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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS A. C. SIMÕES BACHARELADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA CAMPO A PARTIR DO POTENCIAL Amanda Constantino Monteiro MACEIÓ 2022 CAMPO A PARTIR DO POTENCIAL Amanda Constantino Monteiro 1- INTRODUÇÃO Campo elétrico é definido como sendo a modificação do espaço após a interação entre cargas (positivas ou negativas) presentes naquele ambiente. Mais precisamente, campo elétrico é um campo vetorial, pois consiste na distribuição de vetores, um para cada ponto em uma região em torno de um objeto eletricamente carregado. A unidade de campo elétrico no SI é o newton por coulomb (N/C), e o módulo do campo elétrico formado pela força que um objeto eletricamente carregado exerce sobre uma carga pontual é: �⃗� = 𝐹 𝑞0 (1) Buscando exemplificar melhor como funciona a interação das cargas e das forças envolvidas, o cientista inglês Michael Faraday introduziu a primeira ideia de campo elétrico pois acreditava que o espaço nas vizinhanças de um corpo eletricamente carregado era ocupado por linhas de força. A partir dessa ideia inicial, foram descobertas as linhas de campo elétrico que facilitam a vizualização de como funciona um campo elétrico, onde temos que; as linhas do campo tendem a se afastar das cargas positivas (onde se inicia as linhas do campo) e se aproximarem das cargas negativas (onde terminaria as linhas de campo). Imagem 1 – Campo Elétrico formado por cargas pontuais iguais e por cargas pontuais diferentes A interação entre cargas não forma somente o campo elétrico mas também é capaz de dar origem a uma energia potencial entre as cargas, que pode ser transformada em energia cinética por exemplo. A energia potencial elétrica formada, é definida como sendo uma grandeza escalar, que depende da magnitude das cargas e também das distâncias entre elas; é representada pela letra V e pode ser calculada pela fôrmula a seguir: 𝑣 = 𝑈 𝑞 (2) Onde U é o trabalho da força elétrica ao deslocar a carga de um ponto a outro e q é a carga elétrica. Nos experimentos descritos a seguir, buscamos observar o comportamento do campo eletrostático a partir das experimentações realizadas e determinar as linhas equipotenciais em meios condutores líquidos. Para tal, utilizamos de uma cuba eletrolítica com papel milimetrado, multímetro, ponteiras (fixa e movel), quatro cabos para ligações (sendo dois da forma banana-jacaré e os outros dois da forma banana-banana), dois eletrodos cilíndricos de cobre, duas placas retangulares de cobre, anel de latão, fonte de tensão (0 – 12V DC) e solução de sulfato de cobre (CuSO4). Após a montagem do sistema, seguimos para as análises e obtenção dos dados para as comparações. 2- RESULTADOS Na primeira parte do experimento utilizamos os dois eletrodos cilíndricos de cobre mergulhados na solução de sulfato de cobre dentro da cuba eletrolítica e, por meio da ponteira móvel, realizamos a captação e mapeamento de alguns pontos distribuídos pelo sistema e que possuiam o mesmo potencial elétrico. Os resultados obtidos para o eletrodo cilíndrico de cobre com carga positiva e negativa, estão nas tabelas a seguir: VOLTAGEM (V) PONTO X Y 0,60 -3 0 -3 -3 -3 2 VOLTAGEM (V) PONTO X Y 1,28 -5 0 -6 4 -6 6 VOLTAGEM (V) PONTO X Y 2,10 -10 5 -10 -5 -10 -8 Tabela 1 – Contagens das cargas por pontos diferentes no plano, com o eletrodo de carga positiva. VOLTAGEM (V) PONTO X Y -0,44 1 -3 1 -6 1 3 VOLTAGEM (V) PONTO X Y -1,20 4 2 4 6 4 -3 VOLTAGEM (V) PONTO X Y -1,61 5 -5 6 5 7 7 Tabela 2 - Contagens das cargas por pontos diferentes no plano, com o eletrodo de carga negativa. Após estas análises, observamos a distribuição de cargas novamente, mas dessa vez com um anel de latão entre os dois eletrodos. E observamos que as voltagens encontradas anteriormente diminuiram, se estivessem dentro do anel de latão, havendo baixa variação com os valores encontrados antes de colocar o anel no sistema e depois. Notamos também que os pontos mais distântes do anel apresentavam os mesmos valores encontrados anteriormente. Foi possível notar ainda que, estando apenas os eletrodos no sistema (sem a adição do anel de latão), as linhas equipotenciais apresentavam formas aredondadas em volta dos eletrodos e cargas de maior valores eram sempre encontradas próximas a eles. Após ser adicionado o anel junto ao sistema, as linhas equipotenciais pareciam ser repelidas quando se apróximavam do latão. Na segunda parte do experimento, trocamos os eletrodos cilíndricos de cobre por duas placas retangulares, e realizamos novamente os mesmos procedimentos. Os resultados estão nas tabelas a seguir: VOLTAGEM (V) PONTO X Y 1,08 -4 5 -6 -4 -6 6 VOLTAGEM (V) PONTO X Y 0,13 -3 -4 -3 4 -3 -6 VOLTAGEM (V) PONTO X Y 0,88 -5 -2 -5 5 -5 -7 Tabela 3 - Contagens das cargas por pontos diferentes no plano, com placa de carga positiva. VOLTAGEM (V) PONTO X Y 1,08 -4 5 -6 -4 -6 6 VOLTAGEM (V) PONTO X Y 0,13 -3 -4 -3 4 -3 -6 VOLTAGEM (V) PONTO X Y 0,88 -5 -2 -5 5 -5 -7 Tabela 4 - Contagens das cargas por pontos diferentes no plano, com placa de carga negativa. Ao colocarmos o anel de latão entre as placas, observamos que o potencial dentro do latão permaneceu aproximadamente o mesmo nos quatro quadrantes, apresentando algumas baixas variações com relação as cargas anteriormente encontradas. No lado de fora do latão também não houve grandes variações. Notamos ainda que com as placas, as linhas equipotenciais se apresentavam de forma linear e perpendiculares entre as placas; forma diferente de como se apresentaram quando usamos os eletrodos de cobre. 3. DISCURSSÃO Com base nos resultados obtidos, podemos fazer a seguinte interpretação acerca dos experimentos realizados, que pontos vizinhos que possuem o mesmo potencial elétrico formam superfícies equipotenciais. No primeiro experimento, onde utilizamos dois eletrodos cilíndricos de cobre, as superfícies equipotenciais produzidas por uma carga pontual constitui-se uma família de circunferências concêntricas, que começam a achatar a sua forma circular na região que está próxima ao ponto médio entre os eletrodos. Ou seja, percebemos que os pontos possuem uma certa tendência em formar curvas, assemelhando-se aos trechos de circunferências, onde o centro é o eletrodo. Quando adicionamos o anel, a carga é aproximadamente nula, tal fenômeno pode ser descrito como sendo uma blindagem eletrostática, onde o excesso de cargas em um condutor distribui-se uniformemente em sua superfície e o campo elétrico em seu interior vai se tornando nulo. No segundo experimento, quando ultilizamos placas no lugar dos eletrodos, os pontos com a mesma distância das placas formam uma família de planos perpendiculares às linhas de campo e paralelos às placas. QUESTÕES: 1) a) Por que aparecem correntes nos dois sentidos quando se desloca o ponteiro móvel de um eletrodo para outro? A explicação para o fato de que ao deslocar o ponteiro móvel de um eletrodo para o outro, encontravamos correntes nos dois sentidos (de um lado positivas e do outro negativa), está na definição da Teoria da dissociação eletrolítica onde quando uma substância dissolve-se em água, pode dividir-se em partículas, podendo chegar até os íons (partículas menores com carga elétrica), que são conduzidos pela corrente elétrica na solução. Assim, ao movimentarmos o ponteiro movel pela solução detectamos essas cargas; do lado esquerdo sendopositivas e do lado direito sendo negativas. b) Se convencionarmos o eletrodo negativo como o de potencial nulo e colocarmos aí a ponteira fixa, o que observamos nas variações de potencial com o deslocamento da ponteira móvel? Observamos que os valores das cargas encontradas anteriormente mudam de sinal: na esquerda se antes estavam positivas, após a mudança tornaram-se negativas. Do lado direito, antes estavam negativas e após a mudança ficaram positivas. 2) Existe alguma contradição em estarmos efetuando eletrostática em uma região onde estarão ocorrendo correntes iônicas (na solução eletrolítica)? Pode-se dizer que não pois na solução eletrolítica existe um equilíbrio interno das cargas dos íons possibilitando um ambiente propício para a realização dos experimentos. 3) O anel colocado no item 5 do procedimento experimental constitui-se numa perfeita blindagem eletrostática? Justifique sua resposta. Ao colocarmos o anel entre os dois objetos eletrizados que estavam presentes no sistema no momento, notamos que dentro do anel de latão houve uma diminuição na voltagem que foi aproximadamente nula. Portanto, como a voltagem não foi exatamente zero, temos que o anel não constituí uma blidagem eletrostática perfeita de fato. 4) Por que dizemos na prática que os dois polos de uma bateria ou de uma pilha expostos ou “ligados” apenas ao ar atmosférico se encontram isolados (isto é, estas fontes não estão sendo usadas)? Pelo fato de que o ar pode ser considerado um dielétrico – substância cujos elétrons estão fortemente ligados ao núcleo dos átomos, não havendo cargas livres na estrutura interna desse tipo de material. Por isso, o ar possui baixa condutibilidade elétrica. 3. CONCLUSÃO A partir dos experimentos realizados e dos conhecimentos referentes a teoria acerca do campo a partir de um potencial, pudemos provar as características dos campos elétricos com diferentes simetrias, a existência de correntes nos dois sentidos quando há o deslocamento do ponteiro movel e a análise do fenômeno da blindagem eletrostática quando foi inserido o anel em ambos os sistemas (com os eletrodos, e com as placas), sendo o potencial dentro do objeto aproximadamente nulo. 4. REFERÊNCIAS WALKER, J.; HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Fundamentos de física volume 3: Eletromagnetismo. [S.l.]: Rio De Janeiro LTC, 2013. DOS, C. Lei de Coulombs. Wikipedia.org, 2 dez. 2004. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Coulomb>. Acesso em: 4 maio 2022. FERREIRA, M. Campo elétrico. Revista de Ciência Elementar, 30 jun. 2014. v. 2, n. 2. Disponível em: <https://rce.casadasciencias.org/rceapp/art/2014/036/>. Acesso em: 4 maio 2022. Campo elétrico. Villate.org, 2016. Disponível em: <https://villate.org/eletricidade/campo_eletrico.html>. Acesso em: 4 maio 2022.
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