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Nutrição Mineral de Plantas

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Material Didático de apoio a disciplina BVE 270 
Professor Fábio M. da Matta 
Professor Marcelo Ehlers Loureiro 
 
 
 
1) Introdução 
Apesar de as plantas serem autotróficas, elas necessitam de um suprimento 
contínuo de elementos minerais para desempenhar suas atividades metabólicas. Esses 
nutrientes, derivados da intemperização de minerais do solo, da decomposição da matéria 
orgânica ou de adubações suplementares, são absorvidos fundamentalmente pelo sistema 
radicular, estando mais prontamente disponíveis às raízes aqueles que se acham dissolvidos na 
solução do solo. Nutrição mineral de plantas refere-se, pois, ao suprimento e à absorção de 
elementos químicos necessários para o metabolismo e para o crescimento. 
A absorção de nutrientes é um processo tipicamente de área. A presença de pêlos 
radiculares, que são extensões de células epidérmicas, e o aumento da área superficial de 
membranas plasmáticas de células da rizoderme (células de transferência) em dicotiledôneas, 
aumentam grandemente a área de contato da raiz com o solo e, conseqüentemtente, a 
absorção. A taxa de absorção de um determinado nutriente dependerá de sua concentração no 
volume de solo ocupado pelas raízes, além de sua taxa específica de difusão ou fluxo em 
massa. Nitrato, por exemplo, alcança a superfície radicular rapidamente, enquanto fosfato e 
potássio, com menores coeficientes de difusão, movem-se mais lentamente. 
Como uma regra, a composição de minerais na matéria seca da planta não reflete a 
composição do solo, em parte porque as plantas absorvem carbono e oxigênio do ar (90-95% 
da matéria seca) e, por outro lado, porque elas têm uma capacidade limitada para absorver 
seletivamente aqueles nutrientes essenciais ao seu crescimento. Ademais, plantas podem 
acumular elementos minerais não essenciais e que, por vezes, podem inclusive ser tóxicos. 
Portanto, nem a presença nem a concentração de um elemento mineral em uma planta podem 
ser tomadas como critério de sua essencialidade. 
 
2) Classificação e Essencialidade 
Por definição, nutrientes minerais têm funções específicas e essenciais no 
metabolismo das plantas. Eles podem ser classificados, de acordo com as suas quantidades 
relativas requeridas pelas plantas, em micro e macronutrientes. A maioria dos 
micronutrientes é, via de regra, constituinte de enzimas e é essencial somente em pequenas 
Participação na editoração e processamento de imagens: 
Marcelo Francisco Pompelli, Leonardo Carnevalli Dias 
quantidades. Macronutrientes, por sua vez, participam da estrutura de compostos orgânicos 
tais como proteínas e ácidos nucléicos, ou atuam como solutos osmóticos. As diferenças 
quanto à função dos elementos minerais refletem-se, pois, nas suas concentrações médias 
adequadas ao crescimento da planta. Esses valores podem variar apreciavelmente, 
dependendo da espécie, da idade e da disponibilidade do elemento mineral. Como uma regra, 
N, P, K, S, Ca e Mg, necessários em concentrações relativamente elevadas, da ordem de 1 g 
[kg (MS)]-1 ou mais, são considerados macronutrientes; Zn, B, Mn, Fe, Cl, Cu, Mo e Ni, 
requeridos em concentrações normalmente ¡Ü 100 mg [kg (MS)]-1, são classificados como 
micronutrientes. Esses limites de concentração são uma mera referência prática, uma vez que 
as plantas podem acumular nutrientes numa extensão superior à de suas necessidades e, em 
alguns casos, o teor de um determinado micronutriente pode até mesmo ser maior que o de 
um macronutriente. 
Concentração na Planta (matéria seca) 
Elemento Forma 
disponível na 
planta 
mmol kg-1 % 
Nº de átomos 
(versus Mo) 
MACRONUTRIENTES 
Hidrogênio H H2O 60.000 6 60.000.000 
Carbono C CO2 40.000 45 35.000.000 
Oxigênio O O2, H2O, CO2 30.000 45 30.000.000 
Nitrogênio N NO3-, NH4+ 1.000 1,5 1.000.000 
Potássio K K+ 250 1,0 250.000 
Cálcio Ca Ca+2 125 0,5 125.000 
Magnésio Mg Mg+2 80 0,2 80.000 
Fósforo P H2PO4-, HPO4-2 60 0,2 60.000 
Enxofre S SO4-2 30 0,1 30.000 
Molibdênio Mo MoO4-2 0,1 0,00001 1 
MICRONUTRIENTES 
Cloro Cl Cl- 3.0 0,010 3.000 
Boro B BO3-3 2,0 0,002 2.000 
Ferro Fe Fe+2, Fe+3 2,0 0,010 2.000 
Manganês Mn Mn+2 1,0 0,0050 1.000 
Zinco Zn Zn+2 0,3 0,0020 300 
Cobre Cu Cu+2 0,1 0,0006 100 
Níquel Ni Ni+2 0,05 0,00001 50 
Molibdênio Mo MoO4-2 0,001 0,00001 -- 
Tabela 1: Abundância de micro e macronutrientes. 
 
Elementos essenciais podem também ser classificados conforme suas funções 
bioquímicas e fisiológicas, ou de acordo com suas propriedades físico-químicas. De qualquer 
modo, todos os sistemas de classificação mostram-se inadequados, na medida que um dado 
elemento mineral pode ter uma larga variedade de funções, muitas das quais sem qualquer 
correlação consistente com suas propriedades fisico-químicas ou com suas quantidades 
 
 
requeridas pela planta. Não obstante, sob um ponto de vista prático, a classificação dos 
minerais em macro e micronutrientes é, normalmente, mais utilizada. 
Para demonstrar-se a essencialidade de um elemento, a planta tem de crescer sob 
condições controladas, na ausência do elemento sob investigação. Tais estudos foram 
grandemente simplificados a partir dos trabalhos pioneiros realizados independentemente por 
Sachs e Knob, na segunda metade do século passado, quando se tornou possível cultivar 
plantas em uma solução nutritiva contendo apenas sais inorgânicos e provida de oxigênio 
(hidroponia) (Figura 1A e B). Desse modo, tornou-se mais fácil e mais precisa a 
caracterização da essencialidade de um dado elemento mineral, omitindo-o da solução 
nutritiva e observando-se as conseqüências dessa omissão no metabolismo. Essa técnica 
permitiu estabelecer que, além do C, N e O, 14 elementos são tidos como essenciais para 
todas as angiospermas e gimnospermas, embora, de fato, somente cerca de 100 espécies 
tiveram suas necessidades nutricionais investigadas a fundo. 
 
A 
B 
A maioria dos investigadores concordam com os critérios de essencialidade 
originalmente propostos por Arnon e Stout (1939). Segundo eles, para um elemento ser 
considerado essencial, três critérios devem ser observados: 1) a planta não pode completar seu 
ciclo de vida (formar sementes viáveis) na ausência de um dado elemento mineral; 2) a função 
do nutriente não pode ser substituída por outro elemento mineral; 3) o elemento deve estar 
envolvido diretamente no metabolismo, e não aumentando a disponibilidade ou 
antagonizando o efeito de outro nutriente. Convém ressaltar, no entanto, que alguns autores 
consideram um elemento como essencial se durante o crescimento da planta, na sua ausência, 
aparecerem sintomas de deficiência. O emprego deste critério tem levado à evidência de que 
Na e Si sejam essenciais para certas espécies. 
Alguns elementos minerais podem compensar os efeitos tóxicos de um outro 
elemento, ou simplesmente substituir nutrientes em algumas de suas funções essenciais 
somente em certas espécies e sob certas condições. Tais elementos são referidos como 
elementos benéficos, uma vez que não preenchem os critérios de essencialidade acima 
citados. 
Usualmente, é mais fácil demonstrar a essencialidade de um elemento que o 
contrário. Nesse sentido, se um dado nutriente é de fato essencial, ele pode ser requerido em 
quantidades muito pequenas, inferiores aos limites de sensibilidade dos instrumentos de 
detecção. Exemplificando, se vanádio é de fato essencial para alface e tomate, a quantidade 
necessária é menor que 20 µg [kg (MS)], certamente um valor de difícil mensuração. Em 
virtude de tais problemas, é possível que mais alguns poucos nutrientes, necessários em 
quantidades traços, possam ser acrescentados à lista dos 17 elementos essenciais ora 
estabelecidos. 
 
3. ASPECTOS QUANTITATIVOS DA ABSORÇÃO DE NUTRIENTES 
A relação entre a taxa de crescimento (ou de produção) em função da 
concentração de qualquerelemento mineral na planta pode ser observada na Fig. 2. Na região 
de baixa concentração, chamada zona de deficiência, o crescimento aumenta grandemente 
quando quantidades adicionais do elemento são fornecidas, resultando em aumento de sua 
concentração na planta. Acima de uma concentração crítica (concentração mínima do 
elemento que proporciona 90% do crescimento máximo), aumentando-se a concentração do 
nutriente não se afeta apreciavelmente o crescimento (zona adequada). Essa zona representa 
“consumo de luxo” do elemento, definido como sendo o seu armazenamento no vacúolo 
durante períodos de crescimento ativo. Ecologicamente, o consumo de luxo é extremamente 
importante, na medida em que permite à planta acumular nutrientes quando a disponibilidade 
deles é alta (durante adubações, por exemplo), liberando-os gradualmente, quando a absorção 
é insuficiente para suportar o crescimento. A zona correspondente ao consumo de luxo é, 
normalmente, extensa para macronutrientes, e bem estreita para micronutrientes. Incrementos 
contínuos de quaisquer elementos podem acarretar toxidez e redução no crescimento, ou 
induzir a deficiência de um outro mineral (zona tóxica). 
4. ELEMENTOS ESSENCIAIS: Funções, Mobilidade e Sintomas de Deficiência 
Uma vez incorporados aos tecidos das plantas, nutrientes minerais tornam-se 
componentes ou ativadores de enzimas, ou reguladores do grau de hidratação do protoplasma 
e, por extensão, da atividade biológica de proteínas. Quando o suprimento desses nutrientes é 
inadequado, desenvolvem-se desordens fisiológicas manifestadas por sintomas característicos 
de deficiência (ou toxidez), que dependem da função ou funções do nutriente, e de sua 
capacidade de translocação no floema, das folhas mais velhas para as mais novas. Alguns 
elementos têm alta mobilidade no floema (N, P, K, Mg, Cl), outros são relativamente imóveis 
(B, Fe, Ca), enquanto S, Zn, Mn,Cu, Mo e Ni apresentam grau de mobilidade intermediário. 
Os sintomas de deficiência daqueles elementos móveis aparecem precoce e mais 
pronunciadamente nas folhas baixeiras e mais velhas, enquanto sintomas resultantes da falta 
de um elemento relativamente imóvel aparecem primariamente em folhas mais jovens. 
 
Figura 2. Curva de resposta do crescimento de uma planta à adição de nutrientes 
 
 
4.1- Nitrogênio (N) 
É absorvido na forma NO3- ou NH4, conforme o pH do solo. Junto com o C, H, O 
e S, é um dos principais constituintes de toda molécula orgânica. Presente em proteínas, 
clorofila, nucleotídeos, ácidos nucleicos, alcalóides, e hormônios (auxinas e citocianinas). 
Sintomas de sua deficiência é um amarelecimento generalizado; manchas púrpuras 
(antocianina), retardamento do crescimento da parte aérea. 
 
Figura 3 : Sintomas de deficiência de Nitrogênio em arroz (esquerda) e milho (direita) 
4.2- Fósforo (P) 
É absorvido principalmente na forma de H2PO4- e menos rapidamente na sua 
forma divalente HPO42-. O controle da abundância relativa dessas duas formas é governado 
pelo pH do solo. Em qualquer caso, as plantas absorvem fosfato muito eficientemente, 
acumulando-o numa razão de 100-1000 vezes mais que o fosfato presente no solo ou na 
solução nutritiva. Em alguns solos, a absorção do fosfato é grandemente aumentada pela 
presença de micorrizas. 
O P é um componente estrutural essencial dos fosfolipídeos presentes em todas as 
membranas, do DNA e do RNA, além de estar envolvido na conservação e transferência de 
energia nas células (substâncias como ATP, ADP, PPi, GTP, fosfocreatina, podem ser 
hidrolisadas, liberando grandes quantidades de energia que tornam-se, então, disponíveis para 
a atividade metabólica da planta). Fósforo também desempenha funções importantes no 
metabolismo do carbono, via participação na formação de poder redutor (NADPH) usado na 
redução do CO2, formação de açúcares fosfatados e, em adição, afeta significativamente a 
exportação de açúcares dos cloroplastos, aumentando a razão amido/sacarose quando ele está 
em deficiência. 
Fosfato é facilmente redistribuído pelo floema, onde move-se como P inorgânico 
ou como fosforil-colina, acumulando-se, então, nas folhas mais novas e nas flores e em 
sementes em desenvolvimento. Como conseqüência, sintomas de sua deficiência aparecem 
em folhas mais velhas, com manchas de coloração tipicamente arroxeadas, causadas pelo 
acúmulo de antocianinas. A expansão foliar é comprometida, há decréscimo no número de 
flores e atraso na iniciação floral, culminando, em última instância, numa baixa produção. 
 
 
Figura 4. Sintomas de deficiência de fósforo em milho. 
 
4.3- Potássio (K) 
 
É o elemento mineral mais abundante nas plantas, ativando mais de 60 enzimas, 
muitas delas essenciais para a fotossíntese e para a respiração. Potássio está envolvido nas 
sínteses de proteínas e de amido, nos movimentos de abertura e fechamento dos estômatos e 
nos movimentos násticos, além de participar na manutenção do equilíbrio eletrostático e 
turgescência nas células, juntamente com outros cátions. 
Visto ser um íon de alta mobilidade, o K+ é rapidamente translocado das folhas mais 
velhas para folhas mais novas e regiões meristemáticas, com o conseqüente surgimento de 
sintomas de deficiência naquelas folhas. De modo geral, sob deficiência potássica a síntese de 
parede celular é prejudicada, predispondo as plantas ao tombamento por vento ou chuva. A 
absorção de água pela parte aérea, via transpiração e pressão radicular, é reduzida, 
acarretando murchamento das plantas com relativa facilidade. O crescimento e a formação de 
gemas são inibidos por extremos de concentração desse nutriente. 
 
 
Figura 5: Sintomas de deficiência de potássio em algodão. 
 
 
 
4.4- Enxofre (S) 
 
Absorvido principalmente na forma de SO42-, o S pode ser metabolizado nas raízes 
numa pequena extensão, conforme as necessidades desses órgãos; assim, a maior parte do 
SO42- absorvida é translocada como tal para a parte aérea. 
O enxofre presente nos aminoácidos cisteína e metionina atua como grupo funcional ou 
como constituinte estrutural de várias proteínas. Aí, desempenha sua principal função, 
formando pontes dissulfeto necessárias para a estabilização da estrutura polipeptídica. O 
enxofre faz parte também de sulfolipídeos e, portanto, é um componente estrutural de 
membranas biológicas. Outros compostos essenciais que contêm S são as vitaminas tiamina e 
biotina, além da coenzima A, essencial para a respiração e para a síntese e degradação de 
ácidos graxos. 
Sintomas de deficiência de S são incomuns, uma vez que a maioria dos solos o contém 
em quantidades apreciáveis, além de estar presente em vários adubos formulados encontrados 
no comércio. Quando presentes, os sintomas de deficiência consistem de clorose geral 
extendendo-se por toda a folha. Em muitas espécies, S não é facilmente redistribuído a partir 
dos tecidos maduros; conseqüentemente, esses sintomas são usualmente observados, em 
primeiro plano, em folhas mais jovens. Contudo, em certas espécies, a clorose aparece 
simultaneamente, tanto em folhas velhas quanto nas mais novas. 
 
 
Figura 6: deficiência de enxofre em cana-de-açúcar (esquerda) e em citrus (direita) 
 
4.5- Magnésio (Mg) 
 
A absorção do Mg pelas plantas é fortemente modulada, sinérgica e antagonicamente, 
pela presença de outros elementos. A presença de NH4 e de K+ inibe a absorção do Mg2+, 
enquanto a presença de P é importante para a absorção do Mg2+, e vice-versa. 
O Mg é importante em vários aspectos da fotossíntese. Ele é constituinte de clorofilas e 
é requerido para o empilhamento dos grana, para a formação dos complexos coletores de luz, 
para a ativação da Rubisco e para reações envolvidas na síntese de ATP. O magnésio atua 
ainda no controle do pH nas células e no balanço de cargas, além de ser um constituinte de 
ribossomos e cromossomos.Magnésio é altamente móvel no floema e, portanto, na sua ausência, sintomas de 
deficiência manifestam-se sobremodo nas folhas mais velhas, formando áreas cloróticas 
tipicamente internervais. Nessa condição, há aumento nos teores de amido e de N não-
protéico. 
 
 
Figura 7: Sintomas de deficiência de magnésio em cana-de-açúcar (acima) e morangueiro (abaixo) 
 
4.6- Cálcio (Ca) 
 
A absorção do Ca2+ depende tanto de seu suprimento na solução do solo quanto das 
taxas de transpiração, posto que esse íon é transportado passivamente na corrente 
transpiratória. 
O Ca é importante para a estrutura das paredes celulares, e também para a estrutura e 
função das membranas biológicas, afetando-lhes a permeabilidade, a seletividade e processos 
relacionados, embora os mecanismos fisiológicos aí envolvidos sejam ainda desconhecidos. 
Em todas as células, a concentração de Ca livre no citossol é extremamente baixa (< 0,1µM). 
A maior parte do Ca celular acha-se nos vacúolos ou ligada à parede celular. Aparentemente, 
sua baixa concentração citossólica deve ser assim mantida para evitar a formação de sais 
insolúveis de Ca-ATP e sais de outros fosfatos orgânicos. Ademais, a corrente citoplasmática 
é inibida por concentrações relativamente elevadas desse nutriente; altos níveis de Ca também 
induzem o fechamento dos plasmodesmos e, portanto, reduzem a condutividade hidráulica e o 
transporte radial de íons nas raízes. Apesar de algumas enzimas serem ativadas por Ca, a 
maioria delas é inibida, constituindo uma necessidade adicional para que o Ca seja mantido 
em níveis baixos no citossol. 
Há fortes evidências de que o Ca atua como um "mensageiro secundário", na medida em 
que ele ativa a calmodulina, uma proteína de baixo peso molecular envolvida na regulação de 
vários processos bioquímicos nas plantas. Ao ligar-se à proteína, o Ca ativa-a. A calmodulina 
uma vez ativada pode, então, ligar-se a uma enzima, alterando-lhe a conformação estrutural 
de tal modo que a enzima passa a catalisar uma determinada etapa metabólica. 
 
O cálcio não é carregado nos elementos de tubo crivado e, como conseqüência, sintomas 
de sua deficiência aparecem mais fortemente em folhas mais jovens, com deterioração nas 
pontas e nas margens. Zonas meristemáticas, onde ocorrem divisões celulares, são altamente 
susceptíveis, na medida em que Ca é requerido para a formação de uma nova lamela média 
que surge entre as duas células-filhas. 
 
 
Figura 8: Sintomas de deficiência de cálcio em sorgo (acima) em morangueiro (abaixo) 
 
4.7- Boro (B) 
 
É absorvido na forma de ácido bórico não-dissociado e, em pH fisiológico, encontra-se 
sob a mesma forma na planta. O boro parece estar envolvido na síntese de uracil, um 
componente essencial de RNA’s, e da coenzima uridina difosfato, que forma UDP-glicose, 
essencial à síntese de sacarose. Obviamente, sob deficiência de B, o metabolismo de ácidos 
nucléicos e a síntese protéica são largamente afetados, em virtude da redução da incorporação 
de P em nucleotídeos. Deficiência de B provoca uma redução na síntese de citocininas, 
embora algumas auxinas possam acumular-se nessa condição. O acúmulo de auxinas e fenóis 
pode estar associado com necroses foliares. A incorporação de resíduos de glicose em 
polissacarídeos, assim como o conteúdo total de celulose de paredes celulares são 
grandemente reduzidos. Nas raízes, deficiência de B induz incrementos na atividade de 
oxidases do AIA. Como conseqüência, deficiência de B reduz a resistência mecânica de 
caules e pecíolos, acarreta uma deterioração nas bases das folhas novas, reduz o crescimento 
radicular, podendo levar inclusive à morte de raízes, especialmente nas pontas meristemáticas. 
4.8- Ferro (Fe) 
 
As atividades químicas desse elemento, tanto na forma ferrosa (Fe-II) quanto na férrica 
(Fe-III), são muito baixas na solução do solo, independentemente do seu conteúdo total no 
solo, especialmente quando o pH é maior que 5,0. Nessa condição, Fe reage com grupos OH-, 
precipitando-se na forma de óxidos metálicos hidratados. Plantas têm diferentes estratégias 
para solubilizar e absorver Fe. Gramíneas, por exemplo, exsudam fitossideroforos (por 
exemplo, ácido avênico, ácido mugênico), que são ácidos iminocarboxílicos que complexam 
o Fe-III, por meio de seus átomos de O e N; o complexo como um todo é absorvido, o Fe é 
liberado e utilizado pela planta, enquanto o fitossideroforo deve ser metabolizado ou liberado 
para o solo, onde novamente atuaria. Uma outra estratégia, presente em dicotiledôneas e em 
algumas monocotiledôneas, envolve uma ATPase, uma redutase induzível e a liberação de 
agentes quelantes, normalmente compostos fenólicos, que ligam-se ao Fe-III na rizosfera e 
movem-se à membrana, onde o Fe é reduzido antes de ser absorvido. 
Em plantas superiores, o Fe é necessário para a síntese de clorofilas. É constituinte 
fundamental dos citocromos, da ferredoxina e de algumas enzimas, como a catalase e as 
peroxidases. De modo geral, atua como carreador de elétrons, na medida em que sofre 
oxidação e redução alternadas, entre suas formas Fe-II e Fe-III. 
Uma vez que é relativamente imóvel no floema, a clorose internerval típica da 
deficiência de Fe manifesta-se, inicialmente, nas folhas mais jovens. Subseqüentemente, a 
clorose pode atingir também as nervuras, de sorte que a folha fica como um todo amarelada. 
Em vários casos, a folha pode tornar-se branca com áreas necróticas, em razão da inibição da 
síntese de clorofilas. 
 
 
Figura 9: Sintomas de deficiência de ferro em milho (acima) em morangueiro (abaixo) 
 
 
4.9- Manganês (Mn) 
 
No solo, O Mn ocorre sob três estados de oxidação (Mn2+, Mn3+, Mn4+), como óxidos 
insolúveis ou quelado. É largamente absorvido na forma Mn2+ após liberação de um quelado 
ou após a redução de óxidos de valências superiores. 
O manganês é fundamental para a estrutura lamelar dos tilacóides dos cloroplastos. É 
essencial para a reação de Hill, uma vez que a clivagem da água e a conseqüente evolução de 
O2 são dependentes de uma manganoproteína. Manganês serve de cofator para várias enzimas 
importantes, incluindo algumas peroxidases e algumas enzimas do metabolismo do C e do N. 
Sintomas de deficiência de Mn são incomuns, mas, na sua ausência, observa-se uma 
desorganização das membranas dos tilacóides e clorose internerval nas folhas mais jovens. 
 
 
 
Figura 10: Sintomas de deficiência de manganês em cana-de-açúcar (acima) em morangueiro 
(abaixo) 
 
4.10- Cobre (Cu) 
 
O cobre está fortemente ligado à matéria orgânica ou a compostos solúveis na solução 
do solo. Em solos bem arejados ele é absorvido principalmente como Cu2+, ou como Cu+ em 
solos úmidos e encharcados. 
Até 70% do cobre foliar encontram-se nos cloroplastos, principalmente como parte 
estrutural da plastocianina, que atua no sistema de transporte de elétrons da fotossíntese. 
Como cofator da citocromo oxidase, Cu catalisa a redução final do oxigênio molecular na 
respiração. Participa ainda de várias oxidases importantes, como a Cu-Zn-superóxido 
dismutase e a ascorbato oxidase, ambas envolvidas na remoção de espécies oxidativas 
altamente reativas. A fenolase e a lacase, enzimas-chave no processo de lignificação, são 
também dependentes de Cu. 
 
 
 
 
 
Cobre move-se com relativa facilidade na forma de complexos aniônicos, das folhas 
mais velhas para as mais novas. Sob deficiência, a mobilidade desse elemento é muito baixa. 
De um modo geral, apesar de a deficiência de Cu ser rara, quando presente, ela resulta em 
fechamento estomático (por falta de ATP), murchamento devido à lignificação reduzida das 
paredes celulares, e formação de grãos de pólen não-viáveis. 
 
 
 
Figura 11: Sintomas de deficiência de cobre em Citrus (esquerda) e morangueiro (direita) 
 
4.11- Zinco (Zn)É absorvido na forma divalente e não sofre oxidação ou redução, como ocorre com 
outros metais de transição. Participa como um cofator estrutural, funcional ou regulatório de 
várias enzimas, dentre elas a anidrase carbônica, a Cu-Zn-superóxido dismutase, a RNA 
polimerase e a maioria das desidrogenases. Possivelmente, Zn participa na formação da 
clorofila ou previne sua destruição. Sob deficiência de Zn, normalmente há uma redução na 
taxa de alongamento do caule, o que se explica por um possível requerimento de Zn para a 
síntese de auxinas. 
 
 
Figura 12: Sintomas de deficiência de Zinco em morangueiro

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