Buscar

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
 
PERGUNTAS 
1) Como fazer a avaliação do crescimento? Quais os parâmetros mais 
utilizados? 
2) Quais as fases do desenvolvimento infantil? Como é mensurado 
 
3) O que é obesidade infantil e sobrepeso ? Quais as consequências? 
A obesidade é um problema pediátrico de saúde pública importante 
associado ao risco de complicações na infância e ao aumento da 
morbidade e mortalidade na vida adulta. A prevalência de obesidade 
infantil vem aumentando, e sua prevenção e tratamento emergiram 
como foco importante de pesquisas pediátricas e assistência clínica; A 
obesidade dos pais está relacionada com maior risco de obesidade em 
seus filhos. Fatores pré-natais, incluindo o ganho de peso durante a 
gravidez, peso elevado ao nascer e diabetes gestacional estão 
associados ao risco de desenvolver obesidade mais tarde. 
Paradoxalmente, a restrição de crescimento intrauterino seguida por 
crescimento súbito no início da infância está associada a 
adiposidade central e risco cardíaco; 
Os profissionais da saúde definem obesidade ou aumento de 
adiposidade usando o índice de massa corporal (IMC), que é um 
excelente substituto para a mensuração da medição mais direta de 
gordura corporal. IMC = peso em kg/(altura em metros2 ). Os adultos 
com IMC ≥ 30 satisfazem o critério de obesidade e os com IMC entre 25 
e 30 apresentam sobrepeso. Durante a infância, os níveis de gordura 
corporal mudam, começando com uma adiposidade elevada nos 
lactentes. Os níveis de gordura corporal diminuem por 
aproximadamente 5,5 anos até o período chamado rebote de 
adiposidade, quando a gordura corporal tipicamente encontra-se em 
seu nível mais baixo. Depois, a adiposidade aumenta até o início da 
vida adulta. Consequentemente, a obesidade e o sobrepeso são 
definidos pelos percentuais de IMC. Crianças com mais de 2 anos de 
idade com IMC maior ou igual ao percentil 95 satisfazem o critério 
de obesidade e aquelas com índice entre os percentis 85 e 95 caem 
na faixa de sobrepeso. A terminologia usada para a obesidade infantil 
era “sobrepeso” e “risco de sobrepeso”. Essa terminologia foi alterada 
para melhorar a uniformidade com os critérios de adultos e com as 
definições internacionais de obesidade infantil. 
Vários neuropeptídeos do cérebro, incluindo o neuropeptídeo Y, o 
peptídeo relacionado ao gene agouti e a orexina, parecem estar 
envolvidos na estimulação do apetite, enquanto as melanocortinas 
e o hormônio estimulante da melanocortina estão envolvidos na 
saciedade. O controle neuroendócrino do apetite e do peso ocorre 
em sistema de feedback negativo equilibrado entre o controle de 
curto prazo do apetite (inclusive grelina, PYY) e o controle de longo 
prazo da adiposidade (inclusive leptina). 
As comorbidades mais imediatas incluem diabetes tipo 2, 
hipertensão, hiperlipidemia e esteatose hepática não alcoólica A 
resistência à insulina aumenta com o aumento da adiposidade e 
afeta de forma independente o metabolismo lipídico e a saúde 
cardiovascular. A esteatose hepática não alcoólica ocorre em 10%-
25% dos adolescentes obesos e pode progredir para cirrose. 
 
 
CRIANÇA EM IDADE ESCOLAR: 
Durante o período escolar (6-11 anos de idade), anteriormente 
conhecido como latência, as crianças se separam progressivamente dos 
pais e procuram a aceitação de professores, outros adultos e de seus 
pares. A autoestima passa a representar um problema importante 
porque a criança desenvolve a capacidade cognitiva de considerar ao 
mesmo tempo sua própria autoavaliação e a percepção do modo como 
os outros a veem. Pela primeira vez, ela é julgada de acordo com sua 
capacidade de gerar um produto final socialmente valorizado, como ter 
boas notas, tocar um instrumento ou fazer gols. As crianças são 
pressionadas para agir de acordo com o estilo e os ideais do grupo de 
crianças com as quais convive 
DESENVOLVIMENTO FÍSICO (6-11) 
O crescimento das partes média e inferior do rosto ocorre gradualmente. 
A perda dos dentes decíduos (de leite) é o sinal mais marcante da 
maturação e tem início por volta dos 6 anos. A substituição total por 
dentes adultos ocorre em aproximadamente 4 anos; assim, por volta dos 
9 anos, a criança tem oito incisivos e quatro molares permanentes. A 
erupção dos pré-molares ocorre com 11-12 anos de idade (Cap. 299). 
Os tecidos linfoides se hipertrofiam, provocando, às vezes, o 
aparecimento de amígdalas e adenoides impressionantes. A força 
muscular, a coordenação motora e o vigor físico au 
A força muscular, a coordenação motora e o vigor físico aumentam 
progressivamente, assim como a habilidade para executar movimentos 
complexos, como dançar ou jogar basquete. As habilidade motoras de 
ordem mais elevada resultam tanto do amadurecimento quanto de 
treinamento; o grau de alcance reflete ampla variabilidade da 
capacidade inata, do interesse e da oportunidade. Tem havido um 
declínio geral da atividade física entre as crianças em idade escolar. 
Nessa idade, os hábitos sedentários estão associados a aumento do 
risco de obesidade e de doença cardiovascular por toda a vida (Cap. 
44). O número de crianças acima do peso e o nível desse excesso de 
peso está crescendo; embora a proporção de crianças com sobrepeso 
tenha aumentado no último meio século em todas as faixas etárias, essa 
taxa cresceu mais de quatro vezes nas crianças de 6-11 anos (Tabela 
11-1). Apenas 8% das escolas exigem aulas de atividades físicas 
diárias. Um quarto dos jovens não se engaja em qualquer atividade 
física em seu tempo livre, embora o recomendado seja de 1 hora por 
dia. 
Implicações para Pais e Pediatras A idade escolar, em geral, é um 
período de excelente saúde. No entanto, as crianças têm tamanhos, 
formas e capacidades variáveis. As crianças dessa idade fazem 
comparações entre elas mesmas e as outras, despertando sentimentos 
sobre seus atributos físicos e capacidades. O receio de serem 
“defeituosas” pode induzi-las a evitar situações que revelem suas 
diferenças físicas, como aulas de ginástica ou exames médicos. As 
crianças com incapacidades físicas reais podem enfrentar estresses 
especiais. Riscos médicos, sociais e psicológicos tendem a ocorrer 
conjuntamente. As crianças devem ser arguídas sobre sua atividade 
física regular. A participação em esportes ou em outras atividades 
organizadas pode estimular suas habilidades, o trabalho em equipe e a 
aptidão física, além do sentimento de realização, mas a pressão 
excessiva das competições, quando a atividade deixa de ser prazerosa, 
tem efeitos negativos. As crianças pré-púberes não devem praticar 
esportes de alto estresse e alto impacto, como levantamento de peso e 
futebol americano, porque sua imaturidade esquelética aumenta o risco 
de traumas. 
 
 
 
ADOLESCENCIA: Avaliação do crescimento 
Um componente fundamental do acompanhamento da saúde em 
pediatria é a avaliação do crescimento da criança. O crescimento resulta 
da interação entre genética, saúde e nutrição. Muitos problemas 
biofisiológicos e psicossociais podem afetar o crescimento de forma 
adversa, sendo que o crescimento anormal pode ser o primeiro sinal de 
um problema subjacente. A ferramenta mais poderosa para avaliar o 
crescimento é o gráfico do crescimento (site em 
www.elsevier.com.br/ expertconsult), usado em conjunto com 
medidas precisas de altura, peso, circunferência cefálica e cálculo 
do índice de massa corporal (IMC). 
Os problemas desenvolvimentais-comportamentais são as 
condições mais comuns da infância e adolescência. Quando 
associados à reprovação escolar e a índices de abandono escolar, 
a prevalência chega a atingir uma em cada quatro ou uma em cada 
cinco crianças. Em ambientes de baixa renda dentro das cidades, os 
índices de abandono escolar podem chegar a 50%. Se a intervenção for 
realizada antes do ingresso na escola, é possível evitar muitos 
problemas (e melhorar possivelmente todos). ALei de Educação para 
Pessoas com Deficiências (IDEA) juntou-se ao Head Start Act para 
garantir um sistema nacional gratuito de localização e tratamento de 
jovens com risco de apresentar problemas desenvolvimentais-
comportamentais ou atrasos estabelecidos. A intervenção precoce 
depende da detecção precoce, realizada primeiramente por 
profissionais da saúde. Muitas crianças em risco de reprovação 
escolar não apresentam atrasos mensuráveis, mas apresentam 
marcadores na forma de fatores de risco psicossociais múltiplos, que 
são fortes preditores de problemas futuros. Os atrasos mensuráveis são 
comuns em crianças com histórico de abuso ou negligência. Os fatores 
psicossociais de alto risco são frequentemente observados em crianças 
adotivas e garantem encaminhamento automático (sem necessidade de 
triagem) para o programa IDEA. Outros riscos psicossociais incluem 
os pais com nível escolar inferior ao segundo grau completo ou 
com problemas mentais (depressão ou ansiedade), instabilidade 
domiciliar e alimentar, minorias étnicas e linguísticas, mais de três 
filhos na casa e estilo de criação autoritário (p. ex., extremamente 
direcionado, raramente engajando verbalmente sobre os interesses 
exclusivos da criança, punitivo). Esses riscos, com ou sem atrasos 
aparentes, geralmente resultam em crianças com notas baixas, 
abandono escolar, gestação na adolescência, desemprego, uso de 
drogas e criminalidade. Dentre as crianças com atrasos ou deficiências 
mensuráveis, a condição mais comum (pelo menos a mais bem 
identificada) é a dificuldade fonoaudiólogica (17,5% aos 30-36 
meses). Outras condições comuns são: distúrbios socioemocionais 
(9,5-14,2%), distúrbio do déficit de atenção/hiperatividade (7,8%) 
(Cap. 30), dificuldades de aprendizagem (6,5%), deficiência 
intelectual (1,2%) (Cap. 33) e distúrbios do espectro do autismo 
(0,6-1,1%) (Cap. 28). As condições menos comuns são paralisia 
cerebral (deficiências físicas) (0,23%), deficiência auditiva (0,12%), 
deficiência visual (0,8%); e outras formas de deficiências físicas e 
mentais (p. ex., síndrome de Down, síndrome do X frágil, traumatismo 
cranioencefálico). A detecção precoce dos déficits emergentes entre 
crianças bem novas necessita de médicos para o processo de triagem 
com ferramentas consideradas precisas. Apesar das sérias 
consequências em longo prazo provocadas pelos atrasos e deficiências, 
nas crianças mais jovens esses problemas são tão sutis que o 
julgamento clínico torna-se ineficaz. Além disso, muitas crianças com 
déficits de desenvolvimento apresentam primeiramente problemas 
de comportamento. As crianças muito novas com atrasos (ou seja, 
desde o nascimento até os 3 anos de idade) não precisam de um 
diagnóstico específico para receber os serviços oferecidos pela IDEA. 
Elas são elegíveis em casos de atraso de desenvolvimento, definido 
como 25% do comportamento típico em mais de dois domínios 
desenvolvimentais (p. ex., linguagem receptiva, linguagem expressiva, 
motor fino, motor bruto, socioemocional, cognitivo/pré-acadêmico e 
comportamental). Os médicos da atenção primária não precisam 
fazer um diagnóstico em crianças muito novas, mas devem focar na 
detecção e no encaminhamento para os programas IDEA. 
Entretanto, os médicos podem, simultaneamente, encaminhar para os 
serviços de subespecialistas, principalmente quando houver 
suspeita de distúrbio do espectro do autismo. As crianças com mais 
de 3 anos de idade são atendidas e testadas pelos psicólogos das 
escolas públicas, e os fonoaudiólogos definem as deficiências mais 
discretamente 
 
A avaliação da criança com sobrepeso ou obesa começa com o exame 
da trajetória do peso, altura e IMC nos gráficos de crescimento; 
considerações sobre as possíveis causas médicas da obesidade; e 
exploração detalhada dos padrões familiares de alimentação, nutrição e 
atividade física. O histórico pediátrico completo é utilizado para descobrir 
comorbidades. O histórico familiar deve focalizar a adiposidade de 
outros membros da família e o histórico familiar de transtornos 
associados à obesidade. O exame físico acrescenta dados que podem 
levar a diagnósticos importantes. Os exames laboratoriais devem ser 
guiados pela necessidade de identificar comorbidades 
 
4) Quais os principais distúrbios metabólicos em crianças? 
https://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/saude_coletiva_cap
18.pdf 
 
5) Quais os hábitos de vida saudáveis para crianças? Quais os protocolos, 
manejos/práticas de prevenção/promoção de saúde? 
https://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/saude_coletiva_c
ap18.pdf 
 
OBJETIVOS 
1. Definir a fisiologia do crescimento e das fases do desenvolvimento 
e seus parâmetros de avaliação; 
2. Identificar os principais distúrbios metabólicos infantis e suas 
fisiopatologias; 
Tem sido um motivo frequente de preocupação em função de sua alta 
incidência, principalmente nas classes mais abastadas, pelo maior consumo de 
alimentos pouco nutrtivos e em grandes quantidades. Além da preocupação 
estética, a obesidade está intimamente relacionada com a hipertensão arterial, 
alterações cardíacas, diabettis melitus e outras patologias. 
Graças à sua complexidade, há uma necessidade de atuação multiprofissional. 
É um distúrbio do estado nutricional traduzido por um aumento do tecido 
adiposo, reflexo do excesso de gordura resultante do balanço positivo de 
energia na relação ingestão-gasto calórico. Pode se desenvolver por alguns 
fatores: 
https://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/saude_coletiva_cap18.pdf
https://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/saude_coletiva_cap18.pdf
https://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/saude_coletiva_cap18.pdf
https://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/saude_coletiva_cap18.pdf
 caráter familial - alerta para se desenvolver ações profiláticas pois 
um adulto obeso tende a ter filhos com grande chance de 
desenvolverem a obesidade e também tornarem-se adultos 
obesos; 
 fatores endócrinos - responsáveis por um pequeno número de 
casos; 
 fatores psicológicos atrelados à falta de exercícios físicos; 
 renda, hábitos e culturas familiares, propaganda, escola, trabalho, 
grupo de amigos, entre outros. 
1. Obesidade na Infância 
É cultural o atrelamento da gordura à saúde, principalmente em se tratando de 
bebês. Muitas vezes ocorre o abandono do aleitamento materno ou o 
desmame precoce por acreditar-se que o leite do peito não sustenta, passando 
ao uso de mamadeiras com alto aporte protéico-calórico. 
O excesso de farinha, introdução precoce de sólidos, ingestão excessiva 
durante os primeiros anos de vida; hábitos inadequados :falta de horário, 
excesso de guloseimas, desequilíbrios dietéticos e sedentarismo infantil; ou 
mesmo a baixa renda, levando a um excesso de consumo de carboidratos e 
diminuição do consumo de proteína animal ou vegetal são os principais fatores 
desencadeadores da obesidade infantil. 
A obesidade persistindo durante a idade pré-escolar, escolar e adolescência 
pode levar esta criança a desenvolver problemas psicológicos em função de 
comentários e gozações que podem surgir por parte de outros colegas. Essa 
situação leva a um ciclo vicioso pois a pouca aceitação grupal fortalece a baixa 
auta-estima e a desvalorização pessoal levando ao afastamento das atividades 
físicas. 
2. Obesidade na Adolescência 
Trata-se de um problema da infância que progride para essa fase ou pode ser 
desencadeado pelo: sedentarismo; alto consumo de sanduíches, salgadinhos, 
guloseimas e gorduras; horário de escola que atrapalham as refeições, 
substituindo-as por alimentos inadequados; o trabalho pode funcionar como 
agravante do sedentarismo; além da susceptibidade a propagandas. 
Nas meninas, a demanda para emagrecimento ocorre frequentemente após a 
menarca, enquanto que nos meninos isto costuma ocorrer no início da 
puberdade. 
3. Indicadores de ObesidadeExistem vários critérios usados para definir a obesidade na infância ou 
adolescência: 
 Alguns autores consideram a obesidade um problema moderado quando 
o peso da criança atige valores até 20% acima do que é considerado 
normal e severo quando acima de 40%. 
 Indicador de obesidade - avalia o quanto o peso de uma criança ou 
adolescente excede seu peso ideal, sendo considerado um problema 
leve quando IO = 20 a 30%, moderado, 30 a 50% e severa quando 
excede 50%: 
IO = (peso corpóreo real / peso ideal) - 1 x 100 
Este método é complicado para ser usado entre os adolescentes por 
encontrarem- se em diferentes momentos de seu crescimento físico e de sua 
maturação sexual. 
 Índice de massa corpórea (IMC): 
IMC = peso / altura 
Sendo considerado normais valores menores ou iguais a 19%. 
4. Tratamento 
A profilaxia constitui-se o melhor tratamento, com vigilância dos fatores 
predisponentes na infância e adolescência: 
1. estímulo ao aleitamento materno; 
2. disciplina de horários; 
3. orientação às famílias sobre as necessidades dietéticas reais e 
individuais de seus filhos; 
4. abolição do uso excessivo de carboidratos (principalmente refrigerantes 
e guloseimas); 
5. promoção de atividades físicas. 
Não recomenda-se amedrontar as crianças e adolescentes sobre os possíveis 
agravos de saúde que poderão ter no futuro. é importante relacionar a 
obesidade a uma limitação de desempenho individual e social, trazendo 
problemas estéticos, dificultando a prática esportiva, o uso de roupas de moda, 
problemas de aceitação em relação aos amigos e problemas de locomoção. 
Toda perda de peso é importante ser valorizada, havendo uma análise crítica 
construtiva do insucesso quando não ocorrer perda. Desaconselha-se a 
pesagem frequente por ser um fator de angústia. O uso de medicamentos fica 
a critério médico. 
Cuidados com a restrição alimentar que, se não bem balanceada, pode levar a 
desequilíbrios nutricionais. por ser um tratamento bastante complexo faz-se 
necessário a importância de equipes treinadas de profissionais para que se 
possa atingir os resultados mais satisfatórios. 
A adesão dos pais também é fundamental pois servem como modelos aos 
seus filhos, por isso é de grande benefício que eles estimulem e alterem sua 
dieta, equilibrando-a, além de ensinar sobre os benefícios dos exercícios 
físicos. 
Nos adultos, a combinação de obesidade central, hipertensão, 
intolerância à glicose e hiperlipidemia é a síndrome metabólica. Pessoas 
com síndrome metabólica apresentam maior risco de morbidade e 
mortalidade cardiovascular. Não há consenso entre os especialistas em 
aceitar que esse conjunto de sintomas na faixa etária pediátrica tenha 
importância prognóstica. Há cada vez mais evidências de que a 
obesidade pode estar associada à inflamação crônica. A adiponectina, 
um peptídeo com propriedades anti-inflamatórias, tem níveis reduzidos 
em pacientes obesos em comparação com pessoas magras e sensíveis 
à insulina. Níveis baixos de adiponectina estão relacionados com os 
níveis elevados de ácidos graxos livres e triglicérides plasmáticos, bem 
como com IMC alto; e os níveis elevados de adiponectina se 
correlacionam com a sensibilidade periférica à insulina. Os adipócitos 
secretam peptídeos e citocinas na circulação e os peptídeos pró-
inflamatórios, como a interleucina (IL)-6 e o fator de necrose tumoral 
 (TNF- ), em níveis 
elevados em pacientes obesos. De forma específica, a IL-6 estimula a 
produção da proteína C reativa (PCR) no fígado. A PCR é um marcador 
de inflamação e pode fazer a ligação entre obesidade, doença coronária 
e inflamação subclínica. Algumas complicações da obesidade são 
mecânicas, como a apneia obstrutiva do sono e as complicações 
ortopédicas. As complicações ortopédicas incluem a doença de Blount e 
o deslizamento epifisário da cabeça do fêmur (Caps. 669 e 670.4). Os 
problemas de saúde mental podem coexistir com a obesidade, com 
possibilidade de efeitos bidirecionais. Essas associações são 
modificadas pelo sexo, etnia e condição socioeconômica. A autoestima 
pode ser mais baixa em adolescentes do sexo feminino obesas em 
comparação com as colegas não obesas. Alguns estudos encontraram 
uma associação entre obesidade e depressão em adolescentes. Há 
interesses consideráveis na coocorrência de distúrbios alimentares e 
obesidade. 
AVALIAÇÃO A avaliação da criança com sobrepeso ou obesa começa 
com o exame da trajetória do peso, altura e IMC nos gráficos de 
crescimento; considerações sobre as possíveis causas médicas da 
obesidade; e exploração detalhada dos padrões familiares de 
alimentação, nutrição e atividade física. O histórico pediátrico 
completo é utilizado para descobrir comorbidades. O histórico familiar 
deve focalizar a adiposidade de outros membros da família e o histórico 
familiar de transtornos associados à obesidade. O exame físico 
acrescenta dados que podem levar a diagnósticos importantes. Os 
exames laboratoriais devem ser guiados pela necessidade de identificar 
comorbidades. O exame do gráfico de crescimento revela a gravidade, 
duração e início da obesidade. As crianças com sobrepeso (IMC entre o 
85o e o 95o percentil) têm menor probabilidade de desenvolver 
comorbidades do que as obesas (IMC > 95o percentil). As crianças com 
IMC ≥ 99o percentil têm maior probabilidade de ter problemas médicos 
coexistentes. Quando a obesidade é determinada, a trajetória do IMC 
deve ser analisada para elucidar quando a criança se tornou obesa. 
Vários períodos durante a infância são considerados períodos sensíveis 
ou de maior risco maior para o desenvolvimento de obesidade, incluindo 
o período de lactente, o de rebote de adiposidade (quando a gordura 
corporal é mais baixa, por volta dos 5,5 anos) e a adolescência. A 
obesidade grave e a obesidade de longa duração podem necessitar de 
intervenção mais intensa da família, a menos que a família esteja 
extremamente motivada em fazer alterações alimentares e nas 
atividades físicas. Uma mudança abrupta no IMC da criança pode 
sinalizar o início de um problema médico ou um período de estresse 
familiar ou pessoal. O exame da trajetória do peso pode ampliar o 
conhecimento de como o problema se desenvolveu. Uma criança 
pequena pode apresentar peso e altura elevados, pois o crescimento 
linear pode ser maior no início da infância se a criança consumir calorias 
em excesso. 
Em dado momento, o percentil do peso excede o percentil da altura e o 
IMC da criança pula para a faixa da obesidade. Outro exemplo é o da 
criança cujo peso aumenta rapidamente quando o nível de atividade 
física é reduzido e o consumo de refeições fora de casa aumenta. O 
exame da trajetória da altura pode revelar problemas endócrinos, que 
frequentemente ocorrem com a desaceleração do crescimento linear. 
Considerar a possibilidade de causas médicas para a obesidade é 
essencial, embora as causas endócrinas e genéticas sejam raras 
(Tabela 44-1). A deficiência de hormônio do crescimento, hipotireoidismo 
e síndrome de Cushing são exemplos de transtornos endócrinos que 
podem provocar obesidade. Em geral, esses transtornos se manifestam 
com crescimento linear lento. Como as crianças que consomem 
quantidades excessivas de calorias tendem a apresentar crescimento 
linear acelerado, a baixa estatura exige uma avaliação mais 
aprofundada. As doenças genéticas associadas à obesidade podem ter 
a coexistência de características dismórficas, déficit cognitivo, 
anormalidades de visão e audição ou estatura baixa. Em algumas 
crianças com doenças congênitas, como mielodisplasia ou distrofia 
muscular, os níveis mais baixos de atividade física podem levar a 
obesidade secundária. Alguns medicamentos podem causar apetite 
excessivo e hiperfagia, resultando em obesidade. Alguns medicamentos 
antipsicóticos atípicos mais comumente apresentam esse dramáticoefeito colateral. O ganho rápido de peso em criança ou adolescente que 
esteja tomando algum desses medicamentos pode exigir a suspensão 
do medicamento. Um crescimento linear pobre com alterações rápidas 
no ganho de peso são indicações para a avaliação de possíveis causas 
médicas. A exploração dos padrões alimentares nutricionais e de 
atividade física da família começa com a descrição das refeições 
normais e petiscos e dos hábitos familiares, como caminhadas, passeios 
de bicicleta, recreação, televisão, computador e video games. É 
interessante pedir o relato da alimentação nas últimas 24 horas, com 
especial atenção à ingestão de frutas, legumes e água, bem como 
alimentos extremamente calóricos e bebidas com alto teor de 
carboidratos. Quando possível, a avaliação por um nutricionista pode ser 
muito útil. Essa informação formará a base para incrementar alterações 
no comportamento alimentar, ingestão calórica e atividade física durante 
a intervenção. A avaliação inicial de crianças com sobrepeso ou 
obesidade inclui uma revisão completa dos sistemas corporais, com foco 
na possibilidade de comorbidades (Tabela 44-2). Atraso no 
desenvolvimento e deficiência visual ou auditiva podem estar associados 
a doenças genéticas. Dificuldade para dormir, ronco ou sonolência 
diurna sugerem a possibilidade de apneia do sono. Dor abdominal pode 
sugerir esteatose hepática não alcoólica. Poliúria, noctúria ou polidipsia 
podem ser resultado de diabetes tipo 2. Dores no quadril ou joelho 
podem ser causadas por problemas ortopédicos secundários, incluindo 
doença de Blount e deslizamento epifisário da cabeça do fêmur. 
Menstruações irregulares podem estar associadas à síndrome dos 
ovários policísticos. Acantose nigricans pode sugerir resistência à 
insulina e diabetes tipo 2 (Fig. 44-3). O histórico familiar começa com a 
identificação de familiares obesos. A obesidade dos pais é um risco 
importante para a obesidade da criança. Se todos os familiares são 
obesos, é razoável dirigir a intervenção para toda a família. A criança 
pode apresentar risco de desenvolver diabetes tipo 2 se existir histórico 
familiar. Pacientes com herança afro-americana, hispânica ou de nativos 
americanos também apresentam risco maior para desenvolver diabetes 
tipo 2. A identificação de histórico familiar de hipertensão, doença 
cardiovascular ou síndrome metabólica indica maior risco de 
desenvolvimento de doenças associadas à obesidade. Se alguém ajudar 
a família a entender que a obesidade infantil aumenta o risco de 
doenças crônicas, essa intervenção educativa pode servir de motivação 
para melhorar a atividade nutricional e física. O exame físico deve ser 
minucioso, com foco na possibilidade de comorbidades (Tabela 44-2). 
Uma triagem cuidadosa para hipertensão arterial com o emprego de 
manguito de tamanho apropriado é importante. O exame sistemático da 
pele pode revelar acantose nigricans, que sugere resistência à insulina 
ou hirsutismo, que sugere síndrome dos ovários policísticos. O 
estadiamento de Tanner pode revelar adrenarca precoce secundária à 
maturação sexual avançada em garotas com sobrepeso ou obesas. As 
análises laboratoriais para verificar glicose de jejum, triglicérides, 
lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta densidade 
(HDL) e os testes de função hepática são recomendados como parte da 
avaliação inicial de casos recentemente identificados de obesidade 
infantil (Tabela 44-3). As crianças com sobrepeso (IMC entre o 85o e o 
95o percentil) com histórico familiar de diabetes mellitus ou sinais de 
resistência à insulina também devem ser avaliadas com uma glicemia de 
jejum. Outros exames laboratoriais devem ser direcionados pelo exame 
físico ou histórico. INTERVENÇÃO O tratamento bem-sucedido da 
obesidade é um desafio, e pode ser mais bem realizado com 
abordagens multimodais que visem a obtenção de mudanças 
substanciais no estilo de vida. Nos adultos, a perda de peso de longa 
duração é rara, apesar da existência de grande variedade de dietas, 
produtos comerciais e medicamentos. As abordagens com terapia 
cognitivo-comportamental visando melhorar a motivação têm sido 
promissoras. Uma combinação de orientação nutricional, exercícios e 
abordagens cognitivo-comportamentais geralmente é a melhor solução. 
A cirurgia bariátrica pode resultar em perda considerável de peso em 
adolescentes. Ainda não está claro se esses pacientes vão manter um 
peso saudável permanentemente, e a segurança a longo prazo ainda 
não foi determinada. É importante começar com recomendações claras 
sobre a ingestão calórica adequada para crianças obesas (Tabela 44-4). 
É muito vantajoso trabalhar junto com um nutrici 
 
 
3. Conhecer os benefícios e orientações de prevenção e promoção da 
saúde na infância 
 
ACHADOS 
CRESCIMENTO 
 Conceituação do desenvolvimento 
Conhecimento não só da sequência natural de evolução das várias 
funções, mas também dos fatores de risco que possam comprometê-las, 
assim como ter ciência das possibilidades de recrutar as devidas 
intervenções para reverter ou reduzir um prejuízo no desenvolvimento 
infantil. 
O termo “desenvolvimento” tem sido o mais utilizado para abranger os vários 
aspectos interligados que caracterizam a evolução dinâmica do ser humano 
a partir de sua concepção. Outros termos, como “maturação”, por exemplo, 
também concorrem para definir o significado desse processo de construção 
que resulta da interação entre a influência biológica da própria espécie e 
do próprio indivíduo e a sua história e seu contexto sociocultural. É 
importante enfatizar que, embora a carga genética seja fator determinante, o 
desenvolvimento humano emerge a partir da interação com os fatores 
ambientais, portanto, é fundamental que ocorra uma ampla e adequada 
variação de estímulos e experiências, para favorecer todo o seu potencial. Do 
ponto de vista biológico, o sucesso do desenvolvimento depende da 
integridade dos vários órgãos e sistemas que concorrem para lhe 
condicionar, principalmente o sistema nervoso, que participa de toda 
ordenação funcional que o indivíduo irá experimentar; o tecido nervoso 
cresce e amadurece sobretudo nos primeiros anos de vida. Por outro lado, 
por sua grande plasticidade, é também nessa época que a criança melhor 
responde aos estímulos que recebe e às intervenções, quando 
necessárias . O estudo do desenvolvimento compreende alguns domínios 
de função interligados, quais sejam: sensorial, motor (habilidades motoras 
grosseiras e habilidades motoras finas), da linguagem, social, adaptativo, 
emocional e cognitivo. Esses domínios influenciam-se entre si e têm como 
eixo integrador a subjetividade, função de dimensão psíquica que se 
particulariza e possibilita a singularidade de cada um dos seres humanos 
 Avaliação do desenvolvimento 
Um processo contínuo de acompanhamento das atividades relativas ao 
potencial de cada criança, com vistas à detecção precoce de desvios ou 
atrasos. Essa verificação pode ser realizada de forma sistematizada por meio 
de alguns testes e/ou escalas elaboradas para tal finalidade. Como exemplos, 
citam-se o teste de Gesell, o teste de triagem Denver II, a escala de 
desenvolvimento infantil de Bayley, o Albert Infant Motor Scale. No Brasil, 
a Caderneta de Saúde da Criança, utilizada para o registro dos 
atendimentos nos serviços de saúde, disponibiliza uma sistematização 
para a vigilância do desenvolvimento infantil até os 3 anos de idade- 
acompanhar a aquisição dos principais marcos do desenvolvimento. Além 
disso, com base na presença ou ausência de alguns fatores de risco e de 
alterações fenotípicas, a caderneta orienta para tomadas de decisão. Sendo 
um processo dinâmico, as avaliações do desenvolvimento devem acontecer 
em todas as visitas de puericultura, de forma individualizada e compartilhada 
com a família. É fundamental o conhecimento do contexto familiare social. 
Além disso, é importante obter dados relacionados a possíveis fatores de 
risco para distúrbios do desenvolvimento, como ausência de pré-natal, 
dificuldades no nascimento, baixo peso ao nascer, prematuridade, 
intercorrências neonatais, uso de drogas ou álcool, infecções e 
depressão durante a gestação. Também é fundamental indagar sobre a 
opinião da mãe em relação ao processo de desenvolvimento de seu filho. 
Quanto às aquisições motoras, reconhece-se no recém-nascido um padrão 
motor muito imaturo, com a presença do reflexo tônico cervical 
assimétrico, que lhe confere uma postura assimétrica, com predomínio do 
tônus flexor nos membros e intensa hipotonia na musculatura 
paravertebral. Seus movimentos são, geralmente, reflexos, controlados por 
partes primitivas do cérebro. Assim, reflexos como sucção, preensão palmar, 
plantar e da marcha passarão em poucos meses a ser atividades voluntárias; 
durante os primeiros meses, há uma diminuição progressiva do tônus 
flexor e substituição pelo padrão extensor, na direção craniocaudal, sendo 
o quadril e os membros inferiores os últimos a adquiri-lo. A partir do 2º 
semestre, não ocorre mais predomínio de padrão flexor ou extensor, e assim, 
a criança, por meio de alternância entre os tônus, consegue, primeiramente, 
rolar e, posteriormente, já tendo dissociado os movimentos entre as 
cinturas escapular e pélvica, consegue mudar da posição deitada para 
sentada; A regra do desenvolvimento motor é que ocorra no sentido 
craniocaudal e proximodistal e, por meio de aquisições mais simples para 
mais complexas. Assim, a primeira musculatura a ser controlada é a 
ocular. Depois, há o controle progressivo da musculatura para a sustentação 
da cabeça e depois do tronco. Finalmente, durante o 3º trimestre, a criança 
adquire a posição ortostática, primeiras tentativas de engatinhar. No entanto, 
algumas crianças andam sem ter engatinhado, sem que isso indique 
algum tipo de anormalidade. A avaliação do sistema sensorial, 
principalmente da audição e da visão, deve ser feita desde os primeiros 
atendimentos. É importante indagar os familiares se a criança focaliza objetos 
e os segue com o olhar, e também se prefere o rosto materno; à interação 
social, o olhar e o sorriso, presentes desde o nascimento, representam formas 
de comunicação, mas, entre a 4a e a 6a semana de vida surge o “sorriso 
social” desencadeado por estímulo, principalmente pela face humana. A 
linguagem gestual também aparece no 2º semestre de vida e é fruto da 
significação dada pelos adultos do seu meio; é comum a criança apontar e 
obedecer aos comandos verbais como bater palmas, acenar e jogar 
beijinhos. Por volta dos 12 meses de idade, surgem as primeiras palavras 
denominadas palavras-frase. Aos 18 meses, a criança inicia frases simples e, 
a partir daí, ocorre um grande aumento em seu repertório de palavras. 
Nessa fase, também começa o diálogo com troca de turnos, isto é, a 
criança fala e depois aguarda a resposta do outro para nova interferência. 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
O acompanhamento do peso, da altura (comprimento) e do perímetro 
craniano (este nos 3 primeiros anos de vida) pode orientar o pediatra 
sobre as condições de saúde de seu paciente, do mesmo modo quando a 
mãe (ou cuidador) apresenta alguma queixa ou não.; a monitoração teria 
um papel mais amplo, não só na detecção antecipada da desnutrição, mas 
como um alerta para suspeitar de que outros agravos poderiam estar 
afetando o crescimento das crianças. A partir de então, tornou-se 
fundamental que o acompanhamento do crescimento fosse parte da rotina 
do atendimento à criança, prática defendida tanto pelo Ministério da 
Saúde (MS) como pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Dessa 
forma, a avaliação do crescimento na rotina de atenção à criança visa a três 
aspectos fundamentais: • detectar precocemente o que está afetando o 
crescimento do paciente para inferir e obter a sua recuperação; • 
identificar as variações da normalidade, tranquilizar a criança e a família, 
evitando possíveis intervenções prejudiciais; • identificar problemas que 
não podem ser curados, mas que possam ser minimizados, e prover 
apoio ao paciente e à família ao lidar com as dificuldades. 
 Curva do crescimento: 
Atualmente, têm ampla divulgação dois conjuntos de curvas: um elaborado 
pelo Centers for Disease Control and Prevention, conhecido como CDC 2000,2 
e outro pela OMS. A curva do CDC foi uma reelaboração da curva do NCHS 
1977. A da OMS foi elaborada dentro de um projeto envolvendo 6 cidades de 6 
países: Brasil (Pelotas), Gana (Accra), Índia (Nova Déli), Noruega (Oslo), Omã 
(Muscat) e Estados Unidos (Davis). Os dois conjuntos de curvas são obtidos 
livremente acessando os sites específicos do CDC e da OMS. O MS do Brasil 
adotou as curvas da OMS, e são elas que fazem parte da caderneta de saúde 
de cada criança. São apresentadas curvas do nascimento até 2 anos, dos 3 
aos 5 e dos 5 aos 20, para comprimento/altura, e índice de massa corporal 
(IMC), e para o peso até os 10 anos, para os sexos masculino e feminino. 
As curvas dos dois primeiros anos de vida têm sido adotadas por diferentes 
países, pois foram construídas acompanhando o crescimento de forma 
longitudinal, desde o nascimento até os 2 anos de idade, de crianças de bom 
nível social, cujas mães não fumaram durante a gravidez e que foram 
amamentadas de forma exclusiva ou predominante até 4 a 6 meses de idade. 
 Crescimento pós-natal: 
Ao nascer, o menino mede em torno de 50 cm, e a menina, 49 cm de 
comprimento, com variação de +/- 2 cm. O peso é, em média, de 3.300 g. 
Crianças nascidas com peso menor que 2.500 g são denominadas de baixo 
peso, e entre 2.500 g e 3.000 g, de peso insuficiente. O tamanho ao nascer 
pode indicar se um comprometimento ocorreu no final da gestação ou 
durante um período mais prolongado. O pico da velocidade de 
crescimento em comprimento durante o período intrauterino acontece no 2º 
trimestre da gravidez, e o do peso, no último trimestre. Isso tem implicações 
no crescimento, pois uma lesão crônica pode comprometer de forma bem 
mais acentuada e levar à baixa estatura; 
O crescimento intrauterino é mais dependente das condições nutricionais, de 
saúde e do tamanho da mãe do que do seu potencial genético. Durante os 
dois primeiros anos de vida, a curva de crescimento pode mudar de canal 
mudando de percentis, em um fenômeno denominado canalização. Assim, 
lactentes que se encontram em percentis mais baixos da curva, mas que têm 
um potencial genético para serem mais altos, fazem uma recuperação logo a 
partir das primeiras semanas de vida em direção a percentis mais altos, e os 
com potencial genético para serem mais baixos iniciam a mudança de canal a 
partir dos 6 meses 
O crescimento pós-natal pode ser dividido em três fases: uma fase de 
crescimento rápido, mas também de desaceleração rápida que vai dos 2,5 
anos até os 3 anos; uma fase de crescimento mais estável com uma 
desaceleração lenta, que vai até o início da puberdade; e a fase puberal 
com o estirão caracterizado por um crescimento rápido até atingir o pico, 
com desaceleração posterior até atingir a altura adulta. Em algumas 
crianças, é observado um pequeno estirão entre 7 e 8 anos de idade, 
denominado estirão do meio da infância. A criança cresce em torno de 25 cm 
no primeiro ano, sendo 15 cm no primeiro semestre e 10 cm no segundo. No 
segundo ano, cresce de 10 a 12 cm. A partir do terceiro ano, o crescimento é 
entre 5 e 7 cm por ano, de forma oscilante, mas com ligeiro 
decréscimo..durante a puberdade, as meninas apresentam o estirão em 
média 2 anos antes que os meninos, e com isso param de crescer mais 
cedo. Durante o estirão puberal, o pico de velocidade de crescimento das 
meninas é de 8,5 cm/ano, e o dos meninos de 9,5 cm/ano. Essa diferença no 
pico de velocidade, mais o aspecto de que os meninos crescem por pelomenos mais 2 anos, explicam a diferença média das alturas entre os homens e 
as mulheres em 13 cm; Ao se avaliar se uma criança está crescendo bem 
ou não, é mais importante considerar a velocidade de crescimento do que 
a altura atual. Como as curvas são construídas e delimitadas com percentis 3 
e 97 ou +/- dois desvios padrão, existe um percentual de crianças normais que 
terão valores abaixo de 3% no caso dos percentis, ou 2,5% no caso do desvio 
padrão. Dessa forma, é muito mais importante avaliar a velocidade de 
crescimento. [meio confuso, buscar outras fontes] 
 Maturação esquelética: 
pode haver meninas que iniciam a puberdade mais tarde e meninos que 
iniciam mais cedo. Essas diferenças no ritmo de crescimento podem ser 
agrupadas em três grupos genéricos: maturadores rápidos, médios e 
lentos. Essas diferenças de maturação refletem-se inclusive nos estirões 
puberais, sendo que os rápidos e os médios apresentam picos mais altos, e os 
lentos, picos mais baixos. Os maturadores lentos têm seu estirão puberal mais 
tarde, chegando às vezes a ter alturas abaixo da distribuição da referência, e 
também apresentando velocidades abaixo de 5 cm/ano, que é a velocidade de 
alerta a partir dos 3,5 anos para se suspeitar de alguma doença endócrina 
(deficiência de hormônio do crescimento – GH – ou hipotireoidismo). 
A maneira mais adequada de avaliar a maturação é por meio da 
radiografia da mão e do punho esquerdos. Não se deve radiografar as duas 
mãos, pois pode alterar a imagem e distorcer a avaliação. Recomendam-se a 
mão e o punho esquerdos porque tanto a avaliação com o atlas de Greulich-
Pyle4 como o método de Tanner (TW2)5 foram elaborados com ra diografias 
desse lado. Com o método de Greulich-Pyle,4 o radiologista compara a 
radiografia do paciente com os modelos apresentados no atlas e avalia com 
qual idade se parece; Ao final da avaliação, procede-se à soma dos pontos e 
uma tabela informa a idade provável. De modo geral, aceita-se que a idade 
óssea apresenta, em relação à idade cronológica, uma variação de +/- 2 
anos. A maioria das doenças atrasa a idade óssea, mas hipertireoidismo, 
obesidade e hormônios sexuais adiantam. Como o fechamento completo 
das epífises indica que a pessoa parou de crescer, o que esses métodos 
sugerem é o quanto ainda o paciente pode crescer. Assim, tendo-se dois 
meninos de mesma idade e mesma altura, mas um com idade atrasada e outro 
com idade adiantada, pode-se inferir que o menino com idade atrasada tem 
maior probabilidade de atingir a idade adulta com maior altura. 
 Os dois problemas envolvendo baixa estatura, sem ser consequência de 
doença, que o pediatra mais enfrenta ao avaliar o crescimento de seus 
pacientes é o de baixa estatura familiar (ou seja, filho de pais baixos) e os 
maturadores lentos (que alguns chamam de constitucional, o que parece 
equivocado, pois o baixo familiar também é constitucional). 
 Puberdade 
Mamas : Estágio 1: pré-adolescente, apenas elevação do mamilo. 2. Estágio 2: 
estágio do botão mamário, elevação da mama e do mamilo, como um pequeno 
monte. O diâmetro da aréola apresenta-se um pouco maior que no estágio 1. 3. 
Estágio 3: tanto a mama quanto a aréola estão maiores e mais elevadas que 
no estágio 2, mas sem distinção. 4. Estágio 4: a aréola e a papila formam um 
contorno secundário, destacando-se do resto da mama. 5. Estágio 5: estágio 
maduro, apenas o mamilo se projetando, com a aréola seguindo o contorno da 
mama. [meninas] 
Genitais: Estágio 1: pré-adolescente, testículos, escroto e pênis de tamanho e 
forma infantis. 2. Estágio 2: escroto apresenta-se levemente aumentado, com 
pele mais escura e mudança de textura. Pênis sem aumento ou pouco 
aumentado. 3. Estágio 3: pênis apresenta aumento, principalmente em 
comprimento. Escroto maior que no estágio anterior. 4. Estágio 4: pênis 
aumentado em comprimento e largura, e desenvolvimento da glande. Escroto 
maior que no estágio 3; pele do escroto mais escura e enrugada que nos 
estágios anteriores. • Estágio 5: genitália adulta em tamanho e forma 
Pelos púbicos nas meninas e nos meninos 1. Estágio 1: pré-adolescente, 
sem pelos púbicos. 2. Estágio 2: pelos finos, longos, lisos ou curvos, esparsos, 
mas com maior concentração próximo à base do pênis ou ao longo dos lábios. 
3. Estágio 3: mais escuros, espessos e curvos, os pelos espalham-se pelo 
púbis. 4. Estágio 4: pelos do tipo adulto, mas em menor quantidade. Não 
atingem as coxas. 5. Estágio 5: pelos do tipo adulto em quantidade e tipo. 
 O tamanho dos testículos pode ser avaliado pelo orquidômetro de Prader, 
um conjunto de bolas de forma elíptica, que vão de 1 cm3 até 25 cm3 . Até 3 
cm3 considera-se que o menino ainda tem características infantis. A puberdade 
começa com o aumento do testículo e isso se inicia com 4 cm3 . O estirão 
puberal tem início quando o volume testicular atinge 8 cm3 . Na menina, a 
puberdade começa com o aumento da velocidade de crescimento, e a menarca 
normalmente ocorre quando a velocidade já ultrapassou o pico

Outros materiais