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VENTILAÇÃO MECÂNICA ● Suporte ventilatório (não é terapia!) para pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada ● Objetivos: correção da hipoxemia e da acidose respiratória associada à hipercapnia; diminuir o consumo de oxigênio; reverter ou evitar a fadiga da musculatura respiratória ou aliviar o trabalho ● Lembrar que em ar ambiente, a FIO2 é 21% ● Ufômetro: aparelho que mede a pressão do balonete para insuflar o cuff, evitando o trauma de traqueia (muito usado pelos profissionais de fisioterapia) CLASSIFICAÇÃO Ambas aplicam pressão positiva ● VM invasiva (método invasivo na VA - tubo, traqueo, etc) ● VM não invasiva (utilização de máscara) PRINCÍPIOS ● Gera um fluxo de gás que produz uma variação de volume com uma variação de pressão associada ● Geração de um gradiente de pressão nas vias aéreas ○ Pressão negativa (diminui a pressão alveolar) ○ Pressão positiva (aumenta a pressão da VA proximal) ● Ciclo respiratório artificial -> não medimos o peso real do paciente, mas sim o ideal (pulmão não engorda e não emagrece) -> seu tamanho é diretamente proporcional à estatura do paciente Termos ● VT: volume corrente (geralmente entre 4-6mL/Kg) ○ Se aumentar o VT - lava CO2 ○ Se diminuir o VT - retém CO2 ● FiO2: concentração de O2 ● PaO2: pressão parcial de oxigênio no sangue arterial / taxa arterial de oxigênio ● V: fluxo inspiratório ● Onda de fluxo ○ Descendente ○ Quadrada (fluxo constante durante toda a inspiração) ○ Ascendente ○ Sinusoidal ● TI: tempo inspiratório (depende do fluxo de ar) ● TE: tempo expiratório - pode ser definido pelo paciente (ventilação assistida) ou pelas necessidades metabólicas (programado pela máquina - ventilação controlada) ● VE: volume minuto (VE = FR X VT) ● PPI: pico de pressão inspiratória ● CRF: capacidade residual pulmonar (otimizado pela VM) ● Relação PaO2/FIO2: indicador da eficiência das trocas gasosas ○ Valor normal em ar ambiente > 300 ○ < 200 - indica gravidade do quadro respiratório ● PEEP: pressão positiva expiratória final (a PEEP fisiológica no adulto é 5mmH2O) ● CPAP: pressão positiva contínua nas vias aéreas ○ Existe o BPAP -> reservado para uso doméstico ● Ventilação prona: ventila o pulmão posteriormente (usado em casos com derrame pleural) VARIÁVEIS 1) Fluxo 2) Pressão (diferença de pressão gera fluxo) 3) Volume 4) Tempo INDICAÇÕES Situações clínicas em que o paciente desenvolve insuficiência respiratória, sendo incapaz de manter valores adequados de O2 e CO2. ● Situações de urgência, quando o risco de vida não permite boa avaliação da função respiratória ● PCR ● Hipoventilação e apnéia (há aumento da PaCO2) ● Insuficiência respiratória devido a doença pulmonar intrínseca e hipoxemia (diminuição da PaO2 ou formação de shunt intrapulmonar) ● Falência mecânica do aparelho respiratório ● Prevenção de complicações respiratórias ● Redução do trabalho muscular respiratório e fadiga muscular BENEFÍCIOS ● Melhora a relação ventilação/perfusão capilar (melhora PaO2) ● Aumenta a ventilação alveolar (melhora pH e PaCO2) ● Aumenta o volume pulmonar (previne e trata atelectasias) ● Otimiza a CRF ● Reduz o trabalho muscular (diminuindo o consumo de O2) ● Diminui PIC ● Estabiliza a parede torácica CICLO VENTILATÓRIO 1) Fase inspiratória: período de insuflação pulmonar (válvula inspiratória aberta) -> limitado à pressão/volume/fluxo 2) Mudança de fase (ciclagem): transição entre a fase inspiratória e expiratória -> atinge pressão pré-fixada, atinge volume corrente pré-fixado, fluxo inspiratório diminui 25%, tempo 3) Fase expiratória: momento seguinte ao fechamento da válvula inspiratória e abertura da expiratória (a pressão do sistema respiratório se equilibra com a pressão expiratória final determinada no ventilador) -> esvaziamento dos pulmões, mantendo a PEEP 4) Mudança da fase expiratória para a fase inspiratória (disparo - abertura da válvula da inspiração) -> o tempo é determinado pela FR; pressão (esforço respiratório do paciente leva à pressão negativa definida pela sensibilidade - trigger); fluxo (também sentido pela sensibilidade através da diferença do fluxo inspiratório e expiratório - trigger) a) OBS: o disparo pode ser acionado pelo tempo (ventilação controlada) ou por um trigger (sensibilidade) de pressão ou fluxo i) A pressão geralmente é em torno de 8-14. Pressões acima de 30-40 tem um risco maior de barotrauma b) Esforço perdido ou assincronia de disparos - ocorre pelo tempo de resposta do aparelho, que é mediado pela sensibilidade deste -> disparar pelo fluxo é mais fácil do que disparar pela pressão (porém isso pode ser paciente dependente) PARÂMETROS Fluxo inspiratório ● Fluxo elevado diminui o tempo inspiratório e aumenta a pressão nas vias aéreas (isso faz com que a expiração dure mais tempo) ● Escolha do padrão do fluxo: quadrado versus crescente ● Decrescente: mais usado, pois produz menores pressões nas vias aéreas CURVAS DE FLUXO Após o início do ciclo (disparo) o fluxo aumenta até atingir um valor pré-fixado (pico de fluxo). No volume controlado, o fluxo define o tempo que a válvula inspiratória permanecerá aberta (TI), de acordo com o VT estabelecido (exemplo: VT de 500mL e V de 1L/s -> TI = 0,5 segundos). O fluxo inspiratório se encerra conforme o modo de ciclagem estabelecido (fecha a válvula ins e abre a válvula ex). CURVAS DE PRESSÃO (CMH2O) Pressão pico é a pressão responsável por vencer a pressão resistiva das vias aéreas (se a pressão pico está alta isso significa que há uma pressão resistiva grande) e a resistência elástica (distensão dos pulmões e da parede torácica) -> a pressão inspiratória vai aumentando durante a inspiração A pressão de platô é a pressão para acomodar o volume na região alveolar (depende da complacência pulmonar) -> é a pausa inspiratória (pressão de equilíbrio nas vias aéreas na ausência de fluxo Pressão positiva expiratória final (PEEP) é a pressão para não colapsar o alvéolo - quando o traçado termina e inicia em um nível de pressão acima de zero (PEEP fisiológica - entre 4-6). OBS: na respiração fisiológica, a pressão fica negativa na ins e positiva na ex. Já na VM, a pressão fica positiva durante todo o ciclo (o que gera repercussões hemodinâmicas - diminui o retorno venoso). CURVAS DE FLUXO/ PRESSÃO/ VOLUME ● Complacência estática - medida na pausa inspiratória para fazer o cálculo da resistência - realiza na VCV (onda de fluxo quadrada) ○ Complacência = volume corrente/(PPI-PEEP) ■ Idealmente deve ser entre 60-80 (a partir de 50 podemos considerar como boa) ■ Se > 90 (complacência muito alta - pulmão expande facilmente, porém não esvazia) ○ PPI - PEEP = pressão de distensão (deve ser < 15) ● Resistência = (pressão pico - pressão do platô)/fluxo ○ O fluxo no ventilador está em L/min devemos transformar em L/segundo para inserir na fórmula AUTO-PEEP ● Paciente DPOCítico, enfisematoso ● Alta resistência e complacência (o ar entra mas não sai) ● Resistência externa ao sistema respiratório- IOT ● Alta FR (pois a respiração está curta)/alto volume corrente (Vt)/pausa inspiratória ● Curto tempo expiratório ● Redução do débito cardíaco, assincronias, aumenta o trabalho respiratório ● Na curva de fluxo vemos um fluxo que não zera. Já na curva de pressão, há um aumento da pressão após a pausa expiratória ● É uma causa de assincronia Como corrigir: ● Broncodilatação ● Redução do tempo inspiratório/ aumento do fluxo inspiratório ● Aumento do tempo expiratório (é a consequência da redução do tempo inspiratório/ aumento do fluxo inspiratório, reduzir o VT) ● Reduzir o volume corrente ● Reduzir a FR ● Rise time acelerado (rise time é o tempo de entrada de ar após abrir a válvula inspiratória) ● PEEPe (PEEP extrínseca) = 80-85% de PEEPi (PEEP intrínseca) MODALIDADES ● Ventilação com volume controlado: VCV ○ Disparo ■ Tempo (calculado pela FR) ■ Se A/C -> trigger fluxo ou pressão ○ Ciclagem ocorre pelo volume ○ O limite é ditado pelo fluxo ● Ventilação com pressão controlada: PCV ○ Disparo■ Tempo (calculado pela FR) ■ Se A/C -> trigger fluxo ou pressão ○ Ciclagem pelo tempo inspiratório ou relação inspiração: expiração -> depende do ventilador ○ Limitado pela pressão ● Ventilação com pressão de suporte: PSV ○ Disparo pelo paciente ○ Ciclagem pelo paciente (ciclagem a 25% de pico de fluxo - fisiológico -> entra um volume de 750mL) ■ Pacientes com doença obstrutiva - devemos corrigir a ciclagem para 65% de pico de fluxo - VT de 450mL - encurta o tempo inspiratório e aumenta o tempo expiratório) ○ Limitado pela pressão ● Controlado: paciente não tem autonomia ventilatória nenhuma ● Assistido: paciente é capaz de deflagrar o ciclo respiratório ● Assistido-controlado ● Espontâneo: paciente tem autonomia completa e recebe um suporte pressórico (PSV) REPERCUSSÕES HEMODINÂMICAS ● Diminuição do débito cardíaco ● Diminuição do retorno venoso ● Aumento da pressão no átrio direito ● Aumento da pressão intratorácica ● Diminuição da complacência do ventrículo esquerdo VARIAÇÕES CLÍNICAS DPOC SDRA ● O PEEP é alto para manter o alvéolo aberto, enquanto que o volume corrente é menor para melhorar a ventilação e diminuir o risco de barotrauma Critérios ● Tempo: dentro de até 7 dias de um insulto clínico ● Imagem de tórax (RX ou TC): opacidades bilaterais não explicadas por derrames, atelectasias ou nódulos ● Origem do edema (é um edema inflamatório): insuficiência respiratória não totalmente explicada por insuficiência cardíaca ou sobrecarga de fluidos ● Hipoxemia (PaO2/FiO2) ○ Leve: entre 200 e 300 ○ Moderada: entre 100-200 ○ Grave: menor que 100 ● Macete: “+ outro não dá” ○ Ou - origem do edema ○ T - Tempo insulto e sintomas ○ R - Rx de tórax (Não D Á - nódulo, derrame e atelectasia) ○ O - oxigenação DESMAME VENTILATÓRIO ● Reversão do processo que levou a IOT -> adequada oxigenação ● PaO2 > 60 mmHg com FiO2 ≤ 40% ● PEEP < 5 a 8 cmH2O - capacidade de iniciar esforço respiratório ● Tosse eficaz ● Estabilidade hemodinâmica ● Estabilidade neurológica com Glasgow > 8 ● Índice de Tobin FR/VT (em L) < 106 ● Parâmetros mínimos permitem extubar o paciente
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