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GASTROENTEROLOGIA Thaís Ribeiro Garcia Medicina T21 – 2022/1 AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia 1 AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia INTRODUÇÃO AOS ANTIULCEROSOS ANTIULCEROSOS: termo genérico fármacos usados tto dças GI em geral, e não apenas úlceras. GLÂNDULA GÁSTRICA: composta por diversas céls. A mais importante aqui é a PARIETAL, que produz HCl e FI. As bombas de prótons estão localizadas na borda em escova das céls parietais. E os IBPs são os fármacos que inibem DIRETAMENTE essas bombas. AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia 2 Os fármacos antiulcerosos estão listados a seguir: (1) Inibidores da Bomba de Prótons (IBP); (2) Antagonistas de Receptores H2; (3) Análogos de Prostaglandinas; (4) Antiácidos; (5)Protetores gástricos; (6) Antagonista M1. INIBIDOR DA BOMBA DE PRÓTONS (IBP) Sobre as prescrições dos IBPs: IRRACIONAL: Eles NUNCA devem ser prescritos juntamente com outros fármacos (muito comum em idosos em polifarmácia) para profilaxia de dor no estômago, pois só Há diferentes formas de inibir a secreção ácida: INDIRETAMENTE (anti-H2) e DIRETAMENTE (IBPs). DOSES PLENAS: 20 - 30 - 40. DOSE MÁXIMA= 2X DOSE PLENA. AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia 3 devem ser prescritos na presença de sintomas (o certo é coloar na receita “usar se necessário”). HÁ UMA ÚNICA EXCEÇÃO: Pctes que fazem uso contínuo de AINEs (reumato) ⇒ Daí sim devemos prescrever IBPs para profilaxia (AINEs ↓ produção agentes gastroprotetores). RACIONAL: Em jejum; 30 min antes da refeição; 1 ou 2x ao dia (como na imagem abaixo). MECANISMO AÇÃO E POSOLOGIA: Em jejum e 30 min antes da refeição: Interação fármaco-alimento ↓ absorção dos IBPs Apenas as bombas ativadas (expostas na membrana em escova) são inibidas pelos IBPs (as invaginadas não serão bloqueadas). Por isso, pcte precisa realizar refeição 30min depois da adm dos IBPs, pq há ↑ digestão e ↑ expressão bombas (e sua inibição). Exceção: Pantoprazol e Dexlansoprazol ⇒ tem ↓ menor da absorção do fármaco. Ação: Inibição irreversível da H+K+ATPase (ligação covalente fortíssima), mas administração diária. O complexo IBP-bomba será metabolizado pela cél parietal e secretado, e, até que uma nova bomba seja produzida, a bomba inibida não tem mais função nessa célula. O fato da cél parietal produzir novas bombas diariamente exige adm diária dos IBPs 1 ou 2x/d) A cada 24 horas cerca de 25% de novas bombas são produzidas (adm diária) Após a alimentação, nem todas as bombas são ativadas (necessita adm repetida) Nova secreção ácida só será possível após síntese de nova bomba – 24 a 48h. Cerca de 2-5 dias de uso para inibição de 70% das bombas A restauração da secreção ácida geralmente ocorre 72h após a retirada do tratamento. Ao suspender o IBP, leva em média 3 dias para que toda secreção AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia 4 ácida fisiológica seja reestabelecida. FORMAS DE APRESENTAÇÃO: ATIVAÇÃO DOS IBPs: a acidez estomacal NÃO degrada o IBP, mas torna-o ativo. O IBP não atua na luz estomacal, ams na cél parietal. Além disso, se o IBP for ativado ele se torna HIDROssolúvel, o que dificulta sua absorção nas barreiras. Então, o ideal é as céls parietais secretem o IBP ingerido para a região dos canalículos (mesma região onde há secreção de HCl). Daí, ao entrar em contato com ácido, o IBP se torna ativo. TODO esse processo ocorre no CANALÍCULO DA CÉL PARIETAL, e não dentro da cél parietal. Por isso só serão inibidas as bombas expostas na borda em escova. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS IBPs: AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia 5 Eficácia terapêutica: Todos IBP têm mesma eficácia (??) ⇒ ESO é o mais eficaz; OME o menos. Farmacocinética: Absorção rápida; Alta ligação às Ptn plasmáticas (95-98%); Sem necessidade de ajuste de dose para DRC; Necessidade de ajuste na doença hepática grave, principalmente para OMEprazol e LANSOprazol. DIFERENÇAS FARMACOCINÉTICAS DOS IBPs: Metabolismo pela CYP 2C19 e CYP 3A4 – interação medicamentosa OMEprazol é o único inibidor CYP 2C19 e indutor CYP 1A2 ⇒ É o que mais tem RAM!! ESOmeprazol (isômero S) é metabolizado mais lentamente ⇒ Por isso é mais eficaz!! PANTOprazol: Mistura racêmica sem diferenças entre os isômeros. É mais estável do que o omeprazol em meios neutros e ácidos. Apresenta menos RAM. Único com metabólito ativo ⇒ Bom para pcte que tem dificuldade de fazer jejum!! INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DOS IBPs: Esse T1/2 é paradoxo a sua adm 1 ou 2x/dia: isso é explicado pela INIBIÇAO IRREVERSÍVEL DA BOMBA. AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia 6 📕 Pcte POLIMEDICADO e precisa de IBP? PANTOprazol. Depois RABE e no ESO. PARTICULARIDADES DO OMEPRAZOL: Seguro em crianças com esofagite de refluxo e DRGE; Contraindicado na gestação; T ½ menor do que Esomeprazol (maior eficácia terapêutica do ESO). Este leva ao maior controle do pH gástrico; Uso crônico: ↓ absorção Vit B12 – anemia megaloblástica (devido à ↓ FI); Muitas interações medicamentosas. 📕 LANSOprazol= mais seguro na gestação, segundo alguns autores. REAÇÕES ADVERSAS DOS IBPS EM GERAL: Náuseas; dor abdominal; constipação; flatulência; diarreia ⇒ Mais comuns!!! OUTRAS: Miopatia subaguda (cuidado em pcte que faz uso de estatina), artralgia, cefaleia, exantema cutâneo. Uso crônico: ↑ risco de fratura óssea e suscetibilidade à inflamação. Podem levar à hipergastrinemia com consequente hipersecreção ácida de rebote por interrupção do ato e crescimento de tumores GI. OMEprazol é o que apresenta mais interações medicamentosas. PANTOprazol menos interações. AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia 7 📕 IBPs não devem ser usados de forma indiscriminada e devem ser retirados gradualmente qdo o pcte faz uso crônico, para evitar hipergastrinemia e efeito rebote. ANTI-H2 Eficácia: ↓ 70% a secreção ácida (inferior aos IBPs que podem chegar até a 95% de ↓). Principal vantagem: ação sobre hipersecreção ácida noturna (eficácia terapêutica importante). Farmacocinética (características opostas à dos IBPs): Absorção rápida com [ ] máxima em 1 – 3 horas; Absorção ↑ na presença de alimentos → após o almoço; Pouca ligação com proteínas plasmáticas; Pouco metabolismo hepático; Eliminação AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia 8 renal e excreção no leite materno; Sem necessidade de ajuste de dose na doença hepática; Necessidade de ajuste de dose na doença renal. Interações medicamentosas: Cimetidina: MUITAS INTERAÇÕES! Inibe citocromo P450 potencializando a ação de diversas drogas → não deveria ser prescrito mais (não apresenta vantagem terapêutica em relação ao seu grupo). Ranitidina: tem cerca de 10% da ação inibidora da cimetidina. Famotidina e nizatidina: não inibem o CYP (melhores opções de escolha em pacientes polimedicados). Características dos anti-H2: Efeito rebote: Assim, como IBP, pode haver ↑ produção do HCl após suspensão. Necessidade de ↓ gradual da dose. Tolerância (característica particular): alguns pacientes não toleram a utilização do fármaco, pois ele não apresenta eficácia terapêutica, mesmo se ↑ dose ⇒ Ocorre apenas com anti-H2 em uso contínuo; Pode aparecer após 3 dias de uso e resistente ao ↑ dose OBS: a medida que a 1º semana de tto passar e o paciente não apresentar nenhuma melhora dos sintomas (suspeitar de tolerância). - Razão: ocorre hipergastrinemia (produção de muita gastrina) na tentativa de estimular a secreção de histamina pelas células enterocromafins (EC). - Muita histamina e muito anti-H2 vai ter competição pelo receptor H2 → ganha quem está em maior [ ] que, em geral, é a histamina. - Aumentando muito a dose do anti-H2 poderia atingir um efeito terapêutico, entretanto começariam os efeitos colaterais centrais, inviabilizando a utilização desses medicamentos. - Para pacientes que possuem tolerância aos anti-H2, a conduta é suspensão do fármaco e substituição por algum da classe dos IBPs. Reaçõesadversas: Efeitos mais comuns (gravidade menor): diarreia, cefaleia, sonolência, fadiga, dor muscular. OUTRAS: Constipação, discrasia sanguínea com trombocitopenia. Efeito central (associado a altas doses dos medicamentos): confusão, delírio, fala arrastada e alucinação. Cimetidina em uso crônico e dose alta pode provocar ginecomastia em homens (afinidade moderada em receptores androgênios) e galactorreia em mulheres (↓ AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia 9 metabolismo do estradiol). Disponíveis no SUS: cimetidina e ranitidina. ANTIÁCIDOS E PROTETORES GÁSTRICOS 1º: não exercem efeito sobre a célula parietal, mas na luz estomacal!! ANTIÁCIDOS São bastante conhecidos pela população, inclusive apresentam uso indiscriminado. Derivados de Al³+ (hidróxido), Mg²+ (hidróxido), Ca²+ (óxido) e NAHCO3 (bicarbonato ou carbonato de sódio). Uso clínico: Condições mais brandas (paciente que não chega no consultório e sim se automedica). Condições mais graves como adjuvante do tratamento: úlcera não complicada e alívio sintomático na úlcera péptica (uso no início do tratamento até que os fármacos mais eficazes exerçam seu efeito) → NÃO DEVEM SER USADOS DE FORMA CONTÍNUA! Mecanismo de ação: neutralização do ácido. ↑ pH gástrico inibindo a atividade péptica (neutralização do ácido → retirando/inibindo a atividade agressora que o ácido exerce na mucosa estomacal). ↑ pH para 3,5 neutraliza mais de 90% do HCl e inibe a conversão do pepsinogênio em pepsina (ação proteolítica da pepsina pode levar a lesão da mucosa gástrica). Efeito local, enquanto os IBPs e anti-H2 exercem efeito na raiz do “problema”. Características gerais dos antiácidos: São removidos do estômago em 30min após a adm; Em caso de úlcera não complicada: administração VO 1 – 3 horas após as refeições e ao deitar; Em casos de sintomas graves de refluxo: administração a cada 30-60 min; Formas de suspensão (fármaco disperso em água → efeito mais rápido) são melhores do que comprimidos ou pós; Efervescentes: não há necessidade de administrar o antiácido enquanto está ocorrendo a efervescência. O ideal é que seja administrado após a efervescência. A AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia 10 alteração do pH estomacal e urinário pode alterar a cinética de outros fármacos (principalmente, os antiácidos que são absorvidos); EVITAR adm junto com outros medicamentos (interação medicamentosa com TODOS os medicamentos administrados por VO – porque muda a acidez estomacal); Margem de segurança: adm medicamentos 2h antes ou 2h depois do uso do antiácido. Particularidades dos antiácidos: 💊 Bicarbonato (HCO3-): Muito eficaz; É o mais conhecido pela população / é vendido na forma de ingrediente alimentar; É hidrossolúvel e é rapidamente absorvido pelo estômago – hidrossolubilidade é uma faca de dois gumes → início de ação extremamente rápido / é absorvido, gerando redução do efeito rapidamente, além disso o fato de ir para a circulação sanguínea pode levar a alterações sistêmicas (alcalose metabólica); Risco de alcalose metabólica; Precaução em pacientes com IC, renal e pulmonar (transitoriamente aumenta a [ ] de água na luz vascular); Alcaliniza os glomérulos alterando de forma importante a secreção dos medicamentos eliminados por via renal; Pacientes que apresentam doenças de base podem ter repercussões clínicas importantes, quando utilizado. Já em pacientes saudáveis essas alterações não tem implicações clínicas; Produz CO2 (própria reação de neutralização) – eructação, náusea, distensão abdominal e flatulência. 💊 Carbonato de cálcio (CaCO3): Rápida neutralização; É bastante solúvel em água (menos solúvel que o bicarbonato); Produz CO2; O cálcio pode precipitar secreção ácida de rebote – administração mais vezes (30 em 30 minutos); Causa hipercalcemia transitória (absorção de 15%) → não tem muito significado clínico; Combinações de hidróxido de magnésio e de alumínio. 💊 Hidróxido de magnésio {Mg(OH)2}: Ação rápida (em comparação com o hidróxido de alumínio) e laxativa; É insolúvel em água (exerce efeito mais lentamente – quando comparado com o bicarbonato e o carbonato); O hidróxido de magnésio forma cloreto de magnésio no estômago (adsorver a pepsina); O trissilicato de magnésio reage lentamente com o suco gástrico, formando cloreto de magnésio e sílica coloidal → sequestrar a pepsina e/ou pepsinogênio (impedindo sua conversão); Não produz alcalose sistêmica por ser pouco AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia 11 absorvido no intestino; Efeito neutralizante e sequestrador da pepsina (efeito antiácido prolongado) 💊 Hidróxido de alumínio {Al(OH)3}: Ação lenta e constipante (associação com hidróxido de magnésio faz com que não haja alteração do trânsito intestinal); Efeito mais duradouro; Pouco absorvido; Adsorve a pepsina, sua ação é gradual e contínua por várias horas; O gel de hidróxido de alumínio forma cloreto de alumínio no estômago; quando chega ao intestino, o cloreto é liberado e reabsorvido. Insuficiência renal e acúmulo de alumínio pode levar a osteoporose, encefalite e miopatia proximal. OBS.: Fármacos que possuem alumínio em sua composição, geralmente, não devem ser prescritos em pacientes com insuficiência renal. Combinação de antiácidos: Medicamento usado para alívio rápido. Fármacos extremamente solúveis em água, o que leva a muitos efeitos colaterais, trazendo uma insegurança grande em determinados grupos de pacientes. Não deve ser usado de forma indiscriminada. Deve ser usado de forma esporádica com uma pirose de intensidade média. Comum a prescrição para pacientes que desejam efeito mais prolongado. Pacientes em estado grave de úlcera apresentando dor e desconforto grande. Redução no número de administrações. PROTETORES GÁSTRICOS 💊 Sucralfato: Al(OH)3 + octassulfato de sacarose (Sucrafilm ®) Mecanismo de ação: a acidez libera o alumínio e o polímero adquire carga negativa e liga-se a grupos de carga positiva expressas pela úlcera → atração eletrostática; Ação local: formado sobre a membrana que está exposta; Há formação do polímero viscoso que adere às células epiteliais e às úlceras por até 6 h; A proteção impede a degradação das proteínas estomacais pela pepsina, estimula a produção de PG e fator de crescimento (favorece a regeneração da região ulcerada). Uso clínico: “Pouco usado” em doença ácido-péptica (quando apresenta grau de gravidade intenso com eliminação de sangue) – condições pouco comuns; Profilaxia por úlcera de estresse; Mucosite oral (utilização de medicamentos para tratamento de CA); Gastropatia por refluxo de bile. AULA 1) FARMACO: ANTIULCEROSOS - Thaís Ribeiro Garcia 12 Posologia: Administração 1h antes das refeições: 1g 4x/dia para úlcera duodenal ativa ou 1g 2x/dia para tto de manutenção. Disponível em comprimidos mastigáveis e suspensão oral. Deve-se evitar a utilização em pacientes com insuficiência renal. Não se deve usar antiácido com sais de alumínio. Administração 2 horas após ou antes de outros medicamentos. ↓ biodisponibilidade de vários fármacos (pode causar bastante interação medicamentosa). RAM: constipação, boca seca, náusea, vômito, cefaleia e eczema → apresenta poucos efeitos colaterais (o que atrapalha a administração é o sabor desagradável). 💊 Quelato de bismuto São eles: Subcitrato e Salicilato de Bismuto Aplicação clínica: pirose (simples/leve) e terapia quádrupla no tto infecção H. pylori. (tto padrão – terapia tripla / retto – substituição de um dos antibióticos / por último – terapia quádrupla) Mecanismo de ação (semelhante ao do sucralfato): reveste a base da úlcera, adsorve a pepsina, potencializa a síntese local de prostaglandinas e estimula a secreção de bicarbonato. Tem efeito tóxico sobre o bacilo Gram negativo que impede a aderência à mucosa e/ou inibe a ação das enzimas proteolíticas da bactéria. RAM: náusea, vômito, escurecimento da língua e fezes (incomoda o paciente). AULA 2) FARMACO: ANTIEMÉTICOS E PROCINÉTICOS - ThaísRibeiro Garcia 1 AULA 2) FARMACO: ANTIEMÉTICOS E PROCINÉTICOS - Thaís Ribeiro Garcia 📚 REFERÊNCIA: As Bases Farmacológicas Terapêuticas de Goodman e Gilman, 12ª edição. ANTAGONISTAS 5-HT3 SINAIS DA ÊMESE Sistema vestibular/cerebelo: H1- histamina; M1- ACh. ZDQ (área póstrema): D2- dopamina; NK1- substância P; 5-HT3- serotonina; M1; CB1- canabinoide. CV (núcleo do trato solitário): H1; M1; NK1; 5-HT3; D2; CB1. AULA 2) FARMACO: ANTIEMÉTICOS E PROCINÉTICOS - Thaís Ribeiro Garcia 2 PROCINÉTICOS Mecanismo de ação relacionado com antagonismo de receptores de dopamina, sejam eles seletivos ou não Seletivo = Domperidona (D2) Não seletivos = Metoclopramida, Bromoprida e Clorpromazina ANTAGONISTA SELETIVO DOPAMINÉRGICO 1) DOMPERIDONA (MOTILIUM) Indicações: DRGE, náuseas e vômitos devido à DP, radioterapia ou medicamento (AINE, antineoplásico), esofagite, sds dispépticas associadas a retardo de esvaziamento gástrico. 1 cp (10-20mg), 3x/dia em jejum (MÁ-ADESÃO). Sem dados seguros na gestação. AULA 2) FARMACO: ANTIEMÉTICOS E PROCINÉTICOS - Thaís Ribeiro Garcia 3 � Indicação específica são náuseas e vômitos induzidos pelos agonistas dopaminérgicos usados do tto da DP como a L-dopa e bromocriptina. � Prof disse: único pró-cinético prescrito no tto da DRGE, pois apresenta menos reações adversas. Exemplo: Pcte diagnosticado com DRGE + sintomas como empachamento, retardo do esvaziamento gástrico ou plenitude gástrica = Comum associarmos IBP + Domperidona. Mecanismo ação: antagonismo seletivo receptores D2 (bulbo e área póstrema). Não atravessa BHE (pois é muito hidrofílico). Lembrar que algumas regiões do SNC não tem BHE, como a área póstrema ⇒ ↑ prolactina (via tubero-infundibular → temos adeno-hipófise produzindo prolactina), controle temperatura e centro do vômito Tem menos efeitos colaterais, sem efeitos extrapiramidais (explica o porque há poucos efeitos colaterais). Farmacocinética: adm em JEJUM ↑ absorção (5-30min antes das refeições); pico plasmático 30-60min; baixa biodisponibilidade oral (15%); Extenso metabolismo na 1ª passagem pela parede intestinal e CYP450; Excreção urinária do metabólito 31% e fecal 66%. Excretada inalterada 10% nas fezes e 1% na urina. T1/2 7-9h (curto, por isso adm 3x/dia), prolongado em pctes com IR severa (ajustar a dose). RAM: cefaleia, diarreia, ↑ mamas e ginecomastia; galactorreia (justifica seu uso para ↑ produção de leite materno) ANTAGONISTAS NÃO SELETIVOS DOPAMINÉRGICOS 1) METOCLOPRAMIDA (PLASIL) Formas de apresentação: diversas ⇒ cps, injetável, solução oral e gotas. Qdo oral, exige adm 3x/dia e jejum!! = domperidona Ondansetrona (vonau); AADomperidona (motilium); Bromoprida (digesan); Metoclopramida (plasil); Clorpromazina (amplictil); Prometazina (fenergan); Dimenidrinato (dramin); Escopolamina (buscopan/ hioscina); Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 2) FARMACO: ANTIEMÉTICOS E PROCINÉTICOS - Thaís Ribeiro Garcia 4 Indicações: procedimentos de IOT; alívio de náusea e vômito com dismotilidade TGI; profilaxia de náusea e vômitos por QMT; controle de náusea e vômitos na gestação; soluço persistente. Não é indicado para DRGE!! � Prof disse: o tto para profilaxia para QMT tem sido feito mais com os antagonsitas 5-HT3, e não com a metoclopramida (mais reações adversas). Mecanismo ação: ANTAGONISTA de D2 e vagal e central de 5-HT3 e AGONISTA 5- HT4 ⇒ Contração coordenada com aceleração trânsito intestinal; ↑ contração antro e intestino delgado; ↑ tônus EEI; ↓ tônus esfíncter pilórico; Sem (ou pouca, pois pode causar diarreia) ação sobre intestino grosso. Farmacocinética: metabolismo hepático; excreçã renal; T1/2 curto (4-6h); início ação VO 30-60min e IV 1-2min RAM: sonolência, diarreia, fraqueza, reação extrapiramidal (mais comuns nas cças), sintomas parkinsonianos, acatisia e hipotensão (IV). Outros: distonia aguda, bradicardia, choque e desmaio (IV). Menos comuns ainda: alucinação, amenorreia, hiperprolactinemia. 2) BROMOPRIDA (DIGESAN) É um análogo da metoclopramida. A bromoprida NÃO é vendida nos EUA e na Europa, pois considera-se que são análogas, não havendo necessidade de ambas. MAAAs, aqui no Brasil, a bromoprida é muito prescrita, sobretudo para cças. Digesan cáp. 10mg, 1 e 4mg/mL. Controle de náuseas e vômitos (gestante risco C). Mecanismo ação: antagonista D2 e ação anticolinesterásica (atividade colinérgica indireta) ⇒ Inibição metabolismo da ACh gera ↑ biodisponibilidade na fenda sináptica e, consequentemente, ↑ efeito ACh, especialmente na região periférica, levando ao estímulo da motilidade GI. AULA 2) FARMACO: ANTIEMÉTICOS E PROCINÉTICOS - Thaís Ribeiro Garcia 5 Farmacocinética: biodisponibilidade 54%-74% (via oral) e de 78% (IM); baixa ligação ás ptns plasmáticas (40%); metabolização hepática; 10-14% excretada inalterada na urina; T1/2 4-5h (curto). RAM: Mais comun (inquietação, sonolência, fadiga e lassidão). Outras: insônia, cefaleia, tontura, náuseas, sintomas extrapiramidais, galactorreia, ginecomastia, erupções cutânea, incluindo urticária, distúrbios intestinais. As reações extrapiramidais (inquietude, movimentos involuntários, fala enrolada) são mais frequentes em cças e adultos jovens!! A discinesia (movimentos anormais ou perturbados) são comuns em idosos sob ttos prolongados. � Prof disse: a bromoprida NÃO está disponível na RENAME atualmente. ANTIEMÉTICOS Todos eles apresentam a mesma função: estimular movimento do TGI (superior) no sentido oral-fecal, mesmo efeito dos procinéticos. Antagonista R 5-HT3 = Ondansetrona, Granisetrona e Palonosetrona Antagonista R NK1 (neurocinina) = Aprepitanto Antagonista R H1 = Hidroxizina, Prometazina e Dimenidrinato Antanonista muscarínico = Escopolamina ANTAGONISTAS 5-HT3 1) ONDANSETRONA (VONAU FLASH e ZOFRAN) É o protótipo do grupo. Outros que tbm inibem 5-HT3 são a granisetrona (VO e IV), palonosetrona (apenas IV) e dolasetrona (este último foi retirado por ação arritmogênica). --> M1 Ondansetrona (vonau); Domperidona (motilium); Bromoprida (digesan); Metoclopramida (plasil); Clorpromazina (amplictil); Prometazina (fenergan); Dimenidrinato (dramin); Escopolamina (buscopan/ hioscina) Aprepitanto (emend); Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 2) FARMACO: ANTIEMÉTICOS E PROCINÉTICOS - Thaís Ribeiro Garcia 6 Apresentação: O Vonau é cp de desintegração oral (adm abaixo da língua). Já na via IM, temos o Zofran. Posologia: VO: doses de 4mg (PED) e 8mg (adulto) Mecanismo ação: antagonizam receptores ionotrópicos de serotonina. Esses receptores 5-HT3 estão localizados no TGI, aferências vagais, NTS e ZDQ (ações periférica e central, esta última é predominate). Ação periférica: 5-HT3 é liberada das céls enterocromafins do int. delgado pela ação dos quimioterápicos (estímulo das aferências vagais) Interação persistente com o receptor ⇒ Antagonismo pseudoirrversível ⇒ Efeito prolongado após 1 dose diária (FACILITA A ADESÃO!) Indicações: náuseas por QMT e radiação abd superior; hiperêmese gestacional (hoje alguns estudos comprovam o ↑ incidência de fenda palatina ou de má-formações de face com uso dos antagonistas de 5-HT3, sendo contraindicados na gestação) Os antagonistas 5-HT3 são pouco efetivos para cinetose; Eficácia semelhante entre os fármacos; Palonossetrona eficaz vômitos tardios (T1/2 longo); Metabolismo hepático (ajuste de dose) e excreção renal RAM: diarreia, constipação, cefaleia, tontura, alteração ECG sem significado clínico. ANTAGONISTAS NK1 (RECEPTOR DA SUBSTÂNCIA P) 1) APREPITANTO (EMEND) AULA 2) FARMACO: ANTIEMÉTICOS E PROCINÉTICOS - Thaís Ribeiro Garcia 7 Mecanismo ação: antagonismo receptores NK1 da subt. P (receptor de neurocinina). Indicação: exclusivamente para tto de NÁUSEAS E VÔMITOS TARDIOS induzidos por QMT. Apesar do T1/2 vida curto. O tto com cisplatina leva à náusea e vômito agudo (24h) e tardio (2-5 dias).Farmacocinética: >95% ligação a ptns plasmáticas; metabolizado pela CYP3A4 hepática; excreção fecal; T1/2 = 9-13h. Posologia: adulto= 125mg, 1h ANTES da QMT no 1º dia, seguido de 80mg 1x/dia por mais 2 dias consecutivos. VO: 2 formas de apresentação ⇒ cápsulas de 40, 80 e 125mg. Lembrar que o Emend possibilita a ↓ da dose da dexametasona. Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 2) FARMACO: ANTIEMÉTICOS E PROCINÉTICOS - Thaís Ribeiro Garcia 8 Interações medicamentosas: INIBIDOR moderado do CYP3A4; a mais importante é a associação com DEXAMETASONA, a qual deve ter sua dose reduzida à metade (de 20mg VO para 12mg). Interage tbm com metilprednisolona, a qual deve ↓ de 25% (IV) e 50% (VO). RAM: ↓ aptite, soluço, dispepsia, fadiga, ↑ ALT. Outras: neutropenia febril, anemia, ansiedade, tontura, sonolência, palpitações, rubor, alterações TGI, disúria, astenia, mal- estar, alteração função hepática. ANTAGONISTAS H1 Mecanismo ação: antanismo receptores histamínicos H1. Em casos de muitos sintomas emetogênicos associados à QMT, o Emend é adm da mesma forma (125, 80 e 80) e a ondansetrona tbm da mesma forma. O que muda é a dexametasona, que passa a ser adm VO, 8mg, nos 2º, 3º e 4º dias. Dimenidrinato é o famoso DRAMIN. A prometazina é o famoso FENERGAN (muito usado nos hospitais). A hidroxizina é usada especialmente em crianças. AULA 2) FARMACO: ANTIEMÉTICOS E PROCINÉTICOS - Thaís Ribeiro Garcia 9 Indicações: cinetose e vômitos pós-operatórios (atuam nos nervos aferentes vestibulares e no tronco cerebral). RAM: sedação, toxicidade SNC e cardíaca, efeitos anticolinérgicos (mais comuns ⇒ midríase, ressecamento olhos, xerostomia e retenção urinária). ANTAGONISTA MUSCARÍNICO (ANTICOLINÉRGICOS) O protótipo é a ESCOPOLAMINA, o famoso Buscopan. Sua indicação principal NÃO é para náuseas e vômitos (apesar de ser usado no tto cinetose), mas para antiespasmos. Outro fármaco anticolinérgico bastante usado é a BUCLIZINA (Buclina). 1) ESCOPOLAMINA (Buscopan) Formas de apresentação: VO, injetável, adesivo transdérmico (este último ainda não está disponível no Brasil, sendo vantajoso por não ter efeito sedativo). Indicações: profilaxia e tto cinetose. Alguma atividade nas náuseas e vômitos pós- operatórios ⇒ O mesmo vale para a Buclizina!! Tanto a escopolamina quanto a buclizina NÃO são eficazes no tto das náuseas induzidas pela QMT ou por substâncias citotóxicas. QMT moderadamente emetogênica --> Emend 125, 80 e 80; Dexa 12; Ondansetrona --- QMT altamente emetogênica --> Emend 125, 80 e 80; Dexa 12, 8, 8, 8; Ondansetrona --- Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 2) FARMACO: ANTIEMÉTICOS E PROCINÉTICOS - Thaís Ribeiro Garcia 10 PRINCIPAIS RECEPTORES: Raramente falamos de antieméticos e procinéticos seletivos. A ESCOPOLAMINA atua principlamente em M1, mas um poquinho em D2 e H1. O anti-histamínico que mais apresenta RAM é a CICLIZINA, pois apresenta mais ação sobre M1; já a PROMETAZINA é o que causa mais sedação, pois age mais sobre D2. Os antisserotoninérgicos apresentam a maior seletividade, pois agem somente nos receptores de 5-HT. A DOMPERIDONA atua preferencialmente em D2 e um pouquinho em 5-HT. A METOCLOPRAMIDA e a BROMOPRIDA tbm atuam sobre D2, e mais um pouco que a domperidona nos 5-HT. Os ESTEROIDES (ex.: dexametasona) não atua sobre nenhum receptor, mas inibe a síntese de PGs (ligadas à sensação de náusea e vômitos) e ↓ edema peritumoral. AULA 3) FARMACO: LAXANTES - Thaís Ribeiro Garcia 1 AULA 3) FARMACO: LAXANTES - Thaís Ribeiro Garcia Aqui estudaremos os seguintes fármacos laxantes: CRITÉRIOS ROMA IV Ajuda no dx de constipação; não mudou nada para o ROMA III. CLASSIFICAÇÃO DOS LAXANTES AULA 3) FARMACO: LAXANTES - Thaís Ribeiro Garcia 2 Antagonistas D2 (vide resumo de pró-cinéticos): bromoprida, metoclopramida e domperidona ⇒ São pró-cinéticos e podem causar diarreia (efeito laxante como efeito colateral, mas raramente prescrito para essa finalidade). Catárticos: farmacos que geram evacuação líquida (diarreia) ⇒ São os laxantes osmóticos, óleo de rícino, manitol e glicerina. AULA 3) FARMACO: LAXANTES - Thaís Ribeiro Garcia 3 FÁRMACOS ATIVOS NO LÚMEN INTESTINAL COLOIDES HIDROFÍLICOS - FIBRAS: Fibras são partes do alimento que resistem à digestão enzimática e chegam ao intestino grosso praticamente intactas. Algumas fibras podem ser fermentadas por bactérias intestinais: (1) formam ácidos graxos de cadeia curta, exercendo efeito procinético; (2) ↑ nº bactérias, que ↑ volume fecal. 1) CASCA DE PSÍLIO (Plantago ovata): alto teor de muciloide hidrofílico → É fermentado e ↑ nº bactérias cólon. 2) FARELO DE TRIGO: alto teor de lignina (fibra insolúvel e não fermentável) muito eficaz para ↑ bolo fecal. AULA 3) FARMACO: LAXANTES - Thaís Ribeiro Garcia 4 3) FRUTAS E VEGETAIS: alto teor de pectina e hemicelulose → Mais fermentáveis e menor efeito sobre o trânsito intestinal. 4) METILCELULOSE E POLICARBOFILA CÁLCICA: semissintéticos, pouco fermentáveis, absorvem água e ↑ volume fecal. ❌ TODOS os laxantes são contraindicados (CI absoluta) em casos de obstruções, megacólon e megarreto. 😭 RAM colóides hidrofílicos: distensão abd e flatos. FÁRMACOS OSMÓTICOS: 1) LAXANTES SALINOS: Mecanismo: ↑ osmolaridade luz intestinal → Retenção água luz → ↑ peristalse. Laxantes com Mg: além do efeito acima, tbm estimulam a liberação de colecistocinina no início do delgado → ↑ peristalse (colecistocinina ↑ contração coordenada do TGI e estimula contração VB, liberando mais bile). Porém, esses laxantes geram paladar amargo, podendo levar à náusea, melhorando com suco. AULA 3) FARMACO: LAXANTES - Thaís Ribeiro Garcia 5 Solução de fosfato de sódio hipertônica: usados na forma de enema (pelo reto) ⇒ Cerca 100mL p/ alívio constipação e esvaziamento colônico p/ exames e procedimentos cirúrgicos. Picossulfato de sódio: apresentação na forma de solução oral ou pérolas gelatinosas (cápsulas moles). ❌ Especialmente os dois primeiros (Mg e fosfato Na) ⇒ Cautela ou evitados em pctes IR, cardiopatia, anormalidades eletrolíticas pré-existentes e aqueles em tto com diuréticos. Esses laxantes podem eliminar grande qtde de água e eletrólitos, podendo levar a distúrbios hidroeletrolíticos. 2) AÇÚCARES E ÁLCOOIS INDIGERÍVEIS: Lactulose: dissacarídeo sintético (galactose + frutose) resistente às dissacaridases intestinais ⇒ ↑ qtde água luz intestinal. Lactulose, Sorbitol e Manitol: são hidrolizados no intestino por bactérias ⇒ Fermentação pelas bactérias ⇒ Originam ácidos lácticos e acético ⇒ ↑ força osmótica p/ luz intestinal ⇒ ↑ motilidade intestinal. Início efeito= 24-48h (lactulose e sorbitol), para o manitol 1-3h. 😭 RAM: Diferente dos derivados de Mg, a RAM é o paladar adocicado (pode gerar náusea), o qual pode ser ↓ com ingestão de suco ácido (limão e maracujá). Outras: desconforto e distensão abd, flatos e incontinência fecal (somente para o manitol). ❌ Contraindicados em pctes com galactosemia e deve ter cuidado em pctes com DM. Glicerina: é um agente higroscópico e lubrificante por via retal (supositórios). A retenção líquido resultante estimula a peristalse e geralmente provoca uma evacuação em menos de 1h. A posição do pcte deve ser deitado, por isso comum Lactulose pode começar a fazer efeito em cerca de 60h, o que é normal AULA 3) FARMACO: LAXANTES - Thaís Ribeiro Garcia 6 usar em bebês e cças. Deve ser usada apenas por via retal e é adm em dose única diária, um supositório retal de 2-3g, ou enema de 5-15mL da solução a 80%. 😭 RAM: desconforto, ardência ou hiperemia local e sangramento (mínimo). Sugere-se molhar o supositório antes da inserção, sendo necessário o uso de EPIs. 3) SOLUÇÃO DE POLIETILENOGLICOL (PEG): Via adm: oral. Pouco absorvido. Exerce uma ação osmótica,não irritativa, com ↑ conteúdo água das fezes, sem ser degradado pelas bactérias intestinais (por isso há poucos efeitos colaterais). Se a abordagem da dieta falhar, pode-se 17g de PEG por 14 dias. É comum mistura isotônica com repositores eletrolíticos (ex.: Muvinlax=macrogol). PEG 4000 ou Macrogol 3350. Defecação em 1-3 dias. FÁRMACOS UMECTANTES E EMOLIENTES FECAIS: 1) DOCUSATO: sódico e cálcico. São surfactantes aniônicos. Facilitam a mistura entre compostos oleosos e aquosos (amolecimento fezes). Estimulam a secreção intestinal líquidos. Eficácia questionável para constipação. 2) ÓLEO MINERAL: mistura de hidrocarbonetos derivados vaselina. É indigerível e absorvido apenas em pequenas qtdes. Adm VO por 2-3 dias penetra e amacia as fezes, podendo interferir na reabsorção água. É um dos laxantes mais baratos!!! AULA 3) FARMACO: LAXANTES - Thaís Ribeiro Garcia 7 😭 RAM: ↓ absorção substâncias lipossolúveis (ex.: vit ADEK), desenvolvimento reações de corpo estranho na mucosa intestinal e em outros tecidos. ESTIMULANTES OU IRRITANTES INESPECÍFICOS Ação direta sobre enterócitos, neurônios intestinais e ML do TGI. Induzem inflamação branda e limitada intestino delgado e grosso ⇒ promove acúmulo água e eletrólitos ⇒ ↑ motilidade intestinal. Mecanismos: ativação vias PGs/ AMPc e NO/GMPc + Produção fator ativação plaquetária + Inibição Na+K+ATPase. DIFENILMETANOS (BISACODIL): 10-15mg para dultos/dia; 5-10mg para cças de 6-12 anos/dia. É um pró-fármaco (drágea, sendo muito seguro): ativação por esterases intestinais, tornando-o fármaco ativo. Evitar ativação estomacal: NÃO mastigar o cp. Se ativado fora do intestino, ↑ RAM. Início ação demorado após dose oral: >6h. Excreção fecal. Não deve ser utilizado por >10 dias consecutivos, pois pode provocar disfunção atônica do cólon. Pode levar à inflamação intestino delgado e grosso. Uso excessivo: catarse e DHE (condições agudas) e atonia colônica (condições crônicas). ANTRAQUINONA (SENA E CÁSCARA): fitoterápicos derivados das plantas aloe-vera, cáscara-sagrada e sene. Plantas devem ser envelhecidas e desidratadas para formar DIANTRONAS e GLICOSÍDEOS, pois as monoantronas (forma ativa liberada pelas bactérias intestinais) causam irritação na mucosa oral e intestinal. Glicosídeos são metabolizados por bactérias intestinais que liberam monoantronas → Ação irritativa sobre as mucosas → Efeito laxativo. Pouco absorvidos no delgado. Início ação demorado após dose oral: >6h. AULA 3) FARMACO: LAXANTES - Thaís Ribeiro Garcia 8 😭 RAM: pigmentação melanótica mucosa cólon (melanose colônica) por uso prolongado (4-9 meses), visto à colonoscopia. Causada por macrófagos pigmentados na lâmina própria. É benigna e reversível. - Pode causar cólon catártico (funciona somente à base de laxativos) em caso de abuso dos laxantes e utilização por anos. ÓLEO DE RÍCINO: derivado das sementes de mamona (Ricinus communis). Compostos: ptn rícina e TG do ác. ricinoleico. TG é hidrolisado em glicerol e ác. ricinoléico → Irritativo e efeito hidroscópico, ↑ motilidade. Ingestão em jejum de 4mL tem efeitos laxantes em 1-3h. Dose habitual p/ efeito catártico em adultos: 15-60mL. 😭 RAM: Gosto desagradável e efeitos tóxicos potenciais no epitélio intestinal e nos neurônios entéricos → Raramente recomendado. FÁRMACOS PROCINÉTICOS AGONISTAS DO RECEPTOR 5-HT4: não temos genéricos no Brasil!!! 1) PRUCALOPRIDA: nome comercial é Resolor Pouco metabolismo hepático. Eliminação renal (65% inalterado). 1 ou 2mg 1x/dia, reavaliar a cada 4 semanas até 3 meses. AULA 3) FARMACO: LAXANTES - Thaís Ribeiro Garcia 9 😭 RAM: Cefaleia (intensa, a ponto de suspender), náusea, diarreia, dor abd. Outras: ↓ apetite, tontura, vômito, dispepsia, flatos, ruídos GI anormais e fadiga. 2) LINACLOTIDA: nome comercial é Constella Agonista receptor da guanilato ciclase citosólica (GC-C) com atividade analgésica, visceral e secretora. Poucos efeitos colaterais. 290mcg 1x/dia, 30min ANTES refeição (exige jejum), reavaliar a cada 4 semanas até 6 meses. 😭 RAM: Diarreia, gastroenterite viral, tonturas, dor abd, flatos e distensão abd. RAM GERAIS DOS LAXANTES AULA 4) CLÍNICA: ÚLCERA PÉPTICA - Thaís Ribeiro Garcia 1 AULA 4) CLÍNICA: ÚLCERA PÉPTICA - Thaís Ribeiro Garcia CONCEITO Soluções de continuidade da muscosa GI causadas pelo efeito corrosivo do HCl, da pepsina e, descoberta mais recentemente, da Helicobacter pilory, atingindo a muscularis mucosae. Obs: Se atingir apenas mucosa e submucosa= exulceração 2 tipos de ocorrência: Estômago ⇒ úlcera gástrica Duodeno ⇒ úlcera duodenal EPIDEMIOLOGIA AULA 4) CLÍNICA: ÚLCERA PÉPTICA - Thaís Ribeiro Garcia 2 Úlcera duodenal é predominante no Ocidente. Úlcera gástrica é mais comum na Ásia (Japão) Úlcera duodenal 5x mais frequente que úlcera gástrica. As úlceras pépticas são mais frequentes no homem Complicações: hemorragia (15-20%), perfuração (5%) e estenose (2%) ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA A úlcera péptica é uma afecção de origem multifatorial: Helicobacter pilory (95% úlcera duodenal e 80% úlcera gástrica) AINE= 2ª causa mais comum ⇒ Cuidado com a prescrição indiscriminada!! Fatores ambientais (alimentação, medicamentos, tabagismo, estado emocional) Fatores genéticos Formação ulceração depende da seguinte sequência: HISTAMINA (cél enterocromafins) + GASTRINA (célula G) + ACETILCOLINA (nervo vago) = Ativam célula parietal que, por sua vez, ativa a bomba de prótons, que é a via final para a produção de HCl O ↑ dos fatores agressivos e a ↓ dos defensivos e de reparação criam condições para a lesão da mucosa (a balança “pende” para o lado da agressão): AGRESSÃO: ácido, pepsina, AINEs/AAS, H. pilory, cigarro DEFESA: muco, bicarbonato, fluxo sanguíneo, camada surfactante, epitélio de revestimento REPARAÇÃO: angiogênese, proliferação celular, reconstituição epitelial, fatores de crescimento Fatores que ↑ secreção ácida: ↑ população células parietais Maior sensibilidade da célula parietal ao estímulo da gastrina Menor sensibilidadde da cél G aos estímulos inibitórios Papel da H. pilory: Tais Realce AULA 4) CLÍNICA: ÚLCERA PÉPTICA - Thaís Ribeiro Garcia 3 Pacientes H. pilory e portadores de úlcera péptica produzem até 2x mais ácido para os mesmos níveis de gastrina ↓ produção prostaglandinas (PGs) e fator crescimento epitelial PGs estimulam a produção de muco e bicarbonato, regulam o fluxo sanguíneo e a capacidade de reparação do epitélio Histologia da mucosa gástrica: Medicamentos bloqueiam receptores de histamina: ranitidina, cimetidina. Outros bloqueiam o receptor da gastrina e em um passado recente se fez muita cirurgia para ressecção do nervo vago para bloquear o receptor da acetilcolina. Todos esses métodos traziam resultados no tratamento da úlcera péptica, porém não tão satisfatórios, pois depois de um certo tempo ocorria recidiva das lesões ulceradas. Com o advento e descoberta AULA 4) CLÍNICA: ÚLCERA PÉPTICA - Thaís Ribeiro Garcia 4 dos IBP, que atua dentro da célula, houve um resultado muito melhor no tto. Aforisma Karl Schwartz (1910): “sem ácido, sem úlcera”. Atualmente: “sem H. pilory, sem úlcera”. QUADRO CLÍNICO Sintoma principal: dor na região epigástrica “Dor de fome, queimadura ou desconforto na boca do estômago”. Ritmicidade: relação da dor com a alimentação. Periodicidade: períodos de acalmia (sem dor). “A dor da úlcera péptica é uma dor com ritmo e periodicidade”. Úlcera duodenal: dor em três tempos → doi, come e passa. Úlcera gástrica: dor em quatro tempos → doi, come, passa, doi. Paciente acorda no meio da noite com dor → sugestivo de úlcera péptica, principalmente duodenal (diferente da dispepsia funcional → paciente não acorda no meio da noite com dor). Pirose (azia) é comum e as vezes está relacionada com refluxo (comum nesses casos). Sintomas dispépticos (eructação, flatulência, sialorreia, náuseas e vômitos) não são próprios da úlcera péptica, mas comumente estão associados. 10% dos pacientes o primeiro sintoma é a HDA,apresentada por hematêmese ou melena. Em 1/3 dos pacientes, o 1º sintoma agudo é uma úlcera perfurada. Nas formas complicadas podem apresentar melena, hematêmese, náuseas e vômitos, distensão abdominal e perda de sangue oculto nas fezes (importante investigar naquele paciente que vem desenvolvendo anemia crônica sem causa aparente, se vier positivo → sugestão de fazer EDA para afastar úlcera péptica). Diagnóstico diferencial: colecistite, pancreatite, neoplasia, doença de Crohn e insuficiência vascular mesentérica. Tais Realce AULA 4) CLÍNICA: ÚLCERA PÉPTICA - Thaís Ribeiro Garcia 5 📢 “Não há sensibilidade ou especificidade suficiente na anamnese e no exame físico para a confirmação diagnóstica”. COMPLICADA: hemorragia-perfuração-obstrução ⇒ Melena; Hematêmese; Náuseas e vômitos; Distensão abdominal; Sinais de peritonismo; Instabilidade hemodinâmica (em decorrência de uma possível hemorragia digestiva). NÃO COMPLICADA: Principal sintoma: dor epigástrica em queimação. Úlcera duodenal (dor em 3 tempos): Melhora com as refeições e uso de antiácidos; Hiperfagia e ganho ponderal; Despertar noturno pela dor é frequente; Ritmo e periodicidade. Úlcera gástrica (dor em 4 tempos): Pequena melhora ou piora com as refeições; Menos responsiva a antiácidos; Anorexia e perda ponderal;Despertar noturno pela dor pode ocorrer. DIAGNÓSTICO Exames complementares: 1) Endoscopia Digestiva Alta → principal exame; 2) Rx de esôfago, estômago e duodeno. Pesquisa do H. pilory: 1) Teste da urease → mais comum; 2) Histopatológico; 3) Cultura (pouco utilizado); 4) Teste respiratório (pouco disponível); 5) Pesquisa do antígeno fecal (pouco utilizado); 6) Sorologia (estudos epidemiológicos). TRATAMENTO AULA 4) CLÍNICA: ÚLCERA PÉPTICA - Thaís Ribeiro Garcia 6 💊 Pró-secretores: estimulam os fatores responsáveis pela integridade da mucosa (muco, bicarbonato, melhora do fluxo B sanguíneo e favorecimento da replicação celular): ANTIÁCIDOS, SUCRALFATO, BISMUTO COLOIDAL E PROSTAGLANDINAS 💊 Antissecretores: inibem a secreção ácida e são os medicamentos de escolha para promover a cicatrização da úlcera. • Inibidores do receptor H2 da histamina – cimetidina, ranitidina, famotidina – índice de cicatrização de 60 a 85% • Inibidores da bomba de prótons (IBP) – omeprazol, pantoprazol, esomeprazol, lanzoprazol, rabeprazol – 92 a 100% de cicatrização 💊 Erradicação do H. pilory: IBP + Amoxicilina 1,0g + Claritromicina 500mg → 2x/dia durante 14 dias. • Retratamento (geralmente em pacientes resistentes à claritromicina): IBP (2x) + Amoxicilina 1,0 g (2x) + Levofloxacino 500 mg (1x/dia) → 10 dias Dieta: o tipo de dieta e sua consistência não afetam a cicatrização, no entanto alguns alimentos ↑ ou estimulam a secreção HCl e outros são irritantes p/ mucosa gástrica. O tabagismo é prejudicial Relação médico-paciente: fundamental Histórico: antes e após o Helicobacter pilory (provoca recidivas de lesões ulceradas). Mas se recontaminar com a bactéria, pode haver recidiva da úlcera. Tais Realce Tais Realce AULA 5) CLÍNICA: DISPEPSIA - Thaís Ribeiro Garcia 1 AULA 5) CLÍNICA: DISPEPSIA - Thaís Ribeiro Garcia 📚 REFERÊNCIAS: Livro “Gastroenterologia Essencial”, 4ªed, Renato Dani (capítulos 17 e 18). Artigo McColl at al, 2008. CONCEITUAR DISPEPSIA Estômago: órgão sacular com volume de 1200-1500mL. Inervação vagal. Possui 5 regiões anatômicas: cárdia, fundo, corpo, antro e piloro. Histologia (de dentro para fora): mucosa (epitélio cilíndrico glandular), submucosa, muscular e serosa. AULA 5) CLÍNICA: DISPEPSIA - Thaís Ribeiro Garcia 2 Principal tipo de CA estômago: ADENOCARCINOMA GÁSTRICO! Antro: céls produtoras muco e céls G (produzem gastrina) Corpo: céls principais (produzem pepsinogênio) Corpo alto e fundo: céls parietais (produzem HCl e FI) Na imagem ao lado temos uma célula oxíntica e, à direita, o zoom de uma célula parietal, com seus 3 receptores: gastrina, histamina e ACh. Esses receptores, quando estimulados, ativam a bomba de prótons, resultando na produção de HCl. Exemplo: Qdo usamos a ranitidina (inibe receptor histamina), ainda tenho 2 vias de ativação da bomba prótons (gastrina e ACh), por isso, os IBP (inibem diretamente a bomba de prótons) são drogas mais eficazes nas afecções cloridropépticas. Glândulas gástricas e suas células. AULA 5) CLÍNICA: DISPEPSIA - Thaís Ribeiro Garcia 3 DIFERENCIAR DISPEPSIA DE GASTRITE O que é dispepsia? Dor ou desconforto na região superior do abd. Sendo a principal causa a gastrite. O que é gastrite? Inflamação mucosa gástrica DIFERENCIAR DISPEPSIA FUNCIONAL DE DISPEPSIA SECUNDÁRIA (antiga orgânica) DISPEPSIA: Conjunto de sinais e sintomas sugestivos de afecção do trato digestivo superior (acima da região do umbigo) ⇒ Dor epigástrica, desconforto epigástrico, náuseas, vômitos, intolerância alimentar, sensações pós-prandiais (empachamento, peso, plenitude), saciedade precoce e eructações. Temos 2 tipos: funcional e secundária: (1) FUNCIONAL: Caracterizada por dor ou desconforto no abd superior persistente ou recorrente, durante os últimos 3 meses e que se iniciaram, no mínimo, 6 meses antes Dispesia crônica em que a investigação clínica habitual não demonstra a causa da sd dispéptica ⇒ Ausência de qqr anormalidade estrutural ou irregularidades metabólicas e bioquímicas que justifiquem a presença de sintomas Mecanismos patogênicos: secreção gástrica de ácido, distúrbios da motilidade gastroduodenal (↓ esvaziamento gástrico), hipersensibilidade visceral, infecção pelo H. pilory, fatores psicossociais e fatores dietéticos McColl (2008): Em pctes com dispepsia funcional e infecção pelo H. pilory, o tto anti- H. pilory apresenta MAIOR possibilidade de resolução sintomas após 1 ano que o emprego de IBP. AULA 5) CLÍNICA: DISPEPSIA - Thaís Ribeiro Garcia 4 Pode afetar qqr parte do tubo digestório (esôfago, biliares, anorretais, gastroduodenais, intestinais e dor abd funcional) ⇒ Critérios de Roma IV (último consenso das dças funcionais em Gastroenterologia) 📢 Dças regidas pelos critérios de Roma IV: Pcte pode ter pirose e não ter DRGE ⇒ Pirose funcional; Pcte pode ter dor estômafo e não ter gastrite ⇒ Dispepsia funcional; Pcte pode ter dor abd e diarreia e, mesmo assim, não ter nenhuma dça orgânica ⇒ SII ou diarreia funcional. A dispepsia funcional pode ser subdividida em 2 tipos: (1) sd desconforto pós- prandial (má-digestão, plenitude, náusea, empachamento); (2) sd dor epigástrica (predomínio dor e queimação). O principal dx diferencial da dispepsia é: DRGE Hiperalgesia: ↓ limiar de dor e/ou resposta a estímulo doloroso é de maior intensidade e mais prolongada; Alodinia: dor produzida por estímulo que não produz sensação dolorosa Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 5) CLÍNICA: DISPEPSIA - Thaís Ribeiro Garcia 5 Alterações típicas do pcte dispéptico funcional: (1) relaxamento fundo, resultando em saciedade precoce; (2) peristalse corpo, resultando alteração digestão; (3) dismotilidade antro, resultando ↓ esvaziamento gástrico; (4) má distribuição pós-prandial conteúdo gástrico; (5) hipersensibilidade à distensão com balão intra-gástrico... A prevalência de transtorno de ansiedade, depressão e neuroticismo é MAIOR em pctes dispépticos. Sintomas se agravam com estresse (2) SECUNDÁRIA: 2ª a algo (úlcera, erosão, CA..) CONCEITUAR CRITÉRIOS DE ROMA IV Critérios Roma IV para dx de dispepsia funcional: Dor e/ou desconforto persistente ou recorrente centralizados no epigástrio, ocorrendo pelo menos durante 3 meses, nos últimos 6 meses Ausência de dças orgânicas (não posso ter erosões, úlceras etc..) Ausência da SII (retocolite ulcerativa, dça Crohn etc..) DIFERENCIAR GASTRITE DE GASTROPATIA Gastropatia: refere-se a dano e regeneração de células epiteliais, sem ou com mínimo processo inflamatório Gastrite: inflamação mucosa gástrica DIAGNÓSTICO DA DISPEPSIA AULA 5) CLÍNICA: DISPEPSIA - ThaísRibeiro Garcia 6 Estratégias de orientação: (1) tratar e, se necessário, investigar; (2) investigar e, a seguir, tratar Como investigar? (1) hemograma, (2) exame protoparasitológico; (3) EDA; (4) pesquisa de H. pilory; (5) US abd superior TRATAMENTO DAS AFECÇÕES DO ESTÔMAGO TRÊS VERTENTES: Medidas gerais + Orientação dietética + Tto medicamentoso TTO MEDICAMENTOSO: (1) os sintomas são o único parâmetro de avaliação; (2) há resposta acentuada ao placebo (até 60%, mostrando a importância relação medico- paciente); (3) os sintomas podem ser intermitentes; (4) reflete a heterogeneidade dos sintomas e a incerteza da patogênese Dispesia com predominância de dor: anti-secretores (bloqueadores H2, IBP) Dispepsia motora: pró-cinéticos (metoclopramida, bromoprida, domperidona, cisaprida) e outros (trimebutine) Por quanto tempo? Uso intermitente!!! Erradicação do H. pilory ⇒ MANDATÓRIA!!! Faz-se IBP + Amoxicilina + Claritromicina, todos por 14 dias Uso de ansiolíticos e/ou antidepressivos: BZP; Amitriptilina em dose baixa (12,5 a 25mg) TTO CASOS REFRATÁRIOS: (1) associar medicamentos (se empachamento, p ex, posso associar uma domperidona/motilium); (2) uso de anti-depressivos; (3) intervenção psicoterápica; (4) papel do médico como agente terapêutico Dispepsia funcional: Gastrite enantemática LEVE do antro NÃO é considerada lesão, pois é comum e apenas secundária ao HCl, ou seja, é normal. Se for gastrite erosiva, hemorrágica, com presença de H. pylori, úlcera, pangastrite etc … daí sim considera-se dispepsia secundária. Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 1 AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 📚 REFERÊNCIAS: (1) ACG Clinical Guideline for the Diagnosis and Management of Gastroesophageal Reflux Disease, 2021; (2) Modern diagnosis of GERD: the Lyon Consensus, 2018; (3) Livro “Gastroenterologia Essencial”, 4ªed; (4) Livro “Tratado das Enfermidades Gastrintestinais e Pancreáticas”. CONCEITUAR DRGE Definição: afecção crônica 2ª ao refluxo patológico de parte do conteúdo gástrico p/ esôfago e/ou órgãos adjacentes (faringe, laringe, árvore traqueobrônquica), acarretando um espectro variável de sinais e sintomas esofágicos e/ou extraesofágicos que podem ou não ser acompanhados de lesões teciduais (ex.: esofagite). Componentes da barreira anti-refluxo na junção esofagogástrica: bom funcionamento das seguintes estruturas ⇒ Esfíncter esofagiano inferior (EEI), crura (pinçamento) diafragmática, ligamento freno-esofágico, ângulo de Hiss (entre fundo gástrico e e esôfago inferior; qto mais fechado esse ângulo, menor a chance de refluxo; cças têm ângulo bem aberto), segmento de esôfago intra-abd (segmento distal do esôfago mais intratorácico, como na hérnia de hiato, facilita o refluxo). Epidemiologia: é um dos distúrbios mais comuns do TGI!!! 45% população apresentação pirose (queimação retroesternal ascendente) mensalmente e 20%, semanalmente. 10-15% cursam com complicações. No lactente o refluxo é fisiológico AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 2 (ângulo Hiss mais aberto/imaturidade EEI e posição recumbente), desaparecendo 60% casos até os dois anos e o restante aos 4 anos. Prevalência ↑ com idade. Não há preferência por sexo. Sintomas tendem a ser mais frequentes e intensos em obesos (IMC é FR independente p/ DRGE, tendo correlação direta com gravidade) e gestantes (relaxamento EEI promovido pela progesterona + ↑ pressão intra-abd exercido pelo útero gravídico) Fatores de risco: idosos (maiores txs complicações); homens tem mais esofagite erosiva (3:1), que é FR p/ adenocarcinoma esôfago 😢; gestação; obesidade; hérnia hiatal; hábitos de vida (consumo excessivo alimentos, especialmente gordurosos, tabagismo, álcool, pequeno espaço tempo entre comer e deitar) Classificação: DRGE não erosiva (60% casos): qqr alteração clínica atribuída ao refluxo gástrico, SEM alteração endoscópica DRGE erosiva (40%): alteração inflamatória endoscópica vista na mucosa esofagiana ⇒ Esofagite de refluxo Importante: NÃO há correlação entre gravidade da esofagite e gravidade dos sintomas. P. ex.: pcte pode ser bastante sintomático mesmo não tendo erosão. FISIOPATOLOGIA DA DRGE Tais Realce Tais Realce AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 3 Basicamente são 3 anormalidade básicas que originam refluxo: Relaxamentos transitórios EEI não relacionados à deglutição ⇒ Mecanismo patogênico + comum DRGE (70% casos, em pctes sem esofagite ou com esofagite leve). Os relaxamentos são mediados por um reflexo vagovagal anômalo (vago é ao mesmo tempo aferência e eferência do reflexo) estimulado pela distensão gástrica. Nesse caso, a pressão média do EEI é normal (10-30mmHg) Hipotonia verdadeira EEI/ ↑ pressão intragástrica ⇒ Aqui, a pressão EEI é <10mmHg. Possíveis causas: esofagite erosiva, hormônios como colecistocinina (CCK) e secretina, esclerose sistêmica, lesão cirúrgica EEI (ex.: após esofagomiotomia de Heller), tabagismo, uso drogas anticolinérgicas e miorrelaxantes (ex.: BCC, nitrato, agonista beta-adrenérgico..) e gestação. É o principal mecanismo patogênico de DRGE em pctes com esofagite erosiva grave Desestruturação anatômica da junção esofagogástrica (hérnia de hiato) ⇒ Aqui o EEI passa a não contar mais com a ajuda do diafragma como reforço mecânico à sua função de barreira → EEI passa a ser intratorácico (local onde pressão exercida externamente sobre EEI é menor) → “RE-REFLUXO” (a partir do material contido no saco herniário). � Hérnia hiato nem sempre se acompanha de DRGE e para ter DRGE não é obrigatório ter hérnia hiato. MAAAS, se portador hérnia hiato faz DRGE = MAIS GRAVE (↑ risco esofagite erosiva e EB) � AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 4 Mecanismos defesa contra refluxo: (1) Bicarbinato salivar, que neutraliza a acidez material refluído; (2) Peristalse esofagiana (devolve material ao estômago). Logo, se presença de disfunção glândulas salivares (exs.: sd Sjögren e anticolinérgicos) e/ou distúrbios motores primários esôfago (exs.: acalásia e espasmo esofagiano difuso) = ↑ risco e gravidade DRGE; (3) Muco esôfago, que também possui bicarbonato; (4) Resistência mucosa esofágica; (5) clareamento esofágico (capacidade esôfago de permanecer sempre vazio, fazendo com que o contato entre secreções digestivas e mucosa esofágica seja mínimo → ocorre de 2 formas: indução peristaltismo 1º/deglutição e o peristaltismo 2º/distensão esofágica). ❓ O que é HÉRNIA DE HIATO ❓ O saco herniado vai em direção ao tórax, ou seja, parte do estômago se desliza para o estômago e fica uma cavidade gástrica dentro do tórax. Qto maior a ESOFAGOMANOMETRIA. _____ esôfago Nada mais é que uma parte do estômago dentro do esôfago Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 5 hérnia, ↑ refluxo. Correção apenas cirúrgica. QUADRO CLÍNICO (SINTOMAS TÍPICOS E ATÍPICOS) TÍPICOS (esofagianos): Pirose (queimação retroesternal) + Regurgitação ácida (percepção de um fluizo salgado, azedo na boca) Pirose NÃO é azia, pois azia é “queimação epigástrica”!! ATÍPICOS (extraesofagianos): Globus hystericus/faringeus (bola na garganta que sobe e desce); Dor torácica não cardíaca; Manifestações pulmonares (asma, tosse crônica, hemoptise, bronquite, bronquiectasias, PNM repetição/EES incompetente); Manifestações otorrinolaringológicas (rouquidão, pigarro, laringite posterior crônica, sinusite crônica, otalgia); Manifestações orais (halitose, aftas, desgaste esmalte dentário); Anemia ferropriva (perda crônica de sangue em pctes com esofagite erosiva grave, com formação úlceras profundas., que raramente perfuram) 📢 SEMPRE suspeitar DRGE quando temos sintomas atípicos associados com sintomas típicos. DX DIFERENCIAL:(1) Acalásia (comum na dça Chagas); (2) Dor cardíaca/coronariana (sempre ser a 1ª suspeita a ser descartada); (3) Úlcera péptica gastroduodenal; (4) CA precoce esôfago; (5) Esofagite eosinofílica; (6) Hipersensibilidade esofágica; (7) Pirose funcional; (8) Esofagite infecciosa (CMV, HSV, Candida); (9) Dispepsia não ulcerosa DIAGNÓSTICO E EXAMES COMPLEMENTARES AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 6 Maioria x, o dx é feito somente pela anamnese (presença de sintomas típicos). A resposta à prova terapêutica (↓ sintomática >% após 1-2 semanas de uso de IBP) é o principal teste confirmatório. Mas em algumas situações, faz-se necessária a realização de exames complementares: (1) EDA; (2) pHmetria 24h (com ou sem impedanciometria = padrão- ouro); (3) esofagomanometria; (4) esofagografia baritada; (5) cintilografia ANAMNESE: identificação sintomas; intensidade; frequência (mín. 2x/semana, de 4-8 semanas), duração (qto maior, alta relação c/ risco complicações), fatores desencadeantes e de melhora, ocorrência noturna (maiores complicações), evolução enfermidade, impacto na qualidade de vida, idade >40a (sempre pedir EDA, p/ descartar lesões), história familiar CA e manifestações de alarme 🚨 Sinais de alarme: obrigatoriamente fazer EDA (e não teste terapêutico com IBP). São eles: disfagia, odinofagia; anemia; HDA (hematêmese, melena); emagrecimento; náuseas e vômitos; sintomas de grande intensidade e/ou de ocorrência noturna. ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA (EDA): método escolha p/ identificar as complicações da DRGE (esofagite, estenose péptica, EB e adenocarcinoma); permite avaliar a gravidade esofagite e realizar biópsias onde e quando necessário; S=60%; útil p/ dx diferencial INDICAÇÕES DE EDA EM PCTES SUSPEITOS OU DIAGNOSTICADOS COM DRGE 3. História prolongada de pirose (>5-10 anos): maior risco de EB 1. Presença de “sinais de alarme”: disfagia, emagrecimento, odinofagia, sangramento TGI e anemia 4. Idade >45-55 anos 2. Sintomas refratários ao tto 5. Presença de náuseas e vômitos, história familiar de CA e sintomas intensos ou noturnos devem levar o médico a “considerar” realização EDA EDA normal NÃO exclui dx da DRGE, pois S é baixa, além do que a maioria dos pctes com DRGE apresenta forma não erosiva!!! A esofagite de importância clínica é aquela que possui erosões (soluções de continuidade limitada à mucosa, ≥3mm). Para estadiar a gravidade da esofagite de refluxo usamos a CLASSIFICAÇÃO DE LOS ANGELES: Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 7 DRGE confirmada: EDA com esofagites graus B* (controverso, mas se sintomas típicos + resposta a IBP=DRGE), C e D de Los Angeles ou com Barret longo DRGE grau A: necessita de pHmetria p/ confirmação DRGE MANOMETRIA ESOFÁGICA: é o registro de pressão das contrações da musculatura esôfago e dos esfíncteres esofagianos. NÃO serve para dx, pois não confirma Grau A: erosões não confluentes, lineares e <5mm; Grau B: erosões lineares, não confluentes, >5mm; Grau C: erosões confluentes ocupando <75% circunferência órgão; Grau D: erosões confluentes ocupando >75% circunferência órgão, podendo causar úlcera ou estenose esofágica. AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 8 ocorrência refluxo!!! Determina a localização precisa do EEI (pré-pHmetria ⇒ sempre antes da pHmetria fazer manometria p/ localizar o cateter da pHmetria, que precisa estar 5cm acima do EEI, que é localizado apenas pela manometria); Avalia o peristaltismo do corpo e o tônus do EEI; Investiga alterações motoras esôfago ⇒ esclarece dx diferencial; Obrigatória pré-realização de tto cirúrgico e correção hérnia hiatal (p/ excluir dismotilidade esofágica antes da cirurgia, além de ajudar a selecionar o tipo de fundoplicatura). 📢 A esofagomanometria define se a fundoplicatura deverá ser parcial (270º ou 180º) ou completa (360º). As parciais são indicadas na vigência de FR p/ acalásia PO, como: (1) <60% ondas peristálticas atinge a porção final esôfago; (2) a pressão das ondas peristálticas é <30mmHg. pHMETRIA ESOFÁGICA E IMPEDÂNCIOpHMETRIA: melhor procedimento p/ caracterizar RGE (”padrão-ouro”) ⇒ S e E >90% 😃. Contudo, NÃO é feita de rotina (assim como os demais exames complementares). Tem como funções: (1) Quantificar intensidade e frequência RGE e permitir sua correlação com os sintomas; (2) pH<4 por >6% tempo de duração exame= refluxo patológico (inclui >80 episódio de RGE em 24h) As principais indicações formais são (fazer qdo há dúvida dx): Sintomas típicos DRGE que não respondem ao IBP e sem esofagite erosiva C e D de LA ou Barret longo Manifestações atípicas sem esofagite C e D de LA ou Barrett longo Antes do tto cirúrgico (não submeter à cirurgia sem ter certeza do dx)= 📢 pHmetria= avalia apenas refluxo ácido (proveniente do estômago). Já a impedânciopHmetria tbm avalia refluxo não ácido, como líquidos provenientes da bile e do suco pancreático (ou seja, independentemente do pH do material refluído). Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 9 RX CONTRASTADO/ESOFAGOGRAFIA BARITADA: restrita ao esclarecimento da disfagia e odinofagia; baixa S; avaliação da anatomia esofágica. O principal obj é caracterizar hérnias de hiato. CINTILOGRAFIA: pctes que não toleram a pHmetria. Casos de suspeita de aspiração pulmonar de conteúdo gástrico. Necessidade de estabelecer o tempo de esvaziamento gástrico ⇒ Serve muito p/ dx da gastroparesia (facilita o RGE) TESTE TERAPÊUTICO: se responder = DRGE Indicações: sem manifestações alarme; idade >40 anos Como fazer? medidas comportamentais + IBP em dose plena diária por 8 semanas (ex.: omeprazol e pantoprazol40mg/dia; lansoprazol 30mg/dia AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 10 📢 Pirose + Regurgitação, sem sinais e sintomas de alarme, com qualidade de vida afetada? SIM ⇒ IBP por 8 semanas em dose plena, 1x/dia. Se boa resposta= descontinuar o uso do IBP depois de 8 sem Se recorrência sintomas= EDA sem uso de IBP por 2-4 sem (senão mascara os achados da EDA) Se resposta incompleta= dúvida dx ⇒ EDA sem uso de IBP por 2-4 sem Depois da EDA, se achar esofagite péptica grau B, C, D ou Barret >3cm = DRGE Se EDA normal ou esofagite grau A (leve) = Monitorização pH esofágico sem uso de IBP (pHmetria) Se pHmetria normal= não é DRGE (investigar outras causas) Se pH <4 por >6% tempo= DRGE não erosiva ou com esofagite leve Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 11 📢 Presença de sintomas extraesofágicos (aqui já foi considerada EDA feita)? 1º avaliar bem se não tem outros sintomas que sugerem outras causas e encaminhar para outro colega especialista Sintomas típicos + extraesofágicos? Ciclo de IBP com dose dupla: Omeprazol 40mg 2x/dia, por 12 semanas (pois sintomas extraesofágicos são mais difíceis de tratar) Melhora= DRGE Se não melhorou= pHmetria (monitorizar RGE sem uso de IBP por 2- 4 semanas Sintomas extraesofágicos isolados? NÃO fazer prova terapêutica com IBP, ir direto p/ pHmetria 24h Se refluxo patológico= DRGE (tratar) phmetria normal= considerar impedanciopHmetria, para ver se é refluxo não acido Se não for= investigar outras causas de sintomas atípicos. Modern diagnosis of GERD: the Lyon Consensus, 2018. AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 12 Evidência totalmente confirmada de RGE nos exames: EDA: Esofagite C e D de LA; Barret longo (>3cm); Esofagite péptica pH ou pHimpedância: exposição ácida por >6% tempo Evidência borderline (quando ficamos em cima do muro/ na dúvida): EDA: Esofagite A e B de LA (embora grau B, se resposta completa ao IBP + sintomas típicos= DRGE) pH ou pHimpedância: Exposição ácida entre 4-6% tempo; 40-80 episódios refluxo em 24h Falam a favor de DRGE: EDA: Hipomotilidade/aperistalse (facilita RGE); Histopatológico e microscopia eletrônica (não temos muito acesso) pH ou pHimpedância: >80 apisódios RGE Outrosexames: hipotensão EEI, hérnia de hiato, hipomotilidade esôfago Falam contra DRGE: pH ou pHimpedância: exposição ácida por <4% tempo; <40 episódios refluxo em 24h TRATAMENTO DA DRGE 1) TTO CLÍNICO Medidas comportamentais: Elevação cabeceira cama (15cm) Moderar ingestão alimentos gordurosos, cítricos, café, bebidas alcóolicas, bebidas gasosas, menta, hortelã, produtos tomate Evitar deitar-se nas 2h que se seguem às refeições Evitar refeições copiosas (grande volume) ↓ drástica ou cessação fumo Emagrecimento Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 13 Minimizar uso de medicações que predispõem ao RGE: BCC (anlodipino), alendronato (tto OP), ADT (amitriptlina); B2 agonistas (salbutamol) Terapia farmacológica: DRGE não erosiva ou erosiva grau A e B: IBP dose plena (omeprazol 40mg/d) em jejum por 8 semanas Após este período: IBP sob demanda (SOS) DRGE erosiva graus C e D: IBP dose dupla (omeprazol 40mg 2x/dia) por 8-12 semanas Após este período: manter IBP contínuo na menor dose que controle os sintomas e as erosões (tto manutenção) Considerar tto cirúrgico (senão vai ter que tomar IBP resto da vida) Outras medicações que podem ser usadas: Bloqueadores H2 (famotidina): menor eficácia que os IBPs; podem ser úteis p/ uso no escape noturno (bedtime)= adjunto ao IBP Pró-cinéticos (bromoprida e domperidona): usar apenas na evidência de gastroparesia ⇒ NÃO usar de rotina!! Baclofeno (modulador EEI, sendo um agonista do gaba): considerar p/ casos refratários c/ evidência objetiva de DRGE (pHmetria e/ou EDA com esofagite severa) ⇒ Muitas RAM, como sonolência, constipação e tontura Sucralfato: indicado somente na gestação (pois IBPs são contraindicados)��� 2) TTO CIRÚRGICO Considerar FUNDOPLICATURA como opção de tto a longo prazo para: pctes com esofagite graus C e D Hernias hiatais grandes Sintomas intensos e persistentes, com refluxo patológico comprovado (pHmetria) 📢 Obrigatório manometria esofágica p/ exclusão de outras patologias/disfunção de motilidade antes da cirurgia. AULA 6) CLÍNICA: DRGE - Thaís Ribeiro Garcia 14 COMPLICAÇÕES DA DRGE (ESÔFAGO DE BARRETT) Esôfago de Barrett (pode evoluir para adenocarcinoma) Ulceração esofágica Estenose péptica Sangramento Anemia Quando 1/3 distal esôfago apresentar metaplasia intestinal (epitélio estratificado substituído por epitélio colunar) teremos a condição conhecida como ESÔFAGO DE BARRET (EB)!! O grande problema é que o epitélio metaplásico é mais propenso a evoluir com displasia, podendo culminar em transformação neoplásica maligna (adenocarcinoma de esôfago). Barret curto (<3cm) ⇒ IBP em dose plena Demais casos de Barret ⇒ IBP em dose dupla. Seguimento do EB: Casos sem displasia ⇒ EDA e biópsias seriadas a cada 2-5a Pctes com displasia baixo grau ⇒ EDA e biópsia a cada 1a Displasia alto grau (praticamente um adenocarcinoma in situ) ⇒ EDA a cada 3 meses. Indicada ressecção esofágica (por EDA ou cirurgia). Incidência 30-125x maior de adenocarcinoma esofágico que a população em geral. Uso de IBP contínuo, ↓ risco evolução para CA. NÃO há correlação entre piora dos sintomas e aparecimento do esôfago de Barrett Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 7) CLÍNICA: DII - Thaís Ribeiro Garcia 1 AULA 7) CLÍNICA: DII - Thaís Ribeiro Garcia CONCEITO Dça inflamatória intestinal (DII) é um termo amplo para designar a Dça de Crohn (DC) e a Retocolite ulcerativa (RCU). Ambas apresentam ETIOLOGIA IDIOPÁTICA e devem ser diferenciadas das demais doenças que também promovem inflamação dos intestinos (infecções, diverticulite, apendicite, enterite por radiação, medicamentos ou toxinas, e vasculite intestinal). Inflamação crônica do intestino, sendo que a RCU acomete somente o cólon e o reto e a dça de Crohn pode acometer qualquer parte do TGI. Em ambas existem um distúrbio na regulação da imunidade da mucosa intestinal, que justifica o surgimento de um processo inflamatório espontâneo provavelmente direcionado contra os germes da microbiota fisiológica FISIOPATOLOGIA A fisiopatogeneia da DII ainda não está totalmente esclarecida Fatores: genéticos, ambientais, microbianos e imunológicos ⇒ Interligação entre diversos fatores Teoria da higienização: qto menor o contato da cça com bactérias, modifica-se a microbiota intestinal, aumentando o risco de DII (”mais prevalente em países desenvolvidos/ricos”) O principal fator de risco comprovado para ambas as DII é uma história familiar positiva (10-25% pacientes). EPIDEMIOLOGIA Presente em todo o mundo. Mais em comum em indivíduos que vivem em áreas urbanas da América do Norte e Norte da Europa Ocidental X Comparação com regiões em desenvolvimento como Ásia, África e América do Sul AULA 7) CLÍNICA: DII - Thaís Ribeiro Garcia 2 CLASSIFICAÇÃO DE MONTREAL: DII DOENÇA DE CROHN/ ENTERITE REGIONAL ⇒ 3 critérios (1) Idade do dx: A1: <16 anos; A2: 17-40 anos; A3: >40 anos (2) Localização: local preferível = ceco e íleo terminal ⇒ L1: íleo terminal; L2: cólon; L3: íleocólon; L4: GI superior (esôfago, estômago, duodeno) (3) Comportamento (complicações): B1: não estenosante/não penetrante; B2: estenosante; B3: penetrante (fístulas) RETOCOLITE ULCERATIVA ⇒ mais simples 😃 E1: proctite (limitada ao reto); E2: colite esquerda (até a flexura esplênica); E3: colite extensa (até o cólon transverso ou mais) QUADRO CLÍNICO DOENÇA DE CROHN Pico de inicidência: 15-30 anos. Distribuição igual entre os sexos. Sintomas muito variáveis: diarreia crônica (70%), geralmente sem sangue ou muco, dor abdominal (70%) e emagrecimento (60%). Presença de fístulas: perianais (10-40%), entero- enetéricas, entero-colônicas, entero-vesicais e entero-vaginais Pode afetar qualquer segmento do TGI, sendo mais comum no íleo terminal e cólon proximal. O comprimento dos segmentos atingidos é variável e as lesões são separadas (salteadas). Inicia como hiperemia e exulcerações pequenas, tipo aftas, e, com o tempo, se transforma em ulcerações COLONOSCOPIA Diferente da RCU, em que as lesões são contínuas e de caratáter ascendente!!! Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 7) CLÍNICA: DII - Thaís Ribeiro Garcia 3 Manifestações extraintestinais: artralgias, esclerite, uveite, cegueira noturna, cálculos biliares, cálculos renais, colangite esclerosante (4%, precisa de transplante de fígado) 💡 QC da dça de Crohn é muito semelhante ao da apendicite!! RETOCOLITE ULCERATIVA Pico de inicidência: 30-39 anos. Distribuição: H=M. Sintomas: diarreia muco-sanguinolenta (93%), dor abdominal e perda de peso, urgência e tenesmo (vontade intensa de evacuar, mas a sensação é de não ocorrer esvaziamento completo ou nem ocorrer a evacuação) RCU leve: eritema, congestão e perda do padrão vascular RCU moderada: erosões e friabilidade da mucosa RCU grave: ulcerações profundas e sangramento espontâneo (às x volumosos) Manifestações extraintestinais: basicamente as mesmas da dça Crohn, sendo que a colangite esclerosante é mais comum na RCU 💡 (1) A RCU é uma doença EXCLUSIVA do Cólon; (2) A RCU é uma doença EXCLUSIVA da Mucosa; (3) A RCU é tipicamente “ascendente” e uniforme. DIAGNÓSTICO Inflamação difusa, sem áreas salteadas AULA 7) CLÍNICA: DII - Thaís Ribeiro Garcia 4 Anamnese e exame físico bem feitos ⇒ História típica: “pcte jovem, com dor abdominal, diarreia crônica e emagrecimento”. Mas pessoas de idade avançada tbm podem apresentar DII. Exames laboratoriais: hemograma, PCR, VHS Colonoscopia: principal exame!!! Permite realização de biópsias. Fator limitador da DC em delgado, nesses casos, temos a opção da cápsula endoscópica (EDA= esôfago, estômago e delgado proximal) Lembrar que essa cápsula endoscópica pode ficar presa em estenose, nos casos de dça de Crohn. TC ⇒ Trajetos de fístulas. RM ⇒ Superior a TC, além de não ter radiação 😃. US ⇒Barato e ajuda descartar outros dx Anatomopatológico ⇒ após colonoscopia com biópsia TRATAMENTO Objetivos: (1) induzir a remissão; (2) manter a remissão; (3) evitar complicações; (4) qualidade de vida ⇒ Não temos cura!!! DOENÇA DE CROHN Corticoides de ataque: budesonida, prednisolona ⇒ Bons para induzir remissão, mas não tão bons para manutenção!!! Retirar 5mg/semana (desmame) Imunossupressores: azatioprina e 6-mercaptopurina ⇒ Para manutenção (resto da vida)!!! Anticorpo monoclonal: infliximabe (anti-TNF), adalimumabe, rituximabe, vedolizumabe e ustequimumabe ⇒ Para manutenção (resto da vida)!!! Abordagem tto Dça Crohn: (1) Step-up, assim como fazemos na RCU; (2) Top- down, em que começamos de cima para baixo, já usando AC monoclonal associado com imunossupressor DC: Fazer dx diferencial com APENDICITE!! Enquanto o pico de incidência da DC é de 15-30 anos!! Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 7) CLÍNICA: DII - Thaís Ribeiro Garcia 5 💡 Ideal na dça Crohn é começar o top-down!!! RETOCOLITE ULCERATIVA Aminossalicilatos (efeito anti-inflamatório): sulfasalazina 500g, mesalazina 800mg ⇒ Vias adm: Oral (transverso para cima), Supositórios (dça limitada ao reto, p ex), Enemas (cólon mais acima) ⇒ Dose de ataque. Se em 1 mês pcte melhorar, fazer manutenção em 2 anos. Retirada com desmame Sulfasalazina é quebrada em 5-ASA (efeito anti-inflamatório local) e metabólito (que será inativado). O mesmo acontece para a mesalazina ⇒ Ou seja, tanto faz tomar um ou outro. Maaas, a sulfasalazina dá mais náuseas e dor epigástrica. Inibidor Seletivo das JAKs: tofacitinibe Dependendo da gravidade: corticoides, imunossupressores, anticorpos monoclonais Estratégia step-up para tto da RCU: de baixo para cima = do mais leve para o mais grave AULA 8) CLÍNICA: DÇAS AUTOIMUNES, DE DEPÓSITOS e DHGNA - Thaís Ribeiro Garcia 1 AULA 8) CLÍNICA: DÇAS AUTOIMUNES, DE DEPÓSITOS e DHGNA - Thaís Ribeiro Garcia As hepatopatias crônicas podem ser: AUTOIMUNES: hepatite autoimune (HAI), colangite biliar primária (CBP) e colangite esclerosante primária (CEP) DÇAS DE DEPÓSITO: hemocromatose, dça de Wilson e deficiência de alfa-1 antitripsina HEPATITE AUTOIMUNE (HAI) CONCEITO: inflamação hepática autoimune, crônica ou aguda, que evolui para cirrose e insuf hepática (quando não tratada), tendo 5 características: ↑ AST (TGO) e ALT (TGP) ⇒ marcadores de lesão hepatocitária aumentam muuuuito mais do que as enzimas canaliculares (FA e gama-GT) Obs.: Se predomina TGO em detrimento da TGP, significa que o fígado está “acabando” (cirrose 😢) ↑ gamaglobulina e IgG sérica ⇒ vemos na eletroforese de ptns Auto-anticorpos positivos Hepatite de interface (portal/ periportal) ⇒ vemos na biópsia Resposta à imunossupressão EPIDEMIOLOGIA: prevalência = 15-25/ 100.000. Incidência em ascensão, com característica BIMODAL (15-20 anos e 60 anos). Mais prevalente em adultos (mulheres) jovens. Mas a incidência é maior em mulheres aos 60 anos. AULA 8) CLÍNICA: DÇAS AUTOIMUNES, DE DEPÓSITOS e DHGNA - Thaís Ribeiro Garcia 2 Acomete todas as etnias, predominando em mulheres (3:1). Elevada tx mortalidade qdo não tratada!!! APRESENTAÇÃO CLÍNICA: Maioria das vezes (75%) é uma hepatite crônica insidiosa. Nos outros 25% dos casos, a hepatite é aguda (advindo de um fígado normal ou de hepatite crônica agudizada) AULA 8) CLÍNICA: DÇAS AUTOIMUNES, DE DEPÓSITOS e DHGNA - Thaís Ribeiro Garcia 3 � Prof. letícia disse: A forma fulminante é só o transplante de fígado que salva. Na hepatite fulminante temos NECROSE ZONA 3 (perde a característica de infiltrado periportal → vemos na biópsia). A encefalopatia é por edema cerebral, e não por cirrose, ou seja, na hepatite fulminante o fígado é nomal, necessariamente e não há cirrose prévia. A amônia é convertida em glutamina e isso ↑ edema, gerando hipertensão intracraniana. Logo, a hepatite fulminante é quando tem um figado normal e, de repente, há encefalopatia. - Ascite, ictericia e encefalopatia → Indicam CIRROSE. - Shunt mais comum: veia esplênica com veia renal. Shunt é um desvio. ETIOPATOGENIA: Causa exatá é desconhecida. Mas temos: (1) fatores desencadeantes: agentes infecciosos (hepatite A, herpes, sarampo, EBV) ou toxinas/medicações (ervas, fitoterápicos, nitrofurantoína, minociclina, anti-TNF, interferon alfa); (2) predisposição genética (HLA DR3 e DR4 = caucasianos e orientais; HLA DR13= Brasil); (3) falência nos mecanismos de imunotolerância (linfócitos T atacam os AGs dos hepatócitos). HISTOLOGIA CLÁSSICA DA HAI: na HAI temos infiltrado de linfócitos dentro do espaço porta (figura B) e invasão da placa limitante (divide espaço porta do parênquima hepático) pelos linfócitos (figura C). Ou seja, os linfócitos invadem o parênquima hepático = hepatite de interface linfoplasmocitaria (sugere muito HAI). Infiltrado por linfócitos e plasmócitos. Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 8) CLÍNICA: DÇAS AUTOIMUNES, DE DEPÓSITOS e DHGNA - Thaís Ribeiro Garcia 4 Já na HAI aguda, a histologia mostra um infiltrado linfocitário na zona 3 (perto da veia centrolobular), rosetas e necrone zona 3. DIAGNÓSTICO: através de uma somatória de pontos do escore abaixo: (1) sexo fem= 2 pts; (2) predomínio de AST sobre FA= 2 pts; (3) ↑ gama-globulina ou IgG; (4) anticorpos positivos, a depender do título (FAN, anti-LKM1, anti- m. liso, anti-SLA); (5) exclusão de outros dxs (se antimitocôndria (+) = pensar em CBP, o mesmo para marcadores virais, drogas, álcool ⇒ se negativo, perde pts); (6) HLA (nunca disponivel na prática); (7) presença de outra dça AI (tireoidite, colite); (8) outros anticorpos, como pANCA; (9) critérios histológicos; (10) resposta ao tto (se pcte melhora com corticoide, é preditivo para HAI). AULA 8) CLÍNICA: DÇAS AUTOIMUNES, DE DEPÓSITOS e DHGNA - Thaís Ribeiro Garcia 5 � Dx definitvo pré-tto > 15 pts; dx provável 10-15pts e, se faz escore pós- tto, somar 2 pts ao escore pré-tto. Temos tbm o escore simplificado: AP= fosfatase alcalina (FA). Remissão completa= complete / Relapse= recaída. BIÓPSIA sempre será necessária p/ dx HAI. A prof Letícia disse que gosta de usar mais esse critério, pois é mais completo!!! AULA 8) CLÍNICA: DÇAS AUTOIMUNES, DE DEPÓSITOS e DHGNA - Thaís Ribeiro Garcia 6 CLASSIFICAÇÃO: DÇAS ASSOCIADAS À HAI: Tipo 1 é a MENOS GRAVE e é a única que pode ter remissão completa (para toda a vida) com imunossupressor. AULA 8) CLÍNICA: DÇAS AUTOIMUNES, DE DEPÓSITOS e DHGNA - Thaís Ribeiro Garcia 7 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA HAI: basicamente TODAS as outras causas de hepatopatia crônica AULA 8) CLÍNICA: DÇAS AUTOIMUNES, DE DEPÓSITOS e DHGNA - Thaís Ribeiro Garcia 8 HAI x LHIF (lesão hepática induzida por drogas): HAI mimetiza LHIF e vice-versa. HAI pode ser induzida por LHIF. Diferenciação histológica muito difícil. Veja abaixo como diferenciar: Todas as causas de ↑ AST e ALT podem fazer dx diferencial com HAI. O principal é a lesão induzida por fármacos/drogas. OLHAR GUIDELINE EUROPEEEEEU!!!!!! AULA 8) CLÍNICA: DÇAS AUTOIMUNES, DE DEPÓSITOS e DHGNA - Thaís Ribeiro Garcia 9 � Prof. Letícia disse: Chá verde dá lesão e hepatite aguda fulminante (herba life, p ex). Chá mate e chá preto não têm perigo. ASSOCIAÇÃO DE HAI E DÇAS COLESTÁTICAS: Sd de sobreposição: (1) prevalência HAI + CEP= 7-14%; (2) prevalência HAI + CBP= 8-10%. LHIF (AINEs, ATB, amiodarona, quimioterápicos e fitoterápicos) geralmente tem mais eosinófilo, enquanto a HAI mais plasmócitos ⇒ Mas NÃO é patognomônico!! Não dá para diferenciar autoAC para diferenciar HAI de LHIF. Lesão hepática aguda acabamos coletando o FAN, mas ele não me ajuda muito. Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce Tais Realce AULA 8) CLÍNICA: DÇAS AUTOIMUNES, DE DEPÓSITOS e DHGNA - Thaís Ribeiro Garcia 10 Não há critérios dxs bem definidos p/ sd de sobreposição, mas sugestivos: (1) FA ≥2x LSN ou gamaGT ≥5x LSN;
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