Buscar

05 Planejamento Em Prótese Dentária Preparo Biostático

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução 
Para que a peça protética possa se assentar 
efetivamente é necessário que se realize o preparo dos 
elementos de suporte (preparo biostático). 
O planejamento desse preparo é feito no 
laboratório, com o modelo de gesso. A partir disso, tudo o 
que é feito no modelo de gesso é então feito na boca do 
paciente. 
 
Plano de Tratamento Geral 
Como visto no capítulo anterior, no planejamento 
do tratamento geral, que é realizado primeiro, realiza-se o 
exame clinico (condição oral do paciente – ver se tem cárie, 
se tem que trocar restauração, condição periodontal, 
presença de bruxismo...), a confecção do modelo de estudo 
em ASA (analisar a presença de dentes muito 
inclinados/instruídos, fora do plano oclusal) e os exames 
radiográficos (visualizar a condição da raiz do dente). 
Esse primeiro plano de Tratamento consiste no 
preparo de boca, que é a adequação do meio oral para 
receber a prótese, permitir o seu desempenho eficiente e 
garantir a longevidade do tratamento (remove-se os 
dentes que não podem ser utilizados e trata aqueles que 
demandam de tratamento). Para isso se realiza novamente 
os exames clínicos e radiográficos e se confecciona um 
novo modelo de estudo, que será utilizado no laboratório. 
Só se coloca a prótese na boca do paciente depois 
desse preparo de boca. Isso é necessário para que ele possa 
ter uma boa condição de higiene oral e, 
consequentemente, de saúde. 
No preparo de boca pode ser necessário: 
 Controle da doença; 
 Ortodontia auxiliar (para corrigir a 
posição/inclinação dos dentes); 
 Correção do plano oclusal (é essencial manter o 
dente no plano oclusal, mesmo que precise 
desgastá-lo, restaurá-lo, realizar endodontia, 
ortodontia ou extraí-lo); 
Além disso, deve-se implementar procedimentos 
para: 
 Otimizar a saúde oral; 
 Preparar as estruturas de suporte (segunda etapa 
do planejamento); 
 Inserção desimpedida e pré-determinada 
(achar o eixo de inserção relativo); 
 Suporte bilateral; 
 Distribuição das tensões; 
 Adequação da retentividade. 
 
Plano de Tratamento Preparo Biostático 
O preparo biostático é a adequação do dente 
suporte para permitir o assentamento desimpedido da 
prótese, o desempenho eficiente dos elementos 
constituintes e garantir a longevidade do tratamento. 
Para isso é preciso saber quais são os elementos 
flexíveis e rígidos do grampo a ser utilizado e identificar as 
regiões retentivas e expulsivas dos dentes. É importante 
saber onde os elementos do grampo serão posicionados 
para que seja feito o devido e correto desgaste no 
elemento dental. 
No caso de um 
grampo circunferencial 
simples, por exemplo, tanto o 
corpo do grampo quanto o 
braço de oposição 
(reciprocidade) e os dois 
terços iniciais do braço de 
retenção são rígidos e devem 
estar posicionados na porção expulsiva do dente. Por outro 
lado, o terço final do braço de retenção é flexível e deve 
estar posicionado na porção retentiva do dente. Ademais, 
sabe-se que a base final do grampo fica no limite entre o 
terço médio e o terço cervical. 
 
O que modificar? 
 Adequação da linha equatorial – Acima da linha 
equatorial temos a porção expulsiva do dente e 
abaixo dessa linha temos a porção retentiva. A 
única parte do grampo que pode ficar 
normalmente abaixo dessa linha é o terço final do 
braço de retenção; as demais partes do grampo 
que por ventura se localizarem abaixo dessa linha 
demandarão o desgaste do dente. 
 Preparo de descansos – Essa etapa é feita após a 
adequação da linha equatorial. Incialmente se tem 
o desenho dos apoios no modelo e, a partir desses 
desenhos, realiza-se o preparo dos descansos com 
a broca. 
 Adequação da retentividade – A ponta ativa do 
grampo deve ficar em uma região retentiva de 0,25 
mm. Nos casos onde isso não ocorre naturalmente, 
pode-se realizar o desgaste do dente ou o 
Planejamento Em Prótese Dentária 
Preparo Biostático 
 
Em todas as fases do planejamento é 
essencial realizar um bom exame clínico e 
radiográfico e ter um bom modelo de estudo 
para que se tenha uma maior longevidade e 
previsibilidade do tratamento. 
incremento de resina (de cera, no caso do modelo). 
 
 
Nas imagens acima é possível observar que o 
desenho do grampo fica localizado do terço médio para 
cima. Nota-se também uma demarcação da porção rígida 
do grampo que fica abaixo da linha equatorial e que deve 
ser desgastada (desgasta-se toda a região que avia sido 
pintada no modelo e se localizava abaixo dessa linha). 
 
 
 
No caso da imagem acima, observa-se o traçado de 
uma linha, que separa o terço final do braço de retenção. 
Mesmo que toda a porção do grampo em vermelho esteja 
abaixo do equador protético, somente a porção anterior ao 
terço final (porção rígida) é que deve ser desgastada para 
permitir o encaixe do grampo. 
O desgaste só deve ser feito até atingir o necessário 
para permitir o assentamento correto do grampo. Não se 
deve fazer um degrau no dente, mas apenas desgastar a 
porção relativa à parte rígida do grampo de forma que o 
preparo fique expulsivo. (O desgaste deve ser feito até que 
a foice tocar no limite do terço gengival e médio, que é 
onde o grampo fica). 
A imagem a seguir é relativa a um grampo a barra. 
Nela é possível observar um erro, que é o fato de ter 
ocorrido o desgaste em uma porção do dente/modelo 
onde não ocorre o contato do grampo. Só deve-se realizar 
o desgaste do dente para torna-lo expulsivo nas regiões 
onde houver o contato do grampo com a superfície rígida 
do dente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descanso Oclusal 
Em um molar, a espessura mínima do apoio deve 
ser de 0,8 mm. Para isso, utiliza-se uma broca 1016 
adentrando somente a metade, visto que essa broca tem 
1,6 mm de diâmetro. 
Durante a realização 
desse descanso o movimento que 
deve ser feito parte do centro do 
dente em direção à região 
proximal (do centro pra fora). 
Deve-se tracionar para proximal, 
ampliar e arredondar. 
A espessura na crista 
marginal será de aproximadamente 1,0 mm, enquanto que 
na parte mais centralizada é de aproximadamente 0,8 mm. 
O desgaste é um pouco maior na crista por ser uma região 
de maior fragilidade e, consequentemente, maior 
tendência a fratura (a maior quantidade de metal na região 
promove uma maior rigidez). 
 
Primeira Regra do Preparo Biostático 
A primeira regra do preparo biostático diz que ele 
sempre deve preceder qualquer outra manobra 
restauradora. 
Por exemplo, no caso onde é necessário refazer 
restaurações antigas por estarem altas, pode-se realizar 
um “ensaio” do desgaste que deve ser feito no dente. Caso 
esse desgaste perfure a restauração antiga, o cirurgião 
deverá estar ciente de que a nova restauração deverá ser 
mais profunda (principalmente nos casos de amálgama, 
que demandam maior quantidade de material) para 
compensar o desgaste que o dente irá sofrer e não danificar 
a qualidade da restauração. 
 
Segunda Regra do Preparo Biostático 
A segunda regra descreve que a adequação da linha 
equatorial será sempre executada primeiro. Se, por 
exemplo, o desgaste do apoio for feito antes do preparo 
das paredes axiais, pode ocorrer a diminuição do 
comprimento do apoio. 
Vale ressaltar que o comprimento mesio-distal do 
apoio deve ser maior que o vestíbulo-lingual. 
 
Soluções 
Outro ponto importante a ser abordado é que 
mesmo que a ponta ativa do grampo fique na porção 
 
Na clínica é necessário realizar a 
calibração em todos os dentes onde serão 
colocados os grampos para verificar se existe 
essa retenção de 0,25 mm. 
retentiva do dente isso não quer dizer que há uma retenção 
adequada. 
A retenção adequada é obtida quando a haste 
horizontal toca na porção retentiva do dente e a haste 
vertical toca na parte expulsiva do dente. 
 
 
Deve-se tomar cuidado para que não desgaste a 
dentina durante esse procedimento. Nos casos em que a 
dentina fica exposta, necessariamente deve-se realizar a 
restauração. 
Outra solução para problemas nesse equilíbrio de 
área retentiva se dá a partir de um incrementode resina na 
região mais expulsiva do dente (na barriquinha), quando a 
haste vertical não a toca. (o grampo não pode estar 
assentado sobre resina, visto que ela pode se desgastar). 
 
 
 
Transferência do Eixo de Inserção 
Depois de realizados todos os procedimentos no 
modelo de gesso, realiza-se a transferência do eixo de 
inserção. 
A transferência do eixo de inserção é a manobra 
que reproduz na boca o eixo de inserção determinado 
sobre o modelo de estudo por meio de um ponto de 
referência comum em ambos os contextos. 
Existe basicamente duas formas de realizar essa 
transferência do eixo de inserção, sendo uma mais simples 
e outra mais trabalhosa e precisa. 
 
 
Na forma mais trabalhosa, o paciente chega com o 
espaço protético. A partir disso, confecciona-se o modelo, 
traça-se a linha equatorial e desenha-se o grampo sem 
leva-la em consideração. Após isso ocorre o mapeamento 
das regiões onde haverá componentes rígidos abaixo do 
equador protético e a realização do desgaste dessas áreas 
para deixar o dente paralelo ao eixo de inserção. 
 
 
 
 
 
Confecciona-se então as coroas guias (no modelo 
de gesso) para saber onde desgastar o dente. Essa coroa é 
então colocada no dente do paciente para desgasta-lo com 
a broca até que ela encoste nessa coroa. 
 
 
 
A coroa guia é utilizada nos seguintes casos: 
 Quando há grande volume a ser desgastado (> 0,5 
mm); 
 Acesso precário; 
 Desgaste bilateral; 
 Quando há grande divergência entre os dentes. 
Por outro lado, a coroa guia não deve ser utilizada 
quando: 
 O desgaste for menor que 0,5 mm; 
 Houver boa visibilidade; 
 Áreas próximas; 
 Plano de referência. 
 
Dispositivos de Transferência 
Quando o desgaste a ser feito é simples, utiliza-se 
a guia de desgaste. Por outro lado, nos casos em que o 
desgaste é mais complexo/grande, utiliza-se a guia de 
orientação do desgaste. 
No caso da guia de desgaste, utiliza-se um 
dispositivo para verificar o desgaste no modelo de gesso e, 
com o pulso firme, essa inclinação do desgaste é 
transferida para a boca do paciente, tomando como 
referência o mesmo ponto escolhido no modelo. (ficou um 
pouco confuso). 
 
 
 
Antigamente utilizava-se esse aparelho que é um 
tipo de micromotor. 
 
 
 
Já as guias de orientação de desgaste são mais 
complexas e são utilizadas para desgastes maiores. Nesse 
caso, realiza-se todo o trabalho no modelo e, após isso, 
confecciona-se uma coroa que conterá o desgaste feito no 
modelo com a devida inclinação determinada no 
delineador. 
Após colocada a coroa guia no dente do paciente, 
realiza-se o desgaste do dente até que a broca a toque, 
conforme descrito mais acima. 
Zenetti & Froner (1986) confeccionaram uma coroa 
guia de igual maneira, só que, ao invés de ser produzida 
com resina (coroa de Magalhães e cols, 1984), fizeram em 
cera e fundiram. Com isso, o desgaste seria mais preciso, já 
que poderia desgastar a resina com maior facilidade. 
 
 
 
Uma outra forma de fazer a transferência do eixo 
de inserção é a de O’Meeghan & Behrend modificada. 
Neste caso, confecciona-se suportes de resina e, com o 
auxílio do delineador, posiciona-se pinos metálicos 
paralelos ao eixo de inserção. Dessa forma, quando 
colocados na boca, obtêm-se a orientação para a realização 
do desgaste onde foi mapeado.

Outros materiais