Buscar

Aula 4- Tráfico de Influência

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
 
Conhecido anteriormente como exploração de prestígio.
 
 
Elementos do tipo;
As condutas de solicitar, exigir , cobrar e obter;
Para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem;
A pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função.
 
Condutas típicas;
Solicitar: pedir, 
Exigir: impor 
Cobrar: atuar no sentido de ser pago.
Obter: entrar na posse
 
Vantagem ou promessa de vantagem, 
Não precisa ter o caráter econômico.
 
Obtenção da vantagem
Não há necessidade, por outro lado, que o agente tenha obtida esta vantagem, bastando apenas que o sujeito passivo tenha concordado em prestá-la.
A pretexto de influir 
Quer designar que o agente age como verdadeiro estelionatário, procurando com este ardil enganar a vítima.Ele de fato não detém este prestígio, assegurando um êxito que não está a seu alcance.
Consumação e tentativa;:
se consumar com a solicitação, exigência ou cobrança, independente da obtenção da vantagem. É crime formal.
A obtenção de vantagem é exaurimento.
 
 
Corrupção ativa
 Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de 
ofício:
  Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Elementos do tipo: 
 
a) condutas típica de oferecer ou prometer ;
b) vantagem indevida a funcionário público;
c) para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
 
Condutas tipificas:
a) Oferecer: significa propor, apresentar uma proposta imediata.
 
b) Prometer: significa que esta proposta, esse oferecimento, seja para o futuro.
São condutas ativas do “extraneus”, demandando deste um comportamento 
comissivo.
Noção:
 A corrupção nem sempre é crime bilateral, se pensarmos que o “intraneus” pode
 solicitar vantagem indevida e o crime já consumou, independentemente de
 atendimento por parte do “extraneus”, assim como a corrupção ativa se considera
 consumada com a simples oferta ou promessa de vantagem indevida por parte do
 “extraneus”, pouco importando que o “intraneus” a recuse.
 
A corrupção ativa á considerado crime de forma livre, podendo ser praticado 
por gestos, palavras, sinais, escritos, conversas explícitas, etc...
 
 
As condutas dever ser dirigidas a um funcionário público, a quem é oferecida
ou prometida vantagem indevida.
 
Natureza da vantagem indevida?
Pode ter qualquer natureza, moral, sexual, eleitoral, econômica. Isto porque este crime 
bem jurídico tutelado é a administração pública, diferente do crime de extorsão
mediante seqüestro, que diz qualquer vantagem , mas está no título dos crimes contra
o patrimônio, devendo a vantagem de cunho econômico ( interpretação sistêmica – R. 
Greco).
CORRUPÇÃO PASSIVA ( art. 317 do CP) CORRUPÇÃO ATIVA (art. 333 do CP) 
Solicitar 
Receber_________________________________ 1) Oferecer
Aceitar __________________________________2) Prometer
Ato de ofício
 
A conduta do extraneus deve ser dirigida finalisticamente ao intraneus no sentido 
e determiná-lo a praticar, deixar de praticar ou retardar.
 
Determinar não significa impor, mas apenas convencer ou estimular o intraneus a
 o comportamento pretendido pelo extraneus.
 
O ato de ofício, por seu turno, deve ser aquele inserido entre as funções exercidas
pelo funcionário público perante à Adm. Pública, não havendo necessidade que 
seja ilícito.
 
No entanto se o funcionário efetivamente deixar de praticar o ato ou retardá-lo, 
com infração do dever funcional, será aplicado a causa de aumento prevista no 
parágrafo único do art 333 do CP
O sujeito passivo é o Estado e secundariamente será o funcionário se ele não aceitar a oferta ou a
promessa, pois do contrário será sujeito ativo de corrupção passiva (art 317 do CP)
 
Consumação/tentativa:
 
É crime formal, se consumando o crime no momento em que oferecida ou prometida a vantagem
indevida, não havendo necessidade que o intraneus efetivamente pratique, retarde ou deixe de 
praticar o ato.
 
O delito estará consumado ainda que o funcionário recuse a oferta ou a proposta de vantagem 
indevida. Se o funcionário aceitar, ele responderá pelo art 317 do CP, havendo quebra nesta
hipótese da teoria monista ou unitária do art 29 do CP. 
A tentativa será possível dependendo se o iter criminis puder ser fracionado no caso concreto,
embora seja de difícil configuração.
 
 
Destaques:  
a) Art 309 do CPM – corrupção ativa no código pena militar.
 
 b) Oferecimento da vantagem após a prática do ato.
O entendimento é que para configuração do crime de corrupção ativa, é necessário que o 
extraneus dirija sua conduta no sentido que o funcionário pratique, omita ou retarda ato de
ofício.Assim para caracterização deste crime é preciso que a oferta ou a promessa seja anterior ao
comportamento praticado pelo funcionário público.
 Se após a prática de ato de ofício, o extraneus venha a oferecer ou prometer vantagem indevida, 
 fato não se subsumirá ao delito de corrupção ativa.
  
c) Atipicidade na conduta de dar a vantagem indevida solicitada pelo funcionário.
 Rogério Greco entende que se trata de conduta atípica, porque no núcleo do tipo do art. 333 do 
CP não há a conduta de dar.
Ex Fiscal corrupto que solicita vantagem de um empresário e este, apesar de estar em dia com 
suas obrigações fiscais, mas com medo de sofrer retaliação por parte do funcionário, concorda em 
fazer o pagamento da vantagem indevida. Nesta hipótese, o empresário não praticará corrupção
ativa, embora o funcionário tenha praticado a passiva.
d) No código penal militar tem a conduta DAR.
 
 
d) Pequenos agrados não configuram. 
Caixas de bombom, canetas, garrafas de vinho. Mas o Greco alerta que estes presentes não 
podem se destinar a que o intraneus pratique, deixe de praticar ou omita ato de ofício.
 
Damásio falando sobre o mesmo tem, aduz que tais agrados devem ser após a prática do ato, em 
caráter de agradecimento ao comportamento funcional do intraneus, descaracterizando o crime 
em estudo.
 
Obs: Cesar R. Bitencourt : promessas de dádivas ( código penal argentino).
Redação antiga
Contrabando ou descaminho 
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento 
de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 1º - Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
a)pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (Redação dada pela Lei nº 
4.729, de 14.7.1965)
b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho; (Redação dada pela Lei 
nº 4.729, de 14.7.1965)
 c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio
 ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência
 estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe
ser produto de introdução
clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por
parte de outrem; (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal, 
ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
 § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de
comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em
residências.   (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
 § 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em
transporte aéreo. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
Descaminho
Art. 334.  Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 1o  Incorre na mesma pena quem:  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 1o Incorre na mesma pena quem:  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014)
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou
autorização de órgão público competente;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;  (Incluído pela Lei 
nº13.008, de 26.6.2014)
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei
brasileira;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de
Comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em
residências.  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo,
marítimo ou fluvial.  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Arts. 334 e 334-A do CP (descaminho e contrabando).
Descaminho – mercadoria permitida, sem o respectivo pagamento
Do tributo.
Contrabando- mercadoria proibida.
 
Elemento do tipo do descaminho:
iludir em todo ou em parte o pagamento de direito ou imposto
devido pela entrada, saída ou pelo consumo de mercadoria (contrabando
impróprio) .
Elemento do tipo do contrabando :
importar ou exportar mercadoria proibida ( contrabando
próprio).
 
Rogério Greco, citando Márcia Dometila, dizia que embora reunidos no mesmo tipo
penal, contrabando e descaminho tem naturezas distintas. Este último, grosso 
modo, é crime de sonegação fiscal, com natureza tributária. É precedido de uma 
relação fisco-contribuinte, impedindo a violação das obrigações concernentes ao 
pagamento de tributos.
O contrabando não tem esta natureza. Visa à proteção de interesse econômicos-
sociais, mas não se traduzem em interesses fiscais. 
Proibida a exportação ou importação de determinada mercadoria, o seu ingresso ou 
saída nas fronteiras nacionais configura fato ilícito, mas não um fato gerador de 
tributos.
O contrabando é norma penal em branco, devendo o interprete tomar conhecimento 
o que são mercadorias cuja importação ou exportação é proibida.
 
Exemplo do que é PROIBIDO trazer do exterior para o Brasil pelo viajante
 (contrabando):
Cigarros e bebidas fabricados no Brasil, destinados à venda exclusivamente no exterior 
 
Cigarros de marca que não seja comercializada no país de origem 
 
Brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir, exceto se for para integrar coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exército Brasileiro 
Espécies animais da fauna silvestre sem um parecer técnico e licença expedida pelo Ministério do Meio Ambiente 
Espécies aquáticas para fins ornamentais e de agricultura, em qualquer fase do ciclo vital, sem permissão do órgão competente 
 
Produtos assinalados com marcas falsificadas, alteradas ou imitadas, ou que apresentem falsa indicação de procedência 
 
Mercadorias cuja produção tenha violado direito autoral ("pirateadas") 
Produtos contendo organismos geneticamente modificados 
 
Os agrotóxicos, seus componentes e afins 
Mercadoria atentatória à moral, aos bons costumes, à saúde ou à ordem pública 
Substâncias entorpecentes ou drogas
 
Consumação e tentativa:
 
Contrabando : quando a mercadoria proibida entra (importação) ou sai 
exportação) do território nacional. Através da Alfândega, quando a mercadoria tiver 
transposto a zona fiscal ( art 632 da Nova Consolidação das Leis da Alfândega) ou ainda, 
quando o agente evita barreira alfandegária, atravessando clandestinamente a linha de 
fronteira.
 
Descaminho : com a liberação da mercadoria. A fraude ou o expediente surtiu efeito, iludindo
as autoridades alfandegárias.
 
Instituto aplicável apenas ao crime de descaminho
Lei 10.684/03
Refis II
Art. 9º. A adesão suspende a pretensão punitiva estatal, nas hipóteses dos crimes previstos
nos arts. 1º e 2º da lei 8.137/90; Art. 168-A do CP, Art. 337 A do CP.
 
No § 2º deste artigo diz que o pagamento integral do tributo sonegado extingue a 
punibilidade.
 
O rol não incluiu o crime do art. 334 do CP, embora o descaminho seja crime de ordem 
Tributária.
O STJ entendeu que se aplica tal norma ao crime de descaminho, num evento envolvendo 
mulheres sacoleiras que importavam mercadoria sem o recolhimento do imposto devido.
Aplicação analógica que o descaminho tem natureza tributária.
 
 
Modalidades assemelhadas do descaminho;
 
a) Cabotagem . art 2º, IX, da Lei 9.432/97;
b) Fato assemelhado: art. 39 do Dec. Lei 288/67 (zona franca de Manaus) .
c) 1ª parte é do próprio autor do descaminho que pratica as 
condutas. Fragoso entende que se autor pratica as figuras do caput e esta
da primeira 
parte ( importa e vende), responde somente pela última que é especial em relação ao 
caput.
Obs: R Greco entende que a repercussão de ordem prática é que o autor do 
descaminho que pratica as condutas da 1ª parte da letra c pode ser 
preso em flagrante ( deixa de ser instantâneo e passa a ser permanente) .
 
 2ª parte: É receptação do crime de descaminho . Afasta a aplicação do art. .180 
 do CP pelo princípio da especialidade.
 
 
d) Mercadoria de procedência desacompanhada de documentação legal ou 
acompanhada de documentos que sabe serem falsos. Também seria considerada
modalidade de receptação.
Obs; Elementos subjetivos “que sabe” das letras c e d.
Obs2: crimes próprios.
Art 334 ,§ 2ª equiparação de atividade comercial ( irregular, em residência, nas ruas,
camelôs)
  
Art 334 , § 3º, Causa de aumento de pena ( em dobro) se o crime de descaminho for
por transporte aérea ( e agora marítimo e fluvial ), pois dificulta a fiscalização. 
G. Nucci entende que se trata apenas dos voos clandestinos, pois nos regulares de 
companhias aéreas estabelecidas as fiscalizações são rígidas.
 
Modalidades assemelhadas do contrabando:
§ 1o Incorre na mesma pena quem:  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) Ex: art. 3º, Dec. Lei 399/68 (INFORMATIVO Nº 635 STF - fumo,charuto, cigarrilha ou cigarro de procedência estrangeira.
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou autorização de órgão público competente;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) ver artigo 273 do CP
II - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;  (Incluído pela Lei nº13.008, de 26.6.2014)
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.  (Incluído pela Lei nº 13.008, de26.6.2014)
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de Comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Questões importantes:
1) Competência e julgamento: súmula 151 STJ
2) Princípio da insignificância:
Falta de interesse em cobrar a dívida do descaminho (art. 20 da lei 10.522/02), no valor abaixo de
R$10.000,00, reais aplicando então este Princípio.
Rogério Greco discorda que nesta hipótese seja aplicado tal princípio. Mas nas efetivas pequenas
apreensões, aplica-se. 
Obs: STJ pacifica rejeição de novo critério para aplicação da insignificância penal em crime de descaminho
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concluiu que o valor de R$ 20 mil, estabelecido pela
Portaria 75/12 da Receita Federal como limite mínimo para a execução de débitos contra a União, não pode ser
considerado para efeitos penais. Com esse julgamento, foi unificada a posição sobre o tema nas duas Turmas
do STJ responsáveis por matéria criminal. Ver Inf 555 do STJ 14/03/15
Posição do STF.; aplica-se o novo parâmetro trazido pela portaria 75/12 da Receita Fedeal.
E ao contrabando, aplica-se? HC 97.772-RS, DJe 19/11/2009 STJ
3) Principio da especialidade: Lei de tráfico ( art. 33 caput e §1º da Lei
11.343/06), estatuto de desarmamento ( art. 18 da Lei 10.826/03), produto
pirateado ( art. 184, §2º, do CP e informativo 388 do STJ).
Contrabando e princípio da insignificância
Informativo 654 do STF
A 2ª Turma denegou habeas corpus em que se requeria a aplicação do princípio da insignificância em favor de pacientes surpreendidos ao portarem cigarros de origem estrangeira desacompanhados de regular documentação. De início, destacou-se a jurisprudência do STF no sentido da incidência do aludido postulado em casos de prática do crime de descaminho, quando o valor sonegado não ultrapassar o montante de R$ 10.000,00 (Lei 10.522/2002, art. 20). Em seguida, asseverou-se que a conduta configuraria contrabando, uma vez que o objeto material do delito em comento tratar-se-ia de mercadoria proibida. No entanto, reputou-se que não se cuidaria de, tão somente, sopesar o caráter pecuniário do imposto sonegado, mas, principalmente, de tutelar, entre outros bens jurídicos, a saúde pública. Por fim, consignou-se não se aplicar, à hipótese, o princípio da insignificância, pois neste tipo penal o desvalor da ação seria maior. O Min. Celso de Mello destacou a aversão da Constituição quanto ao tabaco, conforme disposto no seu art. 220, § 4º, a permitir que a lei impusse restrições à divulgação publicitária. HC 110964/SC, rel. Min. Gilmar Mendes, 7.2.2012. (HC-110964) 
Informativo 612 do STF 
A 2ª Turma indeferiu habeas corpus impetrado em favor de denunciados como incursos nas penas do art. 334, § 1º, b, do CP (“Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria ... § 1º - Incorre na mesma pena quem ... b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho”) c/c o art. 39 do Decreto-Lei 288/67 (“Será considerado contrabando a saída de mercadorias da Zona Franca sem a autorização legal expedida pelas autoridades competentes”). Pretendia a defesa fosse trancada a ação penal com base na aplicação do princípio da insignificância, pois o valor dos bens contrabandeados não ultrapassaria R$ 10.000,00. Sustentava, também, inépcia da denúncia, sob o argumento de ser genérica. Reputou-se, inicialmente, que o caso dos autos trataria de um tipo especial de contrabando, assemelhado ao descaminho, visto que os produtos oriundos da Zona Franca de Manaus não teriam sua utilização proibida em território nacional. Nesse sentido, aduziu-se razoável a aplicabilidade, em tese, do postulado da insignificância. Entretanto, explicitou-se que a defesa não teria comprovado a alegação de que o valor dos bens seria inferior a R$ 10.000,00, razão pela qual o pedido não foi conhecido nesse ponto. Por fim, no tocante à alegada inépcia da peça acusatória, considerou-se inexistir o vício aventado na impetração. HC 97541/AM, rel. Min. Gilmar Mendes, 7.12.2010. (HC-97541) 
Informativo Nº: 0523      Período: 14 de agosto de 2013.
DIREITO PENAL. ABSORÇÃO DA FALSIDADE IDEOLÓGICA PELO CRIME DE DESCAMINHO.
 Responderá apenas pelo crime de descaminho, e não por este em concurso com o de falsidade ideológica, o agente que, com o fim exclusivo de iludir o pagamento de tributo devido pela entrada de mercadoria no território nacional, alterar a verdade sobre o preço desta. Isso porque, na situação em análise, a primeira conduta realizada pelo agente, com adequação típica no art. 299 do CP, serve apenas como meio para alcançar o fim pretendido, qual seja, a realização do fato previsto como crime no art. 334 do CP. Trata-se, pois, de uma das hipóteses em que se aplica o princípio da consunção, quando um crime é meio necessário ou normal fase de preparação ou de execução de outro crime. Nesse contexto, evidenciado o nexo entre as condutas e inexistindo dolo diverso que enseje a punição do falso como crime autônomo, fica este absorvido pelo descaminho. RHC 31.321-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/5/2013.
 
 No caso em que a falsidade ideológica tenha sido praticada com o fim exclusivo de proporcionar a realização do crime de descaminho, a extinção da punibilidade quanto a este — diante do pagamento do tributo devido
— impede que, em razão daquela primeira conduta, considerada de forma autônoma, proceda-se à persecução penal do agente. Isso porque, nesse contexto, exaurindo-se o crime-meio na prática do crime-fim, cuja punibilidade não mais persista, falta justa causa para a persecução pelo crime de falso, porquanto carente de autonomia. RHC 31.321-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/5/2013.
DIREITO PENAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
CONTRABANDO DE MATERIAIS LIGADOS A JOGOS DE AZAR.
 Não se aplica o princípio da insignificância aos crimes de contrabando de máquinas caça-níqueis ou de outros materiais relacionados com a exploração de jogos de azar. Inserir no território nacional itens cuja finalidade presta-se, única e exclusivamente, a atividades ilícitas afeta diretamente a ordem pública e demonstra a reprovabilidade da conduta. Assim, não é possível considerar tão somente o valor dos tributos suprimidos, pois essa conduta tem, ao menos em tese, relevância na esfera penal. Permitir tal hipótese consistiria num verdadeiro incentivo ao descumprimento da norma legal, sobretudo em relação àqueles que fazem de atividades ilícitas um meio de vida. Precedentes citados do STF: HC 97.772-RS, DJe 19/11/2009; HC 110.964-SC, DJe 2/4/2012; do STJ: HC 45.099-AC, DJ 4/9/2006, e REsp 193.367-RO, DJ 21/6/1999. REsp 1.212.946-RS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 4/12/2012.
Art. 339 do CP – Denunciação Caluniosa
 
Elementos do tipo:
 
a) dar causa a instauração;
b)investigação, processo judicial, investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade;
c)Contra alguém;
d)Imputando-lhe crime;
e)De que sabe inocente.
 
 
Dar causa à instauração é fazer com que seja iniciado.
 
Investigação Policial:
1)Pode ser VPI ou Inquérito Policial (Hungria). Rogério Greco comunga deste entendimento. A
lei não especifica.
2)Só pode ser IP, não podendo ser investigação preliminar.
 
Processo Penal
Civil.
Penal
Investigação administrativa
Sindicância sumária
Processo administrativo disciplinar
Obs: devem ser instaurado a partir de infração penal e não ilícito
administrativo.
 
Inquérito civil
Art 129, III, da CF e é preparatório para ação civil pública, mas também
qualquer ação civil da área do Ministério Público, criado pela Lei 7.347/85.
 
Ação de improbidade administrativa
Lei 8.429/92
 
Devem estes procedimentos serem instaurados contra alguém, pois se não
tiver pessoa determinada, pode se configurar o art. 340 do CP.
§ 2º revela causa de diminuição caso a imputação se trate de contravenção
penal.
 
A denunciação pode existir tanto quando o crime não existente, quanto
aquele que existiu mas foi praticado por outra pessoa.
 
O agente deve ter certeza da inocência do denunciado, pois se tiver dúvida
 não caracteriza. Dolo eventual não caracteriza.
 
Classificação doutrinária: quanto ao sujeito ativo é comum e quanto ao
passivo; instantâneo, doloso, comissivo, de forma livre, não transeunte;
monossubjetivo, plurissubsistente.
Destaques
 
a)Auto de defesa 
Não caracteriza denunciação caluniosa, tanto em IP quanto em ação penal.
 
 
b) dolo subsequente
 
1) Fragoso entende que este crime não pode ser praticado por omissão.
 Assim se a pessoa denunciara alguém acreditando ser ela o autor e
 depois descobre que não é, não comete este crime se não comunicar a
descoberta a autoridade que instaurou o procedimento.
2) Greco entende que responde na condição de agente garantidor, pois criou o
risco de condenação do autor e deve assim arrostá-lo;

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais