estudos anteriores, não me refiro à “revisão da bibliografia”, que arrola autores e mais autores, usando a fórmula burocrática “segundo fulana”, “para beltrano”, deixando de fora o autor da pesquisa... Quando falo em diálogo, refiro-me à comparação e a crítica que explicitam inicialmente a necessidade e pertinência do estudo propostom e, ao seu final, apontam corroborações e discordâncias entre os resultados obtidos e estudos anteriores (ALVES-MAZZOTTI, 2001).
(p.7)
Muito frequentemente estudantes têm dificuldades em reconhecer quais teorias e autores são relevantes para compor essa fundamentação. É natural que isso ocorra porque, afinal, eles estão começando seus estudos e fazendo uma primeira aproximação de determinado campo de pesquisa.
Nesse sentido, a primeira atitude que ajuda a identificar quais autores são importantes no campo é conversar com professores e outros colegas, procurando orientações e indicações. Além disso, a análise das bibliografias de artigos e livros irá permitir verificar certas recorrências. Se um autor aparece em quase todas as referências, podemos considerar que ele é uma autoridade no campo, não é?
(p.8)
É preciso verificar também se esses autores e obras são atuais. Para alguns estudos/temas é importante fazer uma remissiva histórica ou ir à teorias fundantes no campo. Não se pode discutir aprendizagem sem tomar Piaget, mesmo que a especificidade de nossa discussão nos leve a autores mais contemporâneos. No entanto, para outros estudos/temas não há bibliografia específica entre os que costumamos chamar de “teóricos clássicos”.
A discussão da “inclusão digital”, por exemplo, é relativamente recente. Há ainda temas que, embora a discussão seja recente, suas bases podem ser encontradas mesmo nesses autores e vamos precisar articular conceitos de diferentes autores e épocas.
(p.9)
Esse exercício de pôr em diálogo diferentes autores, conceitos, teorias é um desafio intelectual importante para o estudante/pesquisador. Exige muita leitura, compreensão do que se lê, análise comparada das leituras e a reconstrução de tudo o que estudou a partir da elaboração de um texto que “costure” tudo de forma coerente. 
Essa “costura” precisa superar a mera expressão de ideias. É necessário “produzir um discurso” coerente, logicamente organizado, que realmente possa responder às questões que norteiam a investigação.
(p.10)
Muito frequentemente estudantes têm dificuldades em reconhecer quais teorias e autores são relevantes para compor essa fundamentação. É natural que isso ocorra porque, afinal, eles estão começando seus estudos e fazendo uma primeira aproximação de determinado campo de pesquisa.
Como começar o texto?
Muitas vezes, por não saberem exatamente como começar, os alunos desenvolvem um texto confuso, onde as ideias estão desordenadas, dificultando a compreensão da argumentação defendida. Uma maneira simples de dar ordem às ideias é colocá-las em sequência lógica. Para isso vamos precisar de um critério que nos ajude a estabelecer “o que vem antes” e “o que vem depois”, ou seja, um critério racional para ordenar as coisas.
Um critério pode partir do mais abrangente, mais geral, para o mais específico, mais particular. Dessa forma, você vai construindo o texto de modo a conduzir progressivamente o leitor ao ponto/questão central do seu estudo, com o qual vai abrindo portas até chegar onde quer. 
Para ver um exemplo, clique no PDF.
Ler em (anexo): aula_7_violencia_como_questao_social
(p.11)
No exemplo, a autora começa discorrendo sobre a violência social em geral, em sequência destaca a violência contra uma parte da sociedade - a criança - e ainda mais especificamente um tipo particular de violênciacontra a criança - os homicídios.
Violência na sociedade
Violência contra a criança
Homicídios
(p.12)
Como organizar os argumentos de forma coerente?
Como vimos, é preciso estabelecer relações lógicas entre os argumentos e a problemática/tese que você está apresentando.
Você pode organizar os argumentos demonstrando uma relação de causa e efeito, ou seja, onde você vai apresentar uma sequência de eventos/elementos em que uns se colocam como causas, motivações que levam outros a um determinado efeito. Veja o exemplo clicando no PDF.
Ler em (anexo): aula_7_globalizacao_processo_economico
(p.13)
Com essa organização demonstramos que a causa da crise de identidade são os bruscos processos de mudança que vivemos a partir da globalização:
Globalização
Bruscos processos de mudança
Crise de identidade
(p.14)
Como confrontar posições contrárias?
Se o seu tema de estudo é polêmico ou mesmo se fez uma pesquisa bibliográfica cuidadosa, podem aparecer posições contrárias para explicar a problemática que você está estudando.
Ao elaborar o texto, você pode começar com um parágrafo apresentando a polêmica e indicando as posições contrárias. Depois, procure demonstrar  cada uma dessas posições a partir de citações, confrontando-as. Veja um exemplo clicando no PDF.
Ler em (anexo): aula_7_televisao_um_meio_de_comunicacao_eletronico
(p.15)
Nesta aula analisamos alguns erros comuns quanto à consistência teórica do texto monográfico e vimos algumas orientações. Mas como já dissemos, a elaboração do texto monográfico é um desafio intelectual, pois envolve múltiplos desafios e diferentes estilos de criação.  Por isso, cada monografia é única e não há um manual que reduza todas possibilidades. Embora tenhamos algumas regras formais a serem seguidas, cada estudante/autor é que vai ter que encontrar a melhor linha e agulha para essa costura.  
(p.16)
O QUE VEM NA PROXIMA AULA
Identificação e análise dos erros mais comuns quanto à linguagem do texto monográfico; 
estudo de casos. 
SÍNTESE DA AULA
Nessa aula você:
Identificar e analisar erros comuns quanto à consistência teórica do texto monográfico; 
conhecer diferentes estratégias para a superação desses erros e iniciar o desenvolvimento do texto monográfico articulando de forma coerente e consistente os autores/teorias adotados
REGISTRO DE PARTICIPAÇÃO
1.Fundamentar teoricamente um trabalho não é apenas inserir um bocado de citações de “gente famosa”. Para um trabalho ter consistência teórica ele precisa: 
I - Discorrer sobre os conceitos e teorias relevantes para o estudo.
II - Dialogar com pesquisadores reconhecidos no campo de estudos em que se insere.
III – Apresentar dados estatísticos e exemplos práticos.
Assinale a alternativa correta:
Parte superior do formulário
1) as alternativas I e II estão corretas 
2) as alternativas II e III estão corretas 
3) as alternativas I e III estão corretas 
4) todas alternativas estão corretas 
5) nenhuma alternativa está correta 
Parte inferior do formulário
2.A elaboração de uma monografia exige que o estudo se dê na área de formação do estudante, ou seja, se é um/a aluno/a do curso de Pedagógica o estudante deverá dar uma “abordagem pedagógica” das problemáticas que você estiver estudando. Nesse sentido, considerando uma monografia sobre “A inclusão do autista”, qual a abordagem mais adequada para um estudante de Pedagogia?
Parte superior do formulário
1) Os custos para o tratamento de crianças autistas nos hospitais públicos. 
2) As dificuldades dos professores de incluir a criança autista nas atividades escolares. 
3) O impacto das condições de saúde no desenvolvimento da criança autista. 
4) As diferentes psicoterapias para atendimento da criança autista. 
5) Aspectos neurofisiológicos da criança autista. 
Resposta: 1-1, 2-2.
Parte inferior do formulário

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