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DEFINIÇÃO Incidência radiológica veterinária de pequenos e grandes animais domésticos. Contenção para realização de exames radiológicos veterinários. Técnicas de posicionamento aplicadas na Radiologia veterinária. PROPÓSITO Compreender os procedimentos técnicos para a realização das incidências radiológicas de rotina e especiais em pequenos e grandes animais. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar as regras gerais para a realização de incidências radiológicas veterinárias MÓDULO 2 Descrever as incidências de rotina e exames especiais na radiologia de pequenos e grandes animais domésticos INTRODUÇÃO O exame radiológico é uma ferramenta utilizada como base para resolução da investigação clínica e muito solicitada, não apenas na Medicina humana, mas também na Veterinária. Com o avanço dos novos procedimentos, um mercado especializado surgiu e, com ele, a necessidade da formação e do conhecimento de médicos veterinários e tecnólogos em Radiologia. Para a realização dos exames radiológicos, é importante conhecer as técnicas de posicionamento e identificar suas diferenças, obtendo como referência a espécie que será examinada e compreendendo a maneira correta de contenção para cada uma delas. O objetivo é seguir um protocolo seguro no que se refere à proteção biológica e radiológica. Na execução dos exames, compreender a rotina mínima a ser realizada em cada região e suas complementações é fundamental para o resultado. O protocolo deve ser seguido conforme o histórico clínico do paciente, que exige do médico veterinário e tecnólogo a anamnese prévia realizada com o tutor do paciente. ANAMNESE Entrevista realizada com o objetivo de compreender o estado físico do paciente para que ocorra um correto diagnóstico. javascript:void(0) MÓDULO 1 Identificar as regras gerais para a realização de incidências radiológicas veterinárias PLANOS, EIXOS E DIREÇÃO ANATÔMICOS Vamos adquirir, neste módulo, um bom conhecimento da anatomia e de seus princípios básicos de planos e eixos. Assim, poderemos identificar as incidências radiológicas usadas para cada região anatômica. Os planos anatômicos são hipotéticos e usados para dividir o corpo, de modo a descrever a localização de estruturas ou a direção dos movimentos. Os planos anatômicos usados na Radiologia veterinária são: PLANO DORSAL OU HORIZONTAL que divide o corpo em duas partes iguais (dorsal e ventral); PLANO TRANSVERSO que divide o corpo em duas partes iguais (cranial e caudal); PLANO MEDIANO OU LONGITUDINAL que divide o corpo em duas partes iguais (direito e esquerdo). INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS Pontos de entrada e saída do raio central do feixe primário dos raios X. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: Freepik Na Medicina Veterinária, as incidências radiológicas seguem o comitê de nomenclatura da American College of Veterinary Radiology, em que é recomendado seguir a lista da Nomina Anatômica Veterinária. É com essas regras que podemos designar a nomenclatura aplicada nas incidências. As definições adotadas nas práticas radiológicas e nos pedidos de exames seguem os seguintes direcionamentos: Fonte: O autor Termologia de direcionamento. CRANIAL Refere-se às faces dos membros, a partir da articulação do carpo e do tarso, voltadas para o crânio ou plano cranial. As partes designadas são: parte do pescoço, do tronco e da cauda posicionada em direção ao crânio. CAUDAL Face dos membros acima das articulações do carpo e do tarso que se voltam em direção à cauda. Esse termo é usado na parte da cabeça, do pescoço e do tronco. VENTRAL Significa em direção ao ventre ou aos membros. As partes designadas são: região inferior da cabeça, do pescoço, do tronco e da cauda. DORSAL Significa em direção ao dorso ou à coluna vertebral. As partes designadas são: região superior da cabeça, do pescoço, do tronco e da cauda, e craniais (anteriores) dos membros e das articulações ântero-braquicarpal (radiocarpal) e tarsocrural distalmente. ROSTRAL Descreve as partes da cabeça posicionadas em direção às narinas a partir de determinado ponto. PROXIMAL Refere-se à direção da raiz do membro ou da cauda. DISTAL Refere-se à parte mais distal do membro ou da cauda. PALMAR Termo usado na região que compreende a parte pós-articulação do carpo (membros torácicos). PLANTAR Termo usado na região que compreende a parte pós-articulação do tarso (membros pélvicos). Outro critério importante para a realização das incidências radiológicas está relacionado ao bom posicionamento do paciente durante o exame, cujo objetivo é revelar estruturas anatômicas e patologias. O posicionamento feito de maneira incorreta pode mascarar patologias e esconder estruturas anatômicas desejadas. Os critérios para posicionar o paciente, relevantes para uma boa técnica de exame, dependem da área a ser examinada e das patologias investigadas. Por essa razão, devemos seguir um protocolo para cada processo investigatório. Os pacientes podem ser posicionados em decúbito ventral, dorsal ou lateral (direito ou esquerdo). Fonte: O autor javascript:void(0) DECÚBITO Na Medicina Veterinária, é o mesmo que deitado. TIPOS DE INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS Diferentemente da Medicina humana, na Veterinária, as incidências radiológicas possuem termologias distintas. Por conta disso, os tecnólogos em Radiologia devem se adaptar a essa outra linguagem, que auxilia o médico veterinário na realização dos exames solicitados. As nomenclaturas usadas nas diversas incidências são: Nomenclaturas das incidências Ventrodorsal (VD) Raio central perpendicular ao plano horizontal (dorsal), entrando na região ventral e saindo na dorsal; Dorsoventral (DV) Raio central perpendicular ao plano horizontal (dorsal), entrando na região dorsal e saindo na ventral; Craniocaudal (CrCd) Raio central perpendicular ao plano transversal, entrando na região cranial e saindo na caudal; Caudocranial (CdCr) Raio central perpendicular ao plano transversal, entrando na região caudal e saindo na cranial; Laterolateral Raio central perpendicular ao plano mediano (longitudinal), (LL) entrando em uma lateral e saindo na outra lateral (usados em crânio, coluna, tórax, abdome e pelve); Mediolateral ou Leteromedial (ML ou LM) Raio central perpendicular ao plano mediano (longitudinal), entrando em uma lateral e saindo na outra lateral (usados nos membros torácicos e pélvicos); Dorsopalmar (DPa) Raio central perpendicular ao plano transversal, entrando na região dorsal e saindo na palmar; Palmodorsal (PaD) Raio central perpendicular ao plano transversal, entrando na região palmar e saindo na dorsal; Dorsoplantar (DPl) Raio central perpendicular ao plano transversal, entrando na região dorsal e saindo na plantar; Rostrocaudal (RCd) Raio central entrando na região rostral e saindo na caudal; Oblíquas (O) Raio central penetrando com as estruturas anatômicas obliquadas. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal CONTENÇÃO EM PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS Na Radiologia veterinária, a contenção é muito importante para um exame perfeito. Para a realização das incidências, é necessário que o paciente não se movimente no ato da exposição, evitando o processo de fluocinética. Por isso, exames de tórax e abdome são realizados com o menor tempo de exposição. FLUOCINÉTICA Falta de nitidez dinâmica (cinética) provocada por movimentação de órgãos e regiões do paciente. Fonte: Freepik Nos pacientes veterinários, pela falta de capacidade de entendimento aos comandos, as radiografias devem ser realizadas com contenção física ou química, a fim de obter um posicionamento correto. Nos exames radiológicos digitais ou convencionais, o protocolo usado nos principais centros é a contenção física na maioria dos casos, tanto para grandes quanto para pequenos animais. A contenção química só deve ser usada em casos especiais, devido a seus riscos e a seu custo. Os profissionaisda área devem ser capazes de compreender as diversas maneiras de contenção física, bem como a reação de luta e fuga de cada espécie. O maior desafio é manter a qualidade do exame com segurança para o profissional e o paciente. DICA Por mais dócil e inofensivo que seja ou pareça ser o paciente, a simples palpação, por exemplo, de determinada estrutura mais sensível fará com que ele se defenda à manipulação não habitual, com mordeduras, coices, chifradas ou unhadas. javascript:void(0) A recomendação geral para se obter uma boa contenção está diretamente relacionada aos domínios da técnica para evitar movimentos bruscos. Algumas orientações eficazes para ganhar a confiança do paciente são: Fonte: Freepik Chamá-lo pelo nome. Fonte: Freepik Oferecê-lo guloseimas ou alimentos apetitosos, caso os tenha. Fonte: Freepik Acariciá-lo. Com relação aos cães, muitas vezes, não são necessários elementos de contenção, contudo, em casos de risco ao profissional, é recomendado usar mordaças e focinheiras. A técnica de colocação desses equipamentos e a observação do paciente durante a contenção são de extrema importância. Fonte:Shutterstock Os felinos são animais mais ágeis e relativamente pequenos. Por isso, desvencilham-se muito facilmente, e sua imobilização pode se tornar mais complicada. Seu meio natural de defesa são unhas e dentes, tornando-os mais perigosos para fazer a contenção, principalmente, se o paciente for considerado arisco. Fonte:Shutterstock Nesse caso, o profissional deve usar todos os equipamentos necessários para a contenção, como máscaras (focinheiras) e luvas, que evitam arranhaduras e mordidas. Entretanto, apesar de ágil, essa espécie é extremamente frágil, e o uso de força excessiva pode ocasionar-lhe acidentes. Fonte:Shutterstock Os felinos possuem características territoriais e são mais sujeitos ao estresse causado pela mudança de ambiente, principalmente, em setores de radiologia em que se atende outros animais. Fonte:Shutterstock Mantenha o paciente dentro de caixas de contenção ou de transporte, devendo retirá-los somente no momento do exame. CONTENÇÃO EM EQUINOS Os equinos são animais sociáveis, mas, devido à sua extrema força, é preciso ter alguns cuidados durante a sua contenção para a realização de exames. Nos casos em que o paciente não for colaborativo (cavalos sanguíneos), dependendo da incidência e do local do exame, pode ser necessário o uso de: Cordas; Cabrestos – cordas que laçam a cabeça; Peias – equipamento para conter os membros e evitar coices; Bretes – compartilhamento ou jaula de contenção; Cachimbo ou pito – laçado de corda ou corrente com cabo para conter os lábios. Fonte: prostooleh / Freepik O cachimbo ou pito somente deve ser usado em último caso, quando, mesmo contido, o animal apresente reações agressivas. Afinal, esses elementos provocam estímulos dolorosos e podem causar um trauma que dificulte futuros procedimentos de exames. Caso o equino apresente um comportamento social aceitável, usamos algodão para tapar as orelhas a fim de diminuir ruídos que possam assustá-lo. Se possível, devemos apresentar o equipamento radiológico ao animal antes do procedimento. CONTENÇÃO EM BOVINOS Os bovinos são animais mais rústicos, com pouca habilidade de receber comando, se comparados aos cavalos. Por isso, as escolhas mais recomendadas são o derrubamento e a contenção por cordas. Fonte: Freepik DERRUBAMENTO Trata-se de derrubar o animal por alavanca ou com utilização de sedativo. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA Os conhecimentos sobre as regras de proteção radiológica são fundamentais para a execução de exames na Radiologia veterinária. Afinal, diante da necessidade de contenção física, perdemos um dos princípios básicos de proteção: a distância da fonte. javascript:void(0) Por isso, os profissionais da área devem exercer suas funções com exigência máxima de proteção radiológica e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), tais como: óculos, protetor de tireoide, avental e luvas plumbíferas. LUVAS PLUMBÍFERAS Aquelas confeccionadas com chumbo – Plumbum (Pb). ATENÇÃO Os EPIs devem estar dentro dos padrões exigidos por lei, e seu uso é obrigatório na hora da realização do exame, principalmente, para quem vai conter o paciente. Caso os exames sejam feitos em locais não controlados, como fazendas, por exemplo, a área precisa ser isolada, assim como os animais e pessoas devem ser retirados. Importante frisar que todos os profissionais que realizam exames radiológicos em áreas controladas ou não (área externa) devem ser monitorados com dosímetro pessoal. PROCEDIMENTOS PARA REALIZAÇÃO DOS EXAMES Para obter sucesso na realização dos exames radiológicos em Medicina Veterinária, são necessários conhecimentos de vários. Para isso, o examinador deve montar sua estratégia baseada em cada caso específico de acordo com as seguintes orientações: Avaliar a solicitação do exame com cuidado, observando os principais tópicos – espécie, raça, idade, região a ser examinada, justificativa do solicitante para investigação radiológica. javascript:void(0) Realizar pequena anamnese com o tutor do paciente para entender as principais queixas que levaram à solicitação do exame. Se possível, o médico radiologista deve fazer uma análise clínica antes do exame para facilitar a tomada de decisão. Por exemplo, se a queixa ou suspeita estiver nos membros, poderá ser necessária uma investigação específica de palpação na região solicitada, assim como a análise do paciente em estação e movimentação. Essa avaliação é muito importante tanto para a realização de contenção quanto para a descrição dos laudos. Avaliar a necessidade de contenção com equipamentos para a segurança do executor e do paciente. Antes da execução do exame, a equipe deve aparamentar-se corretamente com os EPIs para uma efetiva proteção radiológica. Para uma contenção física eficiente, a equipe que realizará o exame radiológico deve ser composta por, no mínimo, duas pessoas. Relacionar a região anatômica investigada com os fatores técnicos do equipamento e dos elementos para a obtenção da imagem. Verificar a necessidade de equipamentos para posicionamento. javascript:void(0) Colocar o paciente na mesa de exame com segurança. Realizar contenção física, seguindo os padrões técnicos para cada incidência. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal ESTAÇÃO Na Medicina Veterinária, é quando o paciente está em pé. Os critérios de investigação radiológica seguem um padrão de conhecimento sobre a patologia e a região anatômica de interesse. Esses requisitos direcionam o número de incidências que devem ser realizadas. Um dos requisitos médicos para solicitação do exame é o entendimento das incidências e sua contribuição diagnóstica. Por isso, elas são divididas em: INCIDÊNCIAS DE ROTINA (BÁSICAS) São realizadas com base na necessidade de uma investigação tridimensional da região, fornecendo ao observador a possibilidade de avaliar as estruturas anatômicas com profundidade, altura e largura, bem como de conter uma ou mais incidências, dependendo da região anatômica. INCIDÊNCIAS COMPLEMENTARES (ESPECIAIS) São realizadas devido à necessidade de uma avaliação anatômica ou patológica, e quando as incidências de rotina não são capazes de demonstrar o problema com perfeição. Saiba mais sobre o assunto assistindo ao vídeo a seguir. javascript:void(0) javascript:void(0) QUALIDADE EM DETECTORES VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O CONHECIMENTO DOS PLANOS ANATÔMICOS É FUNDAMENTAL PARA DETERMINAR O POSICIONAMENTO CORRETO DO ANIMAL E O PONTO DE DIREÇÃO DO RAIO CENTRAL. QUAL É O PLANO ANATÔMICO CONSIDERADO REFERÊNCIA IMPORTANTE PARA A INCIDÊNCIA VENTRODORSAL? A) Longitudinal B) Transverso C) Dorsal D) Plano mediano 2. ENTRE TODOS OS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA PROTEÇÃO DOS PROFISSIONAIS, EXISTE UM DISPOSITIVO QUE FAZ A MEDIÇÃO DA QUANTIDADE DE DOSES DE RADIAÇÃO A QUEO PACIENTE ESTÁ SENDO EXPOSTO. MESMO NÃO SENDO CONSIDERADO UM EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI), ELE É INDISPENSÁVEL PARA A PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NA RADIOLOGIA VETERINÁRIA. QUE DISPOSITIVO É ESSE? A) Dosímetro radiológico individual. B) Avental plumbífero C) Luva plumblífera. D) Protetor de tireoide. GABARITO 1. O conhecimento dos planos anatômicos é fundamental para determinar o posicionamento correto do animal e o ponto de direção do raio central. Qual é o plano anatômico considerado referência importante para a incidência ventrodorsal? A alternativa "C " está correta. O plano de referência para a realização da incidência ventrodorsal é o plano dorsal, pois este divide o corpo em duas partes iguais (ventral e dorsal). Com isso, deve-se direcionar o raio perpendicular ao plano dorsal, de modo que o raio central entre na região ventral e saia na região dorsal. 2. Entre todos os equipamentos utilizados para proteção dos profissionais, existe um dispositivo que faz a medição da quantidade de doses de radiação a que o paciente está sendo exposto. Mesmo não sendo considerado um Equipamento de Proteção Individual (EPI), ele é indispensável para a proteção radiológica na Radiologia Veterinária. Que dispositivo é esse? A alternativa "A " está correta. Dosímetro é um equipamento individual cujo objetivo é monitorar a dose de radiação em todos os profissionais que trabalham com radiação ionizante. Ele deve ser fornecido pelo empregador de forma gratuita. Os dosímetros são equipamentos obrigatórios, e sua leitura de dose deve ser mensal, de modo que haja um controle visando à saúde dos profissionais ocupacionalmente expostos. MÓDULO 2 Descrever as incidências de rotina e exames especiais na radiologia de pequenos e grandes animais domésticos INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS DE PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS Para que você possa entender as descrições das incidências radiológicas, elaboramos tabelas separadas por áreas anatômicas, com o objetivo de apresentar as incidências de rotina para cada região. Em seguida, descrevemos, de maneira simplificada e com suas respectivas particularidades, os posicionamentos radiológicos. Você também verá tabelas cujo intuito é simplificar os objetivos dos exames radiográficos especiais e apresentar suas principais indicações clínicas. Os fatores técnicos, como tensão (kV) e intensidade de corrente elétrica (mAs), dependerão da espessura da região anatômica estudada e do equipamento utilizado. Na Radiologia veterinária, os pacientes possuem grande variação de tamanho, logo, o uso da grade antidifusora e o tamanho do receptor de imagem vão depender do paciente. Exames de estruturas anatômicas acima de 8 cm devem ser realizados com o receptor na gaveta, seguindo o padrão de centralização da estrutura à linha central da mesa. Já nos casos de estruturas menores que 8 cm, basta posicionar a região em cima do receptor de imagem. Para todos os exames realizados, é utilizada a distância foco filme de 100 cm. INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS DA CINTURA ESCAPULAR E DE MEMBROS TORÁCICOS DE PEQUENOS ANIMAIS A tabela a seguir tem o objetivo de facilitar a compreensão da rotina mínima a ser realizada para cada área de interesse dos membros torácicos: Região anatômica Incidências de rotina Ponto de entrada do raio central Escápula Caudocranial - Mediolateral Ponto médio da escápula Ombro Caudocranial - Mediolateral Articulação do ombro Úmero Caudocranial - Mediolateral Ponto médio do úmero Cotovelo Craniocaudal - Mediolateral Articulação do cotovelo Rádio e ulna Craniocaudal - Mediolateral Ponto médio do rádio e ulna Carpo Dorsopalmar - Mediolateral Articulação do carpo Metacarpos Dorsopalmar - Mediolateral Terços proximais e distais dos metacarpos Falanges Dorsopalmar - Mediolateral Terço médio da falange Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal INCIDÊNCIAS MEDIOLATERAIS (CINTURA ESCAPULAR E MEMBROS TORÁCICOS) O paciente deve ficar em decúbito lateral, com o lado a ser examinado próximo ao receptor de imagem, com o membro examinado puxado para frente e o oposto para trás o máximo possível, para que não haja sobreposição. O pescoço deve ser estendido para não sobrepor a imagem. Quando a região a ser examinada estiver mais proximal, será necessário conter o membro examinado na região mais distal. Quando for nas regiões mais distais, será preciso conter a região do cotovelo. Fonte: O autor Incidência Mediolateral dos ossos ulna e rádio. INCIDÊNCIAS CAUDOCRANIAIS (ESCÁPULA, OMBRO E ÚMERO) O paciente deve ficar reclinado sobre o dorso (decúbito dorsal). Os membros torácicos devem ser tracionados para frente, de modo que as mãos encostem na mesa e, ao mesmo tempo, os membros sejam pressionados ao encontro da cabeça, a fim de garantir sua posição. Para que se consiga uma análise perfeita da escápula, o profissional deve rodar 30° o esterno do paciente para o lado oposto ao examinado. Com esse posicionamento, a escápula fica lateralizada; e a articulação do ombro, sem sobreposição. Fonte: O autor IIncidência caudocranial do ombro. javascript:void(0) ESCÁPULA Articulação do ombro e úmero. INCIDÊNCIAS CRANIOCAUDAIS (COTOVELO, RÁDIO E ULNAR) O paciente deve ficar em decúbito ventral, enquanto um assistente segura sua cabeça com uma das mãos, elevando e lateralizando-a para que não ocorra sobreposição. A outra mão estabiliza o membro examinado ao nível da articulação do ombro, utilizando o antebraço para imobilizar o paciente. O outro examinador estende pela extremidade mais distal o membro a ser examinado e direciona lateralmente o membro que não será examinado, afastando-o para evitar superposição. Fonte: O autor Incidência craniocaudal dos ossos ulna e rádio. INCIDÊNCIAS DORSOPALMARES (CARPO E METACARPO) O paciente deve ficar em decúbito ventral, enquanto um assistente segura sua cabeça com uma das mãos, elevando-a e lateralizando-a para que não ocorra sobreposição. A outra mão estabiliza o membro examinado ao nível da articulação do cotovelo para imobilizar o paciente. O outro examinador segura o membro que não será examinado em sua extremidade distal para o lado oposto da região a ser examinada, evitando sobreposição. Fonte: O autor Incidência dorsopalmar dos metacarpos. As incidências radiológicas especiais são utilizadas quando a suspeita patológica exige uma investigação mais aprofundada de cada região. Sua escolha está relacionada diretamente aos sinais observados em exames de rotina, ou quando há indicações clínicas de que essas incidências são fundamentais para investigação. A tabela a seguir apresenta algumas indicações clínicas de análises para determinadas incidências complementares: Região anatômica Incidências especiais Objetivo da incidência Cotovelo Oblíqua craniolateral - caudomedial Análise do processo coronoide fragmentado Cotovelo Mediolateral fletida Análise de articulações e possíveis processos degenerativos Carpo Mediolateral fletida Análise da articulação carpal ou delinear a origem de fragmentos de fraturas Carpo Oblíqua dorsomedial - palmarolateral (45°) Análise da face dorsolateral e palmaromedial do primeiro, segundo e possivelmente terceiro metacarpais Carpo Craniocaudal - Mediolateral Ponto médio do rádio e ulna Carpo Oblíqua palmaromedial - dorsolateral (45°) Análise da face dorsomedial e palmarolateral dos quarto e quinto ossos metacarpais Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS DA CINTURA E DE MEMBROS PÉLVICOS DE PEQUENOS ANIMAIS A tabela a seguir tem como objetivo facilitar a compreensão da rotina mínima a ser realizada para cada área de interesse dos membros pélvicos: Região anatômica Incidências de rotina Ponto de entrada do raio central Pelve Ventrodorsal Ponto médio da escápula Fêmur Craniocaudal - mediolateral Ponto médio do fêmur Joelho Caudocranial - mediolateral Articulação do joelhoTíbia e fíbula Caudocranial - mediolateral Ponto médio da tíbia e fíbula Tarso Dorsoplantar - mediolateral Articulação do tarso Metatarso Dorsoplantar - mediolateral Terços proximais e distais do metatarso Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal INCIDÊNCIA VENTRODORSAL (PELVE) O paciente deve ficar em decúbito dorsal. Um dos examinadores traciona ambos os membros pélvicos do paciente, colocando-os em paralelo e fazendo uma leve rotação medial. Essa tração estende as articulações da pelve, e a rotação coloca as patelas projetadas sobre a porção média distal do fêmur. Uma recomendação importante é manter o alinhamento do paciente para simetria do acetábulo e da cabeça do fêmur de ambos os lados. O outro examinador deve conter os membros torácicos, esticando e mantendo a cabeça do paciente entre os membros. A execução desse exame requer o uso de uma calha para a acomodação do animal. Fonte: O autor Incidência ventrodorsal da pelve. INCIDÊNCIAS MEDIOLATERAIS (CINTURA E MEMBROS PÉLVICOS) O paciente deve ficar em decúbito lateral, com o lado a ser radiografado próximo à mesa de exame. A perna de cima deve estar abduzida o suficiente para retirar a superposição e apoiada sobre a mesa, juntamente com a cauda. Membros torácicos e cabeça devem ser imobilizados. Nos casos em que a extremidade distal for a área examinada, a região do joelho deve ser contida para estabilizar e imobilizar corretamente o paciente, a fim de realizar o exame. Fonte: O autor Incidência mediolateral do joelho. INCIDÊNCIA CRANIOCAUDAL (FÊMUR) O paciente deve ser colocado em decúbito lateral do lado que não será radiografado. Os membros torácicos devem ser contidos e moderadamente estendidos. O membro a ser examinado deve estar estendido horizontalmente enquanto o receptor de imagem é colocado caudalmente próximo à coxa. Com o objetivo de não sobrepor a imagem com o corpo do paciente, este deve ser retirado da frente do membro em estudo. Fonte: O autor Incidência craniocaudal do fêmur. INCIDÊNCIAS CAUDOCRANIAIS (JOELHO, TÍBIA E FÍBULA) O paciente deve ser colocado em decúbito lateral do lado que não será radiografado. Os membros torácicos devem ser contidos e moderadamente estendidos. O membro a ser examinado deve estar estendido horizontalmente enquanto o receptor de imagem é colocado cranialmente próximo à região examinada. Fonte: O autor Incidência craniocaudal do fêmur. INCIDÊNCIAS DORSOPLANTARES (TARSO E METATARSO) O paciente deve ficar em decúbito ventral. O profissional segura o membro a ser examinado próximo à articulação pélvica, para que a região fique ao lado do corpo e sobre o receptor de imagem. Além disso, é necessário conter a região da cabeça e dos membros torácicos. Fonte: O autor Incidência dorsoplantar dos metatarsos A tabela a seguir facilita o entendimento para a realização dos exames complementares: Região anatômica Incidências especiais Objetivo da incidência Pelve Laterolateral (direita e esquerda) Avaliação de patologias do pube ou do sacro Pelve Lateral oblíqua de 20° Avaliação de reconstrução cirúrgica em fraturas do ílio ou do acetábulo Pelve Ventrodorsal fletida (frog leg ou pata de rã) Avaliação das articulações acetabulares Patela Tangencial de patela (método de skyline) Avaliação da articulação patelofemural, das lesões em patela e do posicionamento dela em relação aos côndilos femurais Tarso e metatarso Oblíquas Avaliação de possíveis fraturas e lesões articulares Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS DO CRÂNIO DE PEQUENOS ANIMAIS Os exames radiológicos do crânio podem variar em quantidades de incidências, conforme o objetivo da investigação. Tal rotina pode ser alterada de acordo com a área de exame. Essa região possui particularidades importantes, podendo ocorrer mudanças de protocolos conforme as investigações. Por isso, alguns pontos importantes devem ser discutidos, tais como: CONTENÇÃO QUÍMICA OU FÍSICA Essa decisão cabe ao médico veterinário, usando como base as condições físicas e patológicas do animal. COMPLEXIDADE DA INCIDÊNCIA Critério técnico, pois as variações e formas dos crânios podem exigir compensações de KV e mAs. Cães braquicefálicos, por exemplo, possuem maior quantidade de ossos por unidade de espessura, comparados com a média de densidades do crânio das outras raças. BRAQUICEFÁLICOS Animais com “focinho achatado”. A tabela a seguir tem o objetivo de facilitar a compreensão da rotina mínima a ser realizada no crânio: Região anatômica Incidências de rotina Ponto de entrada do raio central Crânio Laterolateral – dorsoventral Raio central entre o ponto médio do olho e o meato acústico externo Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal INCIDÊNCIA LATEROLATERAL - DIREITA E ESQUERDA (CRÂNIO) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) O paciente deve ficar em decúbito lateral. O profissional precisa alinhar sua cabeça e fixar a parte rostral com uma faixa, bem como colocar um apoio radiotransparente sob o nariz e a mandíbula, para que o plano sagital do crânio do paciente fique paralelo à área de exame. Com isso, obtém-se uma lateralização perfeita. O paciente deve ser imobilizado também pelo corpo e pelos membros. INCIDÊNCIA DORSOVENTRAL (CRÂNIO) O paciente deve ficar em decúbito ventral. Sua cabeça tem de estar apoiada sobre o receptor de imagem; e o palato duro, paralelo à mesa de exame. Um dos examinadores pode usar uma faixa radiotransparente na região rostral (nariz) para assegurar a imobilização; e o outro, mobilizar os membros torácicos e o corpo do paciente. DICA Reclinar sobre o abdome é mais confortável para o paciente do que colocá-lo sobre o dorso, com algumas exceções. Essa posição não requer sedação. A tabela a seguir facilita o entendimento para a realização dos exames complementares: Região anatômica Incidências especiais Objetivo da incidência Seios frontais Laterolateral e rostrocaudal Processo inflamatório em seios Cavidade nasal Rostral-dorsocaudal com boca aberta Processos inflamatórios em cavidade nasal e fossa etmoidal Articulação Temporomandibular (ATM) Oblíquas laterais direita e esquerda (boca aberta e fechada) Disfunções da articulação temporomandibular Bulha timpânica Oblíquas laterais direita e esquerda Processos inflamatórios de ouvido Dentes Oblíquas mediolaterais de boca aberta Patologias odontológicas maxilares Dentes Oblíquas mediolaterais de boca aberta Patologias odontológicas mandibulares Dentes Rostral-ventrocaudal Patologias odontológicas de incisivos e caninos do maxilar Dentes Rostral-dorsocaudal Patologias odontológicas de incisivos e caninos da mandíbula Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS DA COLUNA VERTEBRAL DE PEQUENOS ANIMAIS A coluna vertebral de cães e gatos é dividida da seguinte maneira: Coluna cervical 7 vértebras Coluna torácica 13 vértebras Coluna lombar 7 vértebras Coluna sacral 3 vértebras Caudas de 20 a 23 vértebras Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Incidências da coluna lombar e sacral devem ser realizadas após limpeza intestinal nos casos de pacientes ambulatoriais para evitar sobreposição dos conteúdos intestinais (fezes e gases) sobre a região examinada. A tabela a seguir tem o objetivo de facilitar a compreensão da rotina mínima a ser realizada para cada área de interesse da coluna vertebral: Região anatômica Incidências de rotina Ponto de entrada do raio central Cervical Laterolateral - ventrodorsal Entre c3 e c4 Torácica Laterolateral - ventrodorsal Entre t6 e t7 Lombar Laterolateral - ventrodorsal Entre l3 e l4 Sacro Laterolateral - ventrodorsal Ponto médio do sacro Cauda Laterolateral - ventrodorsal Ponto médio das vértebras caudais Atenção! Paravisualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal INCIDÊNCIAS LATEROLATERAIS (COLUNA VERTEBRAL) O paciente deve ficar em decúbito lateral. Um dos examinadores segura a cabeça e os membros torácicos, e o outro segura a cauda e os membros pélvicos. Fonte: O autor Incidência laterolateral da coluna lombar. INCIDÊNCIAS VENTRODORSAIS (COLUNA VERTEBRAL) O paciente deve ficar em decúbito dorsal. Nessas incidências, é possível usar a calha para manter a estabilidade do paciente. Um dos examinadores segura a cabeça e os membros torácicos, e o outro segura os membros posteriores. Fonte: O autor Incidência ventrodorsal da coluna lombar. INCIDÊNCIAS DORSOPLANTARES (TARSO E METATARSO) O paciente deve ficar em decúbito ventral. O profissional segura o membro a ser examinado próximo à articulação pélvica, para que a região fique ao lado do corpo e sobre o receptor de imagem. Além disso, é necessário conter a região da cabeça e dos membros torácicos. Fonte: O autor Incidência dorsoplantar dos metatarsos A tabela a seguir facilita o entendimento para a realização do exame complementar: Região anatômica Incidências especiais Objetivo da incidência Cervical Laterolateral fletida Suspeitas de luxações do processo odontoide Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS DO TÓRAX E DA CAIXA TORÁCICA DE PEQUENOS ANIMAIS No estudo do tórax, alguns fatores técnicos devem ser aplicados para uma análise perfeita da região, entre os quais está o processo respiratório. As radiografias de rotina para o estudo dessa área devem ser realizadas em pico inspiratório máximo. Devido à falta de entendimento de comando dos pacientes, é necessário reduzir o tempo de exposição para evitar borramento da imagem, realizando o disparo quando observado esse pico inspiratório. Tal fator inspiratório máximo proporciona uma visualização adequada das estruturas do interior do tórax. O estudo da caixa torácica é realizado para análise de possíveis fraturas, mineralizações e neoplasias nos arcos costais e no esterno. A tabela a seguir tem o objetivo de facilitar a compreensão da rotina mínima a ser realizada para cada área de interesse: Região anatômica Incidências de rotina Ponto de entrada do raio central Tórax Ventrodorsal e laterolateral (direita e esquerda) Borda caudal da escápula Costelas Ventrodorsal e laterolateral Borda caudal da escápula Esterno Laterolateral Ponto médio Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal INCIDÊNCIAS LATEROLATERAIS - DIREITA E ESQUERDA (TÓRAX) O paciente deve ficar em decúbito lateral. Os membros torácicos são tracionados cranialmente pelo profissional, de modo que a maior parte do músculo do tríceps é retirada de sobreposição à porção cranial do tórax. Esse mesmo examinador eleva a cabeça e o pescoço do paciente para que fiquem estendidos. As incidências direita e esquerda são utilizadas para melhor investigação de doenças pulmonares. O pulmão que estiver mais próximo da área de exame não inflará totalmente na inspiração completa, devido ao peso do corpo imposto sobre ele, o que causa perda de detalhes importantes de análise. Por isso, para um diagnóstico exato, a rotina desse exame sugere incidências Laterolateral Direita (LLD) e Laterolateral Esquerda (LLE). Caso seja necessário escolher um lado para realizar a incidência, o ideal é selecionar a Laterolateral direita, pois, nesse posicionamento, o ligamento frênico-cardíaco inibe o movimento do ápice cardíaco cranial na direção do lado pendente. Fonte: O autor Incidência laterolateral do tórax. INCIDÊNCIAS VENTRODORSAIS (TÓRAX) O paciente deve ficar em decúbito dorsal, posicionado em uma calha, para evitar rotações indesejadas. Os membros torácicos devem ser estendidos cranialmente; e os membros pélvicos, caudalmente. O profissional precisa se certificar de que o paciente mantém o plano sagital coincidindo com a linha central da mesa, de modo que o esterno fique paralelo às vértebras torácicas. Fonte: O autor Incidência ventrodorsal do tórax A tabela a seguir facilita o entendimento para a realização dos exames complementares: Região anatômica Incidências especiais Objetivo da incidência Mediastino Dorsoventral Melhor observação da região cardíaca e de vasos de base Tórax Laterolateral com raios horizontais (paciente em estação) Suspeitas de efusão pleural Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS DO ABDOME DE PEQUENOS ANIMAIS Os exames de abdome devem ser realizados com o seguinte preparo intestinal: O paciente deve ficar 12 horas sem alimentos sólidos para diminuir o volume de fezes. O paciente deve usar simeticona para eliminar os gases. Em alguns casos, podem ser realizados enemas salinos isotônicos. Todos os procedimentos devem considerar as condições clínicas do paciente e a emergência do caso. Para realizar o exame, deve ser observada a movimentação respiratória do paciente, fazendo a exposição em pausa expiratória, para que o diafragma esteja o mais cranial possível e possibilite a visualização das estruturas abdominais mais craniais. A tabela a seguir tem o objetivo de facilitar a compreensão da rotina mínima a ser realizada: Região anatômica Incidências de rotina Ponto de entrada do raio central Abdome Ventrodorsal e laterolateral (direita e esquerda) Ponto médio do abdome Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal INCIDÊNCIA VENTRODORSAL (ABDOME) O paciente deve ficar em decúbito dorsal, posicionado em uma calha, para evitar rotações indesejadas. Os membros torácicos devem ser estendidos cranialmente pelo profissional. Os membros pélvicos devem permanecer em posição de frog leg (patas de rã), evitando que as pregas da região inguinal causem sombras marcantes nas estruturas abdominais. Fonte: O autor Incidência ventrodorsal do abdome INCIDÊNCIAS LATEROLATERAIS (ABDOME) O paciente deve ficar em decúbito lateral. Um dos examinadores segura a cabeça e os membros torácicos, e o outro segura a cauda e os membros pélvicos. Fonte: O autor Incidência laterolateral do abdome EXAMES RADIOLÓGICOS EM GRANDES ANIMAIS Tratando-se de grandes animais domésticos, podemos destacar os equinos e os bovinos. Embora seja comum realizar exames radiográficos nesses animais, há muitas limitações nesse processo, devido ao tamanho deles, à dificuldade de posicionamento e ao tamanho dos receptores de imagens existentes. Outra limitação é o equipamento com potência suficiente para produzir raios capazes de atravessar as regiões anatômicas, pois é normal usar aparelhos transportáveis de baixa capacidade de KV e mAs. ATENÇÃO É necessário que o examinador possua habilidades com relação aos animais de grande porte, pois os exames realizados em área externa se limitam aos membros torácicos e pélvicos. Como já vimos, a escolha do procedimento de contenção vai depender da espécie examinada. Por exemplo, quando realizamos exames de extremidades distais de bovinos, muitas vezes, é necessário derrubá-los e contê-los com cordas. A fim de obtermos um bom procedimento radiológico e um diagnóstico eficiente, equinos e bovinos precisam de um preparo nas extremidades. Nos equinos, é preciso retirar as ferraduras e, posteriormente, realizar limpeza vigorosa com água, sabão neutro e escova nos cascos. Nos bovinos, fazemos somente essa limpeza. Na figura, podemos ver o procedimento radiológico com a contenção de um bovino por meio de cordas. As avaliações dos cascos dos bovinos são de extrema importância, pois as patologias relacionadas a essa área podem levar à queda da produção e até ao risco de óbito. Por isso, a radiografia é um método considerável na investigação das principais doenças das extremidades em bovinos. As principais patologias referentes ao casco são: Laminate, Osteítes e Osteomielites. As imagens radiológicasnos bovinos esclarecem as patologias podais e os articulares dos membros torácicos e pélvicos, bem como direcionam uma tomada de decisão para a conduta de melhoria do ambiente. Para a radiografia em equinos, o uso de blocos para posicionamento e do túnel receptor de imagem de madeira é essencial para a maioria das incidências de cascos, pois facilita a visualização completa da terceira falange. Os blocos de madeira devem possuir altura suficiente para elevar a extremidade distal dos equinos, possibilitando diversas incidências. Normalmente, esses equipamentos possuem um vão para posicionar o receptor de imagem, que permite uma efetiva proteção radiológica. Nos casos dos túneis, há uma proteção para o receptor, que evita o peso direto sobre ele. As incidências indicadas para o uso dos acessórios são: Dorsopalmar; Dorsoplantar; Laterolateral; Dorsoproximal-palmarodistal Oblíqua (DPPDO). DICA Outro acessório usado para proteger o examinador da radiação primária é o suporte para receptor de imagem com cabo longo, que lhe permite se afastar do raio primário e posicionar o receptor em vários ângulos. INCIDÊNCIAS DOS MEMBROS TORÁCICOS E PÉLVICOS DOS EQUINOS A tabela a seguir tem o objetivo de facilitar a compreensão da rotina mínima a ser realizada para cada área de interesse dos membros torácicos e pélvicos dos grandes animais domésticos: Região anatômica Incidências de rotina Ponto de entrada do raio central Cotovelo Craniocaudal - Lateromedial Articulação do cotovelo Carpo Dorsopalmar - Lateromedial Articulação do carpo Metacarpos Dorsopalmar - Lateromedial Ponto médio Falange Dorsopalmar com apoio em pinça - Lateromedial Ponto médio Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Região Incidências de rotina Ponto de entrada do anatômica raio central Joelho Caudocranial - Lateromedial Articulação do joelho Tarso Dorsoplantar - Lateromedial Articulação do tarso Metatarso Dorsoplantar - Lateromedial Ponto médio Falange Dorsoplantar com apoio em pinça - Lateromedial Ponto médio Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Para todas as incidências de rotina, o equino vai estar em estação, e o examinador deve direcionar o receptor de imagem para a área em oposição do raio central. Nas incidências mais distais, o receptor de imagem pode ser colocado paralelo à área de exame, com o bloco de posicionamento como base para segurá-lo. Nas incidências para as falanges (casco) dorsopalmar ou dorsoplantar, com os raios angulados, é necessário usar o túnel de receptor de imagem para protegê-lo, já que o paciente vai colocar a mão e o pé em cima do equipamento. Os exames especiais são variados para tais regiões. Nesses casos, para uma análise efetiva das articulações, o receptor de imagem pode ser direcionado obliquamente aos planos anatômicos. DICA É possível que haja necessidade de conter o paciente nas incidências que exigem flexão do membro, como, por exemplo, na lateromedial fletida e na proximodistal do carpo, onde o examinador realiza uma flexão do membro a ser examinado, usando a técnica de “mão amiga”. javascript:void(0) TÉCNICA DE “MÃO AMIGA” Técnica de contenção, na qual o examinador eleva o membro torácico do equino a ser examinado, flexionado, para facilitar o manejo. INCIDÊNCIA DORSOPALMAR Nos equinos, o uso da radiologia é muito importante para a análise das regiões mais distais, como os carpos, os tarsos e as falanges, em casos de investigações de laminites, osteítes e síndrome do navicular. INCIDÊNCIA LATEROLATERAL Para as regiões mais proximais, a radiologia com equipamentos transportáveis está cada vez menos sendo empregada, devido à dificuldade de se avaliar traumas articulares com precisão. Por isso, novos métodos, como a tomografia computadorizada, vêm sendo aplicados nos grandes centros de tratamento e diagnóstico para grandes animais domésticos. COMPORTAMENTO ELÉTRICO NOS GASES: TENSÃO X REGIÃO DE OPERAÇÃO VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. UM PACIENTE DO SEXO MASCULINO DA RAÇA PASTOR ALEMÃO FOI À CLÍNICA VETERINÁRIA APRESENTANDO DOR NA REGIÃO ARTICULAR DOS MEMBROS PÉLVICOS COM CLAUDICAÇÃO (MANCANDO). O MÉDICO VETERINÁRIO SUSPEITA DE DISPLASIA COXOFEMORAL. TENDO EM VISTA AS CONDIÇÕES DO PACIENTE, QUAL É A MELHOR INCIDÊNCIA PARA ANÁLISE? A) Dorsoventral B) Ventrodorsal C) Dorsoplantar D) Laterolateral 2. UM PACIENTE EQUINO DA RAÇA MANGALARGA MARCHADOR APRESENTAVA CLAUDICAÇÃO, QUE SE ACENTUAVA APÓS O EXERCÍCIO, ALÉM DE SENSIBILIDADE E DOR NA REGIÃO DA SOLA DO MEMBRO TORÁCICO DIREITO. O TUTOR RELATA QUE PERCEBEU O PROBLEMA HÁ ALGUMAS SEMANAS. O MÉDICO VETERINÁRIO SUSPEITA DE OSTEÍTE: UMA LESÃO DE MINERALIZAÇÃO NA PAREDE DORSAL DA FALANGE DISTAL. POR ISSO, SOLICITOU UMA RADIOGRAFIA PARA AVALIAÇÃO DA REGIÃO. QUAIS SÃO AS INCIDÊNCIAS DE ROTINA QUE DEVEM SER REALIZADAS? A) Dorsopalmar com apoio em pinça e lateromedial. B) Craniocaudal e lateromedial. C) Lateromedial e ventrodorsal. D) Dorsoplantar - lateromedial GABARITO 1. Um paciente do sexo masculino da raça Pastor Alemão foi à clínica veterinária apresentando dor na região articular dos membros pélvicos com claudicação (mancando). O médico veterinário suspeita de displasia coxofemoral. Tendo em vista as condições do paciente, qual é a melhor incidência para análise? A alternativa "B " está correta. Para análise adiográfica, a melhor incidência é a ventrodorsal da pelve, pois a displasia coxofemoral é uma alteração do desenvolvimento que afeta a cabeça do fêmur e o acetábulo. Essa alteração é caracterizada, radiograficamente, pelo arrasamento do acetábulo, pelo achatamento da cabeça do fêmur, pela subluxação ou luxação coxofemoral e por alterações secundárias da articulação. Por isso, é necessário realizar uma avaliação bilateral. 2. Um paciente equino da raça Mangalarga Marchador apresentava claudicação, que se acentuava após o exercício, além de sensibilidade e dor na região da sola do membro torácico direito. O tutor relata que percebeu o problema há algumas semanas. O médico veterinário suspeita de osteíte: uma lesão de mineralização na parede dorsal da falange distal. Por isso, solicitou uma radiografia para avaliação da região. Quais são as incidências de rotina que devem ser realizadas? A alternativa "A " está correta. Neste caso, não se pode descartar fraturas, fissuras, luxações ou subluxações na região do ombro. Por isso, é importante uma análise radiológica de rotina da região. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS A atuação em Radiologia veterinária exige que o profissional seja capaz de realizar exames radiológicos, compreendendo a maneira correta de contenção para cada espécie examinada. As técnicas devem ser executadas com segurança para o profissional, a equipe, o cliente e o paciente. As nomenclaturas utilizadas na Radiologia Veterinária diferem da humana, principalmente, em função da posição anatômica dos quadrúpedes. As técnicas empregadas nos exames também são diferenciadas. Por essa razão, é importante o profissional envolvido nas práticas conhecer as incidências de rotina e complementares de pequenos e grandes animais, a fim de executar suas funções com excelência e eficácia. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de animais selvagens. 2. ed. São Paulo: Roca, 2017. v. II. FEITOSA, F. L. F. Semiologia veterinária: a arte do diagnóstico. 3. ed. São Paulo: Roca, 2019. KLAUS-DIETER, B. Anatomia do cão. 5. ed. São Paulo: Manole, 2012. KÖNIG, H. E.; HANS-GEORG, L. Anatomia dos animais domésticos: texto e atlas colorido. 6. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2016. PIERMATTEI, D. L. Ortopedia e tratamento de fraturas de pequenos animais. 4. ed. São Paulo: Manole, 2009. ROCKETT, J.; BOSTED, S. Procedimentos clínicos veterinários na prática de grandes animais. São Paulo: Cengage Learning, 2011. VADEN, S. L. Exames laboratoriais e procedimentos diagnósticos em cães e gatos. São Paulo: Roca, 2018. EXPLORE+Para obter mais informações acerca dos assuntos aqui explorados, sugerimos a leitura dos seguintes artigos sobre técnicas radiológicas na Medicina Veterinária: “Displasia coxofemoral em cadela da raça Boxer – relato de caso, de Guerra et al”, publicado, em 2009, na IX Jornada de ensino, pesquisa e extensão; VI Semana nacional de ciência e tecnologia. “Estudo da correlação de medidas radiográficas indicadoras de laminite em éguas da raça Mangalarga Marchador com e sem sinais de sobrepeso”, de Magalhães et al, publicado, em 2014, no periódico Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. CONTEUDISTA Jorge Antonio da Conceição Loureiro Junior CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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