FACC - FACULDADE CONCÓRDIA CURSO DE BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO DANDARA MARINA GASTMANN COLETÂNEA DOS RESUMOS CONCÓRDIA 2020 RESUMO DA CARTA DE VENEZA A carta de Veneza trata sobre a conservação e restauração de monumentos e sítios, devido ao valor histórico e tradições seculares que representam, e busca estabelecer princípios mais específicos para garantir a conservação destes. Inicialmente, com as definições, trata da noção de monumento histórico, descrita como: a criação arquitetônica isolada, bem como o sítio urbano ou rural que dá testemunho de uma civilização particular, não somente às grandes criações, mas às que com o tempo tenham adquirido uma significação cultural. No artigo segundo, são abordadas as formas de conservação e restauração, às quais reclamam a colaboração de todas as ciências e técnicas visando à salvaguarda do patrimônio. A salvaguarda é a finalidade do artigo terceiro. Entre os artigos quarto e oitavo, são estabelecidos critérios de conservação, tais como: a manutenção permanente, a existência de limites para modificações pela evolução de usos, o monumento é inseparável da história e o deslocamento dele ou parte dele não pode ser tolerado a não ser com justificativas de interesse nacional e internacional, os elementos decorativos como pinturas e esculturas são parte integrante do monumento e não podem ser retirados a não ser que a permanência afete a sua conservação. Os artigos entre nono e décimo terceiro são compreendidos na restauração, e estabelecem mais critérios: a restauração tem por objetivo conservar e revelar os valores estéticos e históricos do monumento e fundamenta-se no respeito ao material original e documentos autênticos, quanto às técnicas tradicionais se mostram inadequadas podem ser adotadas técnicas mais modernas de conservação, todas às contribuições (de todas as épocas) para a edificação devem ser respeitadas, os elementos destinados a substituir às partes faltantes devem ser integrados ao conjunto de forma harmoniosa e sem falsificar a história, os acréscimos só serão tolerados na medida que respeitarem todas às partes interessantes do edifício e seu esquema tradicional. O artigo décimo quarto trata especificamente dos sítios monumentais, e orienta que estes devem ser objeto de cuidados especiais que visam salvaguardar a integridade e saneamento, além da manutenção e valorização. O artigo décimo quinto trata das escavações, e determina que devem ser executados em conformidade com padrões científicos, às manutenções das ruínas devem ser asseguradas, além de serem adotadas iniciativas para facilitar a compreensão do monumento trazido à luz sem jamais deturpar seu significado, os elementos de integração deverão ser reconhecíveis e reduzidos ao mínimo necessário para assegurar a conservação e estabelecer a continuidade das formas. O último artigo, décimo sexto, trata da documentação e publicações, da elaboração de uma documentação precisa sob a forma de relatórios analíticos e críticos, com fotografias, essa documentação será posta em um arquivo público e ficará a disposição de pesquisadores. RESUMO DA CARTA DO RESTAURO 1972 Este documento descreve detalhadamente como devem ser feitos os procedimentos de salvaguarda (entende-se por salvaguarda qualquer medida de conservação que não implique a intervenção direta sobre a obra) e restauração de edifícios históricos, monumentais, até coleções artísticas como pinturas e esculturas. Os doze artigos e os quatros anexos tratam da conservação sobre diferentes contextos, com especificações que regem as obras de restauração do início ao fim, independentemente do gênero da obra: o artigo quinto, por exemplo, determina que cada uma das superintendências de instituições responsáveis pela conservação do patrimônio histórico, artístico e cultural elabore um programa anual e especificado dos trabalhos de salvaguarda e restaurações. Os primeiros três artigos tratam das obras de arte que devem passar por algum tipo de projeto de restauração ou salvaguarda, o artigo quarto trata das características da salvaguarda, o artigo quinto define que as instituições responsáveis devem elaborar um programa anual específico dos trabalhos. O artigo sexto define certas proibições, tais como: aditamentos de estilo analógicos, remoções ou demolições que apaguem a trajetória da obra através do tempo, remoção, reconstrução ou traslado para locais diferentes dos originais (a menos que seja determinado), alteração das condições de acesso ou ambientais, alteração das pátinas ou sua eliminação. O sétimo artigo define as operações relacionadas às obras de conservação, tais como aditamentos de partes acessórias de função sustentante e reintegrações de pequenas partes verificadas historicamente, limpeza de pinturas e esculturas, anastilose documentada com segurança, modificações ou inserções de caráter sustentante e a nova ambientação ou instalação da obra quando não mais existirem ou houverem os ambientes tradicionais. O oitavo artigo define que quaisquer intervenções não inviabilizem intervenções futuras de salvaguarda ou restauração, já o nono artigo limita a utilização de novos procedimentos, exceto se autorizados pelo Ministro da Instrução Pública. Os artigos décimo, décimo primeiro e décimo segundo abrangem as medidas destinadas a preservação contra variações climáticas e atmosféricas, definem os métodos específicos de restauração (estes, tratados mais especificamente nos anexos A, B, C e D do artigo décimo primeiro) e definem as atribuições das competências técnicas responsáveis pela resolução de qualquer ação conflitante que possa vir a existir. Quanto as especificações presentes nos anexos do artigo décimo primeiro: O anexo A deste artigo trata das instruções para salvaguarda e restauração dos objetos arqueológicos, abordando que diferentes medidas devem ser tomadas nos diversos casos, sendo sempre necessário efetuar um cuidadoso reconhecimento do terreno para recopilar todos os dados localizáveis da superfície. Já para a salvaguarda do patrimônio arqueológico submarino existem medidas muito precisas, e a recuperação destes não deverá ser iniciada antes de se estabelecerem condições concretas de resgate, além de conservação imediata dos descobrimentos, principalmente dos que são susceptíveis a uma deterioração mais fácil. Além disso, ao longo deste anexo são tratadas questões já colocadas na Carta de Atenas, como por exemplo, a não adoção de métodos não suficientemente comprovados; O anexo B trata das instruções para os critérios das restaurações arquitetônicas sendo que abrange desde as obras de manutenção realizadas no devido tempo a fim de assegurarem a longa vida dos monumentos até as conservações de esculturas e a substituição de partes (quando necessário). Seguindo os mesmos aspectos da Carta de Atenas, são apresentadas algumas exigências no segundo passo, relativo, entre outras questões, a substituição das partes, as quais deverão ser sempre distinguíveis dos elementos originais. O anexo C trata das instruções para a execução de restaurações pictóricas e escultóricas. Inicialmente, deve ocorrer um reconhecimento cuidadoso sobre seu estado de conservação, fotografias das obras para documentar seu estado precedente à intervenção restauradora e após as ações específicas devem ser tomadas (ações de limpeza, proteção de pintura, troca de suporte quando necessário e reentelar caso necessário). Dependendo do estado e do tipo de pintura, ou de mosaico, diferentes técnicas e materiais são citados a fim de orientarem as restaurações. O anexo D apresenta instruções para a tutela dos centros históricos, as restaurações nestes tem a finalidade de garantir a permanência no tempo e nos valores que os caracterizam, visto que sua natureza