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Fisiologia - APOSTILA

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TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS ATRAVÉS DA MEMBRANA CELULAR
Muitas das substâncias (gases, íons, açúcares, etc.) dissolvidas em nosso compartimento intracelular ou extracelular podem atravessar a membrana celular e passar de um compartimento a outro. 
Existem várias formas através das quais as diversas substâncias podem atravessar a membrana celular. As principais e mais bem conhecidas são:
DIFUSÃO SIMPLES
Neste tipo de transporte a substância passa de um meio a outro (do intracelular para o extracelular ou do extracelular para o intracelular) simplesmente devido ao movimento aleatório e contínuo da substância nos líquidos corporais, devido a uma energia cinética da própria matéria. Em tal meio de transporte não ocorre gasto de ATP intracelular nem ajuda de carreadores.
EXEMPLO: Gases como oxigênio ou dióxido de carbono atravessam a membrana celular com grande facilidade, simplesmente se dissolvendo na matriz lipídica desta membrana (oxigênio e dióxido de carbono são lipossolúveis).
DIFUSÃO FACILITADA
Neste tipo de transporte a substância se utiliza também de seus movimentos aleatórios e contínuos nos líquidos corporais e passa também de um lado a outro da membrana celular. Porém, por ser insolúvel na matriz lipídica (não lipossolúvel) e de tamanho molecular grande demais para passar através dos diminutos "poros" que se encontram na membrana celular, a substância apenas se dissolve e passa através da membrana celular ligada a uma proteína carreadora específica para tal substância, encontrada na membrana celular. Em tal transporte também não há gasto de ATP intracelular. 
EXEMPLO: A glicose, importante monossacarídeo, atravessa a membrana celular de fora para dentro da célula (do meio de maior concentração para o meio de menor concentração de glicose) ligada a uma proteína carreadora específica para glicose.
TRANSPORTE ATIVO
Neste tipo de transporte a substância é levada de um meio a outro através da membrana celular por uma proteína carreadora que é capaz, inclusive, de transportar esta substância contra um gradiente de concentração, de pressão ou elétrico (a substância pode, por exemplo, ser transportada de um meio de baixa concentração para um de alta concentração da mesma). Para tanto, O carreador liga-se quimicamente à substância a ser transportada através da utilização de enzima específica, que catalizaria tal reação. Além disso, há um consumo de ATP intracelular para transportar a substância contra um gradiente de concentração.
EXEMPLO: Bomba de Sódio e Potássio - transporta constantemente, nas células excitáveis, através da membrana, íon sódio de dentro para fora e íon potássio de fora para dentro da célula. Ambos os íons são transportados contra um gradiente de concentração, isto é, de um meio menos concentrado para um mais concentrado do mesmo íon.
POTENCIAL DE MEMBRANA CELULAR
O mais importante exemplo de transporte ativo presente na membrana das células excitáveis é a Bomba de Sódio e Potássio.
Tal bomba transporta, ativamente e constantemente, íons sódio de dentro para fora da célula e, ao mesmo tempo, íons potássio em sentido contrário, isto é, de fora para dentro das células.
Mas os íons (sódio e potássio) não são transportados com a mesma velocidade: A Bomba de Sódio e Potássio transporta mais rapidamente íons Sódio (de dentro para fora) do que íons Potássio (de fora para dentro). 
Para cada cerca de 3 íons sódio transportados (para fora), 2 íons potássios são transportados em sentido inverso (para dentro). 
Isso acaba criando uma diferença de cargas positivas entre o exterior e o interior da célula, pois ambos os íons transportados pela bomba (sódio e potássio) são cátions (com 1 valência positiva), e a Bomba de Sódio e Potássio transporta, portanto, mais carga positiva de dentro para fora do que de fora para dentro da célula. 
Cria-se assim um gradiente elétrico na membrana celular: No seu lado externo acaba se formando um excesso de cargas positivas enquanto que no seu lado interno ocorre o contrário, isto é, uma falta de cargas positivas faz com que o líquido intracelular fique com mais cargas negativas do que positivas. 
O gradiente elétrico então formado é conhecido como Potencial de Membrana Celular. Na maioria das células nervosas tal potencial equivale a algo em torno de -90mv. 
POTENCIAL DE AÇÃO
Quando a membrana de uma célula excitável realmente se excita, uma sucessão de eventos fisiológicos ocorrem através da tal membrana. Tais fenômenos, em conjunto, produzem aquilo que chamamos de Potencial de Ação. 
Como pode uma membrana celular ser excitada? 
Geralmente a excitação ocorre no momento em que a membrana recebe um determinado Estímulo.
Tipos de Estímulos: calor, frio, solução salina hipertônica ou hipotônica, ácidos, bases, corrente elétricas, pressão, etc.
Algumas células desencadeiam o Potencial de Ação sem a necessidade de receberem estímulos, devido a uma alta excitabilidade que as mesmas apresentam. Tais células são denominadas Auto-Excitáveis, e os potenciais por elas gerados são denominados de Potenciais Espontâneos.
Um típico potencial de ação em uma típica célula excitável dura apenas alguns poucos milésimos de segundo, e pode ser dividido nas seguintes fases:
DESPOLARIZAÇÃO:
É a primeira fase do potencial de ação. 
Durante esta fase ocorre um significativo aumento na permeabilidade aos íons sódio na membrana celular. 
Isso propicia um grande fluxo de íons sódio de fora para dentro da célula através de sua membrana, por um processo de difusão simples. 
Como resultado do fenômeno citado acima, o líquido intracelular se torna com grande quantidade de íons de carga positiva (cátions) e a membrana celular passa a apresentar agora um potencial inverso daquele encontrado nas condições de repouso da célula: Mais cargas positivas no interior da célula e mais cargas negativas no seu exterior. 
O potencial de membrana neste período passa a ser, portanto, positivo (algo em torno de +45 mv). 
REPOLARIZAÇÃO:
É a segunda fase do potencial de ação e ocorre logo em seguida à despolarização.
Durante este curtíssimo período, a permeabilidade na membrana celular aos íons sódio retorna ao normal e, simultaneamente, ocorre agora um significativo aumento na permeabilidade aos íons potássio. Isso provoca um grande fluxo de íons potássio de dentro para fora da célula (devido ao excesso de cargas positivas encontradas neste período no interior da celula e à maior concentração de potássio dentro do que fora da célula). 
Enquanto isso ocorre, os íons sódio (cátions) que estavam em grande quantidade no interior da célula, vão sendo transportados ativamente para o exterior da mesma, pela bomba de sódio-potássio. 
Tudo isso faz com que o potencial na membrana celular volte a ser negativo (mais cargas negativas no interior da célula e mais cargas positivas no exterior da mesma). 
O potencial de membrana neste período passa a ser algo em torno de -95 mv. (ligeiramente mais negativo do que o potencial membrana em estado de repouso da célula).
REPOUSO:
É a terceira e última fase: É o retorno às condições normais de repouso encontradas na membrana celular antes da mesma ser excitada e despolarizada. 
Nesta fase a permeabilidade aos íons potássio retorna ao normal e a célula rapidamente retorna às suas condições normais. O potencial de membrana celular retorna ao seu valor de repouso (cerca de -90 mv.). 
Todo o processo descrito acima dura, aproximadamente, 2 a 3 milésimos de segundo na grande maioria das células excitáveis encontradas em nosso corpo. 
Mas algumas células (excitáveis) apresentam um potencial bem mais longo do que o descrito acima: Células musculares cardíacas, por exemplo, apresentam potenciais de ação que chegam a durar 0,15 a 0,3 segundos (e não alguns milésimos de segundo, como nas outras células). Tais potenciais, mais longos, apresentam um período durante o qual a membrana celular permanece despolarizada, bastante prolongada. Estes potenciais são denominados Potenciaisem Platô. 
SANGUE
É o nosso precioso tecido líquido, responsável pelo transporte de gases, nutrientes e demais elementos que devem ser continuamente transportados através do nosso corpo, de um tecido ao outro. É responsável, também, pela defesa de nosso organismo contra a invasão de microorganismos estranhos que, a todo momento, tentam se proliferar em nosso corpo. 
É formado por uma parte líquida (o Plasma, onde se dissolvem diversos elementos como proteínas, açúcares, sais, íons, etc.), e uma parte sólida, formada por células (as Hemácias, que são células vermelhas e os Leucócitos, células brancas) e Plaquetas, que são fragmentos de uma célula chamada megacariócito.
HEMÁCIAS:
Também chamadas de Eritrócitos, são as células vermelhas do sangue. Apresenta esta coloração devido a presença, em seu citoplasma, de grande quantidade de Hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. As hemácias são células anucleadas, em forma de discos bicôncavos, bastante maleáveis (devido às grandes dimensões da membrana celular com relação ao pequeno volume citoplasmático), podendo, com isso, passar por capilares bastante delgados sem que ocorra o rompimento da própria membrana celular. 
Cada milímetro cúbico de sangue contém, aproximadamente, 5.000.000 hemácias. 
São produzidas na medula óssea (principalmente de ossos membranosos como esterno, costelas e ilíaco) a partir de uma célula-mãe chamada Hemocitoblasto. Durante alguns dias, em sua evolução, passa por vários estágios sucessivos (Eritroblasto Basófilo, Eritroblasto Policromatófilo, Normoblasto) até que, na forma de Reticulócito, através de diapedese, passam através da parede de capilares sanguíneos e vão fazer parte do sangue. Em 1 ou 2 dias cada reticulócito se transforma numa hemácia madura. Cada hemácia vive, aproximadamente, 120 dias. 
A produção de hemácias pela medula é bastante estimulada por uma proteína presente no plasma chamada Eritropoietina. Quanto maior for o nível plasmático de eritropoietina, maior será a proliferação dos hemocitoblastos na medula óssea e, consequentemente, maior será a produção de hemácias. 
Se uma pessoa sofre uma hemorragia, aumenta sua atividade física ou mesmo se  mesma se desloca para uma região de altitude bastante elevada, algumas células presentes no parênquima renal, ao detectarem a oferta reduzida de oxigênio que então passam a receber, imediatamente aumentam a síntese da eritropoietina. 
Enquanto a hemácia vai sendo formada, na medula óssea, em seu citoplasma uma importante molécula protéica vai sendo continuamente sintetizada e se acumulando no interior da célula: A Hemoglobina. Para que ocorra uma normal produção de hemoglobina, é necessário que não haja falta de um mineral muito importante para sua síntese: o íon Ferro. Na falta de ferro haverá, como conseqüência, falta de hemoglobina no interior das hemácias, o que afetará nitidamente o transporte de oxigênio no sangue. Por isso é muito importante que o íon ferro esteja freqüentemente presente na alimentação das pessoas. 
Cada 100 ml de sangue contém, aproximadamente, 15 g de hemoglobina. 
Cada grama de hemoglobina transporta, aproximadamente, 1,33 ml de oxigênio. 
Portanto, cada 100 ml de sangue transporta, aproximadamente, 20 ml de oxigênio. 
Devido a grande importância do íon ferro na produção de hemoglobina e devido a importância da hemoglobina no transporte de oxigênio no sangue, existe um sistema importante, também, para transporte e armazenamento do ferro em nosso organismo: 
O ferro, presente principalmente em alimentos como carnes, fígado, gema de ovos, feijão, couve, lentilha, espinafre, etc., logo após ser absorvido, na parede do intestino delgado, se liga a uma proteína presente no plasma denominada Transferrina. Ligado à transferrina o ferro é transportado na corrente sanguínea. 
O ferro também permanece, durante semanas a meses, armazenados em nosso organismo, na forma de Ferritina. Para se transformar em ferritina o ferro se liga a moléculas presentes, principalmente no fígado, chamadas de Apoferritina. 
SANGUE-2
LEUCÓCITOS:
Também chamados de glóbulos brancos, são as células responsáveis pela defesa de nosso corpo. 
Cada milímetro cúbico de sangue contém aproximadamente 6.000 a 8.000 leucócitos. 
Existem 5 tipos de leucócitos: 
1) Neutrófilos
2) Eosinófilos
3) Basófilos
4) Monócitos
5) Linfócitos
Os 3 primeiros tipos (Neutrófilos, Eosinófilos e Basófilos) apresentam grânulos citoplasmáticos. Por isso são também denominados Granulócitos.
Já os Monócitos e Linfócitos não apresentam grânulos citoplasmáticos. Por isso são conhecidos como Agranulócitos.
Devido ao aspecto do núcleo, Neutrófilos, Eosinófilos e Basófilos são conhecidos como polimorfonucleares, enquanto que Monócitos e Linfócitos são conhecidos como Mononucleares.
Os quatro primeiro tipos de leucócitos citados acima (Neutrófilos, Eosinófilos, Basófilos e Monócitos) são produzidos na Medula Óssea, a partir de uma célula-mãe chamada Mieloblasto.
Já os linfócitos são produzidos em diversos tecidos denominados Linfóides (gânglios linfáticos, amigdalas, adenóides, timo, apêndice, etc.) e são todos derivados de uma célula primordial linfocítica. Os linfócitos atuam de uma forma diferente dos demais leucócitos. São responsáveis por um sistema de defesa denominado Sistema Imunológico.
PROPRIEDADES DOS LEUCÓCITOS:
1) Fagocitose
2) Diapedese
3) Quimiotaxia
4) Movimento Amebóide
Em quase todos os tecidos de nosso corpo existem células de defesa habitando tais tecidos, desempenhando o papel de uma primeira linha de defesa nesses tecidos quando invadidos por algo estranho, que deveria ser imediatamente eliminado. Tais células de defesa, fixas e teciduais, são denominadas Macrófagos. Os macrófagos são células com grande poder de fagocitose. 
Eis alguns exemplos de macrófagos e os tecidos onde habitam:
1) Células de Küppffer - Fígado
2) Macrófagos Alveolares - Pulmões
3) Histiócitos Teciduais – Sub-Cutâneo
4) Micróglia - Cérebro
5) Células Reticulares - Gânglios Linfáticos, Baço e Medula Óssea.
Os monócitos, que são células sangüíneas e, portanto, circulantes, são capazes de se transformarem em macrófagos (células fixas e teciduais) quando atravessam a parede de capilares e se fixam em tecidos. 
Com isso os monócitos e os macrófagos formam um importante sistema de defesa de nossos tecidos contra seres ou células estranhos que constantemente tentam nos mesmos se proliferar. Este sistema de defesa formado por Monócitos e Macrófagos é denominado Sistema Retículo-Endotelial.
SANGUE-3
OS LINFÓCITOS E O SISTEMA IMUNOLÓGICO:
Uma modalidade bastante interessante na defesa de nosso corpo contra a invasão ou proliferação de qualquer agente biológico considerado estranho ao mesmo é a atuação de nosso sistema imunológico, através da ação dos Linfócitos.
Cada vez que um agente estranho como vírus, bactéria, toxina, fungo ou mesmo uma célula humana transplantada é detectada pelo nosso sistema imunológico (tal detecção se faz através da identificação de antígenos presentes na estrutura do agente estranho), uma quantidade muito grande de linfócitos sensibilizados idênticos (clones) são formados e liberados na circulação, especificamente formados com a capacidade de identificarem os tais antígenos detectados inicialmente como estranhos, aderirem-se às estruturas estranhas onde se encontram aqueles antígenos e, assim, facilitar a sua destruição.
Ao mesmo tempo, uma quantidade imensa de imunoglobulinas são também liberadas na circulação, também com a específica tendência de se aderirem às estruturas antigênicas que suscitaram a sua formação.
Mais interessante ainda é que, mesmo tendo sido eliminados os agentes portadores dos antígenos considerados estranhos, uma memória imunológica permanece e, durante anos, anticorpos específicos estarão circulando pelo nosso sistema vascular e nos protegendo contra novos ataques daqueles mesmos agentes que, num primeiro contato, teriam sido detectados.Os linfócitos não são formados exclusivamente na medula, como os demais leucócitos presentes no sangue, nem são derivados dos mieloblastos, como aqueles.
Sua formação ocorre, durante todo o tempo, em diversos órgãos ou estruturas de nosso corpo que apresentam os denominados Tecidos Linfóides: gânglios linfáticos, amígdalas, adenóides, timo, baço, placas de Peyer, etc. 
Existem, na verdade, 2 tipos de linfócitos: 
Linfócitos T: Responsáveis por uma modalidade de defesa chamada Imunidade Celular. Formam clones de linfócitos específicos para combater os agentes portadores dos antígenos detectados a cada ataque e os lançam na circulação. Suas células precursoras, primitivas, teriam sido processadas, durante a vida fetal, no timo. 
Linfócitos B: Responsáveis por uma modalidade de defesa chamada Imunidade Humoral. Não formam clones. Cada vez que detectam a presença de agentes com antígenos estranhos, transformam-se inicialmente e células maiores chamadas Plasmoblastos. Estas, então, passam a formar centenas de células chamadas Plasmócitos. Cada plasmócito produz e libera na circulação, a cada segundo, milhares de moléculas protéicas de Imunoglobulinas. As imunoglobulinas são especificamente formadas com a capacidade de detectarem e aderirem-se a cada estrutura portadora daqueles mesmos antígenos detectados por suas células produtoras. 
Os anticorpos (imunoglobulinas) vão sendo liberados na circulação e podem eliminar os agentes considerados estranhos, destruindo-os, através de uma ação direta ou indireta.
Ação Direta:
As imunoglobulinas ligam-se diretamente às estruturas antigênicas dos agentes estranhos. Podem, então, desencadear diversos efeitos como:
Aglutinação: os anticorpos, aderidos aos seres estranhos, aderem-se uns aos outros, formando verdadeiros "grumos" ou aglutinados. Estes serão, certamente, mais facilmente destruídos por outras células através da fagocitose. 
Preciptação: os anticorpos, aderidos aos seres estranhos, algumas vezes, formam complexos insolúveis aos líquidos corporais e se precipitam. Assim também serão mais facilmente destruídos pelos macrófagos e demais leucócitos. 
Neutralização: os anticorpos podem se aderir justamente aos pontos de ação tóxica de uma toxina ou de um vírus, por exemplo, neutralizando, assim, a sua toxicidade ou seu poder invasivo. 
Lise: os anticorpos, aderidos às estruturas antigênicas dos seres estranhos, destroem a membrana ou estrutura dos mesmos. 
AÇÃO INDIRETA:
Outros fenômenos teciduais podem ocorrer, simultaneamente à ação das imunoglobulinas com seus antígenos e, de certa forma, contribuir, paralelamente, com a destruição e eliminação dos agentes então considerados estranhos. 
A forma de atuação indireta mais interessante se dá através da Ativação do Sistema Complemento. 
Através deste sistema, diversas enzimas, quando ativadas, produzem no tecido uma série de fenômenos que visam complementar a ação dos anticorpos na destruição dos agentes estranhos e facilitar a destruição dos mesmos tanto pelos anticorpos como pelos demais sistemas de defesa.
As enzimas, quando ativadas, podem provocar nos tecidos:
1) Aglutinação
2) Precipitação
3) Neutralização
4) Lise
5) Quimiotaxia para Neutrófilos e Macrófagos
6) Opsonização
7) Inflamação
MÚSCULOS
É difícil imaginar um movimento sequer em nosso corpo que não tenha participação de músculos.
Movimentos em nosso esqueleto, manutenção do corpo em posição ereta, movimentos do globo ocular, dilatação ou constrição da pupila nos olhos, focalização da imagem na retina, grau de dilatação ou constrição dos vasos sanguíneos, movimentos do tubo digestório, etc. Em todos estes casos ocorre uma importante participação dos músculos.
Uma importante característica do tecido muscular é a capacidade de alterar o seu comprimento durante o trabalho. 
Podemos dividir, sob o ponto de vista histológico, os músculos em 2 grupos:
Estriados - Apresentam Estriações em suas Fibras
Lisos - Não Apresentam Estriações em suas Fibras
Os músculos estriados, por sua vez, podem ser fisiologicamente subdivididos em 2 grupos:
Esquelético - geralmente inserem-se em ossos do esqueleto e são grandes responsáveis pela movimentação dos mesmos. 
Cardíaco - apesar de ser estriado apresenta características histo-fisiológicas bastante distintas quando comparado aos músculos esqueléticos. 
Os músculos lisos também, quanto às suas características histo-fisiologicas, podem ser subdivididos em 2 grupos:
1) Multiunitários.
2) Viscerais.
MÚSCULOS ESQUELÉTICOS:
Um típico músculo esquelético é formado por numerosos conjuntos de fibras contráteis denominados Fascículos. 
Cada fascículo é constituído, por sua vez, por numerosas Fibras. 
A fibra apresenta uma resistente membrana que separa o seu meio interno do externo, denominada Sarcolema. No interior da fibra se encontra um líquido intracelular denominado sarcoplasma. Submersos no Sarcoplasma encontram-se numerosas unidades menores denominadas Miofibrilas. No interior das miofibrilas encontram-se milhares de delgados filamentos protéicos: Actina e Miosina. 
Vejamos, a seguir, de que forma ocorre o processo contrátil num músculo esquelético:
Os filamentos de Actina e Miosina estão dispostos entre sí de modo organizado, de tal forma que, durante o estado de excitação da fibra, deslizam-se uns sobre os outros. Tal deslizamento força um encurtamento das miofibrilas que estão no interior de uma fibra o que, conseqüentemente, faz com que a fibra inteira acabe também se encurtando. 
Quanto maior é o número de fibras que se contraem simultaneamente durante um trabalho muscular, maior será a força de contração do mesmo. 
Mas, afinal de contas, o que provoca tal deslizamento de filamentos protéicos? 
Um elemento muito importante que se encontra no interior das fibras musculares e que desempenha um papel muito importante no processo contrátil é o íon cálcio. Uma grande quantidade de íons Cálcio se armazena no interior de enormes e numerosos Retículos Sarcoplasmáticos, que se encontram distribuídos no interior das fibras. A permeabilidade ao cálcio na membrana de tais retículos é normalmente pequena e, além disso, existem potentes bombas de cálcio que, ativamente, transportam os tais íons do exterior para o interior dos retículos. Por isso encontramos uma grande concentração de íons cálcio no interior dos retículos sarcoplasmáticos. 
Mas acontece que, ao receber um estímulo em sua placa motora, a fibra muscular se excita e, durante todo o tempo em que a mesma permanece excitada, um grande aumento na permeabilidade aos íons cálcio se verifica na membrana dos retículos sarcoplasmáticos que se encontram em seu interior. Devido ao aumento na permeabilidade aos íons cálcio, um grande fluxo destes íons se verifica do interior para o exterior do retículo sarcoplasmático. Os íons cálcio, então, liberados em grande número para fora dos retículos sarcoplasmáticos, ligam-se quimicamente nas diversas moléculas de Troponina, presentes nos delgados filamentos de Actina. Isso provoca o deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina, tracionados pelas Pontes Cruzadas destes últimos, que se engatam quimicamente em determinados pontos (Pontos Ativos) dos filamentos de actina e os tracionam mecanicamente, como num mecanismo de roda denteada na corrente de uma bicicleta ou numa catraca ou mesmo numa cremalheira.
O processo descrito acima perdura enquanto a fibra muscular se mantém excitada. A mesma se mantém excitada enquanto continua recebendo estímulos químicos através de sua placa motora. A estimulação química na placa motora se faz através da liberação de acetil-colina pela terminação nervosa motora, enquanto os potenciais de ação ocorrem e se propagam à terminação nervosa. Uma vez cessada a excitação da fibra nervosa motora, os potenciais de ação através da mesma também cessam e, conseqüentemente, a excitação da fibra muscular também cessa. Imediatamente a permeabilidade aos íons cálcio na membrana dosdiversos retículos sarcoplasmáticos se reduz, retornando ao normal. Rapidamente, então, a quantidade de íons cálcio no exterior dos retículos sarcoplasmáticos também diminui bastante e, conseqüentemente, a força contrátil se desfaz, devido ao desligamento dos íons cálcio que se encontravam nos filamentos de actina. A fibra muscular, então, se relaxa. 
FATORES QUE DETERMINAM A FORÇA DE CONTRAÇÃO DE UM MÚSCULO ESQUELÉTICO DURANTE SEU TRABALHO:
Quanto maior é o número de fibras musculares utilizadas ao mesmo tempo, num mesmo músculo, durante uma contração do mesmo, maior será a sua força contrátil. 
Num típico músculo esquelético, formado com até milhares de fibras, muitas vezes um grande número de fibras são utilizadas simultaneamente durante um trabalho de contração. 
Embora cada fibra seja individual, isto é, uma vez excitada se contrai mas não passa a excitação para outra fibra qualquer, mesmo que essa outra fibra se encontre muito próxima, normalmente, um grande número de fibras num mesmo músculo são excitadas simultaneamente. 
Existem numerosas fibras que seriam inervadas, embora individualmente, por terminações de ramificações axônicas de uma mesma fibra nervosa motora. Um conjunto de fibras musculares inervadas por ramificações de uma mesma fibra nervosa motora forma aquilo que chamamos de Unidade Motora. Existem numerosas unidades motoras num mesmo músculo, de diversos tamanhos. As maiores, formadas por um grande número de fibras musculares (centenas), geralmente são inervadas por fibras nervosas motoras Mais Calibrosas, de Baixa Excitabilidade. São, portanto, mais dificilmente exitáveis e necessitam de grandes estímulos para que possam se contrair. Já as unidades motoras menores, formadas por um baixo número de fibras musculares (algumas dezenas) são, geralmente, inervadas por fibras nervosas motoras Menos Calibrosas e Mais Excitáveis. São, portanto, muito mais facilmente excitáveis e não exigindo grande intensidade de estímulos para que suas contrações ocorram.
De acordo com as afirmações descritas acima, pode-se concluir que, na medida em que se aumentam a Intensidade dos estímulos numa determinada área motora do sistema nervoso central responsável pela contração de um determinado músculo esquelético, mais intensas seriam suas contrações, pois um número cada vez maior de unidades motoras naquele músculo seriam utilizados. A isto chamamos Somação de Unidades Motoras.
Outro fator importante que interfere na força de contração de um determinado músculo esquelético, é a Freqüência dos potenciais de ação que se dirigem às terminações axônicas que se ligam às suas placas motoras. Quanto maior a freqüência de tais impulsos nervosos, maior será a quantidade de mediadores químicos (acetil-colina) liberados na placa motora muscular e, com isso, maior será a estimulação da mesma. Além disso, as repetidas e rápidas contrações musculares se somam umas às outras e, numa alta freqüência, vão aumentando o estado contrátil das fibras musculares. Portanto, na medida em que aumentamos a Freqüência dos estímulos em um conjunto de fibras nervosas motoras que se dirigem a um músculo esquelético, mais intensas serão as contrações do mesmo devido ao que chamamos de Somação de Ondas. 
MÚSCULOS
(2ª PARTE)
MÚSCULOS LISOS
Suas fibras não apresentam as estriações quando observadas na microscopia e são, portanto, lisas. 
São responsáveis por diversos movimentos que ocorrem, a quase todo momento, nas mais diversas estruturas presentes em nosso corpo, como: 
1) Dilatação ou Constrição Pupilar
2) Focalização da Imagem na Retina (através do controle do espessamento do cristalino, no globo ocular)
3) Grau de Constrição dos Diversos Vasos Sanguíneos
4) Contração de Diversas Vesículas
5) Movimentos do Tubo Digestório
6) Movimentos de Ureteres
7) Bexiga
8) Útero
9) Eriçamento de Pelos etc.
Como podemos notar, são os mais variados segmentos, órgãos ou aparelhos em nosso corpo que apresentam movimentos através dos músculos lisos. 
Embora suas fibras não apresentem estriações, o processo contrátil é, de certa forma, um tanto semelhante ao verificado nas fibras estriadas: Ocorre, durante a contração, um deslizamento de filamentos de actina sobre os de miosina. 
Mas, obviamente, existem diversas diferenças, tanto histológicas como fisiológicas, que merecem alguma descrição:
Dimensões das Fibras:
Tanto em largura como em comprimento, as fibras musculares lisas são bem menores em comparação com as estriadas. 
Quantidade de Filamentos Protéicos:
O número de filamentos de actina e miosina é bastante inferior ao encontrado nas fibras estriadas. 
Força de Contração:
Devido ao menor número de filamentos protéicos, a força de contração é bem menor do que a das fibras estriadas. 
As contrações são também bem mais lentas e com tempo mais prolongado, pois na maioria das fibras lisas não existem retículos sarcoplasmáticos e, quando presentes, estes são pequenos e rudimentares. A maioria dos íons cálcio necessários para desencadear o processo contrátil entra nas fibras através de sua membrana, provenientes do líquido extra celular. Tanto a entrada do cálcio (por difusão simples) quanto a saída  de cálcio (por transporte ativo) são lentas. 
Consumo Energético:
Como há um pequeno número de filamentos protéicos, o consumo energético é também pequeno quando comparado àquele verificado na fibra estriada. 
Estimulação do Músculo:
Os estímulos nas membranas das fibras para que ocorram as contrações não são provenientes de fibras nervosas motoras, como acontecem nos músculos esqueléticos. Não existem sequer placas motoras nas suas membranas. A estimulação nervosa é feita por fibras pertencentes ao Sistema Nervoso Autônomo, que liberam os mediadores químicos (nor-adrenalina e/ou acetil colina) nas proximidades das fibras, provocando a excitação ou inibição da mesmas, dependendo da substância química liberada. Há fibras que se excitam com a nor-adrenalina e se inibem com a acetil colina, enquanto que outras fibras fazem o contrário.
Como a estimulação nervosa é feita por fibras pertencentes ao sistema nervoso autônomo, as contrações independem da nossa vontade e consciência. 
Nem todos os músculos lisos são excitados ou inibidos apenas por fibras nervosas, pois muitos músculos lisos contraem-se ou relaxam-se principalmente em decorrência de estímulos ou inibições não neurais, como: 
1) Hormônios: ocitocina - contrai músculo liso uterino e células mio-epiteliais, presentes nas mamas; progesterona - inibe as contrações uterinas durante a gestação. 
2) Gases: gás carbônico - relaxa músculo liso da parede de vasos sanguíneos enquanto que o oxigênio faz o contrário. 
3) Ácido Lático: relaxa músculo liso da parede de vasos sanguíneos.
4) Adenosina: relaxa músculo liso da parede de vasos sanguíneos.
5) Angiotensina: contrai músculo liso da parede de vasos sanguíneos
Tipos de Músculos Lisos:
De acordo com certas características histológicas e funcionais, podemos dividir em 2 tipos os diversos músculos lisos que possuímos:
Multi-Unitários: Suas fibras são mais independentes umas das outras, não formando sincício funcional. São, geralmente, mais excitadas por estímulos neurais, como acetil colina ou adrenalina. Ex.: músculos pilo-eretores, músculos ciliares, íris.
Viscerais: Existem em maior número, presentes em todas as visceras, parede de vasos sanguíneos, vesículas, ureteres, etc. Suas fibras estão dispostas de forma mais organizada, paralelas, juntando-se e separando-se umas das outras e, com isso, formando sincício entre as mesmas. São, geralmente, mais excitadas ou inibidas por Estímulos Não Neurais, como hormônios, oxigênio, gás carbônico, ácido lático, etc.
SISTEMA CARDIO-VASCULAR
O CORAÇÃO - ANATOMIA
1 - Coronária Direita
2 - Coronária Descendente Anterior Esquerda
3 - Coronária Circunflexa Esquerda
4 - Veia Cava Superior
5 - Veia Cava Inferior
6 - Aorta
7 - Artéria Pulmonar
8 - Veias Pulmonares
9 - Átrio Direito
10 -Ventrículo Direito
11 - Átrio Esquerdo
12 - Ventrículo Esquerdo
13 - Músculos Papilares
14 - Cordoalhas Tendíneas
15 - Válvula Tricúspide
16 - Válvula Mitral
17 - Válvula Pulmonar
CORAÇÃO
Como somos complexos seres multicelulares e como todas as nossas células, enquanto vivas, desempenhando suas funções, necessitam constantemente de nutrição, oxigênio e demais substâncias, é necessário um bombeamento contínuo do sangue por toda a vasta rede vascular que possuímos. Tal bombeamento é feito, o tempo todo, através de uma bomba muscular, que se encontra funcionando desde a nossa vida embrionária, quando nem sequer forma humana ainda tínhamos: o nosso coração. 
O coração pode ser, portanto, considerado como uma importante bomba muscular. 
Como podemos observar na ilustração acima, o nosso coração possui 4 cavidades: 2 átrios e 2 ventrículos. 
Através das 2 veias cavas (inferior e superior) o sangue, venoso, chega ao coração proveniente da grande circulação sistêmica. O coração recebe este sangue através do átrio direito. 
Do átrio direito o sangue, rapidamente, vai passando ao ventrículo direito. Cerca de 70% do enchimento ventricular se faz mesmo antes da contração atrial. Durante a contração atrial completa-se o enchimento ventricular. 
Logo em seguida, com a sístole ventricular, uma boa quantidade de sangue venoso do ventrículo direito é ejetado para a artéria pulmonar. Desta, o sangue segue para uma grande rede de capilares pulmonares. Ao passar através dos capilares pulmonares as moléculas de hemoglobina presentes no interior das hemáceas vão recebendo moléculas de oxigênio que se difundem do interior dos alvéolos, através da membrana respiratória, para o interior dos capilares pulmonares e interior das hemáceas. O gás carbônico, ao mesmo tempo, se difunde em direção contrária, isto é, do interior dos capilares pulmonares para o interior dos alvéolos. Desta maneira o sangue se torna mais enriquecido de oxigênio e menos saturado de gás carbônico. 
Este sangue volta então, mais rico em oxigênio, ao coração. Através das veias pulmonares o sangue atinge o átrio esquerdo e vai rapidamente passando ao ventrículo esquerdo. Com a sístole atrial uma quantidade adicional de sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, completando o enchimento deste. 
Em seguida, com uma nova sístole ventricular, o sangue é ejetado do ventrículo esquerdo para a artéria aorta e desta será distribuído, por uma enorme rede vascular, por toda a circulação sistêmica. 
Após deixar uma boa quantidade de oxigênio nos tecidos, o sangue retorna mais pobre em oxigênio do mesmos, é coletado pelas grandes e calibrosas veias cavas, por onde retorna ao coração, no átrio direito. 
Um jovem saudável, em repouso, apresenta aproximadamente os seguintes volumes de sangue nas câmaras ventriculares:
Volume Diastólico Final (o volume de sangue que se encontra em cada câmara ventricular ao final de uma diástole): 120 a 130 ml. 
Volume Sistólico Final (o volume de sangue que se encontra em cada câmara ventricular ao final de uma sístole): 50 a 60 ml. 
Volume Sistólico ou Débito Sistólico (o volume de sangue ejetado por cada câmara ventricular durante uma sístole): 70 ml. 
Se, durante 1 minuto, um adulto normal em repouso apresenta aproximadamente 70 ciclos (sístoles e diástoles) cardíacos e se, a cada ciclo, aproximadamente 70 ml. de sangue são ejetados numa sístole, podemos concluir que, durante 1 minuto, aproximadamente 5 litros (70 x 70 ml.) de sangue são ejetados por cada ventrículo a cada minuto. O volume de sangue ejetado por cada ventrículo a cada minuto é denominado Débito Cardíaco (DC). 
CORAÇÃO
(2ª PARTE)
REGULAÇÃO DA ATIVIDADE CARDÍACA
Conforme foi dito no último capítulo, o coração, num adulto jovem saudável e em repouso ejeta, a cada minuto, aproximadamente 5 litros de sangue através de cada câmara ventricular. 
Mas acontece que, ao se praticar alguma atividade física mais intensa, com a dilatação acentuada de diversos vasos sanguíneos na musculatura esquelética, uma quantidade bem maior de sangue passa a retornar ao coração. O coração então, nessas ocasiões, passa também a ejetar a mesma quantidade através de seus ventrículos e evitando assim a ocorrência de uma estase sanguínea. Em determinados momentos, com atividade física intensa, o volume de sangue que retorna ao coração chega até a aproximadamente 25 litros por minuto e, ainda assim, muitas vezes o coração é capaz de bombear todo este volume. 
Lei de Frank-Starling:
Estabelece que o coração, dentro de limites fisiológicos, é capaz de ejetar todo o volume de sangue que recebe proveniente do retorno venoso. 
Podemos então concluir que o coração pode regular sua atividade a cada momento, seja aumentando o débito cardíaco, seja reduzindo-o, de acordo com a necessidade. 
Vejamos, portanto, de que forma o coração controla sua atividade:
Controle da Atividade Cardíaca:
O controle da atividade cardíaca se faz tanto de forma intrínseca como também de forma extrínseca. 
Controle Intrínseco:
Ao receber maior volume de sangue proveniente do retorno venoso, as fibras musculares cardíacas se tornam mais distendidas devido ao maior enchimento de suas câmaras. Isso faz com que, ao se contraírem durante a sístole, o fazem com uma maior força. Uma maior força de contração, conseqüentemente, aumenta o volume de sangue ejetado a cada sístole (Volume Sistólico). Aumentando o volume sistólico aumenta também, como conseqüência, o Débito Cardíaco (DC = VS x FC). 
Outra forma de controle intrínseco:
Ao receber maior volume de sangue proveniente do retorno venoso, as fibras musculares cardíacas se tornam mais distendidas devido ao maior enchimento de suas câmaras, inclusive as Fibras de Purkinje. As fibras de Purkinje, mais distendidas, tornam-se mais excitáveis. A maior excitabilidade das mesmas acaba acarretando uma maior freqüência de descarga rítmica na despolarização espontânea de tais fibras. Como conseqüência, um aumento na Freqüência Cardíaca se verifica. O aumento na Freqüência Cardíaca faz com que ocorra também um aumento no Débito Cardíaco (DC = VS X FC). 
Controle Extrínseco:
Além do controle intrínseco o coração também pode aumentar ou reduzir sua atividade dependendo do grau de atividade do Sistema Nervoso Autônomo (SNA). 
O Sistema Nervoso Autônomo, de forma automática e independendo de nossa vontade consciente, exerce influência no funcionamento de diversos tecidos do nosso corpo através dos mediadores químicos liberados pelas terminações de seus 2 tipos de fibras: Simpáticas e Parassimpáticas.
As fibras simpáticas, na sua quase totalidade, liberam Nor-Adrenalina. Ao mesmo tempo, fazendo também parte do Sistema Nervoso Autônomo Simpático, a medula das glândulas Supra Renais liberam uma considerável quantidade de Adrenalina na circulação. 
Já as fibras parassimpática, todas, liberam um outro mediador químico em suas terminações: Acetilcolina. 
Um predomínio da atividade simpática do SNA provoca, no coração, um significativo aumento tanto na freqüência cardíaca como também na força de contração. Como conseqüência ocorre um considerável aumento no débito cardíaco. 
Já um predomínio da atividade parassimpática do SNA, com a liberação de acetilcolina pelas suas terminações nervosas, provoca um efeito oposto no coração: redução na freqüência cardíaca e redução na força de contração. Como conseqüência, redução considerável no débito cardíaco. 
Na aula prática sobre coração isolado de anfíbio podemos observar os efeitos isolados, não somente da adrenalina ou acetilcolina, mas também de várias outras substâncias na freqüência cardíaca e na força de contração do coração.
CORAÇÃO
(3ª PARTE)
CORAÇÃO ISOLADO DE ANFÍBIO
Na aula sobre coração isolado pudemos isolar um coração de um anfíbio (rã) e observá-lo durante vários minutos em atividade própria, mesmo fora do controle do animal. Pudemos constatar,então, que o coração realmente apresenta células auto-excitáveis, através das quais o mesmo desenvolve uma ritmicidade própria. Observamos também o seu controle intrínseco, isto é, recebendo um maior volume de líquido, imediatamente, um maior volume era bombeado pelas suas câmaras e recebendo um menor volume, o contrário ocorria. 
Algo um tanto interessante, entretanto, foi observar o efeito de diversas substâncias químicas colocadas isoladamente no interior do coração: Várias dessas substâncias apresentavam a capacidade de alterar a freqüência cardíaca, a força de contração ou mesmo ambas. 
Sabemos que o tecido cardíaco apresenta 2 tipos de receptores químicos: receptores β1 e γ
Substâncias β1 agonistas provocam um aumento na freqüência cardíaca e um aumento na força de contração. 
Substâncias γ agonistas, ao contrário, provocam uma redução na freqüência cardíaca e uma redução na força de contração. 
Vejamos, na tabela abaixo, os efeitos observados pelas diversas substâncias colocadas no interior de um coração isolado e seus respectivos efeitos na força de contração e na freqüência rítmica do mesmo:
	Drogas/Substâncias
	Receptores
	Força de Contração
	Freqüência Cardíaca
	Nor-Adrenalina
	α
	---
	---
	Adrenalina
	α=β1=β2
	Aumenta
	Aumenta
	Acetilcolina
	γ
	Reduz
	Reduz
	Isoproterenol
	β1=β2
	Aumenta
	Aumenta
	Salbutamol
	β1<β2
	Aumenta Discretamente
	Aumenta Discretamente
	Fenoterol
	β1<β2
	Aumenta Discretamente
	Aumenta Discretamente
	Terbutalina
	β1<β2
	Aumenta Discretamente
	Aumenta Discretamente
	Propanolol
	β Bloqueador
	Reduz
	Reduz
	Atropina
	γ Bloqueador
	Aumenta
	Aumenta
	Cloreto de Potássio
	---
	---
	Parada Cardíaca
	Gluconato de Cálcio
	---
	Aumenta
	Parada Cardíaca
Efeitos das Diversas Substâncias Utilizadas em Aula Prática na Força de Contração e Freqüência Cardíaca de um Coração de Anfíbio
CORAÇÃO
(SISTEMA DE PURKINJE)
A ritmicidade própria do coração, assim como o sincronismo na contração de suas câmaras, é feito graças um interessante sistema condutor e excitatório presente no tecido cardíaco: O Sistema de Purkinje. Este sistema é formado por Fibras Auto-Excitáveis e que se distribuem de forma bastante organizada pela massa muscular cardíaca. 
Podemos conferir, na ilustração abaixo, como se distribuem as diversas fibras que formam o Sistema de Purkinje: 
1) Nodo Sinu-Atrial (SA): Também chamado nodo Sinusal, é de onde partem os impulsos, a cada ciclo, que se distribuem por todo o restante do coração. Por isso pode ser considerado o nosso Marcapasso Natural. Localiza-se na parede lateral do átrio direito, próximo à abertura da veia cava superior. Apresenta uma freqüência de descarga rítmica de aproximadamente 70 despolarizações (e repolarizações) a cada minuto. A cada despolarização forma-se uma onda de impulso que se distribui, a partir deste nodo, por toda a massa muscular que forma o sincício atrial, provocando a contração do mesmo. Cerca de 0,04 segundos após a partida do impulso do nodo SA, através de fibras denominadas internodais, o impulso chega ao Nodo AV. 
	2) Nodo Atrio-Ventricular (AV): Chegando o impulso a este nodo, demorará aproximadamente 0,12 segundos para seguir em frente e atingir o Feixe AV, que vem logo a seguir. Portanto este nodo, localizado em uma região bem baixa do sincício atrial, tem por função principal retardar a passagem do impulso antes que o mesmo atinja o sincício ventricular. Isto é necessário para que o enchimento das câmaras ventriculares ocorra antes da contração das mesmas pois, no momento em que as câmaras atriais estariam em sístole (contraídas), as ventriculares ainda estariam em diástole (relaxadas). Após a passagem, lenta, através do nodo AV, o impulso segue em frente e atinge o feixe AV.
	3) Feixe AV: Através do mesmo o impulso segue com grande rapidez em frente e atinge um segmento que se divide em 2 ramos:
4) Ramos Direito e Esquerdo do Feixe de Hiss: Através destes ramos, paralelamente, o impulso segue com grande rapidez em direção ao ápice do coração, acompanhando o septo interventricular. Ao atingir o ápice do coração, cada ramo segue, numa volta de quase 180 graus, em direção à base do coração, desta vez seguindo a parede lateral de cada ventrículo. Note que cada ramo emite uma grande quantidade de ramificações. Estas têm por finalidade otimizar a chegada dos impulsos através da maior quantidade possível e no mais curto espaço de tempo possível por todo o sincício ventricular. Com a chegada dos impulsos no sincício ventricular, rapidamente e com uma grande força, ocorre a contração de todas as suas fibras. A contração das câmaras ventriculares reduz acentuadamente o volume das mesmas, o que faz com que um considerável volume de sangue seja ejetado, do ventrículo direito para a artéria pulmonar e, do ventrículo esquerdo para a artéria aorta. 
Algo interessante de se verificar no músculo cardíaco é a forma como suas fibras se dispõem, umas junto às outras, juntando-se e separando-se entre sí, como podemos observar na ilustração abaixo.
Uma grande vantagem neste tipo de disposição de fibras é que o impulso, uma vez atingindo uma célula, passa com grande facilidade às outras que compõem o mesmo conjunto, atingindo-o por completo após alguns centésimos de segundos. A este conjunto de fibras, unidas entre sí, damos o nome de sincício. Portanto podemos dizer que existe uma natureza sincicial no músculo cardíaco. 
Existem, na verdade, 2 sincícios funcionais formando o coração: Um sincício atrial e um sincício ventricular. Um sincício é separado do outro por uma camada de tecido fibroso. Isto possibilita que a contração nas fibras que compõem o sincício atrial ocorra num tempo diferente da que ocorre no sincício ventricular. 
SISTEMA CARDIO-VASCULAR
(HEMODINÂMICA)
Durante todo o tempo o sangue flui, constantemente, por uma vasta rede vascular por todos os nossos tecidos.
O coração bombeia continuamente, a cada sístole, um certo volume de sangue para nossas artérias. O sangue encontra uma certa resistência ao fluxo, proporcionada em grande parte pelo próprio atrito das moléculas e células sanguíneas contra a parede de um longo caminho encontrado a frente através de nossos vasos sanguíneos, de variados diâmetros e numerosas ramificações.
O fluxo sanguíneo varia bastante nos diferentes tecidos. Determinados tecidos necessitam de um fluxo bem maior do que outros. Tecidos como músculos esqueléticos apresentam grandes variações no fluxo sanguíneo através dos mesmos em diferentes situações: Durante o repouso o fluxo é relativamente pequeno, mas aumenta significativamente durante o trabalho, quando o consumo de oxigênio e demais nutrientes aumenta e a produção de gás carbônico e outros elementos também aumenta.
Através de uma vasodilatação ou de uma vasoconstrição, a cada momento, o fluxo sanguíneo num tecido pode aumentar ou diminuir, devido a uma menor ou maior resistência proporcionada ao mesmo.
Dois importantes fatores que determinam o fluxo num vaso pode ser demonstrado pela seguinte fórmula:
FLUXO = PRESSÃO / RESISTÊNCIA
Diante disso podemos concluir que, aumentando a pressão, o fluxo aumenta; aumentando a resistência, o fluxo diminui.
A resistência ao fluxo, por sua vez, depende de diversos outros fatores: 
Comprimento do Vaso: Quanto mais longo o caminho a ser percorrido pelo sangue num tecido, maior será a resistência oferecida ao fluxo. Portanto, quanto maior for o comprimento de um vaso, maior será a resistência ao fluxo sanguíneo através do próprio vaso.
Diâmetro do Vaso: Vasos de diferentes diâmetros também oferecem diferentes resistências ao fluxo através dos mesmos. Pequenas variações no diâmetro de um vaso proporcionam grandes variações na resistência ao fluxo e, conseqüentemente, grandes variações no fluxo. Vejamos: Se um determinado vaso aumenta 2 vezes seu diâmetro, através de uma vasodilatação, a resistência ao fluxo sanguíneo através do mesmo vaso (desde que as demaiscondições permaneçam inalteradas) reduz 16 vezes e o fluxo, conseqüentemente, aumenta 16 vezes. Existem situações em que um vaso chega a aumentar em 4 vezes seu próprio diâmetro. Isso é suficiente para aumentar o fluxo em 256 vezes. Podemos concluir então que a resistência oferecida ao fluxo sanguíneo através de um vaso é inversamente proporcional à variação do diâmetro deste mesmo vaso, elevada à quarta potência.
Viscosidade do Sangue: O sangue apresenta uma viscosidade aproximadamente 3 vezes maior do que a da água. Portanto, existe cerca de 3 vezes mais resistência ao fluxo do sangue do que ao fluxo da água através de um vaso. O sangue de uma pessoa anêmica apresenta menor viscosidade e, conseqüentemente, um maior fluxo através de seus vasos. Isso pode facilmente ser verificado pela taquicardia constante que tais pessoas apresentam.
Diante dos diferentes fatores citados acima e de que forma os mesmos interferem no fluxo sanguíneo, podemos melhor entender a Lei de Poiseuille:
FLUXO = DP.(D)4 /  V.C
Onde:
ΔP = Variação de Pressão entre um segmento e outro do segmento vascular. 
C = Comprimento do vaso. 
V = Viscosidade do sangue. 
D = Diâmetro do vaso.
VELOCIDADE DO SANGUE:
A Velocidade do sangue nos vasos também varia dependendo do diâmetro do vaso: Quanto maior o diâmetro de um vaso, menor será a velocidade do sangue para que um mesmo fluxo ocorra através deste vaso. 
Vejamos um exemplo:
A área de secção de reta da artéria aorta é de aproximadamente 2,5 cm2. Já a área de secção de reta de todos os capilares existentes no nosso corpo (somados) seria de, aproximadamente, 1000 vezes maior do que a da aorta (2,5 cm2 X 1.000 = 2500 cm2 = 25 m2). 
A velocidade do sangue na artéria aorta é de, aproximadamente, 30 cm/segundo. Sendo assim, a velocidade do sangue num capilar seria de, aproximadamente, 1.000 vezes menor, ou seja, 30 cm/seg / 1.000 = 0,3 mm/seg.
SISTEMA CARDIO-VASCULAR
CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL
Conforme pudemos constatar no tópico “hemodinâmica”, o fluxo sanguíneo no interior dos vasos depende diretamente da pressão arterial: quanto maior a pressão, maior é o fluxo. 
Portanto, é muito importante que nós tenhamos uma adequada pressão arterial pois, se esta for muito baixa, o fluxo será insuficiente para nutrir todos os tecidos; por outro lado, uma pressão excessivamente elevada pode, além de sobrecarregar o coração, acelerar o processo de envelhecimento das artérias e, pior ainda, aumentar o risco de um acidente vascular (do tipo derrame cerebral). 
Para que a pressão arterial em nosso corpo não seja nem elevada demais nem baixa demais, possuímos alguns sistemas que visam controlar nossa pressão arterial. 
Destacamos abaixo 3 mecanismos importantes que atuam no controle de nossa pressão arterial: 
MECANISMO NEURAL
Como o próprio nome diz, envolve a importante participação do Sistema Nervoso. Não é o mecanismo mais importante, porém é o mais rápido em sua ação. 
Situado no tronco cerebral, na base do cérebro, um circuito neuronal funciona a todo o momento, estejamos nós acordados ou dormindo, em pé ou sentados ou mesmo deitados, controlando, entre outras coisas, a nossa freqüência cardíaca, força de contração do coração e tônus vascular de grande parte de nossos vasos. Tal circuito denomina-se Centro Vasomotor. 
Quanto maior a atividade do centro vasomotor, maior é a freqüência cardíaca, maior é a força de contração do coração e maior é a vasoconstrição em um grande número de vasos. 
Ora, o aumento da freqüência cardíaca e da força de contração provocam um aumento no Débito Cardíaco; o aumento na vasoconstrição provoca um aumento na resistência ao fluxo sanguíneo. Lembremos da seguinte fórmula:
PRESSÃO ARTERIAL = DÉBITO CARDÍACO X RESISTÊNCIA.
Podemos então concluir que, o aumento da atividade do Centro Vasomotor induz a um conseqüente aumento na Pressão Arterial. 
Na parede da artéria aorta, numa região denominada Croça da Aorta, e também nas artérias carótidas, na região onde as mesmas se bifurcam (Seios Carotídeos), possuímos um conjunto de células auto-excitáveis que se excitam especialmente com a distensão dessas grandes e importantes artérias. A cada aumento na pressão hidrostática no interior dessas artérias, maior a distensão na parede das mesmas e, conseqüentemente, maior é a excitação dos tais receptores. Por isso estes receptores são denominados baroceptores (receptores de pressão). Acontece que esses Baroceptores enviam sinais nervosos Inibitórios ao Centro Vasomotor, reduzindo a atividade deste e, conseqüentemente, Reduzindo a Pressão Arterial. 
Portanto, quando a pressão naquelas importantes artérias aumenta (ex.: no momento em que deitamos), os baroceptores aórticos e carotídeos se tornam mais excitados e, com isso, inibem mais intensamente o nosso Centro Vasomotor, localizado no tronco cerebral. Com isso a nossa pressão arterial diminui; por outro lado, quando a pressão naquelas artérias diminui (ex.: no momento em que nos levantamos), os tais baroceptores se tornam menos excitados e, com isso, inibem menos intensamente o nosso Centro Vasomotor, o que provoca um aumento na pressão arterial. 
MECANISMO RENAL
Este é o mais importante e pode ser subdividido em 2 mecanismos: hemodinâmico e hormonal. 
Hemodinâmico:
Um aumento na pressão arterial provoca também um aumento na pressão hidrostática nos capilares glomerulares, no nefron. Isto faz com que haja um Aumento na Filtração Glomerular, o que aumenta o volume de filtrado e, conseqüentemente, o volume de urina. O aumento na diurese faz com que se reduza o volume do nosso compartimento extra-celular. Reduzindo tal compartimento reduz-se também o volume sanguíneo e, conseqüentemente, o débito cardíaco. Tudo isso acaba levando a uma redução da pressão arterial. 
Hormonal:
Uma redução na pressão arterial faz com que haja como conseqüência uma redução no fluxo sanguíneo renal e uma redução na filtração glomerular com conseqüente redução no volume de filtrado. Isso faz com que umas células denominadas Justaglomerulares, localizadas na parede de arteríolas aferentes e eferentes no nefron, liberem uma maior quantidade de uma substância denominada Renina. A tal renina age numa proteína plasmática chamada Angiotensinogênio transformando-a em angiotensina-1. A Angiotensina-1 é então transformada em angiotensina-2 através da ação de algumas enzimas. A Angiotensina-2 é um potente Vasoconstritor: provoca um aumento na resistência vascular e, consequentemente, aumento na pressão arterial; além disso, a angiotensina-2 também faz com que a glândula supra-renal libere maior quantidade de um hormônio chamado Aldosterona na circulação. A aldosterona atua principalmente no túbulo contornado distal do nefron fazendo com que no mesmo ocorra uma maior reabsorção de sal e água. Isso acaba provocando um aumento no volume sanguíneo e, conseqüentemente, um aumento no débito cardíaco e na pressão arterial. 
DESVIO DO FLUIDO CAPILAR
É o mais simples de todos:
Através dos numerosos capilares que possuímos em nossos tecidos, o sangue flui constantemente graças a uma Pressão Hidrostática a qual é submetido. Os capilares são fenestrados e, portanto, moléculas pequenas como água podem, com grande facilidade e rapidez, passar tanto de dentro para fora como de fora para dentro dos através da parede dos capilares. A pressão hidrostática, no interior dos capilares, força constantemente a saída de água para fora dos capilares. Felizmente há uma Pressão Oncótica (ou Pressão Coloidosmótica), exercida por colóides em suspensão no plasma (como proteínas plasmáticas) que força, também constantemente, a entrada de água para dentro dos capilares. Normalmente há um certo equilíbrio: a mesma quantidade de água que sai, também entra. Mas quando ocorre um aumento ou redução anormal na pressão hidrostática no interior dos capilares, observamos também um aumento ou uma redução mais acentuada na saída de água através da parede dos mesmos capilares. Isso faz com que fiquemoscom um volume sanguíneo mais reduzido ou mais aumentado, dependendo do caso, o que certamente influi na pressão arterial, reduzindo-a ou aumentando-a.
SISTEMA RESPIRATÓRIO
VENTILAÇÃO PULMONAR
Nossas células necessitam, enquanto vivas e desempenhando suas funções, de um suprimento contínuo de oxigênio para que, num processo químico de respiração celular, possam gerar a energia necessária para seu perfeito funcionamento e produção de trabalho. 
Da mesma forma que um motor de automóvel necessita, para produzir seu trabalho mecânico, além da fonte de energia orgânica fornecida pelo combustível (gasolina, álcool ou diesel), de fornecimento constante de oxigênio; da mesma forma que uma chama num palito de fósforo, para permanecer acesa necessita, além da matéria orgânica presente na madeira do palito, também de oxigênio, nossas células também, para manterem seu perfeito funcionamento necessitam, além da fonte de energia proporcionada pelos diversos alimentos, de um fornecimento constante de oxigênio. 
O oxigênio existe em abundância em nossa atmosfera. E para captá-lo necessitamos de nosso aparelho respiratório. Através deste, parte do oxigênio da atmosfera se difunde através de uma membrana respiratória e atinge a nossa corrente sanguínea, é transportado pelo nosso sangue e levado às diversas células presentes nos diversos tecidos. As células, após utilizarem o oxigênio, liberam gás carbônico que, após ser transportado pela mesma corrente sanguínea, é eliminado na atmosfera também pelo mesmo aparelho respiratório. 
Para que seja possível uma adequada difusão de gases através da membrana respiratória, oxigênio passando do interior dos alvéolos para o sangue presente nos capilares pulmonares e o gás carbônico se difundindo em sentido contrário, é necessário um processo constante de Ventilação Pulmonar. 
A ventilação pulmonar consiste numa renovação contínua do ar presente no interior dos alvéolos. Para que isso ocorra é necessário que, durante o tempo todo, ocorram movimentos que proporcionem insuflação e desinsuflação de todos ou quase todos os alvéolos. Isso provoca, no interior dos alvéolos, uma pressão ligeiramente, ora mais negativa, ora mais positiva do que aquela presente na atmosfera. 
Durante a inspiração, devido a uma pressão intra-alveolar de aproximadamente 3 mmHg. mais negativa do que a atmosférica, uma certa quantidade de ar atmosférico é inalado pelo aparelho respiratório; durante a expiração, devido a uma pressão intra-alveolar de aproximadamente 3 mmHg. Mais positiva do que a atmosférica, a mesma quantidade de ar é devolvida para a atmosfera. 
Para que possamos insuflar e desinsuflar nossos alvéolos, devemos inflar e desinflar nossos pulmões. Isso é possível através de movimentos que acarretem aumento e redução do volume no interior da nossa caixa torácica, onde nossos pulmões estão localizados. 
Podemos expandir o volume de nossa caixa torácica levantando nossas costelas e contraindo o nosso músculo diafragma. Para retrairmos o volume da caixa torácica fazemos exatamente o contrário: rebaixamos nossas costelas enquanto relaxamos o nosso diafragma. 
Portanto temos diversos músculos que nos são bastante importantes durante nossa respiração: 
Músculos Utilizados na Inspiração: diafragma, esternocleidomastoideos, intercostais externos, escalenos, serráteis anteriores. 
Músculos Utilizados na Expiração: intercostais internos, retos abdominais e demais músculos localizados na parede anterior do abdomen. 
Durante a inspiração e durante a expiração, o ar passa por diversos e diferentes segmentos que fazem parte do aparelho respiratório:
Nariz: É o primeiro segmento por onde, de preferência, passa o ar durante a inspiração. Ao passar pelo nariz, o ar é filtrado, umidificado e aquecido. Na impossibilidade eventual da passagem do ar pelo nariz, tal passagem pode acontecer por um atalho, a boca. Mas infelizmente, quando isso acontece, o ar não sofre as importantes modificações descritas acima. 
Faringe: Após a passagem pelo nariz, antes de atingir a laringe, o ar deve passar pela faringe, segmento que também serve de passagem para os alimentos. 
Laringe: Normalmente permite apenas a passagem de ar. Durante a deglutição de algum alimento, uma pequena membrana (epiglote) obstrui a abertura da laringe, o que dificulta a passagem fragmentos que não sejam ar para as vias respiratórias inferiores. Na laringe localizam-se também as cordas vocais, responsáveis para produção de nossa voz. 
Traquéia: Pequeno tubo cartilaginoso que liga as vias respiratórias superiores às inferiores, logo abaixo. 
Brônquios: São numerosos e ramificam-se também numerosamente, como galhos de árvore. Permitem a passagem do ar em direção aos alvéolos. 
Bronquíolos: Mais delgados, estão entre os brônquios e os sacos alveolares, de onde saem os alvéolos. 
Por toda a mucosa respiratória, desde o nariz até os bronquíolos, existem numerosas células ciliadas, com cílios móveis, e grande produção de muco. Tudo isso ajuda bastante na constante limpeza do ar que flui através das vias respiratórias. 
Os alvéolos apresentam uma certa tendência ao colabamento. Tal colabamento somente não ocorre normalmente devido à pressão mais negativa presente no espaço pleura, o que força os pulmões a se manterem expandidos. O grande fator responsável pela tendência de colabamento dos alvéolos é um fenômeno chamado Tensão Superficial. A Tensão Superficial ocorre no interior dos alvéolos devido a grande quantidade de moléculas de água ali presente e revestindo, inclusive, toda a parede interna dos alvéolos. A Tensão Superficial no interior dos alvéolos certamente seria bem maior do que já o é se não fosse a presença, nos líquidos que revestem os alvéolos, de uma substância chamada surfactante pulmonar. O surfactante pulmonar é formado basicamente de fosfolipídeos (dipalmitoil lecitina) por células presentes no epitélio alveolar. A grande importância do surfactante pulmonar é sua capacidade de reduzir significativamente a tensão superficial dos líquidos que revestem o interior dos alvéolos e demais vias respiratórias. 
SISTEMA RESPIRATÓRIO
VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES
A cada ciclo respiratório que executamos, um certo volume de ar entra e sai de nossas vias respiratórias durante uma inspiração e uma expiração, respectivamente. Em uma situação de repouso, em um jovem e saudável adulto, aproximadamente 500 ml de ar entram e saem a cada ciclo. Este volume de ar, que inspiramos e expiramos normalmente a cada ciclo, corresponde ao que chamamos de Volume Corrente. 
Além do volume corrente, inspirado em uma respiração normal, numa situação de necessidade podemos inspirar um volume muitas vezes maior, numa inspiração forçada e profunda. Tal volume é chamado de Volume de Reserva Inspiratório e corresponde a, aproximadamente, 3.000 ml de ar num jovem e saudável adulto. 
Da mesma forma, se desejarmos, podemos expirar profundamente, além do volume que normalmente expiramos em repouso, um maior volume de ar que é denominado Volume de Reserva Expiratório e corresponde a, aproximadamente, 1.100 ml. 
Mesmo após uma expiração profunda, um considerável volume de ar ainda permanece no interior de nossas vias aéreas e de nossos alvéolos. Trata-se do Volume Residual, de aproximadamente 1.200 ml. 
O Volume de Reserva Inspiratório somado ao Volume Corrente corresponde ao que chamamos de Capacidade Inspiratória (aprox. 3.500 ml). 
O Volume de Reserva Expiratório somado ao Volume Residual corresponde ao que chamamos de Capacidade Residual Funcional (aprox. 2.300 ml). 
O Volume de Reserva Inspiratório somado ao Volume Corrente mais o Volume de Reserva Expiratório corresponde à Capacidade Vital (aprox. 4.600 ml). 
Finalmente, a soma dos Volumes Corrente, de Reserva Inspiratório, de Reserva Expiratório mais o Volume Residual, corresponde à nossa Capacidade Pulmonar Total (aprox. 5.800 ml). 
Se multiplicarmoso volume de ar inspirado e expirado normalmente pela freqüência respiratória (número de ciclos respiratórios a cada minuto), obteremos o volume de ar inspirado e expirado durante 1 minuto: Tal volume é conhecido como Volume Minuto Respiratório (aprox. 6.000 ml/min):
Volume Minuto Respiratório = Volume Corrente.Freqüência Respiratória
Se subtrairmos o Volume Corrente daquele volume que permanece no interior de nosso espaço morto anatômico-fisiológico (aprox. 150 ml), obteremos o nosso Volume Alveolar (350 ml): 
Volume Alveolar = Volume Corrente - Volume do Espaço Morto
O Volume Alveolar multiplicado pela freqüência respiratória nos traz um valor que é conhecido como Ventilação Alveolar (4.200 ml/min): 
Ventilação Alveolar = (Vol. Corrente - Vol. espaço morto).Freq. Respiratória
SISTEMA RESPIRATÓRIO
TROCAS GASOSAS
O ar atmosférico, que respiramos, é composto basicamente dos seguintes elementos: Nitrogênio, Oxigênio, Gás Carbônico e Água. 
Quando o inalamos, conforme o ar vai passando através de nossas vias respiratórias, durante a inspiração, sofre algumas modificações quanto às proporções de seus elementos básicos, pois ocorre uma significativa umidificação do ar e este se mistura com um outro ar muito mais rico em dióxido de carbono, que se difunde constantemente do sangue dos capilares pulmonares para o interior dos alvéolos.
O sangue venoso bombeado pelo ventrículo direito chega aos pulmões e flui pelos capilares pulmonares com pressões parciais de oxigênio e gás carbônico, respectivamente, de 40 mmHg. e 45 mmHg. 
Na medida em que este sangue venoso flui pelos capilares pulmonares o oxigênio, em maior pressão no interior dos alvéolos (104 mmHg.) do que no sangue (40 mmHg.) se difunde do ar alveolar para o sangue. Já o gás carbônico, em maior pressão no sangue venoso (45 mmHg.) do que no ar alveolar (40 mmHg.), difunde-se em sentido contrário. 
Desta forma o sangue, após circular pelos capilares pulmonares, retorna ao coração (átrio esquerdo) através das veias pulmonares, com pressões parciais de oxigênio e gás carbônico de, respectivamente, 95 mmHg. e 40 mmHg. 
O coração então, através do ventrículo esquerdo, ejeta este sangue para a circulação sistêmica. Através desta o sangue fluirá por uma riquíssima rede de capilares teciduais. Ao passar por tecidos que se encontram com baixa concentração de oxigênio, este se difunde do sangue para os tecidos e depois para as células, que o consomem constantemente. Em troca, estas mesmas células fornecem o gás carbônico que, em maior concentração no interior destas células e nos tecidos do que no sangue, difundem-se em sentido contrário, isto é, das células para os tecidos e destes para o sangue. 
O sangue retorna, então, novamente para o coração (átrio direito), pobre em oxigênio e mais rico em gás carbônico. O coração novamente o ejeta à circulação pulmonar e tudo se repete. 
TRANSPORTE DOS GASES NO SANGUE:
Quase todo o oxigênio é transportado, no sangue, ligado à hemoglobina, presente em grande quantidade no interior das hemácias. 
Já o gás carbônico, apenas 23% é transportado ligado à hemoglobina (carbamino-hemoglobina). Cerca de 7% é transportado livre, dissolvido no plasma e, os 70% restantes, na forma de bicarbonato. Para se transformar em bicarbonato, inicialmente o gás carbônico se difunde para o interior da hemácia. Em seguida reage com água lá presente e, graças a uma enzima chamada anidrase carbônica, forma ácido carbônico. O ácido carbônico rapidamente se dissocia em hidrogênio livre mais íon bicarbonato. Este sai da hemácia ao mesmo tempo em que o íon cloreto entra, e segue transportado no plasma. 
SISTEMA RESPIRATÓRIO
REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO
Durante uma situação de repouso inspiramos e expiramos aproximadamente 500 ml de ar a cada ciclo. Em repouso executamos aproximadamente 12 ciclos a cada minuto. Portanto, aproximadamente 6.000 ml de ar entram e saem de nossas vias aéreas durante 1 minuto. 
Quando executamos uma atividade física aumentada, nossas células produzem uma quantidade bem maior de gás carbônico e consomem também quantidade bem maior de oxigênio. Por isso devemos aumentar também bastante nossa ventilação pulmonar pois, caso isso não ocorra, teremos no nosso sangue uma situação de Hipercapnia e Hipóxia. Tanto a hipercapnia quanto a hipóxia podem nos levar a um estado de Acidose. A acidose, se não tratada, pode nos levar a um estado de coma e, posteriormente, à morte. 
Tudo isso normalmente é evitado graças a um mecanismo automático que regula, a cada momento, nossa respiração, de acordo com a nossa necessidade a cada instante. 
No tronco cerebral, na base do cérebro, possuímos um conjunto de neurônios encarregados de controlar a cada instante a nossa respiração: Trata-se do Centro Respiratório. 
O Centro Respiratório é dividido em várias áreas ou zonas com funções específicas cada uma:
Zona Inspiratória:
É a zona responsável por nossa inspiração. Apresenta células auto-excitáveis que, a cada 5 segundos aproximadamente, se excitam e fazem com que, durante aproximadamente 2 segundos nos inspiremos. A partir desta zona parte um conjunto de fibras (Via Inspiratória) que descem através da medula e se dirigem a diversos neurônios motores responsáveis pelo controle dos nossos diversos músculos da inspiração. 
Zona Expiratória:
Quando ativada, emite impulsos que descem através de uma via expiratória e que se dirigem a diversos neurônios motores responsáveis pelos nossos músculos da expiração. Através de um mecanismo de inibição recíproca, quando esta zona entra em atividade, a zona inspiratória entra em repouso, e vice-versa. Durante uma respiração em repouso a zona expiratória permanece constantemente em repouso, mesmo durante a expiração. Acontece que, em repouso, não necessitamos utilizar nossos músculos da expiração, apenas relaxamos os músculos da inspiração e a expiração acontece passivamente. 
Zona Pneumotáxica:
Constantemente em atividade, tem como função principal inibir (ou limitar) a inspiração. Emite impulsos inibitórios à zona inspiratória e, dessa forma, limita a duração da inspiração. Portanto, quando em atividade aumentada, a inspiração torna-se mais curta e a freqüência respiratória, conseqüentemente, aumenta. 
Zona Quimiossensível:
Situada entre as zonas inspiratória e expiratória, controla a atividade de ambas. Quanto maior a atividade da zona quimiossensível, maior será a ventilação pulmonar. Esta zona aumenta sua atividade especialmente quando certas alterações gasométricas ocorrem: Aumento de Gás Carbônico, Aumento de íons Hidrogênio livres (redução de pH) e, em menor grau, redução de Oxigênio. 
O fator que provoca maior excitação na zona quimiossensível, na verdade, é o aumento na concentração de íons Hidrogênio livres no meio, isto é, uma situação de acidose. 
Mas acontece que, na prática, verificamos que um aumento de gás carbônico no sangue (hipercapnia) provoca muito mais o aumento na atividade da zona quimiossensível do que um aumento na concentração de Hidrogênio em igual proporção no sangue. Isso ocorre porque o gás carbônico apresenta uma solubilidade muitas vezes maior do que a do hidrogênio e, com isso, atravessa a membrana das células nervosas com muito mais facilidade. No interior das células da zona quimiossensível, o gás carbônico reage com a água lá presente e, graças à enzima Anidrase Carbônica, rapidamente forma Ácido Carbônico. Este, então, se dissocia formando íon bicarbonato + íon Hidrogênio livre, sendo este último exatamente o que mais excita a zona quimiossensível.
A Hipóxia também excita a zona quimiossensível, mas de uma outra maneira bem diferente: Na croça da aorta e nos seios carotídeos existem receptores muito sensíveis a uma queda na concentração de oxigênio no sangue: os Quimioceptores (Aórticos e Carotídeos). Quando a concentração de oxigênio no sangue se torna mais baixo do que a desejável, estes receptores se excitam mais intensamente e enviam sinais à zona quimiossensível aumentandoa excitabilidade desta e, com isso, aumentando a ventilação pulmonar. 
EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA VENTILAÇÃO PULMONAR
Um aumento da atividade física também provoca aumento na ventilação pulmonar de outras formas:
Impulsos provenientes da área motora cortical, responsável pelo comando consciente de nossa atividade motora, ao se dirigirem para baixo, em direção à medula, passam pelo tronco cerebral (além de outras áreas) e fazem conecções com alguns neurônios desta região. Isso pode provocar aumento na ventilação pulmonar, muitas vezes mesmo antes que as alterações gasométricas (hipercapnia, hipóxia ou acidose) aconteçam. 
Movimentos passivos também podem aumentar a ventilação pulmonar: Na profundidade de nossos músculos esqueléticos, nos tendões e mesmo no interior de muitas das nossas cápsulas articulares, possuímos receptores que se excitam a cada movimento dessas estruturas. Ao se excitarem, enviam impulsos que se dirigem à medula e também, muitas vezes, ao encéfalo, passando pelo tronco cerebral e fazendo conexões com neurônios do Centro Respiratório.
SISTEMA DIGESTÓRIO
É o sistema encarregado de captar os diversos elementos nutritivos presentes nos alimentos, necessários à sobrevivência e ao funcionamento das numerosas células presentes em nosso organismo. 
Logo após serem introduzidos na boca, os alimentos já começam a sofrer um processo de transformação, são triturados, amassados, misturados com diversas secreções e vão passando por diversos segmentos ao longo do tubo digestório. Durante esta passagem pelo tubo digestório, os alimentos vão sendo transformados, as moléculas grandes de proteínas, polissacarídeos e gorduras vão sendo fragmentadas até que estejam em condições de serem absorvidas através da parede deste mesmo trato digestório. 
Vejamos o que acontece com os alimentos a partir do momento em que os mesmos são introduzidos no tubo digestório:
Boca: É a porta de entrada dos alimentos. Durante o curto período de tempo em que os mesmos permanecem em seu interior, sofrem um importante processo de trituração, através da Mastigação. 
Enquanto são mastigados, vão entrando em contato com uma secreção digestiva: a Saliva. 
A saliva é composta basicamente de Água, Muco e Enzima. 
A Água proporciona uma Fluidificação no alimento. 
O Muco proporciona uma Lubrificação, amacia o alimento e, com isso, facilita consideravelmente sua deglutição. 
A Enzima presente na saliva é a Ptialina, também conhecida como amilase salivar, que inicia o processo de Digestão dos Carboidratos presente no alimento. 
A secreção salivar é controlada pelos Núcleos Salivatórios, localizados no tronco cerebral. 
Alimentos de consistência homogênea, lisos e de sabor agradável, estimulam a secreção salivar e, conseqüentemente, facilitam a deglutição dos mesmos. 
A secreção salivar não é estimulada apenas pela presença dos alimentos na boca. 
Mesmo antes do contato do alimento com a mucosa bucal, um simples pensamento a respeito de um desejado alimento, o seu aroma ou a visão do mesmo já estimula a secreção da saliva. Seria uma fase da secreção salivar denominada Fase Psíquica. 
Outra fase seria a Fase Gustativa, estimulada pelo contato do alimento na mucosa bucal, enquanto o mesmo seria degustado e apreciado. 
Uma terceira fase (Fase Gastrintestinal) ocorreria durante a permanência do alimento no estômago ou até mesmo no intestino. Nesta fase, a saliva continuaria sendo produzida e, deglutida, continuaria atuando na digestão dos carboidratos. 
Ao serem devidamente mastigados e recebendo os efeitos da saliva, os alimentos passam a apresentar condições bastante satisfatórias para serem deglutidos. Com a ajuda da língua os mesmos são empurrados para a região posterior da boca e, ao entrarem em contato com a mucosa nesta região, algumas terminações nervosas são excitadas, levando estímulos ao Centro da Deglutição, no tronco cerebral, que executa, por sua vez, o reflexo da deglutição. Os alimentos são, então, empurrados para um outro segmento do tubo digestório: o esôfago. 
Esôfago: O esôfago funciona apenas como uma espécie de canal de passagem para os alimentos, levando-os da boca ao estômago. 
Não há enzimas secretadas pelo esôfago. A secreção esofageana consiste apenas em Muco, que exerce um importante meio de proteção à mucosa contra os possíveis efeitos abrasivos de alguns alimentos e contra a ácida secreção gástrica que, eventualmente, reflui e entra em contato com sua mucosa. 
Fracas ondas peristálticas se formam quando a parede esofageana é distendida e propelem o alimento em direção ao estômago. 
Na região inferior do esôfago, bem próximo ao estômago, existe um esfincter (esfincter esofageano), que tem a função de dificultar o refluxo do conteúdo gástrico para a luz esofageana. 
Estômago: Em seu interior os alimentos podem permanecer desde alguns minutos até várias horas. 
Enquanto permanecem em seu interior, vão sendo submetidos a diversos movimentos que a parede do estômago executa, que vão, por sua vez, misturando cada vez mais os alimentos com a secreção gástrica e propelindo-os em direção ao piloro, que faz a ligação entre o estômago e o duodeno (1º segmento do intestino delgado). 
A secreção gástrica consiste em:
1) Grande quantidade de Água, que exerce um importante mecanismo fluidificador dos alimentos. 
2) Muco, também em grande quantidade, que proporciona uma ótima proteção à mucosa do estômago contra o baixo pH da secreção gástrica. 
3) Ácido clorídrico, que além de facilitar a fragmentação de diversos polímeros ou macromoléculas, ainda participa na ativação de enzimas presentes no suco gástrico. 
4) Enzimas, que exercem a importante função de digestão dos diversos alimentos. 
As principais enzimas presentes no suco gástrico são: 
Pepsina - inicia a digestão das proteínas. É formada através da ativação do pepsinogênio pelo ácido clorídrico. 
Lipase Gástrica - inicia a digestão das gorduras. 
Renina - atua na digestão da caseína, uma das proteínas do leite. 
Na medida em que os alimentos permanecem no interior do estômago e vão sofrendo a ação do suco gástrico, adquirem uma consistência cada vez mais líquida e ácida, recebendo a denominação de Quimo. 
O quimo vai sendo, aos poucos, propelido a um outro segmento do tubo digestivo, passando pelo esfincter piloro e passando então para o duodeno. 
Intestino delgado: No intestino delgado o quimo, com um pH um tanto ácido, recebe a ação de duas importantes secreções: Bile e Suco Pancreático. 
Secreção Biliar: Secretada pelo fígado, armazenada na vesícula biliar e drenada para o duodeno através do ducto colédoco, é composta por um líquido de coloração esverdeada, composto de água, eletrólitos, colesterol, bilirrubina e Sais Biliares. Os sais biliares são importantes na digestão das gorduras, pois fazem uma emulsificação das mesmas, facilitando significamente a ação das lípases. 
Suco Pancreático: Secretado pelo pâncreas, atinge o duodeno através do ducto pancreático. É composto pelos seguintes elementos:
1) Bicarbonato de sódio - exerce uma importante função de neutralizar a acidez do quimo proveniente do estômago, pois a mucosa do intestino delgado não é tão protegida contra o pH ácido quanto a mucosa do estômago. 
2) Tripsina - enzima que atua na digestão de proteínas. 
3) Quimiotripsina - outra enzima que também atua na digestão de proteínas. 
4) Amilase Pancreática - enzima responsável pela digestão de carboidratos. 
5) Lípase - enzima que atua na digestão de gorduras. 
A presença de um quimo demasiadamente ácido, no duodeno, estimula a secreção de uma substância protéica denominada Secretina pela mucosa duodenal. A secretina, por via sanguínea, atinge o pâncreas e o estimula a produzir uma secreção mais rica em Bicarbonato. 
A presença de um quimo rico em gordura no duodeno estimula a secreção de uma substância protéica denominada Colecistocinina pela mucosa duodenal. A colecistocinina, por via sanguínea,

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