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Ultrassom diagnóstico Definição Ultrassom: - Significa a emissão de ondas sonoras de alta frequência; - Inaudíveis aos ouvidos humanos; - É o princípio físico. Ultrassonografia: - Princípio médico; - Exame em que se utiliza o ultrassom. Bases históricas Final do século XIX - Descoberta das ondas de rádio, da radioatividade e a existência da energia acústica além dos limites percebidos pelo ouvido humano. Lazzaro Spallanzani (1729-1799) - Padre e fisiologista italiano, estudioso em ciências naturais; - 1793: capacidade de orientação durante o voo dos morcegos ligada à audição; - 1940: provada a existência de biossonar em morcegos e mamíferos marinhos (golfinhos, baleias etc). Pierre Curie (1859-1906) - Físico francês; - Cristalografia, magnetismo, piezo-eletricidade e radioatividade; - 1880: irmãos Curie (Pierre e Paul Jacques) – demonstraram a geração de um potencial elétrico quando se comprimiam cristais; - 1881: Gabriel Lippmann demonstrou o efeito inverso – os cristais podiam ser deformados quando submetidos a um campo elétrico. Paul Langevin (1872-1946) - Magnetismo, sonar para submarinos; - Desenvolveu sistemas de sonar para fins militares, utilizou na primeira guerra mundial (1914-1918) para orientação embaixo da água; - Aparelho de emissão e recepção de ondas sonoras. Karl Theodore Dussik (1908-1968) - Médico neurologista e psiquiatra austríaco; - 1942: introduziu a ultrassonografia no campo da medicina, em diagnósticos de doenças cerebrais; - 1966 – Ivan L. Lindahl utilizou a ultrassonografia para diagnóstico da gestação em ovelhas. Princípios básicos do ultrassom Som - É uma onda mecânica e sua propagação ocorre pela vibração das partículas do meio no qual se alastra. Ultrassom - Ondas sonoras com frequência superior ao máximo audível pelo ser humano; - Aproximadamente acima de 20.000 ciclos/segundo (20kHz): · 1 Hertz = 1 ciclo/segundo; · 1 KHz = 1000 ciclos/segundo; · 1 MHz = 1 milhão de ciclos/segundo. - Nos exames diagnósticos, são utilizadas frequências sonoras compreendidas na faixa de 2 a 15 MHz. Propriedades físicas da onda sonora Comprimento de onda (lambda): - É a distância que a onda percorre durante um ciclo; - Corresponde a dois quadrantes positivos e dois negativos. - Quando as ondas de US atravessam os tecidos, formam nas moléculas destes, ondas de compressão e rarefação; - As áreas de compressão podem ser comparadas com a metade positiva da onda senoidal, e as de rarefação com a metade negativa; - Importante na aplicação do ultrassom em tecidos sensíveis; - Moléculas da composição sofrem a condição do afastamento; - Ultrassom na fisioterapia é de frequência mais alta, mais intensa > gera aquecimento dos tecidos. Frequência (f): - É o número de vezes que uma onda é repetida em um espaço de tempo (segundo); - Ou seja, o número de ciclos por segundo; - Quanto menor o comprimento de onda, maior a frequência > penetração menor e melhor qualidade da imagem; - Quanto maior o comprimento de onda, menor a frequência > atinge profundidades maiores, mas a qualidade da imagem diminui. Amplitude (a): - Corresponde À magnitude ou intensidade sonora. Velocidade (c): - É constante para cada material, dependendo das suas propriedades elásticas e densidade; - Com exceção do ar, pulmão e ossos, os outros tecidos e órgãos possuem densidades muito próximas; - A maioria de aparelhos de US é calibrada para a velocidade média de 1540 m/s; - Em órgãos diferentes, cria artefato; - Exame ultrassonográfico é basicamente interpretativo. Impedância acústica (z): - É a habilidade dos tecidos de resistirem ou impedirem a transmissão do som; - A interface entre tecidos com diferentes impedâncias acústicas torna-se uma superfície refletora para as ondas de som. Urolitiase vesical. Corpo estranho: coco bocalúva. Interação do som com outros tecidos Atenuação - O feixe de US é atenuado conforme atravessa os tecidos; - Os ecos refletidos de volta em direção ao transdutor são atenuados da mesma maneira; - A quantidade de atenuação é diretamente proporcional à frequência do feixe > frequências mais altas são muito mais atenuadas que frequências baixas; - Maior a frequência, maior a atenuação. Absorção - Refere-se à conversão da energia mecânica do pulso (energia acústica) em calor; - Isso de deve, em princípio, às forças de fricção, conforme as moléculas do meio de transmissão se movem para trás e para frente, de forma longitudinal, em resposta à passagem da onda sonora. Reflexão - Porções da onda sonora que batem em superfícies refletoras são refletidas e retornam ao transdutor e para todas as direções; - As que voltam para o transdutor é a base da formação da imagem; - Os ecos refletidos das interfaces dos tecidos moles em direção ao transdutor formam a base da imagem do US; - O som refletido para longe do transdutor não contribuem para a formação da imagem. Dispersão (espalhamento) - Ocorre quando o feixe de US encontra interfaces pequenas e irregulares (< 0,5mm) no parênquima dos órgãos. Refração - É a mudança de direção do feixe, quando ele atinge uma interface em um ângulo oblíquo, a velocidade muda proporcionando mudança no comprimento de onda do feixe; - Isso pode produzir um artefato de localização imprópria de uma estrutura. Produção do ultrassom Efeito piezoelétrico - Piezo = pressão; - Transforma energia mecânica em energia elétrica e vice-versa. Definição: - É a capacidade que determinados materiais, como cristais e certas cerâmicas (quartzo, turmalina, titanato zirconato de chumbo, titanato de bário, tartarato de Na e K) tem de vibrarem em determinada frequência quando submetidos a uma determinada pressão mecânica, inclusive aquela provocada pelo som, transformando-a em impulsos elétricos; - No efeito piezoelétrico reverso, quando se aplica uma corrente elétrica alternada, ocorre uma deformação no cristal, que vibra, emitindo ondas de ultrassom. Efeito piezoelétrico: - Pressão nas placas elétricas, comprimindo o cristal > gera um campo elétrico; - Campo elétrico gerado pelo alinhamento das moléculas. Efeito piezoelétrico reverso: - Piezoeletricidade: a tensão alternada produz oscilações nas dimensões do cristal devido ao realinhamento das moléculas polarizadas. Transdutores (sonda, probe) - Footprint > é a parte sensível > há um conjunto de cristais dispostos em várias formar; - Produz corrente elétrica conhecida e envia pelo transdutor; - Corrente elétrica produz vibração no cristal > produção de ultrassom; - Ultrassom penetra nos tecidos e, conforme vai se chocando com as superfícies refletoras, vai refletindo e voltando ao aparelho; - Aparelho lê a diferença de intensidade do som que ele enviou e recebeu, interpretando o tempo que demorou para retornar > forma a imagem. Deposição dos cristais: Tipos de transdutores: - Lineares > imagem ampla; - Curvos (ou convexos) > janela menor; - Setoriais > parede linear, mas parte de um ponto finíssimo. Funcionamento: - Quando o cristal pulsa, mais ou menos 2 ou 3 comprimentos de onda são emitidos em cada pulso antes que um bloqueio amorteça a vibração; - O comprimento do pulso espacial é, normalmente, 2 ou 3 comprimentos curtos de onda; - O comprimento do pulso geralmente varia de 0,1 a 1mm de comprimento > depende da frequência do transdutor. Escolha do transdutor: - Cães pequenos (< 10 kg): transdução de 7,5 a 10 MHz; - Cães de tamanho médio: transdutores de 5 MHz; - Cães grandes: transdutores de 3 MHz ou menos. Zona focal - É a área onde ocorre a melhor formação da imagem ao longo do comprimento do feixe, varia com a frequência do cristal; - Os aparelhos possuem controles que deslocam a zona focal para mais perto ou mais longe da superfície do transdutor, com o objetivo de otimizar a imagem sobre a área de interesse; - Assim, a profundidade da zona focal pode ser ajustada manualmente; - Aparelhos antigos possuíam um ponto focal fixo a uma determinada profundidade. Planos da imagem ecográfica (foco) Resolução espacial - É o termo que designa a menor distância entredois pontos; - Depende, principalmente, da frequência do transdutor; - Quanto maior a frequência, melhor a resolução espacial. Y = resolução axial. X = resolução lateral. Z = resolução transversal. Y = Resolução axial: - É a resolução da imagem ao longo do feixe sonoro; - Distingue dois pontos ao longo do feixe ecográfico; - É determinada pela frequência da sonda: quanto mais alta a frequência, melhor a resolução axial, porém, a penetração máxima diminui. X = resolução lateral: - É a resolução perpendicular à direção do feixe de ultrassom; - É a habilidade de definir pontos adjacentes perpendiculares ao eixo do feixe; - Depende da largura (diâmetro) do feixe; - Pode ser ajustada pela focagem da sonda; - Mais pontos de focagem aumentam a resolução lateral, porém, diminui o número de atualizações da imagem por segundo. Z = resolução transversal (ou de elevação): - É a habilidade de definir pontos adjacentes perpendiculares ao eixo do feixe e ao plano de varredura; - É determinada pela espessura das “fatias” no plano perpendicular ao eixo do feixe e ao plano de varredura ecográfica. Modos de exibição dos ecos Modo A (modo amplitude) - Método unidimensional com visibilização da amplitude do eco em um osciloscópio; - Sistema de coordenadas é utilizado medindo-se as distâncias percorridas pelo som. Transdutor no globo ocular. Atravessa a córnea, entra no cristalino, depois na câmara posterior do olho e por fim, entrou e saiu da esclerótica. Modo b (modo brilho) - Método bidimensional; - A intensidade do eco é visibilizada como um ponto luminoso em um monitor; - Quanto maior a reflexão da onda sonora, mais intenso o brilho do ponto luminoso; - As diferentes intensidades de brilho determinam, em uma escala de cinza, diversas ecogenicidades. Feixe de onda sonora penetra o paciente > bate na estrutura esférica > gera picos no osciloscópio e “pontos” na imagem de modo B. Modo M (Modo movimento) - É a representação gráfica de estruturas em movimento e é utilizado na avaliação de estruturas cardíacas (ecocardiografia); - É útil para avaliação precisa das câmaras e paredes cardíacas, além da avaliação quantitativa da movimentação da válvula e da parede com o tempo. Consegue medir a espessura do músculo cardíaco, o tamanho da cavidade do ventrículo, espessura do septo intraventricular na diástole e na sístole. Além de avaliar a FC. Animal com dispneia, taquipneia. Gráfico oscilando. Feto. Funcionamento do coração se mostra de forma contínua. Método Doppler - Identifica estruturas em movimento; - Ex.: fluxo sanguíneo no interior de vasos. Indicações: - Identificar fluxo sanguíneo: direção, velocidade, volume e pressão exercida nas válvulas cardíacas; - Identifica vascularização de órgãos e massas; - Detectar shunts (canais vasculares que comunicam erroneamente alguns vasos) portossistêmicos, fístula arteriovenosa e formação de trombos; - Procurar ureteres ectópicos. Princípios: Fluxo de sangue em direção ao transdutor > comprime ondas sonoras. Se afastando do transdutor > onda sonora menos compactada. Vaso sanguíneo + aplicação do feixe sonoro. Janela de amostragem é colocada bem no meio do vaso, se colocado na borda, há turbulências e dá audição errônea. - Ângulo tem que ter no máximo 60°. Tipos: - Contínuo; - Pulsado; - Colorido; - De amplitude (power). Espectral (contínuo e pulsado): Altura do pico é a velocidade do fluxo. Distância entre um e outro é a duração dele. Gráfico com grau importante de refluxo. - Contínuo é utilizado em altas velocidades > avaliação de câmara cardíaca; - Pulsado é utilizado em outros vasos. Colorido: - Vai colorir as estruturas do sangue. Aparece vermelho se está em direção do transdutor. Azul quando se afasta do transdutor. Quanto mais claro estiver, mais veloz está o fluxo do sangue. Amplitude: - Utilizados para fluxos de baixa velocidade; - Mede quantidade de estruturas em deslocamento. - Fica vermelho se houver poucas hemácias; - Fica laranja conforme vai aumentando o número de estruturas em movimento; - Fica amarelo quando tem muitas estruturas em movimento. Interpretação das cores: - Vermelho, alaranjado e amarelo > para fluxos que se dirigem a favor do transdutor (aumento de velocidade); - Do azul ao verde > para fluxos que se afastam do transdutor. Corte transversal da veia cava caudal e aorta. Vasos do fígado. Veia Porta e Veia Cava Caudal. Caracterização da vascularização de massas. Artefatos da US Doppler: Aliasing (Doppler espectral): - Gráfico “amputado”, aparecendo embaixo. - Erro de velocidade. Correção do artefato Aliasing: - Aumentar a Frequência de Repetição de Pulso (PRF); - Deslocar a linha de base; - Reduzir a frequência do transdutor. Aliasing (Doppler colorido): - Estrutura desvia o sentido do fluxo > causa turbilhonamento e alteração de cor; - Se PRF estiver desajustada, pode criar artefato. Movimento: - Janela de amostragem fica praticamente toda pintada; - Causada por movimento/tremor do paciente. Ganho: - É a sensibilidade do transdutor. - Se diminui muito a sensibilidade, não vai captar o fluxo; - Se aumenta muito a sensibilidade, preenche toda a janela de amostragem. - Necessário ajustar a sensibilidade para uma captação suficiente, regulagem média. Terminologia ultrassonográfica - Número; - Topografia/posição anatômica; - Contorno/superfície/margem/; - Forma; - Dimensões; - Arquitetura; - Ecogenicidade; - Ecotextura. Número - Órgãos pares e órgãos ímpares; Ausência de um órgão: - Agenesia, hipoplasia, alteração da textura/arquitetura a ponto de não ser reconhecido. Topografia/posição anatômica Localização normal: - Não pode ser descrita. Estrutura desorganizada no lugar que um órgão: - Descrição da estrutura, seguida de (por exemplo) “em região anatômica de rim esquerdo”. Posição de uma estrutura (massa, nódulo, cisto): - Descrever a posição da estrutura em relação a um órgão: descrição da estrutura, seguida de (por exemplo): “ventralmente ao polo cranial renal esquerdo”. Contorno/superfície/margem Contorno: - Para órgãos: · Regular/irregular; · Serrilhado; · Micronodular/macronodular. Margem: - Para lesões focais ou órgãos: · Definidos, delimitados ou não; · Regular, irregular; · Arredondado, romba, afilada. Forma - Alvo; - Ferradura; - Olho de boi; - Esférica; - Tubular; - Amorfa. Exemplo: - Estrutura nodular com arquitetura interna em alvo; - Massa amorfa ecogênica no lúmen da bexiga urinária. Observações: - Alterações de forma de um órgão pode ser extrínseca ou intrínseca; - Às vezes se confunde com contorno/superfície/margem. Dimensões - Variam com relação ao tamanho e peso do animal; - Comparação com outras estruturas e relações anatômicas. Rins: - Cães: R/Ao (5,5 a 9,1 cm); - Gatos: de 3,0 a 4,3 cm. Fígado: - Bordas costais. Baço: - Relações anatômicas. Arquitetura - Refere-se ao aspecto anatômico de um órgão em sua totalidade, ou seja, às particularidades parenquimais do órgão representadas por córtex, medula, padrão vascular etc.; - Mantida ou preservada; - Desestruturada, anárquica. Padrões ecográficos básicos - Cístico > “bolinha”, cápsula com conteúdo líquido; - Sólido > textura uniforme; - Cálcico > superfície brilhante, fazendo sombra em campos profundos; - Tubular; - Líquido; - Laminar > padrão fino, estreito; - Estratificado (multilaminar) > ex.: estratificação do intestino; - Gasoso > brilho onde está a bolha de gás, grau de sombra acústica ao redor; - Misto > várias estruturas em uma; - Complexo > se tiver muitas alterações em uma só. Ecogenicidade Ecogênico ou ecoico: - A maioria do som é refletida de volta para o transdutor; - Áreas ecogênicas aparecem brancas na tela. Sonolucente: - A maioria do som é transmitida para tecidos mais profundos; - Poucos ecos refletidos de volta ao transdutor; - Aparecem escuras na tela. Anecoico: - O tecido transmite todo o som para tecidos mais profundos, não refletindo nenhum dos sons de volta à sonda; - Áreas anecoicas aparecem pretas na tela e geralmente são estruturas cheias defluidos. Terminologia de descrição comparativa Hiperecoico: - Descreve áreas que refletem mais som de volta à sonda do que os tecidos circundantes; - Áreas hiperecoicas aparecem mais brilhantes que os tecidos circundantes. Hipoecoico: - Tecidos que refletem menos som de volta ao transdutor do que os tecidos circundantes; - Áreas hipoecoicas aparecem mais escuras do que os tecidos circundantes. Isoecoico: - Tecidos que apresentam ter a mesma ecogenicidade na tela em comparação com os tecidos circundantes. Interpretação da imagem Ecogenicidade dos tecidos - Por sequência; 1. Bile, urina; 2. Medula renal; 3. Músculo; 4. Córtex renal; 5. Fígado; 6. Gordura de reserva; 7. Baço; 8. Próstata; 9. Seio renal; 10. Gordura estrutural, paredes de vasos; 11. Ossos, gás, limites dos órgãos. Conhecimento anatômico tridimensional das estruturas Ecos especulares e dispersos Setas maiores = ecos especulares. Setas menores: ecos dispersos. Textura da imagem - O tamanho, o espaço e a regularidade dos pontos. O tamanho e o espaçamento dos pontos podem ser: - Uniformes (regulares, homogêneos); - Não uniformes (irregulares, heterogêneos). Textura fina (delicada) ou grosseira: - Refere-se ao tamanho pequeno ou grande do ponto, respectivamente. Homogênea ou heterogênea: - Pode se referir tanto à ecogenicidade, quanto à textura; - Quando possível, devem ser especificadas separadamente; - Ex.: ecogenicidade heterogênea do parênquima; - Ex.: textura heterogênea do parênquima. - É subjetivo! - Os termos utilizados são difíceis de padronizar por causa da natureza subjetiva da interpretação. Instrumentação - Brilho e contraste; - Profundidade; - Frequência do transdutor (imagem melhor, profundidade menor) > se escolhe de acordo com o tipo de exame. Frequência do transdutor. - Ganho total > sensibilidade do transdutor > aumenta = imagem fica clara, diminui = imagem fica escura. Ganho total. - Compensação de ganho com o tempo (CGT). CGT. - Potência acústica > único controle que altera a intensidade do som > modifica a voltagem aplicada para vibrar os cristais. - Faixa dinâmica > ajusta a resolução de contraste da imagem no modo B > comprime ou amplia o intervalo dinâmico de cinza: · Faixa dinâmica mais estreita: 0 a 45 dB = maior contraste > mais preto e branco; · Faixa dinâmica mais larga: 0 a 60 dB = mais tons de cinza; · São pré-ajustados, mas podem ser ajustados manualmente. - Processamento de imagem (IP): é uma combinação de parâmetros pré-estabelecidos: · Faixa dinâmica; · iClear > aumenta o perfil da imagem, aprimora o detalhe das bordas; · Persistência (med quads); · Rejeição de ruídos; · Cada aparelho tem um número de opções de IP, por exemplo, de 1 a 8. - Mapa de cinza: as máquinas possuem mapas pré-estabelecidos de diferentes segmentos na escala de cinza. Mapa de cinza. - TSI – Imagens Específicas do Tecido: ajusta a velocidade do som para cada tipo de tecido: geral, músculo, fluido e gordura; - THI – Imagens Harmônicas do Tecido: aumenta a penetração no campo, a resolução ao redor do campo e melhora as imagens de partes pequenas: · Produz menos lóbulo lateral, artefato de espessura de corte, menos reverberação, melhora a resolução espacial; · Melhor para estruturas mais profundas do que aquelas superficiais. Leitura da tela em modo b - Indicador do foco: onde a imagem está melhor. - Alguns tecidos são mais sensíveis que os outros > ex.: feto, vasos ao redor do coração > cuidado! - Grau de interferência no tecido > muda conforme o tipo de tecido; - Se o índice ultrapassa de 1 > não se deve ficar com a aplicação do transdutor em uma mesma região por muito tempo > pode criar microbolhas e causar algum dano. Artefatos de técnica Dicionário: - Observação ilusória durante uma medição ou experiência científica e que se deve imperfeições no método ou na aparelhagem; - Limitações do aparelho ou técnica que oferece alguns erros. Definição: - Refere-se à exibição de informações que não transmitem exatamente a verdadeira imagem da área examinada; - A informação gerada pode ser errônea, superficial ou deslocada. Reverberação - Ocorre quando o som é refletido de uma interface altamente refletora, de volta para a sonda e novamente para a sonda e novamente para o tecido, sucessivamente até que a energia tenha sido totalmente atenuada. Reverberação externa: - Falha na interface sonda/pele; - Gel umedece a pele e tira partículas de gás. Reverberação interna: - Interface tecidos mole/ar, osso ou metal (ar contido em pulmão e intestino, corpo estranho metálico). Cauda de cometa: Reverberação interna: gás em alça intestinal, líquido livre abdominal. Imagem em espelho (imagem invertida) - É um tipo de refração; - Ocorre quando o som é refletido a partir de uma interface curva altamente refletora, como a existente entre o diafragma e o pulmão; - O som é refletido no diafragma e transmitido para dentro do fígado, de volta ao diafragma e então para o transdutor; - Como os ecos demoraram a voltar, o aparelho entende que determinada estrutura está localizada mais distante. Artefato de lobo lateral - São produzidos por feixes secundários que viajam ao lado e em direções diferentes do feixe primário; - O aparelho interpreta como se tivessem sido gerados a partir de um feixe primário central; - Resulta em exibições errôneas de ecos enfraquecidos; - Ocorrem em interfaces altamente refletoras e superfícies curvas, como: bexiga, vesícula biliar, diafragma; - Estes podem desaparecer quando o ponto focal é posicionado mais profundamente ou uma sonda diferente é utilizada. Artefato de espessura de corte - São vistos dentro de estruturas preenchidas de líquido ou císticas (vesícula biliar, bexiga); - Ocorre quando parte da largura do feixe do US está fora da estrutura cística; - Os ecos originados dessa parte do feixe são exibidos incorretamente dentro da estrutura cística, dando a impressão de massa ou sedimento; - Estes podem ser reduzidos com o uso de sondas de alta frequência e produzindo a imagem dentro da zona focal. Artefato de refração - Ocorre quando a onda sonora incidente atravessa tecidos de diferentes impedâncias; - A onda sonora transmitida para o segundo meio muda de direção; - Isso pode fazer com que um objeto apareça deslocado de sua posição verdadeira, em imagem dividida ou duplicada (duplicação de órgãos). Sombreamento acústico - Ocorre quando o som é refletido ou atenuado sobre uma interface acústica, que impede que o som seja transmitido para os tecidos mais profundos; - Aparece como uma área de ecos de baixa amplitude (áreas hipoecoicas a anecoicas); - Pode ser causada por osso, cálculo, gás, mineralização, corpos estranhos variados e, ocasionalmente, por gordura; - Para ocorrer, a estrutura deve estar na zona focal da sonda e ser tão amplo quanto o feixe; - Caso contrário, a área sombreada pode ser preenchida por ecos de tecidos circundantes, ou ser muito pequeno e não produzir sombra evidente. Cálculo vesical. Sombreamento de contorno - É um tipo de refração que é ocasionalmente visualizada distal às margens laterais de estruturas císticas; - Aparece em bexiga, vesícula biliar, rim, junção medula/divertículo renal etc.; - Ocorre divergência e convergência dos feixes. Reforço acústico posterior - É um aumento localizado da amplitude do eco que ocorre distal a uma estrutura de baixa atenuação; - Principalmente estruturas preenchidas por fluidos anecoicos, como cistos, vesículas biliar e urinária; - Aparece como um aumento da ecogenicidade. Artefatos de manipulação - Estão relacionados à técnica de varredura e à preparação do paciente; - Preparação inadequada do paciente > jejum inadequado, gases intestinais inadequados etc.; - Uso inadequado da sonda; - Definições impróprias do aparelho > saber ajustar o aparelho; - Má aplicação de gel de junção > tira a camada de ar mínima entre o transdutor e a pele > melhora a condição de transmissão do som. Complexidade da avaliação de estruturas superficiais: Almofadasde silicone. Técnicas de varredura abdominal Preparação do paciente Preparação prévia: - Jejum, enema, medicamentos; - Jejum sólido: 6 a 24 horas > horas determinadas conforme o paciente tolere e quanto realmente precisa; - Ingestão hídrica: não é necessário fazer jejum > as vezes mantém contraste, facilitando a identificação de algo; - Laxativo: Bisacodil (Dulcolax drágea 5mg): · Cães: 5 a 20mg q8 ou 12h VO; · Gatos: 5mg q8 ou 12h VO. - Antifisético: Dimeticona (genérico: comprimido 40mg, cápsulas 125mg, emulsão oral 75mg/ml): · 40 a 125mg/animal ou 1 a 2 gatos/kg PV, 3x/dia. - Enema feito para pacientes com muito conteúdo intestinal > não se deve fazer exatamente antes do exame > para pacientes que não deu tempo de fazer o laxativo; - Sedação ou anestesia quando necessário > animais muito agitados; - Tricotomia ampla do abdome > fatores médicos acima dos fatores estéticos; - Aplicação de gel de junção; - Não utilizar contrastes radiológicos baritados previamente. Posicionamento do ultrassonografista, paciente e equipamento Orientação da imagem - Padrão de imagem; - Plano sagital e dorsal = parte cranial do paciente ou órgão = lado esquerdo do monitor; - Plano transversal = lado direito do corpo = lado esquerdo do monitor; - Decúbito ventral = porções ventrais do corpo = corpo proximal do monitor; - Decúbito dorsal = porções dorsais do corpo = corpo distal do monitor. Terminologia de localização da estrutura na tela Planos de varredura de órgãos abdominais Varredura FAST: - Focused Assessment with Sonography for Trauma; - Ultrassonografia direcionada ao trauma > exame rápido em pacientes traumatizados > nunca substitui um exame ultrassonográfico normal; - Identifica ruptura de órgãos, hemorragias internas e derrames cavitários; - Abdominal FAST (AFAST) > abdominal; - Extended FAST (EFAST) > abdominal direcionado para o tórax; - Thoracic FAST (TFAST) > tórax. - Utiliza-se 4 pontos de avaliação para pesquisa de líquido livre abdominal, pleural ou em saco pericárdico; - Detecção de líquido livre. Finalidade do abdominal FAST: - Detectar líquido libre abdominal e outras condições; - Como um teste de triagem para orientar procedimentos, reanimação; - Evidenciar lesões intra-abdominais e intratorácicas; - Não substitui a US abdominal padrão. 4 pontos: DH (diafragmático-hepático), SR (espleno-renal), CC (cisto-cólico) e HR (hepático-renal). Finalidade do Thoracic FAST: - Verificar alterações na parede torácica, pulmões, espaço pleural e pericárdico; - Como um teste de triagem para orientar procedimentos, reanimação; - Não substitui a radiografia torácica e a ecocardiografia padrão. 3 pontos: DH (diafragmático-hepático), PCS (saco pericárdico) e CTS (chest tube site – região do tubo). - DH (diafragmático-hepático): · Pneumotórax; · Fluido intersticial pulmonar (edema, hemorragia). - PCS (saco pericárdico): · Efusão pericárdica, pleural, ambas; · Tamponamento cardíaco; · Preenchimento ventrículo esquerdo (hipovolemia). - DH (chest tube site – região do tubo): · Efusão pericárdica, pleural, ambas. Biossegurança em US diagnóstica Preocupação com os efeitos biológicos - A US diagnóstica é considerada segura; - Nunca houve relato de lesões em pacientes causadas pela US diagnóstica; - Não se pode afirmar categoricamente que a US seja totalmente segura; - Pesquisas revelaram que muitas sessões de US causam danos aos tecidos; - A tecnologia da US diagnóstica passou por grande avanço nos últimos anos; - Preocupação com os riscos, em potencial, dos bioefeitos quando novos aplicativos e tecnologias se tornam disponíveis. Efeitos biológicos - Aquecimento dos tecidos; - Cavitação acústica (formação de microbolhas); - A US Doppler usa pulsos mais prolongados e com maior repetição (dos pulsos) que outros métodos de US. - Segundo Mattoon e Nyland (2015), há evidências preliminares de aumento de temperatura em 1°C na interface tecido mole – osso se a zona focal é mantida na posição; - Isso pode ser importante ao examinar fetos. Aplicação do princípio ALARA - As Low As Reasonably Achievable; - Os benefícios da US diagnóstica superam claramente os riscos potenciais; - A potência de saída acústica deve ser acompanhada pelo ultrassonografista durante o exame; - Deve-se utilizar técnicas que utilizem menor potência de saída acústica desde que não comprometam a qualidade do exame; - As técnicas de exame utilizam maior potência de saída acústica devem ter sua duração reduzida. Índice mecânico (mi) e índice térmico (ti) - TIS: Índice Térmico dos Tecidos Moles; - TIB: Índice Térmico Ósseo; - TIC: Índice Térmico Ósseo-craniano. - Quando ultrapassa de 1, evita-se usar em crânio e coração de fetos.
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