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Infecção pelo HIV/ AIDS Vírus da Imunodeficiência Humana 1 e 2 Família Retroviridae; Gênero Lentivírus; Vírus envelopado (100nm); Glicoproteínas estruturais: Envelope: gp 120 e gp 41. Capsídeo: p17, p7 e p24 Enzimas virais: Transcriptase reversa Integrase Protease Ciclo de replicação O vírus liga-se aos receptores celulares pelas proteínas do envelope (GP120, GP41) → infectam principalmente linfócitos T (receptor CD4) e co- receptores de quimiocinas → membrana plasmática → penetração do material genético do vírus no citoplasma das células → transcriptase reversa transforma o RNA em DNA pró- viral → núcleo → integrase une o DNA viral ao genoma da célula humana → produção de poli-proteína que será clivada pela protease em várias outras proteínas importantes → o vírus será montado e sairá da célula → o material da membrana plasmática formará o envelope do vírus → infecta outras células Transmissão Doença sexualmente transmissível Transmissão vertical durante a gestação, parto ou no aleitamento. Uso de droga venosa Transfusão de derivados do sangue e transplantes Acidente com material biológico História natural da infecção Azul/verde: quantidade de vírus no sangue da pessoa Vermelho: quantidade de linfócitos T CD4 Síndrome retroviral aguda – fase primária 40 a 90% dos casos apresentam sintomas Síndrome de mononucleose símile Casos graves raros Infecção assintomática – Latência clínica A resposta imune do próprio organismo contém a manifestação de sintomas durante alguns anos Linfoadenopatia generalizada persistente Infecção sintomática precoce: Candidíase oral, leucoplasia pilosa oral, dermatite seborréica, diarréia, febre, fadiga, emagrecimento e etc. CD4<250/mm3 Síndrome da imunodeficiência Adquirida (AIDS) Estágio mais avançado da doença Contagem de CD4< 200 cels/mm3 . Presença de doenças oportunistas: infecções e neoplasias. Manifestações clínicas / doenças oportunistas Manifestações respiratórias Tuberculose Pulmonar Micobacteriose atípica: Micobactéria do complexo Avium, Micobacteria kansasii Pneumocistose Histoplasmose: Histoplasma capsulatum Outros fungos: Cryptococcus neoformans, Paracoccidioidomicos, Blastomyces dermatitidis e Aspergillus fumigatus Pneumonia bacteriana aguda Viral: influenza, CMV, HSV, Adenovírus Parasitária: T. gondii, Cryptosporidium parvum, Neoplásicas: Sarcoma de Kaposi, Linfomas e etc Pneumonite intersticial linfocítica Micobacteriose: Tuberculose pulmonar (prova) Principal manifestação respiratória no HIV no Brasil Crônica, febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento Na pessoa vivendo com HIV, pode haver diversos aspectos radiológicos: pneumonia cavitária, intersticial bilateral, miliar, derrame pleural. Diagnóstico: clínico, radiológico, pesquisa de BAAR e teste rápido molecular em amostra de escarro. Tratamento: RHZE- Rifampicina (R), Isoniazida (H), Pirazinamida (Z) e Etambutol (E) Pneumocistose Agente etiológico: Pneumocystis jirovecii (grave) Fatores de risco: CD4< 200 cels/ mm3 Subaguda, hipoxemia + aumento de desidrogenase lática (LDH), ausculta pulmonar inocente Hipoxemia (não faz troca gasosa) -> Dispnéia Diagnóstico essencialmente clínico. Pesquisar de cistos em amostras de escarro (baixa sensibilidade). Tratamento: Sulfametoxazol + trimetoprim por 21 dias (alternativas: Pentamidina ou Clindamicina + primaquina Prednisona se PaO2<70 mmHg Pneumonia cavitária por Rhodococcus equi. Pneumonite por S. de Kaposi. Neurotoxoplasmose Principal causa de lesão encefálica com efeito de massa – Reativação de infecção latente. CD4< 100 céls/mm3 . Manifestações: cefaléia, alterações do nível de consciência, paresias, afasias, crises convulsivas, paralisia de pares cranianos, tremores cerebelares. Febre é pouco frequente. Diagnóstico: Clínico e radiológico. Sorologia IgG: reagente em 90% a 95% dos casos. PCR do líquor (moderada sensibilidade, boa especificidade). Biópsia cerebral. Tratamento: Sulfadiazina+ pirimetamina + ácido folínico ou Sulfametoxazol + trimetoprim (6 semanas). Lesão hipodensa com captação anelar periférica do contraste Meningoencefalite Criptocócica Agente etiológico: Cryptococcus neoformans. Causa mais frequente de meningite oportunista nas PVHIV (CD4< 100 céls/mm3) Manifestações clínicas: cefaléia, febre, vômitos e rebaixamento do nível de consciência. Sinais meníngeos nem sempre presentes. HIC grave. Diagnóstico: Punção lombar: discreto aumento de celularidade (Mn), glicose normal ou baixa e proteína normal ou elevada. Coloração da lâmina: Tinta da china (80% de sensibilidade), látex e cultura do líquor Tratamento: Anfotericina B+ Fluconazol por duas semanas e após manter fluconazol (manutenção) Outras manifestações neurológicas Síndrome medular: Mielopatia Vacuolar Mielite transversa Lesões em massa Neuropatia periférica: Polineuropatia inflamatória desmielinizante Polineuropatia sensorial distal Pelo uso de TARV Manifestações Gastrointestinais Esôfago: Candidíase, CMV, Herpes vírus Fígado: coinfecção com hepatites virais, hepatite medicamentosa. Vias biliares e pâncreas: CMV, Cryptosporidium e microsporídia. Intestinos: diarreia e colites por CMV, Herpes vírus, Cryptosporidium, e Mycobacterium avium Profilaxias primárias CD4 menor que 200 Bactrim (SMX – TMT) 3x por semana CD4 menor que 100 Bactrim (SMX – TMT) 1x por dia (diariamente) As grandes questões do HIV hoje, pela mudança do perfil epidemiológico, não são mais doenças oportunistas, mas o maior acometimento / complicações de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, AVC, infarto, neoplasias – principalmente em países de 1° mundo Diagnóstico pelo teste rápido (pesquisa de anticorpo) São necessários 2 testes rápidos positivos (de marca distintas) para a triagem → Fazer PCR para confirmar diagnóstico e quantificar a carga viral = avalia segmento do tratamento (o objetivo é que não haja carga viral identificável no sangue) OBS: Janela imunológica (Período da infecção até a detecção do anticorpo): pode não haver presença de anticorpos no sangue ainda – normalmente até a 4° semana de infecção. Por isso, durante o período de infecção aguda o diagnóstico só pode ser feito com PCR (buscando características do vírus). Diagnóstico por imunoensaio de 4º geração (ELISA) Se positivo → fazer PCR para confirmação Fatores que interferem nos resultados do exame Doenças auto-imunes: artritereumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, Síndrome de Stevens-Johnson, inflamação da tireoide autoimune Hepatopatias causadas por uso de medicamentos, álcool ou outras drogas; e outras doenças crônicas do fígado Pacientes hemodialisados e em terapia com interferon Pacientes que sofreram múltiplas transfusões de sangue Vacinação recente contra influenza A-H1N1 – falso positivo Gravidez – falso positivo Terapia antirretroviral Hoje em dia a AIDS tem tratamento, apesar de não ter cura. O tratamento inativa o HIV do sangue, porém este fica retido em alguns reservatórios naturais, como macrófagos . Dessa forma, tornou-se uma doença crônica. Classes de medicamentos HIV se liga com a GP 120 nos receptores tcd4 – inibidor de fusão – impede essa ligação do HIV à célula hospedeira Inibidor de co-receptor: inibe ligação do HIV com os receptores de quimiocinas (CXCR5) Para saber se deve usar o medicamento ou não, é necessário um teste de tropismo do vírus, para saber se o HIV que está infectando a pessoa se liga ao CXCR4 ou CXCR5 Inibidor da transcriptase reversa:impede que o RNA viral seja transformado em um DNA pró-viral Inividor da integrase: impede que o DNA pró-viral seja integrado ao material genético humano Inibidor de proteases: impede que a poliproteína formada a partir do DNA viral seja clivada em proteínas estruturais do vírus e, assim, este não é formado Normalmente os esquemas de terapia antiretroviral combinada combinam 2 ITRN + 1 IRTNN ou IP ou INI Confirmar com PCR OBS: Os mais utilizados dessa classe: Tenofovir + Lamivudina 1°- Efavirenz – menos usado hoje em dia, por ser um pouco menos potente e apresentar efeitos colaterais. Entretanto, a princípio teve uma ótima aceitação por ser um medicamento combinado em um único comprimido que devia ser tomado à noite. Problemas: manifestações neuropsiquiátricas OBS: Ritonavir – dá potencia a outras medicações, por isso os IP só podem ser prescrito com ele. OBS : 1° linha do Ministério da Saúde (combinado aos ITRN) Pouco utilizados, normalmente como terapia de resgate. Lipodistrofia Causada pela terapia antiviral combinada Perda de gordura facial Afinamento dos membros, perda de volume dos glúteos. Acúmulo de gordura em abdome, dorso (giba). Quando iniciar o TARV (tratamento)? O mais precoce possível! Tratar todas as pessoas vivendo com HIV/AIDS, independente da contagem linfócitos T CD4 e da presença de comorbidades ou de manifestações clínicas relacionadas à infecção pelo HIV Qual o tratamento antirretroviral para início de terapia? Tenofovir (TDF) 300 mg + Lamivudina (3TC) 300 mg: 01 cp. ao dia. + Dolutegravir (DTG) 50 mg: 01 cp. ao dia. 2 comprimidos ingeridos a qualquer hora do dia O tratamento é eficaz e bem tolerado, hoje em dia o maior problema tem sido a resistência de alguns indivíduos a aderir Opções de tratamento para quem não pode usar Dolutegravir OBS: Não pode fazer inibidor de protease em pacientes coinfecatodos pela tuberculose, porque ele interage com a Rifampicina. MVHIV em período fértil: mulher em idade fértil Início de TARV em MVHIV que pretende iniciar o processo de engravidar Deve realizar genotipagem pré-tratamento e iniciar esquema preferencial contendo efavirenz (EFZ) imediatamente. Como alternativa ao EFZ pode ser utilizado o atazanavir com ritonavir (ATV/r) Início de TARV em MVHIV com potencial reprodutivo que não pretende iniciar o processo de engravidar Recomenda-se início de TARV com regime contendo Dolutegravir. Deve ser ofertado método contraceptivo Uso de TARV em gestantes OBS: Idade gestacional maior que 12 semanas: o uso do DTG é seguro após o primeiro trimestre de gestação Objetivo do tratamento: após alguns meses de tratamento, a carga viral no sangue torna-se indetectável. Já o CD 4 aumenta Falha ao tratamento: carga viral aumentando no sangue – falha terapêutica Síndrome inflamatória de reconstituição imunológica O diagnostico da SIR é clínico e deve ser considerado quando sinais ou sintomas inflamatórios ocorrem entre quatro a oito semanas após o inicio da TARV, na reintrodução de um esquema interrompido ou na modificação para um esquema mais eficaz após a falha virológica. Observa-se, em geral, aumento na contagem de LT-CD4+ e redução na CV-HIV, o que demonstra a efetividade do tratamento. Melhora o SI – aumenta a resposta inflamatória – pode ser exacerbada = mais febre, cefaléia Piora clinicamente Para evitar esse quadro, rastreamos e tratamos infecções oportunistas antes de iniciar o TARV TARV como prevenção Profilaxia pós- exposição ao HIV (PEP) O primeiro atendimento após a exposição ao HIV é uma emergência médica. A PEP deve ser iniciada o mais precocemente possível, idealmente nas primeiras 2 horas após a exposição, tendo como limite às 72 horas subsequentes à exposição. OBS: pacientes com carga viral indetectável não transmite o HIV. A profilaxia para HIV não está indicada nas seguintes situações Quando a pessoa já tiver diagnóstico positivo para HIV. Quando o tempo após a exposição tiver ultrapassado as 72 horas. Quando o contato sexual acontecer sem penetração (quando no caso da masturbação mútua e do sexo oral sem ejaculação na cavidade oral). Profilaxia pré- exposição ao HIV (PrEP) A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP, do inglês Pre-Exposure Prophylaxis) consiste no uso oral, diário e contínuo de Tenofovir (TDF) (300 mg) e Entricitabina (FTC) (200 mg) – em um único comprimido, para reduzir o risco de adquirir a infecção pelo HIV Usada para indivíduos que se expõe com muita freqüência – toma o PrEP para não pegar HIV. Eficácia iPrEx: redução de 44% no risco de aquisição de HIV. Em participantes com níveis sanguíneos detectáveis da medicação, a redução da incidência foi de 95%. TDF2: Entre indivíduos heterossexuais, a eficácia geral da PrEP foi de 62%, sendo de 49% entre as um lheres e 80% entre os homens incluídos no estudo. Partners PrEP: Em casais sorodiscordantes heterossexuais, observou-se redução geral de 75% no risco de infecção. Bangkok Tenofovir: redução de 49% entre usuários de drogas intravenosas. Proud: 86% de eficácia Indicação Repetição de praticas sexuais anais e/ou vaginais com penetração sem o uso de preservativo Frequência das relações sexuais com parcerias eventuais Quantidade e diversidade de parcerias sexuais Histórico de episódios de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) Busca repetida por Profilaxia Pós-Exposição (PEP) Contextos de troca de sexo por dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia, etc.
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