Pele e mucosa - exame físico

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Synthya Bomtempo 
– Pele – 
FUNDAMENTOS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA 
⎯ Camadas: 
o Epiderme ou camada externa 
o Derme ou córion 
o Hipoderme ou tecido celular subcutâneo 
 
EPIDERME 
CAMADA BASAL OU GERMINATIVA 
⎯ Composta por: 
o Células basais ou queratinócitos 
o Células melanocíticas ou melanócitos ou células claras de Masson 
As células basais são a maioria e têm reprodução constante, originando outras camadas da 
epiderme. 
Por essas células estarem intimamente ligadas, os queranócitos podem fagocitar a melanina 
produzida pelos melanócitos, constituindo a unidade melanoepidérmica. 
Quantidade de melanócitos é a mesma em todas as raças. 
Melanina oferece proteção contra raios ultravioleta. 
CAMADA ESPINHOSA OU MALPIGHIANA 
Queratinócitos após deixarem a camada basal transformam-se em: poliédricas, citoplasma 
acidófilo e se unem por finos filamentos (desmossomas). 
Células vão se achatando em direção a epiderme. 
CAMADA GRANULOSA 
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Células escuras, achatadas, núcleo de difícil visualização 
Grande quantidade de grão de queratomalina – expressam a queratinização da epiderme 
CAMADA CÓRNEA 
Formada por células planas e anucleadas, denominadas de queratina. 
Processo de queratinização dura de 26 a 28 dias 
Nas regiões palmoplantares existe mais uma camada entre a camada córnea e a granulosa, 
denominada estrato lúcido. Composta de células anucleadas, planas e transparentes. 
DERME 
Camada de tecido conjuntivo rico em mucopolissacarídeos e material fibrilar, na qual são 
acomodados vasos, anexos epidérmicos e nervos. 
Possui três partes: 
o Superficial ou papilar – finos feixes de colágeno e grande número de células. 
o Profunda ou reticular – densos feixes de colágeno. 
o Adventicial – finos feixes de colágeno dispostos em torno de anexos e vasos 
HIPODERME 
Apresenta lóbulos de células adiposas delimitadas por septos conjuntivo-elásticos. 
Constituída por: feixes conjuntivos, fibras elásticas, parte de folículos pilosos, glândulas 
sudoríparas e células adiposas. 
As células adiposas se alojam nos alvéolos formados pelas fibras elásticas. 
Celulite: inflamação da hipoderme. Caracteriza-se pelos sinais de inflamação, fibromas, 
neoplasias benignas do tecido conjuntivo, etc. São percebidos quando há nódulos, lipomas, 
cistos sabáceos, além de outras lesões. 
Panículo adiposo = camada de células adiposas 
DISTRIBUIÇÃO 
Síndrome de Cushing – braços e pernas magros. Acúmulo de gordura na face, tórax e 
abdome, podendo gera gibosidade. 
Gibosidade – acúmulo de gordura no início da coluna torácica. 
VASOS DA PELE 
Profundo: arteríolas 
Superficialmente na derme subpapilar: capilares 
Glomos – são anastomoses diretas entre vasos arteríolas e vênulas. Possuem capacidade 
contrátil para regular o fluxo de sangue periférico. 
NERVOS E TERMINAÇÕES NERVOSAS 
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Em algumas regiões são formados órgãos terminais específicos, os quais exercem funções 
que permitem à pele ser um órgão tátil e sensitivo. 
 
 
EXAME FÍSICO 
AVALIAÇÃO 
■ Coloração 
■ Continuidade ou integridade 
■ Umidade 
■ Textura 
■ Espessura 
■ Temperatura 
■ Elasticidade e mobilidade 
■ Turgor 
■ Sensibilidade 
■ Lesões elementares 
 
ALTERAÇÕES DA COLORAÇÃO 
As principais alterações da coloração da pele são: 
o Palidez 
o vermelhidão ou eritrose 
o cianose 
o icterícia 
o albinismo 
o bronzeamento 
o dermatografismo 
o fenômeno de Raynaud. 
 
➢ PALIDEZ 
1. Generalizada: Observada em toda a pele, revelando diminuição das hemácias circulantes 
nas microcirculações cutânea e subcutânea. Pode decorrer de dois mecanismos: 
vasoconstrição generalizada e redução real das hemácias. 
2. Localizada ou segmentar: constatada em áreas restritas dos segmentos corporais, sendo 
a isquemia a causa principal. 
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*avaliação do fluxo sanguíneo ao nível cutâneo 
A semiotécnica consiste em: 
1° - Pressionar a polpa do polegar de encontro ao esterno durante alguns segundos, com o 
objetivo de expulsar o sangue que flui naquela área 
2° - Retirar o dedo rapidamente e observar o local que esteve comprimido 
 Em condições normais, o tempo necessário para que seja recuperada a cor rósea, 
indicadora do retorno do fluxo sanguíneo, é inferior a 1s. Em caso de choque, o retorno à 
coloração normal é nitidamente mais lento, demorando alguns segundos. 
➢ Vermelhidão ou eritrose 
Significa exagero na coloração rósea da pele e indica aumento da quantidade de sangue na 
rede vascular cutânea, podendo decorrer de vasodilatação. 
É um dos sinais cardinais de inflamação. 
➢ Cianose 
Significa a cor azulada da pele e das mucosas. 
Manifesta-se quando a hemoglobina reduzida no sangue alcança valores superiores a 5 
g/100 mλ. 
Quanto ao local, a cianose pode ser considerada generalizada e localizada ou segmentar. 
Quando é generalizada, a causa é diversa. Já quando é localizada, indica a obstrução de 
alguma veia que drena a região. 
➢ albinismo 
Coloração branco-leite da pele em decorrência de uma síntese defeituosa de melanina. 
O albinismo oculocutâneo → afeta os olhos, a pele e os pelos. 
➢ dermatografismo ou urticária factícia 
Ocorre quando a pele é levemente atritada e aparece uma linha avermelhada levemente 
elevada que permanece por 4 a 5 minutos. 
➢ FENÔMENO DE RAYNAUD 
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CONTINUIDADE OU INTEGRIDADE 
Perca → ulcerações, erosão, exulcerarão, fissura ou rágade. 
 
UMIDADE 
A pele pode estar seca, normal ou com umidade aumentada (sudorenta) 
 
TEXTURA 
Pode ser normal, lisa/fina, áspera ou enrugada. 
 
ESPESSURA 
Pinça-se a epiderme e a derme. 
Pode ser: atrófica, espessura normal ou hipertrófica/espessa 
 
TEMPERATURA 
Examinada com o dorso da mão. Além disso, é diferente da temperatura corporal e muda de 
acordo com o segmento corporal. 
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TURGOR 
Normal: quando o examinador tem a sensação de pele suculenta em que, ao ser solta, a 
prega se desfaz rapidamente. Indica conteúdo normal de água, ou seja, a pele está 
hidratada. 
Diminuído: sensação de pele murcha e observação de lento desfazimento de prega. Turgor 
diminuído indica desidratação. 
 
SENSIBILIDADE 
SENSIBILIDADE DOLOROSA: a perda da sensibilidade dolorosa é chamada hipoalgesia 
ou analgesia, e o aumento da sensibilidade dolorosa denomina-se hiperestesia 
• Hipoalgesia ou analgesia: pode ser percebida pelo paciente que nota ausência de dor 
ao contato com algo aquecido ou ao se ferir. Semiologicamente, é pesquisada 
tocando-se a pele com a ponta de uma agulha. Exemplo importante é a perda da 
sensibilidade dolorosa na hanseníase 
• Hiperestesia: é a sensação contrária, ou seja, até os toques mais leves e suaves 
despertam nítida dor. Tal fenômeno aparece no abdome agudo, na síndrome 
isquêmica das extremidades inferiores, em neuropatias periféricas 
SENSIBILIDADE TÁTIL: tem como receptores os corpúsculos de Meissner, os de Merkel e 
as terminações nervosas dos folículos pilosos. Para pesquisá-la, fricciona-se levemente o 
local com uma mecha de algodão. Anestesia ou hipoestesia refere-se a perda ou diminuição 
da sensibilidade tátil. 
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SENSIBILIDADE TÉRMICA: os receptores específicos são os bulbos terminais de Krause, 
para as temperaturas frias, e os corpúsculos de Ruffini, para as quentes. Pesquisa-se a 
sensibilidade térmica com dois tubos de ensaio, um com água quente e outro com água fria 
 
LESÕES ELEMENTARES 
CLASSIFICAÇÕES: 
■ Alterações de cor. 
■ Elevações edematosas. 
■ Formações sólidas. 
■ Coleções líquidas. 
■ Alterações da espessura. 
■ Perda e reparações teciduais. 
DESCRIÇÃO DE LESÃO 
Coloração da lesão 
• Eritematosa: coloração vermelha, devido à vasodilatação. 
• Purpúrica: coloração vermelha a vermelho-violácea, devido ao extravasamento de 
hemácias do vaso. Não desaparece à digito-pressão. 
• Equimose: mancha devido ao extravasamento de sangue do vaso, quando ultrapassa 
1 cm de diâmetro. 
• Hipo, Hiper ou Normocrômica:coloração mais clara, mais escura ou na mesma 
tonalidade da pele, respectivamente. 
• Acrômica: coloração totalmente sem pigmento, “branco nacarado”. 
• Outras alterações de cor: basta descrever a tonalidade observada, acastanhada, 
esverdeada, múltiplas tonalidades de marrom, etc. 
 
Morfologia básica: 
• Mácula: lesão plana, sem relevo. É identificada por uma alteração da cor na região. 
• Pápula: elevação sólida, circunscrita, de até 1 cm de diâmetro. 
• Tubérculo: elevação sólida, circunscrita, maior que 1cm de diâmetro, situada na 
derme. 
• Placa: lesão palpável, elevada em “platô”. Pode ser decorrente da confluência de 
várias pápulas ou não. 
• Nódulo: lesão firme, endurada, circunscrita, podendo ser mais ou menos saliente. Na 
maioria das vezes é mais palpável que visível. 
• Vegetações: lesões sólidas, loburares, em couve flor ou filiformes, agrupadas e de 
consistência mole 
• Urtica: lesão em relevo, com edema, coloração vermelho-róseo. Decorrente de 
edema dérmico. 
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• Vesícula: pequena lesão de conteúdo líquido claro. Em outros termos, é uma bolha 
de até 1 cm de diâmetro. 
• Bolha: lesão elevada de conteúdo líquido claro. Deve ter mais de 1 cm de diâmetro. 
• Pústula: pequena lesão superficial, elevada, semelhante à vesícula, mas com 
conteúdo amarelado (pus) em seu interior. 
• Abcesso: coleção purulenta profunda, que em geral cursa com sinais flogísticos. 
• Úlcera: lesão com perda da continuidade da epiderme até derme, com evidência de 
material cruento. 
 
Formas e Tamanhos 
• Puntiforme: arredondadas de aproximadamente 1 mm. 
• Lenticular: ovaladas, do tamanho de uma lentilha. 
• Numular: arredondadas, forma de “moeda”. 
• Arciformes: em forma de arco. 
• Anulares: em forma de anel. 
• Tamanho: aproximado em mm ou cm. 
 
Textura 
• Erosão: perda parcial da integridade da epiderme. 
• Exulceração: perda parcial da integridade da epiderme um pouco mais profunda, 
podendo atingir, em alguns pontos, a derme superficial. 
• Escamas: lâminas de queratina, que podem se destacar da lesão. 
• Crosta: resíduo espesso e endurado, decorrente do ressecamento de conteúdo 
seroso ou líquido exposto da lesão. 
• Fissura: fenda linear, estreita na pele, podendo ser rasa ou profunda. 
• Fístula: pertuito interno na pele, por onde ocorre drenagem de material proveniente 
de foco inflamatório ou infeccioso. 
• Liquenificação: espessamento da pele com acentuação dos sulcos, decorrente de 
coçadura crônica. 
• Esclerose: perda do pregueamento natural da pele, alternado sua consistência, 
tornando-se lisa e endurada, evoluindo com o desaparecimento dos sulcos 
cutâneos. 
• Vegetação: superfície elevada, irregular, úmida ou seca. 
• Verrucosa: superfície elevada, aspecto de verruga, vegeração, seca, áspera. 
• Atrofia: adelgaçamento da pele, devido à diminuição dos elementos constituintes do 
tecido. 
 
Sintomas 
• Os sintomas mais associados às lesões cutâneas são: prurido, dor, parestesia e 
ardência. 
 
Localização 
• Basta descrever o sítio anatômico onde encontra-se a lesão: disseminada, seguindo 
a linha de um dermátomo, membro inferior, etc 
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OBS: O aparecimento de mancha eritematosa associada a vesícula, pápula ou bolha – 
designadas, respectivamente, lesão eritematovesicular, eritematopapular e 
eritematobolhosa 
 
ALTERAÇÕES DE COR 
 
EXEMPLOS DE DESCRIÇÕES 
 
Alterações de cor 
pigmentares 
A – Mancha hipocrômica 
B – Mancha acrômica 
 
 
 
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Mancha hipercrômica 
 
 
 
 
 
 
 
Alterações de cor vasculares 
A – telangectasia 
B – Pele senil 
 
 
 
 
 
 
 
Manchas eritematosas polimorfas. 
Surgem nas doenças exantemáticas 
(sarampo, varicela, rubéola), na 
escarlatina, na sífilis, na doença 
reumática, nas septicemias, nas 
alergias cutâneas e em muitas 
outras afecções. 
Desaparecem à digitopressão 
 
 
 
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Manchas 
hemorrágicas 
A – petéquias 
B – víbices 
C - Equimose 
 
 
 
 
Mancha hemorrágica 
Púrpura senil → equimose + exulceração da 
pele 
 
 
 
 
 
Efélites 
 
 
 
 
 
 
 
ELEVAÇÕES EDEMATOSAS 
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Elevação edematosa 
Eritematosa 
Pruriginosa 
Urtica 
 
 
 
 
 
 
 
Elevação edematosa 
Angiodema 
Edema circunscrito 
 
 
 
 
FORMAÇÕES SÓLIDAS 
Pápula 
Sólido, superficial, arroxeada, bem 
delimitada, com bordas facilmente 
percebidas, puntiformes, isoladas 
 
 
 
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Pápula verrucosa 
Sólida, superficial, acuminada, base acrômica e 
superfície normocrômica, puntiforme, isolada 
 
 
 
 
Pápula 
Puntiforme, acuminadas, coalescentes e 
arroxeadas. 
 
 
 
Tubérculo 
Circunscrito, isolado, normocromico 
com algumas regiões amarelo-
esbranquiçadas. 
 
 
 
 
 
Nódulo 
Eritematoso na região nasal 
 
 
 
 
 
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Vegetações 
 
 
 
 
 
 
 
COLEÇÕES LÍQUIDAS 
 
Bolha 
 
 
 
 
 
 
 
Vesículas e bolhas 
 
 
 
 
 
 
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Pústula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abcesso 
Eritematoso, purulento 
 
 
 
 
 
 
ALTERAÇÕES NA ESPESSURA 
 
Queratose palmar 
 
 
 
 
 
 
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Infiltração 
Aumento da espessura e consistência da pele. 
Eritematosa na borda, borda imprecisa. 
 
 
 
 
Liqueinificação 
 
 
 
 
 
 
Edema 
Pele lisa e brilhante 
 
 
 
 
 
 
PERDAS E REPARAÇÕES TECIDUAIS 
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Escamas 
Lamináceas 
(quando em aspecto de farelo são chamadas 
de furfuráceas) 
 
 
Erosão ou exulceração 
(escoriações) 
 
 
 
 
Ulcera 
 
 
 
 
 
- Mucosa – 
AVALIAÇÃO 
Análise de mucosas sem precisar de aparelho: 
• Conjuntivas oculares 
• Mucosas labiobucal, lingual e gengival. 
 
COLORAÇÃO 
Normocoradas: róseo-avermelhada, decorrente da rica rede vascular das mucosas 
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As alterações da coloração são descoramento das mucosas, mucosas hipercoradas, 
cianose, icterícia e leucoplasia. 
DESCORAMENTO DA MUCOSA OU PALIDEZ DA MUCOSA: 
• É a diminuição da coloração rósea da mucosa. Indica anemia. 
• Procura-se fazer uma avaliação quantitativa, usando a escala de 1 a 4 cruzes. 
Quando há 4 cruzes indica-se que a mucosa está completamente branca. 
HIPERCORADAS: 
• É a acentuação da coloração normal e indicam aumento das hemácias naquela 
região, resultante de infecções e de poliglobulia. 
 
UMIDADE 
Secas indicam desidratação.