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RENATA MALHEIRO 1 DISTÚRBIOS DA TIREÓIDE ANATOMIA • Localizada imediatamente abaixo da laringe • É uma das maiores glândulas endócrinas • Secreta dois hormônios principais, a tiroxina T4 e a tri-iodotironina T3 FISIOLOGIA • A secreção tireoidiana é controlada, principalmente, pelo hormônio tireoestimulante (TSH) • O T4 corresponde a 93% do hormônio metabolicamente ativo e 7% são T3 • Quase todo T4 é convertido em T3 nos tecidos • T3 é 4x mais potente que T4 e tem meia vida menor no sangue • Os hormônios tireoidianos são armazenados nos folículos em quantidade suficiente para suprir as necessidades normais do organismo por 2 a 3 meses. FUNÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS • Hormônios tireoidiano influenciam quase todos os tecidos e órgãos • Alguns dos efeitos mais profundos ocorrem dentro do sistema cardiovascular • Aumentam a termogênese e taxa metabólica basal • Reduzem o nível sérico de colesterol • Aumentam a taxa de síntese e degradação de proteínas • Aumentam a lipólise • Provocam excitação do sistema nervoso central • Aumentam a secreção dos sucos digestivos e motilidade intestinal • Provocam vasodilatação cutânea • Interfere no peso corporal e crescimento DIAGNÓSTICO DAS DISFUNÇÕES DA TIREÓIDE • Para avaliar se há excesso (hipertireoidismo) ou falta (hipotireoidismo) de hormônio tireoidiano observamos o T4 livre. Ø T4L baixo = Hipotireoidismo Ø T4L alto = hipertireoidismo • Para avaliar a origem (glândula ou hipófise) do excesso ou falta de hormônio tireoidiano observamos TSH Ø Glândula = Distúrbio primário Ø Hipófise = Distúrbio Secundário • Condição normal Ø TSH baixo Ø T4 livre baixo • Queda do T4L gera aumento de TSH, porém como a glândula está afetada ela não consegue produzir T4L Ø Hipotireoidismo primário: TSH alto e T4L baixo • A queda do T4L não está gerando um aumento do TSH. Portanto, a falta de estímulo cerebral gera uma baixa produção do T4livre (problema na hipófise) Ø Hipotireoidismo secundário: TSH baixo e T4L baixo • Cérebro (hipófise) está produzindo muito TSH levando a glândula aumentar produção de T4L, ou seja, aumento de T4L não inibe a produção de TSH Ø Hipertireoidismo secundário: TSH alto e T4L alto RENATA MALHEIRO 2 • Glândula produzindo muito T4L de maneira autônoma, o excesso de T4L inibe a produção de TSH Ø Hipertireoidismo primário: TSH baixo e T4L alto • Hipotireoidismo subclínico: TSH alto e T4l normal • Hipertireoidismo subclínico: TSH baixo e T4L normal HIPOTIREOIDISMO • Queda do T4L gera aumento de TSH, porém como a glândula está afetada ela não consegue produzir T4L Ø Hipotireoidismo primário: TSH alto e T4L baixo • A queda do T4L não está gerando um aumento do TSH. Portanto, a falta de estímulo cerebral gera uma baixa produção do T4livre (problema na hipófise) Ø Hipotireoidismo secundário: TSH baixo e T4L baixo • Quando ocorre: Ø Produção insuficiência dos hormônios tireoidianos Ø Resistência dos hormônios nos tecidos (raro) • Endocrinopatia mais comum • Pode acometer qualquer idade • Insidioso • Tireoidite de Hashimoto é causa mais comum (em países com ingestão de iodo adequada) • Em vários países a causa mais comum é a deficiência de iodo FATORES DE RISCO • Medicamentos (lítio, amiodarona, iodo) • Doenças autoimunes (DM1, doença celíaca, vitiligo) • História familiar de doença da tireoide autoimune • Histórico de irradiação no pescoço • Doenças genéticas (Sd turner, Sd Down) TIREOIDITE DE HASMIMOTO (HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO) • Geralmente diagnosticado após 4 anos • Mais frequente na puberdade e sexo feminino • Processo inflamatório desencadeado por autoanticorpos • AC HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO • É o defeito endócrino metabólico congênito mais frequente • Acomete duas vezes mais o sexo feminino • É a causa mais comum de deficiência mental passível de prevenção • Diagnostico clínico difícil • AC antitireoperoxidase presente em 90% dos casos (+sensível) • AC antitireoglobulina presente em 60 % dos casos • USG: aumento do volume ou atrofia, hipoecogenicidade, textura heterogênea (inflamação) • Pode ocorrer remissão após uso de levotiroxina • Apresentação Ø Hipotireoidismo Ø Eutireoideo Ø Hipertireoideo transitório (Hashigraves) CAUSAS • Primário: glândula Ø 85% dos casos, é causado por disgenesia tireoidiana Ø 15% dos casos defeitos da síntese dos hormônios tireoidianos Ø 5 a 10% dos casos podem ser transitórios § Uso materno de medicamentos antitireoidianos § Exposição materna ou neonatal a agentes iodados § Passagem transplacentária de anticorpos maternos que bloqueiam o receptor de TSH RENATA MALHEIRO 3 • Secundário: hipófise • Terciário: hipotálamo QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO • Teste do pezinho Ø No brasil, a dosagem de TSH em amostra de sangue coletada em papel filtro é para triagem do HC Ø A idade ideal para a coleta é entre o 3º e 5º dia de vida Ø O nível de corte de TSH preconizado pelo PNTN é 10mUI/L Ø Os níveis de corte para convocar as crianças variam entre os programas CONFIRMANDO O DIAGNÓSTICO • Os testes laboratoriais confirmatórios devem ocorrer entre a primeira e segunda semana de vida do RN • Valores de TSH acima de 10μU/mL e T4L ou T4T baixos confirmam o diagnóstico • Valores de TSH confirmatório entre 6 e 10μ U/mL e T4T/T4L normais deverão ser seguidas cuidadosamente com novas dosagens após uma semana Ø Caso o TSH persista discretamente elevado com um mês de idade alguns pesquisadores sugerem o tratamento com reavaliação após os 3 anos TRATAMENTO • A idade ideal para início do tratamento precoce deve ser no máximo até 14 dias • O tratamento é com levotiroxina • A dose inicial é de 10 a 15μg/kg/dia • O comprimido deve ser macerado e dissolvido • Crianças que não tenham a etiologia do HC estabelecida, deveram ser reavaliadas após os 3 anos de idade HIPOTIREOIDISMO SECUNDÁRIO E TERCIÁRIO • Hipófise (secundário) • Hipotálamo (terciário) Ø Tumores hipotálamo-hipofisários Ø Radioterapia do SNC Ø Cirurgias neurológicas Ø TCE Ø Doença granulomatosa Ø Meningite RENATA MALHEIRO 4 DIAGNÓSTICO • Quadro clínico • TSH e T4 livre • T3 não é útil • Anticorpo ant APO e antii TG • USG indicado quando há alteração na palpação TRATAMENTO • Levotiroxina (T4l) Ø Meia vida prolongada Ø Absorção aumentada no jejum Ø Deve ser tomado de manhã, com água e aguardar 30 min para se alimentar Ø Dosagens de controle devem ser feita 4-6 semanas após ajuste da dose Ø Pacientes com quadro clínico grave, cardiopatas INICIAR DEVAGAR • Subclino Ø TSH > 10: tratar HIPERTIREOIDISMO • É uma forma de tireotoxicose devido a síntese e secreção inapropriadamente alta dos hormônios tireoidianos pela tireoide • Tireotoxicose Ø Exposição dos tecidos periféricos ao excesso de hormônio tireoidiano secundário a hiperfunção da glândula ou não Ø Raro na pediatria • Cérebro (hipófise) está produzindo muito TSH levando a glândula aumentar produção de T4L, ou seja, aumento de T4L não inibe a produção de TSH Ø Hipertireoidismo secundário: TSH alto e T4L alto • Glândula produzindo muito T4L de maneira autônoma, o excesso de T4L inibe a produção de TSH Ø Hipertireoidismo primário: TSH baixo e T4L alto • Hipertireoidismo subclínico: TSH baixo e T4L normal TIREOTOXICOSE CAUSAS • a principal causa é a doença de Graves. DOENÇAS DE GRAVES • Causa mais comum em pediatria • Pico de incidência 10 e 15 anos • Mais frequente em meninas • Etiologia multifatorial • Tríade Ø Bócio Ø Tireotoxicose Ø Oftalmopatia: exoftalmia • Patogênese: Produção de anticorpos contra o receptor TSH (TRAB) QUADRO CLÍNICO RENATA MALHEIRO 5 DIAGNÓSTICO • TSH baixo ou suprimido • T4 total, T4 livre, T3 total e T3 livre aumentados • US: bócio difuso, hipoecogenicidade,aumento da vascularização • Anticorpor TRAB positivo • Anticorpos AntiTG e anti TPO: HASHI graves TRATAMENTO • Antes de iniciar tratamento coletar hemograma para avaliar leucócitos e perfil hepático • Metimazol é considerado a droga de escolha na pediatria Ø Dose 0,1 – 1 mg/kg/dia (dose mais usada 0,2-0,5 mg/kg) • Betabloqueadores Ø Iniciar se pacientes sintomáticos (tremor, taquicardia FC>100bpm) Ø Propanol 1-2 mg/kg/dia (8/8hs) TRATAMENTO DEFINIDO • Casos que não respondem ao tratamento medicamentoso Ø Não há remissão pelo menos 2 anos terapia medicamentosa Ø Recidiva • Radioiodoterapia em maiores de 10 anos Ø Proibido em menores de 5 anos Ø 5-10 anos: limitar a dose • Tireoidectomia cirúrgica Ø Indicação: tireoides grandes Ø Menores de 5 anos BÓCIOS NODULARES • Bócio nodular toxico (doença de Plummer) Ø Adenoma autônomo Ø Raro na infância Ø Mutação ativadora do receptor TSH Ø Suspeita: hipertireoidismo e nódulo solitário • Bócio multinodular toxico Ø Extremamente raro na infância Ø Suspeita: hipertireoidismo + tireoide multinodular Ø Pode estar associada a disfagia, rouquidão e dispneia
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