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História da Evolução Constitucional.docx

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Introdução 
O Direito Constitucional acomoda-se no Direito Público Interno e tem por objectivo precípuo o regramento de uma sociedade política, isto é, estabelecer os princípios da organização e funcionamento de um Estado.
O presente trabalho cujo tema, História da Evolução Constitucional: conceptualização da Constituição, estrutura, tamanho e eficácia jurídica, função, Classificação e sistemas constitucionais: Britânico, Francês, americano e português e Evolução e comparação das Constituições Moçambicanas de 1975, 1990 e 2004, foi desenvolvido num contexto académico com o desiderato de aprofundar os assuntos debatidos ao longo das aulas de Direito Administrativo – I.
Em termos de metodologia, o presente estudo é essencialmente qualitativo. Na feitura, deu-se prioridade a revisão bibliográfica e os métodos histórico e comparativo, o método Histórico é um procedimento que consiste em investigar acontecimentos, processos, instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade actual. Por seu turno, o método Comparativo estuda as diferenças e semelhanças entre diferentes factos, com a finalidade de verificar similitudes e explicar divergências. (Marconi:2001).
No que tange a estrutura, o trabalho compreende a um capítulo único, onde num primeiro momento, apresentam-se os conceitos; depois segue-se a fase da exposição do tema em análise e por último tem-se a conclusão, onde mais do que concluir, apresenta-se a posição do grupo. 
CAPITULO I
História da Evolução Constitucional: conceptualização da Constituição, estrutura, tamanho e eficácia jurídica, função, Classificação e sistemas constitucionais: Britânico, Francês, americano e português e Evolução e comparação das Constituições Moçambicanas de 1975, 1990 e 2004.
 Conceitos
De modo a captar o propósito da pesquisa, será necessária a definição dos seguintes conceitos: Direito Constitucional, Constituição, Eficácia Jurídica.
Geralmente os conceitos em ciências sociais são polissémicos, isto é, passíveis a várias conceptualizações. 
Assim, o Direito Constitucional é para Caetano (2006:41), o conjunto de normas jurídicas que regula a estrutura do Estado, designa as suas funções e define as atribuições e os limites dos supremos órgãos do poder.
Para Pereira (2007: 136),
“O direito Constitucional é o subsistema jurídico-normativo público que estabelece os direitos e deveres fundamentais, caracteriza o Estado e fixa os seus fins principais, estabelece os seus órgãos de soberania, seus modos de designação, suas composições, competência e funcionamento, e fixa a tutela da sua parametricidade”.
Por seu turno, O Direito Constitucional é para Mascarenhas (2008:16), o ramo do Direito Público que se ocupa no estudo dos princípios indispensáveis à organização do Estado, à distribuição dos poderes, os órgãos públicos e os direitos individuais e colectivos.
Apesar da divergência na linguagem, os conceitos acima apresentados carregam um denominador comum, isto é, de modo implícito ou explicito percebe-se que o Direito Constitucional é integrante do Direito Público e que tem por objectivo precípuo reger a organização e funcionamento dum Estado.
 Constituição
O Direito Constitucional ao ser um campo de saber humano, ocupar-se-á no estudo das normas jurídicas duma sociedade política. Essas normas jurídicas, em qualquer sociedade, encontram-se dispostas num instrumento legal chamado Constituição. Veja-se, alguns conceitos de Constituição. 
Para Miranda, citado pelo GDI (2006:5), o termo Constituição refere-se ao instrumento jurídico fundamental que define e caracteriza originariamente a comunidade política emergente. 
Por seu turno, Varela (2011:4) define o conceito como, conjunto de normas jurídicas que definem a estrutura, fins e funções do Estado, titularidade, exercício e controlo do poder político.
No mesmo diapasão, Alves e Silva (2010) são mais detalhistas quanto ao conceito de Constituição. Para estes autores, a constituição é:
 (…) É o conjunto de normas jurídicas que definem a estrutura (povo, território e poder político), fins (segurança, justiça e bem-estar económico-social) e funções do Estado (política, legislativa, judicial e administrativa), titularidade (órgãos), exercício (processo de feitura e execução de leis) e controlo do poder político (fiscalização da constitucionalidade, tribunais e Provedor da Justiça).
A constituição enquadra juridicamente as vicissitudes que o Estado experimenta nas diversas fases da sua existência, razão pela qual não si pode compreender correctamente uma comunidade política, em qualquer estágio do seu desenvolvimento, sem antes conhecer a sua história constitucional.
 Estrutura da Constituição
Desde a época Moderna o paradigma dominante tem sido o de que toda e qualquer constituição, por mais pequena ou maior que seja, dispõem de uma estrutura. Portanto, tendo como protótipo as constituições americanas de 1787 e a francesa de 1791, Varela (op. Cit), identifica quatro partes integrantes a estrutura de uma Constituição.
Preâmbulo – é a parte inicial ou introdutora, em que si pode fazer a exposição dos fundamentos, das razões da adopção de uma determinada Constituição, reflectir o contexto político - histórico em que si adopta a Constituição e abordar os princípios gerais do texto constitucional;
Parte Orgânica – aquela que estabelece a organização do Estado, os diferentes órgãos e instituições que o integram, a forma ou regime de Estado e o sistema do Governo, enfim, o mecanismo de exercício de poder do Estado;
Parte Dogmática – esta parte, está reservada a consagração dos Direitos, Liberdades e Garantias fundamentais dos cidadãos; 
Cláusula de Reforma – é a parte final, em que se apresenta, com maior ou menor detalhe o procedimento para a revisão ou substituição da Constituição (revogação). 
O autor mostra que esta organização não é fixa, mas sim flexível, podendo desse modo existir Constituições com a ordem invertida ou sem uma das partes constituintes à estrutura supracitada.
 Tamanho da Constituição
No que tange ao tamanho as Constituições podem ser analíticas e sintéticas.
A Constituição Analítica é aquela que examina e regulamenta todos os assuntos relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado. Por seu turno, a Constituição sintética é aquela que prevê somente os princípios e as normas gerais da organização do Estado e a limitação dos seu poder através de fixação de garantias e direitos dos cidadãos. (Mascarenhas, 2008). 
 Eficácia Jurídica
A eficácia da norma jurídica pressupõe a vigência da norma, desse modo, o termo vigência aplica-se para referir-se a existência específica de uma norma jurídica.
Importa referir que nem sempre a norma válida (resultante do Direito Natural ou do Direito Positivo) é respeitada e cumprida, mas, isso não significa que o não cumprimento ocasional queira dizer que ela é ineficaz.
 No entanto, o desrespeito, ou desconhecimento persistente, continuado, generalizado, de uma norma obrigará a dá-la por ineficaz. (MARTINEZ, 2003:364-365).
Com o exposto acima pode-se, facilmente, deduzir que a eficácia jurídica compreende ao conhecimento contínuo e generalizado de uma norma, bem como a observância da mesma pelos cidadãos e pelos tribunais.
 Função da Constituição 
A Constituição é o farol de uma Nação, ela estabelece os princípios fundamentais e indispensáveis à organização da mesma, fixando seus limites, seus objectivos, suas normas, atribuindo direitos e prescrevendo deveres. Para Varela (op. Cit) a Constituição tem as seguintes funções a saber:
Função de ordenar o Estado – na medida em que determina os seus limites, a sua estrutura, as competências dos seus órgãos de soberania e as formas e processos de exercícios de poder;
Função de racionalizar o Poder Público – racionaliza o poder de actuação do Estado recorrendo a consagração da separação de poderes dos órgãos públicos e distribuição de funções;
Função de fundamentar a ordem jurídica do Estado – fundamenta a ordem jurídica quando serve de parâmetropara as decisões de poder (ex: as sentenças dos tribunais, fundamentam-se na Constituição);
Função Programática - esta função implica a contemplação na Constituição de programas, planos ou objectivos essenciais a realizar pelo Estado (Plano Económico e Social).
Mendes, Coelho e Branco (2009:13), especificam ainda mais a função da Constituição dizendo que ela tem por objectivo balizar a forma de aquisição do poder num Estado e o modo de seu exercício, assegurar os direitos e garantias dos indivíduos, bem como, fixar o regime político e disciplinar os fins sócio-económicos do Estado.
 Classificação da Constituição
Entende-se por classificação, a disposição de classes ou elementos em grupos decorrentes de uma característica em comum. Em matéria de Direito Constitucional é necessário que se classifique as Constituições de modo a distingui-las e compreende-las. Portanto, a classificação que si apresentará a seguir, foi extraída de Branco, Coelho e Mendes (2009:13).
Quanto à Forma – as Constituições podem ser escrita ou não escrita, conforme se achem consolidadas em um texto único, formal e solene (Constituição da República de Moçambique), ou se baseiem em usos e costumes, convicções e textos esparsos, bem como na jurisprudência (Constituição Inglesa);
Quanto à Origem – denominam-se populares, democráticas ou promulgadas, quando são livremente escolhidas pelo povo ou outorgadas, situação em que os intervenientes da feitura da Constituição são impostos pelo governante. O primeiro modelo reina em países democráticos, já o segundo, foi largamente usado em Estados ditatoriais;
Quanto ao Conteúdo – dizem-se materiais, as Constituições cujo texto contém apenas normas materialmente constitucionais (estrutura do Estado, separação de poderes e os direitos e garantias fundamentais) e formais matérias solenemente reunidas num documento, ou prevista na Constituição, não interessando si se trata de matéria constitucional ou não.
Quanto ao modo de Elaboração – chamam-se dogmáticas ou ortodoxas, aquelas intencionalmente elaboradas à luz de um determinado credo, princípio ou dogma (liberdade, fraternidade e igualdade) e históricas, aquelas que si materializam ao longo do tempo (britânica).
 Quanto à Estabilidade ou Consistência – elas são rígidas ou flexíveis, as rígidas são aquelas que exigem um processo “especial” diferente dos, das leis infraconstitucionais para as modifica-las, as flexíveis, são aquelas que o seu processo de modificação é similar ao das demais normas infraconstitucionais;
Quanto a extensão – as Constituições à luz desse critério podem ser concisas e analíticas, as concisas dispõem apenas das regras básicas da organização e funcionamento do Estado e as analíticas aquelas que si desdobram numa infinidade de normas e apresentam aspectos que podiam ou são, também, tratadas nas leis infraconstitucionais. 
 Sistemas constitucionais: Britânico, americano, francês e português.
Os escritos de Varela (op. Cit) ensinam que quando se refere ao facto de, num país, existir e vigorar um conjunto harmónico de normas jurídicas, coerentes entre si e com a Constituição, gozando esta de prerrogativa de primazia (posição hierárquica superior) em relação as demais normas, está-se a falar de ordenamento jurídico, ou sistema jurídico desse país. Por seu turno, apoiando-se nos ensinamentos de David (2002:23) pode-se agrupar os sistemas Britânico e Americano na família da Cammon Law e os francês e português na família romano-germânico.
Sistema Constitucional Britânico
Este sistema é o mais antigo de todos e teve seus antecedentes na Magna Carta Inglesa de 1215 (Magna Charta Liberatum), que surge não em virtude de consagração da ideia de defesa dos direitos humanos fundamentais, como a igualdade, mas sim para impor limites ao Rei (tratava-se do Rei João sem Terra), dentre esses limites destaca-se, a cobrança de impostos. (Varela, 2011).
Ainda em Varela, foi o imposto o motivo, a génese do Sistema Constitucionalista Britânico que tem em Magna Carta a primeira fase de evolução. A outra grande fase da sua evolução registou-se na Revolução Gloriosa de 1688 com a submissão do Rei as normas do Direito Comum (Bill of Right) e a Act of settlement de 1701 que disponha que só pode subir ao trono britânico o príncipe de religião anglicana que estabelece-se leis que visassem impedir o Rei de exercer o poder sem o parlamento.
O sistema Britânico abrange, não sou a Inglaterra, como também, a maioria dos países falantes da língua inglesa (família common law) e apresenta características diferentes quando comparado com os sistemas pertencentes a família romano-germânico. A título de exemplo: o sistema constitucional britânico foi formado pelos juízes que tinham de resolver litígios particulares, as normas jurídicas deste sistema são menos abstractas dos sistemas da família romano-germânico por resultarem, largamente, dos costumes, são normas orientadas a solução de processos e não a formulação de regras gerais de conduta futura e olhando para a História, vê-se que este sistema tem origem no Poder Real (Direito Público), isto é, registou avanços na medida em que a paz do reino afigurava-se ameaçada. (David, 2002: 24-24).
Sistema Constitucional Americano 
O sistema constitucional americano tem sua génese na Declaração de Direitos ratificada pelo Primeiro Congresso Continental em Filadélfia em 1774. Esta declaração, tal como demonstra Caetano (2006), surge para conciliar as 13 colónias (revoltadas pela instituição de impostos e da lei do papel selado) e a Mãe-Pátria (Grã-Bretanha). Está Conciliação não chegou de acontecer, levando a prevalência da revolta e o rompimento das colónias com a sua metrópole.
Diante destas turbulências no Segundo Congresso Continental da Filadélfia, em 1776, os representantes optaram pela independência e encarregaram o líder político Thomas Jefferson de redigir um documento oficializando a separação. Jefferson escreveu a Declaração de Independência, promulgada em 4 de Julho de 1776. As treze colónias confirmavam seu ideal de liberdade. (Varela, 2011)
Este sistema, para Johnson citado por Caetano (1992:66) caracteriza-se pelos seguintes aspectos fundamentais: é regido pela mais antiga Constituição escrita, a Constituição de 1787 que ao longo da sua evolução sofreu 25 emendas constitucionais, sendo a última feita em 1967; o sistema americano não apresenta muitas inovações, pois o seu conteúdo é resultante dos ditames jurídicos ingleses, na experiencia colonial e nas Constituições das 13 colónias emancipadas com a Revolução Americana em 1776.
 A Constituição dos EUA exerce a função de lei fundamental, de pacto constitutivo da União e de garante do federalismo, caracterizado pelo Poder Constituinte de cada Estado, pela igualdade jurídica entre estes e pela especialidade das atribuições federais, ou seja, tudo o que não for de competência própria do Estado federal passa a pertencer aos estados federados.
Sistema constitucional francês
Na visão de Varela (2011), o sistema constitucional francês tem sua génese na revolução francesa de 1789. Ora veja-se.
No seio do povo francês existia uma grande desigualdade jurídica entre os cidadãos, tal desigualdade, era de resto, prevista por lei. Nobres e padres representavam conjuntamente 2% da população, todavia, concentravam, detinham em suas mãos a metade da riqueza e das terras francesas, sem falar, das prerrogativas de ascender a cargos governamentais previstos pela Monarquia. Por outro lado, existia uma maioria miserável e agastada com o modum operandum do monarca, estabelecia tributos ao seu bel-prazer, desobrigava a observância da lei a quem ele quisesse, numa só palavra, não havia Estado de Direito.
Com a Revolução Francesa movida pelas ideias liberais e iluministas de filósofos e economistas como Locke, Rosseau, Smith, Albert e outros, vincou o princípio de uso da razão e não dos obscurismos religiosos, na vida dos cidadãos. 
Esta revolução teve um carácter originário, pois aboliu os preceitos, as normas ou as regras que regulavam o Antigo Regime,fazendo surgir uma ordem política baseada no constitucionalismo e que pregava as ideias de fraternidade, igualdade e liberdade.
Tal como se disse, o sistema constitucional francês enquadra-se na família de direito romano-germânico e tem como características: as regras constitucionais são concebidas como sendo regras de conduta, estreitamente ligadas com as preocupações da justiça, da moral e da liberdade; estas regras foram elaboradas, antes de tudo, por razões históricas, visando regular as relações entre os cidadãos.
Sistema constitucional português
 Miranda (2009) aponta que o sistema constitucionalista português surge a semelhança dos outros sistemas, por via de revoluções, isto é, não por continuidade, mas sim, por cortes e transformações rápidas e violentas.
 Avança o autor, este sistema ao longo da sua evolução, tem sido caracterizado por circunstancialismos históricos e elementos económicos, sociais e culturais que visavam a reorganização da vida colectiva. O sistema constitucional português pode ser faseado em três grandes momentos:
Época Liberal – que vai desde 1820 a 1926. Este período é caracterizado pela vigência da monarquia que depois passa para a república onde a preocupação central era limitar o poder do rei e separar os poderes, em consequência disso, este período foi marcado por quatro sucessivas alterações constitucionais (1822, 1826, 1838 e 1911);
Constituição de 1933 – vigorou entre de 1926 à 1974. Neste período o sistema constitucional português conheceu um constitucionalismo corporativo e autoritário e um Estado Novo;
Constituição de 1976 – desde 1976 até então, o sistema constitucional tem conhecido, por um lado, um Estado Social de regime pluralista voltado para a descentralização, e por outro, um Estado de Direito Democrático onde tudo quanto o Estado faz é baseado em regras. 
 Evolução Constitucional Moçambicana e análise comparativa das Constituições Moçambicanas de 1975, 1990 e 2004.
25 de Junho de 1975 é a data da proclamação da independência de Moçambique, resultado da derrota do colonialismo português em Moçambique pela Frente de Libertação de Moçambique e do subsequente acordo de Lusaka de 7 de Setembro de 1974. (Muiuane, 2006: 460).
No que tange a evolução do constitucionalismo moçambicano pode-se dividir em tês grandes momentos:
Ano de 1975 – período em que o país alcança sua independência e ratifica sua primeira Constituição. Esta Constituição vigorou nos anos de 1975 à 1990 e alinhava a democracia popular baseada no modelo partido único-socialista centralizador do poder;[2: Separação de Poderes e Independência do Conselho Constitucional. Acessado em: www.venice.coe.int/.../MOZ_Conselho. Em 30 de Agosto de 2015 às 23 horas e 20 min.]
 Ano de 1990 – regista-se progressivos avanços na história do jovem processo constitucional moçambicano. Este período vai desde 1990 à 2004 e caracteriza-se pela revogação da Constituição de 1975 e ratificação de uma nova Constituição que preconizava o abandono da concepção socialista do Estado, a formação de uma ordem económica submetida às forças do mercado, a proclamação de um Estado democrático, a consagração do multipartidarismo e o aumento do catálogo do direitos, deveres e liberdades fundamentais dos cidadãos; (GDI, 2009:34).
Ano de 2004 – promulga-se a terceira Constituição da República de Moçambique que vigora até então. Ao nosso ver, esta Constituição não trás muita novidade, vem mesmo para clarificar alguns aspectos que estavam omissos na Lei anterior.
De resto, pode-se ver na página seguinte a comparação das três Constituições Moçambicanas. 
 
	
Indicador 
	Constituição da República Popular de Moçambique (1975 -1990)
	Constituição da República de Moçambique (1990 - 2004)
	Constituição da República de Moçambique (2004)
	Regime político
	Democracia Popular (art. 2)
	Democrático de Justiça Social (art.1)
	Democrático de Justiça Social (art. 1)
	Sistema Politico
	Partido único e Socialista (art.1,2,3)
	Multipartidarismo (art. 30,31,118)
	Multipartidarismo (art. 138 e art.148)
	 Objectivos 
	Combater a opressão colonial e do homem pelo homem (art. 1,2)
	Os objectivos estão expostos no (art.6 nas alíneas a, b. c. d, e, f, g, h)
	Os objectivos estão expostos e actualizados (art.11 nas alíneas a, b. c, d. e, f, g, h, i, j)
	Separação de Poderes
	Não previa a separação de poderes 
	
	Separação de poderes prevista no (art.134)
	Organização económica
	Economia centralizada
	Capitalismo (art. 41,no 1 e 2)
	Capitalismo (art.97 alínea a até g)
	 Poder legislativo
	Cabia ao Comité Central da Frelimo (artg.70)
	A Assembleia da República é o mais alto órgão legislativo (art. 133 no1)
	A Assembleia da República e o mais alto órgão legislativo (art. 169)
	Conselho Constitucional
	Não previa um Conselho Constitucional 
	Previa um Conselho Constitucional (art.180)
	Prevê no (art.241)
	Composição do Conselho Constitucional
	Não previa a sua composição
	Não previa a sua composição
	Prevê a sua composição (art.242)
	Competências do Conselho Constitucional
	Não previa as competências
	Previa as competências em partes.
	Prevê as competências e actualizou as anteriores (art.244 no2 alíneas b, f, g, h)
	Nacionalidade adquirida
	Não previa 
	Apenas para a mulher (art.21)
	Prevê para ambos (art.26)
	 Direitos e Deveres 
	Previa numa perspectiva holística de grupo.
	Previa no Titulo II capítulos II e III desde o (art.66 até o art.95)
	Prevê no Titulo III, capitulo I e II desde o (art.35 até art.55)
	Pluralismo Jurídico
	Não previa 
	Não previa 
	Prevê no (art.4)
	Sistema Financeiro 
	Não previa
	Não previa
	Prevê no Titulo IV capitulo I e II nos (art.96 até 125)
	P. Administração Pública
	Não previa
	Previa de modo não claro (art.112)
	Prevê nos (art.249 até art.253)
	Policia 
	Não previa
	Não previa
	Prevê no (art.254 no 1,2,3) 
	 Provedor de Justiça
	Não previa
	Não previa
	Prevê no Titulo XII, capitulo III, (art.256 até 261)
	Conselho Superior de Magistratura Judicial 
	Não previa
	Previa no (art.172)
	Prevê no (art.220)
	Autarquias Locais 
	Centralismo (art.56)
	Não previa
	Prevê no (art.272, no 1,2)
	Garantia dos direitos indivíduos
	Visa a colectividade
	Previa nos (art.96, 97)
	Prevê nos (art.35, 60)
Conclusão
A pesquisa propunha-se em analisar a História da Evolução Constitucional: conceptualização da Constituição, estrutura, tamanho e eficácia jurídica, função, Classificação e sistemas constitucionais: Britânico, Francês, americano e português e Evolução e comparação das Constituições Moçambicanas de 1975, 1990 e 2004. Uma vez feita a apresentação dos aspectos relevantes ao objecto em análise, o grupo é da posição de que: o estudo do Direito Constitucional é de capital importância para o conhecimento da dinâmica do Estado, bem como da arena política de uma sociedade; a constituição enquadra juridicamente as vicissitudes que o Estado experimenta nas diversas fases da sua existência, razão pela qual não si pode compreender correctamente uma comunidade política, em qualquer estágio do seu desenvolvimento, sem antes conhecer a sua história constitucional, com isto, somos da crença de que as leis constitucionais, implícita ou explicitamente reflectem os acontecimentos passados de uma sociedade política; sob ponto de vista legal e académico não existe um limite mínimo e máximo que sirva de padrão para a estipulação do tamanho de uma Constituição, mas sim o tamanho é reflexo dos acontecimentos vividos numa comunidade política, a título de exemplo a Constituição de Moçambique tem 306 artigos, de Cabo Verde 295 artigos, dos EUA 7 artigos, Portugal com 296 artigos e Angola com 244. 
Por último, apesar de haver vários modelos ou famílias de sistemas constitucionais, todos eles concorrem para um objectivo comum: versar sobre a dinâmica constitucionalque dispõe sobre a estrutura e funcionamento de um Estado.
Referencia Bibliográfica 
ALVES, Dora Resende e SILVA, Maria Manuela Magalhães. Noções de Direito 
Constitucional e Ciência Política. Lisboa: Editora Rei dos Livros, 2010.
CAETANO, Marcelo. Manual de Ciência Política e Direito Constitucional – Tomo I. Editora Almedina: Coimbra, 2006.
BRANCO, Paulo; COELHO, Inocêncio; MENDES, Gilmar. Curso de Direito Constitucional. 4ª ed. Editora Saraiva: São Paulo, 2009.
David, René. Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo. Martins Editora: São Paulo, 2002. 
ISTITUTO DE APOIO A GOVERNAÇÃO E DESENVOLVIMENTO (GDI). Evolução Constitucional da Pátria Amada. CIEDIMA, SARL: Maputo, 2006.
MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Cientifica: para o curso de Direito. 2ª ed. Editora Atlas: São Paulo, 2001.
MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional. 8a ed. Coimbra Editora: Coimbra, 2009.
MUIANE, Armando Pedro. Datas e Documentos da História da Frelimo. 3ª ed. CIEDIMA, SARL: Maputo, 2006.
PEREIRA, Manuel das Neves. Introdução ao Direito e às Obrigações. 3ª ed. Almedina: Coimbra, 2007.
MARINEZ, Soares. Filosofia do Direito. 3ª ed. Almedina Editora: Coimbra, 2003.
Legislação 
Constituição da República Popular de Moçambique de 1975.
Constituição da República de Moçambique (CRM) de 1990.
Constituição da República de Moçambique (CRM) de 2004.
Artigos
Separação de Poderes e Independência do Conselho Constitucional. Acessado em: www.venice.coe.int/.../MOZ_Conselho. Em 30 de Agosto de 2015 às 23 horas e 20 min.

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