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Técnicas de seleção, pré preparo, cocção e armazenamento de carnes e embutidos 1 Curso: Nutrição • Conjunto de tecidos que recobrem o esqueleto. • Comercial: todas as partes comestíveis de animais. • Mamíferos, aves, peixes, moluscos, crustáceos, etc. • Mamíferos: bovinos, suínos, ovinos, caprinos • Carnes exóticas 2 Conceito 3 • É composta por tecidos muscular, conjuntivo e adiposo, “ossos e cartilagens”. • A composição varia com a espécie e o sexo do animal. Estrutura • Constituídas por músculos estriados, lisos ou cardíaco • São importantes porque afetam as características sensoriais e comerciais devido à alta capacidade de retenção de H2O e emulsificação, especialmente no congelamento, descongelamento e cocção. • Influenciam a maciez e a suculência dos produtos. • O reaquecimento seguido promove a perda da maciez e suculência porque o calor promove o movimento das moléculas de H2O livre que passam para o vapor e não retornam ao produto. 4 Tecido Muscular • Proteínas fibrosas: envolvem as fibras musculares e são as frações mais insolúveis e menos digeríveis. ▫ Colágeno: esbranquiçado e rígido - Tendões ▫ Elastina: amarelada e elástica - Ligamentos • Insolúveis em água fria: ▫ Calor seco – endurece e resseca ▫ Calor úmido/pressão: tecido tendinoso aumenta volume, amolece e hidrolisa o colágeno gelatina (solúvel em água quente 100C) ▫ Obtenção gelatina: rápida na presença de ácidos • Elastina: não é amaciada pelo calor processo mecânico- moer ou picar 5 Tecido Conjuntivo • Constituído por 75 a 90% de gordura • Cor, consistência e quantidade: variam de acordo com raça, idade, sexo e localização ▫ Teor lipídico maior na idade adulta ▫ Fêmeas apresentam maior teor de lipídios que os machos ▫ Castrados: maior teor lipídico ▫ Gordura Intramuscular: suculência e maciez, quantidade e distribuição sensação de umidade no início da mastigação baixa condutividade térmica, provocando cozimento mais lento, e evita a desnaturação protéica rápida e a perda de líquidos durante o cozimento 6 Tecido Adiposo ▫ Subcutâneo: efeito indireto na maciez e age como isolante, evitando o resfriamento brusco da carcaça e dureza da carne • 50C: ocorre liquefação da gordura, impedindo seu ressecamento • Carnes assadas com pouca quantidade de gordura rechear com bacon ou linguiça para evitar o seu ressecamento 7 Tecido Adiposo Valor Nutricional • Água, proteína, lipídios, cinzas • CHO: mínimas quantidades (0,8 a 1%) • Proteínas: entre 18 e 23% ▫ Aminoácidos essenciais ▫ Substâncias nitrogenadas: Bases purínicas, ácido úrico, creatinina • Lipídios: entre 0,3 e 15% • Vitaminas: depende de raça, idade, alimentação e corte ▫ Vitaminas do complexo B • Minerais: ▫ Ferro heme ▫ Fósforo (175 – 290mg/100g) ▫ Sódio (60 – 90mg/100g) ▫ Potássio (300mg/100g) 8 COMPOSIÇÃO: Características Sensoriais • Corte transversal visualiza-se colorações: ▫ Parte Externa vermelha (oximioglobina) ▫ Parte Interna violácea (mioglobina) 9 1. COR: Características Sensoriais • Carne seca: sal é usado para reduzir a ação das moléculas de água no processo de deterioração ▫ Altera a cor original porque a mioglobina é solúvel em soluções salinas concentradas e porque o sal desnatura as proteínas 10 1. COR (cont.): Características Sensoriais • Tamanho dos feixes musculares • Espessura das fibras • Quantidade de tecido conjuntivo ▫ Fibras: diâmetro pequeno – mais macias ▫ Animais novos ▫ Espécie ▫ Alimentação ▫ Atividade física 11 2. TEXTURA E MACIEZ: Características Sensoriais • Extratos nitrogenados • Extratos não nitrogenados • Ác. Glutâmico 12 3. SABOR: • Extrato cetônico carnes frescas • Amoníaco carnes velhas ranço característico 4. ODOR: Classificação 13 Classificação Corte Localização Especial Contra-filé , Filé mignon, Picanha Quarto Traseiro Classificação Corte Localização Primeira Coxão-duro / Coxão-mole Lagarto, Patinho, Alcatra Quarto Traseiro Classificação Corte Localização Segunda Paleta ou Braço Acém, Capa de Filé, Fraldinha Peito, Aba de Filé Quarto dianteiro Terceira Pescoço e Ponta de Agulha Quarto dianteiro Classificação Corte S/Classif. Músculo, Cupim Cuidados na Seleção • Coloração: vermelho vivo • Ligeiramente úmida • Gordura: macia • Odor: característico 18 PRÓPRIA PARA CONSUMO: • Coloração: escura (arroxeada, acinzentada, esverdeada) • Pegajosa • Odor: desagradável IMPRÓPRIA PARA CONSUMO: Métodos de Prevenção à Contaminação • Controle de fornecedores • Substituição de embalagens originais por monoblocos higienizados e desinfetados • Armazenamento refrigerado: 4C • Armazenamento sob congelamento: -18C • Descongelamento: sob refrigeração ▫ Retirar da refrigeração SOMENTE a quantidade a ser preparada • Após preparada, manter quente (≥60C) ou resfriar rapidamente até 4C e manter a esta temperatura 19 Pré Preparo • Descongelamento lento preserva maciez e suculência • Procedimento: ▫ Limpeza: depende de como é adquirida retirada de aparas ▫ Subdivisão: operação de cortes de acordo com a preparação (quanto maior a subdivisão maior a perda de líquidos) Fatiamento no sentido contrário das fibras ▫ União: envolver com gorduramedalhão rechear com legumes e/ou gordura – bife rolê 20 Pré Preparo ▫ Amaciamento: Mecânico (cortar,bater, moer) Enzimático (bromelina, papaína e ficina) Químico (vinho)marinada ▫ Sal: a umidade é absorvida por osmose e durante a cocção não terá perda total O uso do sal com antecedência pode enrijecer as fibras (bifes) Sal grosso retira menos H2O da carne 21 Características dos Cortes 22 Cortes Características Bifes (steaks) 1 a 1,5 cm de espessura Chateubriand 6 a 7 cm de espessura Escalopes Fatia pequena, fina, cortada no sentido transversal da fibra Medalhões 3 cm, corte médio, formato redondo ou oval Paillard Escalope de vitela ou bife fino, batido para ficar achatado Tournedos Bife grosso com 2cm de espessura e 4 a 7 cm de diâmetro Bisteca Fatia com osso, do lombo T-bone steak Filé mignon e contra filé cortados juntos, com osso Iscas Corte em tiras de 5cm de comprimento por 1cm largura Tiras Corte sem tamanho definido, podendo ser maior ou menor que iscas Cubos Diversos tamanhos dependendo da preparação 2, 3 ou 4cm Moída Carne fragmentada no moedor Características das Carnes nos Processos de Cocção Temperatura (C) Ponto de cocção Características 40 – 50 Cru Coloração vermelho-escura; consistência macia; tecido conjuntivo intacto. Extravasamento inicial de líquido da estrutura protéica. Coagulação inicial de proteínas 50 – 60 Mal passado Colocação vermelho-clara tornando-se opaca; consistência macia e firme; tecido conjuntivo intacto; coagulação da miosina; carne suculenta ao corte. Inicio da fusão da gordura 60 – 70 Ao ponto Coloração externa cinza-amarronzada e, interna, rosada; consistência mais firme pelo encurtamento das fibras e perda de líquidos. Inicia-se a desnaturação e coagulação de proteínas. Menos exsudação de líquidos 70 – 80 Bem passado Coloração interna e externa cinza-amaronzada; consistência enrijecida e menos suculenta. Dissolução inicial do tecido conjuntivo > 80 Muito bem passado Coloração escura (marrom a preta); consistência rígida e seca. Rompimento das paredes celulares e liberação de gordura. Dissolução do tecido conjuntivo. Desnaturação e coagulação da actina 23 Métodos de Cocção • Assar: forno de convecção ou espetos.Inicia-se em fogo alto para formar crosta (coagulação superficial das proteínas e menor perda de líquidos), em seguida diminui-se a temperatura. (Carnes marmorizadas). • Grelhar: calor deve ser forte inicialmente para selar a superfície e manter os sucos. 24 1. CALOR SECO: Métodos de Cocção • Fritar: utiliza grande quantidade de gordura, para cobrir ou não. Indispensável cuidados com a temperatura para evitar que o óleo atinja seu ponto de fumaça. 25 1. CALOR SECO: Métodos de Cocção • Fervura: utiliza-se líquido em ebulição para que ocorra geleificação do colágeno • Vapor: papillote com perda de umidade e dispersão de aroma mínimos. 26 2. CALOR ÚMIDO: Métodos de Cocção • Ensopar:utiliza-se gordura aquecida para formar crosta e acrescentar sabor e depois acrescenta-se líquidos ferventes em maiores quantidades para que a cocção continue lentamente e forme um caldo. Utilizados para cubos e iscas, para haver liberação de substâncias extrativas e tornar o caldo saboroso. 27 3. CALOR MISTO: Métodos de Cocção • Guisar: inicia-se com refogado e depois acresce um pouco de água fervente. Colocados em panela tampada, fogo baixo, com mínimo de calor. Comum utilizar líquidos como vinho, suco de frutas e caldos já preparados (Ex: cozido) 28 3. CALOR MISTO: Métodos de Cocção • Brasear: pode utilizar o forno de convecção - calor seco acrescentando líquido quando necessário. Deve-se manter o recipiente com algum líquido (Cortes mais rígidos). • Estufar: refogado e depois cocção em seu próprio suco ou pequena adição de líquido. Necessita recipiente fechado (Ex: barreado) 29 3. CALOR MISTO: Alterações na Cocção • Volume total • Formato • Espessura • Ossos bom condutor • Revestimento da camada gordurosa facilita • Gordura entre feixes musculares retarda 30 FATORES QUE INFLUEM NA PENETRAÇÃO DE CALOR: Perdas no Processamento • Tempo de armazenamento: desnaturação protéica e perda de vitaminas do complexo B através da perda de exsudato • Descongelamento: grandes cristais provocam o rompimento de membranas celulares, perda de ferro, alteração na textura diminuindo a maciez • Cocção: perda de vitaminas e umidade depende do tempo, temperatura e métodos empregados • Perdas de peso ▫ Churrasco 10% peso inicial ▫ Rosbife 25% ▫ Bife à milanesa 15% ▫ Carne assada 40% 31 IC de carne processada em forno combinado 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 150 /3/1 0 150 /3/1 00 150 /5/6 0 150 /10 /10 150 /10 /10 0 240 /3/6 0 240 /5/1 0 240 /5/1 00 240 /10 /60 300 /3/1 0 300 /3/1 00 300 /5/6 0 300 /10 /10 300 /10 /10 0 º/min/% IC ºC/min/% MISTURA, 2006 c IC de carnes processadas em forno elétrico 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 150/6 150/12 150/24 200/6 200/12 200/24 280/6 280/12 280/24 º/min IC MISTURA, 2006 ºC/min/% IC de carnes processadas em chapa elétrica 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1 2 3 tempo IC 1=45seg 2=120seg 3=240seg MISTURA, 2006 FeH x IC (Forno combinado) y = 0,0064x + 0,18 R2 = 0,7456 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 50 70 90 110 130 FeH (ug/g) IC FeH X IC (Forno elétrico) y = 0,0141x - 0,0899 R2 = 0,7743 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 20 40 60 80 FeH (ug/g) IC forno combinado forno elétrico Correlação da concentração de Fe heme o índice de cocção (IC) das carne preparadas Carne processada em forno combinado e temperatura interna x % Fe heme y = 0,0024x2 - 1,2102x + 148,17 R2 = 0,4027 0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 60 80 100 ºC % x F e H em e F e to ta l Carne processada em forno elétrico e temperatura interna x % Fe heme y = -0,0014x2 - 0,5788x + 140,18 R2 = 0,7699 0 50 100 150 0 20 40 60 80 100 120 ºC % x F e H em e F e to ta l Correlação da porcentagem de Fe heme em relação ao Fe total e as temperaturas internas da carne durante o processamento forno combinado forno elétrico Per capita: 150g-180g Com osso: 200g – 250g Porção: 100- 120g (depende da Instituição) Quantidade de carne Carne Suína 38 Carne Suína • Maior teor de gordura em relação à bovina • Textura fina • Quando congelada torna-se mais clara 39 Carne Suína 40 corte utilização e caracteristicas acém corte macio que pode ser utilizado em cubos ou fatias para refogar, fritar ou grelhar. Utilizado no preparo de linguiça paleta e braço corte mais gorduroso e tambem com mais tecido conjuntivo. Pode ser guisado em cubos ou moido. Utilizado no preparo de embutidos lombo corte mais magro, envolto em capa de gordura que pode ser retirada antes de assar ou grelhar. Pode ser utilizado inteiro, em cubos ou escalopes. Com osso e conhecido como carre costela parte retirada da caixa torácica do animal. Pode ser frita ou assada barriga peca mais gordurosa da qual e extraida a banha. Pode se retirar para a fabricação de toucinho e bacon. pernil parte traseira do animal, que e normalmente assada com ou sem osso. Utilizado para preparar presunto e tender joelho típico de preparações alemãs. Pode ser cozido sob calor úmido para a geleificação do colageno. Quando defumado e conhecido como eisnbein pé deve ser cozido sob calor umido, lentamente. Utilizado na feijoada toucinho gordura que envolve o dorso do animal. Pode ser defumado, fresco ou salgado. • Cor rosada, mais escura na perna e no lombo • Ligeiramente úmida • Gordura firme e branca • Odor característico • Cortes maiores devem ter fina pele externa, fresca, úmida e elástica • Não deve ter pelos 4 1 Cuidados na Seleção • São órgãos internos dos animais que podem ser empregados na alimentação. • Divididos em categorias: brancos (bucho, miolo) e vermelhos (fígado, rins, língua, coração). • Valor nutricional: ▫ Depende da víscera e da proporção de ingredientes ▫ Geralmente usados como opção de prato principal, com frequência, reduzem o custo da refeição 4 2 Vísceras, Embutidos e Processados VÍSCERAS: • Vermelho escuro • Lavar em água corrente, retiradas veias e tecido conjuntivo, a pele deve ser desprendida, puxando-a para trás. Bifes cortados em sentido diagonal, não muito finos. • Cocção rápida, para não endurecer. Deve ser temperado apenas ao final da cocção. • Pode ser preparado frito, refogado ou como patês e croquetes. 4 3 Vísceras, Embutidos e Processados FÍGADO: • Lavar em água fria, retirar a película que o envolve. Deixar em remolho em água acidificada por 2h para retirar o odor. • Quando não consumido imediatamente, deve ser aferventado em água acidificada e salgada (1 colher de chá de sal e 1 colher de sopa de vinagre/L de água ), por 15minutos. • Pode ser preparado cozido, frito ou grelhado. 4 4 Vísceras, Embutidos e Processados RIM: • Lavar em água corrente e aquecida, escovando bem as porosidades. • Deixar em remolho na água acidificada por 30 minutos e lavar novamente. Retirar a pele,desprendendo-a da base em direção à ponta da língua. • Utilizada, em feijoadas ou fatiada com molhos. 4 5 Vísceras, Embutidos e Processados LÍNGUA: • Tecido rígido que necessita cocção lenta em calor úmido. • Cortar ao meio, lavar em água corrente, retirar artérias, veias. Lavar novamente. Deixar imerso em água acidificada. • Cozido em água e sal ou com molho ao sugo. 4 6 Vísceras, Embutidos e Processados CORAÇÃO: • Branco-acinzentado e tem sabor delicado • Esfregar limão,deixar em remolho em água acidificada por 1h, aferventar em água salgada e em fogo brando. Ao ferver, trocar a água. Repetir o processo por pelo menos 1h ou até ficar macio. • Utilizado em tiras, cozido em ensopados. 4 7 Vísceras, Embutidos e Processados BUCHO: • Conhecido como bofe e utilizado na cozinha baiana. • Cortado, temperado com vinha d'alhos por dois dias. 4 8 Vísceras, Embutidos e Processados PULMÃO: 49 • Produtos cárneos, adquiridos na forma em que serão utilizados, ou seja, não sofrem transformações significativas durante o pré-preparo. • Linguiça, salsicha, presunto, apresuntado, patê ou pasta, mortadela, salame ▫ Linguiça: frita, assada, como recheios, temperos, molhos ▫ Salsicha: frita , assada, ao sugo ▫ Presunto: recheios, grelhados EMBUTIDOS: Vísceras, Embutidos e Processados 50 • Podem ou não ser pré-preparadas na própria unidade de alimentação e nutrição. • Hambúrgueres, almôndegas ou porpetas, quibes. • Preparo: podem ser fritos, grelhados, assados, preparados com molhos diversos. PROCESSADOS: Vísceras, Embutidos e Processados
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