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Faculdades Integradas Torricelli – Guarulhos/SP.
Curso: Serviço Social, 3º semestre.
Disciplina: Fundamentos Históricos e Teóricos-metodológicos
do Serviço Social II
Atividade Prática Supervisionada
Participantes/RA
Cecilia Souto Lopes Salviano/ 1299516061
Professora EAD: Helenrose A da S Pedroso Coelho
 Professora presencial: Helena Macedo
Guarulhos/São Paulo
 Abril - 2014
INTRODUÇÃO
O objetivo desse artigo é mostrar como se deu o Movimento de Reconceituação do Serviço Social, a partir de suas origens, do modelo tradicional, seu vínculo com a Igreja Católica como modelo conservador, tradicional, caritativo onde era visto como uma forma de fazer caridade, bem como os movimentos que decorreram durante décadas, onde se apoiou e encontrou nas teorias marxistas as bases para uma nova conexão e aperfeiçoamento do profissional de Serviço Social, atravessando crises político-econômicas e sociais, buscando novos métodos, meios modernos para a construção de uma nova teoria e práxis do Serviço Social. O Movimento de Reconceituação acontece no momento mais crucial da história do Brasil, a ditadura militar, onde durante vinte e um anos (1964-1985), o povo sofreu, um período marcado pela violência, suspensão de direitos políticos, censura, tortura, exílio e grandes desigualdades sociais. Tudo isso atrelado a crescente industrialização e o avanço do capitalismo, acontecendo à conscientização e a necessidade de mudanças na profissão, onde inevitavelmente acontece a irreversível intenção de romper com os modelos tradicionais na profissão, inicia-se o Movimento de Reconceituação do Serviço Social no Brasil.
O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO NO BRASIL
O Serviço Social nasce e tem suas origens atreladas à doutrina católica e suas ações sociais decorrentes das transformações políticas, econômicas e sociais inseridas na sociedade brasileira. Sua forma de “fazer” caridade era através das senhoras ricas da alta sociedade. Iniciam-se as primeiras escolas fundadas por grupos cristãos, e seus alunos eram oriundos da classe média e a meta era ter uma profissão remunerada e a satisfação pessoal, entre o alunado muitas eram professoras primárias.
Em relação à questão social negarão as mudanças econômicas e sociais, ou seja, deixarão de atuar sobre as causas da questão social para atuar sobre os efeitos, encobrindo assim as raízes do problema. Em posição contrária encontra-se o Movimento de Reconceituação, cuja proposta era atuar sobre as causas das desigualdades sociais, enfrentando revolucionariamente o sistema.
Inicia-se se apropriando do método de trabalho americano, introduzindo em seus currículos nas escolas o modelo de Serviço Social de casos, grupos, de comunidade, seguindo-se de desenvolvimento de comunidade. A partir da década de 50, a Organização das Nações Unidas (ONU) e outros grupos internacionais se mobilizam para sistematizar, divulgando o Desenvolvimento de Comunidade, unificando a população em planos nacionais e regionais. Os profissionais se comprometiam com essa nova perspectiva, a maioria assumia a posição de cristãos de esquerda, se engajando nos Movimentos de Educação de Base (MEB), organizados pela (CNBB), iniciando com trabalho de alfabetização, animação popular e sindicalização.
Vale ressaltar que o Movimento de Reconceituação move-se pelos impactos das teorias e tentativas de práticas desenvolvimentistas, reconhecendo sua fragilidade frente à compreensão das desigualdades sociais, as diferenças de classes e de grupos sociais e também das instituições.
Compreende-se que foi durante as décadas de (50, 60 e início de 70), do ponto de vista metodológico, que se deu o desenvolvimento de comunidade, através da difusão pela ONU e OEA, dando ênfase através de assistência técnica, desenvolvimento de projetos, cursos, seminários e ampla literatura. A implantação da política em países como a América Latina revela uma realidade subdesenvolvida onde a realidade é bem diferente do modelo americano, seguido até então, o baixo índice de renda, problemas de infraestruturas de saneamento, altíssimo índice de analfabetismo, carência na área da saúde e de escolaridade. Se antes os profissionais que se envolviam nessas questões eram economistas e sociólogos, agora também se incluíam os técnicos do Serviço Social e a população.
É importante ressaltar que diante da realidade que se apresentava com a ditadura militar, que foi um grande golpe à Democracia brasileira com suas múltiplas faces de violência, prisões, tortura, exílio, suspensão dos direitos políticos, perseguição política, ameaça de fechamento do Congresso Nacional, diante desse contexto histórico nasce à necessidade do Movimento de Reconceituação do Serviço Social, e veio como uma resposta da categoria contra a alienação e a relação do profissional com a sociedade.
O Movimento nasce de profundas pressões sociais e da mobilização de setores populares, iniciando-se com a ideologia de práticas de desenvolvimento, neste momento articula-se o Movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina, e traz à tona a insatisfação de profissionais conscientes de suas limitações tanto teórico-instrumentais como político-ideológicas.
Com a conscientização de boa parte da categoria sobre a necessidade de mudanças sociais, frente à realidade de opressão, exploração e dominação do regime militar que se pautava na Doutrina da Segurança Nacional, no antimarxismo e no pensamento católico conservador, o resultado foi à desmobilização e consequente mudança dos movimentos políticos já fortalecidos nesse período populista, entre eles o MEB (Movimento de Educação de Base), o sindicalismo rural, e parte da categoria de Assistentes Sociais, cuja atuação era em defesa dos setores populares. Seu espaço de atuação profissional ficou limitado em relação às políticas sociais após o golpe de 64.
A primeira manifestação em grupo de crítica ao Serviço Social tradicional acontece em 1964, no nordeste, no encontro regional de escolas de Serviço Social, e reúnem docentes e profissionais que se posicionam aos métodos de intervenção diante da realidade subdesenvolvida do nordeste, fazendo crítica em relação ao aspecto economicista, se conscientizando da opressão daquele momento.
O marco que inicia o Movimento de Reconceituação no continente sul americano acontece em Porto Alegre, em 1965, e reúnem profissionais da Argentina, Chile, Uruguai e o Brasil se destaca junto com esses países na articulação das inquietudes profissionais do Continente, com o I Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social.
É necessário salientar que a realidade brasileira no período da ditadura militar, a política social levaram o Serviço Social a assumir uma práxis com tendência modernizadora, fomentando ações profissionais modernas e uma nova postura na prática do Serviço Social. O processo de Renovação do Serviço Social se norteia em três pontos:
Perspectiva modernizadora, Perspectiva de Reatualização do conservadorismo e Perspectiva de Ruptura.
A perspectiva modernizadora se constitui como a primeira expressão do processo de renovação do Serviço Social, e acontece nos Seminários de Teorização do Serviço Social, em Araxá (MG), (19-26/03/1967), onde essa teoria se afirma Seminário de Teresópolis (RJ), (10-17/01/1970), onde essa perspectiva se afirma de maneira mais fundamentada teoricamente e mais funcional, em relação ao que pedia o regime militar.
O encontro de Araxá, Minas Gerais em 1967, reuniu 38 Assistentes Sociais docentes e não docentes e foi promovido pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio (CBISS), e o objetivo era discutir e repensar profundamente a teoria básica do Serviço Social e sua metodologia.
Pode-se inferir que o núcleo central da perspectiva modernizadora é desenvolver um Serviço Social interveniente, dinamizador e integrador no processo de desenvolvimento, um processo de discussões interna, em busca de um novo perfil profissional, de uma identidade com as classes trabalhadoras, uma vez que a formação profissionaldo Assistente Social deve ter como modelo a eficiência e a modernização profissional, tendo como finalidade o planejamento, coordenação, capacitação, administração, gerenciamento para atuar a nível micro, macro e a interação com equipes multidisciplinares, no micro é essencialmente operacional, no macro em nível da política e do planejamento para o desenvolvimento da estrutura social, como saúde, habilitação, educação, saneamento básico, ou seja, serviços essenciais. A vontade do profissional não se restringe a serem meros executores de serviços públicos e sociais, mas com capacidade de formula-las, administrar e gerir. A partir dessas reflexões foram imprescindíveis as realizações dos Seminários que trataram sobre a Teorização do Serviço Social. Esses documentos são considerados marcos histórico do Serviço Social.
É necessário salientar que a aproximação com o marxismo pelo Serviço Social latino americano foi à contribuição decisiva para que o processo de ruptura e prática com o Serviço Social tradicional acontecesse, havendo uma forte crítica ao tradicionalismo, à prática empirista, paliativa e burocrática, era preciso enfrentar as tendências psicossociais da Questão Social, que está na raiz da crise de desenvolvimento capitalista, desencadeando a mobilização das classes subalternas em defesa dos seus interesses.
Em 1970, houve o encontro de Teresópolis, a discussão era sobre metodologia, repercutindo em toda a América Latina, discutiu-se uma metodologia voltada para a prática profissional do Assistente Social desenvolvida a partir de um método científico, situando o profissional como um funcionário do desenvolvimento, investido em estatuto básico de execução, com a devida valorização da ação prática-imediata.
Em 1978, houve o encontro de Sumaré, no Rio de Janeiro, cujo objetivo era a cientificidade da profissão. 
No ano de 1978 foi realizado o encontro de Sumaré no rio de Janeiro, o foco do encontro era a cientificidade do serviço social, a maior dificuldade foi discutir sobre a edificação do serviço social colocando em evidencia a dialética que insira uma dupla visão, ou seja, a visão da ciência e a visão dos modos de produção das composições sociais e da situação politica.
Em 1965 ocorre o primeiro seminário latino americano, aconteceu na cidade de Porto alegre, seu principal marco foi o rompimento com o tradicionalismo. É necessário salientar que com as mudanças que ocorreram nas décadas de 60 para 70 ficou clara a objeção ao serviço social tradicional. Entende-se que com essas mudanças o assistente social compreenda mais as complicações politicas que fazem parte da sua vida profissional, concentrada pela luta de classes. De acordo com a autora é possível identificar cinco enfoques diferentes no movimento de reconceituação: Científico, técnico-metodológico, ideológico-político, ciência do cotidiano e luta pela profissionalização.
Conclui-se que o movimento de reconceituação buscou novos métodos que auxiliassem a dar condições para que esses profissionais tivessem uma atitude condizente com a característica particular do nosso país. Pode-se compreender que a reforma auxiliou para examinar de forma mais detalhada e coerente à realidade, tornando-a assim mais critica entre as analises e o cotidiano da profissão do assistente social. Como resultado observou-se que o assistente social inseriu a pesquisa nas suas atividades, saindo de um serviço meramente executor para um serviço intelectual de pesquisador, desta forma ele pode se integrar mais profundamente sobre os problemas da sociedade.
MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO E A METODOLOGIA DO SERVIÇO SOCIAL
A reconceituação já começa a aparecer, a partir do amadurecimento profissional e a sua relação em equipes multiprofissionais, participação do movimento estudantil nas escolas de Serviço Social, desligamento de segmentos da igreja católica mais tradicional e a imersão de grupos católicos mais progressistas, o “referencial próprio da parte significativa das ciências sociais do período, imantada por dimensões críticas e nacional-populares”.
Só neste momento o movimento de reconceituação do serviço social, é impedido pelo movimento de repressão da ditadura militar, tornando-se um movimento não concluído, registrado em sua história, principalmente no tocante ao acadêmico, a pesquisa e a ascensão, em 1975 a inquietação diante da submissão profissional, aos interesses da burguesia, da igreja católica e ao regime militar, gerou o movimento de reconceituação do serviço social, rompendo com o serviço social norte-americano, e abortando com os problemas encontrados naquela sociedade, a fim de conseguir uma literatura autônoma. O movimento de reconceituação representou um ponto de apoio decisivo no desenrolar do processo crítico visionário do Serviço Social, e foi também um paço que se estruturou como profissão que intervia no combate as diferenças sociais, sendo ele um marco no processo de politização e mobilização de estudantes e profissionais que participavam nos sindicatos em todo o país, seu impacto divide a história do Serviço Social entre antes e após a reconceituação. Hoje encontramos como um movimento atual de reconceituação do Serviço Social a luta da classe pela diminuição da carga horária semanal que passaria dos atuais 40 horas semanais, para 30 horas semanais, e um salário igualitário para a classe independente de onde estiver atuando.
A “renovação do serviço social” é um momento a se lembrar e fazer parte da história do serviço Social como profissão, sendo que várias transformações que ocorreram entre as décadas de 1960 e 1990 e hoje em dia, elas influenciam na formação profissional e acadêmica e a política da categoria dos assistentes sociais e também da sociedade. (NETTO, 2005)
Enfim com a reconceituação foi possível proporcionar a formação de profissionais com novos perfis, criticando as vertentes individualistas, engendrando embasamento científico e ético para sua intervenção, além de uma formação continua, para amparar o caráter moderno e atuante da profissão, esculpindo uma nova formação profissional. Representou para o Serviço Social o começo de um ambiente novo e modo de refletir, pensar e agir de maneira a criar vínculos com ações transformadoras que vão muito além do capital, como a (defesa intransponível dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo).
Após a convenção da ABESS (Associação Brasileira de Ensino de serviço Social), (1965), os profissionais começaram a perceber que a integração não era aplicada simultaneamente nos 3 processos: (ou seja processos de Casos, Grupos e Comunidade, como trata o documento de Araxá o Serviço Social de Casos, é valido enquanto estuda situações que levam à integração dos grupos e da comunidade, já o processo de Grupos traz o indivíduo a melhorar seu relacionamento com o grupo e a comunidade, já o processo de Comunidade é derivado do processo de Casos devido ele ser um método básico), mas a definição de uma “base genérica” o que no entanto o Documento de Araxá (D.A.) pressentia e que os Encontros Regionais (E.R.) reconhecem. O D.A. embora pareça poder ser aplicado isoladamente, não afirma que a integração suporte um sistema básico que ordena o uso e o entrosamento entre as diversas abordagens.
Nos conceitos originados pelo D.A. neste capítulo foram levados em consideração pelos Encontros Regionais (E.R.) nos postulados e princípios operacionais para ser usada pela metodologia do Serviço Social, e no relacionamento entre profissionais e clientela, a participação do homem em todo o processo de mudança de maneira direta ou indireta, e a definição dos níveis de micro e macro atuação, como o planejamento.
Ao se concordar com os postulados citados no D.A., os E.R. apoiam acrescentar o postulado da igualdade essencial a todos os seres humanos. É esta onda que conduz ao conceito de justiça social, capaz de ser entendido e aceito, encaminhar a sociedade a se conscientizar para a efetivação do que preconiza a Declaração Universal dos Direitos Humanos e documentos congêneres.No entanto os participantes dos E.R. se queixam e questionam da falta de definição de vários termos, como mudança, participação, métodos, técnicas, processos postulados, princípios, e também o questionamento da falta de orientação cientifica da metodologia do Serviço Social, como atualmente é aplicada.
E por fim a adequação da metodologia do Serviço Social a realidade requer uma profunda formação filosófica e os E.R. recomendam que seja analisado o capítulo que trata desta metodologia, sendo que fica sob responsabilidade de algumas escolas a união da prática com a metodologia aplicada, através de programação e planejamento.
Temos em nossa historia momentos os quais os assistentes sociais não passavam de pessoas que sem a formação que temos hoje acabavam deturpando o verdadeiro serviço que se deve elaborar um assistente social, sendo que continuou sendo deturpada a elaboração desse serviço após passar a ser um serviço indispensável à sociedade, durante a ditadura e no período da industrialização onde o seu serviço acabava sendo manipulado pelo militarismo e pelos patrões os donos das indústrias, sendo que somente hoje os assistentes sociais conseguem elaborar um serviço um pouco mais autônomo, e mesmo assim dependendo do auxilio do governo e do patronado para aqueles agente que trabalham na iniciativa privada.
Temos em nossa história alguns documentos como o dos seminários de Araxá, Teresópolis e Sumaré, feitos respectivamente em 1967, 1970 e 1978, os quais representam um “marco histórico” do Serviço social, e esses encontros foram muito comentados inclusive internacionalmente, como na América Latina e traduzido em vários idiomas, onde hoje em dia já encontramos bases desses encontros aperfeiçoadas, sendo então considerados como uma parte do alicerce da profissão.
A RECONCEITUAÇAO DO SERVIÇO SOCIAL
O processo de construção do Serviço Social não aconteceu de forma contínua e linear, a sua trajetória sócio histórica, possuem características complexas, até mesmo dentro da própria categoria há apreensões divergentes quanto ao seu processo de transformação e atuação profissional. Com base inicial na igreja católica, em meio a uma conjuntura sócio-histórica e contexto institucional, tem hoje em sua fundamentação teórica e prática o método dialético de Karl Marx. Teve iniciada na década de 1960 e se desenvolveu nas décadas de 1970 a 1980, sob a influencia do Movimento de Reconceituação do Serviço Social Latino Americano, contextualizando a conjuntura histórica da época no mundo e principalmente na América latina.
O Movimento de Reconceituação foi um movimento que aconteceu nos países latinos americanos (Chile, Argentina, Peru e Uruguai), segundo Faleiros (1981), consistiram em um movimento de crítica ao positivismo e ao funcionalismo e a fundamentação da visão marxista na história e estrutura do Serviço Social. Neste contexto podemos afirmar que o Movimento de reconceituação do Serviço Social na América Latina constituiu-se numa expressão de ruptura com o Serviço Social tradicional e conservador; e na possibilidade de uma nova identidade profissional com ações voltadas às demandas da classe trabalhadora.
O Movimento de Reconceituação se cria e se desenvolve a partir da identificação político-ideológica da profissão pelo capital e da negação de uma prática conservadora do Serviço Social, afirmando um compromisso político com a classe subalterna. (SILVA e SILVA, 1995, p. 86 citado por MOTA,1987, p. 15-16)
Entretanto o Movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina foi interrompido pela repressão da ditadura militar na América Latina, tornando-se um movimento inconcluso e contido. 
A reconceituação é sem qualquer duvida, parte integrante do processo de erosão do Serviço social “tradicional”. 
O Movimento de Reconceituação do Serviço Social Latino Americano trouxe grande contribuição para o Serviço Social brasileiro que foram decisivas no processo de aceleração da ruptura do Serviço Social tradicional. Um período marcado pelo crescimento dos movimentos sociais, determinado pela crise mundial capitalista, gerados após a II Guerra. 
O Movimento de reconceituação do Serviço Social na América Latina constituiu-se numa expressão de ruptura com o Serviço Social tradicional e conservador; e na possibilidade de uma nova identidade profissional com ações voltadas às demandas da classe trabalhadora cujo eixo de sua“ preocupação da situação particular para a relação geral – particular”, e passa a ter “uma visão política da interação e da intervenção” (FALEIROS, 1981, p.133). 
O questionamento social, político, os movimentos sociais e as novas exigências da acumulação do capital, a partir do pós-guerra, forma colocando o Serviço Social como profissão numa posição de a – contemporaneidade com o seu tempo, prestando vozes, em vez de serviço, na base do consenso religioso da colaboração de classes (FALEIROS, 1981, p.115).
O movimento de reconceituação do Serviço Social caracteriza-se pela ruptura do Serviço Social tradicional. Entretanto, conforme Netto, a ditadura militar instalada no Brasil em 1964 e posteriormente nos demais países da América - Latina, estagnou o processo de Reconceituação do Serviço Social na América Latina que já havia 10 anos de abolição.
Em meados dos anos 1970, a renovação profissional materializada na reconceituação viu-se congelada: seu processo não decorreu por mais de uma década. E seu ocaso não se deveu a qualquer esgotamento ou exaurimento imanente; antes, foi produto da brutal repressão que então se abateu sobre o pensamento crítico latino-americano (NETTO, 2005, p. 10).
Conforme Netto a principal conquista do Movimento de Reconceituação foi quando os assistentes sociais recusam-se em caracterizar-se como agentes técnicos executor das políticas sociais. Através do processo de requalificação principalmente com a introdução destes profissionais no âmbito da pesquisa acadêmica foi possível romper com a “divisão consagrada de trabalho entre cientistas sociais (os teóricos) e assistentes sociais (os profissionais da prática).” (NETTO, 2005, p. 12)
Como vimos o Serviço Social no Brasil é caracterizado, pela herança do Movimento de Reconceituação, pois, como bem afirma Netto (2005), é impossível imaginar o Serviço Social crítico, sem atrelá-lo a esta herança, mesmo tendo a convicção de que há uma pluralidade ideológica e teórica, própria da diversidade que é formada a categoria profissional, ainda que sob a égide de um projeto ético-político que faz a crítica ao tradicionalismo.
A DIALETICA NO SERVIÇO SOCIAL
A dialética foi definida no inicio por Platão, Aristóteles e Kant como a arte da discussão e do diálogo. Para o materialismo dialético de Marx e Engels, a dialética é uma teoria geral do mundo. A realidade primeira é a matéria, por isso para Engels a consciência é derivada da matéria. Mas foi com Hegel que o pensamento dialético abriu uma nova perspectiva para ele o movimento dialético é infinito. 
O movimento dialético consiste em reconhecer as contradições no serviço social, à discussão e o estudo dos fatos e a realidade. Compõe-se pela trilogia tese, antítese e síntese. O movimento dialético alcança progressivamente a verdade, a Fenomenologia tem um pensamento dialético. 
Nesse sentido é que a dialética é utilizada no Serviço Social, quando o problema social é discutido apresentando-se ao final a realidade viva e seus processos de transformação.
O método dialético cumpre um papel inovador pelo Serviço Social, na teoria e na pratica, favoreceu a critica ao Serviço Social tradicional, se utilizada como um novo método fornece um auxilio incontestável com o crescimento de opiniões plausíveis e extremamente aplicáveis ao Serviço Social.
Em 1978 no III Seminário de Reconceitualização do Serviço Social, realizado na casa da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) foi criado o documento de Sumaré, foi estudado neste seminário três temas básicos: a Cientificidade do Serviço Social, o Serviço Social e a Fenomenologia, e, o Serviço Sociale a Dialética.
 No seminário de Sumaré foi apresentado uma “nova proposta” criada por Anna Augusta de Almeida, que demonstra o seu método genérico, baseado no processo de ajuda psicossocial, que é realizado através da interação entre a pessoa-assistente social e a pessoa cliente (pessoa usuário), ou seja, é um processo que realiza uma experiência, tomando como base a situação problema. 
É importante ressaltar que a eficácia do dialogo precisa tanto do conhecimento da pessoa-assistente social, quanto da pessoa-cliente, sem ambos é inviável a dialetização real do conhecimento. É preciso essa integração para que a essência da verdade seja Vista. Cada pessoa-cliente traz a sua bagagem social, intelectual, sócio-cultural, religiosa, ou seja, cada ser é único é preciso ouvir, entender e não tentar colocar aquela pessoa-cliente em um determinado parâmetro. A pessoa-assistente social deve tentar compreender a pessoa-cliente, para que possam ver verdade, por isso é essencial o dialogo entre a pessoa- assistente social e a pessoa-cliente, com esses aspectos em evidencia fica claro a situação problema podendo assim a pessoa –assistente social poder não só ajudar a pessoa-cliente mas também conhecer profundamente os seus problemas e as suas raízes.
CONCLUSÃO
Conclui-se que ocorreu em diversos países o Movimento pela Reconceitualização do Serviço Social, no Brasil se deu pelo enfraquecimento do paradigma positivista. É necessário salientar que era preciso um método mais condizente com a realidade do nosso país, esse método não abrangia as necessidades de um país latino americano, compreende-se que o Brasil passava por grandes transformações politicas, econômicas e sociais, por esse motivo era preciso um método mais apropriado para a cultura brasileira. O Movimento de Reconceitualização ocorreu por meio de seminários com o intuito de promover o debate a cerca do que era o Serviço social e quais os métodos que seriam utilizados. 
Para compreender como aconteceu o processo de reconceituação, é essencial reavaliar alguns fatores entre eles: a perspectiva modernizadora, a reatualização do conservadorismo e a intenção de ruptura. Em especial é necessário ressaltar algumas características da perspectiva modernizadora do Serviço Social como a preocupação com a problemática do desenvolvimento e a teorização da profissão que se deu através dos seminários (Araxá, Teresópolis e Sumaré), sobre as novas diretrizes para o Serviço Social. É necessário salientar que através desses seminários foram criados documentos de grande relevância para a compreensão e ratificação histórica do Serviço Social. 
Em 1978 ocorreu o III Seminário de Reconceitualização do Serviço Social onde foi criado o documento Sumaré, o intuito deste seminário era analisar diferentes propostas do Serviço Social, a Cientificidade do Serviço Social, o Serviço Social e a Fenomenologia, e, o Serviço Social e a Dialética. A principal percussora foi Anna Augusta de Almeida que apresentou uma nova proposta que ela mesma criou baseada no processo de ajuda psicossocial, o qual é obtido através do dialogo entre a pessoa-assistente social e a pessoa-cliente (pessoa usuário). Este método procura fazer uma busca minuciosa da verdade, ou seja, a busca pela verdadeira essência do problema. Para que esse método ocorra de maneira satisfatória é necessário que aja uma junção do conhecimento do assistente social, e o conhecimento do individuo, pois, somente um se torna irrealizável a dialetização realista e critica necessária para obtenção do verdadeiro conhecimento. Entre 1982 e 1983 houve uma disseminação da intenção de ruptura, devido ao debate do Serviço Social na possibilidade de intenção de ruptura abrangeu o conjunto dos profissionais. Em função destes avanços é possível observar visivelmente as grandes contribuições teóricas e metodológicas que o Serviço Social obteve através desta ruptura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
FALEIROS, V. de P. Reconceituação do Serviço Social no Brasil: uma questão em movimento? Rev. Serviço Social e Sociedade , nº. 84. São Paulo: Cortez, 2005.
NETTO, J. P. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 2ª ed., São Paulo: Cortez,1992.NETTO, J. P. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no Brasil pós -64. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2005. 
Disponível em:http://www.ebah.com.br/content/ABAAABTOsAJ/movimento-reconceituacao 
Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/movimento-de-reconceituacao-do-servico-social/46749. Acesso em 11/03/2014 ás 18:00. 
Disponível em: Fundamentos Históricos e Teórico Metodológicos do Serviço Social II - Movimento de Reconceituação. (YOUTUBE).
-Livro: Teorização do Serviço Social-Documento-Alto da Boa Vista-Agir 1988, páginas de 26 a 37, de 44 a 49, de 90 a 124.

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