Buscar

Apostila Instalações Hidráulicas - Esgoto e Drenagem Schola Digital

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 139 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 139 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 139 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Instalações Hidráulicas – Esgoto e Drenagem 
 
 
 
 
SCHOLA DIGITAL 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Didático de Leitura 
Obrigatória utilizado na 
Disciplina de Instalações 
Hidráulicas – Esgoto e 
Drenagem – Revisão 00 de 
Janeiro de 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
UNIDADE 1 – ESGOTOS PREDIAIS 
Aula 1: Contexto e Conceitos.....................................................................................................1 
Aula 2: Classificação e Projetos................................................................................................18 
Aula 3: Dimensionamento........................................................................................................32 
UNIDADE 2 – ESGOTO URBANO E DESTINAÇÕES 
Aula 4: Sistema Público de Esgotos..........................................................................................48 
Aula 5: Tratamento de Esgotos I..............................................................................................56 
Aula 6: Tratamento de Esgotos II.............................................................................................72 
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL 
Aula 7: Águas Pluviais..............................................................................................................82 
Aula 8: Instalações Prediais.....................................................................................................90 
Aula 9: Reutilização de AP’s...................................................................................................105 
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBANA 
Aula 10: Generalidades..........................................................................................................109 
Aula 11: Dispositivos de Microdrenagem..............................................................................121 
Aula 12: Dispositivos de Macrodrenagem.............................................................................130 
 
 
 
 
In
sta
la
ç
õ
e
s H
id
rá
u
lic
a
s –
 E
sg
o
to
 e
 D
re
n
a
g
e
m
 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
1 
 
 
Unidade 1 – Esgotos Prediais 
 
Aula 1: Contextos e Conceitos 
 
Uma instalação predial de Esgotos Sanitários visa atender às exigências mínimas de habitação 
em relação à higiene, segurança, economia e conforto dos usuários. O objetivo original desta 
aula é de fornecer subsídios que permitam o projeto de instalações de esgotos sanitários em 
edificações ou unidades domiciliares, sem levar em consideração o destino final dos esgotos 
sanitários. 
 
1. Generalidades e Definições 
É característico de qualquer comunidade humana, o consumo de água como uma 
necessidade básica para desempenho das diversas atividades diárias e, consequentemente, 
a geração de águas residuárias sem condições de reaproveitamento. A água consumida 
deve ser de procedência conhecida, requerendo, na maioria das vezes, tratamento prévio 
para que ao atingir os pontos de consumo, a mesma esteja qualificada com um grau de 
pureza que possa ser utilizada de imediato para o fim a que se destina. As instalações 
necessárias para que a água seja captada, tratada, transportada e distribuída nos pontos de 
consumo constituem o sistema de abastecimento de água. 
Os processos de consumo da água, na sua maioria geram vazões de águas residuárias 
que, por não disporem de condições de reutilização, devem ser coletadas e transportadas 
para locais afastados da comunidade, de modo mais rápido e seguro, onde, de acordo com 
as circunstâncias, deverão passar por processos de depuração adequados antes de serem 
lançadas nos corpos receptores naturais. Este condicionamento é necessário para preservar 
o equilíbrio ecológico no ambiente atingido direta ou indiretamente pelo lançamento. Este 
serviço é executado pelo sistema de esgotos sanitários. 
Paralelamente à operação dos serviços citados devem também ser drenadas as águas 
de escoamento superficial, em geral vazões sazonais de origem pluvial, através de um 
sistema de galerias e canais, para os corpos receptores de maior porte da área tais como 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
2 
 
 
córregos, rios, lagos, etc. A existência desse conjunto de condutos artificiais de 
esgotamento‚ denominado de sistema de drenagem pluvial ou sistema de esgotos pluviais, 
é fundamental para preservação da estrutura física salubre, pela redução ou controle dos 
efeitos adversos provocados pela presença incontrolada dessas vazões. 
Entende-se, pois, que a existência dos serviços descritos é essencial para o bem-estar 
de todos. Por definição, esse conjunto de serviços compõe o denominado Saneamento 
Básico, e tradicionalmente tem sido de responsabilidade, pelo menos no seu 
gerenciamento, do poder público. 
É fundamental, também, observar-se que a boa operação e confiabilidade dos 
sistemas que compõem as atividades de Saneamento Básico respondem diretamente por 
melhores condições de saúde, conforto e segurança e produtividade em uma população 
urbana. 
1.1. Classificação das Águas 
A expansão demográfica e o desenvolvimento tecnológico trazem como consequência 
imediata o aumento de consumo de água e a ampliação constante do volume de águas 
residuárias não reaproveitáveis que, quando não condicionadas de modo adequado, 
acabam poluindo as áreas receptoras causando desequilíbrios ecológicos e destruindo os 
recursos naturais da região atingida ou mesmo dificultando o aproveitamento desses 
recursos naturais pelo homem. Essas águas, conjuntamente com as de escoamento 
superficial e de possíveis drenagens subterrâneas, formarão as vazões de esgotamento ou 
simplesmente esgotos. 
Sendo assim, de acordo com a sua origem, os esgotos podem ser classificados 
tecnicamente da seguinte forma: 
• Esgoto sanitário ou doméstico ou comum; 
• Esgoto industrial; 
• Esgoto pluvial. 
Denomina-se de esgoto sanitário toda a vazão esgotável originada do desempenho das 
atividades domesticas, tais como lavagem de piso e de roupas, consumo em pias de cozinha 
e esgotamento de peças sanitárias, como por exemplo, lavatórios, bacias sanitárias e ralos 
de chuveiro. 
O chamado esgoto industrial é aquele gerado através das atividades industriais, 
salientando-se que uma unidade fabril onde seja consumida água no processamento de sua 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
3 
 
 
produção, gera um tipo de esgoto com características inerentes ao tipo de atividade (esgoto 
industrial) e uma vazão tipicamente de esgoto doméstico originada nas unidades sanitárias 
(pias, bacias, lavatórios, etc.). 
O esgoto pluvial tem a sua vazão gerada a partir da coleta de águas de escoamento 
superficial originada das chuvas e, em alguns casos, lavagem das ruas e de drenos 
subterrâneos ou de outro tipo de precipitação atmosférica. 
2. Sistemas de Esgotos 
Para que sejam esgotadas com rapidez e segurança as águas residuárias indesejáveis, 
faz-se necessário a construção de um conjunto estrutural que compreende canalizações 
coletoras funcionando por gravidade, unidades de tratamento e de recalque quando 
imprescindíveis, obras de transporte e de lançamento final, além de uma série de órgãos 
acessórios indispensáveis para que o sistema funcione e seja operado com eficiência. Esse 
conjunto de obras para coletar, transportar, tratar e dar o destinofinal adequado às vazões 
de esgotos, compõe o que se denomina de Sistema de Esgotos. 
O conjunto de condutos e obras destinados a coletar e transportar as vazões para um 
determinado local de convergência dessas vazões é denominado de Rede Coletora de 
Esgotos. Portanto, por definição, a rede coletora é apenas uma componente do sistema de 
esgotamento. 
Para se projetar convenientemente as instalações, é necessário que: 
• Promova-se o rápido escoamento dos esgotos; isto é conseguido através de 
traçados convenientes, evitando-se curvas verticais e horizontais. No caso de 
necessidade, as curvas devem ser preferencialmente de 45o. Quando 
inevitável as curvas de 90o deverão ser de raios longos, utilizando-se peças de 
inspeção antes e depois das mesmas. As ligações entre canalização deverão 
ser feitas sempre que possível através do traçado mais curto, com prioridade 
para a de maior diâmetro; 
• Vede-se a passagem de gases e animais das tubulações para o interior dos 
edifícios: provendo-se todas as peças ou canalizações ligadas a elas, de fecho 
hídrico (coluna líquida de 50 mm de altura no mínimo), que deve ser mantido 
sob quaisquer condições de funcionamento da rede; 
• Impeça-se a poluição da água de consumo e de gêneros alimentícios: evitando 
as interconexões, bem como a passagem de canalizações de água em rebaixos 
de pisos ou canaletas de águas servidas. De qualquer maneira, a existência de 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
4 
 
 
vazamentos na canalização de esgotos, pode causar problemas de 
contaminação da água de abastecimento e de gêneros alimentícios. 
• Impeça-se vazamentos, escapamentos de gases e formação de depósitos no 
interior das tubulações: para se evitar vazamentos é aconselhável que a 
instalação antes de ser posta em funcionamento, seja submetida ao teste de 
fumaça, ou outro qualquer, a fim de se detectar possíveis falhas na execução 
da mesma. Devem ser evitados colos que permitam a deposição de material 
particulado presente nos esgotos. Deve-se prover as tubulações de inspeções 
(peças especiais ou causas de inspeção) que permitam a manutenção da rede, 
através da introdução de equipamentos utilizados na limpeza das mesmas. 
Por fim a durabilidade das instalações está diretamente ligada à qualidade do 
material empregado, que deve ser resistente à corrosão, e da execução dos 
serviços, por isso a instalação não deve nunca estar solidária à estrutura do 
prédio; 
• Permita-se a ventilação contínua da rede pública coletora de esgotos: está é 
conseguida através da manutenção de canalização abertas à atmosfera e 
ligadas diretamente à rede pública sem nenhuma obstrução. Tal condição é 
satisfeita pelas instalações de ventilação que apresentam como único 
objetivo, a veiculação de gases e de ar. 
2.1. Funções e Requisitos de Desempenho 
O sistema predial de esgoto sanitário (SPES), como dito, é um conjunto de tubulações 
e acessórios, o qual destina-se a coletar e conduzir o esgoto sanitário a uma rede pública de 
coleta ou sistema particular de tratamento. Além desta função básica, o SPES deve atender 
aos seguintes requisitos segundo a norma brasileira NBR 8160 “Sistemas prediais de esgotos 
sanitários – Projeto e execução” (ABNT, 1999). Analogamente às caracterizações do tópico 
2, tem-se: 
• Deve ser garantida a qualidade da água de consumo; 
• Permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos introduzidos, 
evitando a ocorrência de vazamentos e a formação de depósitos no interior 
das tubulações; 
• Impedir que os gases provenientes do interior do SPES atinjam áreas de 
utilização; 
• Deverá haver uma separação absoluta em relação ao sistema predial de águas 
pluviais. 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
5 
 
 
A contaminação da água de consumo deve ser evitada, protegendo-se tanto o interior 
dos sistemas de suprimento, como os ambientes receptores. 
A necessidade de viabilizar o rápido e seguro escoamento do esgoto sanitário, assim 
como garantir o funcionamento adequado dos fechos hídricos, deve ser considerada desde 
a concepção do SPES. A velocidade do escoamento nos trechos horizontais está associada à 
eficiência no transporte dos materiais sólidos, evitando que estes venham se depositar no 
fundo das tubulações. Nos trechos verticais, a velocidade do escoamento influencia 
significativamente nas pressões pneumáticas desenvolvidas no interior das tubulações. 
Já os fechos hídricos funcionarão adequadamente se os mesmos não se romperem, 
uma vez que os mesmos impedem que os gases no interior das tubulações penetrem no 
ambiente, conforme já comentado. Esta condição de não rompimento será garantida se as 
variações das pressões pneumáticas no interior do sistema forem limitadas. Os fenômenos 
que induzem as variações das pressões pneumáticas serão discutidos posteriormente. 
A separação absoluta do SPES em relação ao sistema predial de águas pluviais deve ser 
garantida, assegurando a inexistência de ligação entre tais sistemas. 
2.2. Constituição 
São separados como proposto a seguir. 
2.2.1. Subsistemas do Sistema Predial de Esgoto Sanitário 
O SPES pode ser dividido nos seguintes subsistemas: 
• Coleta e Transporte de Esgoto; 
• Ventilação. 
O subsistema de coleta e transporte é composto pelo conjunto de aparelhos 
sanitários, tubulações e acessórios destinados a captar o esgoto sanitário e conduzi-lo a um 
destino adequado. 
O subsistema de ventilação, por sua vez, consta de um conjunto de tubulações e/ou 
dispositivos destinados a assegurar a integridade dos fechos hídricos, de modo a impedir a 
passagem de gases para o ambiente utilizado, assim como conduzir tais gases à atmosfera. 
Outra classificação que tem sido frequentemente utilizada considera o sistema de 
aparelhos sanitários independente do de esgoto sanitário, já que o mesmo consiste em uma 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
6 
 
 
interface entre aqueles dois sistemas.Neste documento está sendo considerada a primeira 
classificação citada, tendo em vista que o escoamento no interior dos aparelhos sanitário 
influencia o escoamento no sistema de esgoto sanitário. 
Na Figura abaixo é apresentado um esquema do sistema predial de esgoto sanitário. 
 
2.2.2. Componentes 
2.2.2.1. SUBSISTEMA DE COLETA E TRANSPORTE 
a) Aparelhos Sanitários 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
7 
 
 
Com a função básica de coletar os dejetos, os aparelhos sanitários devem propiciar 
uma utilização confortável e higiênica por parte do usuário. Entre os aparelhos sanitários 
usuais encontram-se a bacia sanitária, o lavatório, a banheira, o bidê, etc. 
b) Desconectores 
Um desconector tem por função, através de um fecho hídrico próprio, vedar a 
passagem de gases oriundos das tubulações de esgoto para o ambiente utilizado. Tal 
contenção ocorre através da manutenção do referido fecho hídrico por meio do controle 
das ações atuantes sobre o mesmo. Entre estas ações, vale citar a auto-sifonagem, a 
sifonagem induzida, a sobrepressão e a evaporação. Exemplos de desconectores são a caixa 
sifonada, o ralo sifonado e os sifões. Observar: 
 
As caixas sifonadas recebem o esgoto de vários ramais de descarga, encaminhando-os 
para o tubo de queda, através de um ramal de esgoto (estas definições são apresentadas a 
seguir) 
Anteriormente, dispunha-se apenas de caixas sifonadasonde as entradas (3 para a 
caixa 100 x 100 x 50 e 7 para a caixa 150 x 150 x 50) estavam dispostas seguindo um 
determinado ângulo (45° ou 90°). Atualmente, existe no mercado uma caixa sifonada que 
permite ângulos diferenciados entre as entradas e a saída da mesma, o que evita uma 
patologia bastante comum nos SPES no Brasil, o aquecimento das tubulações para a 
obtenção de desvios. Nas Figuras são ilustradas a referida caixa sifonada. 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
c) Tubulações 
As tubulações do sistema predial de esgoto sanitário compreendem os ramais de 
descarga e de esgoto, tubos de queda, subcoletores e coletores. Suas respectivas definições 
são as seguintes: 
• Ramal de Tubulação: que recebe diretamente os efluentes dos aparelhos de 
descarga; 
• Ramal de Esgoto: Tubulação, usualmente horizontal, que recebe os efluentes 
dos ramais de descarga, diretamente, ou através de um desconector (caixa 
sifonada, por exemplo); 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
9 
 
 
• Tubo de Queda: Tubulação vertical para a qual se dirigem os efluentes dos 
ramais de esgoto e de descarga; 
• Subcoletor: Tubulação horizontal que recebe efluentes dos tubos de queda 
e/ou dos ramais de esgoto; 
• Coletor: É a tubulação horizontal que se inicia a partir da última inserção do 
subcoletor (ou ramal de descarga ou ramal de esgoto) e estende-se até o 
coletor público ou sistema particular de tratamento e disposição de esgoto. 
 
d) Conexões 
Elementos cuja função é interligar tubos, tubos e aparelhos sanitários, tubos e 
equipamentos, além de viabilizar mudanças de direção e diâmetro da tubulação. São 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
10 
 
 
exemplos o Tê, o cotovelo, a junção simples, curvas, etc., nos mais variados diâmetros, 
conforme ilustra a Figura. 
 
Os desvios na horizontal das tubulações do sistema de esgoto sanitário devem ser 
efetuados com peças com ângulo central igual ou inferior a 45°. Em função disso, as 
conexões disponíveis no mercado possibilitavam desvios a 45° ou a 90° (vertical ou 
horizontal). Atualmente, dispõe-se de algumas conexões que permitem desvios em ângulos 
variáveis, sempre inferiores a 45°, tal como a representada na Figura. Este tipo de conexão 
evita o aquecimento de tubos para a obtenção de desvios. 
 
e) Caixas de Gordura 
Trata-se de um dispositivo complementar, cuja finalidade é a retenção de substâncias 
gordurosas contidas no esgoto. Na Figura abaixo é apresentado um esquema de uma caixa 
de gordura pré-fabricada, em material plástico e uma caixa de gordura em argamassa. 
 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
f) Dispositivos de Inspeção 
São elementos complementares, através dos quais tem-se acesso ao interior do 
sistema, de maneira a possibilitar inspeções e desobstruções eventuais. A caixa de inspeção 
e as conexões com uma das derivações com um plug ou com um cap são dispositivos de 
inspeção bastante usados. A Figura ilustra uma junção simples com um plug. 
 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
12 
 
 
A Figura abaixo mostra uma caixa de inspeção em argamassa e uma caixa de inspeção 
pré-fabricada, em material plástico. 
 
2.2.2.2. SUBSISTEMA DE VENTILAÇÃO 
O subsistema de ventilação pode ser composto apenas de ventilação primária ou pelo 
conjunto de ventilação primária e secundária. A ventilação primária constitui-se no 
prolongamento do tubo de queda além da cobertura do prédio, denominado tubo 
ventilador primário, enquanto que a ventilação secundária consiste de ramais e colunas de 
ventilação ou de apenas colunas de ventilação. Não obstante, a ventilação secundária pode 
ser configurada também pela utilização de dispositivos de admissão de ar, os quais podem 
substituir ramais e colunas de ventilação. A eficiência deste subsistema será satisfatória na 
medida em que os fechos hídricos sejam preservados. As definições destes componentes 
são as seguintes: 
• Tubo Ventilador Primário: é o prolongamento do tubo de queda além da 
cobertura do prédio, cuja extremidade deve ser aberta à atmosfera; 
• Ramal de Ventilação: Tubulação que conecta o desconector, ramal de 
descarga ou ramal de esgoto à coluna de ventilação; 
• Coluna de Ventilação: Tubulação vertical que abrange um ou mais andares, 
com a extremidade superior aberta ou conectada a um barrilete de 
ventilação; 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
13 
 
 
• Barrilete de Ventilação: Consta de uma tubulação horizontal aberta à 
atmosfera, na qual são conectadas as colunas de ventilação, quando 
necessário; 
• Dispositivos de Admissão de Ar: Elementos cuja finalidade é a atenuação das 
flutuações das pressões pneumáticas desenvolvidas no interior das 
tubulações. 
 
3. Tipos de Escoamento 
Os tipos de escoamentos que se estabelecem em um sistema predial de esgoto 
sanitário variam por trechos da configuração. Com relação ao subsistema de coleta e 
transporte do esgoto sanitário, nos trechos horizontais (ramais de descarga e de esgoto, 
subcoletores e coletores) admite-se que o escoamento seja em canal. Nos trechos verticais 
(tubo de queda), o escoamento é anular, isto é, uma lâmina de água escoa pelas paredes do 
tubo em forma de anel e, no interior deste, há escoamento de ar. Quanto ao subsistema de 
ventilação, admite-se que o escoamento de ar se desenvolva sob regime permanente e 
forçado. 
 
 
 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
14 
 
 
4. Fenômenos Ocorrentes nos SPES’s 
4.1. Estabelecimento da Velocidade Terminal 
Conforme já comentado no item anterior, o escoamento de esgoto no tubo de queda é 
considerado anular, isto é, o esgoto escoa no formato de um cilindro oco, aderido à parede 
do tubo. A velocidade de escoamento deste cilindro é crescente até atingir um valor 
máximo e constante, a qual é denominada velocidade terminal. 
A distância ao longo do eixo do tubo de queda, entre o ramal mais a jusante que está 
contribuindo (de cima para baixo) e o ponto onde o escoamento atinge a velocidade 
terminal é denominado comprimento terminal. Este comprimento é relativamente curto, 
situando-se normalmente entre 3,0 e 4,0 m. 
A determinação da velocidade e comprimento terminais é importante para a 
estimativa das vazões de ar no núcleo do tubo de queda, conforme será abordado 
posteriormente. A Figura abaixo apresenta o perfil de distribuição de velocidades na seção 
transversal. 
 
4.2. Ações Sobre os Fechos Hídricos 
4.2.1. Ações Decorrentes do Escoamento 
O escoamento do esgoto nas tubulações horizontais deve ser a conduto livre e nos 
trechos verticais deve ser anular, uma vez que deve ser evitado o desenvolvimento de 
cargas hidrostáticas no interior das tubulações. Estas restrições também podem evitar 
distúrbios excessivos das pressões pneumáticas no interior do sistema, que podem ter 
origem nos fenômenos de auto-sifonagem, sifonagem induzida e sobrepressão, de acordo 
com a AMERICAN SOCIETY OF PLUMBING ENGINEERS (ASPE, 1991). 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOSPREDIAIS 
 
 
 
 
 
15 
 
 
A auto-sifonagem atua sobre um fecho hídrico quando através deste ocorre uma 
descarga. Nesta situação, desenvolve-se uma depressão a jusante do fecho hídrico, o qual 
poderá ser rompido, dependendo da magnitude desta depressão. A figura ilustra o 
desenvolvimento deste fenômeno. 
 
A sifonagem induzida, igualmente, impõe depressões a jusante de um determinado 
fecho hídrico, com a diferença que o escoamento não se desenvolve através deste fecho 
hídrico, mas sim ao longo de outras tubulações conectadas a ele, conforme se observa na 
Figura a seguir. Por outro lado, quando a jusante do fecho hídrico forem desenvolvidas 
pressões positivas, ocorre a sobrepressão. Este fenômeno pode fazer com que os gases 
borbulhem através do fecho hídrico e atinjam o ambiente. A Figura da página abaixo 
apresenta tais fenômenos, onde percebe-se que a sobrepressão surge em regiões próximas 
ao encontro do tubo de queda com o subcoletor, devido à mudança de direção do 
escoamento. 
 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
16 
 
 
É salientado também o problema gerado pela formação de espumas, devido ao uso de 
detergentes. A espuma dificulta a ventilação do sistema e tende a propagar-se através das 
tubulações nos primeiros andares, podendo atingir os fechos hídricos e, conseqüentemente, 
penetrar nos ambientes. 
 
4.2.2. Ações Independentes do Escoamento 
A evaporação, a tiragem térmica e a ação do vento no topo do tubo de queda são 
fenômenos que podem atuar nos fechos hídricos independentemente do sistema estar em 
uso. 
A tiragem térmica é função da diferença entre as temperaturas do ar no interior das 
tubulações (temperatura interna) e no meio ambiente (temperatura externa). Se a 
temperatura interna for superior à externa, se desenvolverão depressões pneumáticas no 
interior do tubo de queda, uma vez que neste caso o ar tende a sair do tubo de queda para 
atingir o meio ambiente. Sendo a temperatura interna inferior à externa, inverte-se o 
sentido do fluxo do ar e sobrepressões se estabelecerão no interior do tubo de queda. 
 
 
 
 
Aula 1 - Contextos e Conceitos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Onde: 
htq é a altura do tubo de queda; 
ρi é a densidade do ar interno; 
ρe é a densidade do ar externo. 
A ação do vento no topo do tubo de queda pode gerar depressões ou sobrepressões 
no interior do sistema, o que depende da posição da ponta do tubo de queda em relação à 
cobertura da edificação. A Figura abaixo ilustra o fenômeno. 
 
As perdas de fecho hídrico por evaporação dependem do tempo de exposição do 
mesmo ao ambiente (maior tempo de exposição causa maior perda), temperatura e 
umidade relativa do ar ambiental e do coeficiente de evaporação do sifão. Em locais onde 
associam-se altas temperaturas e baixos valores de umidade relativa do ar, maiores são as 
perdas por evaporação. Outro fenômeno ainda a ser citado é o congelamento do fecho 
hídrico que pode ocorrer em regiões de baixa temperatura, inviabilizando assim o 
escoamento, não sendo comum no Brasil. 
 
 
 
 
Baseado e adaptado de ABNT, 
GONÇALVES (2000), GRAÇA 
(1985). Edições sem prejuízo 
de conteúdo. 
Aula 2 - Classificação e Projetos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
18 
 
 
Aula 2: Classificação e Projetos 
 
O critério básico de classificação do Sistema Predial de Esgoto Sanitário refere-se ao tipo de 
ventilação existente no mesmo. Assim, serão apresentados nesta aula os tipos e classificações 
pertinentes e usuais bem como algumas tipificações alternativas, mas não menos 
interessantes. Ademais, serão inseridos os conceitos de Projetos, tópico este fundamental 
para a próxima etapa de dimensionamento. 
 
1. Tipologias 
1.1. SPES’s com Ventilação Primária e Secundária 
São divididas em duas, sendo elas apresentadas a seguir. 
1.1.1. Ventilação através do tubo ventilador primário, coluna e ramais de 
ventilação. 
 
Esta tipologia encontra-se ilustrada na Figura. A linha contínua representa o 
subsistema de coleta e transporte de esgotos sanitários (aparelhos sanitários, ramais de 
descarga e de esgoto, tubo de queda, subcoletores e coletores). Já a linha pontilhada 
representa o subsistema de ventilação. O subsistema de ventilação desta tipologia divide-se 
em primário e secundário. A ventilação primária é basicamente a extensão do tubo de 
Aula 2 – Classificação e Projetos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
19 
 
 
queda além do ramal conectado mais elevado; esta extensão é denominada tubo ventilador 
primário e sua extremidade fica em contato com a atmosfera. Já a ventilação secundária é 
composta de colunas e ramais de ventilação. 
1.1.2. Ventilação através do tubo ventilador primário e coluna de ventilação 
Esta tipologia, conforme Figura abaixo, diferencia-se da tipologia anterior apenas pelo 
fato de não apresentar ramais de ventilação, isto é, a ventilação secundária consta somente 
de uma coluna conectada ao tubo de queda. 
 
1.2. SPES Apenas com Ventilação Primária 
Nesta tipologia, há apenas previsão da ventilação primária, através do prolongamento 
do tubo de queda. 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 2 - Classificação e Projetos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
20 
 
 
1.3. Tipologias Alternativas 
1.3.1. SPES com Dispositivos de Admissão de Ar 
Os dispositivos de admissão de ar são utilizados no intuito de substituir os ramais e 
colunas de ventilação, equilibrando as pressões pneumáticas que normalmente se 
estabelecem no interior do sistema quando sob solicitação. Quanto à concepção, há dois 
tipos básicos de dispositivos de admissão de ar. 
1.3.1.1. VÁLVULAS DE ADMISSÃO DE AR 
As válvulas de admissão de ar, em função de suas dimensões e pontos de instalação, 
dividem-se em dois tipos: 
• Válvulas de topo de tubo de queda; 
• Válvulas para ramais. 
As válvulas de topo de tubo de queda possuem dimensões maiores em relação às para 
ramais e são instaladas de forma a evitar a perfuração dos telhados para a passagem de 
ventilação. a Figura abaixo ilustra uma válvula para topo de tubo de queda. 
 
As válvulas para ramais podem ser instaladas no topo do tubo de queda, porém, para a 
instalação no tubo de queda há limitações a serem observadas quanto a somatória das 
Unidades de Contribuição de Hunter (UHCs) e do diâmetro do tubo de queda. A Figura a 
seguir apresenta a estrutura da válvula para ramais e a próxima apresenta os 
posicionamentos possíveis das válvulas. 
Aula 2 – Classificação e Projetos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
Ambos os tipos de válvulas apresentam o mesmo mecanismo de funcionamento, 
conforme pode ser observado na Figura 28. Quando ocorrem depressões pneumáticas no 
interior da tubulação, o diafragma abre-se, possibilitando, assim, o acesso de ar para o 
Aula 2 - Classificação e Projetos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
22 
 
 
interior da mesma equilibrando, consequentemente, a pressão pneumática. Atingido tal 
equilíbrio, o diafragma fecha-se e obstrui a saída dos gases. 
 
1.3.1.2. SIFÕES AUTO-VENTILADOS 
Consta de um sifão ao qual é acoplado um mecanismo que viabiliza sua auto-
ventilaçãoquando surgem depressões pneumáticas no interior dos respectivos ramais. 
1.3.2. Sistema SOVENT 
Este sistema é composto, basicamente, pelos seguintes componentes: 
• Um ramal de descarga por andar; 
• Tubo de queda único; 
• Uma conexão aeradora por andar; 
• Uma conexão de aeradora nas mudanças de direção. 
 
Aula 2 – Classificação e Projetos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
23 
 
 
Tanto a conexão aeradora, assim como a deaeradora possuem a função de equilibrar 
as pressões pneumáticas no interior da tubulação. A conexão aeradora equilibra as pressões 
negativas, enquanto os deaeradores aliviam as sobrepressões. Estas conexões encontram-
se esquematizadas ao lado. 
1.3.3. Sistema Gustavsberg 
O objetivo deste sistema é atender os requisitos básicos de um SPES, viabilizando 
concomitantemente economia no consumo de água e redução das quantidades e diâmetros 
das tubulações. Os componentes deste sistema são os seguintes: 
• Bacia sanitária com caixa acoplada de volume reduzido de descarga; 
• Diafragma instalado entre a bacia sanitária e o ramal de descarga, cuja função 
é aumentar a capacidade de sifonagem da bacia; 
• Tubulações em PVC, cujos diâmetros são reduzidos em conformidade aos 
volumes reduzidos de descarga; 
• Reservatório com sifão, no qual um certo volume de esgoto será acumulado, 
viabilizando posterior carregamento dos dejetos, de maneira a garantir a 
autolimpeza das tubulações. 
2. Projetos 
Neste tema é apresentada, inicialmente, a estrutura básica de um projeto do sistema 
predial de esgoto sanitário. Posteriormente, encontram-se algumas recomendações 
técnicas relacionadas ao desenvolvimento do projeto propriamente dito. 
2.1. Estrutura Básica 
As etapas do projeto do SPES são as seguintes: 
1º Passo: Concepção; 
2º Passo: Dimensionamento; 
3º Passo: Elaboração do projeto de produção; 
4º Passo: Quantificação e orçamentação; 
5º Passo: Elaboração do projeto “como construído” (as built). 
Inicialmente, concebe-se o SPES estabelecendo-se uma configuração que deverá ter 
um desempenho adequado diante das diversas solicitações previstas. Devem ser 
consideradas, igualmente nesta fase fatores como a integração deste sistema com os 
Aula 2 - Classificação e Projetos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
24 
 
 
demais sistemas da edificação, a normalização vigente, materiais e componentes 
disponíveis no mercado, etc. 
Concebido o SPES e definida uma configuração, procede-se o dimensionamento do 
mesmo, onde as dimensões obtidas deverão atender às solicitações previstas. Concluído o 
dimensionamento do sistema, elabora-se o projeto para a produção, o qual consta de 
simbologia utilizada, representações gráficas e um conjunto de documentos. A 
representação gráfica deve conter, basicamente, o seguinte: 
• Planta baixa da cobertura, do pavimento tipo, do térreo e do subsolo, 
apresentando os tubos de queda, ramais, desvios, colunas de ventilação e 
dispositivos diversos; 
• Planta baixa do pavimento inferior, apresentando os subcoletores, coletores, 
dispositivos de inspeção, pontos de emissão dos esgotos sanitários, entre 
outros detalhes específicos; 
• Esquema vertical (fluxograma) sem escala, no qual serão apresentados os 
principais componentes do sistema; 
• Plantas dos ambientes sanitários apresentando o traçado e diâmetros das 
tubulações, normalmente em escala 1:20; 
• Detalhes específicos. 
A seguir são apresentadas a simbologia e algumas representações gráficas usualmente 
empregadas no projeto dos SPES. 
 
Aula 2 – Classificação e Projetos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
25 
 
 
A documentação básica, por sua vez, é a seguinte: 
• Memorial descritivo; 
• Memória de cálculo; 
• Especificações técnicas; 
• Quantificação; 
• Orçamento. 
Conforme Autores, o memorial descritivo deve apresentar, basicamente, as 
características da solução proposta. As justificativas dos métodos e técnicas para atingir tal 
solução também devem ser apresentadas. A memória de cálculo consta da apresentação de 
todo o dimensionamento e as referências normativas. As especificações técnicas devem 
conter, basicamente, a especificação comercial dos materiais e os detalhes construtivos, 
entre outras informações julgadas importantes. 
Na sequência realiza-se a quantificação e a orçamentação dos componentes do 
sistema. O projeto “as built”, por fim, registrará aqueles detalhes executivos que não 
seguiram o projeto de produção visando-se, assim, ter o registro fiel do sistema instalado. 
2.2. Recomendações Gerais 
As seguintes recomendações são de caráter geral e estão em conformidade com a 
NBR-8160 (ABNT,1999). Recomendações mais específicas devem ser observadas na norma 
citada. 
a) Todos os aparelhos sanitários devem ser protegidos por desconectores, os quais 
podem atender apenas um aparelho ou a um conjunto de aparelhos de um mesmo 
ambiente. 
b) As caixas sifonadas podem ser utilizadas para a coleta dos despejos de conjuntos 
de aparelhos sanitários (lavatórios, bidês, chuveiros) de um mesmo ambiente, além 
de águas provenientes de lavagens de pisos; neste caso as caixas sifonadas devem 
ser providas de grelhas. Quanto às bacias sanitárias, as mesmas já são providas 
internamente de um desconector, devendo, assim, ser ligadas diretamente ao tubo 
de queda (Figura). 
Aula 2 - Classificação e Projetos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
c) Devem ser previstos dispositivos de inspeção nos ramais de descarga de pias de 
cozinha e máquina de lavar louças (ver Figura). 
 
d) Os tubos de queda devem, sempre que possível, ser instalados em um único 
alinhamento. Quando necessários, os desvios devem ser feitos com peças com 
ângulo central igual ou inferior a 90o, de preferência com curvas de raio longo ou 
duas curvas de 45o. 
e) Para edifícios de dois ou mais andares, quando os tubos de queda recebem 
efluentes contendo detergentes geradores de espuma, pelo menos uma das 
seguintes soluções, a fim de evitar o retorno de espuma para os ambientes 
sanitários, deve ser adotada: 
Aula 2 – Classificação e Projetos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
27 
 
 
• Não conectar as tubulações de esgoto e de ventilação nas regiões de 
ocorrência de sobrepressão; 
• Atenuar a sobrepressão através de desvios do tubo de queda para a 
horizontal, utilizando uma curva de 90º de raio longo ou duas curvas de 
45o; 
• Instalar de dispositivos que evitem o retorno de espuma. 
• São consideradas regiões de sobrepressão (ver próxima figura): 
• O trecho, de comprimento igual a 40 diâmetros, imediatamente a 
montante de desvio para horizontal, o trecho de comprimento igual a 10 
diâmetros imediatamente a jusante do mesmo desvio e o trecho 
horizontal de comprimento igual a 40 diâmetros imediatamente a 
montante do próximo desvio; 
• O trecho, de comprimento igual a 40 diâmetros, imediatamente a 
montante da base do tubo de queda e o trecho do coletor ou subcoletor 
imediatamente a jusante da mesma base; 
• Os trechos a montante e a jusante o primeiro desvio na horizontal do 
coletor ou subcoletor, com comprimento igual a 40 diâmetros e a 10 
diâmetros, respectivamente; 
• O trecho da coluna de ventilação, para o caso de sistemas com ventilação 
secundária, com comprimento igual a 40 diâmetros, a partir da ligação da 
base da coluna com o tubo de queda ou ramal de esgoto. 
 
Aula 2- Classificação e Projetos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
28 
 
 
f) Para pias de cozinha e máquinas de lavar louças, devem ser previstos tubos de 
queda especiais com ventilação primária; estes tubos devem descarregar em uma 
caixa de gordura coletiva. 
g) Recomenda-se o uso de caixas de gordura para efluentes que contenham resíduos 
gordurosos. 
h) As pias de cozinha e/ou máquinas de lavar louças instaladas superpostas em vários 
pavimentos devem descarregar em tubos de queda exclusivos, os quais conduzem 
os esgotos para caixas de gordura coletivas; sendo vetado o uso de caixas de 
gordura individuais nos andares. 
i) O interior das tubulações deve ser sempre acessível através de dispositivos de 
inspeção. 
j) Desvios em tubulações enterradas devem ser feitos empregando-se caixas de 
inspeção. 
k) A extremidade aberta de um tubo ventilador primário ou coluna de ventilação: 
• Deve elevar-se verticalmente pelo menos 0,30 m acima da cobertura; 
todavia, quando esta atender outros fins além de simples cobertura, a 
elevação vertical deve ser, no mínimo, de 2,00 m (ver Figura abaixo); não 
sendo conveniente o referido prolongamento, pode ser usado um 
barrilete de ventilação. 
• Deve conter um terminal tipo chaminé, tê ou outro dispositivo que impeça 
a entrada das águas pluviais diretamente ao tubo de ventilação. 
 
l) O projeto do subsistema de ventilação deve ser feito de modo a impedir o acesso 
de esgoto sanitário ao interior do mesmo. 
m) O tubo ventilador primário e a coluna de ventilação devem ser verticais e, sempre 
que possível, instalados em uma única prumada. 
n) Todo o desconector deve ser ventilado. A distância máxima de um desconector até 
o ponto onde o tubo ventilador que o serve está conectado consta na Tabela. 
Aula 2 – Classificação e Projetos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
o) Toda coluna de ventilação deve ter: 
• Diâmetro uniforme; 
• A extremidade inferior ligada a um subcoletor ou a um tubo de queda, em 
ponto situado abaixo da ligação do primeiro ramal de esgoto ou de 
descarga, ou neste ramal de esgoto ou de descarga; 
• A extremidade superior situada acima da cobertura do edifício, ou ligada a 
um tubo ventilador primário a 0,15 m, ou mais, acima do nível de 
transbordamento da água do mais elevado aparelho sanitário por ele 
servido. 
Nota: Entende-se por nível de transbordamento da água do mais alto dos aparelhos sanitários aquele 
referente aos aparelhos sanitários com seus desconectores ligados a tubulação de esgoto primário 
(bacias sanitárias, pias de cozinha, tanques de lavar, etc.) excluindo-se aparelhos sanitários que 
despejem em ralos sifonados de piso. Não devem ser considerados como pontos mais altos de 
transbordamento as grelhas dos ralos sifonados de piso, quando o ramal a ser ventilado serve também 
para outros aparelhos não ligados diretamente aos mesmos. 
p) Quando não for conveniente o prolongamento de cada tubo ventilador até acima 
da cobertura, pode ser usado um barrilete de ventilação. 
q) As ligações da coluna de ventilação aos demais componentes do sistema de 
ventilação ou do sistema de esgotos sanitários devem ser feitas com conexões 
apropriadas: 
• Quando feita em uma tubulação vertical, a ligação deve ser executada por 
meio de junção a 45°; 
• Quando feita em uma tubulação horizontal, deve ser executada acima do 
eixo da tubulação, elevando-se o tubo ventilador de uma distância de até 
0,15 m, ou mais, acima do nível de transbordamento da água do mais alto 
dos aparelhos sanitários por ele ventilados, antes de ligar-se a outro tubo 
ventilador, respeitando-se o que se segue: 
✓ A ligação ao tubo horizontal deve ser feita por meio de tê 
90° ou junção 45°, com a derivação instalada em ângulo, de 
Aula 2 - Classificação e Projetos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
30 
 
 
preferência, entre 45° e 90° em relação ao tubo de esgoto, 
conforme a Figura; 
✓ Quando não houver espaço vertical para a solução 
apresentada no item acima, podem ser adotados ângulos 
menores, com o tubo ventilador ligado somente por junção 
45° ao respectivo ramal de esgoto e com seu trecho inicial 
instalado em aclive mínimo de 2%; 
✓ A distância entre o ponto de inserção do ramal de ventilação 
ao tubo de esgoto; 
✓ O cotovelo de mudança do trecho horizontal para a vertical 
deve ser a mais curta possível. 
 
r) Quando não for possível ventilar o ramal de descarga da bacia sanitária ligada 
diretamente ao tubo de queda, o tubo de queda pode ser ventilado imediatamente 
abaixo da ligação do ramal da bacia sanitária (ver Figura). 
 
 
 
 
 
 
Aula 2 – Classificação e Projetos 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
31 
 
 
s) É dispensada a ventilação do ramal de descarga de uma bacia sanitária ligada 
através de ramal exclusivo a um tubo de queda a uma distância máxima de 2,40m, 
desde que esse tubo de queda receba, do mesmo pavimento, imediatamente 
abaixo, outros ramais de esgoto ou de descarga devidamente ventilados, conforme 
Figura. 
 
t) Bacias sanitárias instaladas em bateria devem ser ventiladas por um tubo 
ventilador de circuito ligando a coluna de ventilação ao ramal de esgoto na região 
entre a última e a penúltima bacia sanitária, conforme a Figura. Deve ser previsto 
um tubo ventilador suplementar a cada grupo de, no máximo, oito bacias 
sanitárias, contadas a partir da mais próxima ao tubo de queda. 
 
 
 
Baseado e adaptado de ABNT, 
GONÇALVES (2000), GRAÇA 
(1985). Edições sem prejuízo 
de conteúdo. 
Aula 3 – Dimensionamento 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
33 
 
 
Aula 3: Dimensionamento 
 
As tubulações do SPES podem ser dimensionadas pelo Método das Unidades de Hunter de 
Contribuição (UHC) ou pelo Método Racional, devendo, em qualquer um dos casos, serem 
respeitados os diâmetros mínimos dos ramais de descarga apresentados na sequência. 
 
1. Método das Unidades de Hunter de Contribuição (UHC) 
Este método baseia-se na atribuição de Unidades de Hunter de Contribuição (UHC) 
para cada aparelho sanitário integrante do SPES em questão. Tais unidades constam na NBR 
8160/1999, e encontram-se reproduzidos na Tabela 1. Definidas as UHC dos aparelhos 
sanitários integrantes do sistema, inicia-se o dimensionamento dos demais componentes, 
conforme será apresentado a seguir. 
1.1. Subsistema de Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
1.1.1. Tubulações 
a) Ramais de Descarga 
Para os ramais de descarga devem ser adotados, no mínimo, os diâmetros 
apresentados na Tabela 1. Para aparelhos não relacionados nesta tabela, devem ser 
estimadas as UHC correspondentes e o dimensionamento deve ser feito pela Tabela 2. 
b) Ramais de Esgoto 
Neste caso, deve ser utilizada a Tabela 3. Recomenda-se ainda, com relação às 
declividades mínimas: 
• 2% para tubulações com diâmetro nominal (DN) igual ou inferior a 75; 
• 1% para tubulações com diâmetro nominal (DN) igual ou superior a 100. 
c) Tubos de Queda 
Os tubos de queda devem ser dimensionados pela somatória das UHC conforme a 
Tabela 4. 
Aula 3 - Dimensionamento 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
34 
 
 
Todavia, quando apresentarem desvios da vertical, os tubos de queda devem ser 
dimensionados da seguinte forma: 
• quando o desvio formar ângulo inferior a 45o com a vertical, otubo de queda 
é dimensionado pela Tabela 4; 
• quando o desvio formar ângulo superior a 45o com a vertical, deve-se 
dimensionar: 
✓ A parte do tubo de queda acima do desvio como um tubo de queda 
independente, com base no número de unidades Hunter de 
contribuição dos aparelhos acima do desvio, de acordo com a Tabela 
4; e a parte horizontal do desvio de acordo com a Tabela 5, uma vez 
que, neste caso, o trecho é tratado como subcoletor; 
✓ A parte do tubo de queda abaixo do desvio com base no número de 
unidades Hunter de contribuição de todos os parelhos que 
descarregam neste tubo de queda, de acordo com a Tabela 4, não 
podendo o diâmetro adotado, neste caso, ser menor do que o da 
parte horizontal. Ver a figura abaixo, a qual ilustra a geometria dos 
desvios e opções de ventilação. 
 
 
Aula 3 – Dimensionamento 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
35 
 
 
d) Coletor Predial e Subcoletores 
O coletor predial e os subcoletores podem ser dimensionados pela somatória das UHC 
conforme a Tabela 5. O coletor predial deve ter, no mínimo, um DN igual a 100. 
No dimensionamento do coletor predial e dos subcoletores em prédios residenciais, 
deve ser considerado apenas o aparelho de maior descarga de cada banheiro para a 
somatória do número de unidades Hunter de contribuição. Nos demais casos, devem ser 
considerados todos os aparelhos contribuintes para o cálculo do número de UHC. 
 
 
Aula 3 - Dimensionamento 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
1.1.2. Desconectores 
Os desconectores devem atender aos seguintes requisitos: 
• Ter fecho hídrico com altura mínima de 0,05 m; 
• Apresentar orifício de saída com diâmetro igual ou superior ao do ramal de 
descarga a ele conectado. 
As caixas sifonadas devem ser dimensionadas conforme a Tabela 6. 
Aula 3 – Dimensionamento 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
No caso das caixas sifonadas especiais, o fecho hídrico deve ter altura mínima de 0,20 
m; as mesmas devem ser fechadas hermeticamente com tampa facilmente removível e o 
orifício de saída deve ter o diâmetro nominal, de no mínimo 75 mm. 
1.1.3. Dispositivos Complementares 
a) Caixa de Gordura 
As caixas de gordura são dimensionadas em função do número de cozinhas por elas 
atendidas. Desta forma, assim procede-se: 
• Para a coleta de apenas uma pia de cozinha pode ser usada a caixa de gordura 
pequena; 
• Para a coleta de uma ou mais cozinhas deve ser usada, pelo menos, a caixa de 
gordura simples; 
• Para a coleta de duas a doze cozinhas deve ser usada, pelo menos, a caixa de 
gordura dupla; 
• Para a coleta de mais de doze cozinhas, ou ainda, para cozinhas de 
restaurantes, escolas, hospitais, quartéis, etc. devem ser previstas caixas de 
gordura especiais. 
A tipologia das caixas de gordura em função de suas dimensões características é 
apresentada na Tabela 7. 
 
Aula 3 - Dimensionamento 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
38 
 
 
Com relação a caixa de gordura especial (CGE), prismática de base retangular, as 
seguintes características devem ainda ser apresentadas: 
• O Volume da câmara de retenção de gordura obtido pela fórmula: 
V = 2N + 20 
Onde: 
N é o número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem para a caixa de 
gordura; 
V é o volume em litros. 
1.1.4. Dispositivos de Inspeção 
a) Caixas de Inspeção 
A caixa de inspeção é um dispositivo destinado a permitir a inspeção, limpeza, 
desobstrução das canalizações, a junção de coletores e a mudança de declividade. 
b) Caixas de Passagem 
Caixas de passagem são dispositivos que permitem a inspeção, limpeza e desobstrução 
das canalizações de esgoto. São caixas de inspeção com apenas uma entrada e uma saída 
para o esgoto. Quando cilíndricas, devem ter diâmetro mínimo de 0,15 m e, quando 
prismáticas de base poligonal, permitir na base a inscrição de um círculo de diâmetro 
mínimo de 0,15 m; as mesmas devem possuir grelha ou tampa cega, e uma altura mínima 
de 0,10 m. 
1.1.5. Instalações de Recalque 
Esta instalação é utilizada para recalcar os esgotos acumulados em caixas coletoras 
situadas abaixo do nível da rede pública de esgoto, provenientes de aparelhos sanitários e 
de dispositivos instalados nesse nível. A caixa coletora, é disposta de modo a receber todo o 
esgoto por gravidade, sendo que, a partir dela, recalca-se o esgoto para o coletor predial ou 
dispositivo de tratamento de esgotos por meio de bombas. 
O dimensionamento da instalação de recalque deverá considerar aspectos como a 
capacidade da bomba, que deverá atender à vazão máxima provável de contribuição dos 
aparelhos e dispositivos instalados que possam estar em funcionamento simultâneo, o 
tempo de detenção do esgoto na caixa e o intervalo de tempo entre duas partidas 
consecutivas do motor. 
Aula 3 – Dimensionamento 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
39 
 
 
Quanto ao dimensionamento da caixa coletora, a mesma deve ter a sua capacidade 
calculada de modo a evitar a frequência exagerada de partidas e paradas das bombas por 
um volume insuficiente, bem como a ocorrência de estado séptico por um volume 
exagerado. 
O volume útil da caixa coletora (Vu), ou seja, o volume compreendido entre o nível 
máximo e o nível mínimo de operação da caixa (faixa de operação da bomba), pode ser 
determinado através da seguinte expressão: 
Vu = 
Q . t
4
 
Onde: 
Q é a capacidade da bomba, em m3/min, determinada em função da vazão afluente de 
esgotos à Caixa Coletora; 
t é o intervalo de tempo entre duas partidas consecutivas do motor, em min; 
O tempo de detenção do esgoto na caixa coletora (d) pode ser determinado a partir da 
seguinte equação: 
d = 
Vt
q
 
Onde: 
d é o tempo de detenção, em min; 
Vt = volume total da caixa coletora, em m3; 
q é a vazão média de esgoto afluente, em m3/min. 
O tempo de detenção do esgoto na caixa não deve ultrapassar 30 minutos. Quando 
receber efluentes de bacias sanitárias, a caixa coletora, deve possuir uma profundidade 
mínima de 0,90 m, a contar do nível da geratriz inferior da tubulação afluente mais baixa. O 
fundo deve ser suficientemente inclinado para impedir a deposição de materiais sólidos 
quando a caixa for esvaziada completamente. A caixa coletora também deve ser ventilada 
por um tubo ventilador primário, independentemente de qualquer outra ventilação 
utilizada no edifício. Por outro lado, caso a caixa coletora não receba efluentes de bacias 
sanitárias, a profundidade mínima a ser considerada é de 0,60 m. 
As tubulações de sucção devem ser uma para cada bomba e possuir diâmetro 
uniforme e nunca inferior aos das tubulações de recalque. Já as tubulações de recalque 
devem atingir um nível superior ao da rede de maneira que impossibilite o refluxo dos 
esgotos, devendo ser providas de dispositivos para este fim. 
Aula 3 - Dimensionamento 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
40 
 
 
É recomendável que a capacidade da bomba seja considerada como sendo igual a duas 
vezes a vazão afluente de esgotos sanitários e que o intervalo entre duas partidas 
consecutivas do motor não seja inferior a 10 minutos, no sentido de se preservar os 
equipamentos eletromecânicos de frequentes esforços de partida. 
1.2. Componentes do Subsistema de Ventilação 
São apresentados a seguir os critérios a serem coletadospara o dimensionamento do 
sistema de ventilação secundária. 
• Ramal de Ventilação: os diâmetros mínimos a serem utilizados constam na 
Tabela 8; 
• Coluna de Ventilação: Os diâmetros nominais mínimos são apresentados na 
Tabela 9, em função das UHC e do comprimento. Este comprimento é medido 
desde a extremidade superior da coluna, que se encontra em contato a com 
atmosfera até sua base, no encontro com o tubo de queda; 
• Barrilete de Ventilação: Os diâmetros nominais mínimos são apresentados na 
Tabela 9. O número de UHC de cada trecho é a soma das unidades de todos 
os tubos de queda servidos pelo trecho e o comprimento a considerar é o 
mais extenso, da base da coluna de ventilação mais distante da extremidade 
aberta do barrilete até essa extremidade; 
 
Aula 3 – Dimensionamento 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
2. Dimensionamento Racional 
O dimensionamento racional visa flexibilizar a atuação do projetista do SPES, 
outorgando ao mesmo um poder de decisão maior do que aquele proporcionado pela 
metodologia convencional. Acredita-se que tal flexibilização auxilie substancialmente as 
emergentes necessidades de racionalização e otimização na Construção Civil. 
Este dimensionamento racional consta basicamente em estabelecer, em princípio, 
uma configuração inicial para o SPES apenas com ventilação primária; na sequência, segue-
se com a determinação probabilística das vazões de projeto, caracterização das vazões de 
Aula 3 - Dimensionamento 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
42 
 
 
descarga dos aparelhos sanitários, dimensionamento das tubulações e a verificação da 
suficiência da ventilação primária. Caso esta não seja suficiente, altera-se a geometria da 
configuração inicial proposta ou concebe-se para a mesma a ventilação secundária. Caberá 
ao projetista a definição da melhor solução. A idéia é que esta metodologia racional seja 
suficientemente abrangente, oferecendo ao projetista condições de trabalhar as diversas 
variáveis de projeto, isto é, flexibilidade. A escolha do tipo de bacia sanitária, por exemplo, 
poderá estar definindo o nível da ventilação necessária. 
2.1. Apresentação do Dimensionamento Racional 
A seguir será abordada a determinação probabilística da vazão de projeto e o 
equacionamento racional propriamente dito, onde equações básicas da hidráulica e 
algumas de suas variantes são utilizadas. Diversas formulações específicas desenvolvidas 
por pesquisadores do assunto são consideradas como, por exemplo, a determinação da 
velocidade e comprimento terminais, a capacidade do tubo de queda, entre outras. Por 
último será apresentada a idéia básica do modelo matemático para verificar a necessidade 
da ventilação secundária. 
2.1.1. Vazão de Projeto 
Uma postura adequada para determinar a vazão de projeto é considerá-la como 
função da simultaneidade de uso e da tipologia dos aparelhos sanitários. Há diversos 
métodos probabilísticos desenvolvidos para determinar a simultaneidade de uso, muitos 
deles baseados nas distribuições normal, binomial e multionomial. Entre estes métodos, 
pode-se citar os trabalhos de Hunter, Webster, Courtney, Konen e Murakawa. Este autor 
também desenvolveu um modelo probabilístico o qual é aberto para a entrada de diversos 
dados específicos da realidade de cada projeto. É importante também salientar que tais 
métodos estatísticos permitem ao projetista estabelecer qual o nível de confiança que o 
mesmo deseja trabalhar. Quanto ao levantamento da tipologia dos aparelhos sanitários, 
mais especificamente as bacias sanitárias, cresce em importância a escolhas de bacias 
eficientes, mas se reduzido consumo de água. 
2.1.2. Equacionamento 
2.1.2.1. DIMENSIONAMENTO DO SUBSISTEMA DE COLETA E TRANSPORTE DE 
ESGOTO SANITÁRIO 
O escoamento no tubo de queda é considerado anular, isto é, o esgoto escoando pelas 
paredes do tubo de queda na forma de um cilindro oco onde circula ar. Em qualquer seção 
transversal deste escoamento, a razão entre a seção de água e a seção de ar deve situar-se 
entre 1/4 e 1/3, de maneira a evitar que o escoamento preencha totalmente a seção 
Aula 3 – Dimensionamento 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
43 
 
 
transversal, condição esta que perturbaria sensivelmente as pressões de ar no interior do 
sistema. 
O diâmetro do tubo de queda pode ser determinado a partir da seguinte equação: 
dtq = 
0,116 . n3/8 . Qtq
3/8
to
5/8
 
Onde: 
dtq é o diâmetro interno do tubo de queda, em m; 
Qtq é a vazão de projeto no tubo de queda, em l/s; 
n é o coeficiente de Manning, em s/m1/3; 
to é a taxa de ocupação de água durante o escoamento no tubo de queda. 
Esta equação é uma variante da equação de Manning para escoamento anular e 
permanente, onde o valor de Qtq é aquele onde ocorre a velocidade terminal. Sendo o 
escoamento no tubo de queda anular, o valor do to pode ser expresso da seguinte forma: 
to = 
Se
Stq
 
Onde: 
Se é a área da seção transversal da coroa circular por onde escoa a água no tubo de 
queda; 
Stq é a área da seção transversal do tubo de queda. 
A fim de se garantir a manutenção do escoamento anular no tubo de queda, 
recomenda-se utilizar to entre 1/4 e 1/3 conforme, comentado anteriormente. A velocidade 
terminal tem a seguinte formulação: 
vt = 13 . (
Qtq
dtq
)
2/5
 
Onde: 
vt = velocidade terminal, em m/s; 
dtq = diâmetro interno do tubo de queda, em mm. 
Com relação à vazão de projeto, a mesma pode ser obtida através das diversas 
metodologias citadas no item 3.4 da Norma. Utilizando-se, por exemplo, a distribuição 
binomial, a qual foi incorporada no texto da NBR, tem-se a seguinte formulação básica: 
Aula 3 - Dimensionamento 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
44 
 
 
Qtq = ∑ mi . qi
n
n=1
 
Onde: 
Qtq é a a vazão de projeto no trecho considerado (l/s); 
 i é o índice representativo do tipo de aparelho sanitário; 
 n é o número de tipos de aparelhos sanitários no trecho considerado; 
mi é o número de aparelhos sanitários do tipo i a serem considerados em uso 
simultâneo, entre J aparelhos instalados, para um dado fator de falha; 
J é o número de aparelhos sanitários do tipo i instalados no trecho considerado; 
qi é a vazão unitária do aparelho sanitário do tipo i (l/s). 
A distribuição binomial estabelece, para um dado nível de confiança a ser estipulado 
pelo projetista, o número de aparelhos sanitários do tipo i em uso simultâneo (mi) entre o 
total instalado ao trecho considerado (J). O tipo de aparelho sanitário em questão 
determinará as respectivas vazões a serem fornecidas pelos fabricantes, assim como as 
frequências de uso e durações das descargas, as quais são dados de campo. 
O diâmetro dos ramais de descarga, ramais de esgoto, subcoletores e coletor predial 
pode ser calculado a partir da seguinte equação, considerando-se escoamento à meia 
seção: 
de = 
n3/8 . Qe
3/8 . 𝐼−3/16
6,644
 
Onde: 
de é o diâmetro do trecho considerado, em m; 
n é o coeficiente de Manning, em s/m1/3; 
Qe é a vazão no trecho considerado, em l/s; 
I é a declividade do trecho considerado em m/m. 
A vazão em cada trecho, no caso do ramal de descarga, será dada por: 
Qe = qi 
A vazão em cada trecho, no caso do ramal de esgoto, será dada por: 
Qe = ∑ mi . qi
n
n=1
 
Onde: 
Aula 3 – Dimensionamento 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
45 
 
 
n é onúmero de tipos de aparelhos sanitários no trecho considerado; 
mi é o número de aparelhos sanitários do tipo i a serem considerados em uso, 
simultâneo, para um dado fator de falha; 
qi é a vazão de contribuição do aparelho sanitário do tipo i. 
A vazão em cada trecho, no caso dos subcoletores, será dada por: 
Qe = Qtq 
A vazão em cada trecho, no caso do coletor predial, será dada por: 
Qe = ∑ mi . qi
n
n=1
 
A declividade I adotada na equação 05 para o dimensionamento dos subcoletores e 
coletores deve ser testada quanto as condições de arraste do material sólido através do 
princípio da tensão trativa: 
Tr = γ . Rh . I ≥ 1,0 Pa 
Onde: 
Rh é o raio hidráulico, em m; 
Tr é a tensão trativa, em Pa; 
γ é o peso específico, em N/m2; 
2.1.2.2. DIMENSIONAMENTO DO SUBSISTEMA DE VENTILAÇÃO 
O subsistema de ventilação pode ser composto por tubulações ou dispositivos de 
ventilação ou, ainda, uma combinação de ambos. O equacionamento da ventilação 
primária, isto é, o valor do diâmetro do tubo de queda que propicie uma vazão de ar que 
equilibre as pressões pneumáticas, no interior do sistema, em torno da pressão atmosférica, 
é dado pela seguinte equação: 
Qar = c . Qtq2/5 - 1,5 Qtq 
Onde: 
Qar é a vazão de ar que escoa pelo núcleo de ar no tubo de queda, em l/s; 
C é o coeficiente adimensional; 
Qtq é a vazão de projeto no tubo de queda, em l/s. 
Aula 3 - Dimensionamento 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
46 
 
 
Já para o dimensionamento das tubulações da ventilação secundária, a seguinte 
equação é utilizada considerando-se uma perda de carga máxima de 25 mm.c.a e 
desconsiderando-se a perda de carga nas singularidades: 
Dv = 4,06 [f . Lv (Qar')2 ]1/5 
Onde: 
Dv é o diâmetro da tubulação de ventilação, em mm; 
Lv é o comprimento da tubulação de ventilação, em mm; 
f é o coeficiente de perda de carga distribuída, adimensional; 
Qar’ é a vazão de ar na tubulação de ventilação, em l/s. 
A vazão de ar na coluna de ventilação é estimada como sendo igual a 2/3 da vazão de 
ar no interior do tubo de queda, chegando-se, então, a seguinte relação: 
Qar' = 40 Qar 
Onde: 
Qar neste caso é a vazão de ar na coluna de ventilação, sendo obtida em l/min. 
Caso a ventilação secundária seja composta por dispositivos de ventilação, serão 
necessárias as especificações dos fabricantes. 
2.1.2.3. MODELO PARA VERIFICAÇÃO DA NECESSIDADE DA VENTILAÇÃO 
SECUNDÁRIA 
A verificação da necessidade da ventilação secundária em um SPES com tubo de queda 
único (sistema sem ramais e colunas de ventilação) é possível através da utilização de um 
equacionamento desenvolvido por GRAÇA (1985), onde são determinadas, a partir do 
conhecimento das características geométricas do sistema e das condições climáticas do 
ambiente , as magnitudes estimadas e admissíveis das variáveis referentes às perdas de 
altura do fecho hídrico assim como as pressões desenvolvidas no interior do sistema. O 
conjunto de inequações a seguir, se obedecido, indica não ser necessária a ventilação 
secundária: 
a) Ha,i ≥ Hr,i b) Da,s ≥ Dr c) Sa,s ≥ Sr 
Onde: 
Ha,i = perda de altura do fecho hídrico admissível para o desconector i (mm); 
Hr,i = perda de altura do fecho hídrico provocada por auto-sifonagem (mm); 
Da,s = depressão admissível no sistema (N/m2); 
Aula 3 – Dimensionamento 
 
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
47 
 
 
Dr é a depressão máxima provocada pelos efeitos de sifonagem induzida, tiragem 
térmica; 
ação do vento e das variações da pressão ambiental (N/m2); 
Sa,s é a sobrepressão admissível no sistema (N/m2); 
Sr é a sobrepressão máxima no sistema (N/m2). 
As variáveis Ha,i , Da,s e Sa,s dependem das características geométricas do sistema, 
enquanto as variáveis Hr,i , Dr e Sr dependem das condições ambientais dos fenômenos 
associados ao escoamento. Todas as equações envolvendo estas variáveis, as quais formam 
um equacionamento bastante extenso e complexo, e não será apresentado. 
Como pode-se perceber, a metodologia de Dimensionamento Racional é mais 
complexa e entra nesta aula a título de informação, apenas, como alternativa ao método 
Hunter. 
 
Baseado e adaptado de ABNT, 
GONÇALVES (2000), GRAÇA 
(1985). Edições sem prejuízo 
de conteúdo. 
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
48 
 
 
Unidade 2 – Esgoto Urbano e Destinações 
 
Aula 4: Sistema Público de Esgotos 
 
Uma rede de captação pública é projetada para receber o esgoto sanitário e mais uma parcela 
das águas pluviais, que será estudada nas unidades de Drenagem. Nesta Unidade, serão 
estudadas as contribuições dos Sistemas de Esgotos para a rede urbana e algumas de suas 
particularidades. 
 
1. Sistema Público Convencional 
Para melhor conhecer este sistema, primeiramente vamos estudar suas partes 
constitutivas. Elas são, basicamente, classificadas da seguinte maneira: 
a) Ramal predial: são os ramais que transportam os esgotos das casas até a rede 
pública de coleta; 
b) Coletor de esgoto: recebem os esgotos das casas e outras edificações, 
transportando-os aos coletores tronco; 
c) Coletor tronco: tubulação da rede coletora que recebe apenas contribuição de 
esgoto de outros coletores; 
d) Interceptor: os interceptores correm nos fundos de vale margeando cursos d’água 
ou canais. São responsáveis pelo transporte dos esgotos gerados na sub-bacia, 
evitando que os mesmos sejam lançados nos corpos d’água. Geralmente possuem 
diâmetro maiores que o coletor tronco em função de maior vazão; 
e) Emissário: são similares aos interceptores, diferenciando apenas por não receber 
contribuição ao longo do percurso; 
f) Poços de visita (PV): são câmaras cuja finalidade é permitir a inspeção e limpeza da 
rede. Os locais mais indicados para sua instalação são: 
• Início da rede; 
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos 
 
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E 
DESTINAÇÕES 
 
 
 
 
 
49 
 
 
• Nas mudanças de: (direção, declividade, diâmetro ou material), nas 
junções e em trechos longos. Nos trechos longos a distância entre PV’s 
deve ser limitada pelo alcance dos equipamentos de desobstrução. 
 
g) Elevatória: quando as profundidades das tubulações tornam-se demasiadamente 
elevadas, quer devido à baixa declividade do terreno, quer devido à necessidade de 
se transpor uma elevação, torna-se necessário bombear os esgotos para um nível 
mais elevado. A partir desse ponto, os esgotos podem voltar a fluir por gravidade. 
h) Estação de Tratamento de Esgotos (ETE): a finalidade da ETE é a de remover os 
poluentes dos esgotos, os quais viriam causar uma deterioração da qualidade dos 
cursos d’água. Um sistema de esgotamento sanitário só pode ser considerado 
completo se incluir a etapa de tratamento. A Estação de Tratamento de Esgoto 
(ETE), pode dispor de alguns dos seguintes itens, ou todos eles: 
• Grade; 
• Desarenador; 
• Sedimentação primária; 
• Estabilização aeróbica; 
• Filtro biológico ou de percolação; 
• Lodos ativados; 
• Sedimentação secundária; 
• Digestor de lodo; 
• Secagem de lodo; 
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
50 
 
 
• Desinfecção do efluente. 
i) Disposição final: após o tratamento, os esgotos podem ser lançados ao corpo 
d’água receptor ou, eventualmente, aplicados no solo. Em ambos os casos,há que 
se levar em conta os poluentes eventualmente ainda presentes nos esgotos 
tratados, especialmente organismos patogênicos e metais pesados. As tubulações 
que transportam estes esgotos são também denominadas emissário. 
 
1.1. Sistema Condominial 
O sistema condominial de esgotos é uma solução eficiente e econômica para 
esgotamento sanitário desenvolvida no Brasil na década de 1980. Este modelo se apóia, 
fundamentalmente, na combinação da participação comunitária com a tecnologia 
apropriada. Esse sistema proporciona uma economia de até 65% em relação ao sistema 
convencional de esgotamento, graças às menores extensão e profundidade da rede coletora 
e à concepção de microssistemas descentralizados de tratamento. 
O nome Sistema Condominial é em função de se agregar o quarteirão urbano com a 
participação comunitária, formando o condomínio, semelhante ao que ocorre num edifício 
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos 
 
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E 
DESTINAÇÕES 
 
 
 
 
 
51 
 
 
e apartamentos (vertical); dele se distingue, todavia, por ser informal quanto à sua 
organização e por ser horizontal do ponto de vista físico. 
Desse modo, a rede coletora básica ou pública apenas tangência o quarteirão-
condomínio ao invés de circundá-lo como no sistema convencional. As edificações são 
conectadas a essa rede pública por meio de ligação coletiva ao nível do condomínio (Ramal 
condominial), cuja localização, manutenção e, às vezes, a execução são acordadas 
coletivamente, no âmbito de cada condomínio e com o prestador do serviço, a partir de um 
esquema de divisão de responsabilidade entre a comunidade interessada e o poder público. 
1.1.1. Partes Constitutivas 
Dividem-se, mais comumente, em: 
• Ramal condominial: rede coletora que reúne os efluentes das casas que 
compõem um condomínio e pode ser: 
✓ De passeio: quando o ramal condominial passa fora do lote, no 
passeio em frente a este a aproximadamente 0,70m de distância do 
muro; 
✓ De fundo de Lote: quando o ramal condominial passa por dentro do 
lote, no fundo deste. Esta é a alternativa de menor custo pois desta 
maneira é possível esgotar todas as faces de um conjunto com o 
mesmo ramal; 
✓ De jardim: quando o ramal condominial passar dentro do lote, porém 
na frente do mesmo. 
 
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
52 
 
 
• Rede Básica: rede coletora que reúne os efluentes da última caixa de inspeção 
de cada condomínio, passando pelo passeio ou pela rua; 
• Unidade de Tratamento: a cada microssistema corresponde uma 
estação para tratamento dos esgotos, que pode ser o tanque séptico 
com filtro anaeróbio. 
1.1.2. Fase de Elaboração do Projeto do ramal Condominial (Recomendações) 
a) Croqui: A primeira fase do processo de execução do ramal condominial é a 
elaboração do croqui do conjunto, assinalando a posição das casas e fossas de 
cada lote. De posse do croqui, definir a melhor opção que atende o conjunto, 
considerando os seguintes aspectos: 
• Face mais baixa dos lotes (topografia); 
• Localização do maior número de fossas; 
• Disponibilidade de área livre para passagem do ramal nos lotes. 
b) Reunião com a Comunidade: De posse do pré-lançamento dos ramais nos croquis, 
são realizadas reuniões com os moradores de cada conjunto, onde são 
apresentadas as possíveis opções para o atendimento do mesmo, sendo, dos 
moradores a decisão final sobre o tipo de ramal a ser implantado. 
c) Topografia: Com a opção definida, inicia-se o levantamento topográfico, o que é 
feito por conjunto e por tipo de ramal, onde a unidade considerada é o lote. Esse 
levantamento é executado com mangueira de nível ou nível laser e deve definir: 
• Profundidade da ligação predial de cada lote; 
• Um RN (referencial) para cada inspeção (geralmente marcado num 
poste); 
• Uma caixa de inspeção (CI) para cada lote; 
• Cota do terreno de todas as CI’s e Tês; 
• CI no início do ramal de passeio; 
• CI externa, na saída dos ramais para ligação com PV (poço de visita), 
quando necessário; 
• Lançamento das CI’s externas o mais próximo possível dos muros 
garantindo que fiquem protegidas, ao máximo, de tráfego de veículos; 
• Demarcação dos ramais a aproximadamente 0,70m do muro dos lotes; 
• Localização de CI na direção da ligação predial do morador; 
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos 
 
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E 
DESTINAÇÕES 
 
 
 
 
 
53 
 
 
• Desviar as CI’s das entradas de garagens ou no mínimo da faixa de 
passagem dos pneus do carro para evitar quebra das mesmas. 
d) Projeto: Na elaboração do projeto executivo, deve-se garantir que o morador seja 
atendido pelo ramal e que este tenha lançamento favorável em pelo menos um 
ponto da rede básica ou pública. Para tanto deve ser previsto: 
• Profundidade mínima da CI abaixo da cota da ligação predial do morador; 
• Profundidade e declividade mínima do ramal em função do item anterior 
e nunca menor que 0,5%; 
• Evitar desvio do ramal; 
• Ligação da CI ao ramal de passeio através de um Tê; 
• CI’s intermediárias para o ramal de passeio a cada 50 m; 
• Lançamento do ramal condominial na almofada do PV, formando uma 
canaleta de seção mínima de 50% da tubulação; 
• Sempre que possível será eliminada a última CI dos ramais, sendo estes, 
ligados direto à rede básica ou pública. 
Nos casos em que não estão previstos CI’s para ligação do ramal o mesmo será 
ligado à última CI do outro ramal, evitando uma entrada a mais na CI da rede 
pública, já que esta terá número limitado de entradas. As particularidades a 
seguir podem depender da legislação municipal): 
• A última CI do ramal será de diâmetro de 0,60 m somente quando a 
profundidade for maior que 0,90 m e quando houver interligação de 
mais de um ramal; 
• Todas as ligações dos ramais à rede pública serão em CI’s ou PV’s e em 
sentido do fluxo; 
• A profundidade da última CI quando houver interligação entre ramais, 
com corte de pista, será de 1 metro; 
• As redes no passeio, inclusive a ligação à rede pública, será de PVC. 
e) Considerações para o Projeto: Na realidade, a rede pública é uma rede 
convencional do ponto de vista hidráulico, portanto, deveria ser dimensionada em 
conformidade com as recomendações técnicas usuais. 
f) Diâmetro Mínimo: As redes coletoras do sistema convencional adotavam o 
diâmetro mínimo de 150 mm apesar das normas vigentes não colocarem 
nenhuma restrição quanto à utilização do diâmetro de 100 mm, desde que atenda 
ao dimensionamento hidráulico. 
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos 
 
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – 
ESGOTO E DRENAGEM 
 
 
 
 
 
54 
 
 
g) Recobrimento Mínimo: No sistema convencional, usualmente as redes coletoras 
localizam-se no terço médio mais baixo das ruas. Já no sistema condominial este 
procedimento é evitado e procura-se sempre que possível lançar as redes no 
passeio, fora das ruas pavimentadas onde há tráfego de veículos. Com isso é 
permitido reduzirmos o recobrimento das tubulações sem contudo oferecer riscos 
de rompimento das mesmas e também sem ferir as recomendações das normas 
vigentes que são: 
 
h) Profundidade Mínima: A profundidade mínima da tubulação deve ser tal que 
permita receber os efluentes por gravidade e proteger a tubulação contra tráfego 
de veículos e outros impactos. No caso do ramal condominial, a profundidade 
mínima será aquela que esteja abaixo da cota de ligação predial do morador, 
garantindo que este seja atendido. 
De forma a se

Continue navegando

Outros materiais