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Exame dos Olhos

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Habilidades Clínicas – P2- UC4 Allycia Jamylle N. de Mello 
Exame dos Olhos
ANATOMIA E FISIOLOGIA 
 
 O olho é um órgão de forma basicamente esférica, que 
mede, no seu diâmetro anteroposterior, 
aproximadamente 24 mm.. A parede do globo ocular é 
composta de três camadas: a mais externa é protetora 
e formada pela esclera e pela córnea; a média é 
altamente vascularizada e pigmentada, composta da 
coroide, do corpo ciliar e da íris; e a parte interna é a 
retina, uma camada receptora que contém as fibras 
formadoras do nervo óptico. 
 
  Supercílios 
Dá-se este nome a duas eminências arqueadas e 
dispostas transversalmente, providas de pelos e 
situadas acima das pálpebras superiores. 
Na fisiologia dos supercílios, chama-se atenção para as 
funções dos músculos frontal, orbicular do olho e 
corrugador do supercílio. O músculo orbicular (inervado 
pelo facial) protege o olho da luz intensa e de lesões. O 
músculo corrugador do supercílio (inervado pelo facial) 
traciona o supercílio para baixo e medialmente, 
produzindo rugas verticais, além de proteger o olho do 
excesso de luz. 
 
  Pálpebras 
As pálpebras são formadas por quatro camadas 
básicas: pele, músculo orbicular, tarso e conjuntiva. 
A pele da pálpebra, a mais fina do corpo, é recoberta 
por pelos. Dada a natureza areolar do tecido 
subcutâneo, uma grande quantidade de líquido pode 
acumular-se entre a pele e o músculo orbicular (edema 
palpebral). 
A camada muscular é formada pelo músculo orbicular, 
constituído de fibras estriadas, com um arranjo elíptico 
que lhe possibilita funcionar como um esfíncter. É 
inervada pelo nervo facial. Quando o músculo orbicular 
se contrai, a pálpebra se fecha. 
O tarso é um tecido fibroso, considerado o esqueleto da 
pálpebra. A placa tarsal contém as glândulas tarsais 
(meibomianas), que se abrem na margem palpebral, e 
secretam uma substância oleosa que participa da 
formação da lágrima. 
 Conjutiva 
É uma fina membrana mucosa dividida em porção palpebral - que 
cobre a pálpebra - e porção bulbar - que cobre o globo ocular. 
Como toda membrana mucosa, é formada de epitélio escamoso 
estratificado não queratinizado por cima da própria lâmina (Figura 
18.2). 
 Cristalino e zônula. 
O cristalino do adulto mede cerca de 9 mm de diâmetro. Embora 
transparente, mostra, com frequência, uma cor amarelo-clara, 
escurecendo com a idade (Figura 18.1). O cristalino é 
completamente envolto por uma cápsula. 
 Córnea 
A córnea é o mais importante meio refrativo do olho, 
caracterizando-se por seu alto grau de transparência. Tal 
transparência depende de vários fatores, incluindo a regularidade 
da superfície anterior epitelial, a organização regular das fibras 
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de colágeno do estroma e a sua natureza avascular. É nutrida 
pelo filme lacrimal, pelo humor aquoso e pelos vasos do limbo e da 
conjuntiva palpebral. O limbo é o ponto de transição entre a 
córnea e a esclera, no qual se encontram, na sua parte mais 
interna, as vias de escoamento do humor aquoso (seio venoso da 
esclera ou canal de Schlemm). 
 Esdera. 
Os cinco sextos posteriores opacos da túnica extema formam a 
esclera (Figura 18.1), na qual se inserem os músculos 
extraoculares. Ela também serve como passagem para elementos 
vasculonervosos além de contribuir na formação do seio 
camerular; protege a coriorretina e o vítreo e mantém o tônus 
ocular. 
EXAME FÍSICO 
O exame do aparelho visual é feito pela inspeção e palpação. A 
ausculta só raramente tem utilidade. 
 Globo ocular e cavidade orbitária 
Na inspeção do globo ocular, deve-se observar, em primeiro 
lugar, a separação entre as duas cavidades orbitárias. 
Um grande afastamento recebe o nome de hipertelorismo, que 
ocorre em diversas anomalias genéticas. 
Pode-se encontrar hipoplasia orbitária bilateral e simétrica, 
observada nas disostoses craniofaciais, como a enfermidade de 
Crouzon. 
Em relação ao tamanho do globo ocular, pode-se observar 
microftalmia, que aparece na síndrome da rubéola congênita. 
Na palpação da órbita, investiga-se principalmente o rebordo 
ósseo, procurando-se solução de continuidade, fraturas e 
espessamento. O espessamento é comum na periostite sifilítica. 
Crepitação indica passagem de ar de algum seio da face para o 
tecido subcutâneo. 
 A exoftalmia, ou seja, a protrusão do globo 
ocula, deve ser avaliada com o 
exoftalmômetro ou, na sua falta, com uma 
régua milimetrada, apoiando-se a parte inicial 
da régua no rebordo orbitário lateral, 
medindo-se até o ápice da córnea (em vista 
lateral). A distância normal entre o ápice da 
córnea e a margem orbitária lateral é, em 
geral, menor que 20 mm, sendo uma 
diferença de 2 mm entre os dois olhos 
considerada suspeita. 
Em pessoas normais, a pálpebra superior 
situa-se cerca de 2 mm abaixo do limbo 
superior, e a margem palpebral inferior 
repousa 1 mm acima do limbo inferior . Nessa 
afecção ocular, evidencia-se perda das 
relações normais entre o limbo e as pálpebras. 
De perfil, estas alterações costumam ser 
mais visíveis. 
Na exoftalmia acentuada aparece um 
crescente de esclerótica, visível em cima e 
embaixo, entre o limbo e as pálpebras. Uma 
avaliação exata da protrusão do globo só é 
possível por intermédio do exoftalmômetro de 
Hertel. Em condições normais, a saliência do 
globo ocular vai de 12 a 15 mm. Uma 
assimetria de mais de 2 mm entre os dois 
olhos sugere exoftalmia unilateral. Quando é 
grave, os valores podem ultrapassar 25mm. 
 Aparelho Lacrimal 
A inspeção pode 
detectar aumento de 
volume da glândula 
lacrimal, que se situa 
na parte externa da 
pálpebra superior, 
cujas causas principais 
são as afecções inflamatórias (dacrioadenites) e as 
neoplasias. Para reconhecer pequenos aumentos de 
volume, é necessário levantar a pálpebra do paciente, 
com a solicitação de que ele olhe para baixo e para 
dentro. Pela palpação, avaliam-se a consistência, a 
profundidade e a sensibilidade das glândulas lacrimais. O 
lacrimejamento em excesso, denominado epífora, pode 
ser causado por excessiva formação de lágrimas ou 
por obstrução das vias de excreção. 
A inspeção permite observar tumefação e vermelhidão, 
alterações comuns na dacriocistite aguda. 
Na palpação do saco lacrimal, deve-se verificar se há 
refluxo de secreção mucopurulenta. Quando isso 
ocorre, significa que o conduto nasolacrimal está 
obstruído (Figura 19.2). A sondagem das vias lacrimais 
tem valor diagnóstico e terapêutico em recém-nascidos, 
mas deve ser feita sob anestesia geral e com material 
apropriado. 
A lavagem consiste em dilatar o ponto lacrimal com um 
dilatador apropriado. Uma pequena cânula acoplada a 
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uma seringa é introduzida no canalículo lacrimal, e, 
através da mesma, injeta-se soro fisiológico, 
observando-se se há refluxo e perguntando ao 
paciente se este percebeu o gosto de soro. Em 
crianças, deve-se observar se houve deglutição. No 
glaucoma congênito, um dos sinais é a epífora, que 
ocorre em consequência da superprodução de lágrimas 
por estimulação do nervo trigêmeo. 
 
 Pálpebras 
As pálpebras são uma estrutura de proteção do globo ocular 
contra traumatismos e excesso de luz. Pela inspeção, 
investigam -se a cor, a textura, a posição e os movimentos 
das pálpebras, além de eventual edema. 
Na região periocular, procura-se observar se os cilios estão 
virados para dentro (triquíase), se houve queda (madarose) 
ou se tornaram-se brancos (poliose). No local de implantação 
dos cílios, deve-se investigar hiperemia,
escamas e úlceras, 
alterações comuns nas blefarites. 
A posição das pálpebras altera o tamanho das fissuras 
palpebrais, as quais devem ser simétricas. A margem 
palpebral deve recobrir a córnea na parte superior e 
inferior, sem que haja nenhuma exposição da esclerótica. A 
borda da pálpebra deve estar em aposição ao globo, e não 
invertida (entrópio) ou e vertida (ectrópio). 
 Conjuntiva e Esclera 
A conjuntiva é uma membrana mucosa, transparente e fina, 
que reveste a esclerótica até o limbo e a superfície 
posterior da pálpebra. 
Por debaixo da conjuntiva, é possível, às vezes, entrever 
alguns vasos tortuosos - os vasos episclerais. Excetuando-se 
estes vasos e eventuais depósitos de pigmentos, a 
esderótica normal tem cor branco-porcelana, que pode 
modificar-se por depósitos de 
pigmentos, como acontece na 
icterícia e na melanose ocular, 
nas quais ocorre depósito de 
bilirrubina e melanina, 
respectivamente (Figura 19.4). 
A conjuntiva pode ser sede de nevus pigmentado ou, mais 
raramente, de lesão maligna (melanoma). Edema da 
conjuntiva (quemose), enfisema com crepitação e 
hemorragia subconjuntival devem ser pesquisados, podendo 
fazer parte de lesões perioculares (Figura 19.5). 
 
A conjuntiva palpebral, na sua parte anterior, está 
firmemente aderida ao tarso. Na parte posterior, apresenta 
grande quantidade de folículos (tecido linfoide). Para exame 
da conjuntiva palpebral superior, é necessário fazer sua 
eversão, a qual possibilita evidenciar reação inflamatória, 
corpo estranho ou turno ração. A pálpebra superior pode 
ser facilmente evertida, solicitando-se ao paciente que olhe 
para baixo enquanto o examinador segura seus cílios com 
uma das mãos, puxando para fora e para baixo ao mesmo 
tempo em que exerce pressão com um cotonete 1 em acima 
da borda palpebral. Isso equivale a fazer pressão acima da 
placa tarsal. Se houver dor, pode-se usar anestesia tópica. 
Para que a pálpebra volte à posição normal, basta que o 
paciente olhe para cima. A conjuntiva palpebral inferior é 
facilmente visualizada com uma simples tração para baixo da 
pálpebra inferior em cima do osso maxilar, pedindo-se ao 
paciente que olhe para cima (Figuras 19.6 e 19.7). O exame 
da conjuntiva palpebral inferior fornece valiosa informação 
nas anemias, nas quais a 
cor normal, rosa-vivo, 
transforma-se em rosa-
pálido ou fica quase 
branca . 
 
 
 
 
 
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 Córnea 
A superfície corneana normal é tão regular que forma excelente 
área de reflexão, de modo que pequenas alterações são 
facilmente observadas com uma boa iluminação. 
O examinador deve avaliar, em primeiro lugar, seu tamanho. O 
normal é 10,6 mm (parte vertical) por 11,7 mm (parte horizontal). 
Megalocómea sugere glaucoma congênito, já a microcórnea faz 
pensar em rubéola. Com boa iluminação e ajuda de uma lupa, 
pode-se constatar opacificação corneana (leucoma), 
irregularidades epiteliais provocadas por corpo estranho e 
neovascularização (pannus corneano). Esta última é muito comum 
no tracoma. Pingando-se um colírio de fluoresceína na córnea e 
utilizando-se a luz azul de cobalto, torna-se possível detectar 
pequenas alterações corneanas. Isto ocorre porque o corante 
deposita-se nos defeitos epiteliais. Às vezes, toma-se difícil 
examinar a córnea devido à fotofobia ou blefaroespasmo. Nessas 
condições, convém instilar duas gotas de colírio anestésico para 
obter a cooperação do paciente. Para o exame detalhado da 
córnea, da câmara anterior, da íris e do cristalino, necessita-se 
da lâmpada de fenda; é um exame da alçada do oftalmologista. Ao 
observar a câmara anterior, com uma boa iluminação, de 
preferência com a lâmpada citada, o examinador deve notar a 
profundidade, a turvação do humor aquoso (irite), o sangue 
(hifema) e o acúmulo de exsudato celular (hipópio). É importante 
determinar a sensibilidade comeana, o que é feito mantendo-se a 
pálpebra aberta e encostando a ponta de um algodão na parte 
apical da córnea, sempre comparativamente, tendo o cuidado de 
não tocar nos cílios. Lesões intracranianas que comprometem o 
nervo trigêmeo frequentemente diminuem a sensibilidade. 
Mecções da córnea, como queratite herpética, podem conduzir à 
perda de sensibilidade, havendo possibilidade de evoluir para uma 
úlcera comeana neuroparalítica . 
 Pupila 
A cor, os desvios e os orifícios da íris e da pupila devem ser 
analisados conjuntamente, podendo ocorrer alterações 
congênitas, traumáticas ou cirúrgicas. A aderência da íris com o 
cristalino, habitualmente por processo inflamatório, caracteriza a 
sinéquia posterior, quando está entre a íris e a córnea, recebe o 
nome de sinéquia anterior. As pupilas normais são redondas, 
localizadas centralmente e, na maioria das pessoas, de igual 
tamanho. No entanto, pupilas de tamanhos diferentes (anisocoria) 
são observadas em cerca de 25% da população normal. O 
diâmetro da pupila normal varia de 3 a 5 mm em um ambiente 
iluminado. Quando está menor que 3 mm caracteriza miose, e 
quando é maior que 7 mm, está em midríase, a qual pode ocorrer 
em contusões oculares e em algumas doenças cerebrais. Se o 
paciente estiver usando certas substâncias, como a pilocarpina e 
a heroína, a pupila pode se apresentar miótica. 
Cristalino 
O cristalino é uma pequena lente transparente situada entre a 
íris, à frente, e o vítreo, atrás, presa ao corpo ciliar por um 
conjunto de fibrilas - a zônula. Com a pupila em midríase, o exame 
é realizado com lâmpada de fenda. Porém, na falta desta, uma 
boa iluminação permite perceber as alterações mais grosseiras. 
Em relação à posição do cristalino, pode-se encontrá-lo deslocado 
(luxado), o que ocorre, às vezes, na síndrome de Marfan e nos 
traumatismos oculares (Figura 19.8). Com o oftalmoscópio, pode-
se caracterizar a perda de transparência do cristalino (catarata) 
pelo desaparecimento do clarão pupilar. 
ACUIDADE VISUAL 
A acuidade visual (AV) é o grau de aptidão 
do olho para identificar detalhes espaciais, 
ou seja, a capacidade de perceber a forma 
e o contorno dos objetos. 
A avaliação da acuidade visual é de grande importância, pois 
permite esclarecer se a queixa de perda ou diminuição da visão 
procede ou não. 
 A acuidade visual é testada em cada um dos olhos 
separadamente. 
 Ao se ocluir o olho que não está sendo examinado, 
deve-se evitar pressioná-lo, pois isto pode provocar 
distorção na imagem com diminuição da acuidade visual. 
 Se o paciente usar óculos, esta acuidade deve ser 
avaliada com a correção óptica. 
 O método mais usado é o da carta ou quadro de Snellen, 
no qual o paciente fica sentado a aproximadamente 6 
m (20 pés) de distância dele. 
 Na carta de Snellen há letras de diferentes tamanhos, 
equidistantes 5 em. Quanto mais afastado estiver o 
quadro, menor é a imagem na retina. 
 Combinando estes dois fatores, tamanho das letras e 
distância entre o paciente e o quadro, é possível 
determinar o ângulo visual mínimo que corresponde à 
melhor acuidade visual. 
 . A acuidade visual normal por convenção é 20/20. 
 Se o paciente é capaz de ler somente a linha 20/30, 
isso deve ser registrado. Se o paciente não consegue 
ler linha nenhuma, deve-se caminhar na sua direção até 
o ponto em que este consiga identificar quantos dedos 
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o examinador está mostrando (acuidade visual- dedos a 
3 m). 
 
 O registro da visão de perto mais usado é a tabela de 
Jaegger com graduações de Jl, J2, J6. A distância ideal 
para leitura de perto é de 33 em. Quando o paciente 
afasta a leitura, deve-se suspeitar de presbiopia. Se 
aproxima muito, é provável que seja
míope. Se o 
paciente for analfabeto, o quadro deve ser construído 
com objetos ou animais facilmente identificáveis. 
 O exame da acuidade visual avalia o funcionamento da 
fóvea, área da retina responsável pela melhor acuidade 
visual. Ao encontrar distúrbios na acuidade, deve ser 
feita uma investigação oftalmológica completa. 
Procedimentos para a realização da técnica 
 Preparo do local: deve ser calmo, bem iluminado e sem 
ofuscamento. A luz deve vir por trás ou dos lados da 
pessoa que vai ser submetida ao teste. Deve-se evitar 
que a luz incida diretamente sobre a Escala de Sinais de 
Snellen; 
 A Escala de Sinais de Snellen deve ser colocada numa 
parede a uma distância de cinco metros da pessoa a 
ser examinada; 
 O profissional responsável pela triagem deve fazer uma 
marca no piso com giz ou fita adesiva, colocando a 
cadeira de exame de forma que as pernas traseiras 
desta coincidam com a linha demarcada; 
 Deve-se verificar, ainda, se as linhas de optotipos 
correspondentes 0,8 a 1,0 estão situadas ao nível dos 
olhos do examinado; 
 
Material a ser utilizado para realizar a técnica 
 Escala de Sinais de Snellen; 
 Objeto para apontar os optotipos (lápis preto); 
 Giz; 
 Cartão oclusor; 
 Cadeira (opcional); 
 Metro ou fita métrica; 
 Fita adesiva; 
 Impresso para anotação dos resultados. 
Preparo para a aplicação do teste 
A prontidão da resposta ao teste, por parte do examinado, 
depende da sua compreensão em relação às instruções 
recebidas. Por essa razão é conveniente que haja um adequado 
preparo coletivo ou individual, como: 
 O profissional deve explicar e demonstrar o que vai 
fazer; 
 Deve-se colocar a pessoa próxima à Escala de Sinais de 
Snellen e pedir-lhe que indique a direção para onde está 
voltado cada optotipo; 
 O profissional deve ensinar o examinado a cobrir o olho 
sem comprimi-lo e lembrá-lo que, mesmo sob o oclusor, 
os dois olhos devem ficar abertos. 
 
Aplicação da técnica 
A pessoa que usar óculos para longe deve mantê-los 
durante o teste. Os optotipos podem ser mostrados com um 
objeto que aponte. Para apontar o optotipo a ser visto, o 
profissional deve colocar o objeto em posição vertical 
passando-o em cima e repousando abaixo do optotipo. Mover 
com segurança e ritmicamente o objeto de um optotipo para 
outro. A medida da acuidade visual sempre deve ser 
realizada primeiramente no olho direito, com o esquerdo 
devidamente coberto com o oclusor; o exame deve ser 
iniciado com os optotipos maiores, continuando a seqüência 
de leitura até onde a pessoa consiga enxergar sem 
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dificuldade. Utilizar a mesma conduta para medir a acuidade 
visual do olho esquerdo. Atenção especial deve ser dada à 
anotação dos dados. É muito comum a troca da anotação dos 
dados do olho direito com o olho esquerdo. Por isso, anotar 
sempre os resultados do olho direito, antes de iniciar o teste 
no olho esquerdo. 
 
O profissional deve mostrar pelo menos dois optotipos de 
cada linha. Se o examinado tiver alguma dificuldade numa 
determinada linha, mostrar um número maior de sinais da 
mesma linha. Caso a dificuldade continue, voltar à linha 
anterior. A acuidade visual registrada será o número decimal 
ao lado esquerdo da última linha em que a pessoa consiga 
enxergar mais da metade dos optotipos. Exemplo: numa linha 
com 6 optotipos, o examinado deverá enxergar no mínimo 4. 
Todos os alunos que não atingirem 0,7 devem ser 
retestados. Valerá o resultado em que a medida da acuidade 
visual foi maior. É comum ocorrer erros na primeira medida. 
Se a pessoa que estiver sendo examinada não conseguir 
identificar corretamente o optotipo maior, deverá ser 
anotado Acuidade Visual (AV) como menor que 0,1 (<0,1). 
Sinais e sintomas a serem observados durante a avaliação 
da acuidade visual. É importante observar e registrar se 
durante a medida da acuidade visual o examinado apresenta 
algum sinal ou sintoma ocular, tais como: 
 Lacrimejamento; 
 Inclinação persistente de cabeça; 
 Piscar contínuo dos olhos; 
 Estrabismo (olho vesgo); 
 Cefaléia (dor de cabeça); 
 Testa franzida ou olhos semi-cerrados, entre 
outros. 
Este sinal ou sintoma deverá ser anotado como observação 
na ficha de resultado da triagem que estará anexado como 
sugestão aos gestores. 
REFLEXO PUPILAR FOTOMOTOR E 
DE ACOMODAÇÃO CONVERGÊNCIA 
O teste do reflexo pupilar à luz é feito da seguinte maneira: 
deve-se iluminar uniformemente a face do paciente, fazendo 
incidir um feixe luminoso sobre um dos olhos. A pupila normal 
contrai-se vigorosa e rapidamente, mantendo-se nesse estado, 
caracterizando o reflexo fotomotor direto. A pupila do outro olho 
deve contrair-se simultaneamente e com a mesma intensidade, 
ou seja, por meio do reflexo fotomotor indireto ou consensual. O 
outro reflexo a ser investigado é o reflexo para perto. Para isso, 
um objeto deve ser aproximado do olho até ficar a uma distância 
de aproximadamente 10 em. Nesse momento, ocorre então a 
miose bilateral, bem como a convergência dos olhos e a 
acomodação. 
CONJUNTIVITE 
É a inflamação da conjuntiva, caracterizando-se por dilatação 
vascular, infiltração celular e exsudação. Sua causa pode ser 
bacteriana, viral ou alérgica. 
 
 
 
 
 
 A conjuntivite bacteriana pode ser aguda ou crônica. A 
fase aguda é reconhecida pelo ingurgitamento vascular 
e pela secreção mucopurulenta, associados a sintomas 
de irritação, sensação de corpo estranho e pálpebras 
aderidas. Pode comprometer o sistema lacrimal. Uma 
grande variedade de bactérias pode infectar a 
conjuntiva, e a identificação do tipo de bactéria nem 
sempre é fácil de ser feita. A forma aguda tem como 
etiologia o Staphylococcus epidermidis, o Staphylococcus 
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aureus, o Haemophilus e o Streptococcus sp. A 
conjuntivite crônica tem como etiologia germes 
resistentes aos antibióticos de uso mais frequente, 
devendo-se pensar sempre em infecção por clamídia. 
 A conjuntivite viral apresenta, em geral, uma reação 
folicular na conjuntiva. Sua duração é de 10 dias a 3 
semanas e melhora espontaneamente. O agente mais 
comum é um adenovírus, o qual, além da conjuntivite, 
causa queratite superficial e pode evoluir com 
pseudomembrana. O herpes simples ocular tem caráter 
de infecção recorrente e crônica e caracteriza-se por 
lesões de aspecto dendrítico na córnea. 
 
 A conjuntivite alérgica ocorre geralmente em pacientes 
com história familiar de alergia. Após alguns minutos em 
contato com o antígeno, pode haver reação sistêmica 
junto com manifestação ocular, caracterizada por 
edema e hipertrofia papilar difusa da conjuntiva. Os 
principais sintomas são prurido, irritação e secreção 
aquosa. No esfregaço conjuntiva! encontram-se 
eosinófilos. 
 CATARATA 
Catarata é uma opacificação do cristalino. As cataratas apresentam 
grande variação no grau de densidade e podem ser devidas a diversas 
causas, mas usualmente, estão associadas à idade. Uma certa 
formação de catarata pode ser esperada em pessoas com mais de 70 
anos de idade. 
As cataratas normalmente são progressivas, porém alguns casos são 
estacionários (normalmente as congênitas). A progressão da maioria 
das cataratas se faz em estágios evolutivos, por etapas: 
- catarata incipiente, quando o cristalino começa a enturvar; 
- catarata em formação, quando o cristalino adquire opacificação 
difusa; 
- catarata madura, quando o cristalino atinge a opacificação completa. 
 
Etiologia 
1- Relacionada a idade: catarata senil 
2- Pré Senil: diabetes, dermatite atópica 
3- Trauma: penetrante, choque elétrico 
4- Tóxica:
esteroides, mioticos, antipscicóticos 
5- Secundária: Uveíte anterior, radiação, tumor, glaucoma ângulo 
fechado, 
6- Endócrina/Metabólica: diabetes, síndrome de down 
Classificação 
1- De acordo com a Idade 
A – Congênita 
B – Infantil 
C – Juvenil 
D – Adulta 
E – Relacionada a Idade (Senil) 
2 - De acordo com a localização da Opacidade na Lente: 
A – Nuclear 
B – Cortical 
C – Subcapsular Posterior 
3 – De acordo com o grau de opacidade presente: 
A – Imatura: fibras cristalianas transparentes presentes 
B – Intumescente: inchaço do cristalino com fendas d’agua 
C – Matura: opacificação de todas as fibras cristalianas 
D – Hipermadura: liquefação de fibras da lente opaca (Morganiana) 
E – Pós-Facectomia: opacificação da capsula posterior ou persistência 
de fibras da lente após facectomia. 
4 – De acordo com a taxa de desenvolvimento: 
A – Estável: 
permanece na mesma 
classificação por anos. 
B – Progressiva: 
acometimento rápido 
das camadas do 
cristalino. 
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Tratamento 
Apesar do prognóstico de cirurgia para a extração da catarata, 
existem condutas terapêuticas que visam aguardar o momento 
oportuno de cirurgia, em que os oftalmologistas prescrevem 
medicamentos como: hormônios, calcioterapia e vitaminas C e B, na 
expectativa de um possível retardo evolutivo. 
Cirurgia da catarata 
Nos últimos tempos a evolução das técnicas cirúrgicas melhoraram 
muito a vida dos afácicos, principalmente como resultado da introdução 
do uso do microscópio, instrumentação melhor, material de sutura 
aperfeiçoado, e aperfeiçoamento das lentes intra-oculares. O cristalino 
pode ser removido por procedimentos cirúrgicos intracapsular ou 
extracapsular. Após a cirurgia espera-se que a visão seja recuperada. 
 
 
 
 PTOSE PALPEBRAL 
Blefaroptose ou ptose palpebral é a condição em que a margem 
palpebral, em posição primária do olhar, cobre mais que 2,0 mm 
do limbo superior. É uma afecção palpebral bastante frequente, 
podendo gerar problema estético e também funcional, à medida 
que produz restrição do campo visual superior ou oclusão do eixo 
visual, levando a posição viciosa de cabeça e pescoço(1,2). A ptose 
palpebral pode ser classificada de acordo com a época do 
aparecimento, em congênita ou adquirida. Em geral, a ptose 
congênita decorrente de distrofia do músculo levantador da 
pálpebra superior (MLPS). No caso da ptose adquirida, a etiologia 
involucional aponeurótica é a causa mais frequente. As ptoses 
também podem ser classificadas de acordo com a sua 
intensidade, quando se tem a ptose leve, moderada ou grave(3-8). 
A abertura palpebral se dá principalmente pela ação do MLPS e 
do músculo de Muller. Quando a ptose está presente e 
dependendo de sua intensidade, outras forças atuarão no sentido 
de manter a abertura palpebral, como a contração do músculo 
frontal. Todo este mecanismo atua em conjunto, sendo 
necessário reconhecê-lo na propedêutica, para a escolha do 
melhor tratamento. Neste sentido, avaliações da posição palpebral 
e do supercílio merecem destaque. O objetivo deste estudo é 
avaliar medidas da posição palpebral e do supercílio de portadores 
de ptose, procurando identificar as diferenças entre os tipos de 
ptose.

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