Buscar

DIREITO ADMINISTRATIVO II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Administrativo – Prof. Fernanda Marinela				
1ª aula: Direito Administrativo – Aula 01 de 25.01.2012;
- Bibliografia:
1- Manual de Direito Administrativo: Celso Antonio Bandeira de Mello;
2- José dos Santos Carvalho: Manual de Direito Administrativo; 
3- Direito Administrativo: Fernanda Marinella – Editora Ímpetus;
Ler informativos do STJ e STF (fazer cadastro); 
Ler a CF do 1º ao último artigo; 
No site da câmara tem a CF em áudio; 
www.marinela.ma 
- Noções introdutórias de direito administrativo: 
Direito: É o conjunto de normas impostas coativamente pelo estado que vão disciplinar a vida em sociedade (vão reger a vida em sociedade, busca-se a coexistência pacífica entre os seres); “O meu direito vai até onde inicia o direito do meu vizinho);
- O direito foi subdividido para fins didáticos em: 
1- Ramo do Direito Interno: Se preocupa com as relações dentro do território nacional, dentro do estado, ex: Direito Administrativo; 
2- Ramo do Direito Internacional: Se preocupa com as relações externas; 
- O direito também foi subdividido em:
1- Ramo do direito público: É aquele que se preocupa com a atuação do estado na realização do interesse público; Ex: Direito Administrativo; 
2- Ramo do direito privado: Tem como objeto as relações privadas com a satisfação do interesse particular; 
- Norma de Direito Público é sinônimo de norma de ordem pública? Falso. Direito público não é sinônimo de regra de ordem pública; Norma de ordem pública é aquela inafastável, imodificável pela vontade das partes; Ex: O dever de pagar imposto de renda está no direito público e é norma de ordem pública;
- Tudo que está no direito Público também é regra de ordem pública;
Há regra de ordem pública também no Direito Privado; 
O conceito de ordem pública é mais abrangente que o conceito de direito público; 
- Direito Administrativo: 
1ª Teoria: Escola Legalista (Também chamada de Escola Exegética, Escola Caótica, Escola empírica): O direito administrativo era entendido somente com o estudo de leis; O direito administrativo se resumia ao estudo das leis; 
Foi-se muito além dessa escola legalista, ela não prosperou; Ficou superada essa ideia;
- O direito administrativo é o estudo de princípios + leis; Escolas:
a) Escola do Serviço Público: O direito administrativo vai ter como objeto de estudo o serviço público; Para esse momento, dizia-se serviço público toda atividade do estado; Para essa escola, o direito administrativo tinha como objeto o serviço público; Para essa escola serviço público abrangia toda a atividade do estado, inclusive atividades comerciais, industriais, esse conceito era bem amplo; Essa ideia não foi a ideia que prosperou, esse conceito é amplo demais; Essa escola é abrangente demais e por isso não prosperou na nossa doutrina;
b) Escola do Critério do Poder Executivo: O direito administrativo só estuda a atuação do Poder Executivo, ele não se preocupa com os outros poderes; Esse critério não prosperou no Brasil; Estudamos o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, desde que eles estejam no exercício da atividade administrativa, por isso esse critério não é adotado; 
c) Teoria do Critério das Relações jurídicas: O direito administrativo se preocupa com todas as relações jurídicas do estado (estuda todas elas); Essa teoria não serve, vez que não estudamos todas as relações jurídicas do estado, vez que o direito administrativo não pode substituir todas os demais ramos do direito; Foi superado;
d) Critério Teleológico: Estabelece que o direito administrativo é um conjunto de princípios e regras que disciplinam a atuação do estado para o cumprimento de seus fins; O direito administrativo aqui representa um sistema de princípios que disciplinam a atuação do estado no cumprimento de seus fins; Foi aceito pela nossa doutrina, foi acolhido Oswaldo Aranha Bandeira de Melo, porém essa ideia foi completada; Ele foi dito insuficiente; 
e) Critério Residual/Critério Negativo: O direito administrativo é definido por exclusão; Retiro a função legislativa, retiro a função jurisdicional do estado e o que sobrar é direito administrativo; Esse critério é verdadeiro, também foi aceito no Brasil e foi dito insuficiente;
f) Critério de distinção da atividade jurídica X atividade social do estado: Para esse critério, a ideia é que o direito administrativo se preocupa com a atividade jurídica, mas ele não se preocupa com a atividade social; “Analisar bolsa família, política pública não é nosso objetivo”; 
g) Critério da Administração Pública: Feito por Hely Lopes Meirelles e é o mais adotado no Brasil; Hely dizia que o direito administrativo é um conjunto harmônico de princípios e regras; Esse conjunto harmônico de princípios e regras forma o que chamamos hoje de regime jurídico administrativo; 
Esse conjunto harmônico de princípios e regras que regem os agentes, os órgãos e as entidades administrativas, tendentes a realizar de forma direta, de forma concreta e de forma imediata os fins desejados pelo estado; Não importa se está no Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário; Esses fins, objetivos do estado, quem define é o direito constitucional; 
Realizar de forma direta significa que essa atividade do estado independe de provocação; Se está função é direta, estamos excluindo a função indireta; Qual é a função do estado que depende de provocação? A função jurisdicional do estado, que depende de provocação;
Realizar a atividade de forma concreta significa destinatário determinado e efeitos concretos; Atuação concreta significa efeitos concretos; Exclui-se aqui a função abstrata/Legislativa; 
A realização deve ser de forma imediata (diz respeito a atuação jurídica do estado), diferente da mediata (é a atividade da atuação social do estado); 
Aula 02 de 25.01.2012:
- Fonte do Direito Administrativo: É aquilo que leva a uma criação do direito administrativo; 
- Fontes: 
a) Lei em sentido amplo: Toda e qualquer espécie normativa, desde a CF até mesmo as medidas provisórias, leis complementares, leis ordinárias; 
O nosso ordenamento jurídico está escalonado em uma estrutura hierárquica; Alguns autores preferem chamar de estrutura hierárquica escalonada; A norma inferior tem que ser compatível com a norma superior e todas elas precisam ser compatíveis com a constituição federal; 
b) Doutrina: É o resultado do trabalho de nossos estudiosos; No direito administrativo no Brasil nós não temos codificação, temos por exemplo decreto vigente de 1943;
c) Jurisprudência: São julgamentos reiterados sempre no mesmo sentido; Quando o posicionamento se cristaliza, se consolida, geralmente o tribunal edita uma súmula (posicionamento cristalizado); 
Temos 2 tipos de súmula:
1- Súmula vinculante: Tem um procedimento diferenciado;
2- Súmula não vinculante: 
d) Costume: É a prática habitual acreditando ser ela obrigatória; No Brasil, o direito consuetudinário não cria e nem exime obrigação; 
e) Princípios Gerais do direito: São regras que formam a base, o alicerce do nosso sistema; São vigas mestras, eles podem ser expressos ou implícitos no nosso ordenamento;
- Sistemas administrativos (mecanismos de controle): A ideia é a administração praticou um ato, quem pode controlar, rever esse ato; Encontramos no direito comparado 2 sistemas de controle administrativo:
1- Contencioso Administrativo: Também é chamado de sistema francês (porque surgiu na França e também é utilizado por lá); Praticado um ato administrativo, quem vai rever, controlar este ato é a própria administração nos países que adotam esse sistema; Excepcionalmente o judiciário decide, porém essa não é a regra; O judiciário vai entrar na jogada nas atividades públicas de caráter privado, ex: contrato de locação que o estado celebra; Nas questões referentes a repressão penal e a propriedade privada quem vai decidir é a administração, esse rol é exemplificativo;
b) Sistema de Jurisdição Única: Quem vai decidir, dar a última palavra é o Poder Judiciário; Para os países que adotam esse sistema, a administração também decide, porém sempreque houve lesão ou ameaça de lesão, a matéria pode ser revisível pelo poder judiciário; No Brasil, o nosso sistema é de jurisdição única; No Brasil, a regra é de jurisdição única, isso surgiu com a EC 7/77, a regra foi produzida, mas nunca saiu do papel; 
O governo e administração andam juntos porém não podem ser confundidos; 
- Estado: Pessoa jurídica que goza de personalidade jurídica e tem aptidão para ser sujeito de direitos e de obrigações; A responsabilidade vai ser do nosso estado; 
No Brasil aplica-se a teoria da dupla personalidade? Antes do velho código civil, adotava-se essa teoria, onde o estado ora tinha natureza de direito pública, ora tinha natureza de direito privado; Aplica-se no Brasil hoje personalidade de direito público; Essa teoria já foi superada, o estado não pode mais ter duas caras; 
- Função do estado: 2 tipos de função:
1- Função típica: Nada mais é do que a função principal; É a função para a qual cada poder é criado; 
Características que são determinantes da função típica legislativa:
a) Geral e abstrata: Pode inovar o ordenamento jurídico; 
- Função precípua do poder judiciário: Solucionar lides aplicando coativamente o nosso ordenamento; 
A função jurisdicional tem a intangibilidade jurídica (impossibilidade de mudança – efeitos da coisa julgada); 
- Características da função jurisdicional (poder judiciário): A regra é ser concreto, porém pode ser abstrato nos casos de ADIN, ADECON; A função é indireta, vez que ela depende de provocação; A função jurisdicional inova o ordenamento jurídico? Prova objetiva diz-se que não, vez que essa é a regra; Na verdade, em regra, o poder judiciário não é para inovar o ordenamento jurídico; 
- Características da função administrativa (Poder executivo): A função é administrativa, executiva; Essa função é concreta, direta, ela não inova o ordenamento jurídico; Essa função administrativa é revisível pelo poder judiciário; 
Coisa julgada administrativa: Não é uma verdadeira coisa julgada; Significa a impossibilidade de mudança, mas é somente na via administrativa; Se o sujeito utiliza todas os recursos na via administrativa, essa decisão produz coisa julgada administrativa; A coisa julgada administrativa é uma impossibilidade de mudança só na seara administrativa; 
Hoje a doutrina moderna trata de uma função política ou função de governo do estado que é utilizada para as situações de alto grau de discricionariedade, situações que não se confundem com o dia-a-dia da Administração, com situações normais, essa função tem a característica da anormalidade, ex: declarar a guerra, celebrar a paz (Celso Antonio Bandeira de Melo trata dessa questão); 
- Governo: É o comando do estado, direção; É um elemento do estado; Tem que ser soberano, para que o estado seja reconhecido como independente; 
Governo soberano: Significa independência na ordem internacional somada a supremacia na ordem interna; 
- Administração: Nada mais é do que a máquina, o aparelho estatal, os agentes, os órgãos; É toda a composição física, os bens, os administradores; É a estrutura física que compõe essa pessoa jurídica; 
Alguns autores dividem em critério orgânico, formal (são os bens, máquina administrativa) e subjetivo; 
No critério material/objetivo, a administração é a atividade desenvolvida pelo estado; 
Elementos do estado: Povo, território, governo (comando, direção do estado);
A administração é o instrumental de que dispõe o estado para por em prática decisões políticas de governo; 
Enquanto o governo constitui atividade política de índole discricionária, a administração implica em atividade exercida nos limites da lei e da norma técnica; 
2- Função atípica: Nada mais é do que a função secundária; Ex: licitação do congresso nacional para comprar cadeiras – função atípica do poder legislativo; Julgar processo de impeachment não é função principal, é atípica do poder legislativo; 
Alguns autores incluem na função típica do poder legislativo fiscalizar; 
- 2ª Aula: Aula de 07.02.2012: 
- Regime Jurídico Administrativo: é um conjunto harmônico de princípios e regras que guardam entre si uma correlação lógica (coerência lógica); Essa correção lógica compõe uma unidade, um sistema; 
- Teoria da ponderação dos interesses: Traz dois raciocínios importantes:
1- Quando pensamos em uma regra, para as nossas regras nós pensamos no plano de validade e as demais estão excluídas; 
2- Para princípios não há exclusão, todos os princípios podem ser aplicados ao mesmo tempo; Todos são importantes, mas dependendo do caso concreto, um pode prevalecer sobre o outro; Todos são válidos, mas temos que ponderar interesses, que significa que ora prevalece um princípio, ora prevalece outro princípio; 
Nomear sem concurso é um ato ilegal, o caminho natural do ato ilegal (princípio da legalidade) é a anulação; Em nome da segurança jurídica e da boa-fé pode-se manter os servidores no cargo; 
Leitura: Texto: Estabilização dos efeitos do ato – Jacinto Arruda (tá na net); http://www.direitopublico.com.br/pdf_14/DIALOGO-JURIDICO-14-JUNHO-AGOSTO-2002-JACINTHO-ARRUDA-CAMARA.pdf
- Pedras de toque do direito administrativo (Celso Antonio Bandeira de Melo): São os dois princípios que estão na base, vez que todos os demais nascem desses dois, quais sejam: 
a) Supremacia do Interesse Público: 
Interesse Público: Representa o somatório dos interesses individuais dos seres considerados como membros da sociedade representando assim a vontade da maioria (pensa-se na vontade social e não na vontade pessoal); A doutrina subdivide o interesse público em:
1- Primário: É a vontade do povo, dos indivíduos em sociedade considerada a vontade da maioria; O ideal é que o interesse público primário coincida com o interesse público secundário, se não existir convergência de interesses o que deve prevalecer é o interesse público primário (a vontade do povo deve vir em primeiro lugar, ex: o que a sociedade quer enquanto carga tributária, á uma carga tributária justa, sendo este o interesse público primário; Já o estado enquanto pessoa jurídica quer arrecadar cada vez mais, esse é o interesse público secundário)
2- Secundário: É a vontade do estado enquanto pessoa jurídica; 
Significa a superioridade do interesse público em face dos interesses particulares; Esse princípio é fundamental para a vida em sociedade, ele representa um pressuposto lógico, um fundamento lógico para as regras de convívio social; 
Esse princípio não significa a sobreposição da máquina estatal, nem mesmo do administrador. 
Prerrogativas/Privilégios para o estado que essa supremacia traz: Para a doutrina majoritária, esse princípio fundamenta, serve como base para diversos institutos do direito administrativo. 
Os atos administrativos são autoexecutáveis, o estado pratica independentemente de autorização do poder judiciário; Ato administrativo é autoexecutável, esse, nada mais é do que o exercício da função administrativa. 
Em nome do poder de polícia, o poder público pode fechar uma casa de festas (muito barulho) em nome da supremacia do interesse público sobre o interesse privado; 
Em nome da supremacia do interesse público, o estado pode requisitar imóvel particular para acomodar os desabrigados (requisição: é exercício do princípio da supremacia); 
Desapropriação de casa para construção de escola (supremacia do interesse público sobre o privado); 
Cláusulas exorbitantes (princípio da supremacia – art. 58 da lei 8.666/93): em nome da supremacia a administração tem um tratamento diferenciado, se essas cláusulas estivessem em um contrato comum elas seriam abusivas; Essas prerrogativas são para a realização do interesse público;
Obs: Divergência doutrinária: Existe uma corrente minoritária no Brasil que defende a abolição (exclusão), do princípio da supremacia do interesse público, alguns autores defendem que em nome da supremacia o administrador sai cometendo abusos. A maioria dos autores contesta essa ideia, dizem que o que nós precisamos é a aplicação correta desse princípio, de forma efetiva. Acabar comesse princípio não vai acabar com os abusos. 
b) Indisponibilidade do Interesse Público: A administração não pode dispor, abrir mão do interesse público;
O administrador não tem liberalidade quanto a esse interesse; O nosso administrador exerce a chamada função pública, que significa exercer atividades em nome e no interesse do povo. Se o nosso administrador exerce função pública, ele não pode abrir mão do interesse público. 
O administrador de hoje não pode criar entraves, obstáculos para a futura administração. A lei de responsabilidade fiscal (LC 101), antes dela era muito comum o administrador limpar os caixas, não pagava 13º salário, celebrava contratos milionários.
A fraude ao concurso público viola vários princípios, dentre eles o princípio da indisponibilidade; 
Licitação no Brasil: a regra é que escolher a proposta mais vantajosa, se ela dispensa quando não deveria dispensar, a administração viola o princípio da indisponibilidade. 
- Princípios mínimos do direito administrativo: Art. 37, caput da CF que foi alterado pela EC 19/98 e incluiu o princípio da eficiência: LIMPE: 
1- Legalidade: É indispensável para a existência de um estado de direito. Estado de direito é aquele politicamente organizado e que obedece as suas próprias leis. Deve ser analisada em dois enfoques diferentes: 
a) Legalidade para o direito privado: Enquanto particular, este pode tudo, salvo o que estiver proibido na lei (é o critério de não contradição à lei: o particular pode tudo, só não pode contrariar a lei).
b) Legalidade para o direito público: O administrador público só pode o que está na lei. Critério de subordinação à lei só pode o que está previsto na lei. Ex: o administrador público não pode conceder aumento a servidores públicos por decreto, tem que ser por meio de lei. 
Bases constitucionais da legalidade: Arts. 5º, 37, caput, 84, IV e 150. 
“Administrar é aplicar a lei de ofício” Essa afirmação representa o princípio da legalidade por um doutrinador chamado Seabra Fagundes. 
“Princípio da legalidade é sinônimo do princípio da reserva de lei” Esse enunciado é falso. Princípio da reserva de lei significa a escolha da espécie normativa, vou escolher uma matéria e vou dar a essa matéria uma determinada espécie normativa. 
A reserva de lei nada mais é do que a escolha da espécie normativa, é muito mais restrito esse princípio do que o princípio da legalidade. 
Hoje no Brasil, para os atos administrativos aplica-se a denominada legalidade em sentido amplo.
Controle de legalidade: Significa legalidade em sentido amplo.
2- Impessoalidade: Dois exemplos expressos na constituição que representam o princípio da impessoalidade: Concurso público e licitação (estão expressos no art. 37 da CF); Concurso público não é modalidade de licitação, o concurso modalidade licitação não preenche cargo, a contrapartida é um prêmio, uma remuneração, ex: uma viagem para quem ganhar o concurso. Significa esse princípio que o administrador não pode buscar interesses próprios, pessoais, o administrador tem que agir com ausência de subjetividade. 
Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello “O princípio da impessoalidade traduz a ideia de que a administração tem que tratar a todos sem discriminações benéficas ou detrimentosas, nem favoritismos, nem perseguições são toleráveis, simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atividade administrativa. Esse conceito traz a interligação com o princípio da isonomia. 
O ato administrativo não é do agente, não é do administrador, ele é impessoal, é da entidade a que ele pertence (da pessoa jurídica); Quem vai se responsabilizar é a pessoa jurídica; 
Impessoalidade finalidade: Há duas correntes doutrinárias:
a- Doutrina Tradicional (Hely Lopes Meireles): O princípio da finalidade é sinônimo do princípio da impessoalidade que é sinônimo do princípio da imparcialidade, isso até a constituição de 1988. O princípio da impessoalidade veio para substituir os princípios da imparcialidade e da finalidade; 
b) Doutrina Moderna: Segundo essa doutrina, os princípios da impessoalidade e da finalidade são autônomos, em separado. Para essa doutrina, a impessoalidade significa ausência de subjetividade, enquanto finalidade significa buscar o espírito da lei, a vontade maior da lei. Para esses autores, o princípio da finalidade está ligado ao princípio da legalidade e não ao princípio da impessoalidade. 
Para reforçar essa ideia, vale observar o art. 2º da lei 9.784/99 (processo administrativo); 
A posição que prevalece hoje é a da doutrina moderna, no sentido de finalidade ligada a legalidade. 
Se for em concursos médios (técnico de tribunais – FCC), ainda cai a doutrina tradicional. 
3- Moralidade: Traduz a ideia de lealdade, de boa-fé, de obediência a princípios éticos, honestidade, coerência, correção de atitudes, obediência a princípios éticos, probidade. A doutrina brasileira ainda diz que o conceito da moralidade ainda é um conceito indeterminado, vago. 
Esse conceito dificulta para o judiciário a aplicação do princípio da moralidade de forma isolada; Normalmente esse princípio vem amarrado a esses princípios; Moralidade administrativa é diferente da moral comum. Moralidade comum é o certo e o errado nas regras de convívio social, ex: sujeito casado que resolve ter outra família simultaneamente; A moralidade administrativa é mais rigorosa do que a moralidade comum, ela exige do administrador correção de atitudes e que ele seja o melhor possível. 
Ter boa administração também significa eficiência
Súmula vinculante n.º 13 do STF: Nepotismo no Brasil; A partir da criação do CNJ e do CNMP pela EC 45/04 que se passou a falar da proibição do nepotismo; A proibição do nepotismo no Brasil já existia na lei 8.122/90.
CNJ/CNMP que realizam controle administrativo; Resolução n.º 07 do CNJ marca a proibição do nepotismo em todo o poder judiciário; A resolução n.º 01 do CNMP proíbe o nepotismo em todo o Ministério Público (para os concursos em geral não precisa ler essas resoluções, salvo se for concurso do MP ou do Poder Judiciário); 
Os tribunais diziam que a proibição do nepotismo tem que ser por lei e não por resolução. A matéria foi levada ao STF na ADC 12 e o STF julgou essa ação que discutiu a resolução de n.º 07 do CNJ e o STF disse que a proibição do nepotismo é constitucional. Disse mais o STF, que vedar o nepotismo no Brasil representa pelo menos a aplicação de 4 princípios: a) Impessoalidade; b) Eficiência; c) Isonomia; d) Moralidade; O STF disse que o CNJ pode fazer isso, vez que ele foi criado para fazer controle administrativo, logo ele tem sim a possibilidade de fazer. 
O CNJ não pode fazer lei, então o ato normativo que ele tem é a resolução; A partir do julgamento da ADC 12, o STF edita a súmula vinculante n.º 13 (Não pode cônjuge, companheiro, parente em linha reta ou colateral até o 3ª grau ou por afinidade); Se o parente prestar concurso pode. 
A 1ª hipótese da súmula não pode ter relação de parentesco entre o nomeante e o nomeado, sendo este ocupando cargo em comissão ou exercendo função gratificada; 
Cargo em comissão: Era antigamente chamado cargo de confiança. A CF/88 mudou o nome para cargo em comissão. O cargo em comissão nada mais é do que aquele cargo baseado na confiança. O cargo em comissão é de livre nomeação e livre exoneração ou exoneração “ad nutum”. Cargo em comissão no Brasil serve para direção, chefia e para assessoramento. 
Qualquer pessoa pode exercer cargo em comissão, reservado um limite mínimo para quem já é de carreira (a lei diz assim).
Função gratificada: É para quem já tem cargo efetivo.
Função de confiança: É dada de acordo com a confiança (dou a quem confio). Ela também serve para direção, chefia e para assessoramento. A CF/88 diz que a função de confiança só pode ser exercida por quem já tem cargo efetivo. O sujeito já tem um cargo efetivo e ele ganha um cargo de confiança. Se ele tem cargo efetivo, ele tem atribuições, responsabilidade e posto e por isso ele vai receber uma remuneração do cargoe como ele ganhou mais atribuições e mais responsabilidades ele precisa ganhar mais dinheiro, por isso vai receber uma gratificação por função de confiança. É por essa razão que eles chamam de função gratificada. 
Função é um conjunto de atribuições + responsabilidades; 
Súmula vinculante n.º 13 do STF: 
2ª hipótese: Não pode quando o nomeado ocupa cargo de direção, chefia ou assessoramento (cargo em comissão), ele não pode ser parente de outro servidor que ocupe cargo em comissão ou que ocupe função gratificada; Não existe aqui relação de hierarquia entre eles, eles não podem ser parentes na mesma pessoa jurídica; 
3ª hipótese (parte final da súmula): Não pode nepotismo cruzado. Não dá para trocar de parente. 
O STF disse que os agentes políticos estão fora dessa proibição, eles podem ser nomeados. O STF excluiu os agentes políticos da súmula vinculante n.º 13 do STF, ex: Prefeito pode nomear seu irmão secretário municipal. 
Toda administração direta ou indireta, dos três poderes estão submetidas a esses princípios;
Texto: Supremacia do interesse público – Alice Gonzales Borges (tá no site) - http://www.direitopublico.com.br/pdf_seguro/Supremacia%20do%20Interesse%20P%C3%BAblico%20%20-%20Alice%20Gonzalez%20Borges.pdf
3ª Aula – Aula de 08.02.2012:
4- Publicidade: Significa conhecimento, divulgação pública (lembra ciência); Publicidade nada mais é do que o conhecimento, ciência ao titular do direito que é o povo; 
Se o administrador público não publica um contrato, qual a conseqüência jurídica? Essa questão está expressa em lei (publicação de contrato é condição de eficácia – o contrato é válido, mas não é eficaz). 
Publicidade significa início de produção de efeitos. A publicidade no Brasil, além de ciência é condição de eficácia dos atos. Essa ideia está na lei 8.666/93 (art. 61, parágrafo único – A publicação do contrato administrativo é condição de eficácia). 
Se a publicação é início de efeitos, o prazo só vai começar com a publicidade do contrato. A publicidade também representa início de contagem de prazos (os prazos vão começar a partir daqui). 
Sempre que receber uma notificação, tem que colocar data (para provar o dia que vc recebeu e garantir o início da contagem de prazo). 
A publicidade é mecanismo de controle (fiscalização): art. 30 da CF. A constituição diz que as contas municipais devem ficar à disposição da sociedade para questionamentos. 
Na licitação modalidade convite não tem publicidade (isso é falso). No convite não tem a publicação de edital na imprensa oficial, porém publicidade é muito mais amplo do que publicação, esta é apenas uma forma de publicidade. Publicidade significa ciência pessoal, encaminhar a carta convite aos convidados. 
Na modalidade convite, não publicamos o instrumento convocatório. 
Habeas data: é para buscar ou corrigir informações pessoais, porém se o direito líquido e certo de informação, vou discutir isso por meio de MS. 
A CF diz que em algumas situações, a publicidade não vai acontecer, são exceções ao princípio da publicidade:
a) Intimidade, vida privada, honra e a imagem das pessoas (art. 5º, X da CF). Não podemos publicar se atingir essa inviolabilidade;
b) Art. 5º, XXXIII da CF: “Todos têm direito à informação, salvo quando colocar em risco a segurança da sociedade e do estado.”
c) Art. 5º, LX da CF: Diz respeito aos atos processuais que correm em sigilo na forma da lei. Se o médico pratica, por exemplo, erro médico e o paciente morre, ele vai ser processado, porém para proteger a vida profissional desse médico, o processo corre em sigilo. O processo ético-disciplinar na maioria dos conselhos é sigilo, é exceção ao princípio da publicidade. 
Alguns autores acreditam que só a letra “b” acima representa exceção ao princípio da publicidade. 
Lei 12.527: Estabelece os cuidados para o direito a informação no Brasil. 
Art. 37, §1º da CF: É aquele dispositivo que nem parece estar transcrito na constituição. Traz duas obrigações importantes: 
a) Dever de publicidade e como tenho que publicar. O administrador público tem o dever de publicar. Se o nosso administrador não publica, ele está cometendo improbidade administrativa (art. 11 da lei 8.429/92); 
b) O que não posso fazer: Não pode constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal. A promoção pessoal está vedada. Se o administrador público faz isso, ele está praticando improbidade administrativa. Tudo o que o administrador utilizou durante a campanha não pode ser levado para a administração pública, ex: pintar os carros da prefeitura com as cores da campanha – isso não pode; 
O governo pode publicar, porém não posso vincular isso à pessoa do administrador público; 
O simples fato de ter o nome do administrador numa placa informativa não fere o princípio da impessoalidade. 
Nome de bem público no Brasil, nome de rua, de praça não pode ter o nome do administrador. Tem um projeto de lei para dizer que usar o nome do povo para fins pessoais também é improbidade administrativa. 
5- Eficiência: O Princípio da eficiência passou a ter roupagem constitucional com fulcro na EC 19/98. A EC 19 foi a chamada reforma administrativa, já a EC 20 só trata de aposentadoria dos servidores; 
O princípio da eficiência já existia na CF/88 de forma implícita, ele ganha roupagem de princípio expresso a partir da EC 19/98. Esse princípio da eficiência já existia de forma expressa na lei ordinária (lei 8.987/95). Essa lei no seu art. 6º é o seu serviço público adequado. 
A lei 8.987/95 é a lei de concessão de serviço público. O administrador precisa de agilidade, presteza, para ser eficiente, o administrador tem que agir com produtividade. Ser eficiente é agir com economia, gastar o menor valor possível. O administrador tem que ter cuidado para não desperdiçar dinheiro público (ausência de desperdícios, ele não pode desperdiçar o que não lhe pertence). 
É preciso criar mecanismos para que o princípio da eficiência se torne uma realidade. Mecanismos modificados para buscar a eficiência da EC 19/98: 
a) Estabilidade dos nossos servidores públicos (art. 41 da CF). O servidor tem que ter três anos de exercício para poder adquirir a estabilidade. A constituição federal não fala em estágio probatório, ela fala em aprovação de avaliação especial de desempenho. Para adquirir a estabilidade, o servidor precisa de três anos de exercício e de uma avaliação especial de desempenho (novidade). Se o servidor público não for eficiente ele não é aprovado nessa avaliação especial de desempenho. Na maioria das carreiras, essa avaliação não foi regulamentada ainda. Cada carreira tem a regulamentação específica da avaliação de desempenho, porém essa regulamentação ainda não veio para a maioria das carreiras. 
- Perda da estabilidade do servidor público: 
1- Via processo administrativo que tem que ter contraditório + ampla defesa; 
2- Via processo judicial já com trânsito em julgado;
3- Por meio de uma avaliação periódica de desempenho (se não for aprovado). Essa avaliação é um instrumento para se garantir a eficiência. Até agora, a matéria não foi regulamentada ainda. 
- Despesas com pessoal: Art. 169 da CF: É chamado de racionalização da máquina administrativa (estabelecer limite de despesa com o pessoal). Só pode gastar com o limite previsto na lei complementar (LC 101/2000, art. 19).
Limite de despesas para folha de pagamento: União – 50%;
					 Estados e municípios – 60%;
- Como cortar e reduzir despesas, quais são os primeiros a serem cortados: 
1º: Cargo em comissão/função de confiança (no mínimo de 20%);
2º: Servidores não estáveis: Vamos cortar quantos forem necessários. É de acordo com a necessidade. Aqueles que preciso menos são os que eu mando embora; 
3º: Servidores estáveis – Temos uma sequência que tem que ser respeitada, só posso passar para a classe seguinte, depois de respeitada a regra anterior. Para chegar ao estável, tenho que mandar embora todos os não estáveis. 
O instituto é exoneração e não demissão, esta tem natureza de pena. O cargo extinto só podeser criado com funções idênticas ou assemelhadas na próxima legislatura (4 anos depois); 
Só vai ter direito a indenização os servidores estáveis. 
- A eficiência tem que ser observada em 2 momentos diferentes: 
a) Eficiência quanto aos meios:
b) Eficiência quanto ao resultado: 
Deve-se gastar o menor valor possível e obter o melhor resultado possível. 
Último parágrafo da discursiva: Infelizmente o princípio da eficiência ainda não se tornou uma realidade, ele não passou de um mero desabafo, mera utopia, de um sonho do constituinte de 1988 (alguns doutrinadores dizem isso);
- Princípio da Isonomia: Não está no art. 37, caput da CF, mas tem que ser cumprido pela Administração Pública. “Tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida em que se desigualam.”
Deve-se verificar o fato de exclusão, discriminação se estes estiverem compatíveis com o objetivo da norma, não haverá violação ao princípio da isonomia. 
Concurso para salva-vidas – Edital diz que deficiente não pode prestar esse concurso – A exclusão do deficiente físico está compatível com o objetivo da norma, vez que deficiente físico de cadeira de rodas não vai conseguir exercer a profissão;
Concurso para polícia civil – Edital diz que deficiente não pode fazer concurso para escrivão (função administrativa) – Isso fere o princípio constitucional da isonomia; 
Concurso para polícia feminina – Edital diz que homens não podem concorrer, vez que só as mulheres conseguem exercer determinadas funções – Princípio da Isonomia, não há violação;
- 3 requisitos para as exigências dos concursos públicos: 
1- Tem que estar previsto na lei da carreira; 
2- O requisito tem que ser compatível com as atribuições do cargo (tem que ser importante para as atribuições do cargo); 
3- Tem que estar previsto no edital do concurso;
Jurisprudência do STF e STJ já fixam essa; 
- Exame psicotécnico: “Quem garante que quem fez a prova não é mais maluco do que o candidato (Celso Antonio Bandeira de Mello); Tem que estar previsto na lei da carreira e precisa de parâmetros objetivos (súmula 686 do STF) e tem que dar direito a recurso. 
- Princípio da razoabilidade/proporcionalidade: Razoabilidade significa que o administrador tem que agir de forma lógica, congruente, coerente. O administrador não pode agir de forma tresloucada, deve sempre pensar no critério do homem médio. Para os administrativistas, o princípio da proporcionalidade está dentro do princípio da razoabilidade, é um desdobramento, uma fatia da razoabilidade;
- Princípio da proporcionalidade: Significa equilíbrio entre os benefícios e os prejuízos obtidos. Vamos pensar nos atos e nas medidas conseqüentes a ele. Ex: construir lixão à beira-mar é desproporcional, vez que traz mais prejuízos do que benefícios; 
Se o servidor público pratica infração leve, posso aplicar a ele pena de demissão? Não. Essa medida não é proporcional ao ato praticado, se a infração foi leve, a medida a ser aplicada deve ser a pena de advertência.
Proporcionalidade traz sempre a ideia de atos e medidas de atos e medidas em razão dele; 
Princípio da razoabilidade e da proporcionalidade são princípios implícitos no texto constitucional e explícitos na norma infraconstitucional (lei 9.784/99 – lei de processo administrativo – leitura obrigatória); 
Alguns autores afirmam que a partir da EC 45 o princípio da razoabilidade se tornou um princípio expresso na constituição (razoável duração do processo), porém essa posição não prevalece, vez que a razoabilidade continua como princípio implícito; 
Praticado um ato administrativo, quem pode rever esse ato é o poder judiciário no que tange a legalidade. Essa hoje é a legalidade em sentido amplo, que significa controle de leis + controle de regras e princípios constitucionais. 
Se um ato administrativo viola princípio da constituição, esse ato pode ser revisto pelo poder judiciário e esse é chamado controle de legalidade do ato;
O Poder judiciário não pode rever (controlar) o mérito (é a liberdade, o juízo de valor, é a discricionariedade do administrador) do ato administrativo. 
 É possível perceber que os princípios da proporcionalidade/razoabilidade representam limites importantes com a discricionariedade, a liberdade do administrador. Dessa ideia, podemos concluir que o controle de legalidade em sentido amplo, acaba atingindo por vias tortas (de forma indireta) o mérito do ato administrativo, vez que está restringindo a liberdade do administrador (isso é para questão discursiva); 
- Julgamento que marcou a questão da política pública no Brasil: Ler ADPF 45 – Discutiu se o poder judiciário pode rever política pública se ela não for razoável (não precisa ler todo o julgamento, basta ler a ementa – tá no site); 
4ª Aula: Aula de 29.02.2012:
- Princípio do Contraditório/Ampla defesa: Na via administrativa esses princípios são novos, surgiram com o texto constitucional de 1988. A grande chance de ter nulidade do processo é porque não teve contraditório e ampla defesa. 
Contraditório: Significa dar a parte ciência da existência do processo (conhecimento da existência do processo). 
O contraditório vai constituir a bilateralidade da minha relação processual. 
Num estado democrático de direito ninguém vai ser processado e condenado sem saber que está tramitando um processo contra si (mínimo necessário).
A partir do contraditório vai ser constituída a bilateralidade processual. 
Ampla defesa: É preciso dar a parte a oportunidade para se defender. Basta dar o prazo para a parte se defender? Não. 
O sujeito para se defender, para ter ampla defesa não precisa ter acesso a processo, requerer prova..
O princípio do contraditório/ampla defesa está previsto no art. 5º, LV da CF; 
Exigências (desdobramentos, condições) para que a ampla defesa seja concreta (instrumentos para que isso aconteça): 
1. A parte tem que se defender de forma prévia, antes do julgamento; Para que a defesa seja prévia, vamos precisar de procedimentos pré-estabelecidos, muitas vezes em um processo precisamos utilizar estratégias processuais. Só posso me valer dessas estratégias processuais se tiver um procedimento pré-estabelecido. Preciso conhecer as condições do meu procedimento, ele tem que estar pré-determinado. O sujeito na defesa prévia já tem que conhecer as possíveis penalidades que podem acontecer no final do processo (penas e procedimentos já precisam estar definidas). 
2. Direito às informações do processo (a parte tem que ter acesso às informações do processo). Tem que ter direito às cópias, mas o interessado é quem vai pagar a conta (jurisprudência estabelece assim). 
O direito à reprodução tem que ser viabilizado. 
A maioria das leis do processo administrativo vedam a carga (não posso retirar o processo), logo se não posso levar o processo para casa, o estado tem que me dar cópia. 
3. Direito à produção de provas: Significa não só produzir provas, mas também ter essa prova avaliada pelo convencimento do julgador. Não preciso de prova só para fazer constar, o julgador tem que levar em consideração aquela prova, falamos em prova produzida e prova avaliada. 
Prova para cumprir formalidade não pode. A prova tem que interferir no convencimento do julgador.
4. Defesa técnica no processo administrativo: O advogado precisa estar presente no processo administrativo.
A presença do advogado era facultativa no processo. Essa discussão foi especialmente elaborada em processo disciplinar que é um processo punitivo, assim como o processo penal. 
PAD: lei 8.112/90: Dizia que a presença do advogado é facultativa em sede de processo administrativo disciplinar.
No decorrer dos anos, constrói-se uma jurisprudência no STJ dizendo que o advogado no PAD contribui para a regularidade, pensando nesse raciocínio o STJ editou a súmula 343, dizendo que é obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar. 
Muitos servidores, antes da súmula 343 do STJ foram demitidos sem a presença de advogado, a consequência jurídica é a reintegração,com o acúmulo da todos os vencimentos (todas as vantagens) desde a sua demissão, vez que foi demitido de forma ilegal. Isso seria um prêmio para os servidores maus-caracteres. 
A matéria foi discutida no STF, que foi objeto da súmula vinculante n.º 05 dizendo que a presença do advogado é facultativa. Essa súmula representou um atraso, vez que destruiu toda a construção do STJ durante anos.
5. Direito a recurso: Tenho direito de levar a matéria a uma nova análise, a um novo julgamento. Também significa garantia de ampla defesa.
Críticas: Edital de concurso que diz que direito ao recurso não cabe é um absurdo!
Súmula vinculante n.º 21: Feita em processo administrativo tributário, mas hoje a previsão é para qualquer processo administrativo. Trata-se da cobrança de depósito prévio para a interposição de recurso, se não tiver dinheiro para depositar, não posso recorrer. Não se pode condicionar recurso à capacidade financeira da parte, vez que isso é inconstitucional. “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo (não posso atrelar a capacidade financeira ao direito de recurso).” 
No STJ, há a súmula 373;
6. Sempre que alguém puder ser prejudicado por uma tomada de decisão, esse alguém tem que participar. 
Súmula vinculante n.º 03: Nos processos no tribunal de contas da União, se da decisão eu puder atingir terceiros, esses têm que chamados a participar (asseguram-se o contraditório e a ampla defesa), excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão (nessa parte final, a súmula disse que este ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão, analisado pelo TCU não vai ter contraditório/ampla defesa, vez que esse ato é um ato administrativo complexo, um ato administrativo é aquele que depende de 2 manifestações de vontade e elas acontecem em órgãos diferentes, o que significa dizer que ele depende de 2 manifestações de vontade que vão acontecer em órgãos diferentes). 
Esse ato só estará perfeito quando eu tiver as duas manifestações de vontade. Duas manifestações há apenas um ato. 
Esse contraditório/ampla defesa não vai acontecer nessa parte final no tribunal de contas, mas sim lá na Administração Pública. 
O próprio STF em decisões posteriores, vem decidindo que se o tribunal de contas da união demorar mais de 5 anos e o TCU não decidiu esse ato, não vamos aplicar a súmula vinculante, em nome da segurança jurídica o TCU vai dar o contraditório/ampla defesa. 
Temperando a súmula vinculante n.º 03 (vídeo no Youtube – Fernanda Marinela - Assistir) 
- Princípio da Continuidade: Diz que o serviço público tem que ser prestado de forma ininterrupta (de forma contínua). 
Discussão: Direito de greve dos servidores:
a) Se o serviço é contínuo, servidor público deve exercer o direito de greve? Servidor público no Brasil tem direito de greve? Tem. A CF diz que o direito de greve vai ser exercido nos limites da lei específica (Art. 37, VII da CF). 
Essa lei é ordinária ou é complementar? Se o constituinte quisesse lei complementar teria dito lei complementar. Tem que ser uma lei ordinária específica, até a EC 19/98 era lei complementar, a partir dessa emenda pode-se exigir lei ordinária. 
Até hoje, essa lei não foi aprovada. O STF já disse que essa é uma norma de eficácia limitada, ou seja, os servidores só podem exercê-lo nos termos da lei. 
Durante muitos anos, essa greve eram ditas como ilegais. O direito existe, mas depende de lei. A matéria já tinha sido discutida inúmeras vezes no STF em sede de mandado de injunção. 
O STF entendia que não tinha como obrigar o legislador a legislar nos julgamentos dos Mandados de Injunção. 
No STF tramitavam três mandados de injunção sobre direito de greve, o STF mudou o seu posicionamento no que diz respeito ao MI, afirmando que o mandado de injunção pode ter efeitos concretos. 
Enquanto não vier a lei do servidor público, o STF entende pela aplicação da lei da iniciativa privada que é a lei do trabalhador comum (lei 7.783/89). 
MI 670 		MI 708 		MI 712;
A lei 7.783/99 não traz a mesma regra do servidor, ela é do trabalhador comum. 
Obs: Esse mandado de injunção marca a história, vez que passa de efeito declaratório e passa a ter efeitos concretos. 
MI: Efeito inter partes; O STF de forma diferenciada, para esses mandados de injunção deu efeitos erga omnes. 
ADIN por omissão: Efeito erga omnes; 
b) Art 6º, §3º da lei 9.887/95: Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso. Essa hipótese de emergência pode ser entendida em razão das chuvas, de enchentes. São duas situações: 1- No caso de emergência; 2- Com aviso prévio (visando normas técnicas de segurança das instalações e no caso de inadimplemento)
Também posso cortar o serviço após prévio aviso em duas situações específicas, quando: 
1- Motivada por razões técnicas ou de segurança das instalações;
2- por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade; 
Resposta: Mesmo em caso de serviço essencial é possível o corte do serviço; 
A posição hoje majoritária diz que pode cortar em caso de inadimplemento com aviso prévio, vez que se ela não cortar, ela vai falir. Dizem que em nome da supremacia do interesse público sobre o privado, ela tem que cortar para não falir.
Se a nossa empresa for obrigada a prestar serviço a quem não paga, ela vai comprometer a própria continuidade do serviço público, pois a empresa vai falir (Isonomia – os desiguais devem ser tratados de maneira desigual, supremacia do interesse público sobre o interesse privado); 
Há situações em que o serviço não pode ser cortado mesmo em caso de inadimplemento: Ex: Doente que necessita de aparelho elétrico;
Se o usuário não pagador for o estado posso cortar? Posso. Salvo em alguns casos excepcionais: Ex: Iluminação pública em avenidas, logradouros públicos. 
- Princípio da Presunção de Legitimidade (leia-se ao mesmo tempo presunção de legitimidade/legalidade/veracidade): Os atos administrativos gozam de presunção de legitimidade. Os atos administrativos estão de acordo com a moral (legitimidade), com a legalidade (estão de acordo com a lei) e com a veracidade (correspondem a verdade). 
O nosso ato administrativo tem presunção de legitimidade/legalidade/veracidade tem presunção relativa (iuris tantum). Aquela que admite prova em contrário, pode ser contestada. 
Consequência prática dessa presunção: A presunção de constitucionalidade de uma lei dá a ela uma aplicação imediata. 
O ato administrativo vai ter que ser aplicado até que seja declarado ilegal, a consequência prática desse ato é que ele vai ser aplicado de forma imediata. 
A quem cabe o ônus da prova? O ônus da prova cabe a quem alega. Em ato administrativo é normalmente quem alega e normalmente quem vai contestar é o administrado. 
- Princípio da Autotutela: Diz que a administração pública pode rever seus próprios atos quanto a conveniência e quanto a legalidade. Se o ato for ilegal, a administração vai anular esse ato, a administração também pode rever um ato em razão da conveniência, nesse caso vai ocorrer a revogação. 
Maria Silvia Zanela Di Pietro: O princípio da autotutela traz para o estado o dever de zelo, cuidado, tutela com o seu patrimônio, direitos (posição minoritária dela).
- Princípio da Especialidade: Esse princípio traz a ideia de que a administração pública, especialmente a indireta está vinculada, presa às finalidades para as quais foram criadas. 
Quando a administração pública (entes políticos), cria as pessoas da administração pública indireta (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista), ela vai fazer isso através de lei. 
O princípio da especialidade diz que essas pessoas estão presas a tal finalidade específica. Não pode o administrador fugir dessa finalidade, ele está preso a lei de criação. Na lei de criação, vamos ter a lei que define a pessoa jurídica e as suas finalidades.
Se quemdefine a finalidade foi a lei, pode o administrador modificar essa finalidade? Não, vez que essa finalidade só pode ser alterada por uma nova lei. Esse princípio surgiu inicialmente para as pessoas da administração pública indireta, mas hoje ele também é aplicado para os órgãos da administração pública indireta. Ex: Se crio um órgão para a finalidade X, ele não pode prestar a finalidade Y. 
- Organização da Administração Pública:
Formas de prestação da atividade administrativa: 
a) Prestação Centralizada; Atividades que são prestadas pelo núcleo, pelo centro da administração, veio da administração direta. Entes da administração pública direta são os entes políticos União, estados, distrito federal e municípios. No decorrer dos anos, muitos serviços para buscar uma prestação mais eficiente foram retirados desse centro e foram transferidos para outras pessoas. 
b) Prestação Descentralizada: Os serviços foram retirados da administração direta e transferidos para outras pessoas. 
Mas que pessoas? Vou retirar do centro e dar às pessoas da administração pública indireta. Podemos descentralizar às pessoas da Administração Pública Indireta, como também aos particulares. 
Se uma atividade é deslocada dentro do próprio núcleo, dentro da própria pessoa jurídica, essa é a chamada forma desconcentrada de prestação do serviço, da atividade. Ex: Se um serviço é deslocado do Ministério “a” para o Ministério “B”, isso é desconcentração (dois ministérios são dois órgãos da união, logo a forma é desconcentrada de prestação da atividade).
	Descentralização
	Desconcentração
	Pressupõe sempre uma nova pessoa que pode ser física (ex: permissão de serviço público ou autorização de serviço público, ex: serviço de táxi) ou jurídica (a maioria dos casos pode ser pessoa jurídica). Entre a Administração Pública Direta e a Indireta, existe hierarquia entre as duas? Não. O que existe é controle, fiscalização, mas não subordinação, hierarquia. 
	Vamos encontrar sempre um deslocamento, a distribuição vai acontecer dentro da mesma pessoa. Aqui há hierarquia, relação de subordinação, ex: Presidente mandou, os servidores obedecem. 
Se o deslocamento é feito entre entes políticos, isso é chamado de descentralização política (isso se estuda em constitucional). Descentralização administrativa, vou deslocar a atividade administrativa para a administração indireta e para os particulares. 
A descentralização política vai ser estudada em direito constitucional, especialmente nos capítulos de repartição constitucional de competência, lá por volta do art. 20 da CF. 
- Há duas modalidades (categorias) de descentralização administrativa:
1- Através de outorga: Significa transferir a titularidade mais a execução do serviço. A titularidade é “ser o dono do serviço.” Significa dar a propriedade ao serviço, não pode ser a qualquer pessoa. Só posso fazer a outorga por meio de lei. Além disso, tem divergência doutrinária, vamos adotar aqui a posição da maioria: Para a maioria dos autores, a descentralização por outorga, considerando que a titularidade não pode sair das mãos do poder público, só posso fazer outorga para a maioria dos autores às pessoas da administração indireta de direito público (posição da maioria dos autores), quais sejam (que são do regime de direito público) : autarquias, fundações públicas de direito público. 
A posição minoritária é que poderia dar a qualquer pessoa jurídica, mesmo que seja de direito privado. 
2- Através de delegação: É a transferência somente da execução do serviço, a administração vai reter a titularidade e vai transferir somente a execução do serviço. A delegação do serviço pode ser feita por lei às pessoas jurídicas da indireta, mas agora às pessoas de direito privado, ex: Empresas públicas e sociedades de economia mista; 
A delegação também pode ser feita por contrato, e por contrato, vamos transferir aos particulares, como exemplo: as concessionárias e permissionárias de serviços (transporte coletivo, empresa de telefonia). A delegação também pode acontecer por ato administrativo, que também vamos transferir ao particular, como exemplo: Autorização de serviço, ex: taxi, despachante no Brasil. 
O poder público pode outorgar a concessão de serviço público a um particular? Pode. Pois a questão não disse que a concessão é uma outorga, aqui no sentido vulgar da palavra outorga. Concessão é exemplo de delegação por outorga. Outorgar a concessão ao particular = no sentido de dar, fazer, realizar e não na sua acepção técnica (art. 175 da CF e art. 21 da CF). 
5ª Aula – Aula de 01.03.2012: 
- O serviço notarial está previsto no art. 236 da CF; Há a chamada delegação de função, é uma história ímpar, que não se mistura à parte (delegação de função). O serviço notarial apesar de ser um serviço público, o particular recebe a delegação de função do estado (o titular, oficial do cartório é chamado de particular em colaboração). 
O titular da serventia é um agente público, recebe a delegação, a função por meio de concurso público. 
O estado enquanto pessoa jurídica é ficção legal, ele depende da pessoa física para externar suas vontades. O estado, município não pode assinar, quem vai assinar é o representante dele. 
- Relação entre o estado (pessoa jurídica) x Agente (Pessoa Física): Teorias que explicam isso:
a) Teoria do Mandato: Funciona como um contrato de uma pessoa com um advogado. O estado e seus agentes vão celebrar um contrato de mandato. O estado não pode manifestar a vontade sozinho, por isso essa teoria fica superada, porque se não tem vontade não tem como celebrar contrato;
b) Teoria da representação: Foi idealizada na mesma maneira que acontece na tutela e na curatela. O estado, ele vai ser tratado como incapaz, e, como incapaz ele vai precisar de um representante. O estado é tratado como sujeito incapaz no Brasil? Não. A CF diz que o estado responde pelos seus agentes que causarem danos a terceiros, se ele responde, logo ele é capaz (não precisa de representação), por isso essa teoria também fica superada;
c) Teoria da imputação (alguns chamam de teoria do órgão ou teoria da imputação): É a teoria adotada no Brasil. A vontade do agente se confunde com a vontade do estado. Essas vontades se misturam, o que significa dizer que a vontade do agente é a vontade do estado e a vontade do estado é a vontade do agente. O agente manifesta a vontade do estado por imputação, previsão legal, por essa razão é muito importante que a lei estabeleça as atribuições, as competências do agente. 
A pessoa jurídica responde pelos atos de seus agentes que nessa qualidade causarem a terceiros (porque o agente está agindo em nome do estado, por imputação legal). Essa foi a orientação legal que prevaleceu no STF. 
- Órgãos Públicos: É a estrutura interna da pessoa jurídica. A ideia de corpo humano, de organização de especialidades que é utilizada na medicina para buscar a eficiência. Cada pedacinho da pessoa jurídica vamos dar uma especialidade, eis que cada pedacinho dele vai ter uma função.
Órgão público: É um centro especializado de competência. Quanto mais especializado, mais competente, a tendência de atendimento do serviço tende a ser melhor. 
A Administração Indireta também tem divisão interna? Tem vários núcleos, pedaços? Sim. O órgão público também está presente nas pessoas da Administração Indireta. 
Art. 1º da lei 9.784/99: Diz que a presença dos órgãos da Administração Direta e Indireta. A lei 9.784/99 é leitura obrigatória. 
- Características que são próprias dos órgãos públicos: 
1- Órgão público não tem personalidade jurídica. Personalidade jurídica é a aptidão para ser sujeito de direitos e de obrigações, logo órgão público não pode ser sujeito de direito e de obrigações, dessa forma quem responde é a pessoa jurídica a que ele pertence. A responsabilidade vai ser da pessoa jurídica a que ele pertence. 
Duas crianças na escola pública municipal, sendo que uma fura o olho da outra, quem responde por esse prejuízo? Se é criança quem responde normalmente são os seus pais,mas se as crianças estão na escola, esse dever de vigilância se transfere para a escola, mas a escola é um órgão público e pertence ao município, dessa forma quem responde é o município. 
Se órgão público não tem personalidade, ele pode celebrar contrato, pode ser parte num contrato? O órgão não celebra contrato, ele não pode ser sujeito de obrigação, logo não pode ser parte no contrato, porém ele licita e dá a execução ao contrato, a parte no contrato vai ser a pessoa jurídica, o órgão cuida da execução, mas a parte no contrato tem que ser a pessoa jurídica. 
A União é parte nos contratos, o representante da União quem assina, teoricamente é o presidente da república. É possível que por lei seja delegada a atribuição de assinar a outros agentes, vez que ficaria ruim para o chefe do executivo assinar todos os contratos federais.
Art. 37, §8º da CF: Veio pela EC 19/98. Traz o chamado contrato de gestão. A constituição diz que o contrato de gestão pode ser celebrado entre entes da Administração, entre órgãos públicos e ainda entre administradores. 
A doutrina diz que não tem como órgãos públicos celebrar contratos de gestão e também entre administradores, ex: José que é administrador “X” e Maria que é a administradora Y, se esses dois celebram um contrato, isso é contrato administrativo? Não, vez que contrato administrativo tem que ter a participação do estado, isso na verdade é contrato privado. 
A doutrina diz que essa regra é inconstitucional, porém não foi declarado inconstitucional, se cair na prova marcar o que tem na Constituição Federal. 
Se um órgão tem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa jurídica), esse cadastro foi criado pela receita federal para especialmente controlar o fluxo de dinheiro. 
Se um órgão vai receber dinheiro, vai ter folha de pagamento, ele vai ter que ter CNPJ para haver fiscalização do dinheiro, é um mapinha para saber para onde foi o dinheiro. 
2. Órgão público pode ir a juízo? Em tese não, vez que ele não tem capacidade. O órgão público pode ir a juízo em algumas situações (excepcionalmente a jurisprudência diz), assim como o espólio, a massa falida. Essa é uma exceção, o entendimento majoritário é que o órgão público vai em juízo em busca de prerrogativas funcionais, naquilo que diz respeito ao exercício das suas funções. Ele vai a juízo normalmente enquanto sujeito ativo, essa é uma construção da jurisprudência. 
Leitura – Texto: Personalidade Judiciária – Autor: José dos Santos Carvalho Filho. 
Ex: Câmara municipal é órgão do município, ela recebe dinheiro que quem repassa é o prefeito, se o prefeito não repassa o dinheiro, a câmara (órgão público), pode ir a juízo para buscar o duodécimo, vez que sem o dinheiro ela não tem como exercer suas funções (em busca de suas prerrogativas funcionais).
Quando o órgão público vai a juízo ele pode ter representação própria? Pode ter. Isso depende muito da centralização ou descentralização administrativa (da organização da administração), tem lugar que tudo é concentrado numa só procuradoria. 
- Classificação de órgão público: 3 principais (que mais caem): 
a) De acordo com a posição estatal: 
a.1) Órgãos independentes: São totalmente independentes, eles não sofrem qualquer relação de subordinação, existe controle, mas não subordinação. Ex: Procuradorias do estado, presidência, governadorias, congresso nacional, assembleias legislativas, tribunais, juízes monocráticos. 
São os órgãos que têm independência entre um poder e outro. 
a.2) órgãos autônomos: Órgãos autônomos gozam de autonomia, gozam de ampla liberdade e estão subordinados a órgãos independentes, ex: Ministérios, secretarias estaduais e municipais.
Os administrativistas colocam o MP e o tribunal de contas como órgãos autônomos, mas tem muita discussão, há quem sustente que são órgãos independentes, mas isso é contraditório, vez que eles não estão na tripartição de poderes. 
a.3) órgão superior: tem poder de decisão, mas já não tem independência e nem autonomia, eles estão subordinados aos órgãos anteriores, ex: gabinetes e na maioria dos casos as procuradorias, mas esse exemplo não é absoluto; 
a.4) órgão subalterno: É aquele que não tem poder de decisão, são chamados de órgãos de mera execução, nada decidem, ex: a zeladoria (órgão que cuida do patrimônio público), almoxarifado, sessões administrativas (sessão de recursos humanos, de expediente, cada órgão tem uma estrutura diferente, departamento de Recursos Humanos). 
Instrução Normativa 1.210 de 26 de novembro de 2011 da Receita Federal.
b) De acordo com a estrutura, dividimos órgãos públicos em órgãos simples e órgãos compostos:
b.1) órgão simples: É aquele que não tem outros órgãos agregados a sua estrutura, ex: gabinetes. 
b.2) órgão composto: É aquele que tem ramificação, tem subdivisão, tem desdobramento, ex: postos de saúde e hospitais frente à secretaria de saúde, escolas e delegações de ensino. 
c) De acordo com a Atuação funcional:
c.1) órgão singular (também chamado de unipessoal): É aquele em que a tomada de decisão é tomada por um único servidor. Só tem um titular, só ele toma a decisão, ex: presidência, prefeitura, juízos monocráticos. 
c.2) órgão colegiado: A tomada de decisão é feita de forma coletiva, ex: tribunais e casas legislativas. 
- Características que servem (são aplicáveis) para todas as pessoas da Administração Pública Indireta (são 5): 
a) Personalidade Jurídica própria: Elas podem ser sujeito de direito e podem ser sujeito de obrigação, ex: autarquia, empresa pública. Se ela tem personalidade jurídica própria quem responde pelos seus atos são elas mesmas. Se podem ser sujeito de direito, se podem ser sujeito de obrigação, respondem. 
Se as pessoas vão pagar as contas pelos seus atos, as pessoas jurídicas da Administração indireta vão ter receita e patrimônio, não importa de onde veio o dinheiro, caiu no bolso da autarquia, o dinheiro é dela. 
As pessoas jurídicas da administração pública vão ter patrimônio e receita próprias.
Aqui há autonomia técnica, administrativa e financeira, elas não gozam de capacidade política que é o poder de legislar. 
b) criação e extinção dessas pessoas jurídicas: A previsão é do art. 37, XIX da CF. Para criar a pessoa jurídica da administração pública indireta é preciso lei? Sim. Em alguns momentos a lei cria só e em outros momentos a lei autoriza a criação da lei. 
Esse artigo diz que lei específica (lei ordinária específica) cria autarquia e autoriza a criação da empresa pública, sociedade de economia mista e fundação e lei complementar disciplinará as finalidades dessa última. 
A constituição federal disse que lei ordinária específica (significa que cada pessoa jurídica tem a sua) cria e autoriza a criação. Ela não pode cuidar de vários assuntos ao mesmo tempo.
Lei ordinária específica cria a autarquia e autoriza a criação da empresa pública, sociedade de economia mista e da fundação. 
- Diferença entre lei cria (basta a lei e a autarquia já está pronta) e a lei autoriza a criação da empresa pública “x”, por exemplo, para que ela seja criada efetivamente vamos precisar do registro. 
Esse registro depende da natureza da nossa pessoa jurídica, se ela tem natureza civil, vou registrar no cartório, se tem natureza empresarial, vou registrar na junta comercial. 
Do mesmo jeito que crio, vou extinguir a pessoa jurídica, portanto, se a lei cria, a lei vai extinguir, uma autarquia, por exemplo, se a lei vai autorizar a criação, a lei também autoriza a extinção (paralelismo de formas). 
Lei complementar definirá as possíveis finalidades das fundações (rol de finalidades) e a lei ordinária vai criar a fundação. A fundação à qual estamos falando é uma fundação pública de direito público
Fundação: É um patrimônio dissecado (personalizado, destacado) por um fundador para uma finalidade específica. 
Pensando no fundador, a fundação é dividida em 2 categorias: 
a) Se o fundador for um particular, a fundação é privada; A fundação privada, quem vai tratar desta é o direito civil, ela não tem nada a ver com a administração pública,quem estuda é o direito privado, o direito civil; 
b) Se quem constituiu a fundação é o poder público, a fundação é pública; Essa que vamos estudar; 
De acordo com a posição majoritária, quando o poder público vai constituir uma fundação pública, ele pode dar a ela, dois regimes diferentes: Pode ser uma fundação pública de direito público e uma fundação pública de direito privado. 
Fundação Pública de direito público: Nada mais é do que uma espécie de autarquia. Espécie de autarquia chamada de “autarquia fundacional.” Se é uma espécie de autarquia, ela é uma espécie do gênero “autarquia”, significa dizer que tudo que a gente for estudar para autarquia também serve para ela. 
A lei cria a fundação pública de direito público, eis que ela é espécie de autarquia. Tudo que for estudado por uma autarquia serve para essa fundação. 
A fundação pública de direito privado é chamada de fundação governamental, que vai ter um regime igual ao da empresa pública e da sociedade de economia mista. Se o regime jurídico é o mesmo, lei autoriza a criação da fundação pública de direito privado. 
Hely Lopes Meireles diz que toda fundação pública era de direito privado (ele faleceu em 1990). A posição de hely coaduna com a posição anterior à constituição federal de 1988. Para Celso Antonio Bandeira de Melo, toda fundação pública deve ter o regime público. 
Pessoas da Administração Pública indireta: Autarquias (dentro delas encontramos: consórcios públicos, agências reguladoras, conselhos de classe, agências executivas), Fundações Públicas de direito público, empresas públicas e ainda as sociedades de economia mista.
As concessionárias e permissionárias estão fora da administração pública indireta, são empresas privadas. 
c) As pessoas jurídicas da Administração Indireta não têm fins lucrativos. Não ter fins lucrativos significa não ser criada para o lucro, mas o lucro pode acontecer, elas não são criadas com o objetivo de lucro. Autarquia e fundação tem como finalidade a prestação de serviços públicos. A empresa pública e a sociedade de economia mista podem ser criadas para atividade econômica (explorar atividade econômica), art. 173 da CF: O estado não intervirá na atividade econômica, salvo por meio das empresas públicas e das sociedades de economia mista, salvo quando isso for imprescindível ao interesse coletivo e for fundamental para a segurança nacional. 
d) As pessoas jurídicas da administração indireta têm finalidade específica. Elas estão vinculadas a essa finalidade, esta finalidade é definida na sua lei de criação (princípio da especialidade, ele é aplicado exatamente aqui);
e) Entre a administração direta e a indireta, existe controle, logo as pessoas jurídicas da administração indireta estão sujeitas a controle, exs: CPI controlando e fiscalizando empresa pública relacionada ao mensalão. O poder executivo também controla, ele realiza a chamada supervisão ministerial, que é feita pelo ministério de acordo com o ramo de atividade, a supervisão ministerial vai controlar receitas, despesas, o cumprimento da finalidade e vai nomeiar os dirigentes da administração indireta. 
Normalmente a direta nomeia os dirigentes da indireta, normalmente é o Chefe do executivo que nomeia, exonera o dirigente de autarquia, por exemplo, quando quer, excepcionalmente vai depender da aprovação do congresso nacional, a maioria é do próprio senado, como é o caso do Banco Central e agência reguladora. 
6ª Aula – Aula de 15.03.2012:
- Autarquia: Pessoa jurídica de direito público que serve para prestar atividade típica de estado (não posso transferir essas atividades a qualquer pessoa). Ela não vai desenvolver qualquer atividade. 
O regime da autarquia é muito próximo, semelhante àquele utilizado pela Administração Direta. 
- Regime Jurídico:
1. Os atos praticados pelas autarquias são atos administrativos. Isso significa que vai ter o regime próprio desses atos. 
Os contratos celebrados pelas autarquias também são contratos administrativos. A autarquia está sujeita à licitação e também à lei 8.666/93. 
O rótulo do contrato administrativo são as cláusulas exorbitantes. As cláusulas exorbitantes (art. 58 da lei 8.666/93) são aquelas que extrapolam o que é comum nos contratos.
A autarquia está sujeita à responsabilidade civil. Ela está sujeita ao artigo 37, §6º da CF? Esse dispositivo diz que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado respondem pelos danos que seus agentes nessa qualidade causarem a terceiro.
A Autarquia está sujeita ao art. 37, §6º da CF, vez que é uma pessoa jurídica de direito público. A regra para o estado é a teoria objetiva, que é aquela que independe do elemento culpa. Tenho que ter uma conduta, um dano e um nexo de causalidade. 
Nos últimos tempos, a nossa jurisprudência vem eliminando a teoria subjetiva, mesmo em caso de omissão. A jurisprudência não mudou, mas está caminhando para isso. Em caso de omissão, ainda vale a responsabilidade subjetiva em caso de omissão. 
Se a autarquia não tiver dinheiro, não tiver patrimônio posso chamar o estado para indenizar? Se o estado decide descentralizar, ele não pode se eximir de responsabilizar. Se falamos de um serviço público e o estado descentraliza, ele continua sendo o responsável, ocorre que como a autarquia tem personalidade jurídica própria, ele vai ser chamado em segundo plano (de forma subsidiária). Isso significa que existe uma ordem, primeiro vai pagar a autarquia, vez que ela tem personalidade jurídica própria e só em segundo plano que a autarquia vai ser chamada. 
O estado responde objetivamente por ato de autarquia? Sim, de forma objetiva e subsidiária. 
Pelo elemento culpa, a responsabilidade do estado é objetiva e pela ordem de preferência do estado, a responsabilidade é subsidiária. 
3. Bens Autárquicos: Esses bens são bens de pessoa pública e, por isso, são tratados como bens públicos. 
Bem público = tem um regime próprio, têm regras próprias, quais sejam:
a) Em regra são inalienáveis: Não podem ser alienados de qualquer maneira. Essa inalienabilidade não é absoluta. Eles são inalienáveis de forma relativa. Em algumas condições é possível alienar. Eles são inalienáveis de forma relativa ou de forma condicionada. 
Essas condições tão previstas no artigo 17 da lei 8.666/93. 
b) Os bens públicos são também impenhoráveis. Isso significa que não podem ser objeto de penhora, de arresto e de sequestro. 
A penhora significa a restrição que ocorre dentro de uma ação de execução. Penhora nada mais é do que uma garantia para o cumprimento de uma obrigação. 
Arresto e sequestro são cautelares típicas. Elas vão proteger a futura penhora, vão garantir que lá na frente eu tenha bens para penhora. 
Se eu não posso fazer penhora, não adianta fazer arresto e sequestro, logo elas ficam prejudicadas.
Cautelar de arresto: Serve para bens indeterminados.
Cautelar de sequestro: Serve para bens determinados. 
c) Os bens públicos não podem ser objeto de oneração (impossibilidade de oneração). Oneração significa direito real de garantia. Bem público não pode ser objeto de penhor, hipoteca e anticrese. 
Penhor: É direito real de garantia que não se confunde com hipoteca e nem penhora. Penhor e hipoteca não acontece em juízo. Penhora é na ação judicial de execução. 
Penhor: Direito real de garantia que acontece sobre bens móveis, ex: penhor de joias da caixa;
Hipoteca: Direito real de garantia de bens imóveis. Ex: dou um sítio em garantia para tirar empréstimo.
Anticrese: Em desuso no Brasil hoje. É um direito real de garantia em que o credor explora o patrimônio do devedor e com o produto da exploração vai pagar a dívida. Também não cabe para bem público. 
d) Imprescritível: Significa que eles não podem ser objeto de prescrição aquisitiva. Os bens públicos não podem ser objeto de usucapião.
Qual é a garantia que a autarquia irá pagar suas obrigações? As garantias para débitos judiciais através do regime de precatório (art. 100 da CF).
Regime de precatório: Fila de pagamento que se constitui em ordem cronológica.Só pode entrar na fila após trânsito em julgado a sentença que reconheceu a dívida.
Autarquia tem fila própria para precatório. Cada autarquia tem sua fila para pagamento de precatório.
Prazo Prescricional: Nas ações contra a autarquia, é de 5 anos (decreto 20.910/92): Regra.
Para reparação civil existia divergência doutrinária entre 3 ou 5 anos. Mas atualmente prevalece na jurisprudência (STJ e STF) tem adotado que a prescrição é de 5 anos.
- Procedimentos financeiros: Autarquias estão sujeitas a regra de contabilidade pública (lei 4.320/64) e também estão sujeitas à lei de responsabilidade fiscal (lei complementar 101);
- Regime Processual: 
Autarquia tem tratamento de Fazenda Pública, tem prazo estendido (art. 188 do CPC), o quádruplo para contestar e em dobro para recorrer, tem direito a reexame necessário (art. 475 do CPC). Também chamado de duplo grau de jurisdição obrigatório. É independentemente de recurso das partes o processo vai ser levado para o 2º grau. A decisão que depende de reexame necessário não transita em julgado.
Obs: Reexame necessário: independentemente de recurso das partes, o processo vai ser levado ao tribunal. A ausência de reexame necessário faz com que a decisão não faça trânsito em julgado. 
 O reexame necessário hoje no Brasil não é uma regra absoluta no Brasil, com base no art. 475 do CPC. Exceções: Se a ação for de até 60 salários mínimos, bem como na situação em que a matéria já foi julgada pelo pleno do tribunal (nessas situações não há reexame necessário). 
8. Regime tributário: Art. 150, VI, “a” da CF traz a chamada imunidade recíproca que estabelece que a União não pode instituir imposto para estado, município e vice-versa. Significa que um ente político não pode cobrar imposto de outro ente. 
Essa imunidade recíproca é só para impostos, não impede a cobrança de taxas e contribuições de melhoria, por exemplo. 
Art. 150, §2º da CF: Traz a imunidade recíproca estendida para as autarquias. Essa imunidade é extensível a autarquia no que diz respeito a sua finalidade específica. 
Autarquia paga taxa, paga contribuição de melhoria e a imunidade para impostos é só no que tange a finalidade específica da autarquia. 
9. Regime de pessoal da autarquia: Quem trabalha nessa autarquia é servidor público. Se o sujeito trabalha na autarquia, ele é servidor público e está sujeito a regime jurídico único (aplicação da ADIN 2.135: Todos devem ser estatutários ou todos devem ser celetistas). 
Exemplos de autarquia: INSS, INCRA, Universidades federais.
Autarquias territoriais: Nada mais são do que os nossos territórios. Hoje no Brasil não temos mais nenhum território, porém podem ser criados. 
Território não é ente político, não tem a mesma autonomia de ente político. Apesar do território ter natureza de autarquia, ele não tem nada a ver com autarquia que é entidade administrativa que presta serviço público. 
- Conselho de classe: Ele surgiu no Brasil com natureza de autarquia. Aqui são as chamadas autarquias profissionais. Em 1998, veio a lei 9.649/98 que deu ao conselho de classe natureza jurídica de direito privado. 
O conselho de classe exerce um papel muito importante que é o poder de polícia. 
STF disse: ADIN 1717: Conselho de classe exerce poder de polícia, em nome da segurança jurídica, o poder de polícia não pode ser dado à pessoa privada. Colocar nas mãos do particular o poder de polícia é um perigo. Conselho de classe não pode ter natureza privada, ele precisa ter natureza jurídica de autarquia em nome da segurança jurídica. Poder de polícia tem que ficar nas mãos do poder público. 
A anuidade cobrada pelo conselho de classe tem natureza tributária (é uma contribuição parafiscal). Se não pago um tributo, vai haver cobrança via execução fiscal, logo se vc não paga anuidade do conselho está sujeito à execução fiscal. 
O conselho de classe está sujeito a contabilidade pública. Se a contabilidade é pública e tem tributo, o tribunal de contas vai controlar. Em regra, o conselho de classe com natureza de autarquia está sujeito a concurso público. 
A OAB por previsão do seu estatuto (lei 8.906/94), o STJ e o STF já decidiram que a sua anuidade não tem natureza de tributo. Diz também a jurisprudência que o não pagamento dessa anuidade vai gerar execução comum e não execução fiscal. 
Prosperava na nossa jurisprudência que a contabilidade da OAB não é pública. A jurisprudência já dizia que o tribunal de contas não controla a OAB. 
A OAB não tem fiscalização, não tem controle pelo tribunal de contas.
O estatuto da OAB dizia que o quadro de pessoal da OAB é celetista. 
O Procurador Geral da República ajuizou a ADIN 3026 pedindo interpretação conforme à constituição do art. 79 do estatuto da OAB no sentido de que seja exigido concurso público, porém o STF decidiu em sentido contrário. 
STF: Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames da Administração Pública Direta e Indireta. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta. Não está incluída no regime das categorias especiais. A OAB cujas características são autonomia e independência, ela não está voltada às finalidades corporativas, ela está voltada a finalidades institucionais. 
A OAB é pessoa jurídica ímpar no elenco das pessoas jurídicas brasileiras.
A OAB não precisa fazer concurso público, então essa exigência não há. Na prática a OAB têm privilégios de pessoa pública, mas não tem obrigações de pessoa pública. 
O que prevalece hoje é que os conselhos de classe necessitam fazer concurso público (o tribunal de contas diz isso e a doutrina também), vez que há um mandado de segurança com liminar concedida e outro não concedida no STF sobre o tema.
- Autarquias em regime especial: São autarquias que vão ter algumas regras especiais. Vão ter tratamento diferenciado em algumas situações. 
Esse tema autarquia em regime especial foi utilizado para falar de universidades públicas. Lá na universidade pública, essa especialidade vinha de que a universidade pública tinha como regime especial, a escolha do dirigente é feita por eleição. 
Como se escolhe dirigente da administração indireta no Brasil? Normalmente é o chefe do executivo (presidente da república), que de forma livre nomeia, exonera o dirigente da Indireta, mas se a Indireta for uma Universidade Pública, o dirigente, o reitor é escolhido por eleição, fugindo assim do padrão normal. Além dessa regra, a Universidade também é autarquia de regime especial porque ela tem mais liberdade, autonomia que diz respeito a definição pedagógica (grade curricular). Ela que vai definir em que semestre uma determinada matéria vai ser oferecida. 
O seu regime especial vem da escolha dos seus dirigentes, que no caso da universidade é feita por eleição. 
- Grupo de autarquia que também tem regime especial: São as agências reguladoras;
- Agências Reguladoras: Nada mais são do que autarquias de regime especial. A partir de 1995, o governo brasileiro instituiu a ideia de que precisava enxugar a sua estrutura, que precisava privatizar, transferir para outras pessoas determinadas atividades. 
Política Nacional de desestatização: Alguns serviços foram privatizados. Quando um estado desestatiza serviços vem a ideia de que alguém precisa controlar isso. Com a ideia de controlar, surge a agência reguladora. 
Com a ideia de desestatização, surge a política nacional de desestatizações. Muitos serviços foram desestatizados. Para controlar isso, nascem as agências reguladoras. 
O papel desenvolvido pela agência reguladora é uma novidade? Esse controle que a agência passa a desenvolver não é novo, o estado já fazia isso antes. A novidade é o nome “agência” que foi copiado do direito norte-americano e trazido para o Brasil. Foi copiado esse nome com a ideia de dar credibilidade. 
- Regime especial da agência reguladora: Características (regras):
a) Função desenvolvida pela agência: A agência reguladora tem a função de normatizar, de regular, de controlar, de fiscalizar diversas atividades. A agência reguladora define normas técnicas, mas complementares

Outros materiais