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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOTECNOLOGIA, GENÉTICA E BIOLOGIA CELULAR FUNDAMENTOS DE BIOTECNOLOGIA PROFESSOR: Igor Vivian de Almeida PRODUÇÃO DE BATATA INGLESA TRANSGÊNICA Acadêmicos: Ana Heloisa Venzel – RA: 66999 Ana Luísa Gonzales Barbosa – RA: 65182 Carla Cândido – RA: 61162 Fernanda Telles – RA: 64347 Gabriela Espindola Amorim Ojeda – RA: 67577 Kamila Alvares Cherman – RA: 57555 Luciana Andretta do Nascimento – RA: 30025 Victor Martin – RA: 77831 Ueslei Felipe dos Santos – RA: 67266 Maringá, Agosto de 2015 1. INTRODUÇÃO Batatas são plantas da família das solanáceas, tem entre meio a um metro de altura, e produz flores, frutos e um tubérculo comestível rico em amido. A batata começou a ser cultivada há cerca de 8 mil anos na região andina e seu cultivo foi aperfeiçoado pelos Incas. Foi levada a Europa pelos espanhóis e introduzida no Brasil por imigrantes europeus, no final do século XIX, no sul do país, onde as condições de clima eram mais favoráveis à sua produção, servindo de alimentação básica para os colonos até final daquele século (EMATER/RS, 2008). A espécie de batata cultivada no Brasil é a Solanum, também conhecida como batata inglesa. Rica em amido, proteínas de alto valor biológico, vitaminas e sais mineirais, é a classificada como a quarta cultura alimentar mais importante no mundo (FAO, 2008). No Brasil, a batata inglesa tem grande aceitabilidade pelos consumidores, em todas as regiões do país (NUNES, 2002). No mundo, é um dos principais componentes na dieta das pessoas, sendo consumida por mais de um bilhão de pessoas (PEREIRA et al., 2005). A batatadoce, cujo nome científico é Ipomoea, é uma hortaliça tuberosa, também originária da América do Sul. As melhores produções são obtidas em regiões ou épocas com boa precipitação pluvial, seguido de outro de temperatura amena. Solos arenosos facilitam o crescimento lateral das raízes, evitando a formação de batatas tortas ou dobradas. Além disso, facilita a colheita, permitindo o arranquio das batatas com menor índice de danos e menor esforço físico. De acordo com Silva et al. (2002), a produção de batatadoce no Brasil diminuiu nas últimas décadas, de 1970 a 2000, em função da redução da área cultivada. A batata doce possui características semelhantes a batata inglesa, tem pouca gordura, possui fibras, vitaminas e minerais em quantidades superiores. A principal vantagem da batatadoce em relação à batata inglesa é o baixo índice glicêmico, o que faz com que a glicose seja liberada de forma gradual no organismo, caracteristica esta que tem popularizado cada vez mais o seu consumo principalmente entre os atletas, pessoas que buscam perder peso e portadores de diabetes. O índice glicêmico é um fator que diferencia os carboidratos quanto a velocidade de entrada na corrente sanguínea. Quanto maior o IG, mais rápida é essa entrada, maior é a liberação de insulina pelo pâncreas e maiores são as chances de os carboidratos ingeridos se transformarem em gordura e triglicerídeos. De maneira geral, os fatores que influenciam na resposta glicêmica são: a natureza do amido (amilose e amilopectina), a quantidade de monossacarídeos (frutose, galactose), a presença de fibras, a cocção ou o processamento, o tamanho das partículas, a presença de fatores antinutricionais (fitatos), a proporção de macronutrientes (proteína e gordura) e interações amidoproteína e amidogordura (IASI, 2002). Uma classificação geral define como baixo índices glicêmicos menores ou iguais a 55; médios, entre 56 e 70; e, alto, acima de 71. O índice glicêmico da batata doce é 77 e o da batata inglesa, 121. Quando o índice glicêmico do alimento ingerido é menor, temse, portanto, uma menor demanda insulínica e melhor manutenção da glicemia no corpo. Com isso, obterseá uma menor quantidade de secreção de insulina, que é o hormônio responsável pelo metabolismo da glicose e que leva a um maior acúmulo de gordura. Além disso com o consumo de alimentos com alto IG, após um período curto de tempo, ocorrerá uma queda brusca da glicemia, podendo levar a sensação de fome (IASI, 2002). Principalmente por esse motivo, muitas pessoas tem dado preferência à batatadoce, ao invés da batata inglesa. Porém, existem algumas desvantagens da batata doce, as quais incluem difículdade no preparo, pois a casca da batatadoce é mais difícil de ser retirada, dificuldade para o corte, devido à dureza da raiz, além do sabor adocicado. Sendo assim, seria interessante o desenvolvimento de uma batata inglesa, cujo sabor e aceitabilidade entre os consumidores fosse mais elevada, que apresentasse um índice glicêmico mais baixo, assim como o da batatadoce. Esse trabalho visou avaliar a possibilidade da produção de uma batata inglesa com baixo índice glicêmico, a definição do processo e estudo da aceitabilidade e interesse do consumidor. A produção desta batata teria que ser feita por meios da Biotecnologia. A biotecnologia consiste em um conjunto de práticas relacionadas à interações biológicas que possam originar substâncias, formas de produção ou até mesmo novas espécies. No que diz respeito à criação de novas espécies, podemos citar a engenharia genética como o grande pilar dessa área da biotecnologia. A engenharia genética compreende um conjunto de técnicas que visam o aprimoramento ou estruturação genética de determinada espécie de vegetal ou animal conforme as necessidades científicas. Apesar de ser constantemente alvo de acusações polêmicas, a engenharia genética já apresentou inúmeras contribuições para a sociedade. Do ponto de vista mais prático a engenharia genética em plantas procura adequar o DNA do vegetal para diversas finalidades como, por exemplo, resistência a pragas e doenças, tolerância a solos pobres em nutrientes, aumento do valor nutritivo, tolerância a altas e baixas temperaturas, aumento de produtividade, fibras mais resistentes, produção de diversos fármacos entre outras aplicações, tudo isso a partir da recombinação do material genético do vegetal. A chamada transformação genética é a transferência (introdução) de um ou vários genes em um organismo sem que haja a fecundação ou o cruzamento. Os organismos transformadosgeneticamente recebem o nome de transgênicos e os genes inseridos são denominados de transgenes. A principal vantagem no uso da tecnologia dos transgênicos é a possibilidade de transferência de características (genes) de plantas não relacionadas (ou seja, sexualmente incompatíveis) como é o caso das duas espécies de plantas escolhidas. No melhoramento convencional, a troca de genes está limitada somente a espécies que são sexualmente compatíveis As características modificadas através da transformação genética podem ser divididas em: característica do tipo input e características do tipo output. Características do tipo input são aquelas relacionadas com o processo produtivo. Esse tipo de característica visa principalmente a redução do custo de produção e abrangem por exemplo plantas transgênicas com resistência a herbicida, doenças e insetos. A maioria das plantas transgênicas já liberadas para plantio comercial contém transgenes para características do tipo input. Características do tipo output são aquelas relacionadas com o consumidor, visando principalmente agregar valor ao produto final, através da melhor conservação póscolheita ou melhoria nutricional, que é o caso deste estudo. 2. PROBLEMA A SER RESOLVIDO Em um estudo realizado por MONTEIRO et al (2009), traçouse o hábito alimentar de 47 estudantes do sexo feminino, entre 19 e 27 anos. Um questionário de frequência alimentar foi aplicado para verificar o consumo alimentar das participantes. Foi identificado que todas as estudantes consumiam batata inglesa, sendo que 35,6% a consomem de três a quatro vezes por semana. Em relação à batata doce, 66,7% das participantes afirmaram consumir essa variedade, porém em menor quantidade. A grande maioria (57,8%) a consome menos que uma vez na semana. Um dos principais motivos pela menor preferência da batata doce é que esta possui um sabor forte e diferente, que não agrada à todos os paladares. A batata inglesa é um dos tubérculos mais consumidos no Brasil e já está consolidada na maioria dos lares brasileiros. A grande maioria de consumidores que prefere a batata doce são os atletas e praticantes de atividade física. Segundo PERES (2006), o sucesso da batata doce na dieta destes consumidores é devido ao seu índice glicêmico. Este índice indica a velocidade com que o açúcar (carboidrato) presente em um alimento alcança a corrente sanguínea. A batata doce, por ser um carboidrato complexo, apresenta baixo índice glicêmico e libera glicose na corrente sanguínea lentamente. O consumo apropriado de carboidrato é fundamental para a otimização dos estoques iniciais de glicogênio muscular, a manutenção dos níveis de glicose sangüínea durante o exercício e a adequada reposição das reservas de glicogênio na fase de recuperação. A ingestão de alimentos de baixo índice glicêmico algumas horas antes da atividade física mantém o fornecimento de energia para o atleta mais constante durante a realização desta atividade, o que ajuda o atleta a manter seu rendimento e bom desempenho. O consumo de alimentos de baixo índice glicêmico também é favorável para os diabéticos, que devem sempre controlar e monitorar seus níveis de glicose no sangue, procurando evitar picos de glicemia. Além do baixo índice glicêmico, a batata doce apresenta mais vantagens nutricionais do que a batata inglesa. A tabela abaixo faz um comparativo entre as duas variedades, considerando 100g de parte comestível. As informações nutricionais foram retiradas da Tabela de Composição Química dos Alimentos (EPM/UNIFESP, 2014). Tabela 1 Informações nutricionais das batatas doce e inglesa Variedade Fibra Alimentar (g) Cálcio (mg) Magnésio (mg) Vitamina A (µg) Doce 3 30 25 709 Inglesa 2.2 12 23 0 Devido à superioridade do valor nutritivo da batata doce, e à preferência da batata inglesa pelo consumidor brasileiro, este trabalho propõe a criação de uma batata inglesa transgênica que contenha as mesmas características nutricionais da batata doce. Deste modo, visamos a criação de um produto com sabor bem aceito pelo público e que apresenta valores nutricionais superiores, beneficiando praticantes de atividade física e também diabéticos, que terão maior opção de consumo. 3. METODOLOGIA Para clonar é necessário um vetor, um vetor de clonagem é uma molécula de DNA que tem 3 características fundamentais: • É capaz de replicar independentemente do cromossomo da célula hospedeira. • Organismos contendo o vetor devem poder se desenvolver preferencialmente em um dado meio, porque o vetor confere ao organismo alguma propriedade física ou química, ou ambas, que lhe permite este crescimento preferencial. • O vetor aceita a inserção de DNA adicional em sua molécula de DNA. Os vetores de clonagem pertencem a duas classes gerais: Plasmídeos e Fagos. Plasmídeos são pequenas moléculas circulares de DNA dupla fita, não incorporadas ao genoma das bactéria, são formas autoreplicativas de DNA. Todas as enzimas necessárias para a replicação de um plasmídeo são produzidas pela bactéria hospedeira, embora proteínas codificadas pelo plasmídeo auxiliem na regulação de sua replicação. Plasmídeos utilizados para clonagem foram construídos a partir de fragmentos do plasmídeo pBR322 de E. coli. Todos os plasmídeos usados como vetor devem ter: “replicator” ou origem de replicação, marcador de seletividade e sítio de clonagem. Origem de replicação (replicator, replicon): é uma sequëncia específica do plasmídeo, com cerca de 1.000 pb, na qual tem início a replicação do DNA. Neste local há um conjunto de elementos regulatórios envolvidos no controle do número de cópias do plasmídeo que serão feitas numa única bactéria. No pBR322: replicon pMB1 há produção de 15 a 20 cópias/célula No pBlue Script: forma mutada do mesmo replicon – há produção de 500 a 700 cópias/célula. Após a obtenção do plasmídeo recombinante contendo a sequência de interesse, o próximo passo é colocálo na bactéria. Esse processo é denominado transformação. A transformação é um processo ineficiente, porém eficiente o bastante para nossos propósitos. Inserção do plasmídeo em bactérias: • Choque térmico (bactérias tornadas “competentes”) • Eletroporação (bactérias normais, em meio de baixa força iônica) Seleção das bactérias transformantes(marcador de seletividade) • resistência a antibiótico 3.1 Etapas do Processo de Clonagem num vetor de expressão plasmídico 1 Endonucleases de restrição: Fazem a clivagem da molécula do DNA em seqüências específicas da molécula, geralmente palindrômicas. Ex: GAATTCCTTAAG. Assim, será realizada a clivagem da molécula de DNA da batata doce com o intuito de obterse os códons de proteínas que possam gerar glicoproteina em bactérias, que ao serem transferidas na planta da batata inglesa (Solanum tuberosum), acarretará na produção de carboidratos de reserva (amido) de maior complexidade, diminuindo seu indice glicêmico. 2 Criação do DNA recombinante: Envolve a união de um fragmento de DNA ao plasmídeo, utilizandose dos segmentos de DNA obtidos na endonuclease de restrição e a DNA ligase (enzima). A clivagem do DNA e do plasmídio com a mesma enzima de restrição gera fragmetos de DNAs que são recombinados por emparelhamentos e as extremidade pela DNA ligase (enzima). Desta forma, o plamídio pode ser transferido para a bacteria de interesse. 3 Escolha do vetor de clonagem: O vetor escolhido foi o plasmídeo pBR322 um vetor que suporta um gene de até 15 mil nucleotídeos. Os plasmídeos são os mais utilizados para a clonagem de pequenos fragmentos de DNA; são geralmente obtidos a partir de células bacterianas, facilmente reintroduzidos nestas células e possuem capacidade autônoma de replicação. 4 Transferência do DNA recombinante para o hospedeiro: Conjugação: Processo de transferência de DNA de uma bactéria para outra, envolvendo o contato entre duas células. A conjugação será mediada pelo plasmídio desenvolvido, designado fator F. Será inoculado em bactérias do gênero Rhizobium. A célula doadora F+ contendo o plasmídeo é capaz de sintetizar um pili sexual. O pili sexual contata a célula receptora F, o pilus sexual se retrai e aproxima a célula doadora e receptora. O plamídeo F é transferido como uma única fita de DNA. Em seguida, as fitas complementares são sintetizadas nas células doadoras e receptoras. Ambas as células passam a ser F+ e sintetizam pilus sexual. 5 Seleção das células hospedeiras que contém o DNA recombinante. 6 Produção de inóculo do Rhizobium Depois de selecionadas as bactérias portadoras do plasmídeo e com as novas características genéticas, será feito um adubo orgânico com esses microrganismos. Assim, essas bactérias endosimbióticas serão colocadas no solo e podem formar os nódulos radiculares. 7 Resultados Esperados Após a infecção da planta e formação do rizóbio, as bactérias passarão não somente a disponibilizar nitrogênio, mas também glicoproteínas para a planta. Essas glicoproteínas estarão disponíveis para a participação da síntese de carboidratos através da fotossíntese (Ciclo de Kelvin). Como resultado, obteremos a batata com uma quantidade maior de carboidratos complexos na sua composição, o que deverá diminuir seu índice glicêmico. 3.2 Pesquisa de mercado e aceitabilidade Para um melhor resultado e mensuração da porcentagem de aceitabilidade da batata inglesa transgênica, foi realizada uma pesquisa de mercado. A mesma foi realizada através de uma ferramenta fornecida pelo Google, o Google Docs, onde o documento é fornecido para os entrevistados através de um link e todas as respostas são encaminhadas para uma plataforma também online, que pode ser acessada apenas pelo gerenciador do documento. A pesquisa ficou disponível para o público durante três dias e depois seus dados foram compilados. Sua finalidade era de mensurar a aceitabilidade do consumo da batata inglesa geneticamente modificada com as mesmas características de baixo índice glicêmico da batata doce, porém com sabor característico da inglesa. 4. PÚBLICO ALVO E ACEITABILIDADE O público alvo é a população em geral, que consome ou não batata doce ou inglesa na sua dieta. O perfil dos entrevistados corresponde, majoritariamente, ao grupo de homens e mulheres entre 20 e 30 anos, que juntos somam cerca de 70% da população amostral. Essa alta concentração de jovens entre 20 e 30 anos na pesquisa é justificável por se tratar de uma pesquisa realizada basicamente com universitários. Gráfico 1: População amostral De um modo geral observase que há um alto consumo das duas variedades de batata na dieta da população amostral. Percebese que a batata doce é menos consumida que a outra espécie, tendo um índice de rejeição de 27,5% entre os homens e 24,2% entre as mulheres, enquanto a batata inglesa não é ingerida por aproximadamente 3% das mulheres e 2,5% dos homens. Gráfico 2 Consumo de batata De acordo com o gráfico dois, percebese um índice expressivo de pessoas que não consomem batata doce. O gráfico três apresenta os três principais motivos de não consumo dessa espécie, onde, entre as mulheres o motivo mais evidente é por preferir a batata inglesa (60%) e entre os homens a insatisfação pelo sabor da mesma (52,9%). Por fim, o fator preço não teve influência sobre os entrevistados. Gráfico 3 Motivos para não consumir batata doce O gráfico quatro representa os principais motivos pelos quais os entrevistados consomem a batata doce. Dentre eles, tanto para o público masculino quanto para o feminino, o consumo está relacionado com a satisfação pelo sabor (aproximadamente 50%). Os outros 50% dos dois grupos se dividiram em proporções aproximadas para os demais motivos, de consumo para auxílio na dieta alimentar e por ter benefícios a saúde. Gráfico 4 Motivos para consumir batata doce Para uma melhor conclusão da pesquisa, uma comparação direta entre a batata transgênica e a batata doce foi realizada. Deste modo, foi possível perceber que se a batata inglesa tivesse as mesmas características da batata doce, porém, seu sabor característico, o consumo de batata inglesa seria preferível tanto para os homens quanto para as mulheres. Ainda é possivel observar, comparandose com o gráfico quatro, que as mulheres que “consomem batata doce pelo sabor” (47,8%), se aproximam da porcentagem de mulheres que “continuariam comprando a batata doce pelo sabor” (48,4%), o que já não é possível se observarno sexo masculino, onde pode haver compatibilidade com a proposta da modificação genética, onde a preferência pelo sabor da batata inglesa supera a doce, e tendo as mesmas caracteristicas citadas, provoca uma troca de consumo do tipo de batata. Gráfico 5 Preferência entre batata doce e batata inglesa transgênica Tratandose de um alimento geneticamente modificado, notase pelo gráfico cinco, que as mulheres tem uma maior aversão ao consumo (cerca de 20%). Independente da aversão existente, a porcentagem de aceitação é bastante elevada para ambos os sexos, chegando a quase 100% para os homens. Gráfico 6 Consumo de batata geneticamente modificada 5. APLICAÇÃO A batata é um alimento muito utilizado e consumido das mais diversas formas, frita, cozida, assada, sendo que a variedade mais utilizada para estes fins é a batata inglesa. Diversas são as possibilidades de aplicação da batata na indústria alimentícia. Por exemplo, o mercado de chips e snacks vêm ocupando um espaço cada vez maior, principalmente nos centros urbanos, onde as pessoas acabam consumindo até mesmo para substituir uma refeição, prejudicando assim sua saúde. Uma alternativa para tornar esses alimentos um pouco mais saudáveis já vem sendo aplicada pela indústria alimentícia, como chips de banana verde, chips de mandioca, abobrinha, entre outros, porém a maioria ainda prefere os de batata e gritz de milho. O uso da batata inglesa geneticamente modificada nos chips e snacks, e até mesmo na produção de batata palha, irá agregar valor nutricional a um produto que já tem um nível de aceitação elevado e que é acessível a todos os públicos, e com a vantagem de ter as mesmas características sensoriais da batata comum. Além disso, irá tornar a alimentação humana mais saudável devido ao consumo de alimento com baixo nível glicêmico. A batata inglesa geneticamente modificada também poderá ser utilizada no preparo de batatas palito congeladas, que são utilizadas para produção de batata frita. O consumo de batata frita no Brasil é enorme, devido à popularização das redes de hambúrgueres fast food e também devido à sua grande demanda em lanchonetes, restaurantes e bares. Outro produto que pode ser elaborado a partir da batata inglesa geneticamente modificada é o floco de batata. Ao ser hidratado e temperado, ele se transforma num purê em minutos, otimizando o tempo e diminuindo o gasto energético da preparação em relação ao purê de batatas cruas. Além disso, pode ser utilizado para se fazer diversas receitas de biscoitos, recheios, molho branco, empanados, espessante para alimentos, entre outros, tornandose uma ótima opção de aplicação, pois abrange uma gama maior de consumidores. Inúmeras poderão ser as aplicações da batata inglesa geneticamente modificada. Além dos produtos industrias já citados, a batata poderá ser utilizada pelos consumidores para produção de receitas caseiras (batata recheada, nhoque, batata rosti, escondidinho, batata sauté, entre outros), com a vantagem de utilizarem um cultivar mais nutritivo. 6. CONCLUSÃO Podese concluir que além de ser um produto com vantagens nutricionais, há uma preferência pela batata inglesa geneticamente modificada se comparado à batata doce, apesar de ambas serem bem consumidas, conforme resultados obtidos na pesquisa de mercado. É relevante observar ainda que há uma boa aceitação da batata transgênica apesar dos produtos transgênicos ainda figurarem como vilões pelo conhecimento popular. A produção desta Batata faria parte de uma nova fase de alimentos transgênicos, um produto que visa beneficiar o consumidor e não só o produtor como são a maioria dos casos até o momento. Mas, mesmo com a boa aceitabilidade dos consumidores, necessitáse de um maior estudo dos resultados e de suas consequências. Desse modo, julgase viável uma análise aprofundada para viabilizar a efetiva produção de batata inglesa com baixo índice glicêmico por meio de transgênia. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MONTEIRO, M. R. P.; ANDRADE, M. L. O.; ZANIRATI, V. F.; SILVA, R. R. Hábito e consumo alimentar de estudantes do sexo feminino dos cursos de nutrição e de enfermagem de uma universidade pública brasileira. Revista APS, v. 12, n. 3, p. 271277, Julho/Setembro de 2009. EMATER/RS. 2008. Batata inglesa: Histórico, conservação, dicas culinárias, aptidões e receitas. São Lourenço do Sul. Folder. SILVA, J.B.C.; LOPES, C.A.; MAGALHÃES, J.S. Cultura de batatadoce. In: CEREDA M.P. Agricultura: Tuberosa Amiláceas Latino Americanas. São Paulo: Fundação Cargil, 2002. V. 2, cap. 22, p. 448504. IASI, B. Entenda o índice glicêmico dos alimentos. 2002. Disponível em < http://www.webrun.com.br/h/noticias/entendaoindiceglicemicodosalimentos/13644>. Acesso em 8 ago 2015. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO (FAO). International Year of the Potato. 2008. Disponível em: http://www.potato2008.org/en/world/index>. Acesso em 8 ago. 2015. PEREIRA, E. M. S.; LUZ, J. M. Q.; MOURA, C.C. A batata e seus benefícios. Uberlândia: EDUFU, 2005. 58p. PERES, R. A. 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