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Tarefa 02

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Tarefa 2 – Sobre o pensamento de Schrödinger
Para responder a primeira pergunta, acredito que seja fundamental a 
compreensão exata do que é o Ser sugerido por Heidegger, tema este que não me 
preocuparei em desenvolver aqui, visto que não faz parte do conteúdo abordado nesta 
tarefa.
Ao ler o texto da semana 03, fica claro o papel decisivo que tem a técnica no 
pensamento científico. Como pude notar, Schrödinger menciona a ausência de barreiras 
entre os pensamentos éticos e políticos e o pensamento científico no começo da história, 
citando também que o diálogo entre esses pensamentos pode ser não só produtivo, mas é 
necessário. Na origem desta mesma história, não só o pensamento científico, mas todos 
os outros tipos de pensamento humano sejam eles através das artes, da ética, política ou 
filosofia, tinham como objetivo principal entender a condição de existência humana, 
entender não só como nós funcionamos, mas entender como funciona todo o “todo” que 
nos cerca, seja este “todo” através do cosmos, do universo, ou até mesmo do nada. Em 
outras palavras, entender a essência humana. No decorrer do tempo, o efeito da técnica 
nestes pensamentos, principalmente o científico, foi fazendo com que este objetivo fosse 
se perdendo, e por isso a ciência fosse se tornando uma ciência muito mais de 
especialização do que uma ciência da razão e de explicações - como definido por Ortega 
no trecho apresentado na aula -, ou seja, foi se tornando uma ciência com uma finalidade 
muito mais prática e utilitarista. Essa “barreira” que se foi criando entre os pensamentos 
foi muito bem definida por Schrödinger como uma parede que se estende até o passado 
na origem do pensamento, ou seja, nos gregos.
Portanto, o grande paralelo que pude perceber entre os pensamentos de 
Heidegger e Schrödinger, é exatamente quando o primeiro fala em relação ao 
esquecimento do Ser. Esquecimento este que fez com que a ciência se tornasse essa 
ciência especializada como mostrada acima, pois o objetivo principal de entender “O Ser” 
do homem foi sendo perdido, fato que foi por ele mesmo citado durante sua entrevista.
Outro ponto curioso que eu gostaria de citar, ainda sobre Heidegger, é quando ele 
fala da tarefa do pensamento no fim da filosofia no final de sua entrevista, tentando então 
distinguir um do outro. Pois bem, vemos que em razão da simplicidade do pensamento ele 
se torna difícil de realizar, fazendo-nos recorrer às origens do próprio pensamento, que é 
uma das ideias abordadas por Schrödinger. Fica aqui, portanto uma sugestão para 
debatermos nas aulas, que é exatamente este paralelo, onde o fim da filosofia está 
diretamente ligado à origem do pensamento.
Partindo agora para a outra questão, devo confessar que essa foi uma das 
questões mais complicadas para responder, pois a relação entre os textos apresentados 
pode variar de pessoa pra pessoa, dependendo a interpretação de cada um.
Pudemos perceber que Schrödinger destaca três grandes características que nos 
foram herdadas do pensamento grego, que são: O conflito entre razão e sentido, o 
modelo matemático, e a transformação do mundo. Ao ler a palestra proferida por 
Pessanha sobre Platão, fica mais do que evidente toda a dramaturgia presente nos 
diálogos de Platão, a forma como este os representa, a quantidade dos detalhes, a 
participação do espectador na cena, o número de “participantes invisíveis” nos diálogos, 
enfim, percebe-se que são diálogos extremamente envolventes. Gostaria então, de 
estabelecer a relação entre os textos em três partes separadas, uma relacionada com cada 
característica mencionada por Schrödinger.
Ao pensar sobre toda essa dramaturgia de Platão perguntei-me o que teria isso a 
ver com uma das características do pensamento grego. Depois de muito pensar, cheguei a 
seguinte conclusão: A dramaturgia, principalmente quando Pessanha menciona que 
Homero teria desviado a cultura grega fazendo que eles pensassem que pensavam 
quando na verdade se iludiam, está diretamente relacionada com o conflito Razão X 
Sentido mencionado por Schrödinger, onde nossos sentidos nos fazem pensar que 
estamos vendo a verdade, ou melhor, pensando a verdade, quando na verdade não 
estamos se usarmos o lado racional. Podemos perceber que Pessanha a todo tempo diz 
que Platão critica a arte do ilusionismo de seu tempo e, esta arte do ilusionismo seria 
exatamente os nossos sentidos - se fizermos uma breve comparação com o pensamento 
grego -.
A segunda relação que devo mencionar aqui é a relação entre as características 
mencionadas nos diálogos de Platão - ou seja, a quantidade de detalhes envolvida, de 
personagens invisíveis, da ordem das cenas, e até mesmo do drama envolvido – e o 
modelo matemático pitagórico apresentado por Schrödinger, onde, todo o universo, todo 
o cosmos, tudo que existe e o que não existe segue um modelo matemático, organizado e 
equilibrado, assim como os diálogos de Platão.
Por fim, a terceira e última relação que pude perceber é quando Platão critica os 
avanços técnicos da música e dos instrumentos, onde esta primeira estaria sendo feita 
muito mais para agradar, fugindo assim da sintonia perfeita do cosmos. Essa crítica estaria 
por sua vez relacionada com a capacidade de compreender e transformar o mundo dos 
gregos, uma vez que a técnica tem dominado o pensamento científico e feito com que 
este tenha se tornado completamente utilitarista e prático, como foi tentado mostrar ao 
responder a primeira questão. É importante salientar que essa questão da transformação 
é retratada também por Platão quando em um de seus diálogos ele retrata uma conversa 
entre duas pessoas e o som é gradativamente diminuído e afastado deixando a 
continuação da conversa completamente aberta à imaginação dos espectadores.
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Introdução à Filosofia – Módulo Ciência – FIL1000
Henrique Azevedo Gélio – 10215886
Professora Maria Inês
02/06/2012

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