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Aula 02.06 Teoria dos Custos e BREAK EVEN POINT

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TEORIA DOS CUSTOS
1. Definição e interpretações de custos
Para os economistas, o conceito de custo de oportunidade é muito importante na análise dos custos do processo produtivo.
Custo de oportunidade – é a somatória dos custos explícitos mais os custos implícitos, resultantes da implementação da produção de certo bem ou serviço em determinado momento.
Custo explícito – é a parte do custo de oportunidade correspondente aos pagamentos realizados pela empresa para adquirir os recursos produtivos, como salários, matéria-prima, energia elétrica, aluguel, juros, impostos, etc.
Custo implícito – é a parte do custo de oportunidade correspondente aos recursos de propriedade da própria empresa. Não implicam nenhum pagamento monetário pela sua utilização, sendo estimados a partir do que poderia ser ganho no seu melhor emprego alternativo.
Como o produtor poderia, naquele momento, ter decidido produzir outro bem ou serviço, o custo de oportunidade é interpretado como o custo total que o produtor assume ao decidir produzir certo bem ou serviço, em vez de qualquer outro bem ou serviço alternativo, ou seja, comparando-se a uma alternativa que esses custos assumidos permitiriam.
EXEMPLO
Vamos imaginar duas alternativas possíveis a um agricultor. Ele tem um capital acumulado para investimento, que pode ser feito na plantação de laranja nas suas terras ou em uma aplicação financeira.
A primeira alternativa é o investimento no lado real da economia e a segunda é o investimento no lado monetário da economia.
Se o agricultor optar pela primeira alternativa e investir na plantação de laranjas, não irá pagar pelo uso das terras. Isso significa que o custo explícito do aluguel é zero. Para um contador, o custo contábil é zero. Mas, para um economista, que pensa em termos do custo de oportunidade, com o uso das terras para o cultivo de laranja, o agricultor sacrificou a oportunidade de ganhar o valor de um aluguel dessas terras para, por exemplo, o proprietário de uma usina de açúcar e álcool que depende da cana-de-açúcar como matéria-prima para a produção dessas duas mercadorias.
Há ainda outro aspecto a considerar. O agricultor terá que adquirir outros implementos agrícolas necessários à produção de laranjas, como tratores e equipamentos para pulverização contra pragas dos laranjais. Para isso, ele faz a compra com o dinheiro que tem disponível, em vez de colocá-lo em uma instituição financeira, ganhando juros sobre o capital aplicado. Esse rendimento que a aplicação financeira teria trazido também é um custo implícito do negócio, uma vez que o agricultor sacrificou o ganho na forma de juros para viabilizar o empreendimento. Ou seja, pensando como economistas, interpretamos o custo de oportunidade do dinheiro colocado no negócio como a renda que poderia ter sido ganha caso o dinheiro fosse aplicado em uma instituição financeira e rendesse juros.
O próprio trabalho do agricultor no gerenciamento das suas terras tem um custo de oportunidade. É o custo por ele não estar recebendo um salário caso dispensasse seu tempo e seu conhecimento sobre produtos agrícolas em uma empresa fabricante de suco de laranja, em vez de usá-los no plantio e colheita nas suas próprias terras, valendo-se do retorno do investimento como forma de pagamento do seu salário.
2. Lucro econômico e lucro contábil
Partimos agora para um maior detalhamento do que compõe a visão do contador e do economista. Primeiramente, vamos considerar o conceito de lucro:
Lucro = Receita – Custo
Tal lucro pode resultar negativo, caso o custo seja maior que a receita, caracterizando um prejuízo. E, quando resulta positivo, a receita é maior que o custo, o que caracteriza o ganho do empresário investidor.
Mas há diferença entre o lucro econômico e o lucro contábil. É desta diferença que iremos tratar agora. Consideremos o lucro contábil como:
Lucro Contábil = Receita Total – Custos Explícitos Totais
Podemos observar que os economistas levam em consideração os custos explícitos e, diferentemente dos contadores, também os custos implícitos da produção. É daí que surge o conceito de lucro econômico, definido por:
Lucro Econômico = Receita Total – Custo de Oportunidade Total
ou
Lucro Econômico = Receita Total – (Custos Explícitos + Custos Implícitos)
Os custos implícitos, mais difíceis de estimar por serem bastante subjetivos, normalmente são desprezados no cálculo de custos das empresas, o que leva a conclusões enganosas sobre a lucratividade de um negócio.
EXEMPLO
Para ilustrarmos uma situação de cálculo do lucro contábil e do lucro econômico de uma loja, vamos nos basear no seguinte exemplo:
LUCRO CONTÁBIL E LUCRO ECONÔMICO DA LOJA BRINQUEDOS PIRUETA
	Item
	Lucro Contábil ($)
	Lucro Econômico ($)
	Receita Total
	800.000
	800.000
	Menos Custos Explícitos
	
	
	Matérias-primas
	200.000
	200.000
	Salários
	450.000
	450.000
	Eletricidade
	20.000
	20.000
	Propaganda
	40.000
	40.000
	Juros pagos
	10.000
	10.000
	Outros pagamentos
	10.000
	10.000
	Menos Custos Implícitos
	
	
	Salário
	0
	65.000
	Aluguel
	0
	35.000
	Juros
	0
	20.000
	Resultado
	70.000
	-50.000
A análise nos indica quão importantes são os custos implícitos na determinação do lucro econômico da loja.
Imaginemos que o proprietário da loja, em vez de despender seu tempo em seu próprio negócio, optasse por trabalhar como gerente em outra loja de brinquedos, recebendo o salário de R$ 65.000. Ele alugaria o imóvel onde funciona a sua loja por R$ 35.000 e, em vez de colocar seu dinheiro no próprio negócio, depositaria em uma poupança que rendesse R$ 20.000 em juros. Os custos do salário, do aluguel e dos juros que ele poderia estar ganhando são custos implícitos não apontados pela contabilidade. Eles são parte do custo de oportunidade da loja, porque são sacrifícios que o indivíduo faz para operar seu próprio negócio. Subtraindo-se da receita total os custos explícitos e implícitos, obteremos o prejuízo econômico da loja de R$ 50.000. Esse resultado indica que a loja não está conseguindo cobrir os custos de oportunidade da utilização dos recursos no seu setor, o que significa que os recursos usados no negócio poderiam ter um retorno mais alto se usado em alternativas.
Geralmente, o lucro econômico é mais baixo do que o lucro contábil. Isso porque o lucro econômico resulta da diferença entre a receita total e os custos de oportunidade totais (que incluem os custos explícitos e implícitos), enquanto o lucro contábil resulta da diferença entre a receita total e os custos explícitos. Quando a empresa tem lucro contábil positivo e lucro econômico zero, dizemos em economia que ela está tendo Lucro Normal.
Lucro Normal = Lucro Econômico Zero
Assim, “Lucro Normal” é interpretado como a quantia mínima de lucro necessária para manter os recursos empregados e a firma funcionando. E “lucro econômico igual à zero” significa que o negócio gerou receita suficiente para cobrir os custos de oportunidade totais, ou seja, os custos explícitos e os custos implícitos.
Quando a receita total resulta maior que o custo total (custo explícito mais custo implícito), então o lucro econômico é positivo e a firma terá lucros extraordinários (ou lucro econômico puro). Sendo a receita total menor que o custo total (custo explícito mais o custo implícito), o lucro econômico será negativo e a empresa terá prejuízo econômico.
Assim,
Lucro Econômico Extraordinário = Lucro Econômico Puro = Lucro Econômico Positivo
Prejuízo Econômico = Lucro Negativo
3. Análise do BREAK-EVEN POINT (ou Ponto de Equilíbrio)
Agora já podemos calcular as condições de prejuízo, lucro zero ou lucro da empresa.
Lembrando que
Custos: CT = CF + CV
Receita: RT = P x Q
Lucro: RT – CT
temos condições de localizar o break-even point da empresa, onde:
RT = CT
A partir do break-even point, ou ponto de equilíbrio, se a receita total é menor que o custo total, a empresa opera em prejuízo. Analogamente, se a receita total é maior que o custo total, a empresaopera com lucro.
BREAK EVEN POINT – é definido como o nível de produção e vendas em que todos os custos fixos e variáveis são cobertos pela receita, isto é, o ponto em que o lucro é igual a zero. Em outras palavras, é o nível mínimo de produção e vendas em que uma firma pode funcionar sem que ocorram perdas. 
EXEMPLO
	1)
Preço
P ($)
	(2)
Quantidade
Q
	(3)
Custo Fixo
CF ($)
	(4)
Custo Variável
CV ($)
	(5)
Custo Total
(3) + (4)
CT ($)
	(6)
Receita Total
(1) x (2)
RT ($)
	(7)
Lucro Total (6) – (5)
LT ($)
	100,00
	500
	100.000,00
	25.000,00
	125.000,00
	50.000,00
	-75.000,00
	100,00
	1000
	100.000,00
	50.000,00
	150.000,00
	100.000,00
	-50.000,00
	100,00
	1500
	100.000,00
	75.000,00
	175.000,00
	150.000,00
	-25.000,00
	100,00
	2000
	100.000,00
	100.000,00
	200.000,00
	200.000,00
	Zero
	100,00
	2500
	100.000,00
	125.000,00
	225.000,00
	250.000,00
	+25.000,00
	100,00
	3000
	100.000,00
	150.000,00
	250.000,00
	300.000,00
	+50.000,00
Visualizando a tabela acima, observamos que, ao comercializar 2.000 unidades do bem, a empresa assume custos iguais ao valor que obtém da venda dessa quantidade. Sendo a receita menor que os custos até 2.000 unidades, a empresa opera com prejuízo. Mas, ao produzir e comercializar mais de 2000 unidades, a empresa apresenta resultado positivo, operando, então, com lucro.
Para obter o gráfico que ilustra as condições de relação das quantidades comercializadas com a receita e o custo delas, consideramos RT e CT no eixo y e Q no eixo x.
Acima, temos o gráfico que apresenta o ponto de nivelamento, ou BREAK-EVEN POINT. Ele é dado quando as curvas de receita total (RT) e de custo total (CT) se cruzam, ou seja, quando temos RT = CT.
Neste exemplo, o ponto se dá na venda de 2.000 unidades, quando a receita total de R$ 200.000 é igual ao custo total da produção dessas unidades. No break-even point não há lucro nem prejuízo. Quando são vendidas menos de 2.000 unidades, os custos são maiores que as receitas, resultando prejuízo. Mas, quando a empresa vende mais de 2.000 unidades, as receitas excedem dos custos, caracterizando uma situação de lucro.

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