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RENATA MALHEIRO 1 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS CONCEITOS GERAIS • Definição: doenças cuja manifestação principal e/ou a mais marcante se exibe na pele! • Exantema ou rash cutâneo • Enantema à exantema de mucosas (especialmente na mucosa oral) • Período de incubação à na maioria das vezes já ocorre transmissão • Doenças com fase prodrômica inespecífica + fase exantemática características (o que faz matar o diagnóstico) • Atenção especial aos sinais * PATOGNOMÔNICOS* • Diagnóstico clínico SARAMPO • Agente: vírus RNA – paramyxoviridae (morbilivírus) • Alvo: qualquer idade (especialmente não vacinados) • Transmissão: 5-6 dias antes a 4 dias após o início do rash Ø Elevada transmissibilidade por aerossóis Ø Potencialmente grave Ø Vacina à diminui a mortalidade 1ª dose nos 12 meses e o reforço da vacina 15 meses MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Período de incubação: 7-21 dias • Fase prodrômica: 5-7 dias Ø Conjuntivite Ø Febre Ø Sintomas catarrais • 4Cs Ø Coriza Ø Conjuntivite Ø Calor (febre) Ø Cough (tosse) • SINAL PATOGNOMÔNICOS Ø MANCHAS DE KOPLIK • Fase exantemática: 7 dias Ø Exantema morbiliforme craniocaudal e centrifugo (começa no meio e vai p/ extremidades) + descamação furfurácea Ø Exantema desaparece e a descamação persiste Ø Tosse pode persistir por semanas DIAGNÓSTICO • CLÍNICO • Sorologia à IgM (1-2 dias após o início da doença e persiste detectável por 1 mês) e/ou identificação viral por meio de swab/urina (durante o período de rash) à podem ser realizados DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO E NOTIFICAÇÃO • Será considerado CASO SUSPEITO de sarampo todo o paciente que apresentar: Ø Febre + exantema característico + 1 dos seguintes a. Tosse b. Coriza c. Conjuntivite RENATA MALHEIRO 2 • A confirmação requer a presença de vínculo epidemiológico! SEMPRE diante de um caso suspeito à NOTIFICAR! TRATAMENTO • Suporte • Suplementação de vitamina A Ø Reduz mortalidade Ø 2 doses VO, na suspeita e no dia seguinte Ø <6m: 50.000 UI x2 Ø 6m – 1 ano: 100.000 UI x2 Ø >1 ano: 200.000 UI x2 • Isolamento Ø SIM! Contato e aerossol! COMPLICAÇÕES • Mais comum: OMA (otite média aguda) • Maior morbimortalidade: pneumonia (mais grave) • Crônica: após 10 anos da doença à panencefalite esclerosante subaguda (PEES) PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO • Realizada em toso os susceptíveis! • Vacinação de bloqueio Ø Realizada até 3 dias após o contato Ø Exceto em gravidas, imunossuprimidos, <6m e pacientes oncológicos • Imunoglobulina especificas: gravidas, imunossuprimidos, <6m e pacientes oncológicos Ø Até 6 dias após o contato Ø Para todos os que não puderam receber a vacina PERFIL CLÍNICO • Qualquer idade (atenção aos não vacinados) • Tosse, coriza, conjuntivite e febre – gripe forte! • Exantema macular crânio-caudal e descamativo • Vínculo epidemiológico à viagem • Sinal patognomônico à manchas de koplik RUBÉOLA • Agente etiológico: vírus (Rubivirus; família tagaviridae) • Altamente contagiosa • Mecanismo de transmissão Ø Ocorre por gotículas de secreções nasofaríngea e contato direto com pessoas infectadas Ø Período de incubação é entre 12 e 23 dias § Transmissibilidade 7 dias antes e 7 dias após o início do quadro exantemático QUADRO CLÍNICO • Pródromo: Febre baixa e Linfadenopatia retroauricular Ø Podem ocorrer 5-10 dias antes do exantema • Exantema: maculopapular puntiforme róseo difuso (desaparece conforme progressão) Ø Face à couro cabeludo à pescoço à tronco à extremidade (curta duração, 3 dias ou. Menos) • Petéquias no palato mole (SINAL DE FORSCHEMIER) RENATA MALHEIRO 3 DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E COMPLICAÇÕES • Diagnostico Ø Clínico Ø Testagem sorológica: IgM e IgG Ø Identificação do vírus em: § Soro § Urina § Swab de orofaringe • Tratamento Ø Suporte • Complicações: Ø Trombocitopenia Ø Encefalite pós infecciosa Ø Panencefalite progressiva EXANTEMA SÚBITO – ROSÉOLA ( INFANTUM) • Agente: herpes vírus 6 (A ou B) ou 7 (HH6 ou HH7) • Alvo: lactentes (pico entre seis a nove meses) • Transmissão: Ø Gotículas à saliva de portadores do vírus Ø Geralmente na fase fabril (transmissão só nessa fase) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Fase prodrômica Ø Pode haver coriza, tosse e febre com duração de 2-3 dias à desaparecimento súbito e em seguida sai o exantema • Fase exantemática Ø Exantema macular frusto, pouco significativo, 2-3 dias DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E ISOLAMENTO • Diagnostico Ø Clínico • Tratamento Ø Suporte! • Isolamento Ø Sem necessidade PERFIL CLÍNICO • Lactentes (6-9 meses) • Tosse, coriza e febre que desaparece e surge o exantema macular frusto (sinal patognomônico) • Como não há transmissão na fase exantemática, sem necessidade de afastamento da creche ERITEMA INFECCIOSO • Agente: parvovírus B19 (DNA vírus – Erythrovirus) • Alvo: escolares e adolescentes (5-15 anos) • Transmissão Ø Gotículas à saliva de portadores do vírus Ø Geralmente na fase de viremia (antecede a fase exantemática) FISIOPATOLOGIA • Replicação viral em células de elevado índice mitótico (células articulares, endotélio, placenta, miocárdio e eritroblastos à Destruição celular em células com potencial dano celular à destruição permanente (EX: aplasia medular) • Artropatia: Ø Duração dias/semanas Ø Mãos, punhos, joelhos e tornozelos RENATA MALHEIRO 4 • Crise aplásica transitória Ø Na fase de viremia intensa e em indivíduos com doença falciforme Ø Anemia com queda abrupta e importante de HB • Aplasia medular Ø Em pacientes imunocomprometidos Ø Dano medular severo devido a infecção crônica pelo vírus • Infecção fetal Ø Criança que nasce com edema generalizado Ø Hidropsia fetal neonatal MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Fase prodrômica: pouco expressiva • Fase exantemática: trifásica (10-15 dias) 1. Exantema malar (fase esbofeteada) 2. Aspecto rendilhado tronco e membros 3. Recidiva das lesões (especialmente a luz solar) DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E ISOLAMENTO • Diagnostico Ø Clínico • Tratamento Ø Suporte • Isolamento Ø Sem necessidade (exceto em pacientes com crise aplásica transitória) PERFIL CLÍNICO • Escolares e adolescentes (5-15 anos) • Sem pródromo • Exantema característicos trifásico (fase esbofeteada) • Atenção ao paciente com doença falciforme VARICELA • Agente: vírus varicela zoster (VZV) ou herpesvírus 3 (HH-3) – DNA vírus fita dupla • Alvo: qualquer idade (atenção aos não- vacinados) • Transmissão: Ø Gotículas e aerossol à saliva/ fluidos de lesões dos portadores do vírus Ø Fim de transmissão: quando todas as lesões adquirem aspectos de CROSTA! • Período de incubação: longo à 14 dias 1ª dose 15 meses e reforço 4 anos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Fase prodrômica: Ø Febre, mal-estar e cefaleia 24-48h antes do exantema • Fase exantemática: Ø 4 fases Ø Polimorfismo regional o Pápulas à vesículas ou bolhas preenchidas por líquido claro à úlceras à crostas Ø Pruriginoso (sente coceira) Quando todos os exantemas estiverem em aspecto em crosta, ele não transmite mais DIAGNÓSTICO • Clínico • Fluorescência direta de células de lesões à teste de TZANK (sinal patognomônico – células gigantes e multinucleadas) • PCR do vírus extraído das lesões RENATA MALHEIRO 5 • Leucopenia + linfocitose • Aumento discreto transaminases TRATAMENTO • Suporte Ø Higiene Ø Cortar as unhas Ø Antipruginosos Ø Proibido prescrever AAS – síndrome de Reye Ø Tratar infecções secundarias quando associadas • Aciclovir oral Ø >12 anos com doenças cutâneas ou pulmonares Ø Não gestantes Ø 2º caso do domicílio • Aciclovir parenteral Ø Doença grave e progressiva Ø Imunossuprimido Ø Varicela neonatal PROFILAXIA PÓS-ESPOSIÇÃO • Surto hospitalar,creches ou escolares • Vacinação de bloqueio Ø Realizada até 5 dias após o contato Ø Imunocompetentes susceptíveis >9 meses • Imunoglobulina específica Ø Até 4 dias após o contato Ø Imunossuprimidos Ø RNPT <28 semanas ou <1 kg Ø RNPT > 28 semanas com mãe suscetível Ø RN filho de mãe com varicela 2 dias antes do parto ou até 5 dias após o parto PERFIL CLÍNICO • Qualquer idade (atenção aos não vacinados) • Pródromo inespecífico • Exantema característico: polimorfismo regional • Teste de TZANK – células gigantes e multinucleadas (patognomônico) DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA • Causada pelo: enterovirus coxsackie A16 e o enterovirus 71 • Mecanismo de transmissão: fecal-oral • O período de incubação é de 3-6 dias e o tempo de contágio é variável QUADRO CLÍNICO • Período prodrômico: Ø Febre baixa que melhora em 48h Ø Irritabilidade Ø Anorexia • Exantema: papulovesicular em mãos e pés + vesículas em cavidade oral que evoluem para úlceras Ø As lesões são dolorosas DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E COMPLICAÇÕES • Diagnostico Ø Clínico e tipicamente característico • Tratamento Ø Sintomáticos Ø Suporte hídrico e nutricional § muitas crianças chegam a desidratar pela dificuldade de ingerir em decorrência das úlceras orais. • Complicações Ø Atentar para desidratação pela dificuldade de ingerir alimentos e água ATENÇÃO: • Herpangina: mesmo vírus causando enantema e vesicular em orofaringe posterior ESCARLATINA RENATA MALHEIRO 6 • Doença infecciosa aguda • Causada pelo: Estreptococos pyogenes ou Estreptococos beta hemolítico do grupo A • Mecanismo de transmissão Ø Ocorre por contato com gotículas e secreções de nasofaringe de indivíduos com faringoamigdalite estreptocócica aguda Ø Incubação é de 2-5 dias QUADRO CLÍNICO • Período prodrômico ocorre durante 12- 24h com febre alta, dor à deglutição, mal-estar geral, náuseas e vômitos Ø Após isso o paciente apresenta um quadro de faringoamigdalite com exsudato purulento. • 12-38h após o início do quadro, surge o exantema • Exantema micropapular áspero (aspecto de lixa) Ø No peitoral que se expande tronco à pescoço à membros, poupando palma das mãos e pés Ø Eritema malar (face esbofeteada • Sinais associados Ø Dobras cutâneas formando locais com linhas hiperpigmentadas (Linhas de pastia) Ø Língua em framboesa Ø Sinal de filatov DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO • Diagnostico Ø Cultura de orofaringe Ø Dosar ASLO Ø Teste rápido para estreptococo • Tratamento: Ø Penicilina G benzatina, dose única ATENÇÃO • Descamação furfurácea da pele após desaparecimento das manifestações clínicas SÍNDROME DA PELE ESCALDADA • Síndrome de Ritter • Associado a quadro bolhoso • SPEE ocorre quando há quebra das barreias protetoras pela permitindo a infecção pelo S.aureus Ø Infecções de coto umbilical de recém-nascidos Ø Infecção bacteriana secundaria associada ao quadro de varicela • Acomete mais crianças antes dos 5 anos QUADRO CLÍNICO • Pródromo: febre, irritabilidade, mal-estar • Exantema: doloroso com descamações, presença de crostas melisséricas em região perioral e nasal • Sinais associados: Ø Sinal de Nikolsky (deslocamento da epiderme superficial) Ø Fricção da pele ocorre deslocamento da epiderme (parece bolha) DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO • Diagnostico Ø Clinico + coleta de secreção do sitio suspeito para isolamento do S.aureus • Tratamento Ø Limpeza e curativo da pele + Oxacilina endovenosa DOENÇA DE KAWASAKI • Etiologia desconhecida • Importante causa de vasculite na faixa etária pediátrica RENATA MALHEIRO 7 Ø Sendo causa importante de cardiopatia e infarto agudo do miocárdio DIAGNÓSTICO E QUADRO CLÍNICO • O diagnóstico é baseado em critérios • Se <6 meses: Ø Febre > 1 semana + elevação VHS/PCR + não sabe a causa: FAZER ECO! Ø ATENÇÃO: se doença coronariana em ECO prévio, não precisa 5 dias de febre para diagnosticar • Exantema maculopapular polimórfico, palmo-plantar e descamação periungueal TRATAMENTO E COMPLICAÇÕES • Tratamento: Ø Imunoglobulina + AAS Ø Se a febre não melhora em 36h: repetir imunoglobulina • Complicações Ø Aneurisma coronarianos. Fazer ECO em 2-3 semanas do quadro e outro após 6-8 semanas
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