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Lesões Corporais Art. 129 CP Conceito Compreende toda e qualquer ofensa ocasionada à normalidade funcional do corpo ou organismo humano, seja do ponto de vista anatômico, seja do ponto de vista fisiológico ou psíquico. Hungria diz que ‘’ o crime de lesão corporal consiste em qualquer dano ocasionado por alguém, sem animus necandi, à integridade física ou a saúde (fisiológica ou mental) de outrem’’. Classificação Doutrinária Classificação Doutrinária Crime material, comum, pode ser cometido por qualquer pessoa, crime monosubjetivo, podendo ser cometido por uma só pessoa e de forma livre, admite-se tentativa e crime não transeunte, pois deixa vestígio. Modalidades Lesão corporal leve – art.129, caput, do CP Lesão corporal grave – art. 129, §1º, do CP Lesão corporal gravíssima – art.129, §2º CP Lesão corporal seguida de morte – art. 129, § 3º , do CP Lesão corporal culposa – art.129, § 6º, do CP Violência Doméstica – art.129, § 9º, do CP Indagação: O ser ainda em formação já pode ter a sua integridade física e sua saúde protegida por intermédio do Art.129¿ Luiz Regis Prado, diz que ‘’ o ser humano vivo, a partir do momento do início do parto até sua morte’’, descartando a possibilidade do crime de lesão corporais ser cometido, contra o feto ainda em formação no útero materno. Em sentido contrário se posiciona Ney Moura Teles que diz que deverá responder pelo delito de lesões corporais, devendo-se unicamente, comprovar que, ao tempo de sua ação o feto encontra-se vivo, condição indispensável à configuração do delito. A proteção mediante o Art.129 CP tem início a parti do momento em que surge uma nova vida vida carregada dentro do útero materno, que ocorre com a nidação. Sujeito Ativo e Passivo Sujeito Ativo : Qualquer Pessoa Sujeito Passivo : Regra: qualquer pessoa EXCEÇÃO: IV do §1º (resultado qualificador de aceleração de parto) , V do § 2º do art.129 (resultado qualificador de aborto) § 9º modalidade qualificada relativa à violência doméstica. Objeto Material É a pessoa humana, mesmo com vida intrauterina, sobre a qual recai a conduta do agente no sentido de ofender lhe a integridade corporal ou a saúde. (Ser humano vivo (outrem), não podendo ser objeto material: pessoas jurídicas, materiais e cadáveres) Bem Juridicamente Protegido Segundo o art.129 CP, são a integridade corporal e a saúde do ser humano Exame de corpo de delito É um crime que deixa vestígio, há necessidade de ser produzida prova pericial, comprovando-se natureza das lesões, isto é, se leve, grave ou gravíssima. ART.168 CPP Os peritos, ao avaliarem a vítima, devem confeccionar um diagnóstico correspondente ao estado em que ela se encontra no momento em que é submetida ao exame de corpo e delito, não se podendo contudo produzir prognósticos. Elemento Subjetivo O crime de lesão corporal pode ser praticada mediante seis modalidades diferentes , a análise do elemento subjetivo será individualizado ; Ressalta-se que o caput do art.129 prevê lesão corporal leve , somente pode ser praticada A TÍTULO DE DOLO SEJA DIRETO OU EVENTUAL O DOLO DE CAUSAR LESÃO É RECONHECIDO POR EXPRESSÕES LATINAS -> animus laedendi ou animus vulnerandi. Modalidades Qualificadas Lesões corporais derivadas qualificadas pelos seus § § 1º e 2º que podem ser consideradas respectivamente graves ou gravíssimas ; São efetivamente tipos derivados QUALIFICADOS Lesão corporal qualificada pelo resultado: §1º LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE Ação Penal Pública Incondicionada I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias A título de dolo ou culpa Qualquer ocupação de natureza habitual, da esma forma do que fica impedido de trabalhar por um período superior a 30 dias , da mesma forma que aquele que deixa de praticar suas atividades esportivas ; Deve ser lícita e pode ser imoral; (prostituição) É necessário exame complementar , decorrido o período de trinta dias, sem o qual se torna inviável a aplicação mencionada qualificadora ao delito de lesão corporal (art. 168, § 2º do CPP). II- Perigo de vida (havendo dolo na lesões e culpa quanto no resultado agravador) (situação transitória) Qualificadora de natureza culposa, sendo as lesões corporais qualificadas pelo perigo de vida um crime preterdoloso ; Demonstrado e comprovado por perícia fundamentada O agente somente poderá ser responsabilizado pela qualificadora do perigo de vida se, embora não querendo esse resultado, lhe fosse previsível que seu comportamento pudesse causa-lo Agravação pelo resultado Art. 19 – Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente OBS: Se o agente, quando agredia a vítima, atuava com dolo no sentido de causar-lhe perigo de vida, na verdade agia com o dolo do delito de homicídio, razão pela qual, sobrevivendo a vítima, deverá responder por tentativa de homicídio, e não por lesão corporal qualificada pelo perigo de vida. III. Debilidade permanente de membro, sentido ou função A título de dolo ou culpa ; Culposamente, desde que esse resultado tenha sido previsível, em atenção ao Art.19 CP do diploma repressivo ; Debilidade = ENFRAQUECIMENTO OU REDUÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL PERMANENTE = DURADOURO ÓRGÃOS DUPLOS 2 OLHOS 2 PULMOES 2 RINS Se o sujeito passivo só tiver um desses órgãos e perder , considera-se gravíssimo Obs: A vítima que agredida violentamente, perdeu um dos olhos, ou mesmo ficou surda de um dos seus ouvidos, o caso é tratado como debilidade, isto é diminuição , redução da capacidade de enxergar ou ouvir. Tratando-se de órgãos duplos, a exemplo dos rins, a perda de um deles se configura como debilidade permanente da função renal e não perda dessa referida função. Se a vítima contava com, um dos rins, pois já não tinha o outro, a aplicação da qualificadora seria lesão gravíssima. IV. Aceleração de parto (antecipação de parto, a vida volta a normalidade) A título de culpa e a lesão corporal qualificada pela aceleração do parto de natureza preterdolosa Hipóteses: Se o agente atuava no sentido de interromper a gravidez com a consequente expulsão do feto, o seu dolo era o de aborto, e não o de lesão corporal qualificada pela aceleração do parto. Se o feto sobrevive, mesmo após o comportamento do agente dirigido finalisticamente à interrupção da gravidez, com a sua consequente expulsão, deverá ser responsabilizado pela tentativa de aborto. SOMENTE SE PODE CLASSIFICAR O COMPORTAMENTO PRATICADO PELO AGENTE COMO LESÃO CORPORAL QUALIFICAFICADA MEDIANTE ACELERAÇÃO DE PARTO: Se o dolo era somente por produzir a lesão em uma mulher que sabidamente se encontrava grávida e devido a isso veio dar a luz prematuramente ao feto, antecipando o parto. O dolo era de ofender a integridade corporal da gestante, sendo que daí adveio um resultado agravador, que lhe era perfeitamente previsível. Exemplo¹ : Ao chegar em casa, o homem discuta com sua esposa, que se encontrava grávida, e o agente reconhece isso, este covardemente agride com um soco no rosto a sua esposa, em virtude da agressão a gestante cai, começa a sentir contrações e é encaminhada ao hospital mais próximo, sendo que em pouco tempo depois, ocorre a expulsão prematura do feto, que sobrevive. Resposta: Em tal hipótese o agente deverá responder pelo delito de lesão corporal, qualificada pelo resultado aceleração de parto. Exemplo² : Imagina-se que uma gestante, portadora de obesidade mórbida, grávida, não conte esse fato ao seu marido, que dado o excesso de gordura da sua mulher, não percebe a gravidez. Após agredi-la ela é conduzida ao do feto, que sobrevive. Resposta: O marido agressor deverá responder tão somente pelos resultados advindos de seu comportamento, excluindo-se a qualificadora da aceleração de parto, uma vez que tal resultado não lhe era previsível, por desconhecer a gravidez. AGRAVAÇÃO PELO RESULTADO Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmentea pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente O resultado agravador deve ter sido previsível para o agente. se ele por exemplo, não tinha conhecimento da gravidez de sua sua esposa,terá que responder somente pelas lesões nela produzidas, afastando-se a qualificadora da aceleração de parto, nos termos do art.19 CP Lesão corporal qualificada pelo resultado: § 2ºLESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA Ação Penal Pública Incondicionada I - incapacidade permanente para o trabalho Resultado qualificador pode ter sido produzido dolosamente ou culposamente. Á perda ou à inaptidão permanente para o trabalho. A doutrina advoga que significa qualquer modalidade de trabalho e não especificamente trabalho a que a vítima se dedicava. incapacidade permanente, isso é duradoura, mas não necessariamente perpétua , porém sem tempo certo para se restabelecer. II. Enfermidade Curável Comportamento doloso ou culposo do agente; A aids não é considerada lesão corporal qualificada pela enfermidade incurável e sim recai na modalidade do art.121 CP consumado ou tentado. (Segundo Rogério Greco) Basta um juízo de probabilidade de que a doença não tenha cura ; o juízo prognóstico deve ser demonstrado através de perícia ; III. Perda ou Inutilização de membro, sentido ou função Atribuída ao agente a título de dolo ou culpa ; PERDA DE MEMBROS BRAÇOS PERNAS MÃOS PÉS Exemplo: Quando a vítima sofre lesões no braço, tornando-o débil, fraco, mas ainda pode ser utilizado, embora não mais com a força e a capacidade anterior ,a hipótese será considerada como debilidade Se as lesões sofridas pela vítima fazem com que seu braço, embora fisicamente preso ao seu corpo, não possa mais ser utilizado para qualquer movimento rotineiro, é o caso de inutilização ; IV. Deformidade Permanente Comportamento doloso ou culposo do agente Modificar esteticamente a forma anteriormente existente ; Há necessidade de que a deformidade seja aparente, causando constrangimento à vítima perante a sociedade, a lei penal não exige que o dano seja visível ; V. Aborto A título de culpa, trata-se de crime preterdoloso ; A conduta deve ter sido dirigida finalisticamente a produzir lesões corporais na vítima, cuja a gravidez era conhecida pelo agente ; O agente deve conhecer o estado de gravidez da vítima, sem assumir o risco de produzir o aborto ; §3ºLESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE Ação Penal Pública Incondicionada Art.129 §3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo : Pena – Reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos Crime preterdoloso ; A conduta do agente deve ter sido finalisticamente dirigida à produção das lesões corporais, tendo o resultado morte produzido a título de culpa ; NÃO SE PODE QUERER O RESULTADO MORTE A morte obrigatoriamente deve ter sido previsível para o agente, pois caso ao contrário, não sendo previsível o agente somente poderá ser responsabilizado pelas lesões corporais praticadas, sem a incidência da qualificadora ; Hipóteses: ‘A ‘ se encontra com seu desafeto na praia “B”, assim que o vê, agindo com dolo de lesão, desfere-lhe uma rasteira fazendo com que ele caia e bata com a cabeça na areia. PARA A INFELICIDADE VA VÍTIMA, no local aonde caiu, havia oculta, por debaixo da areia, uma pedra de grandes proporções, sendo que a vítima nela bate a cabeça e sofre traumatismo craniano, vindo a morrer. Pergunta-se: Era previsível que por debaixo daquela areia estivesse oculta uma pedra na qual a vítima, caindo, nela pudesse bater a cabeça¿ Resposta: A resposta só pode ser negativa, razão pela qual o crime a ser imputado ao agente seria o de lesão corporal (simples, grave ou gravíssima), dependendo do resultado que fora produzido antes da morte, AFASTANDO-SE CONTUDO O ART.129 §3º ,EM FACE DA AUSÊNCIA DE PREVISIBILIDADE. E SE MUDÁSSEMOS O LOCAL DA AGRESSÃO ... Por exemplo, para o interior de um restaurante , a conclusão do problema seria modificado, pois seria previsível que a vítima caindo, pudesse bater com a cabeça no chão, vindo a sofrer, devido o impacto, traumatismo craniano, razão pela qual o delito a ser imputado ao agente seria, o de LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE. § 4º Diminuição de Pena - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. _relevante valor social ou moral; _sob o domínio de violeta emoção, logo em seguida a injusta provocação do ofendido; _incide sob todas as modalidades de lesão corporal dolosa. § 5º Substituição da Pena - O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; (lesões leves, em caso de lesão corporal privilegiada;) II - se as lesões são recíprocas. § 6º LESÃO CORPORAL CULPOSA Ação Penal Pública Condicionada Lesão Corporal Culposa § 6º - Se a lesão é culposa: Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano. Conforme diz o item 42 da Exposição de Motivos à Parte Especial do Código Penal: Não há distinção quanto à gravidade das lesões; Não havendo maior ou menor importância na importância do dano material (leve ou grave) A pena é a mesma, isto é detenção de 2(dois) meses a 1 (um) ano. Cabe perdão judicial Hipótese: Se a vítima em virtude das lesões corporais sofridas, ficou paralítica ; uma vez concluído que o fato se subsume ao delito de lesão corporal culposa, tal resultado terá repercussão quando da aplicação da pena, não modificando, contudo. A natureza do delito. Aumento de Pena § 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses das hipóteses do Art.121 § 4º. § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do Art. 121. ART 121. MATAR ALGUÉM: § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. LESÕES CORPORAIS CULPOSAS PRODUZIDAS SOB DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR Em virtude do princípio da especialidade, terá aplicação o art.303 CTB Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. §9º VIOLÊNCIA DOMÉSTICA §9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou ainda , prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos Quando a mulher for vítima de violência doméstica ou familiar, sendo o sujeito passivo do delito de lesões corporais, tal fato importará em tratamento mais severo ao autor da infração penal, pela lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 Aumento de Pena § 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). No caso de ser considerado lesões graves, gravíssimas ou ainda na hipótese de lesão corporal seguida de morte; § 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se ocrime for cometido contra pessoa portadora de deficiência Deficiência física Deficiência auditiva Deficiência visual Deficiência mental Perdão Judicial § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do Art. 121 § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Modalidades Comissiva e Omissiva Omissiva : Deverá gozar do status de garantidor, devendo evitar a produção do resultado Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Consumação e Tentativa Consuma-se: com a efetiva produção da ofensa à integridade corporal ou a saúde da vítima, incluindo-se os resultados qualificadores previsto pelos §§ 1º, 2º e 3º, lesões graves, gravíssimas e seguidas de morte. Tentativa: Será admissível na hipótese de lesão corporal de natureza leve ; Sendo graves, gravíssimas as lesões, somente se admitirá a tentativa nos casos em que o delito não for classificado como preterdoloso Portanto não há de se falar em tentativa: PERIGO DE VIDA, ACELERAÇÃO DE PARTO E ABORTO DESTAQUES: Princípio da Insignificância, lesões corporais e vias de fato O princípio da insignificância tem por finalidade: afastar o tipo penal os danos de pouca ou nenhuma importância. Esse princípio não se aplica em homicídio. INCOMPLETO A contravenção penal chamada 'vias de fato' Prevista no artigo 21 do Decreto Lei 3688, de 1941, e assim preleciona: "Praticar vias de fato contra alguém: Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, se o fato não constitui crime. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço até a metade se a vítima é maior de 60(sessenta) anos. Trata-se de infração penal que ataca a incolumidade física, consubstanciada em atos de ataque ou violência contra pessoa, desde que não caracterizem lesões corporais. A doutrina manifesta que vias de fato são todos os atos de provocação exercitados materialmente sobre a pessoa, ou contra a pessoa. Exemplos: empurrar pessoas, sacudi-las, rasgar-lhes as roupas, puxar cabelo, dar-lhes socos ou pontapés, arremessar-lhes objetos, arrancar-lhes parte do vestuário, toda a prática de ato agressivo, dirigido a alguém. Não se pode admitir que desses atos agressivos resulte para a vitima ofensa à integridade física ou a saúde A jurisprudência reconhece vias de fato, citando, como exemplos, aquelas situações nas quais resultam, para a vítima, apenas dor ou eritemas (vermelhidão).
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