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ATPS Fundamentos Históricos e Teórico-metodológico do Serviço Social III

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Faculdades Integradas Torricelli – Guarulhos/SP.
Curso: Serviço Social - 4º semestre.
Disciplina: Fundamentos Históricos e Teóricos-Metodológicos do Serviço Social III
Título: Atuação do Assistente Social no Mundo Contemporâneo
Atividade Prática Supervisionada
Participante/RA
Cecilia Souto Lopes Salviano/ 1299516061
Professora EAD: Ms. Elaine Cristina Vaz Vaez Gomes
 Professora presencial: Helena Macedo
Guarulhos/São Paulo
 2014
Introdução
O Presente artigo procurou demostrar através de idéias críticas e reflexivas as áreas de atuação do Assistente Social no mundo contemporâneo, o mercado de trabalho na atualidade para o Assistente Social e as possíveis áreas profissionais no primeiro setor (público), segundo setor (privado) e terceiro setor (Organizações da Sociedade Civil), bem como apresentar os diferentes perfis pedagógicos que acompanharam a trajetória do Serviço Social. São três perfis pedagógicos, a Pedagogia de “Ajuda”, da “Participação” e a Proposta de uma Pedagogia “Emancipatória”. Optou-se por aprofundar mais o artigo sobre o terceiro setor que se encontra em franco desenvolvimento, porém sofrendo fortes críticas, por entender-se que, no processo do neoliberalismo, ocorreu um retrocesso dos direitos adquiridos com a CF/88. Outro fator de extrema relevância tratado no artigo foi relação do Serviço Social com o Assistencialismo e a Filantropia visto e discutido de uma ótica crítica. 
A metodologia utilizada foi através de referências bibliográficas feitas através de livros, sites e artigos científicos. 
Palavras- chave: Assistente Social, Mercado de Trabalho, Assistencialismo, Filantropia e Terceiro Setor.
Para entender o papel do Serviço Social na atualidade é necessário analisar de forma coesa alguns fatos históricos e a origem do Serviço Social, bem como as mudanças políticas, sociais e culturais assim como as profundas transformações nos processos de produção e reprodução do capital. 
A origem do Serviço Social surge em 1898, final do século XIX, na cidade de Nova York, Estados Unidos. Com a ascensão da classe burguesa surgiram as classes sociais, e sendo a burguesia a classe dominante, havia a necessidade de um profissional que cuidasse da área social, assistindo a classe proletária, representada pelos trabalhadores. Esse profissional era representado pelas senhoras ricas da sociedade, dessa forma, a classe dominante exercia certo controle sobre a classe dos trabalhadores. É importante ressaltar que no Brasil a profissão de Assistente Social surgiu no Brasil na década de 1930. A partir de 1936 inicia-se o processo de industrialização intensa e de urbanização no país, sendo que inicialmente o Serviço Social foi implantado como parte das estratégias do Estado, que precisava atender às demandas da questão social e suas várias formas de expressão, bem como uma forma de controle das insatisfações da população, resultante da relação capital/trabalho, e relacionado também com a articulação da burguesia industrial, a Igreja Católica e o Estado Varguista. Entre os anos de 1930 e 1945 ocorreram dois fatos políticos que foram à segunda guerra mundial, cujas consequências econômicas e sociais espalharam-se pelo mundo e no Brasil, o período conhecido como Estado Novo ou Era Vargas. O Serviço Social nasce no Brasil com uma cultura relacionada à prática assistencialista, da ajuda, caritativa e benemerente e paternalista, nascendo numa vertente tradicionalista e conservadora, com embasamento positivista e ligado à igreja neotomista.
Nesse período, no ano de 1943 foi promulgada a Consolidação das Leis do Trabalho, CLT, e nessa década as tendências positivistas e sociais passaram a ganhar mais força, a partir de 1955, surge à ideologia desenvolvimentista, causada pela expansão econômica, o interesse nas questões sociais passa a ser mínimo, mas com interesse máximo no capital, tendo como alvo a busca pelo crescimento econômico, visando atingir prosperidade, riqueza material e a ordem social, visando superar o estágio transitório do subdesenvolvimento, o atraso causado pelos horrores das duas guerras mundiais e acompanhar as grandes potências mundiais.
Conforme Iamamoto (2000. Pág. 18)
“Exclusão social esta que se torna, contraditoriamente, o produto do desenvolvimento do trabalho coletivo. Em outros termos, a pauperização e a exclusão são a outra face do desenvolvimento das forças produtivas do trabalho social, do desenvolvimento da ciência e da tecnologia, dos meios de comunicação, da produção e do mercado globalizado.” 
É importante ressaltar que a construção do Projeto Ético-Político do Serviço Social surgiu dentro de um contexto histórico entre as décadas de 1960-1990, num período tenso e de forte questionamento político, econômico, das liberdades individuais, coletivas e profissionais, ou seja, o período da ditadura militar, e foi nesse período de forte tensão, que se suscitaram revisões ao modo de fazer profissional, buscando-se novas bases teórico-metodológicas, onde passou-se a ter um olhar mais totalizador e crítico diante das expressões da questão social. Nesse momento, um grupo de Assistentes Sociais aproxima-se da perspectiva marxista, indo de encontro às necessidades e interesses da classe trabalhadora, inserindo-se na coletividade da luta dos trabalhadores na relação capital/trabalho, levando-os à reflexão sobre o conjunto das desigualdades sociais engendradas pelo processo de produção e pela exploração capitalista.
Ressalta-se ainda Iamamoto (2000. Pág. 18) que:
“Os Assistentes Sociais são desafiados neste tempo de divisas, de gente cortada em suas possibilidades de trabalho e de obter meios de sobrevivência, ameaçada na própria vida. Tempos de crise, em que cresce o desemprego, o subemprego, a luta por meios para sobreviver no campo e na cidade. Tempos extremamente difíceis para todos aqueles que vivem do trabalho: para a defesa do trabalho e para a organização dos trabalhadores.” 
Entende-se que no projeto de pedagogia emancipatória e o serviço social, busca-se a organização profissional, apresentando-se bases sócias históricas e político-ideológicas para buscar a emancipação das classes subalternas, e dessa organização surge o Movimento de Reconceituação, que acontece no continente latino americano, a partir da década de 60. Em virtude das crises vivenciadas pelo Serviço Social e pelas questões de ordem política e econômica naquele momento histórico, consubstanciam-se na busca de uma nova forma de atuação e de possibilidade questionadora mais adequada e vinculada com a sociedade e com os movimentos sociais da época.
Coaduna-se com essas reflexões Piana (2009. Pág. 03) quando ressalta que:
“O assistente social é um profissional que tem como objeto de trabalho a questão social com suas diversas expressões, formulando e implementando propostas para seu enfrentamento, por meio das políticas sociais, públicas, empresariais, de organizações da sociedade civil e movimentos sociais.” 
A compreensão dos movimentos sociais é essencial para entender esse projeto e seus objetivos, pois proporcionaram discussões e reorganizações, além de manifestações que fortaleceram o viés marxista presente nesse projeto de reorganização do perfil pedagógico voltado para uma proposta emancipatória.
O Serviço Social idealiza uma sociedade mais justa e igualitária através de Políticas Públicas que visam o acesso de todos aos direitos básicos. O Assistente Social procura no seu dia-a-dia o respaldo teórico-metodológico, crítico e reflexivo para obter meios de se aprofundar na realidade das classes pobres, que deve ser condizente com seus objetivos profissionais, voltados para a emancipação dos sujeitos e somados ao potencial educativo, procurando colaborar para a construção de uma e superior hegemonia, somente dessa maneira é possível conhecer a raiz do problema sócia, e colaborar para a formação de sujeitos mais críticos e conscientes da realidade e das mudanças que estão sempreem movimento..
De acordo com Piana (2009. pág. 04).
“Esse profissional busca a inclusão social e a participação das classes subalternas, por meio de formas alternativas e estratégicas de ação. Pois procura conhecer a realidade em que atua e possuir compromisso ético com a classe trabalhadora e com a qualidade dos serviços prestados”. 
Embora o Assistente Social ainda tenha grande espaço profissional em Instituições Públicas,“Estado, atualmente têm surgido novas vagas em outras esferas como as associações, instituições e ate mesmo em instituições privadas. Necessita-se atualmente de um profissional crítico, com competências teórico-metodológica, ético-política, com habilidades e capacidade de argumentação e resolução de problemas e conflitos.
Pode-se inferir, com Piana (2009. Pág. 03) que:
“A atuação do assistente social realiza-se em organizações públicas e privadas e em diferentes áreas e temáticas, como: proteção social, educação, programas socioeducativos e de comunidade, habitação, gestão de pessoas, segurança pública, justiça e direitos humanos, gerenciamento participativo, direitos sociais, movimentos sociais, comunicação, responsabilidade social, marketing social, meio ambiente, assessoria e consultoria, que variam de acordo com o lugar que o profissional ocupa no mercado de trabalho, exigindo deste um conhecimento teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo.” 
Contudo, ressalta Montaño (2011 pg 194 e 195) que:
“Efetivamente, enquanto predominar a forma de entender as politicas sociais como meros instrumentos de redistribuição da renda (primeira tese) que visam atingir o reequilíbrio social afetado e alterado pela dinâmica do mercado, na medida em que sejam consideradas apenas como a procura, por parte do Estado, do bem-estar social das pessoas carentes, e enquanto os serviços e a assistência social (nos quais participa este profissional) estejam centrados nas áreas vinculadas á reprodução da força de trabalho (saúde, educação, transporte, habitação, relações de trabalho), intervindo também nos aspectos que põem a sociedade, o sistema, em “xeque” (drogas, alcoolismo, delinquência, abandono); partindo, portanto, desta concepção de políticas sociais e da sua real imbricação genética com o Serviço Social, estas áreas de intervenção passam a ser consideradas direta e invariadamente como os próprios campos (“específicos”) de ação da profissão.” 
No entanto pode-se disser que praticamente a totalidade dos Assistentes Sociais estão em funções tradicionais, são poucos os estudos sobre prevenção do meio ambiente e ecologia, microempresas, catástrofes naturais e a sua repercussão social entre tantos outros temas.
Coaduna-se com essas reflexões Martinelli (2011. pág. 159) quando ressalta que:
“Rompendo com a alienação e superando suas próprias origens burguesas, o serviço social dará o passo inicial para o assumir coletivo do sentido histórico da profissão e para um novo momento da prática profissional, produzida por uma categoria crítica, politicamente assumida e capaz de lutar por sua identidade, não como ansiedade grupal ou obsessão pelo idêntico, mas como luta social pela transformação da sociedade. É preciso romper a estagnação e realizar a travessia, pois “é no meio da travessia que o real se dispõe para o a gente”. 
Em suma o Assistente Social nos dias de hoje tem que ser um profissional multifacetado, é preciso ter em mente que é por meio de um respaldo teórico, crítico e reflexivo que os profissionais da área conseguem desempenhar o seu papel, o Assistente Social acima de tudo é um observador e estudioso da sociedade, pois é preciso conhecer as raízes dos problemas sociais para poder solucioná-los. 
O Serviço Social através de Políticas Públicas prepara um planejamento detalhado visando garantir os direitos básicos aos cidadãos promovendo assim uma melhoria significativa na vida dessas pessoas. No entanto a Assistência Social ainda é conotada como assistencialismo e não como uma Política Pública. Entende-se que o assistencialismo contido nas políticas governamentais, ao invés de promover a concretização de um direito, aumenta o problema social em função do caráter paternalista e clientelista das Políticas Públicas que não solucionam o problema social apenas o ameniza.
Assistencialismo, Filantropia e Serviço Social.
Pode-se inferir que a Assistência Social é uma Política Pública e faz parte da "Seguridade Social" prevista na Constituição Federal de 1988 e regulamentada através da Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8742de 07/12/1993). Deste modo, assegura o direito a todo cidadão que se encontra excluído do trabalho, da saúde, da previdência social, da educação da possibilidade de alimentação, e outras formas de exclusão social. Porém antes da CF/88 era caracterizada pelo assistencialismo, pela caridade, pelo voluntariado, pelo paternalismo e esses sentidos encontram-se presentes no cotidiano dessa política.
De acordo com Pinto (2003. pág. 22):
“A assistência social no Brasil constitui, hoje, um campo em transformação. Transita de um período em que o foco de compreensão da assistência social era dado pela benemerência, à filantropia e o assistencialismo com conotação de clientelismo politico para a condição de um direito social inscrito no âmbito da seguridade social.”
No Brasil, as ações filantrópicas sempre estiveram ligadas à concepção de caridade e ajuda ao próximo e teve início na igreja católica e na burguesia. Durante o governo de Getúlio Vargas foi criada a (LBA), Legião Brasileira de Assistência, e através das ações dessa organização a pobreza era vista como uma condição natural da sociedade, que o problema da pobreza estava na pessoa e não como um produto da desigualdade capitalista. Entende-se que atualmente através das lutas e movimentos possibilitou visualizar a diferença entre assistencialismo e assistência. Os profissionais do Serviço Social se reafirmam com uma prática envolvida com a necessidade de se pensar e promover condições mínimas para a sobrevivência do cidadão, para o seu crescimento intelectual, politico e social, com a garantia de direitos e deveres, desvinculando-se completamente com as práticas e significados assistencialistas.
Com base em Pinto (2003. pág. 22 e 23):
“O assistencialismo, ao contrario, tem praticas paternalistas e clientelistas de má-fé, na maioria das vezes marcado por "doações aos pobres" feitas por pessoas e grupos interesseiros e com a finalidade de manter uma relação de dependência entre a pessoa que recebe e a que doa. É uma prática incentivadora da tradicional proteção exagerada e da doação desenfreada aos excluídos sociais, reforçando as correntes que mantém a população presa na ignorância e mascarando as diferenças socioeconômicas e os modos de superá-las.”
Vale ressaltar que o assistencialismo tem o intuito de minimizar as situações emergenciais, no entanto não resolve os problemas sociais em sua raiz. O papel do Assistente Social visto desta ótica é gerir ações sociais para as classes menos favorecidas e através destas ações auxiliarem os cidadãos para que eles possam ter seus direitos básicos garantidos. 
É necessário, pois analisar que em contra partida a ajuda filantrópica, ou seja, a doação é importante quando feita em apoio a entidades ou ONGs que já realizam trabalhos sociais, voluntário e sistemático. 
De acordo com Escorsim (2008): 
“Foi no período de Getúlio Vargas que o estado assume a primeira iniciativa de criar uma assistência pública no interior do aparato governamental, efetivada pela Legião Brasileira de Assistência (1942) sob o comando da primeira dama. Esta organização legitimou o estado patrimonialista e populista numa lógica conservadora da assistência social em sua versão filantrópica, reiterativa das práticas de cunho moral, subalternizadora para quem recebe a ajuda frente aquele que a oferece e, a manutenção da pobreza como condição “natural” da sociedade e não como subproduto da desigualdade capitalista, na lógicado não direito ou do favor.”
Ressalta-se ainda Escorsim (2008) que:
“Com a Constituição de 1988, a isenção da contribuição previdenciária às entidades classificadas como filantrópicas manteve-se. Várias normatizações infraconstitucionais seguiram-se regulamentando as ações para a obtenção de certificação de entidades de fins filantrópicos, contudo, apesar da edição da Lei Orgânica da Assistência Social continuou o impasse para qualificar estas organizações.
Ao serem indevidamente classificadas como filantrópicas, por não demonstrarem mérito de sua ação assistencial, reiteram a cultura clientelística e da tutela ao invés da concepção do direito social. Além do que muitas não estão ao alcance da fiscalização dos conselhos de direitos sociais na aplicação dos recursos públicos.”
Conclui-se que a Assistência Social é feita através de planejamento e Políticas Públicas, que procuram garantir condições mínimas de sobrevivência e que criem formas eficazes para a promoção social da comunidade. Compreende-se que o assistencialismo e a filantropia são ações sociais emergenciais, que não sanam o problema apenas o camuflam. O problema social do Brasil está nas raízes mais profundas na sociedade e somente com Políticas Públicas que vislumbram em longo prazo formas de sanar este problema ele será resolvido definitivamente, o primeiro passo se dá quando o cidadão tem acesso aos direitos básicos como, saúde, educação, transporte, emprego entre outros. 
Mercado de Trabalho para o Assistente Social.
Compreende-se que com as atuais transformações nas relações de trabalho assim como a regulamentação dos direitos sociais e trabalhistas, expande-se também as áreas de atuação do Assistente Social nos três setores. Para compreender melhor este movimento de atuação do Assistente Social serão apresentados a seguir alguns dados que demostraram mais claramente o mercado de atuação para o mesmo.
É necessário compreender que o primeiro setor é o governo (Federal, Estadual e Municipal), que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor é o privado (Empresas Ltda S/A, capital aberto, capital fechado, cooperativa entre outros), responsável pelas questões individuais. Com a falência do Estado, o setor privado começou a ajudar nas questões sociais, através das inúmeras instituições que compõem o chamado terceiro setor (entidades ambientais, entidades filantrópicas, associações de classe, clube de serviço entre outros). Ou seja, o terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público.
De acordo com o CRESS (Conselho Regional de Serviço Social). O Brasil tem hoje aproximadamente 120 mil profissionais com registro nos 25 Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS) e 2 Seccionais de Base Estadual. É o segundo país no mundo em quantitativo de assistentes sociais, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. 
Conforme o CRESS o perfil da categoria de Assistentes Sociais no Brasil, de acordo com a pesquisa “Assistentes Sociais no Brasil”, realizada em 2005 pelo CFESS, a profissão é composta majoritariamente por mulheres. O estudo confirma a tendência de inserção do serviço social em instituições de natureza pública, com mais de 80% da categoria ativa trabalhando nessa esfera. A saúde, a assistência social e a previdência social são as áreas que mais empregam profissionais. 
Os dados abaixo foram extraídos da pesquisa “Assistentes Sociais no Brasil”.
Gráfico 1. Quantidade de Assistentes Sociais por sexo no Brasil.
 
Dados de Maio de 2004 extraídos da pesquisa “Assistentes Sociais no Brasil”.
A pesquisa confirmou a trajetória do Serviço Social Historicamente conhecido como uma profissão predominantemente feminina.
Gráfico 2 – Natureza instituição do principal vinculo empregatício
Dados de Maio de 2004 extraídos da pesquisa “Assistentes Sociais no Brasil”.
A pesquisa confirmou a tendência de inserção do serviço social em instituições de natureza pública, com mais de 80% da categoria ativa trabalhando nessa esfera.
O Serviço social e o Terceiro Setor 
Entende-se que ao compreender o terceiro setor, suas características, desafios e forma de gestão se estabeleceu um desafio para todos aqueles que desejam atuar nesse contexto. As mudanças políticas, sociais, econômicas e legais, sucedidas nas últimas décadas ocasionaram a necessidade da criação do terceiro setor. Vale ressaltar que o assistente social para trabalhar nesta área precisa de algumas características básicas como o comprometimento e participação ativa, além do aperfeiçoamento profissional permanente já que é primordial estar sempre a par de todas as mudanças na legislação. 
Coaduna-se com essas reflexões Costa (2005) quando ressalta que:
“O Terceiro Setor se configurou, no decorrer dos últimos vinte anos, dentro de um contexto social, econômico e político marcado pela complexidade, incerteza, instabilidade e mudanças aceleradas, em uma dimensão globalizada e de grande desenvolvimento tecnológico e científico. Em contrapartida, de muita pobreza e desigualdade social.”
É importante salientar que para compreender verdadeiramente a função das organizações que compõe o terceiro setor, é preciso entender os problemas contemporâneos trazidos pelo capitalismo e respectivamente às maneiras que os profissionais do Serviço Social podem contribuir.
Compreende-se que a base da sociedade esta fundada em três grandes pilares: o Estado (primeiro setor), privado (segundo setor) e Organizações da Sociedade Civil que atuam sem finalidade de lucro com atuações de interesse público (terceiro setor). 
Podemos inferir, com Costa (2005) que:
“Portanto, o Terceiro Setor é formado por instituições (associações ou fundações privadas) não governamentais, que expressam a sociedade civil organizada, com participação de voluntários, para atendimentos de interesse público em diferentes áreas e segmentos. Avança da perspectiva filantrópica e caritativa para uma atuação profissional e técnica, na qual os usuários são sujeitos de direitos, tendo em vista o alcance de um trabalho qualitativamente diferenciado daquele que sempre marcou a história dessas organizações: o assistencialismo e a filantropia.”
Contudo Costa (2005) Ressalta que:
“As organizações que compõem o Terceiro Setor evidentemente não são novas. Como exemplos tradicionais no Brasil, temos as Santas Casas de Misericórdia, cuja primeira unidade aqui chegou junto com Dom João VI. Temos as APAES (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais), de expressiva presença no cenário nacional, e tantas outras Obras de caráter social filantrópico que se espalham por esse Brasil. E, mais recentemente, as denominadas ongs, resultantes dos movimentos sociais que emergiram em plena ditadura militar , nos anos setenta, atuando na defesa dos direitos sociais das minorias , do meio ambiente , dos animais , etc.”
A partir desses levantamentos, cabe-nos perceber que nova é a maneira de se olhar e de se idealizar essas organizações como elementos de um setor em grande desenvolvimento e crescimento.
Segundo Costa (2005) existem três principais razões que explicam a emergência do terceiro setor.
A substituição gradativa e intencional das funções do Estado de Bem Estar Social pelo chamado Estado Mínimo, resultante da implantação também gradativa da política neoliberal, levando ao sucateamento das políticas sociais públicas. Embora o Estado de Bem Estar Social nunca tenha sido implantado efetiva e amplamente no Brasil, não podemos desconsiderar ações sociais de iniciativa pública , de importante presença no atendimento à questão social brasileira , reforçada, a partir de 1988, pela Constituição Federal seguida de diferentes leis orgânicas relacionadas ao atendimento a diferentes áreas e segmentos , que as promulgaram como dever do Estado e direito de cidadania ;
A legislação social trazida pela Constituição Federal de 1988 e decorrentes Leis Orgânicas que, garantidoras dos direitossociais e de cidadania, com ênfase na participação popular, implicou na necessidade do reordenamento técnico e administrativo das instituições estatais e da rede privada. Além disso, houve o surgimento cada vez mais atuante e participativo de grupos sociais organizados, buscando fazer valer os direitos e conquistas trazidas por essa legislação. 
O acirramento da questão social: profundas desigualdades sociais, pobreza acentuada, fome, aumento da violência, etc. 
Diante da situação política, social e econômica que vem se projetando ao longo das dos últimos anos décadas, as organizações e instituições que fazem parte do Terceiro Setor entre elas (assistência social, educação e saúde etc.) procuram atuar com qualidade social.
De acordo com Costa (2005) existem alguns requisitos fundamentais para os profissionais que desejam atuar em organizações do Terceiro Setor.
Ter um conhecimento básico sobre o que é o Terceiro Setor e as instituições que o compõem, bem como, mais especificamente, sobre a instituição onde irá desenvolver a sua ação: histórico, objetivos, missão, recursos, proposta de trabalho, dificuldades, possibilidades, limites, público alvo... 
Ter a visão da totalidade institucional, conhecendo o ambiente interno e externo da organização e, principalmente, o papel que pretende cumprir naquele determinado momento histórico e pelo qual deseja ser reconhecida! 
Conhecer a legislação atual que fundamenta a política de atuação junto ao segmento atendido pela instituição. Isso significa buscar nas leis pertinentes à ação institucional, respaldo legal para a um trabalho voltado para a garantia dos direitos da população atendida. A Constituição Federal de 1988; a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, a Lei Orgânica da Saúde, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, etc., são exemplos do aparato legal que podem contribuir para garantir à ação do técnico, do Serviço Social ou de outras áreas, uma ação mais contextualizada, interdisciplinar e abrangente; 
Ter a concepção clara de que população atendida pela instituição é constituída por sujeitos de direitos e não meros objetos da ação profissional; 
Saber atuar em equipe, pois essa participação pressupõe o trabalho conjunto de pessoas que discutem e analisam situações e fatos concernentes ao âmbito de atuação, tomando decisões de encaminhamento e executando-as. Traz a ideia do trabalho coletivo , cujos membros partilham de uma visão claramente definida sobre os objetivos a serem alcançados, tendo em vista a totalidade institucional e a ação interdisciplinar; 
Produzir respostas profissionais concretas e práticas para a problemática trabalhada pela instituição, a partir de uma postura reflexiva, crítica e construtiva. Exercer a práxis profissional com compromisso e responsabilidade, primando pela capacidade de denunciar situações que necessitam ser superadas, mas também anunciando as formas de fazê-lo. 
Em suma compreende-se que a ação do Assistente Social no terceiro setor, tem como objetivo buscar o atendimento integral e de qualidade social a todos os cidadãos, a garantia dos direitos básicos, a inclusão ao atendimento, tendo como foco implantar ações que busquem alcançar os objetivos recomendadas pelo programa estratégico institucional, para o qual o Assistente Social é primordial.
Conclusão
O presente artigo procurou com base em uma análise teórica e crítica buscar caminhos para identificar o Serviço Social e as suas possíveis áreas de atuação, para isso foi pesquisado os campos de atuação no primeiro, segundo e terceiro setor.
Ressalta-se que para compreender melhor os possíveis campos de atuação do Assistente social no mundo contemporâneo primeiramente é preciso se aprofundar em alguns dados importantes. Embora o Assistente Social tenha uma grande gama de áreas de atuação profissional, mais de 80% dos Assistentes Sociais trabalham em instituições de natureza pública. A trajetória do Serviço Social historicamente conhecido como uma profissão predominantemente feminina se mantém com aproximadamente 97% sendo mulheres e 3% homens. A partir destes dados procurou-se entender melhor os três setores.
O primeiro setor é público, ou seja, Governo Federal, Governo Estadual, Governo Municipal. O segundo setor é o privado, empresa LTDA S/A, empresas de capital aberto, capital fechado e capital misto. O terceiro setor, entidades ambientais, filantrópicas, associações de classe entre outros. Dentro deste cenário optou-se por se aprofundar mais no terceiro setor.
 Em suma o Serviço Social é uma área que historicamente passou por grandes mudanças, e essas mudanças estão refletidas na área de atuação do Assistente Social no mundo contemporâneo, com a Constituição Federal de 1988 e a criação da LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social), porém diante da ineficácia do Estado em gerir as Políticas Públicas, e dando segmento ao longo período do sistema neoliberal, que iniciou-se na década de 90 e traz consigo uma política econômica monetarista, trazendo o desmantelamento e a privatização das empresas estatais, onde o Estado tira de si a responsabilidade ante as políticas sociais, transferindo para a sociedade essa responsabilidade, minimizando ainda mais as classes menos favorecidas. É preciso se pensar seriamente na forma de agir do sistema neoliberal e de seus representantes que se perpetuam no poder e se alastram pelo Brasil, tentando dar uma nova roupagem a velhos problemas.
Segundo Martinelli, com o avanço no processo de globalização e com os ajustes feitos pelos governos neoliberais, foram jogados por terra os direitos conquistados e consagrados por nossa Carta Magna, em benefício do grande poder do capital internacional, e com a retirada desses direitos pelo Estado, surgiu o terceiro setor e para o Assistente Social abriu-se um leque imenso de atuação, embora ainda a grande parcela de profissionais se encontram em instituições públicas, existem sim vagas em outras esferas como a privada e o terceiro setor, é claro que é mais concorrido, no entanto essa concorrência maior faz com que o Assistente Social se prepare melhor. O Assistente Social que procura entrar neste mercado de trabalho mais concorrido busca no seu dia-a-dia um maior respaldo teórico-metodológico, crítico e reflexivo, tornando-se assim um profissional qualificado para enfrentar as dificuldades encontradas no seu cotidiano profissional. Não se pode negar que essa área de atuação é importante para o profissional da área de Serviço Social, porém ela traz o sabor áspero, de um nó na garganta, de uma insatisfação em ter que conviver com um retrocesso, onde a própria sociedade ainda carrega consigo a ideia de que o assistencialismo, a ajuda, o favor tão presentes ainda em nossa sociedade fazem parte da prática do Assistente Social.
Referências Bibliográficas 
ABREU. Marina Maciel. Serviço Social e a organização da cultura: perfis pedagógicos da prática profissional / Marina Maciel Abreu 4.ed-São Paulo: Cortez, 2011.
ASSISTENTES SOCIAIS DO BRASIL: elementos para o estudo do perfil profissional. Organizado pelo Conselho Federal de Serviço Social; colaboradores Rosa Prédes... [et al.].-- Brasília: CFESS, 2005. 
Disponível em: http://www.cfess.org.br/pdf/perfilas_edicaovirtual2006.pdf acesso em 06/10/2014 ás 08h00min.
CRESS. Conselho Regional de Serviço Social- Disponível em: http://www.cress-sp.org.br/ acesso em 04/10/2014 ás 13h00min. 
COSTA. Selma Frossard. O Serviço social e o terceiro setor. Londrina: Serviço social em Revista vol.7 nº 2 – semestral- jan/ jul de 2005. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c-v7n2.htm acesso em 07/10/2014 ás 12h22min. 
ESCORSIM. Silvana Maria. A filantropia no Brasil: entre a caridade e a política de assistência social. São Paulo: Revista acadêmica nº 86 –mensal – julho de 2008. Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/086/86escorsim.htm acesso em 03/10/2014 ás 10h00min.IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional- 3. ed. - São Paulo, Editora Cortez, 2000.
MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação-16 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
MONTAÑO, Carlos. A Natureza do Serviço Social: um ensaio sobre sua gênese, a “especificidade” e sua reprodução-2. ed.São Paulo: Cortez,2011.
PIANA, MC. A Construção do Perfil do Assistente Social no Cenário Educacional [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 233 p. Disponível em: http://books.scielo.org/id/vwc8g/pdf/piana-9788579830389-04.pdf acesso em 04/10/2014 ás 15h00min.
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