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aula LINDB

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Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
(DL 4.657/1942 e alterações)
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Funções da LINDB
1ª) regular a vigência e eficácia das normas jurídicas (arts. 1º e 2º);
2ª) regular conflito das normas no tempo (art. 6º) e no espaço (arts. 7º ao 19º);
3ª) fornecer técnicas de hermenêutica (art. 5º);
4ª) critérios para a integração da norma, quando da existência de lacunas (art. 4º);
5ª) garantir a eficácia global da norma, afastando o erro de direito (art. 3º) 
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Vigência da LEI
Etapas de formação da lei: elaboração, promulgação (nascimento) e publicação (vigência);
A vigência da norma se inicia com a publicação e se estende até a revogação;
Definição de VIGÊNCIA: “existência específica da norma em determinada época, podendo ser invocada para produzir, concretamente, efeitos, ou seja, para que tenha eficácia” (GONÇALVES,Carlos, 2010, p. 59);
VACATIO LEGIS: “intervalo temporal entre a data de sua PUBLICAÇÃO e a sua efetiva ENTRADA EM VIGOR”;
Contagem do prazo: inclui os dias da publicação e do último dia do prazo (cf. art. 8º, § 1º da LC 95/98).
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Vigência da LEI
Atual LINDB
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. 
§ 2o A vigência das leis, que os Governos Estaduais elaborem por autorização do Governo Federal, depende da aprovação deste e começa no prazo que a legislação estadual fixar. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
LICC de 1916 – 1ª versão
Art. 2. A obrigatoriedade das leis, quando não fixem outro prazo, começará no Distrito Federal três dias depois de oficialmente publicadas, quinze dias no Estado do Rio de Janeiro, trinta dias nos Estados marítimos e no de Minas Gerais, cem dias nos outros, compreendidas as circunscrições não constituídas em Estados.
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Revogação da LEI
Princípio da continuidade: via de regra a Lei de caráter permanante;
Causas intrínsecas para a cessação da Lei (“caducidade da Lei”): (i) fim do prazo (qdo. A Lei possui prazo específico de vigência); (ii) condição resolutiva (qdo a Lei é criada para eventos especiais e estes terminam – ex. Lei 12.663/12); (iii) cumprimento de sua finalidade;
Formas de revogação da Lei, ou seja, a “tornar sem efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade” (DINIZ, Maria Helena. 1994, p. 64);
Tipos (qto. à extensão): ab-rogação (revogação total); derrogação (revogação parcial) ; (qto. à forma): tácita, ou expressa;
Antinomia: conflito de duas normas vigentes (pode ser aparente ou real) – Antinomia de 1º grau (envolver apenas um dos critérios); Antinomia de 2º grau (envolver dois dos critérios);
Critérios: (i)cronológico - lex posterior derrogat legi priori; (ii)hierárquico (lex superior derrogat legi inferior); (iii)especialidade (lex specialis derrogat legi generali).
Repristinação: restauração de lei revogada, pela perda de vigência da lei revogadora
Lei A 	 Lei B 	 Lei C
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Revogação da LEI
Art. 2o  Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.        (Vide Lei nº 3.991, de 1961)       (Vide Lei nº 5.144, de 1966)
§ 1o  A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. -cronológico. 
§ 2o  A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. –flexibilização ao critério da especialidade
§ 3o  Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. -repristinação
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Eficácia global da Lei
Visa garantir a eficácia global da norma (dado ser uma necessidade social, ao contrário das teorias da ficção e presunção legais);
Erro de direito: conhecimento falso da lei, como caus de anulação do negócio jurídico – desde que haja boa-fé;
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Eficácia global da Lei
Art. 3o  Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
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Integração da Lei
Diz respeito aos mecanismos utilizados pelo Magistrado, a fim de suprir eventuais LACUNAS na Lei (e não no sistema jurídico). São eles: a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito;
1º) a analogia: para situações de SEMELHANÇA deve-se aplicar o mesmo dispositivo legal; Tipos: analogia legis (legal) e analogia juris (jurídica). Não cabe analogia: no direito penal (salvo in bonam partem), nas leis excepcionais, nas leis fiscais que impõem tributos, nos negócios jurídicos gratuitos, nas renúncias e na fiança.
2º) os costumes: fonte subsidiária (ou supletiva) do direito. Define-se como a prática reiterada de certo comportamento por um determinado corpo social, que o entende por necessário. Tipos: secundum legis (ex.: art. 596 e 615 CCB); praeter legem; e contra legem.
3º) os princípios gerais de direito: validação da consciência coletiva – exemplos: prevalência da boa-fé; ninguém pode transferir mais direitos do que possui; ninguém pode se valer da própria torpeza ….. 
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Integração da Lei
Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
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Aplicação e Interpretação da Lei (hermenêutica)
quanto à fonte: (i) autêntica; (ii) jurisprudencial; e (iii) teórica; 
quanto aos meios: (i) gramatical (exame do texto normatico, a partir da visão linguística); (ii) lógica (intenção do legislador, sentido e alcance da norma por meio de raciocínios lógicos);(iii) sistêmica (insere a norma no sistema jurídico maior); (iv) histórica (história do processo legislativo); (v) sociológica ou teleológica (finalidade e necessidade social);
quanto aos resultados: (i) declarativa (qdo. o texto legal coincide com o pensamento do legislador); (ii) restritiva (limita-se o alcance da aplicação da norma); e (iii) extensiva (amplia-se o alcance da aplicação da norma).
fins sociais (art. 5°)
regras e critério interpretativos: (a) na interpretação deve sempre preferir-se a inteligência que faz sentido à que não faz; (b) deve preferir-se a inteligência que melhor atenda à tradição do direito; (c) deve ser afastada a inteligência que conduza ao vago, ao inexplicável, ao contraditório e ao absurdo; (d) há de se ter em vista aquilo que ordinariamente sucede no meio social; (e) onde a lei não distingue, o intérprete não deve igualmente distinguir; (f) todas as leis excepcionais ou especiais devem ser interpretadas restritivamente; (g) tratando-se, porém, de interpretar leis sociais, preciso será temperar o espírito do jurista, adicionado-lhe certa dose de espírito social, sob pena de sacrificar-se a verdade à lógica; (h) em matéria fiscal a interpretação far-se-á restritivamente; (i) deve-se considerar o lugar onde está colocado o dispositivo, cujo sentido deve ser fixado.
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Aplicação e Interpretação da Lei (hermenêutica)
Art. 5o  Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
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Conflito das leis no TEMPO
O direito pátrio adotou o princípio da irretroatividade da norma, porém não de forma absoluta, mas, sim, para proteger o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Portanto, a lei nova alcança os fatos pendentes e os futuros, não logrando contra os fatos já consumados (salvo determinação expressa da própria lei). 
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Conflito das leis no TEMPO
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
(Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.     (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.       (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.      (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
 
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Conflito das Leis no ESPAÇO
Princípio da territorialidade;
Princípio da extraterritorialidade.

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