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ADESÃO E SISTEMA ADESIVO @dentistastudious ↳ envolvem a união dos materiais restauradores aos tecidos dentais Atuam como agentes intermediários ADESÃO = área de contato entre as partes • Promove resistência à separação de um substrato aderente (ou seja, esmalte, dentina, metal, compósito, cerâmicas) de um material restaurador ou de cimentação • Distribui tensão (estresse) ao longo da superfície de colagem • Sela a interface através de colagem adesiva entre a dentina e/ou esmalte e o material restaurador, aumentando a resistência à microinfiltração e diminuindo o risco de sensibilidade pós-operatória, manchamento marginal e cárie secundária Princípios de adesão • Aderência → por meio da limpeza superficial do substrato dentário (contaminantes dificultam o estabelecimento de adesão) • Molhamento → facilidade em se espalhar superficialmente (contaminantes prejudicam a capacidade de molhamento; quanto menor o ângulo, melhor) • Adaptação íntima → evita o encapsulamento de ar ou de outros materiais no seu interior; • Resistência física, química e mecânica; • Nível de polimerização → minimiza os processos de degradação higroscópica e hidrolítica OBS: Além dessas características, que são fundamentais para se obter adesão satisfatória, o tipo e a qualidade do substrato dentário influenciam significativamente a qualidade final da interface de união Adesão clínica PASSO A PASSO 1º) Isolamento do campo operatório (relativo ou absoluto) – os procedimentos adesivos não podem ser realizados sem um controle adequado da contaminação do campo operatório por saliva, sangue e umidade 2º) Condicionamento ácido – o uso do ácido fosfórico, em concentração que varia entre 30 e 40% preparam a superfície do esmalte\dentina para receber o sistema adesivo. O ácido deve ser estendido cerca de 2mm além das margens da cavidade. Para o condicionamento adequado do esmalte é necessário que o ácido permaneça de 15 a 30 segundo sobre este; em dentina o tempo é de 15 segundos OBS: Quando a cavidade envolve esmalte e dentina o condicionamento deve ser iniciado pelo esmalte, só passando a dentina quando este já estiver devidamente recoberto pelo ácido Transcorrido o tempo de condicionamento a cavidade deve ser lavada por 15 a 30 segundos. Em seguida os excessos de umidade devem ser removidos para que os componentes do sistema adesivo não sejam diluídos OBS: Em esmalte, jatos de ar auxiliam na umidade excessiva, resultando num esmalte com aspecto branco-opaco. (em sua maioria). No entanto, jatos de ar são contraindicados em dentina devido a sua estrutura orgânica, uma vez que está promove alterações que comprometem a efetividade da adesão. Com isso, cavidade que envolvem esmalte e dentina deve-se utilizar jatos de ar em esmalte e bolinhas de algodão (ou papel absorventes) em dentina • O ácido atua aumentando a receptividade do substrato dentário ao adesivo > essa substância limpa a superfície do dente, removendo impurezas (smear layer). aumento da aderência do substrato ➥ COMPOSIÇÃO QUIMICA DO ESMALTE E DENTINA Esmalte Mecanismo de adesão ≠ Dentina OBS: A micromorfologia diferenciada entre esmalte e dentina também influencia o modo de formação da camada híbrida ➥ ADESÃO AO ESMALTE • No esmalte (tecido altamente mineralizado) o condicionamento tem como principal função o aumento do molhamento e da energia livre de superfície. • Desmineralização superficial do esmalte resulta na criação de microrretenções = aumento da área de contato – condições favoráveis para o embricamento mecânico do agente adesivo ➥ ADESÃO A DENTINA • O ácido tem como função principal a remoção da lama dentinária (ou Smear layer) • Lama dentinária = camada superficial formada por detritos gerados durante o preparo cavitário ➤ Antes do procedimento adesivo, o preparo cavitário, seja devido à remoção de tecido cariado ou à remoção de uma restauração antiga, encontra- se em situação tal que restos teciduais (esmalte e dentina), saliva, bactérias, sangue e outras substâncias estão presentes e ligados nas dentinas intertubular e peritubular, além de vedarem os túbulos dentinários, formando uma camada que reduz a permeabilidade da dentina e do esmalte. • A remoção da lama dentinária é acompanhada da dissolução mineral superficial da dentina e da exposição de fibras colágenas • Após condicionamento ácido, ocorre exposição de um emaranhado de fibras colágenas, que contam com a umidade para manter sua configuração espacial, de modo a permitir a infiltração subsequente do adesivo • Em caso de secar-se totalmente o substrato dentinário (usando o jato de ar, por exemplo) após o seu condicionamento ácido, a rede colágena perde a sustentação da água e colapsa, impedindo a penetração do adesivo • Por essa razão, o processo adesivo necessita de um ambiente úmido, pois só assim o adesivo é capaz de infiltrar nas fibras em expansão e nos microporos criados OBS: *cuidado na secagem da dentina desmineralizada! A água estabiliza as fibrilas colágenas OBS: Tempo de condicionamento dos substratos dentários em diferentes situações clínicas: Dentição: Substrato: Tempo de condicionamento (segundos): permanente Esmalte normal Dentina Esmalte acidorresistente 30 15 60 decídua Esmalte normal Dentina Esmalte acidorresistente 15 7 30 3º) Aplicação do primer: • A dentina condicionada não é um bom substrato para adesão (devido a sua natureza úmida, orgânica e baixa energia de superfície). Por essa razão, antes da aplicação do agente adesivo, é necessário aplicar o primer na superfície dentinária • O primer é composto por monômeros bifuncionais (uma extremidade hidrófila e a outra hidrófoba) e serve de elo entre a superfície úmida da dentina condicionada e o agente adesivo, em razão de o adesivo ser um material caracteristicamente hidrófobo (incompatível com a dentina condicionada) AÇÃO: → Penetram na superfície desmineralizada → Estabilizam as fibras colágenas → Promovem a evaporação do excesso de água ↳ Resultado: aumento da energia livre APLICAÇÃO: Deve ser aplicado em toda extensão da dentina, com um auxílio de um aplicador, cerca de 30 segundos OBS: Aplicação do primer sobre o esmalte é totalmente desnecessária, contudo, sua aplicação em esmalte NÃO interfere em nada 4º) Aplicação do adesivo ↳ Resina fluida polimerizável • Tem como função molhar os substratos, logo atua como agente intermediário entre a estrutura dental e os materiais restauradores • No esmalte, a interação do adesivo com o tecido envolve o preenchimento das irregularidades e microporosidades criados pelo condicionamento • Na dentina condicionada e tratada pelo primer, o adesivo preenche os espaços da rede de fibras colágenas expostas, penetra em alguns túbulos dentinários e é, então, polimerizado • Camada hibrida = polímeros do adesivo e componentes da dentina APLICAÇÃO: Com pincel descartável, deve ser aplicado também além dos limites da cavidade – suaves jatos de ar podem ser aplicados para uniformizar a espessura da camada adesiva OBS: O jato de ar não tem a capacidade de remove o excesso do material adesivo na superfície, logo, os mesmos devem ser removidos com pinceis descartáveis secos, antes da aplicação do jato de ar COMPOSIÇÃO DOS SISTEMAS ADESIVOS E SEUS RESPECTIVOS SUBSTRATOS DE ATUAÇÃO E FUNÇÕES: Mecanismo de aplicação: CONVENCIONAL (TOTAL ETCH) ➥ Sistema adesivos de 3 passos – nos quais cada componente (ácido, primer e adesivo) é disponibilizado em um frasco separado OBS: Ao aplicar o sistema de 3 passos quando há dentina exposta (ex: diastema), pode-se renunciar o uso do primer ➥ Sistema adesivos de 2 passos – condicionamento + primer\adesivo (os componentes do primere do adesivo são disponibilizados pelo fabricante em uma única solução) • Alguns fabricantes recomendam a aplicação de múltiplas camadas do prime\adesivo previamente à fotoativação AUTOCONDICIONANTES (SELFETCH) ➥ Dois passos – primer ácido + agente adesivo OBS: O primer ácido não deve ser lavado após seu período de atuação OBS: Há evidências de que os sistemas autocondicionantes de dois passos têm desempenho inferior ao dos sistemas convencionais quando usados em esmalte ➥ Passo único – condicionante, primer e adesivo em um único frasco ou dois (quando estão em dois frascos, basta misturar uma gota de cada frasco antes de usar) OBS: Nesse sistema de autocondicionantes (de dois ou passo único) a lâmina dentinária não é removida, mas sim incorporada à camada hibrida Indicações • Restaurações diretas de resina composta; • Restaurações indiretas de resina composta e cerâmica (facetas, inlays, anlays) • Pinos fibrorresinosos pré-fabricados • Dessensibilização dentinária; • Próteses fixas adesivas • Braquetes ortodônticos Sistemas adesivos: Vantagens: Desvantagens: -Convencional de três passos - Ótimos resultados de -Várias etapas de aplicação resistência de união ao esmalte e à dentina - Durabilidade da adesão - Componentes hidrófilos e hidrófobos separados -Compatibilidade com materiais de presa dual/química (vários frascos) - Técnica operatória sensível -Convencional de dois passos -Esmalte normal -Dentina -Esmalte acidorresistente Componentes hidrófilos e hidrófobos misturados Aplicação de múltiplas camadas Incompatibilidade com cimentos e resinas duais - Tendência de pigmentação dos bordos da cavidade dentária Autocondicionante de dois passos - Desmineralização e infiltração monomérica simultâneas Bons resultados de resistência de união à dentina -Dispensa a etapa de lavagem da cavidade - Desmineralização suave -Resistência de união ao esmalte pouco satisfatória -Poucos estudos clínicos de avaliação do desempenho - Autocondicionante de um passo -Única aplicação Técnica pouco sensível Tempo clínico reduzido -Resistência de união ao longo do tempo insatisfatória -Componentes hidrófilos e hidrófobos misturados Adesivos universais • Indicado para restaurações diretas e indiretas; • Diferentes técnicas adesivas (condicionamento ácido total e autocondicionante); • Pode ser utilizado como primer ou silano (preparo de restaurações indiretas)
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