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Rinite Alérgica

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Rinite Alérgica 
 Reação de hipersensibilidade do tipo I, 
doença crônica muito presente e ocorre em 
30% das pessoas em todo o país e no 
mundo. Não leva á mortalidade, mas tem 
uma morbidade prevalente. 
 De acordo com o Consenso Brasileiro sobre 
Rinites (2017), é uma inflamação e/ou 
disfunção da mucosa de revestimento nasal 
caracterizada por alguns dos sintomas 
nasais: obstrução, rinorreia anterior e 
posterior, espirros em salva, prurido (nasal, 
ocular e do palato superior) e hiposmia. 
Epidemiologia: 
 Doença crônica mais comum no mundo; 
 EUA: 17% da população entre 18 e 24 anos; 
 Brasil: 25,7% das crianças entre 6 e 7 anos 
e 29,6% dos jovens entre 13 e 14 anos. 
 Alguns dos estudos sobre rinite alérgica já 
associam com a asma brônquica (vias 
aéreas unidas), uma vez que o paciente que 
possui um quadro de rinite não controlado 
pode evoluir para a piora do quadro de 
asma e caso a rinite seja tratada, há 
melhora substancial do quadro de asma. 
Impactos na qualidade de vida: 
 Socioeconômicos: perdem o dia de 
trabalho, de escola, de lazer; 
 Comprometimento físico; 
 Desempenho cognitivo (muitas vezes pelo 
uso de fármacos que levam ao vício); 
 Danos posturais; 
 Repercussões cardíacas; 
 Distúrbios do sono (importância da 
polissonografia): sono não é reparador; 
 Fadiga durante o dia: sonolência diurna 
excessiva; 
 Irritabilidade. 
Comorbidades associadas: 
 Rinoconjuntivite; 
 Asma; 
 Otite média; 
 Rinossinusite; 
 Sensibilidade à tosse; 
 Doença do refluxo gastroesofágico; 
 Disfunção sexual. 
 
Classificação da rinite: 
 Antiga classificação (de acordo com o 
alérgeno ao qual o paciente é 
sensibilizado: 
o Rinite perene: quando o paciente e 
alérgico a um alérgeno não evitável 
(ácaros) 
o Rinite sazonal: pode ocorrer na 
floração de algumas plantas 
(floração do cajueiro, exposição ao 
pólen), agravados em algumas 
épocas do ano. 
o Rinite ocupacional: especialmente no 
ambiente de trabalho, onde há 
possibilidade de afastar o paciente 
de suas funções laborais, ou trocar 
de suas funções habituais, para 
controle. Os sintomas estão presentes 
nos dias de trabalho, ocorrendo 
melhora clinica nos feriados e finais 
de semana. 
o Rinite circunstancial: faxina em 
guarda-roupas 
 Classificação ARIA: 
Fisiopatologia da rinite: 
 Basicamente a mesma da hipersensibilidade 
tipo I. 
 Mucosa nasal: Ricamente inervada pelo 
sistema nervoso autônomo; 
 Estímulos específicos; 
 Estímulos inespecíficos; 
e 
 
 Hipersensibilidade tipo I: alergia imediata 
 Desequilíbrio entre a imunidade inata e 
adaptativa + fatores ambientais: Nos anos 
1940 mais ou menos, iniciou-se a produção 
de desenhos animados na televisão. As 
crianças começaram a ficar mais tempo 
dentro de casa, sem ter tanto contato com 
o ambiente externo e ar livre. As casas 
começaram a ter mais cortinas (para 
escurecer o ambiente), tapetes, sofás 
estofados, tudo isso favoreceu 
sensibilização por ácaros e fungos. 
 Sintomas e sensibilização alérgica iniciam 
antes dos 2 anos de idade. 
Diagrama representando a reação de hipersensibilidade tipo I. 
 
 A rinite alérgica é uma reação imunológica 
exacerbada contra substancias do dia a 
dia (ácaros, pólen, antígenos animais, etc.) 
mediada por anticorpos IgE (reação do 
Tipo I). 
 Fase imediata: 
o IgE liga-se a mastócitos e/ou basófilos 
que são ativados pela exposição aos 
antígenos; 
o Mastócitos ativados liberam 
substancias pro-inflamatórias 
(histamina, prostaglandinas, 
leucotrienos, etc.); 
o Substancias pró-inflamatórias são 
responsáveis pelos sintomas da rinite e 
pela atração de células inflamatórias 
(eosinófilos). 
o Sintomas característicos: espirros, 
prurido, coriza 
 Fase tardia: 2 a 6h após a fase imediata 
o Causada pela ativação dos 
eosinófilos; 
o Inflamação eosinofílica a hiper-
reatividade especifica (antígenos) e 
inespecífica (fumaça, odores fortes, 
etc.) 
o Sintoma característico: obstrução 
nasal 
o Evolução do quadro: melhora, 
complicações (rinossinusite, otite, 
mastoidite, asma), doença crônica 
 Perfil TH2 expressando: primeira exposição 
ao antígeno (alérgeno) faz apenas a 
sensibilização e produção da IgE 
específica. No encontro subsequente com o 
mesmo antígeno vai gerar a doença 
alérgica na hora que ocorre a liberação 
dos mediadores (como a histamina – pré-
formados e prostaglandinas e tromboxanos 
- neoformados). 
 Lembrar que isso ocorre na presença de 
interleucinas (IL-4, IL-5 e IL-13). 
Fatores desencadeantes: 
 Aeroalérgenos: componentes da poeira 
domiciliar, principalmente ácaros, fungos, 
epitélios de animais domésticos (peludos e 
de penas), descamação do epitélio 
humano. 
 Poluentes: tabagismo 
 Irritantes: poluição, fumaça 
 Outros fatores associados: resposta 
exagerada a agentes químicos e físicos 
inespecíficos: 
o Mudanças bruscas de temperatura; 
o Anti-inflamatórios não esteroides 
(AINES); 
o Alergia alimentar: não é tão comum. 
Tipos de rinite: 
 Rinite alérgica 
 Rinites não-alérgicas: 
o Rinites infecciosas 
o Rinite eosinofílica não alérgica 
o Rinite hormonal 
o Rinite induzida por fármacos 
o Rinite por irritantes 
o Rinite gustativa 
o Rinite emocional 
o Rinite atrófica 
o Rinite por variações anatômicas 
o Rinite idiopática 
 Rinite alérgica local: 
o Paciente parece ter uma história para 
alergia bastante positiva: genética 
favorável, sintomas ocorrem em crises, 
sintomas após exposição a algum 
alérgeno, melhora com o uso de anti-
histamínico. 
o Sem grupo de risco 
o Sintomas típicos de rinite alérgica 
o Boa resposta medicamentosa 
o Prevalência pouco conhecida 
o Teste de provocação nasal: 
▪ Evitar uso de alguns 
medicamentos 
▪ Avaliação de sintomas 
▪ Dosagem de IgE específica, 
triptase e catiônica eosinofílica 
o Tratamento: anti-histamínico nasal 
(mais utilizado) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico: 
 História clínica: genética, sintomas em crises, 
desencadeamento imediato ou rápido após 
contato com alérgenos; 
 Antecedentes de atopia 
 Exame físico 
 Exames complementares. 
Sinais cardinais da rinite alérgica: 
 Espirros em salva 
 Intenso prurido: nasal, ocular, conduto 
auditivo externo, palato e faringe 
 Coriza clara e abundante 
 Obstrução nasal: já faz parte da fase mais 
tardia da alergia 
 Saudação do alérgico: formação da linha 
de Dennie-Morgan no nariz e a dupla prega 
de Dennie-Morgan abaixo dos olhos, além 
das olheiras, que são típicas do alérgico: 
 
 
 
Obstrução nasal: 
 Rinoscopia: 
o Aspecto e cor da mucosa: nos 
crônicos, geralmente encontra-se uma 
mucosa pálida; 
o Estruturas anatômica; 
o Presença de secreção: secreção clara 
e hialina; 
o Muco; 
o Vibrissas: nos crônicos, às vezes pode 
ser ausente; 
o Vascularização; 
o Edema das conchas nasais: se 
aumentadas, avaliar em + a 4+ 
o Atenção para: pólipos, tumores, 
ulcerações, perfuração e corpos 
estranhos; 
 
Achados do respirador bucal: 
 O paciente com rinite crônica possui uma 
respiração bastante dificultosa, às vezes 
não conseguindo ter um bom selamento 
labial, tendo sempre a boca entreaberta. 
 Por muitas vezes pode haver o aumento da 
face da criança, os lábios são ressecados 
e hipotônicos, protusão da arcada superior, 
retração da arcada inferior. 
Recursos diagnósticos: 
 
 Raio-x simples de seios paranasais não é 
mais realizado! Não possui sensibilidade 
nem especificidade!!! 
 A tomografia e ressonância não dão o 
diagnóstico de rinite alérgica, mas servem 
para observar se há complicações 
decorrentes da rinite. 
 
 
Tratamento da rinite: 
 Medidas não farmacológicas: 
o Controle ambiental: remover tapetes, 
cortinas, ursinhos de pelúcia, evitar 
muitos livros no quarto, que acumule 
poeira, ambientes sempre limpos, claros 
e arejados, sem presença de mofo. 
Lavar os lençóis no mínimo uma vez na 
semana. Se puder, usar capa 
impermeável nos colchões e 
travesseiros.Evitar, ainda, contato do 
paciente com fumaça de cigarro, 
pólen, animais de estimação (se não 
tiver), perfumes fortes, produtos de 
limpeza com cheiros fortes. Não varrer 
a casa, se puder passar aspirador ou 
apenas passar um pano úmido. 
 Fluxograma para tratamento da rinite 
alérgica: 
 Solicitar retorno do paciente em 4 semanas 
após início do tratamento para 
reavaliação; 
 Para pacientes que a queixa principal é 
obstrução nasal, é necessário fazer um curso 
rápido de descongestionante. O 
descongestionante oral pode ser utilizado 
no início do tratamento da rinite alérgica, o 
que não se pode fazer é o uso de 
descongestionante tópico (neossoro, por 
exemplo), pois esses descongestionantes 
tópicos possuem repercussões sistêmicas e 
podem causar a taquifilaxia (quando é 
necessário aumentar, cada vez mais a dose, 
para que tenha o efeito desejado). 
 Quando há falha em todo esse tratamento, 
pode-se indicar a imunoterapia alérgeno-
específica, especialmente para asma e rinite. 
 Tratamento farmacológico: 
 Anti-histamínicos de 1ª geração: clássicos 
ou sedativos: praticamente não se 
prescreve, pois atravessam a barreira 
hematoencefálica e induzem ao sono. 
 Anti-histamínicos de 2ª geração: não 
clássicos e não sedativos: medicações 
seguras que podem ser utilizadas em 
basicamente todos os pacientes. 
 Descongestionantes mais utilizados: 
Pseudoefedrina (sistêmicos orais) e 
Nafazolina (tópicos nasais – não é 
recomendado!). A pseudoefedrina é aquela 
que pode ser utilizada no início do 
tratamento (5-7 dias) da rinite alérgica 
para pacientes obstruídos. A 
pseudoefedrina não pode ser utilizada em 
crianças pequenas. 
 Anti-histamínicos + descongestionantes 
orais: Allegra D (cloridrato de fexofenadina 
+ cloridrato de pseudoefedrina), Histadin D 
(loratadina + sulfato de pseudoefedrina). 
 Anti-histamínicos + antileucotrienos: novos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Preferência aos tópicos nasais: fluticasona, 
Mometasona, ciclesonida e budesonida. 
 Fluticasona e Mometasona podem ser 
utilizados em crianças pequenas. 
 Budesonida pode ser utilizada por 
gestantes no primeiro trimestre. 
 Tópicos nasais ficam no nariz! 
 Beclometasona é disponibilizado pelo SUS. 
 Nafazolina: descongestionante tópico que 
não deve ser utilizado, pois causa uma série 
de efeitos – levam ao vício, podem causar 
arritmias, não podem ser utilizados em 
gestantes, atletas, idosos, nem em crianças 
pequenas. 
 Anti-histamínico + corticoide: Cloridrato de 
azelastina + propionato de fluticasona 
o Uso tópico nasal 
o Sintomas persistentes moderados ou 
graves e sem controle com anti-
histamínicos e/ou corticoide nasal 
o Eficaz e seguro em crianças a partir 
dos 4 anos 
o Efeitos adversos igualados ao 
placebo 
 Cromoglicato de sódio: profilático de rinite 
alérgica e de Rinoconjuntivite alérgica. 
Ação anti-inflamatória baixa, mas é uma 
medicação segura. 
 Antileucotrienos: utilizado na fase tardia da 
alergia. 
Imunoterapia: 
 Muda o perfil do alérgico: a IgE específica 
começa a diminuir e a IgG 4 começa a 
aumentar. 
 Leva à imunogenicidade sem levar à 
doença. 
 Único tratamento modificador da evolução 
natural da doença alérgica. 
 Benefícios duradouros, previne a progressão 
e o desenvolvimento de novas 
sensibilizações 
 Redução significativa dos escores de 
sintomas nasais e oculares, da necessidade 
de medicamentos e melhora da qualidade 
de vida. 
 Recomendada para adultos e crianças (>5 
anos) com rinite alérgica intermitente 
moderada/grave e em todas as formas 
persistentes 
 Duração recomendada: 3 a 5 anos 
 Indicações: sensibilização alérgeno 
específica, relevância dos alérgenos, 
impossibilidade de evitar exposição e 
disponibilidade do extrato. 
 Fase de indução: doses e concentrações 
progressivas semanais. 
 Fase de manutenção: a cada 4 a 8 
semanas. 
 
Solução salina: 
 Coadjuvante 
 Barato, prático e bem tolerado 
 Facilita a remoção de secreções 
patológicas 
 Rinites inflamatórias e alérgicas: remoção de 
mediadores inflamatórios presentes no muco 
nasal 
 Pode eliminar alérgenos presentes na 
cavidade nasal. 
Tratamento de grupos especiais: 
 Gravidez: a gestação transforma a mulher 
para o perfil Th2, ficando mais susceptível a 
doença alérgica. 
o Dexclorfeniramina (desde o 1º 
trimestre) 
o Loratadina (após 1º trimestre) 
o Cromoglicato dissódico 
o Budesonida (corticoide tópico de 
escolha para gestantes) 
o Solução salina 
 Idosos: 
o Brometo de Ipratrópio: para coriza 
nasal 
o Anti-Histamínicos não clássicos ou 
não-sedativo, para evitar sonolência 
e diminuição dos reflexos, que podem 
causar quedas. O anti-histamínico de 
1ª geração pode ser indicado para 
idosos quando há relatos de insônias, 
mas só devem ser administrados 
quando for deitar para dormir (quase 
nunca utilizado) 
o Corticoide tópico 
o Cromoglicato dissódico para evitar 
crises de rinite alérgica. 
o Solução salina 
 Atletas: 
o Medicamentos que induzem o exame 
de doping positivo: 
▪ Vasoconstrictores: Derivados da 
betafeniletilamina, Efedrina (oral 
e nasal,) Pseudoefedrina (oral e 
nasal) 
▪ Corticoesteroides: Sistêmicos e 
Tópicos. 
o Obs.: A efedrina e a pseudoefedrina 
são descongestionantes e não devem 
ser utilizados em atletas, pois induzem 
doping positivo. Os corticoesteroides 
tópicos são permitidos se o atleta 
puder entregar uma declaração da 
prescrição médica sobre as 
indicações terapêuticas. 
o Preferir anti-histamínico de segunda 
geração e/ou corticoesteroide tópico 
(Budesonida) 
o Imunoterapia 
 Crianças: 
o atenção com as infecções virais, 
especialmente quando entra na 
escola. 
o Corticoide tópicos: Budesonida (a 
partir de 4 anos de idade), 
Ciclesonida, Mometasona (< 4 anos). 
o Cromoglicato dissódico: para evitar 
uma RA na criança. 
o Amoxicilina: se necessário, quando 
houver infecção bacteriana presente 
o Solução Salina

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