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Amanda Galvão da Silva Jéssica Caroline Costa Silva Lauanda Kévia Ribeiro Rogério Leandra de Fátima Santos Mariano Natália Beatriz Vicente Murilo Endres através de saques e ataques fortes adquiriu dores crônicas no ombro em movimentos de flexão e abdução, juntamente com uma instabilidade articular do ombro direito, aproximadamente em 2011. Através de uma ressonância nuclear magnética, uma artroscópia e uma vizibilização direta da degeneração local uma lesão no lábio glenoidal que é uma das lesões mais comuns no ombro do arremessador. Ao constatar a lesão, o ortopedista indicou a intervenção cirúrgica imediata, porém o jogar resolver adiar para competir nas Olimpíadas de Londres em 2012, conquistando a medalha de prata. Durante o período de 2011 até o primeiro semestre de 2013, Murilo Endres, controlou seus sintomas com um tratamento conservador fisioterapêutico e medicamentoso. Como o jogador não teve seu contrato com o SESI-SP renovado, ele optou pelo procedimento cirúrgico. SLAP é uma abreviação de “Superior Labral Anterior and Posterior Lesion”. SLAP é a lesão do lábio superior da glenóide no local da origem do cabo longo do tendão do músculo bíceps braquial. O lábio glenoidal cria uma concavidade onde o úmero pode se encaixar mais adequadamente. Sem ele o úmero não se estabilizaria, podendo ocasionar um desvio para fora, pois a superfície não seria côncava o suficiente para que o úmero tivesse um encaixe correto. Em segundo lugar, ele faz com que a superfície da cavidade glenóide seja, efetivamente, maior. O lábio glenoidal é muito bem vascularizado pelas artérias supra escapular, subescapular e circunflexa posterior, exceto na sua porção anterossuperior, o que pode ser uma das causas destas lesões, principalmente das degenerativas. Forças de tração geradas pelo tendão bicipital no lábio da glenóide podem ocasionar a lesão. Após ocorrer a lesão, a contínua contração bicipital pode contribuir com a falha da cicatrização local, bem como a pobre vascularização desta região. É mais comum em atletas jovens que tem funções de arremessadores em quadra/campo. Trauma clássico: trauma do membro em abdução de 30o e flexão de 70o com cotovelo em extensão. Queda com o braço em flexão comprimindo a articulação enquanto o bíceps contrai. Mecanismo de peel-back e de tração (arremessadores): o arremessador aumenta progressivamente com o treinamento a capacidade de rotação externa para aumento da força do arremesso, ocasionando assim uma torção bicipital no seu local de origem no lábio glenoidal, podendo ocasionar seu descascamento posterior (peel-back) que com a sequência do arremesso ira continuar a lesão para região anterior. Trauma em hiperflexão. Contratura capsular póstero-inferior: aumento do stress labral póstero-superior. Impacto póstero-superior da glenóide. Instabilidade glenoumeral (9%). Lesão do manguito rotador (completa 11% e parcial 29%). Cisto supra-glenoidal (pode comprimir o nervo supra-escapular). Tipo 1: degeneração do lábio superior da glenóide. Tipo 2: destacamento do tendão bicipital e lábio superior da glenóide / é o tipo mais comum / conhecido como “thrower’s slap” (tapa do atirador). Tipo 3 : lesão do lábio glenoidal superior em alça de balde. Tipo 4: lesão do lábio glenoidal superior em alça de balde com extensão para o tendão bicipital. Dor inespecífica com “clik doloroso” Quadro de instabilidade glenoumeral Síndrome do “dead arm” ou síndrome do braço morto em que ocorre perda súbita da força do membro no movimento de arremesso Melhora ao repouso Diagnóstico de exclusão (diagnóstico clínico muito difícil) Teste de O’Brien Teste do deslizamento anterior A ressonância nuclear magnética pode fazer o diagnóstico, porém pode ser confundido com variações anatômicas, com alto índice de falso-positivo e falso- negativo. A artro-ressonância nuclear magnética é o exame de escolha, porém o diagnóstico final é dinâmico por via artroscópica e vizibilização direta da degeneração local e/ou dois sinais principais: Sinal do drive-through: a passagem da ótica pelo espaço glenoumeral é fácil e observa-se afastamento da cabeça umeral em relação a glenóide. Sinal do pell-back: ao movimento de rotação externa observa-se o afastamento dinâmico do lábio glenoidal do ápice da glenóide maior que 0,5 cm. Conservador: é o tratamento inicial de escolha nos tipos 1 e 2 com fisioterapia de fortalecimento para estabilização dinâmica. Cirúrgico: na falha do tratamento conservador ou para os tipos 3 e 4, e nos casos de cisto glenoidal com compressão do nervo supra escapular. O tratamento é artroscópico para debridamento (tipo 1 e 3) ou reinserção do lábio glenoidal (tipos 2 e 4). A tenotomia com ou sem tenodese pode ser uma alternativa para pacientes idosos. Re-lesão Capsulite adesiva Rigidez pós-operatória (falha técnica) Lesão condral / condrólise Lesão nervosa Numa fase inicial da recuperação após cirurgia de lesão SLAP é necessária a proteção da articulação e a redução de edema (“inchaço”). Nessa fase exercícios leves como subir a mão pela parede como se estivesse “escalando com os dedos” em amplitudes curtas podem ser orientados, mas a maior parte do tempo o paciente passará usando uma tipóia. O uso de gelo será constante tanto para evitar aumento do edema, como para redução da dor (devido à cirurgia), e prosseguirá mesmo nas fases seguintes. Após isso se inicia o trabalho de ganho de arco de movimento juntamente ao início do fortalecimento muscular. Sempre há, por parte do médico cirurgião, uma limitação nos movimentos que são permitidos. Isso visa deixar com que os tecidos do ombro possam se cicatrizar com segurança. Dessa forma, nada de trazer o braço lateralmente para trás ou rodá-lo para fora. O fisioterapeuta irá ajudar e orientar o paciente sobre como realizar os exercícios de ganho de movimento, sendo auxiliado a elevar o braço ou movê-lo em outras direções, de forma progressiva. Os exercícios de fortalecimento podem se iniciar de maneira isométrica (sem movimentar o braço) passando para ações com movimento depois. Fortalecimento de regiões ao redor da articulação machucada pode ser feito, como elevação de ombros e fortalecimento dos músculos ao redor da escápula. Após ser liberada maior amplitude de movimento, o que leva algum tempo, se inicia um fortalecimento mais intenso da musculatura. No início, ainda com cuidado para não forçar muito o braço lateralmente. A intensidade das cargas e tipos de exercícios deve avançar progressivamente para total segurança da recuperação. Para atletas, à medida em que a fase de fortalecimento vai evoluindo, são iniciadas atividades mais aproximadas àquelas do esporte realizado. Isso visa trazê-lo mais próximo do que ele vai realizar, deixando-o preparado para os esforços intensos e repetitivos que o esporte exige.
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