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Disciplina: Direito Constitucional 
Professor: Jonathas de Oliveira 
 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 2 de 14 
www.exponencialconcursos.com.br 
Sumário 
Conceitos de Constituição .................................................................... 2 
Conteúdo: normas materialmente constitucionais e formalmente 
constitucionais .................................................................................... 4 
Tipos de Constituição ........................................................................... 5 
Quanto à Origem.................................................................................. 5 
Quanto à Forma ................................................................................... 6 
Quanto à Extensão ............................................................................... 7 
Quanto ao Conteúdo ............................................................................ 7 
Quanto ao Modo de Elaboração ............................................................ 8 
Quanto à Alterabilidade ....................................................................... 8 
Quanto à Dogmática ............................................................................ 8 
Quanto à Correspondência com a Realidade (ontologia) ...................... 9 
Quanto ao Sistema ............................................................................... 9 
Quanto à Origem de sua decretação .................................................... 9 
Quanto à Finalidade ........................................................................... 10 
Resumo da Constituição Federal de 1988 .......................................... 10 
Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo ..................................... 12 
 
 
 Podemos identificar na doutrina três conceitos mais destacados de 
Constituição. São diferentes sentidos sob as quais tal termo pode ser 
compreendido. Com um ou outro ajuste, são os conceitos mais cobrados em 
concursos públicos. 
Conceitos de Constituição 
 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 3 de 14 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
Nos nossos estudos, prepondera a visão kelseniana de Constituição como 
norma jurídico-positiva. 
Desse modo, temos uma Constituição que funciona como fundamento jurídico 
das demais normas do ordenamento e que se escora na ideia lógica de que 
todo o sistema deve a ela observância. 
 
Refinando a ideia de força normativa da Constituição (e se afastando ainda 
mais de Lassale), Konrad Hesse desenvolveu a ideia que as questões 
constitucionais devem ser autônomas em relação às questões de poder. 
Isso não significa que a Constituição deva se afastar da realidade e 
historicidade de determinado Estado ignorando a realidade e as forças 
políticas, pelo contrário. 
Porém, quanto maior a vontade de realização dos conteúdos da Constituição 
(vontade de Constituição), quanto maior a vontade de que os valores 
constitucionais moldem e orientem os fatores de poder e não lhes sejam 
simplesmente subordinados, maior será sua capacidade de conservação e de 
efetivar sua própria realização, ou seja, sua força normativa. 
 
Político
Principal expoente: Carl Schimtt
Constituição é a decisão política fundamental (as 
normas que estruturam a base da sociedade). As demais 
normas, ainda que inscritas no mesmo documento, 
seriam somente leis constitucionais.
Teoria Decisionista - só é constitucional o que organiza o 
Estado ou limita o seu poder. 
Se preocupa com o conteúdo (conceito material das 
normas) e não com a forma.
Sociológico
Principal expoente: Ferdinand Lassale
Constituição é o somatório das forças sociais 
(fatores reais) que compoem o poder dentro da 
sociedade. 
Admite-se a existência de uma Constituição 
independente de um documento escrito. Inclusive, em 
último caso, o Estado pode ter duas Constituições, uma 
que é a folha de papel (pois não reflete as forças sociais 
que compõem o poder político) e outra que é a "real".
Jurídico
Principal expoente: Hans Kelsen
Constituição como norma logíco-jurídica: é a norma 
hipotética fundamental. É uma construção de natureza 
lógica.
Constituição como norma jurídico-positiva: é a norma 
que fundamenta a existência das demais e lhes serve de 
referência. É fruto de uma decisão racional humana.
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 4 de 14 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Karl Loewenstein é bastante conhecido por seus trabalhos relacionados aos 
tipos de Constituição, em especial no que concerne à classificação das 
constituições quanto à correspondência com a realidade social (critério 
ontológico). 
Já Peter Häberle sagrou-se no campo da hermenêutica (interpretação) 
constitucional. 
É dele a lição de “não existe norma jurídica, senão norma jurídica 
interpretada”. Nesse processo de interpretação deve haver necessariamente 
uma participação de todos aqueles alcançados pela norma. 
Disso deriva a ideia de superação de um modelo fechado de interpretação, a 
cargo de um grupo seleto de agentes e órgãos do Estado (como os 
magistrados) para o de uma sociedade aberta dos intérpretes da 
Constituição, na qual esta seria interpretada de forma pluralista e 
democrática. A rigidez constitucional pode assim dar lugar a um modelo mais 
permeável, tanto em seu processo de formação, como em seu 
desenvolvimento e mutações posteriores. 
 
 
 Ao abordamos o conceito de Constituição, quer sob o prisma formal, 
quer sob o ponto de vista material, podemos tirar as seguintes conclusões em 
relação às normas constitucionais. 
 
Desde já, considere-se uma afirmativa correta: o Brasil adota o critério 
formal na identificação da constitucionalidade de suas normas. 
NORMAS MATERIALMENTE
CONSTITUCIONAIS
• Fator distintivo: qual a qualidade do
conteúdo da norma?
• É materialmente constitucional a
norma que versa sobre aspecto
nuclear da sociedade em seu
modus operandi jurídico-positivo
(forma de Estado, forma de
governo, sistema de governo,
divisão de Poderes etc.).
• Tal critério admite a existência de
normas constitucionais fora do texto
constitucional.
NORMAS FORMALMENTE
CONSTITUCIONAIS
• Fator distintivo: qual procedimento
legislativo de introdução da norma
no ordenamento jurídico?
• É formalmente constitucional a
norma existente por simples
manifestação do poder constituinte
(originário, revisor ou reformador),
independentemente do seu teor.
• Tal critério admite como
constitucionais normas indiferentes
ao funcionamento estrutural da
sociedade (ex.: CF/88, art. 242,
§2º, que trata do Colégio Pedro II).
Conteúdo: normas materialmente constitucionais e formalmente 
constitucionais 
 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 5 de 14 
www.exponencialconcursos.com.br 
Por exemplo, se o texto constitucional tratar do preço dos automóveis (seja 
pelo texto original, seja por mudança oriunda de revisão ou reforma), então o 
preço dos automóveis será considerado matéria constitucional. 
Se resolver disciplinar regras para a soltura de balões de São João, então a 
soltura de balões de São João será matéria constitucional. 
 
 
Algumas vozes doutrinárias chamam a atenção para o fato de que com o 
advento da Emenda Constitucional nº 45 de 2004, seria adequado afirmar que 
o Brasil comporta um critério misto, em especial pelo o que dispõe o art. 5º, 
§3º da Constituição Federal, por ela inserido: 
Art. 5º [...] § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. 
 
Observe-se que o dispositivo condiciona a referida equivalência à matéria(tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos) e a seu 
modo de introdução no ordenamento jurídico (rito de aprovação idêntico 
ao das emendas constitucionais). 
Ou seja, é constitucional tanto pela forma quanto pelo conteúdo. 
De todo modo, a menos que a banca faça referência específica ao critério 
misto, considere-se como mais correto afirmar que o Brasil adota o critério 
formal! 
 
 
Antes de mais nada, cumpre destacar que não há tipologia mais ou menos 
acertada. 
As diferentes classificações dizem apenas com perspectivas a partir das quais 
a Constituição (para fins didáticos, entenda-se o termo aqui em seu sentido 
jurídico) é visualizada. 
Adotamos e adaptamos aqui a estrutura de apresentação proposta por Lenza 
(2012). 
 
 
 
Tipos de Constituição 
 
Quanto à Origem 
 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 6 de 14 
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Até o hoje o Brasil teve 8 Constituições Federais. 
“Ok professor, mas como eu vou lembrar qual foi outorgada e qual foi 
promulgada caso a banca pergunte?” 
 
Se você for contemplado com uma questão 
dessas, para lembrar qual vem primeiro pense 
no alfabeto. “O” vem antes do “P”, logo, a 
primeira é Outorgada. Lembre-se que ela é a 
de 1824 e que a próxima, de 1891, é 
promulgada. Na sequência use as dicas 
abaixo: 
- Outorgadas: A primeira é ano par e as 
demais ímpar 
- Promulgada: A primeira é ano ímpar e as 
demais são ano par 
 
 
 
 
 
Outorgadas
Instituídas unilateralmente pelo agente ou classe política 
dirigente num movimento de auto contenção/restrição. Não 
obtiveram legitimidade por parte do povo. 
Ex.: No Brasil, as de 1824, 1937 e 1967.
Promulgadas
Instituídas pela via democrática, resultantes de uma 
Assembleia Nacional Constituinte eleita e, portanto, 
legitimada por parte do povo.
Ex.: No Brasil, as de 1891, 1934, 1946 e 1988.
Cesaristas
Semelhantes às outorgadas. No entanto, 
referendadas/ratificadas (ação a posteriori) pelo povo. 
Também chamadas de bonapartistas. 
Pactuadas
Se originam do compromisso (instável) de duas forças 
políticas rivais ou antagônicas. Surgem como tentativa 
institucional de equilibrar essa relação. 
CF brasileiras 
1824 ----------> Outorgada 
1891 ----------> Promulgada 
1934 ----------> Promulgada 
1937 ----------> Outorgada 
1946 ----------> Promulgada 
1967 ----------> Outorgada 
1969 ----------> Outorgada 
1988 ----------> Promulgada 
Quanto à Forma 
 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 7 de 14 
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Escritas
Materializadas num documento escrito e único. 
Ex.: No Brasil, a de 1988.
Não escritas 
(costumeiras)
Materializadas em textos legais diversos e 
esparsos, além de se fazerem presentes por meio 
das convenções sociais, costumes, 
jurisprudência etc. 
Ex.: A Constituição da Inglaterra.
Sintéticas
(concisas, sumárias, 
sucintas)
Consubstanciam princípios fundamentais e 
estruturais do Estado, pouco ou nada versando
sobre pormenores. Tendem a ser mais duradouras e 
estáveis. Ex.: A Constituição norte-america e a brasileira 
de 1981.
Analíticas
(amplas, extensas, 
volumosas)
Consubstanciam, além de elementos estruturantes, 
diversas minúcias de índole não essencial ao 
funcionamento e à organização do Estado. Ex.: No 
Brasil, a de 1988 (vide art. 242, §2º).
Materialmente 
constitucionais
Textos legais que contém as normas essenciais ao 
funcionamento e à organização do Estado. O elemento 
distintivo é o conteúdo normativo e não necessariamente a 
existência de uma Constituição escrita ou outros fatores de 
natureza formal. Ex.: No Brasil, a de 1824.
Formalmente 
constitucionais
Elemento distintivo é o processo de formação da norma 
e sua inserção no mundo jurídico por um órgão 
constituinte (originário ou derivado), independentemente 
de seu teor. Ex.: No Brasil, a de 1988.
Quanto à Extensão 
 
Quanto ao Conteúdo 
 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 8 de 14 
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Dogmáticas
Constituições escritas que são elaboradas racional e 
sistematicamente por um órgão constituinte, a partir de 
ideologias e dogmas previamente concebidos. Ex.: No 
Brasil, a de 1988.
Históricas
Constituições (escritas ou não) elaboradas gradativamente 
como reflexo imediato das características peculiares do 
povo do Estado e sua dinâmica ao longo do tempo. Ex.: A 
Constituição da Inglaterra
Imutáveis 
(permanentes)
Pretensamente eternas. Desconsideram a evolução da 
sociedade a qual pretendem normatizar.
Super rígidas
Parcialmente imodificáveis pelo poder constituinte derivado. 
O que as caracteriza é a existência de um núcleo de 
matérias impossível de ser modificado (suprimido). 
Ex.: Para alguns autores, no Brasil, a de 1988 (vide as 
cláusulas pétreas).
Rígidas
Processo de modificação requer um rito legislativo 
mais solene e moroso. Ex.: No Brasil, a de 1988 (vide 
processo legislativo – art. 60 – de emenda à Carta Magna).
Semi rígidas
Suas normas podem ser alteradas, em parte pelo processo 
legislativo comum e em parte, por processo especial, de 
emendamento à Constituição.
Flexíveis 
(plásticas)
Processo de modificação se assemelha àquele das leis 
infraconstitucionais (notadamente, medidas provisórias, 
leis ordinárias, leis complementares e leis delegadas).
Ortodoxas
Constituições formadas por basicamente uma única corrente 
ideológica. Ex.: A Constituição soviética de 1977
Ecléticas
Constituições formadas por diversas correntes ideológicas. 
Ex.: A brasileira de 1988.
Quanto ao Modo de Elaboração 
 
Quanto à Alterabilidade 
 
Quanto à Dogmática 
 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 9 de 14 
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Normativas 
Constituições que, de fato, disciplinam o agir do Estado e 
estabelecem em seu sistema estrutural elevada 
correspondência com a realidade social e política. Ex.: A 
brasileira de 1988 é (ou para alguns autores, ‘pretende ser’) 
normativa. 
Nominalistas
Constituições que tentam estabelecer critérios limitadores 
ao poder político, porém não logram êxito. Estabelecem 
em seu sistema estrutural média correspondência com a 
realidade social e política.
Semânticas
Constituições que apenas visam a legitimar as ações dos 
agentes ou classes políticas dominantes. Estabelecem 
em seu sistema estrutural baixa correspondência com a 
realidade social e política.
Principiológicas
Constituições em que predominam princípios. Ex.: 
A brasileira de 1988.
Preceituais Constituições em que predominam regras.
Heterônomas
Constituições decretadas por outro Estado ou 
organismo internacional. Ex.: A Constituição 
japonesa de 1946.
Autônomas
Constituições decretadas pelo próprio Estado que 
por ela será regido. Ex.: Todas as Constituições 
brasileiras.
Quanto à Correspondência com a Realidade (ontologia) 
 
Quanto ao Sistema 
 
Quanto à Origem de sua decretação 
 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 10 de 14 
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TIPOLOGIA CF/88 
Origem Promulgada 
Forma Escrita 
Extensão Analítica 
Conteúdo Formalmente constitucional 
Modo de elaboração Dogmática 
Alterabilidade Super rígida / Rígida 
Dogmática Eclética 
Correspondência com a 
realidade (ontologia) 
Pretende ser normativa 
Sistema Principiológica 
Origem de sua decretação Autônoma 
Finalidade Dirigente 
 
 
 
 
 (FGV / Advogado da AL – RO / 2018) O grupo que tomou 
o poder, após um golpe de estado, constituiu uma comissão de notáveis para 
elaborar um projeto de Constituição, o qual foi submetido à apreciaçãopopular, tendo a população liberdade para escolher entre as opções sim e não. 
Garantia 
(liberais ou 
negativas)
Constituições que visam a garantir a proteção dos 
direitos civis e políticos dos cidadãos em face à 
potencial arbitrariedade do Estado, numa típica 
atuação negativa deste. Marcam a passagem de um 
Estado autoritário para um Estado de Direito.
Balanço
Constituições que consubstanciam princípios socialistas. 
Marcam a passagem de um Estado de Direito para um 
Estado Democrático de Direito.
Dirigentes 
(sociais ou 
positivas)
Constituições que estabelecem uma diretiva ou projeto 
de Estado, numa típica atuação positiva deste.
Quanto à Finalidade 
 
Resumo da Constituição Federal de 1988 
 
MNEMÔNICO (PRAFED - principais características) 
P = Promulgada R = [super]Rígida A = Analítica 
F = Formal E = Escrita D = Dogmática 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
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Com a aprovação popular, a nova Constituição entrou em vigor com a edição 
de decreto da junta de governo. Para facilitar a atualização do texto 
constitucional, foi previsto que parte de suas normas poderia ser alterada com 
observância do processo legislativo regular, enquanto a alteração das normas 
restantes exigiria um processo legislativo qualificado. A Constituição, além 
disso, buscou encampar distintas concepções ideológicas, como a livre 
iniciativa e a função social da propriedade. A Constituição acima descrita pode 
ser classificada como: 
a) revolucionária, semirrígida e ideologicamente neutra. 
b) cesarista, semirrígida e compromissória. 
c) promulgada, formal e compromissória. 
d) liberal-social, outorgada e dirigente. 
e) cesarista, flexível e dirigente. 
Resolução: Alternativa B. 
Quanto à origem, a Constituição em apreço é cesarista, posto que, muito 
embora não tenha sido criada pela via democrática, mas sim por um grupo 
político dominante, foi posteriormente referendada/ratificada pelo povo. 
Quanto à rigidez, apenas parte de seu conteúdo requer emendamento pela via 
legislativa qualificada (com aquiescência de maior número de parlamentares), 
podendo haver modificações inclusive da mesma forma observada para outros 
diplomas legais comuns, razão pela qual ela é bastante mitigada. 
Por fim, ela também é tida como compromissória (ou eclética), uma vez que 
fundada em diferentes espectros ideológicos, assegurando assim certa 
pluralidade de princípios e concepções no ordenamento jurídico. 
 (CESPE / Delegado de Polícia Civil da PC – MA / 2018) 
De acordo com a doutrina majoritária, quanto à origem, as Constituições 
podem ser classificadas como: 
a) promulgadas, que são ditas democráticas por se originarem da participação 
popular por meio do voto e da elaboração de normas constitucionais. 
b) outorgadas, que surgem da tradição, dos usos e costumes, da religião ou 
das relações políticas e econômicas. 
c) cesaristas, que são as derivadas de uma concessão do governante, ou seja, 
daquele que tem a titularidade do poder constituinte originário. 
d) pactuadas, que são formadas por dois mecanismos distintos de 
participação popular, o plebiscito e o referendo, ambos com o objetivo de 
legitimar a presença do detentor do poder. 
e) históricas, que surgem do pacto entre o soberano e a organização nacional 
e englobam muitas das Constituições monárquicas. 
Direito Constitucional - Teoria 
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Resolução: Alternativa A. As Constituições promulgadas são aquelas 
instituídas pela via democrática, resultantes de uma Assembleia Nacional 
Constituinte eleita e, portanto, legitimada pelo povo para elaborar as normas 
constitucionais. 
 Vejamos os erros. 
A alternativa “B” erra, pois, as Constituições outorgadas, também conhecidas 
como ditatoriais e autocráticas, surgem unilateralmente por iniciativa do 
agente ou classe política dominante, sem qualquer legitimação por parte do 
povo, seja a priori, seja a posteriori. 
Já a “C” erra uma vez que as cesaristas também surgem unilateralmente por 
iniciativa do agente ou classe política dominante, sendo, no entanto, 
referendadas/ratificadas pelo povo, este sim titular do poder constituinte 
originário. 
A “D”, por seu turno, traz um conceito errado de Constituição pactuada. Esta é 
aquela originária do compromisso (instável) de duas forças políticas rivais ou 
antagônicas. Exemplos são as Constituições europeias que surgiram na 
transição histórica marcada pela ascensão da classe burguesa e declínio das 
monarquias absolutistas. 
 Por fim, a “E” erra duplamente. Primeiramente, as Constituições não são 
classificadas como históricas quanto à origem, mas sim quanto ao seu modo 
de elaboração. Em segundo lugar, o conceito em si está descrito 
erroneamente. Constituições históricas são aquelas (escritas ou não) 
elaboradas gradativamente como reflexo imediato das características 
peculiares do povo e sua dinâmica ao longo do tempo em determinado Estado. 
 
 
 Para Canotilho (1993), o Constitucionalismo pode ser definido como 
uma ideologia/corrente na qual o governo é limitado, limitação essa baseada 
em um sistema de leis, de forma a promover garantia de determinados 
direitos e garantias fundamentais. 
 É importante aqui lembrar, que a dinâmica democrática dos governos 
atuais (principalmente no Ocidente) é relativamente recente na nossa história. 
Particularmente antes do advento do iluminismo, a maior parte dos Estados 
nacionais e, claro, de suas colônias, era governada por monarquias 
absolutistas. 
 Todavia, a partir da independência dos Estados Unidos da América 
e a promulgação de sua Constituição em 1787 e da Revolução Francesa 
em 1789, consolida-se a visão de que o poder dos governos deve ser limitado 
a fim de evitar sua arbitrariedade. 
Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo 
 
Direito Constitucional - Teoria 
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 Não que antes do século XVIII já não houvesse mecanismos legais de 
controle dos governos com o intuito de resguardar os direitos individuais. 
 Todavia, é a partir das revoluções burguesas e com o avanço do 
liberalismo político e econômico que teremos a consolidação do 
Constitucionalismo contemporâneo, fundado nas escolas positivista, e, 
posteriormente, normativista do Direito. 
 
 São características centrais desse constitucionalismo: a separação de 
Poderes, o princípio da legalidade1 e a consolidação dos primeiros 
direitos e garantias individuais. 
 
E o que é o Neoconstitucionalismo? 
 
O Neoconstitucionalismo, também conhecido como Constitucionalismo pós-
moderno ou pós-positivismo, nasce no século XXI a partir de diversas 
sistematizações doutrinárias. 
 Aqui, o objetivo maior não é de simplesmente limitar o poder do Estado, 
mas sim conferir eficácia e efetividade ao texto constitucional, de forma que 
os direitos e garantias fundamentais nele consagrados possam, de fato, 
produzir efeitos na relação Estado x particular e na relação particular x 
particular, conduzindo a uma sociedade mais justa e fraterna. 
 Assim, a Constituição assume papel central na vida em sociedade 
e nos afastamos de uma visão eminentemente formal do Direito. 
 Se o positivismo e o normativismo produzem uma leitura meramente 
legalista do Direito (“Direito é o que está na lei”), o pós-positivismo busca 
promover uma nova leitura moral do Direito. 
 
 O contexto histórico de avanço do Neoconstitucionalismo é o período 
pós Segunda Guerra Mundial. 
Os regimes totalitários que deflagraram o conflito e conduziram alguns dos 
maiores horrores da histórica da humanidade de forma alguma estavam 
desamparados de base legal em seus ordenamentos jurídicos pátrios. 
Assim, no pós-guerra, restou evidenteque não bastava um sistema jurídico 
fundado na lei se esta se encontra dissociada do ideal de Justiça e não atendia 
ao fim último de propiciar dignidade à existência humana. 
 
1 Para os particulares, implica em que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Já para os agentes do Estado, significa 
que estes somente podem agir se houver permissão legal e na forma que ela 
prescrever. 
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Desta forma, no Neoconstitucionalismo, passou-se da supremacia da lei à 
supremacia da Constituição, com ênfase na força normativa do texto 
constitucional e na concretização das normas nela expressas. 
 
 Para Lenza (2012), são pontos marcantes do neoconstitucionalismo: 
 
 
No neoconstitucionalismo, os vetores constitucionais baseados no primado da 
dignidade humana e em seus direitos e garantias fundamentais espraia-se 
para as relações individuais. Assim, são promovidas alterações tanto nas 
relações de direito público quanto naquelas reguladas pelo direito privado. 
 O Neoconstitucionalismo não ignora o Direito posto, porém, inova ao 
abrir novas perspectivas a sua aplicação. 
 
C
O
N
S
T
IT
U
IÇ
Ã
O
É o centro do sistema
É norma jurídica dotada de imperatividade e 
superioridade
Sua carga valorativa é a dignidade da pessoa humana e 
seus direitos fundamentais
Tem eficácia irradiante em relação aos Poderes do Estado 
e diante dos particulares
Deve efetivamente concretizar os valores nela presentes
Deve promover a garantia de condições existenciais 
dignas
Disciplina: Direito Constitucional 
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1- (CESPE / Analista Judiciário do STF / Área 
Judiciária / 2008) Acerca da teoria geral da constituição e do Poder 
Constituinte, julgue o item seguinte. 
Considere a seguinte definição, elaborada por Kelsen e reproduzida, com 
adaptações, de José Afonso da Silva (Curso de Direito Constitucional Positivo. 
São Paulo: Atlas, p. 41...). 
A constituição é considerada norma pura. A palavra constituição tem dois 
sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, 
constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de 
fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico-positiva, 
que equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a 
criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. 
É correto afirmar que essa definição denota um conceito de constituição no seu 
sentido jurídico. 
Resolução: Correto. Vamos rever: 
 
 
2- (CESPE / Analista Judiciário do TRT da 7ª Região 
/ 2017 / Adaptada) No que se refere à CF, julgue o item a seguir. 
Na concepção sociológica, constituição consiste no somatório dos fatores reais 
de poder em uma sociedade, sendo consideradas sinônimas a constituição real 
e efetiva e a constituição jurídica. 
Resolução: Errado. De fato, na concepção sociológica de Ferdinand Lassale, a 
Constituição é o somatório das forças sociais (fatores reais) que compõem o 
poder dentro da sociedade. 
Nesse sentido, admite-se a existência de uma Constituição independente 
de um documento escrito. Inclusive, em último caso, o Estado pode ter duas 
Constituições, uma que é a folha de papel e outra que é a "real". 
Tal conceito, no entanto, não se confunde com o conceito jurídico de 
Constituição, cujo principal expoente foi Hans Kelsen. 
Jurídico
Principal expoente: Hans Kelsen
Constituição como norma logíco-jurídica: é a norma 
hipotética fundamental.
Constituição como norma jurídico-positiva: é a norma 
que fundamenta a existência das demais e lhes serve de 
referência.
Questões Comentadas 
 
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3- (CESPE / Delegado de Polícia Civil da PC – MA / 
2018) De acordo com a doutrina majoritária, quanto à origem, as Constituições 
podem ser classificadas como: 
a) promulgadas, que são ditas democráticas por se originarem da participação 
popular por meio do voto e da elaboração de normas constitucionais. 
b) outorgadas, que surgem da tradição, dos usos e costumes, da religião ou 
das relações políticas e econômicas. 
c) cesaristas, que são as derivadas de uma concessão do governante, ou seja, 
daquele que tem a titularidade do poder constituinte originário. 
d) pactuadas, que são formadas por dois mecanismos distintos de participação 
popular, o plebiscito e o referendo, ambos com o objetivo de legitimar a 
presença do detentor do poder. 
e) históricas, que surgem do pacto entre o soberano e a organização nacional 
e englobam muitas das Constituições monárquicas. 
Resolução: Alternativa A. As Constituições promulgadas são aquelas 
instituídas pela via democrática, resultantes de uma Assembleia Nacional 
Constituinte eleita e, portanto, legitimada pelo povo para elaborar as normas 
constitucionais. 
 Vejamos os erros. 
A alternativa “B” erra, pois, as Constituições outorgadas, também 
conhecidas como ditatoriais e autocráticas, surgem unilateralmente por 
iniciativa do agente ou classe política dominante, sem qualquer legitimação por 
parte do povo, seja a priori, seja a posteriori. 
Já a “C” erra uma vez que as cesaristas também surgem unilateralmente 
por iniciativa do agente ou classe política dominante, sendo, no entanto, 
referendadas/ratificadas pelo povo, este sim titular do poder constituinte 
originário. 
A “D”, por seu turno, traz um conceito errado de Constituição pactuada. 
Esta é aquela originária do compromisso (instável) de duas forças políticas rivais 
ou antagônicas. Exemplos são as Constituições europeias que surgiram na 
transição histórica marcada pela ascensão da classe burguesa e declínio das 
monarquias absolutistas. 
 Por fim, a “E” erra duplamente. Primeiramente, as Constituições não são 
classificadas como históricas quanto à origem, mas sim quanto ao seu modo de 
elaboração. Em segundo lugar, o conceito em si está descrito erroneamente. 
Constituições históricas são aquelas (escritas ou não) elaboradas 
gradativamente como reflexo imediato das características peculiares do povo e 
sua dinâmica ao longo do tempo em determinado Estado. 
 
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4- (CESPE / Cargos de Nível Superior – STM / 2018) 
Julgue o item seguinte, relativo à classificação das Constituições e à organização 
político-administrativa. 
O fato de o texto constitucional ter sido alterado quase cem vezes em razão de 
emendas constitucionais não é suficiente para classificar a vigente Constituição 
Federal brasileira como flexível. 
Resolução: Correto. A rigidez constitucional decorre do fato que o processo de 
alteração constitucional da nossa Carta Maior é mais complexo, “endurecido”, 
“difícil” que o das demais normas do nosso ordenamento, bem como de outras 
Constituições. Assim, pouco interessa nessa classificação se o texto 
constitucional já foi alterado quase cem vezes, uma vez que em todas elas o 
rito rígido delineado pelo constituinte originário, com limitações formais, 
materiais e circunstânciais, teve que ser observado. 
 
5- (CESPE / Analisa Judiciário do TRE – RS / 2015) 
Acerca da classificação das constituições, assinale a opção correta. 
a) O constitucionalismo moderno do final do século XVIII consagrava a 
constituição não escrita como forma mais legítima de regulação da sociedade, 
dada sua sólida base consuetudinária. 
b) As constituições não escritas se assentam essencialmente em costumes e 
pressupõem a inexistência de normas constitucionais em documentos escritos, 
sejam consolidados, sejam esparsos. 
c) Constituições semirrígidas ou semiflexíveis são aquelas que são parte 
imutáveis e parte suscetíveisde alteração por processo legislativo mais 
dificultoso que o ordinário. 
d) As constituições-garantia ou estatutárias contrapõem-se às programáticas 
ou dirigentes por concentrarem suas disposições na estrutura do poder, sem 
enveredar por objetivos socioeconômicos e culturais. 
e) A forma escrita ou não escrita de uma constituição é critério de classificação 
que não se associa a maior ou menor normatividade e segurança jurídica das 
disposições constitucionais. 
Resolução: Alternativa D. As Constituições garantia cuidam apenas de 
aspectos mais estruturantes do Estado e do seu funcionamento, não adentrando 
seus objetivos no campo socioeconômico, cultural e como isso será 
operacionalizado. 
 As demais erram em pontos precisos: 
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a) O constitucionalismo moderno do final do século XVIII consagrava a 
constituição não escrita como forma mais legítima de regulação da sociedade, 
dada sua sólida base consuetudinária. 
b) As constituições não escritas se assentam essencialmente em costumes e 
pressupõem a inexistência de admitem normas constitucionais em documentos 
escritos, sejam consolidados, sejam esparsos. 
c) Constituições semirrígidas ou semiflexíveis são aquelas que são parte 
imutáveis e parte suscetíveis de alteração por processo legislativo mais 
dificultoso que o ordinário. 
e) A forma escrita ou não escrita de uma constituição é critério de classificação 
que não se associa a maior ou menor normatividade e segurança jurídica das 
disposições constitucionais. As Constituições escritas têm efeito racionalizador, 
estabilizante, ampliam a segurança jurídica, a calculabilidade e a publicidade 
das normas. 
 
6- (CESPE / FUB - Conhecimentos Básicos / 2018 / 
Adaptada) Julgue o item a seguir. 
Constituição é a lei maior do ordenamento jurídico de um país e os seus 
dispositivos, por servirem de fundamento para o conteúdo das normas 
infraconstitucionais, devem ser imutáveis. 
Resolução: Errado. A imutabilidade não é pré-requisito para a existência de 
uma Constituição. Pelo contrário. Constituições excessivamente rígidas podem 
se tornar obsoletas, dissociando-se da realidade social que pretendem regular, 
gerando assim um limbo normativo que pode nutrir convulsões sociais bem 
como outros problemas de ordem estrutural. 
 
7- (CESPE / FUB - Conhecimentos Básicos / 2018 / 
Adaptada) Julgue o item a seguir. 
Por conter, de forma sucinta, normas que tratam dos mais diversos temas de 
interesse da sociedade, a Constituição Federal de 1988 é classificada como 
sintética. 
Resolução: Errado. Nossa Constituição Federal atual é classificada como 
analítica (ou extensa), justamente porque, além de tratar de temas 
estruturantes próprios de uma Constituição, se envereda por outros diversos 
tópicos, regulamentando de forma ampla matérias que poderiam ser 
disciplinadas por diplomas normativos inferiores (como as leis). 
 
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8- (CESPE / Analista – INCA / 2010) Julgue o item 
abaixo. 
Para Carl Schmitt, a constituição de um Estado deveria ser a soma dos fatores 
reais de poder que regem a sociedade. Caso isso não ocorra, ele a considera 
como ilegítima, uma simples folha de papel. 
Resolução: Errado. Carl Schmitt foi o principal expoente do sentido de político 
de Constituição, marcado pela distinção entre Constituição e lei constitucional 
 Já a Constituição como a soma dos fatores reais de poder que regem a 
sociedade é conceito de Ferdinand Lassalle, consagrado na obra “A essência da 
Constituição”. 
 Segundo essa visão, em última análise as questões constitucionais são 
questões de poder (e não de direito propriamente dito). Portanto, os fatores 
reais de poder que regem a sociedade podem prevalecer sobre o que está escrito 
no texto constitucional. 
 
9- (CESPE / Técnico do MPU / Área de Administração 
/ 2013) No que se refere à CF, julgue o item a seguir. 
Todas as normas presentes na CF, independentemente de seu conteúdo, 
possuem supremacia em relação à lei ordinária, por serem formalmente 
constitucionais. 
Resolução: Correto. Conciliando o conceito de supremacia da Constituição 
(relembrem a pirâmide de Kelsen) e, sabendo que no Brasil se adota o critério 
formal de Constituição, temos que, qualquer norma (regra ou princípio) 
constitucional será hierarquicamente superior à legislação 
infraconstitucional (leis ordinárias, complementares, decretos, resoluções 
etc.). 
 
10- (CESPE / Analista da FUNPRESP – JUD / 2016) 
Julgue o item subsequente, referente ao conceito e classificação da Constituição 
e à aplicabilidade das normas dispostas na Constituição Federal de 1988 (CF). 
Quanto à forma e à origem, a CF é classificada em escrita e promulgada; quanto 
ao modo de elaboração, é classificada como histórica. 
Resolução: Errado. 
 De fato, quanto à forma, nossa Constituição Federal é classificada como 
escrita, e, quanto à origem, como promulgada. 
 Porém, quanto ao modo de elaboração, nossa CF/88 é tida como 
dogmática, vale dizer, foi elaborada racional e sistematicamente por um órgão 
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constituinte (Assembleia Constituinte), e não de forma gradativa, num processo 
de construção histórico. 
 
11- (CESPE / Juiz Federal TRF da 1ª Região / 2009) 
Assinale a opção correta acerca do conceito, da classificação e dos elementos 
da constituição. 
a) Segundo a doutrina, os elementos orgânicos da constituição são aqueles que 
limitam a ação dos poderes estatais, estabelecem as balizas do estado de direito 
e consubstanciam o rol dos direitos fundamentais. 
b) No sentido sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois 
refletiria a decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto 
à estrutura e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação 
democrática, enquanto leis constitucionais seriam todos os demais preceitos 
inseridos no documento, destituídos de decisão política fundamental. 
c) Na acepção formal, terá natureza constitucional a norma que tenha sido 
introduzida na lei maior por meio de procedimento mais dificultoso do que o 
estabelecido para as normas infraconstitucionais, desde que seu conteúdo se 
refira a regras estruturais do Estado e seus fundamentos. 
d) Considerando o conteúdo ideológico das constituições, a vigente Constituição 
brasileira é classificada como liberal ou negativa. 
e) Quanto à correspondência com a realidade, ou critério ontológico, o processo 
de poder, nas constituições normativas, encontra-se de tal modo disciplinado 
que as relações políticas e os agentes do poder se subordinam às determinações 
de seu conteúdo e do seu controle procedimental. 
Resolução: Alternativa E. Questão interessante por revisar diversos pontos 
trabalhados até aqui. 
 O erro do item “A” é que tais elementos são limitativos e não orgânicos, 
conforme sintetiza a lição de José Afonso da Silva. Já o item “B”, descreve o que 
seria o conceito político de Constituição (vide Carl Schmitt) e não o sociológico 
(vide Ferdinand Lassale). 
 O item “C” inicia acertadamente, porém erra ao condicionar à acepção 
formal ao conteúdo das normas. Nessa tipologia (formal), não interessa o 
elemento material do texto normativo. 
 Por fim, a atual CF/88 é tida como dirigente (sinônimos: social ou 
positiva), uma vez que exprime uma atuação de cunho intervencionista do 
Estado nas relações sociais, de modo a assegurar a premência dos direitos e 
garantias individuais e coletivos, sociais etc. 
 
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12- (CESPE / Técnico Judiciário do TRE – PE / 2017) 
Além de ser uma Constituição escrita,a CF é classificada como: 
a) promulgada, flexível, dirigente e histórica. 
b) outorgada, rígida, garantia e dogmática. 
c) promulgada, flexível, dirigente e histórica. 
d) promulgada, rígida, dirigente e dogmática. 
e) outorgada, rígida, dirigente e histórica. 
Resolução: Alternativa D. Vide nosso resumo. 
TIPOLOGIA CF/88 
Origem Promulgada 
Forma Escrita 
Extensão Analítica 
Conteúdo Formalmente constitucional 
Modo de elaboração Dogmática 
Alterabilidade Super rígida / Rígida 
Dogmática Eclética 
Correspondência com a 
realidade (ontologia) 
Pretende ser normativa 
Sistema Principiológica 
Origem de sua decretação Autônoma 
Finalidade Dirigente 
 
13- (CESPE / Advogado da União – AGU / 2015) Com 
relação a constitucionalismo, classificação e histórico das Constituições 
brasileiras, julgue o item que se segue. 
No neoconstitucionalismo, passou-se da supremacia da lei à supremacia da 
Constituição, com ênfase na força normativa do texto constitucional e na 
concretização das normas constitucionais. 
Resolução: Correto. Como discorremos previamente, no 
neoconstitucionalismo, a Constituição passou a assumir papel central na vida 
em sociedade se afastando de uma visão meramente formal do Direito. 
No neoconstitucionalismo, passou-se da supremacia das leis 
infraconstitucionais (especialmente dos “Códigos”), que antes tinham maior 
destaque, à supremacia da própria Constituição. 
 
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1- (CESPE / Analista Judiciário do STF / Área 
Judiciária / 2008) Acerca da teoria geral da constituição e do Poder 
Constituinte, julgue o item seguinte. 
Considere a seguinte definição, elaborada por Kelsen e reproduzida, com 
adaptações, de José Afonso da Silva (Curso de Direito Constitucional Positivo. 
São Paulo: Atlas, p. 41...). 
A constituição é considerada norma pura. A palavra constituição tem dois 
sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, 
constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de 
fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico-positiva, 
que equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a 
criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. 
É correto afirmar que essa definição denota um conceito de constituição no seu 
sentido jurídico. 
 
2- (CESPE / Analista Judiciário do TRT da 7ª Região 
/ 2017 / Adaptada) No que se refere à CF, julgue o item a seguir. 
Na concepção sociológica, constituição consiste no somatório dos fatores reais 
de poder em uma sociedade, sendo consideradas sinônimas a constituição real 
e efetiva e a constituição jurídica. 
 
3- (CESPE / Delegado de Polícia Civil da PC – MA / 
2018) De acordo com a doutrina majoritária, quanto à origem, as Constituições 
podem ser classificadas como: 
a) promulgadas, que são ditas democráticas por se originarem da participação 
popular por meio do voto e da elaboração de normas constitucionais. 
b) outorgadas, que surgem da tradição, dos usos e costumes, da religião ou 
das relações políticas e econômicas. 
c) cesaristas, que são as derivadas de uma concessão do governante, ou seja, 
daquele que tem a titularidade do poder constituinte originário. 
d) pactuadas, que são formadas por dois mecanismos distintos de participação 
popular, o plebiscito e o referendo, ambos com o objetivo de legitimar a 
presença do detentor do poder. 
Lista de Exercícios 
 
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e) históricas, que surgem do pacto entre o soberano e a organização nacional 
e englobam muitas das Constituições monárquicas. 
 
4- (CESPE / Cargos de Nível Superior – STM / 2018) 
Julgue o item seguinte, relativo à classificação das Constituições e à organização 
político-administrativa. 
O fato de o texto constitucional ter sido alterado quase cem vezes em razão de 
emendas constitucionais não é suficiente para classificar a vigente Constituição 
Federal brasileira como flexível. 
 
5- (CESPE / Analisa Judiciário do TRE – RS / 2015) 
Acerca da classificação das constituições, assinale a opção correta. 
a) O constitucionalismo moderno do final do século XVIII consagrava a 
constituição não escrita como forma mais legítima de regulação da sociedade, 
dada sua sólida base consuetudinária. 
b) As constituições não escritas se assentam essencialmente em costumes e 
pressupõem a inexistência de normas constitucionais em documentos escritos, 
sejam consolidados, sejam esparsos. 
c) Constituições semirrígidas ou semiflexíveis são aquelas que são parte 
imutáveis e parte suscetíveis de alteração por processo legislativo mais 
dificultoso que o ordinário. 
d) As constituições-garantia ou estatutárias contrapõem-se às programáticas 
ou dirigentes por concentrarem suas disposições na estrutura do poder, sem 
enveredar por objetivos socioeconômicos e culturais. 
e) A forma escrita ou não escrita de uma constituição é critério de classificação 
que não se associa a maior ou menor normatividade e segurança jurídica das 
disposições constitucionais. 
 
6- (CESPE / FUB - Conhecimentos Básicos / 2018 / 
Adaptada) Julgue o item a seguir. 
Constituição é a lei maior do ordenamento jurídico de um país e os seus 
dispositivos, por servirem de fundamento para o conteúdo das normas 
infraconstitucionais, devem ser imutáveis. 
 
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7- (CESPE / FUB - Conhecimentos Básicos / 2018 / 
Adaptada) Julgue o item a seguir. 
Por conter, de forma sucinta, normas que tratam dos mais diversos temas de 
interesse da sociedade, a Constituição Federal de 1988 é classificada como 
sintética. 
 
8- (CESPE / Analista – INCA / 2010) Julgue o item 
abaixo. 
Para Carl Schmitt, a constituição de um Estado deveria ser a soma dos fatores 
reais de poder que regem a sociedade. Caso isso não ocorra, ele a considera 
como ilegítima, uma simples folha de papel. 
9- (CESPE / Técnico do MPU / Área de Administração 
/ 2013) No que se refere à CF, julgue o item a seguir. 
Todas as normas presentes na CF, independentemente de seu conteúdo, 
possuem supremacia em relação à lei ordinária, por serem formalmente 
constitucionais. 
 
10- (CESPE / Analista da FUNPRESP – JUD / 2016) 
Julgue o item subsequente, referente ao conceito e classificação da Constituição 
e à aplicabilidade das normas dispostas na Constituição Federal de 1988 (CF). 
Quanto à forma e à origem, a CF é classificada em escrita e promulgada; quanto 
ao modo de elaboração, é classificada como histórica. 
 
11- (CESPE / Juiz Federal TRF da 1ª Região / 2009) 
Assinale a opção correta acerca do conceito, da classificação e dos elementos 
da constituição. 
a) Segundo a doutrina, os elementos orgânicos da constituição são aqueles que 
limitam a ação dos poderes estatais, estabelecem as balizas do estado de direito 
e consubstanciam o rol dos direitos fundamentais. 
b) No sentido sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois 
refletiria a decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto 
à estrutura e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação 
democrática, enquanto leis constitucionais seriam todos os demais preceitos 
inseridos no documento, destituídos de decisão política fundamental. 
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c) Na acepção formal, terá natureza constitucional a norma que tenha sido 
introduzida na lei maior por meio de procedimento mais dificultoso do que o 
estabelecido para as normas infraconstitucionais, desde que seu conteúdo se 
refira a regras estruturais do Estado e seus fundamentos. 
d) Considerando o conteúdo ideológico dasconstituições, a vigente Constituição 
brasileira é classificada como liberal ou negativa. 
e) Quanto à correspondência com a realidade, ou critério ontológico, o processo 
de poder, nas constituições normativas, encontra-se de tal modo disciplinado 
que as relações políticas e os agentes do poder se subordinam às determinações 
de seu conteúdo e do seu controle procedimental. 
 
12- (CESPE / Técnico Judiciário do TRE – PE / 2017) 
Além de ser uma Constituição escrita, a CF é classificada como: 
a) promulgada, flexível, dirigente e histórica. 
b) outorgada, rígida, garantia e dogmática. 
c) promulgada, flexível, dirigente e histórica. 
d) promulgada, rígida, dirigente e dogmática. 
e) outorgada, rígida, dirigente e histórica. 
 
13- (CESPE / Advogado da União – AGU / 2015) Com 
relação a constitucionalismo, classificação e histórico das Constituições 
brasileiras, julgue o item que se segue. 
No neoconstitucionalismo, passou-se da supremacia da lei à supremacia da 
Constituição, com ênfase na força normativa do texto constitucional e na 
concretização das normas constitucionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 Correto 
2 Errado 
3 A 
4 Correto 
5 D 
6 Errado 
7 Errado 
8 Errado 
9 Correto 
10 Errado 
11 E 
12 D 
13 Correto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
Eficácia, aplicação e aplicabilidade das normas constitucionais. 
Normas de eficácia plena, contida e limitada. ...................................... 2 
 
 
No campo da teoria constitucionalista, é de extrema relevância registrar 
a distinção entre a eficácia, a aplicação e a aplicabilidade das normas 
constitucionais. 
Aqui nos perfilhamos à classificação proposta por José Afonso da Silva, 
sem dúvidas, a mais adotada nos concursos. 
 
 
 
A partir da clara definição desses conceitos, podemos estabelecer um 
quadro geral da eficácia jurídica das normas jurídicas do nosso ordenamento. 
 Nem todas as normas têm a mesma eficácia, vale dizer, nem todas, 
após serem introduzidas no sistema jurídico, produzem, ao mesmo tempo e 
com a mesma completude, seus efeitos. 
 De igual modo, nem todas têm a mesma aplicabilidade, podendo ou não 
depender de outra (ou outras) normas complementares para que sejam 
plenamente aplicáveis. 
 
• Amplitude legal da produção de efeitos da
norma. Quanto mais eficaz a norma, mais
plena a geração dos seus efeitos jurídicos
pretendidos.
Eficácia
• Temporalidade legal da produção de
efeitos da norma. Vale dizer, em que
momento a norma está apta a produzir seus
efeitos concretos para os quais se destina.
Aplicação
• Instrumentalidade legal da produção de
efeitos da norma. A norma por si só pode
produzir todos seus efeitos ou depende de
outra(s) para que seja plenamente
"operacionalizável"?
Aplicabilidade
Eficácia, aplicação e aplicabilidade das normas constitucionais. 
Normas de eficácia plena, contida e limitada. 
 
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Assim, sob o ponto de vista da eficácia (amplitude legal da 
produção de efeitos da norma), podemos classificar as normas em: 
 
Vamos ver alguns exemplos. 
Norma de eficácia 
plena 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos 
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Norma de eficácia 
contida 
[Art. 5º] XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício 
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que 
a lei estabelecer; [...] 
Norma de eficácia 
limitada 
[Art. 18] § 2º - Os Territórios Federais integram a União, e 
sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao 
Estado de origem serão reguladas em lei complementar. 
 
 Ter a distinção acima em mente é de suma importância para o estudo 
da Constituição Federal. 
 
 
 Costumeiramente as normas de eficácia contida e limitada são objeto de 
confusão, não sendo de todo claro se a intenção do legislador foi estabelecer 
se elas são restringíveis (eficácia contida) ou se precisam de uma legislação 
para que possam gerar efeitos (eficácia limitada). 
Eficácia das 
normas 
constitucionais
Plena
- Produzem
integralmente seus 
efeitos a partir da 
vigência da 
Constituição;
- Desnecessitam de 
norma
infraconstitucional 
integradora;
- Aplicabilidade plena
e imediata. 
Contida
- A produção de efeitos
também é integral. No 
entanto, há margem
para que norma 
constitucional ou 
infraconstitucional os 
limite;
- A priori, 
desnecessitam de 
norma
infraconstitucional 
integradora;
- Aplicabilidade plena
e imediata.
Limitada
- A produção de efeitos
é reduzida (apenas os 
mais gerais são notados 
a partir da vigência da 
Constituição);
- Necessitam de 
norma
infraconstitucional 
integradora;
- Aplicabilidade
reduzida e mediata.
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 Sob esse aspecto, podemos pensar que na norma de eficácia contida 
quase todos os efeitos possíveis da norma são sentidos desde que ela 
entra em vigor, ou seja, são sentidos “a priori“. 
Já no que diz com as normas de eficácia limitada os efeitos 
próprios da norma necessariamente só serão sentidos após haver 
edição de normas complementares, vale dizer, serão sentidos “a 
posteriori“. 
Perceba-se que ambas abrem margem para atuação de lei posterior. 
Ocorre que quando se trata de eficácia contida a lei vai apenas ordenar 
ou restringir certos efeitos da norma. Já quando se trata de eficácia limitada 
apenas com a lei e outros atos normativos supervenientes seus efeitos serão 
sentidos de fato. 
 
Por fim, válido aduzir que, consoante consagrada classificação de José 
Afonso da Silva, as normas de eficácia limitada subdividem-se em dois 
subgrupos: as normas de princípios institutivos (ou organizativos, ou 
ainda, orgânicos) e as normas de princípios programáticos. 
 
 
 
 
 
Normas de eficácia limitada
Princípios institutivos 
(organizativos/orgânicos)
Esboçam a organização de 
instituições e órgãos, e 
estabelecem ainda 
competências, limites e 
vedações aos entes.
Exemplos: art. 25; 33; 37, 
VII, 113; 121; 146; 161, I, 
dentre outros. 
Princípios programáticos
Esboçam programas e 
compromissos que o Estado 
deve implementar, 
especialmente no âmbito dos 
chamados "direitos sociais".
Exemplos: art. 6º; 196; 205; 
215, dentre outros. 
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1- (CESPE / Juiz de Direito Substituto do TJ - PA / 
2019) Considerando a doutrina clássica do direito constitucional, assinale a 
opção correta a respeito das normas constitucionais de eficácia contida e as 
normas constitucionais de eficácia limitada. 
a) As normas de eficácia limitada não necessitam de uma normatividade ulterior 
para desenvolver sua aplicabilidade plena. 
b) As normas de eficácia contida necessitam de uma normatividade ulterior para 
desenvolver a sua aplicabilidade. 
c) As normas de eficácia contida regulam suficientemente determinada matéria, 
havendo apenas uma margem para a atuação restritiva por meio de legislação 
infraconstitucional. 
d) As normas de eficácia limitada regulam suficientemente determinada 
matéria, havendo margem apenas para a atuação restritiva por meio de 
legislação infraconstitucional. 
e) As normas de eficácia contida, embora dependam de legislação suplementar 
para ter eficácia plena, não admitem margem para a atuação restritivapor meio 
de legislação infraconstitucional. 
Resolução: Alternativa C. A norma de eficácia contida deve ser imaginada 
como uma norma que “pode vir a ser contida”. 
Na norma de eficácia contida, praticamente todos os seus efeitos 
possíveis são sentidos desde que ela entra em vigor. A feitura de eventual 
legislação (normatividade) ulterior (posterior) vai apenas ordenar ou restringir 
certos efeitos da norma de eficácia contida, porém, a existência de tal legislação 
não é de forma alguma necessária para que a norma de eficácia contida tenha 
aplicabilidade plena desde o início. 
Quanto aos erros, veja-se: 
a) As normas de eficácia limitada não necessitam de uma normatividade ulterior 
para desenvolver sua aplicabilidade plena. 
b) As normas de eficácia contida não necessitam de uma normatividade ulterior 
para desenvolver a sua aplicabilidade. 
d) As normas de eficácia limitada não regulam suficientemente determinada 
matéria, havendo margem apenas para a atuação restritiva por meio de 
devendo haver legislação infraconstitucional para desenvolver a sua 
aplicabilidade. 
Questões Comentadas 
 
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e) As normas de eficácia contida, embora dependam não dependem de 
legislação suplementar para ter eficácia plena, não mas admitem margem para 
a atuação restritiva por meio de legislação infraconstitucional. 
 
2- (CESPE / Analista Ministerial do MPC - PA / 2019) 
Considere as seguintes disposições constitucionais. 
I “Art. 5.º (...) XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;” 
II “Art. 5.º (...) LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger 
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando 
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;” 
III “Art. 14 (...) § 9.º Lei complementar estabelecerá outros casos de 
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade 
administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida 
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a 
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou 
emprego na administração direta ou indireta.” 
Com relação à eficácia dessas normas constitucionais, assinale a opção correta. 
a) I é norma de eficácia contida, II é de eficácia plena e III é de eficácia limitada. 
b) I e III são normas de eficácia limitada, e II é de eficácia plena. 
c) I e II são normas de eficácia contida, e III é de eficácia limitada. 
d) I e III são normas de eficácia contida, e II é de eficácia plena. 
e) I é norma de eficácia contida, e II e III são normas de eficácia limitada. 
Resolução: Alternativa A. 
 A primeira norma tem aplicabilidade plena e imediata, e desnecessita de 
norma infraconstitucional integradora para produzir os efeitos que carrega, 
havendo apenas margem para que, caso o legislador assim opte, atue 
restritivamente por meio de legislação infraconstitucional. Perceba que a 
atuação ulterior do legislador é opcional e não necessária para que a norma 
produza seus efeitos desde sua entrada em vigor. 
 A segunda norma também tem aplicabilidade plena e imediata e, não 
apenas desnecessita de norma infraconstitucional integradora para produzir os 
efeitos que carrega, como também não deixa qualquer margem para que o 
legislador infraconstitucional restrinja o alcance de seus efeitos. 
 Por fim, a terceira norma tem aplicabilidade reduzida. Vale dizer, a 
aludida inelegibilidade e os prazos de sua cessação somente podem alcançar os 
casos expressamente descritos na legislação infraconstitucional (no caso 
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concreto, lei complementar). Caso não haja essa atuação ulterior, a produção 
de efeitos da norma constitucional é bastante limitada. 
 
3- (CESPE / Procurador do Município da PGE - AM / 
2018 / Adaptada) Julgue o item abaixo. 
A norma constitucional que garante ao servidor público o direito à greve é 
classificada como norma de eficácia plena. 
Resolução: Errado. 
 A Constituição Federal, em seu art. 37, VII, estabelece que o direito de 
greve dos servidores será exercido nos termos e nos limites definidos em lei 
específica. 
 Perceba-se, pois, que a norma não é auto-aplicável, sendo condição sine 
qua non (indispensável) para que produza seus efeitos, a existência de lei 
específica. 
 Nesse caso, trata-se de norma de eficácia limitada. 
 
4- (CESPE / Procurador de Contas do MPC - PA / 2019 
/ Adaptada) Julgue o item abaixo. 
Enquanto o legislador ordinário não restringir o âmbito de aplicação das normas 
constitucionais de eficácia contida, estas terão eficácia limitada. 
Resolução: Errado. Enquanto o legislador ordinário não restringir o âmbito de 
aplicação das normas constitucionais de eficácia contida, estas terão eficácia 
plena. A atuação ulterior do legislador não é condição indispensável para que 
uma norma de eficácia contida produza praticamente todos os seus efeitos 
desde sua entrada em vigor, ou seja, tenha aplicabilidade plena e imediata. 
 
5- (CESPE / Delegado de Polícia Federal / 2018 / 
Adaptada) Julgue o item abaixo. 
Em relação aos estrangeiros, a norma constitucional que garante o acesso a 
cargos, empregos e funções públicas é de eficácia contida. 
Resolução: Errado. A Constituição Federal, em seu art. 37, I, estabelece que 
os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos estrangeiros, na 
forma da lei. 
 A norma, portanto, não tem aplicabilidade plena e imediata, mas reduzida 
e mediata, sendo indispensável, a fim de que os estrangeiros acessem cargos, 
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empregos e funções públicas, a existência de lei específica que discipline tal 
matéria. Assim, trata-se de norma de eficácia limitada. 
 
6- (CESPE / Auditor do Estado – RS / 2018) No título 
referente à Ordem Social, o constituinte dispôs o seguinte: “o Estado promoverá 
e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica 
e tecnológica e a inovação”. 
Considerando-se a classificação das normas constitucionais quanto a sua 
eficácia, é correto afirmar que tal dispositivo é uma norma: 
a) de eficácia plena. 
b) de eficácia contida. 
c) exaurida. 
d) autoexecutável. 
e) programática. 
Resolução: Alternativa E. 
 Trata-se de uma norma de eficácia limitada do subtipo veiculadora de 
princípios programáticos. 
 Observe-se que, da forma como vigente, a norma tem aplicabilidade 
bastante reduzida, não tendo o condão, de por si só, projetar todos os efeitos 
pretendidos. 
 A forma como efetivamente serão promovidos e incentivados o 
desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e 
a inovação, depende de complementação legislativa. 
 
 
 
 
1- (CESPE / Juiz de Direito Substituto do TJ - PA / 
2019) Considerando a doutrina clássica do direito constitucional, assinale a 
opção correta a respeito das normas constitucionais de eficácia contida e as 
normas constitucionais de eficácia limitada. 
a) As normas de eficácia limitada não necessitam de uma normatividade ulterior 
para desenvolver sua aplicabilidade plena. 
b) As normas de eficácia contida necessitam de uma normatividade ulterior para 
desenvolver a sua aplicabilidade. 
Lista de Exercícios 
 
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c) As normas de eficácia contida regulam suficientemente determinada matéria, 
havendo apenas uma margem para a atuação restritiva por meio de legislação 
infraconstitucional.d) As normas de eficácia limitada regulam suficientemente determinada 
matéria, havendo margem apenas para a atuação restritiva por meio de 
legislação infraconstitucional. 
e) As normas de eficácia contida, embora dependam de legislação suplementar 
para ter eficácia plena, não admitem margem para a atuação restritiva por meio 
de legislação infraconstitucional. 
 
2- (CESPE / Analista Ministerial do MPC - PA / 2019) 
Considere as seguintes disposições constitucionais. 
I “Art. 5.º (...) XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;” 
II “Art. 5.º (...) LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger 
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando 
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;” 
III “Art. 14 (...) § 9.º Lei complementar estabelecerá outros casos de 
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade 
administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida 
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a 
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou 
emprego na administração direta ou indireta.” 
Com relação à eficácia dessas normas constitucionais, assinale a opção correta. 
a) I é norma de eficácia contida, II é de eficácia plena e III é de eficácia limitada. 
b) I e III são normas de eficácia limitada, e II é de eficácia plena. 
c) I e II são normas de eficácia contida, e III é de eficácia limitada. 
d) I e III são normas de eficácia contida, e II é de eficácia plena. 
e) I é norma de eficácia contida, e II e III são normas de eficácia limitada. 
 
3- (CESPE / Procurador do Município da PGE - AM / 
2018 / Adaptada) Julgue o item abaixo. 
A norma constitucional que garante ao servidor público o direito à greve é 
classificada como norma de eficácia plena. 
 
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4- (CESPE / Procurador de Contas do MPC - PA / 2019 
/ Adaptada) Julgue o item abaixo. 
Enquanto o legislador ordinário não restringir o âmbito de aplicação das normas 
constitucionais de eficácia contida, estas terão eficácia limitada. 
 
5- (CESPE / Delegado de Polícia Federal / 2018 / 
Adaptada) Julgue o item abaixo. 
Em relação aos estrangeiros, a norma constitucional que garante o acesso a 
cargos, empregos e funções públicas é de eficácia contida. 
 
6- (CESPE / Auditor do Estado – RS / 2018) No título 
referente à Ordem Social, o constituinte dispôs o seguinte: “o Estado promoverá 
e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica 
e tecnológica e a inovação”. 
Considerando-se a classificação das normas constitucionais quanto a sua 
eficácia, é correto afirmar que tal dispositivo é uma norma: 
a) de eficácia plena. 
b) de eficácia contida. 
c) exaurida. 
d) autoexecutável. 
e) programática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 C 
2 A 
3 Errado 
4 Errado 
5 Errado 
6 E 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Constitucional - Teoria 
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Sumário 
Poder constituinte ............................................................................... 2 
Poder constituinte originário ............................................................... 3 
Poder constituinte derivado ............................................................... 10 
Poder constituinte derivado revisor ................................................... 10 
Poder constituinte derivado reformador ............................................ 11 
Poder constituinte derivado decorrente ............................................. 11 
Poder constituinte difuso ................................................................... 12 
 
 
 Poder constituinte é aquele que, de alguma forma, cria ou promove 
mudanças na Constituição. 
 
O poder constituinte originário é uma força pré-jurídica, social e 
política, um poder de fato, de 1º grau, que, conforme expõem Mendes e 
Branco (2010), é consciente de si e disciplina as bases da convivência na 
comunidade política. 
 Dele deriva o poder constituinte derivado (revisor, decorrente ou 
reformador), verdadeira força pós-jurídica (uma vez que nasce do Direito já 
estruturalmente constituído, e não antes dele), de 2º grau. 
 Ao lado desses dois poderes, traremos à análise mais um “poder”, qual 
seja, o poder constituinte difuso. 
Por razões didáticas, assumiremos tal nomenclatura. Contudo, ressaltem-se 
também corretas as assertivas que o classificam primariamente como simples 
fenômeno interpretativo. 
 
Poder constituinte 
 
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 Alguns autores falam ainda em um poder constituinte supranacional, 
que seria identificado especialmente a partir do esforço global de assegurar 
direitos e garantias fundamentais mínimos em todos os Estados. 
 Assim, haveria uma tendência de deslocamento do 
(neo)constitucionalismo local para um transconstitucionalismo. 
 De todo modo, entendemos que ao menos por ora: 
(i) não há verdadeiramente uma Constituição comunitária que intervenha 
substancialmente no plano interno; e 
(ii) essa atuação em escala mundial não repercute diretamente sobre nossa 
Constituição Federal a ponto de promover mudanças equiparáveis àquelas dos 
poderes originário, derivado e difuso. 
 
 
Este poder é aquele que pode estabelecer uma nova ordem jurídica 
constitucional. Assim, pode modificar todo o ordenamento jurídico do Estado 
em sua essência, rompendo com a ordem anterior. 
Alguns autores fazem ainda a seguinte distinção: 
 
Poder Constituinte Originário Histórico: é aquele que estabelece a 
primeira Constituição do Estado, que o estrutura pela primeira vez. 
Poder Constituinte Originário Revolucionário: é todo aquele posterior ao 
poder originário histórico. Por exemplo, o poder originário que deu origem à 
Constituição de 1988. 
 
 Temos como características centrais desse poder: 
Poder Constituinte
Originário Derivado
Revisor (esgotado)
Decorrente (CE dos Estados e LO do DF)
Reformador (Emendas à Constituição)
Difuso (mutação)
Poder constituinte originário 
 
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A ilimitação do poder originário deve ser vista de forma relativizada. 
Com efeito, do ponto de vista jurídico, no processo de elaboração da 
Constituição o poder originário inaugura um novo ordenamento jurídico, não 
se subordinando a qualquer norma jurídica do ordenamento anterior. 
Todavia, do ponto de vista político e social, o poder originário encontra 
limitações nos valores e regras não jurídicas da sociedade na qual se insere. 
Conforme expõem Mendes e Branco (2010), “se o poder constituinte é a 
expressão da vontade política da nação, não pode ser entendido sem a 
referência aos valores éticos, religiosos, culturais que informam essa mesma 
nação e que motivam as suas ações”. 
Por esse motivo, se os representantes do poder constituinte originário 
hostilizarem os valores sociais dominantes, podem não ser reconhecidos como 
manifestação de tal poder. 
 
 
Abrimos um breve parêntese para expor alguns tópicos correlatos ao nosso 
tema central. 
 
a) RecepçãoA pergunta inevitável é: o advento de uma nova Constituição implica na 
revogação de todas as normas infraconstitucionais (hierarquicamente, abaixo 
O poder 
constituinte 
originário
(de 1º grau) é:
Inicial → precede a ordem jurídica. O Direito do Estado 
começa a partir dele e não antes.
Ilimitado → O Direito porventura anterior (conjunto 
normativo do Estado anterior) não lhe serve de molde. 
É livre para criar e inovar o ordenamento. 
OBS.: por outro lado, valores suprapositivos (religiosos 
e éticos, por exemplo) que inspiram a nação, 
certamente lhe servem como parâmetro.
Incondicionado → é um poder político, uma força 
social pré-jurídica.
Permanente → não se esgota após editada e outorgada 
ou promulgada a Constituição. Pelo contrário, é latente 
ao longo da existência do Estado.
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da Constituição, como as leis ordinárias e complementares, decretos e leis 
delegadas) da ordem anterior? 
Não necessariamente. 
 Nessa situação, podemos ter dois casos: 
 
 A norma recepcionada pode, inclusive, adquirir novo status. Exemplo 
clássico é o Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/1966). Editado com 
quórum de lei ordinária, o Código foi recepcionado pela ordem inaugurada com 
a CF/88 com status de lei complementar, versando sobre tema que a 
Constituição atual reserva a esta espécie legal. 
Art. 146. Cabe à lei complementar: [...] 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos 
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, 
bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; [...] 
 
 Ou seja, o Código apresenta compatibilidade material (de conteúdo), 
porém não formal (de observância estrita ao processo legislativo). 
O CTN é elucidativo por dois aspectos. 
 
Primeiro, nem todos os seus artigos foram recepcionados, o que reitera que a 
recepção pode ser parcial. Exemplo é seu art. 15, III: 
(CTN) Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode 
instituir empréstimos compulsórios: 
I - guerra externa, ou sua iminência; 
Norma infraconstitucional
Compatível com a 
nova Constituição?
Será recepcionada (explícita ou 
tacitamente, total ou 
parcialmente)
Incompatível com a 
nova Constituição?
Será revogada por ausência 
de recepção
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II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os 
recursos orçamentários disponíveis; 
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo [não 
recepcionado]. 
 
 Ora, o Sistema Tributário Nacional expresso na CF/88 não admite mais 
tal situação como ensejadora de instituição de empréstimos compulsórios! 
 
Em segundo lugar, vale fazer uma importante distinção: 
Recepção de norma com status infraconstitucional → Pode ser tácita 
Recepção de norma com status constitucional → Deve ser expressa 
 
No caso do CTN, a recepção foi expressa, como dispõe o ADCT: 
 Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia 
do quinto mês seguinte ao da promulgação da Constituição, mantido, até 
então, o da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda nº 1, de 
1969, e pelas posteriores. [...] 
§ 5º - Vigente o novo sistema tributário nacional, fica assegurada a aplicação 
da legislação anterior, no que não seja incompatível com ele [...]. 
 
 
 
(1) A posição esposada pelo STF é que, não havendo compatibilidade material 
da norma anterior com a nova Constituição, teremos um caso de revogação 
e não de inconstitucionalidade superveniente (ADI 02/DF). Voltaremos a 
este conceito posteriormente. 
Requisitos para 
recepção da norma
necessidade de que ela seja constitucional no 
ordenamento anterior
apresentar compatibilidade formal e material 
com a Constituição em que fora editada
necessidade de que ela esteja em vigor quando da 
superveniência da nova Constituição
apresentar compatibilidade material com a 
Constituição pela qual é recepcionada
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(2) Mesmo espécie normativa “extinta” pode ser recepcionada pela nova Carta 
Magna. Exemplo clássico são os “decretos-lei”. Não é mais possível a criação 
de tais decretos. No entanto, vários continuam em plena vigência. 
 
b) Repristinação (e efeito repristinatório) 
 Imagine-se o seguinte esquema: 
 
Pois bem. O Brasil adotou como regra a impossibilidade da repristinação, 
que seria a restauração de norma revogada pelo fato da norma revogadora ter 
perdido a vigência, exceto se a nova Carta assim dispuser (o poder 
constituinte originário é ilimitado, estabelece o que quiser). Assim dispõe a Lei 
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: 
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra 
a modifique ou revogue. [...] 
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter 
a lei revogadora perdido a vigência. 
 
Por outro lado, o efeito repristinatório é um fenômeno observado no controle 
de constitucionalidade. Ilustremos: 
 
 Observe-se que a revogação é somente aparente. 
A norma B sendo declarada inconstitucional será considerada nula desde a 
origem (salvo modulação dos efeitos da decisão) e seus efeitos, inexistentes. 
 
 
Constituição A
Norma X
Constituição B
(revoga efetivamente
toda a Constituição A)
Constituição C
(Norma X é 
compatível e poderia 
ser recepcionada)
Norma A
Norma B
(revoga aparentemente
a Norma A)
Norma B é declarada 
inconstitucional e a 
Norma A "recupera" 
sua vigência
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c) Desconstitucionalização 
 
A desconstitucionalização seria o fenômeno por meio do qual as normas 
constitucionais da Constituição anterior, compatíveis com a nova Constituição, 
seriam por ela recepcionadas. Contudo, tais normas seriam “rebaixadas” à 
categoria de leis infraconstitucionais (leis comuns que compõe o ordenamento, 
hierarquicamente abaixo da Constituição). 
 
 Pois bem. 
 A menos que haja disposição expressa da nova Constituição 
vigente, tal fenômeno não ocorrerá de forma automática. 
 O único modo de ocorrer tal desconstitucionalização seria por previsão 
do poder constituinte originário, que é ilimitado e incondicionado. 
 
 
 Interessante questão que pode emergir diz com a relação entre o 
poder originário e o direito adquirido. 
 Diz-se que direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico 
de determinado titular. 
 Se, por exemplo, num contexto de absoluta legalidade, eu sou herdeiro 
de determinada pessoa que veio a óbito, tenho direito adquirido à herança. 
 Se cumpri todos os requisitos constitucionais e legais para me 
aposentar, tenho direito adquirido à aposentadoria. E, após aposentado, não 
posso ser forçosamente “desaposentado” por uma eventual mudança da 
norma. 
 Dito isso, o que ocorrem com os direitos adquiridos com o advento de 
uma nova Constituição Federal? 
 Sabendo que, de regra, a lei somente alcança fatos ocorridos após sua 
vigência, uma norma de Constituição nova, que disponha de forma diversa da 
anterior sobre determinada situação jurídica, pode retroagir (alcançar fatos 
pretéritos) e prejudicar direito adquirido? 
Constituição A
Norma X (status de 
norma constitucional)
Constituição B
(não revoga a norma 
X)
Constituição B
Norma X (status de 
norma 
infraconstitucional)
Direito Constitucional

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