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R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 1 R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 2 CONCEITOS: Dor – experiência sensorial e emocional desagradável, relacionada com lesão tecidual atual ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão. Alodínia – termo utilizado para a dor que surge como resultado de estimulação não-nociva da pele, mas que pode provocar dor nos locais de dor referida. Analgesia – ausência de dor à estimulação nociva. Anestesia Dolorosa – dor numa área anestesiada. Dor Central – dor associada a uma lesão do SNC; por ex. infarto do tálamo, ou em casos de esclerose múltipla. Hiperalgesia – sensibilidade aumentada à estimulação nociva, resultante da diminuição do limiar de sensibilidade. Hiperestesia – sensibilidade aumentada à estimulação, excluindo os sentidos especiais, mas incluindo outras modalidades de sensibilidade cutânea, como o toque e as mudanças de temperatura. Hiperpatia – síndrome dolorosa caracterizada por reação dolorosa excessiva e retardada após um estimulo repetitivo. Pode estar associada com hipo- ou hiperestesia ou disestesia. Hipoalgesia – sensibilidade diminuída à estimulação nociva. Hipoestesia – sensibilidade diminuída à estimulação nociva, excluindo as sensações especiais. Limiar de Dor – a menor intensidade de estimulo na qual a pessoa percebe a dor. Neuropatia – distúrbio de função ou alteração patológica em um ou em vários nervos. Neuralgia – dor na distribuição de um ou mais nervos. Este termo não deve ser reservado apenas para dores paroxísticas. Parestesia – sensação anormal, seja espontânea ou provocada. CONCEITOS: DOR AGUDA E CRÔNICA A dor também pode ser classificadas quanto ao tipo (2tipos): RAPIDA: em pontada, agulhada, aguda, elétrica. LENTA: queimação, continuada, latejante, orgânica. DOR AGUDA: dura por até 3 meses. Também chamada de dor fisiológica, com finalidade de alertar através das terminações nervosas livres (nociceptores), transportando estímulos térmicos, mecânicos e químicos. Também promovem o estimulo adaptativo e cicatricial da lesão. DOR CRÔNICA: Dura mais que 3 meses e define-se como um resposta exagerada em amplitude e duração, por longo tempo, com resposta pobre as terapias analgésicas, onde também podem estar envolvido processos de neuroplasticidade que aumentam a magnitude de percepção contribuindo para síndromes dolorosas crônicas por estimulo de fibras nervosas tipo C. Todos os tecidos tem terminações de dor. R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 3 A maior parte esta distribuídos nas camadas superficiais do corpo, periostio, artérias, articulações. Já os tecidos profundos tem inervação pobre em terminações nervosas livres, onde os estímulos devem ser amplos e difusos, que geralmente ocorrem por somação (estimulo aproximado de campo) mais ou menos 5 cm do receptor, levando a estimulação de fibras lentas. FISIOPATOLOGIA AFERENTES PRIMARIOS Os nociceptores podem ser: Podem ser excitados por histamina, bradicinina, serotonina, ions K, ácidos H, enzimas proteolíticas, tromboxanos, leucotrienos e prostaglandinas. As prostaglandinas apesar de não excitarem diretamente os nociceptores, provoca aumento da sensibilidade e favorece ao aparecimento da dor tipo lenta. RECEPTORES: MECANO-NOCICEPTORES: são fibras A(delta) de alto limiar. Respondem a estímulos mecânicos de alta intensidade ou estímulos térmicos nocivos. NOCICEPTORES POLIMODAIS (TIPO C): Amielinicos, os nociceptores de baixo limiar reconhecem e conduzem impulsos originários de estímulos inócuos. Já os polimodais de alto limiar reconhecem e conduzem impulsos originários de estímulos nocivos que podem lesar tecidos. Tem alto limiar de sensibilidade e ausência de acomodação, sendo sensibilizados somente por estímulos nocivos. NOCICEPTOR MECANOTERMICO: São fibras tipo A(delta) e C, lentas e rápidas para estímulos dolorosos ocasionados por frio. O NEURONIO AFERENTE PRIMARIO Para que o impulso chegue na medula, depende da participação do neurônio aferente primário: neurônios bi-polares e pseudo unipolares cujo corpo se encontra no gânglio da raiz dorsal da medula. O axônio desses gânglios possuem as terminações livres; nociceptores. A parir de onde seguem direção antidrômica ( direção contraria do habitual), da terminação até o gânglio. A partir de então, ortodrômicamente, é conduzido para a medula através do axônio central do NAP (neurônio aferente primário). Realizando sinapse de 2ª ordem no CORNO POSTERIOR da medula, na lâmina de REXED, onde encontramos: R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 4 5 laminas nos cornos posteriores: As laminas I, II e III são as mais superficiais, possuem alto limiar de disparo, respondendo somente a estímulos dolorosos de alta intensidade, sendo denominadas: NOCICEPTORES ESPECIFICAS. As laminas IV e V, são mais profundas e respondem a estímulos dolorosos e táteis, estímulos de baixo limiar, sendo também denominada como células de faixa dinâmica ampla. A partir de então, podemos distinguir os tratos: NEOESPIOTALAMICOS- CONSCIENTE VIA ANTERO-LATERAL: fibras lentas e rápidas, penetram a medula pelos cornos posteriores e cruzam-se a nível medular. 2º neurônio: FAZEM SINAPSE NAS LAMINAS I, IV e V DE REXED. seguindo para o quadrante antero-lateral até o tálamo onde fazem sinapse com o 3º neurônio no núcleo ventral dorso-lateral, segindo para região somestesica primária do córtex. VIA COLUNA DORSAL-LEMNISCO MEDIAL São vias exclusivamente rápidas, penetram a medula pelos Cornos posteriores da medula atravessando as laminas I ou II (subst. gelatinosa) e logo ascendem em direção ipsilateral pelos fascículos grácil e cuneato da substancia branca posterior da medula até o bulbo cerebral ondem fazem sinapse (neurônio de 2ª ordem) e cruzam-se em direção contra-lateral. Ascendendo até o tálamo, núcleo ventral dorso-lateral e seguindo para a área somestesica primaria do córtex. PALEOESPINOTALAMICAS: INCONSCIENTE. – LAMINA III de REXED ESPINO-MESENCEFALICA ESPINO-RETICULAR PRIOESPINAL Formam um circuito fechado a nível de medula e tronco. Fazendo sinapse como neurônios límbicos e adquirindo conotação afetiva, emocional e inconsciente por não chegar ao córtex associativo. Quando atingem o córtex associativo, informam dor mal localizada e resposta autonômica, endócrina, motivacional e afetiva de experiências dolorosas. R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 5 Quanto aos pares cranianos, as informações aferentes caminham pelos nervos V, VII, IX e X ( trigêmeo, facial, glossofaríngeo e vago). Os neurônios aferentes primários encontram-se no gânglio trigeminal (de glasser), realizando sinapse de 2ª ordem no núcleo espinhal do tálamo, no tronco cerebral, de onde ascendem até o tálamo onde realizam sinapse de 3ª ordem no núcleo ventral póstero- medial e depois dirigem-se ao córtex somestesico.SENSIBILIZAÇÃO PERIFERICA. No gânglio dorsal do neurônio aferente primário, encontramos a capacidade de síntese de diversas substancias com potencial neurotransmissor ou neuromodulador, podendo ser transportada tanto para o ramo periférico como para o ramo central As PROSTAGLANDINAS produzidas a nível periférico são responsáveis pela sensibilização do receptor, diminuindo o potencial de deflagração e promovendo o fenômeno da SENSIBILIZAÇÃO PERIFERICA. A COX_2, produzida na cascata do acido aracdônico, estimula produção de AMP_C, facilitando a geração local de estímulos. Liberando BRADCININA a partir de vasos rompidos ativando receptores Beta_2 e nociceptores, o nociceptor libera subst. P que ativa mastócitos e plaquetas, as plaquetas liberam SEROTONINA e os mastócitos liberam TNF_a, IL1 e IL6 aumentando a síntese de prostaglandinas e consequentemente potencializando a sensibilização de nociceptores. SUBST. PRODUZIDAS NO GANGLIO DORSAL QUE ATUAM COMO ESTIMULANTES NOCICEPTIVOS ESPINHAIS: Substancia P Glutamato Neurocinina A Nociceptina CCK SUBST. PRODUZIDAS NO GANGLIO DORSAL QUE ATUAM COMO INIBIDORES NOCICEPTIVOS ESPINHAIS: Peptidios opioides Encefalina Dinorfina Somatostatina Galina SINAPSES MEDULARES: na membrana do terminal pós-sinaptico dos neurônios medulares de associação localizam-se receptores de membrana: Neurocinina 1 (NK-1) AMPA; Receptores para subst. P NMDA (N-metil-D-aspartato): receptores pra Glutamato Ao chegarem impulsos nociceptivos ao terminal pré-sinaptico de Neurônio aferente primário, despolariza-se sua membrana, a subst. P cruza a fenda sináptica, alcança a membrana do terminal pós-sinaptico e acopla-se à NK-1, enquanto o glutamato cruza a mesma fenda acoplando-se nos receptores NMDA e os potenciais de ação sobem em direção ao córtex cerebral. R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 6 SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL Inicialmente, o receptor para Glutamato NMDA (excitatório) encontra-se inativado no terminal pós- sinaptico, pois seu canal iônico é bloqueado pelo Mg (magnésio). Esse receptor contem enzimas cálcio dependentes: Oxido-Nitrico-sintetase Ciclooxigenase Fosfolipase Durante a lesão tecidual e estimulação crônica, as fibras C proporcionam estímulos nociceptivos contínuos e repetitivos no botão sináptico, aumentando as concentração de Ca+ e diminuindo o bloqueio dos ions de Mg+++, penetrando a membrana pós- sinaptica e estimulando os receptores NMDA e sistema Oxido-nitrico- sintetase; produzindo NO (oxido nítrico) que transpassa a membrana e atua como 2º mensageiro na membrana pré-sinaptica liberando Glutamato que fixa-se ao receptor NMDA= originando assim um sistema de retro alimentação que quando prolongado leva a NEUROPLASTICIDADE, inicialmente benéfica para facilitar a via dolorosa porem a longo prazo originando uma via nervosa aberrante e ocasionando dor neuropática. SINAPSES MEDULARES DO IMPULSO NOCICEPTIVO Basicamente 3 caminhos: 1- Passam do corno posterior da hemi-medula para o corno lateral fazendo sinapse com neurônios simpáticos, cuo as fibras descem levando impulsos aos vasos sanguíneos da região da dor, produzindo reflexo simpático; vasoconstrição e hipóxia regional. 2- Passam do corno posterior para o corno anterior da hemi- medula, fazendo sinapse com neurônios motores a partir de onde as fibras caminham para a periferia levando estímulos ao musculo esquelético da regia da dor, causando contração reflexa e hipóxia com liberação de subst. Algogênicas: dor- espasmo-dor. 3- Via ascendendo antero-lateal das laminas IV e V levando o estímulos consciente ao tálamo, já descrita anteriormente. MODULAÇÃO A nível do tronco, as vias fazem sinapses na: subst. Cinzenta periaqueductal do mesencéfalo, subt cinzenta periventricular, núcleo magno da RAFE, LÓCUS COERULEUS e núcleo gigantocelular, que interconectam-se para fotmar fibras descendentes que através do TRATO DORSOLATERAL constituem o Sistema analgésico central descendente. R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 7 Os interneuronios neurônios encefalinergicos localizados no corno posterior, Subst gelatinosa, lamina II de REXED tem, papel na modulação da dor – TEORIAS DAS COMPORTAS A modulação se da no nível segmentar ou medular e no nível supra segmentar ou supramedular. MEDOLAÇÃO SEGMENTAR: envolve atividade de vias discriminativas de tato, pressão e propriocepção consciente. O corpo do NAP apresenta prolongamentos periféricos, constituído de fibras grossas mielinizadas A(beta) que diriji-se aos tecidos periféricos onde terminam em forma de receptores: (Merkel, Meissner e Pacini e terminações livres dos folículos pilosos) que respondem por sensações de tato protopatico e epicritico, pressão e propriocepção consciente. Segue a via ANTERO- LATERAL, a mesma da dor, porem o seu prolongamento curto, o qual penetra no corno posterior da medula espinhal, onde faz sinapse com neurônios encefalinergicos e dinorfinergicos, cujas fibras conectam a membrana pré- sinaptica do aferente primário nociceptivos. Assim, impulsos aferentes conduzidos pelas fibras grossas mielinizadas A(beta) inibem, no nível do corno posterior da medula espinhal, a transmissão dos impulsos aferentes nociceptivos conduzidos pelas fibras A(delta) e C. MODULAÇAO SUPRA-SEGMENTAR: ocorre através do sistema analgésico central descendente. A estimulação proporcionada principalmente pelo trato paleoespinotalamico, estimula a subst. Cinzenta periaqueductal a produzir encefalinas que agem sobre o núcleo da rafe e o lócus coeruleus, produzindo serotonina e noradrenalina, Caminhando através das fibras serotoninérgicas e noradrenérgicas, os impulsos descem pela via descendente dorso lateral, estimulando o interneuronio encefalinergico do corno posterior da medula, que produz encefalinas. Esta acopla-se ao receptor opióide da membrana terminal pré- sináptica do NAP-nociceptivo (neurônio aferente primário), produzindo inibição pré-sináptica por hiperpolarizaçao da membrana do NAP, bloqueando a liberação de subst. P e glutamato para a fenda sináptica. AVALIAÇÃO CLINICA DA DOR A historia clinica é responsável por cerca de 80% do diagnostico do paciente. É fundamental estabelecer um grau de confiança com o paciente. O medico deve entender o paciente e seu sintoma subjetivo, a dor, onde não pode ser mensurada e só o paciente pode passar tais informações que por muitas vezes o paciente passa por desacreditado. Quanto ao sintoma, clinicamente devesse estabelecer: Cronologia: desde quando há a dor, por quanto tempo... Localização Qualidade/tipo: agulhada, queimação, dissecante... Intensidade: classificação clinica 1-ESCALA DE EXPRESSÃO VERBAL: SEM DOR – DOR LEVE- DOR MODERADA- DOR INTENSA- DOR INSUPORTAVEL. 2-ESCALA ANALOGICA VISUAL (para adultos): linha reta de 10 cm e numerada de acordo, onde 0= sem dor e a pior dor=10. 3-ESCALA GRAFICA NÃO NUMERICA, DE FASCIES (para crianças, idosos e adultos com baixo nível cultural. R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 8 Irradiação Presença em outro foco. Fator demelhora ou piora Devesse também relacionar a dor ao uso de medicamentos feito pelo paciente. Ainda pode-se associar a fatores psicológicos como; morte familiar, conflitos, estress e etc. EXAME FISICO: Analisar em inspeção e palpação; FASCIES ATITUDE COLORÇÃO DA PELE TROFISMO CIRCUNJASCENTE HIPERIDROSE, SIALORREIA: sinais de manifestações autonômicas EDEMA E SINAIS FLOGISTICOS POTNTOS DE GATILHOS MARCHA E POSTURA REFLEXOS Por meio das informações obtidas, é possível identificar um mecanismo fisiopatológico e refletir sobre a estratégia terapêutica a ser adotada. Os exames complementares devem ser solicitados apenas quando há a necessidade de complementação para chegar a um diagnostico ou para excluir outras hipóteses. DOR NEUROPATICA: tipo FERROADA, EM QUEIMAÇÂO, OU EM CHOQUE, acompanha o trajeto do nervo no dermatomo podendo coexistir com parestesia ou redução de força da regia afetada. O E.F deve evidenciar: Alodinia Hiperpatia (reação dolorosa exacerbada) Hiperestesia (sensibilidade aumentada a estímulos) ou Hipoestesia (sensibilidade diminuída a estímulos). Assimétrica. DOR NOCICEPTIVA: bem localizada (ex; dor miofacial ou lesão osteo articular), ou Difusa e “surda”, quando provocada por lesão de órgão interno. Podendo apresentar-se como dor referida ou irradiada, sendo a dor miofacial com irradiação que acompanha o trajeto do nervo; DOR DE MANUTENÇÃO SIMPATICA- além de alterações tróficas, coloração da pele e hiperidrose, a área da dor costuma acompanhar o trajeto de distribuição vascular. DOR MISTA: ocorrem de mecanismos nociceptivos e psicogênicos. Ex; dor por neoplasias malignas. DOR PSICOGENICA: envolve aspectos afetivo-emocionais, sendo relatada como muito intensa, excruciante, lancinante,, incapacitante. A descrição geralmente é feita de forma dramática. O E.F não apresenta qualquer achado relevante, mas percebe-se um grande incomodo quando se pressiona a região referida. Exames complementares: avaliação psicquiatrica com suspeita de depressão, ansiedade, hipocondria, histeria e etc. TIPOS DOR SOMATICA SUPERFICIAL: é a dor decorrente de estimulação de nociceptores do tegumento. É bem localizada e ocorro devido a traumas, queimaduras e processos inflamatórios. DOR SOMATICA PROFUNDA: dor nociceptiva consequente à ativação de R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 9 nociceptores dos músculos, fáscias, tendões, ligamentos e articulações. Causada por estiramento muscular, contração isquêmica, contusão, rupturas, síndromes miofacial, artrite e artrose. DOR VISCERAL: dor nociceptiva por estimulação de nociceptores viscerais. É difusa, difícil localização, dor vaga, continua e profunda tendendo-se a acentuar-se com a solicitação funcional do órgão acometido. Podemos ter: DOR VISCERAL VERDADEIRA: tende a localizar-se próxima ao órgão que a origina. Ex: dor cardíaca que localiza-se em précordio ou retro-esternal, esofágica é epigastica, gastroduodenal é em hipocôndrio direito, vesical e uretral é pélvica em baixo ventre, etc. DOR REFERIDA: Pode ocorrer por estímulo direto de fibras nervosas somáticas que se originam em níveis superiores da medula espinhal. É o que ocorre por exemplo no diafragma, que tem dupla inervação somática devido à sua origem embriológica. Quando seu centro tendíneo é estimulado por ar, sangue, suco gástrico ou pus, a dor se localizará na região cervical cuja inervação é feita pelos nervos cervicais originários das mesmas raízes nervosas que o nervo frênico (C3, C4, C5); quando os estímulos atingem sua porção mais periférica a irradiação se fará na parede abdominal, no território dependente dos nervos intercostais. DOR IRRADIADA: É a dor sentida a distancia de sua origem, porem, obrigatoriamente em estruturas inervadas pela raiz nervosa ou nervo cuja estimulação noxica é responsável pela dor. Ex: isquiatalgia, dor de testículo em dor renal, etc. EPIDEMIOLOGIA DA DOR Estima-se que 80% da população mundial procure ajuda por queixa de dor. No brasil, 30-40% da população é acometida por dor crônica, gerando aposentadorias precoce, indenizações trabalhistas e baixa qualidade produtividade, Um verdadeiro problema de saúde publica, interferindo na qualidade de vida do paciente. A maioria dos pacientes são do sexo feminino, cerca de 87%, com intensidade de dor media entre 2.16 – 7.3. FARMACOLOGIA ESCALA ANALGESICA DA OMS Sugere-se uma organização e padronização do tratamento analgésico da dor baseado em uma escada de três degraus de acordo com a intensidade de dor que o paciente apresenta. O primeiro degrau recomenda o uso de medicamentos analgésicos simples e antiinflamatórios para dores fracas. R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 10 O segundo degrau sugere opioides fracos, que podem ser associados aos analgésicos simples ou antiinflamatórios do primeiro degrau, para dores moderadas. O terceiro degrau consta de opioides fortes, associados ou não aos analgésicos simples ou antiinflamatórios, para dores fortes. Os adjuvantes podem ser usados nos três degraus da escada. Princípios da Escada Analgésica OMS Pela Escada: Para dores agudas: usar a escada de forma descendente, ou seja, usar o terceiro ou segundo degrau nos primeiros dias de hospitalização ou após cirurgias/procedimentos dolorosos de acordo e as escalas de mensuração de dor e associados a técnicas de analgesia ou anestesia regional em princípios de analgesia multimodal. Nos dias subseqüentes ao trauma tecidual, descer a escada analgésica da OMS. Para dores crônicas: Inicia-se pelo primeiro degrau para dores fracas. Quando não ocorre alívio da dor, adiciona-se um opioide fraco para a dor de intensidade leve a moderada (segundo degrau). Quando esta combinação é insuficiente deve-se substituir este opioide fraco por um opioide forte. Somente um medicamento de cada categoria deve ser usado por vez. Os medicamentos adjuvantes devem ser associados em todos os degraus da escada, de acordo com as indicações específicas (antidepressivos, anticonvulsivantes, neurolépticos, bifosfonados, corticosteróides, etc.). Via Oral: Os analgésicos devem ser administrados de preferência pela via oral. Vias de administração alternativas como retal, transdérmica ou parenteral podem ser úteis em pacientes com disfagia, vômitos incoercíveis ou obstrução intestinal. Intervalos Fixos: Os analgésicos devem ser administrados a intervalos regulares de tempo. A dose subseqüente precisa ser administrada antes que o efeito da dose anterior tenha terminado. A dose do analgésico precisa ser condicionada à dor do paciente, ou seja, inicia-se com doses pequenas, sendo progressivamente aumentada até que ele receba alívio completo, ou seja, titulação da dose opióide. Não prescrever no regime se necessário. Alguns pacientes que utilizam opioides necessitam de doses de resgate além das doses regulares para as dores incidentais ou súbitas (10 a 30% da dose total diária). Individualização: A dose correta dos opióides é a que causa alívio da dor com o mínimo de efeitos adversos. Se a analgesia é insuficiente, o paciente deve ser reavaliado e deve-se subir um degrau da escada analgésica e não prescrever medicamento da mesma categoria. Atenção aos detalhes: Explicar detalhadamenteos horários dos medicamentos e antecipar as possíveis R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 11 complicações e efeitos adversos, tratando-as profilaticamente. O paciente que usa opioide de forma crônica deve receber orientações sobre laxativos. OS AINES (ANTI INFLAMATORIOS NÃO ESTEROIDAIS) Para entendermos os AINES devemos entender inicialmente a resposta inflamatória. Basicamente são 3 fases: Inflamaçao aguda: Há liberação de substancias autacóides (substancias específicas que mediam a sinalização) Ex: Histamina que promove os fenômenos vasculares Resposta Imune: ativação imune perante Ags (quando houver). Inflamação Crônica: Liberação continua de mediadores deletérios provocando incapacidade ( PDGF, TNF_a). Quando há lesão tecidual, o organismo libera substancias endógenas, os autacoides; HISTAMINA, SEROTONINA e BRADICININA para proporcianar perfusão tecidual à lesão e alertar o organismo. Logo se sucede a cascata do acido aracdônico com a produção de eicosanoides, Leucotrienos e prostaglandinas, potencializando a atividade dos autacoides e criando um circuito de retro-alimentação da via. A lesão celular, sobre tudo quando hà ativação imune, associa- se a derivação de síntese das substancias EUCOSANOIDES, subst. Derivada da degradação dos ácidos graxos (leucotrienos) na via LOX- lipo oxigenasse. Os leucotrienos, em processos inflamatórias intensos promovem potente quimiotaxia imune e poderosa BRONCOCONSTRIÇÃO – de acordo com o grau, deve-se empregar CORTICOIDES. Já a via da COX, exerce função sobre vasos sanguíneos, terminações nervosas e algumas células inflamatórias. COX-1: funçao homeostática (constitutiva) COX-2: (induzida), facilita a resposta inflamatória sendo produzida no local da lesão. COX-3: descoberta recentemente, localiza-se nos rins, Sistema nervoso e musculo liso. Assim, os fármacos que atuam na COX- 1 consequentemente também inibem a COX-2 e por isso são considerados inibidores não seletivos, enquanto os que atuam na COX-2 São inibidores seletivos. FARMACOCINETICA: os aines são ácidos orgânicos fracos. A droga é bem R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 12 absorvida e sua biodisponibilidade não se altera significativamente na presença de alimentos. DISTRINUIÇÃO: Albumina 98%, a fração livre é a forma ativa do fármaco. EXCREÇAO: através do sistema microssomal, enzima P450, do fígado (biliar), porem a via de excressao mais importante é a RENAL(final). FARMACODINAMICA: inibem a quimiotaxia, diminuem a produção de radicais livres. Interfere nos eventos intra-celulares mediados por Ca+. CONTRA INDICAÇOES: Hepatotoxicidade e nefrotoxicidade: Hepatite, cirrose, gastrite, insulficiencia renal, ulcera péptica e entre outros. A mucosa gástrica em condições fisiológicas produz uma prostaglandina; a prostaglandina E2 (PGE2) que é responsável pela estimulação de produção de MUCO PROTETOR gástrico. Os AINES inibem a formação de prostaglandina e do MUCO, tornando o epitélio gástrico sensível. INDICAÇOES: Diminuem a sensibilidade dos vasos à bradcinina e histamina, afetam a produção de linfócitos e revertem a vasodilatação com ação; ANALGESICA, ANTIINFLAMATORA e APIRÉTICA. Todos, com exceção dos inibidores da COX-2, inibem a agregação plaquetaria. ASPIRINA: inibição irreversível da COX_plaquetaria a partir de 80mg/dia, aumentando o tempo de sangria por 8- 10dias (sobrevida plaquetaria) Dose analgésica: 200mg 3xdia Dose anti-inflamatoria: 3000- 4000mg/dia. Efeitos adversos: náuseas, vômitos e hemorragias. CELECOXIB: altamente seletivo para COX-2 (375-1)(375.cox-2/1.cox-1), absorção reduzida em 20-30% com alimentos. MV; 11 horas, metabolizado pelo sistema microssomal, hepático, comprometida quando há transtornos hepáticos. INDICAÇÕES: artrite reumatoide, osteoartrite: 100-200 mg 2xdia. DICLOFENACO: não seletivo, rapidamente absorvido porem a biodisponibilidade é de apenas 30-70% devido a primeira passagem hepática. Efeitos adversos em cerca de 20% dos pacientes. IBUPROFENO: metabolismo hepático, ação anti-inflamatoria 20-40vezes> R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 13 aspirina em 2.400mg/dia. Analgésico em doses menores que 2.400mg. EA: hepatotoxico. Os inibidores da COX-3, apresentam somente função analgésica, inibindo a hipersensibilidade espinhal e ativando mecanismos inibitórios descendentes da nocicepção: PARACETAMOL: Hepatotoxico DIPIRONA: Pode causar aplasia medular e pancitopenia. Ao iniciar uma terapêutica deve- se considerar: EFICACIA/ CUSTO/ TOXICIDADE/ FATORES PESSOAIS (doença/rigor do uso/ inclusão em plano de saúde). Paciente com risco de sangramento gástrico, considerar emprego de misoprostol ou omeprazol. ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL E MEDULA ESPINHAL A Coluna vertebral é onstituída de 4 porções: CERVICAL- 7 TORACICA-12 LOMBAR- 5 SACROCOCCIX.- 9 Somando 33 vertebras. Esta formada por ossos irregulares sobrepostos; as vertebras. CARACTERISTICAS COMUNS: todas as vertebras apresentam: CORPO; cilíndrico e anterior FORAME VERTEBRAL: por onde passa a medula PROCESSO ESPINHOSO: impar, medial PROCESSO TRANSVERSO: par, lateral 4 PROCESSOS ARTICULARES: articula uma vertebra com outro, sendo 2 superiores e 2 inferiores 2 LAMINAS; direita e esquerda que une o processo espinhoso aos transversos 2 PEDICULOS: Une o processo transverso ao corpo vertebral Diferenças entre o corpo surgem a medida que a a coluna vai tornando cada vez mais distal. Articulação; INTERVERTEBRAL. São anfiartroses (semi-moveis) fixas pelos ligamentos: INTER-OSSEO: Tambem chamado de menisco ou disco intercalando os corpos vertebrais LIGAMENTO PERIFERICO OU VERTEBRAL COMUM; 2 cintas fibrosas verticais longas que envolve anteriormente e posteriormente os corpos vertebrais LIGAMENTO AMARELO: revestindo o canal medular e formando os espaços raquidianos PROCESSO ARTICULARES: articulam as facetas LIGAMENTO INTER-ESPINHOSO LIGAMENTO SUPRA-ESPINHOSO R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 14 Assim, a partir dos forames de conjugação, de onde saem os nervos raquideos, temos a formação dos plexos nervos a nível das intumescências medulares: CERVICAL BRAQUIAL LOMBOSACRO BRAQUIAL: LOMBOSACRO R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 15 REFLEXOS DE INTEGRIDADE REFLEXO BICIPTAL- integridade C5 REFLEXO BRAQUIORRADIAL: integridade C6 REFLEXO TRICIPITAL: integridade C7 REFLEXO PATELAR: integridade L4 REFLEXO PATELAR E AQUILEU: L5 e S1 Estes reflexos podem estar diminuídos ou abolidos em eventos compressivos de raiz nervosa. LOMBALGIAS ESPONDILOARTROSE OU ARTROSE VERTEBRAL- “do disco cartilaginoso” É um processo degenerativo do disco intervertebral que pode ocorrer em ambos os sexos a partir dos 30 anos. Pode ser diagnosticado ao RAIO X; onde nota-sedegeneração do disco e formação de osteófito (bico de papagaio). Quadro Clinico: dor e limitação do movimento. Muitas vezes pode haver obstrução dos forames de conjugação, levando a compressão nervosa com dor irradiada para membros afetado. FISIOPATOLOGIA: ocorre devido ao envelhecimento natural onde o tecido se desidrata, diminuindo de espessura, somando-se ao termino gradual da vida replicativa dos fibroblastos e condroblastos. Aumentando a destruição da matriz cartilaginosa e periostio por enzimas sinoviais (Metaloproteinases e Serinoproteinases). TRATAMENTO: exercícios aeróbicos, para aumentar a perfusão sanguínea e fortalecer a musculatura. ANALGESIA: 1º aines/ 2º corticoide/ 3º cirurgia. HERNIA DE DISCO TIPOS: PROTRUSA: ruptura do ligamento vertebral anterior EXTRUSA: ruptura do anel fibroso do disco SEQUESTRADA: hernia contida em canal vertebral CAUSA: Geralmente mecânicas, movimentos bruscos de flexão e rotação da coluna, rompendo o anel fibroso do disco, podendo comprimir a raiz nervosa no forame de conjugação. QUADRO CLINICO: ocorre entre 30-40 anos, de forma súbita por esforço físico intenso em má posição da coluna. Geralmente em L4, L5 e S1. Gera dor intensa no local com irradiação para membro afetado. A dor pode ter caráter de choque elétrico, imobilizante. EXAME FISICO: o paciente apresenta-se em posição antálgica, inclinado lateralmente. A palpação de linha espondilinea há dor no disco herniado FISIOPATOLOGIA: Ruptura de ligamento ou disco com compressão de raiz nervosa. DIAGNOSTICO: radiológico, diminuição do espaço intervertebral com perda da lordose fisiológica. TC: disco rompido. TRATAMENTO: Multidisciplinar MEDICO: Analgesia e repouso FISIOTERAPIA: pilates, hidroginástica EDUCADOR FISICO: Fortalecimento de cintura abdominal. LOMBALGIA MECANINCA Causa mais comum, ocasionada por esforço intenso. QUADRO CLINICO: Não irradia, limita-se a região lombar e nadegas. Surgindo sempre pela manhã e R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 16 desaparecendo mesmo sem tratamento em 3 ou 4 dias. FISIOPATOLOGIA: Cintura muscular não apropriada para a quantidade de esforços realizados, ativando via da glicólise anaeróbica e liberação de lactato do musculo, onde acumula-se por perfusão irregular ocasionando a síndrome dolorosa. DIAGNOSTICO: Clinico TRATAMENTO: Analgesico e repouso. Pode-se indicar fortalecimento de cintura escapular. OSTEOMA OSTEOIDE É um tumor benigno de causas incertas, sugestiva para causa infecciosas e traumáticas ou genéticas. QUADRO CLINICO: dor na madrugada ou matinal. FISIOPATOLOGIA: As células tumorais liberam prostaglandinas durante a noite devido ao ritmo circadiano que faz com que o corpo quase não produza cortisol neste horário. O cortisol atua como um anti- inflamatorio endógeno durante o dia, diminuindo a dor. DIAGNOSTICO: Radiologiaco: Raios X ou tomografia. TRATAMENTO: cirúrgico. ESPONDILITE ANQUILOSANTE- “sinovias das vertebras” Transtorno inflamatório crônico de causas desconhecidas. QUADRO CLINICO: ocorre na faiza etária dos 15-40 anos, maioria do sexo masculino, manifestando-se por rigidez matinal com comprometimento dos ligamentos vertebrais e dor localizada em região Sacro-iliaca podendo aparecer lesões extra- articulares (insulficiencia aórtica, fibrose pulmonar, etc.) FISIOPATOLOGIA: Aparentemente há uma ligação entre fatores infecciosos, ambientais e genéticos ligados a um antígeno especifico evoluindo para anquilose (rigidez/disfunção articular), artrite sinovial das vertebrais e calcificação dos ligamentos. DIAGNOSTICO: clinico + imagem (raio X articulação) MANOBRAS SEMIOLOGICAS Manobra de valsalva: Inspiraçao profunda e contração da musculatura abdominal. É positiva quando o aumento da pressão abdominal acarreta dor ao paciente. Manobra de Laségue: paciente em decúbito dorsal, o examinador eleva a perna do paciente em hiper-extensao. Se diz positiva quando o paciente queixa-se de dor irradiada no trajeto do dermatomo L4 e L5 ou L4-S1, em inclinação de 30-70º. 60º comprova compressão de raiz nervosa Manobra de Romberg: Avalia as colunas dorsais da medula espinhal, a propriocepção (localizar posição das articulações). O examinador deve pedir para o paciente permanecer em pé com os pés juntos, mãos ao lado do corpo e olhos fechados por um minuto. O examinador deve permanecer perto do paciente por precaução, já que este pode cair ou se machucar. O teste é considerado positivo quando se observa o paciente balançar, balançar irregularmente ou mesmo cair. A característica principal a ser observada é que o paciente se torna mais instável com os olhos fechados. Positivo em polirradiculopatias desmielinizantes crônicas. SINAL das Pontas: é positivo quando o paciente não consegue andar com qualquer um dos calcanhares ou não consegue andar com qualquer uma R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 17 das pontas dos pés, indicando compressão de raiz a nível de L5 ou S1. Sinal do Arco De CORDA: Inicia-se como na manobra de laségue, ao aparecer a dor; flexiona-se o joelho do paciente, caso a dor desapareça: diz- se positiva para hérnia de disco. Não orgânica/psicossomática: Dor em rotação da pelve e discrepância de Laségue. Sinais de alerta: outros sinais que indiquem enfermidades sistêmicas: fraturas, anestesia em sela, nocturias e bacteremia. Exemplos: 1. De tumor ou Infecção: idade acima de 50 ou abaixo de 20; história de câncer; sintomas como febre, calafrios, perda de peso, sem outra explicação convincente; Infecção bacteriana recente, dependentes químicos, imunossu primidos; dor com piora noturna; dor com piora em decúbito dorsal. 2. De fratura: trauma Maior; trauma menor em idosos ou osteoporóticos. 3. De síndrome de cauda eqüina: Complicação de hérnias, tumores, fraturas ou espondilite anquilosante: anestesia em sela; disfunção de bexiga; déficit neurológico progressivo ou grave em membros inferiores. TRATAMENTO CONSERVADOR REPOUSO Não pode ser muito prolongado, pois também tem ação deletérica ao aparelho locomotor, o paciente deve ser estimulado a retornar suas atividades habituais, o mais rapidamente possível. O posicionamento em repouso, principalmente nas hérnias discais, geralmente é feito com o corpo em decúbito supino, com joelhos fletidos e pés apoiados sobre o leito e/ ou com flexão das pernas num ângulo de 90° com as coxas e, um mesmo ângulo destas com a bacia, objetivando a retificação da coluna lombar (posição de Zassirchon. Reduzindo a pressão sobre os discos intervertebrais e a musculatura paravertebral lombar. 3-4 dias e, no máximo, de 5-6 dias. MEDICAMENTOS Controle sintomático da dor para propiciar a recuperação funcional, o mais rapidamente possível. Acetaminofen (paracetamol) na dose de 500 mg, 4 a 6xdia, é eficaz na dor de intensidade discreta e moderada. Risco baixo, mas deve ser usado com cautela em hepatopatas e pacientes em uso concomitante de antiinflamatórios.. Dipirona 500 mg, até 4Xdia. Os opióides não são recomendados na lombalgia crônica, pelo risco da dependência química. São opção no tratamento da lombalgia e ciatalgia agudas e em casos muito restritos. Codeína 30 mg, 3 a 4 Xdia. EA: sonolência, déficit de atenção e constipação intestinal. Cloridrato de tramadol 100 mg a 400 mg DIA com mesmo efeito acima. Corticoesteróides: em lombalgiaaguda mecânica ou nas não-mecânicas, seja por via parenteral ou epidural, são de uso conflitantes. No entanto, na hérnia discal, considerando que a compressão radicular pode se acompanhar de inflamação, lesão axonal e das células de Schwann, a sua utilização pode oferecer vantagens adicionais, uma vez que a inibição do referido processo inflamatório é mais completa e eficaz do que com AINHs. A infiltração epidural com glicocorticóides, anestésicos e opióides é uma opção no manejo da dor R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 18 radicular aguda após falha com o tratamento conservador. Os benzodiazepínicos não parecem úteis e não estão indicados na lombalgia mecânica comum. Os antidepressivos não são recomendados na lombalgia mecânica aguda. Os antidepressivos tricíclicos são uma opção nas lombalgias crônicas, mesmo quando não associadas à depressão. TRATAMENTO CIRÚRGICO O tratamento cirúrgico da hérnia discai está indicado nos casos com déficit neurológico grave agudo (menos de 3 semanas), com ou sem dor; na lombociatalgia hiperálgica e, nas outras de menor intensidade, apenas para os pacientes que não melhoram após 90 dias de adequado tratamento clínico . REABILlTAÇÃO Os meios físicos de tratamento (frio e calor nas diversas modalidades) são meros coadjuvantes no processo de reabilitação. Em relação à estimulação elétrica transcutânea, não está indicada como medida inicial na lombalgia mecânica aguda. Não existem evidências científicas que comprovem o benefício da acupuntura em pacientes lombálgicos. Os exercícios aeróbicos e de fortalecimento da musculatura paravertebral são comprovadamente eficazes. FIBROMIALGIA Diagnostico diferencial: depressão, fadiga crônica, etc. CAUSA: idiopática, em 2% da população geral, 15% das consultas de reumatologia. QUADRO CLINICO:É um processo doloroso crônico, não inflamatório, difuso. Sono alterado, fadiga e dor ao despertar, cansaço pela dor constante. FISIOPATOLOGIA: ocorre o mecanismo de sensibilização central da dor com inibição da modulação descendente da dor. DIAGNOSTICO: Clinico TRATAMENTO: Antidepressivos tricíclicos e bloqueadores seletivos da receptação da serotonina. DOR MIOFACIAL Dor de músculos, fascies e tecido conectivo. É uma dor regional, principalmente em região cervical e de cintura escapular. Os pontos dolorosos podem ser palpados em bandas musculares decorrentes de sobrecarga dinâmica (traumatismo ou uso excessivo). FISIOPATOLOGIA: contração extenuante; isquemia e acumulo de metabolitos nos vasos musculares ativando nociceptores químicos. DIAGNOSTICO: clinico TRATAMENTO: AINES, relaxantes musculares. DOR NEUROPÁTICA Ocasionada por lesão ou disfunção do SNP ou do SNC. MECANISMO: ocorre uma exacerbação dos processos de sensibilização central e periféricos. (ver sensibilização) O aumento da concentração de Ca++ desencadeia uma cascata de eventos dentro da célula, responsável pela neuroplasticidade: translocação de proteinocinase, formação de NO e expressão de genes, como c-fos, c-jun, krox-24, jun-D, fos-B e outros. Produtos desses genes facilitam a produção de enzimas e neuropéptides e induzem alterações nas células.O resultado é a amplificação R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 19 e aumento da duração da resposta a estímulos, denominado de “Wind up”. Após lesão do sistema nervoso, ocorre uma cascata de eventos com alterações biológicas importantes. A ruptura parcial ou total da fibra aferente causa degeneração do terminal pré-sinaptico, fazendo com que ocorra neuroplasticidade no NAP. As sinapses do neurônio desnervado pode sofrer re-inervação por outros axônios: Sinapses inibitórias podem passar a ser excitatórias Sinapses ineficazes tornan-se ativas Assim os neurônios do SNC tornan- se mais sensíveis a estímulos para liberação de neurotransmissores (glutamato), e a representação sensitiva da região desnervada é mantida no SNC Estimulos antes inócuos passam a causar dor. O broto do SNP é sensível a noradrenalina, citocinas e prostaglandinas, começa a produzir fator de crescimento neural, NGF-1 e IL-1. Na medula, fibras grossas fazem conexão com fibras finas aumentando o campo receptor e reduzindo mecanismos inibitórios descendentes por hiperatividade de receptores NMD de glutamato. FORMAÇÃO DO NEUROMA: após a lesão do nervo, forma-se uma massa nodular de axônios em regeneração e células de Schwann que não conseguem atingir o órgão terminal, ocorrendo dor em região da cicatriz. Muito comum na neuralgia herpética. Com a lesão, há atrofia do corpo celular do neurônio e fibras pos- ganglionares, aumentando a sensibilidade dos vasos as catecolaminas que promovem vasoconstrição, isquemia e a dor tipo “queimação”, já que os nociceptores encontram-se nos vasos e meninges. Controle Inibitório: Áreas envolvidas na inibição descendente: Hipotálamo anterior Área septal inferior Substancia cinzenta periventricular (anterior, mediano e posterior) Núcleo centromediano do tálamo Cápsula interna Substancia cinzenta periaquedutal (SCPA) Núcleo da rafe. Mediadores envolvidos na inibição: Serotonina Noradrenalina Opióide GABA Glicina Acetilcolina Após lesão de nervo, a ação dos opióides está alterada na medula espinhal devido a degeneração de fibras aferentes, com perda de receptores opióides das fibras C. A ação pós-sináptica requer dose maior de opióide que a necessária para ação em receptores pré-sinápticos. PRINCIPAIS SINDROMES NEUROPATICAS PRINCIPAIS CAUSAS: R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 20 NEUROPATIA DIABETICA QUADRO CLINICO: Dor em queimação em porção distal dos membros inferiores, com piora noturna. Pode ser somático ou autonômica. FOCAL: nononeurite compressiva causada por isquemia ou infarto do nervo. Recuperação 6 meses. DIFUSA: Polineuropatia, simétrica de fibras grandes e pequenas. Q.C Monosinaptica Polisinaptica Inicio Subito Gradual Dor aguda Cronica Evoluç. Resolve persiste Trat. Fisioterapia Medicaçao FISIOPATOLOGIA: a hiperglicemia é a causa que leva á lesão vascular, neurite e desidratação por osmolaridade originando insulficiencia microvascular, isquemia de vasos do endoneuro, acumulo de metabolitos no nervo (sorbitol e frutose) devido a ativação da glicólise anaeróbica, causando déficit de neurotransmissores e inflamação (neurite). A glicólise anaeróbica a longo prazo diminui a atividade da bomba Na/K-ATPase com retenção de Na no nervo e consequentemente Edema de bainha de mielina e degeneração nervosa. DIAGNOSTICO: Glicemia + clinica NEUROPATIA PÓS-HERPETICA Causada pelo Herpes Zooster (mesmo da varicela-varicela zoster). QUADRO CLINICO: dor persistente por até 12 semanas após cicatrização das feridas, podendo reaparecer meses ou anos depois. FASE AGUDA: errupção NEURALGIA PÓS-HERPETICA: dor persistente por 4 meses. NEURALGIA HERPETICA: dor por menos de 30 dias, regredindo antes do diagnostico. FISIOPATOLOGIA: Na inflamação, os canais de Na+ apresentam-se anormais que amplificam e aumentam a excitabilidade da membrana, aumentando a percepção sensitiva no gânglio dorsal. Na medula espinhal há facilitação de vias levando ao fenômeno de “WIND UP” por estímulos constantes. Pode haver: ALODÍNIA, pela plasticidade.DIAGNOSTICO: a neuralgia pós- herpetica é a que persiste após resolução e diagnostico das feridas.. 47% dos pacientes até 70 anos apresentam incidência. TRATAMENTO DA DOR NEUROPATICA Além do tratamento medicamentoso podem se requerer medidas neurocirúrgicas, bloqueios anestésicos, infusão regional de simpaticolíticos, infiltrações, neuroestimulação com eletrodos e infusão intratectal de drogas. Deve-se ponderar PCI, com terapias fisiátricas, psicológicas e ocupacionais que ajudem o paciente a conviver com a dor e ter recuperação funcional. Os AINEs praticamente não têm eficácia. São considerados principalmentes os antidepressivos tricíclicos e os bloqueadores dos canais de sódio, que também são utilizados como anticonvulsivantes. R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 21 Drogas com atividade no sistema GABA, opióides e antagonistas dos receptores NMDA também possuem alguma eficiência. Alguns pacientes se beneficiam de inibidores seletivos da recaptação da serotonina e noradrenalina, bem como corticóides, neurolépticos, anestésicos. É comum a politerapia. ANTIDEPRESSIVOS TRI-CICLICOS Amitriptilina (Tryptanol, Amytril) Clomipramina (Anafranil) Imipramina (Tofranil) Nortriptilina (Pamelor) Citalopram (Cipramil) Fluoxetina (Prozac, Eufor, Daforin, Psiquial) Paroxetina (Aropax, Paxil) Sertralina (Zoloft, Novativ, Sercerin, Tolrest) Venlafaxina (Efexor) Produzem analgesia em virtude da inibição da recaptação noradrenérgica e serotoninérgica (5- HT2) para terminações pré-sinapticas. Aumento de endorfinas e bloqueio de canais de Na+, bloqueio simpático e melhora da depressão. Apresenta eficácia comprovada no tratamento da dor neuropática e/ou por nocicepção, na profilaxia de enxaqueca e da neuralgia pós- herpética, diabética e de membro fantasma. O mais utilizado é cloridrado de amitriptilina. Efeitos colaterais: bloqueio de receptores histaminérgicos (sonolência, tontura, fadiga, náusea, e aumento de peso); anticolinérgicos (boca seca, constipação, sonolência, visão turva, e retenção urinaria, tontura, sedação, alteração da memória); e do bloqueio de receptores a-1 adrenérgico (tontura, taquicardia, tremor, hipotensão ortostática, sonolência, obstrução nasal, e disfunção sexual). ANTICONVULSIVANTES Seu efeito é melhor para dor lancinante, em choque, em fisgada ou em queimação. Os anticonvulsivantes, frequentemente, são utilizados em associação com outras medicações e técnicas. Mecanismos de ação dos anticonvulsivantes: 1. Potencialização da ação inibitória do GABA; 2. Diminuição do glutamato; 3. Modulação da permeabilidade da membrana a íons sódio, cálcio e potássio; 4. Bloqueio da atividade anormal de fibras simpáticas pós- ganglionares. Carbamazepina– 200 e 400mg Fenitoina – 100mg Clonazepan – 0,5 e 2mg Oxcarbamazepina– 300 e 600mg Topiramato – 25, 50 e 100mg Gabapentina,– 300 e 400mg Lamotrigina – 25, 50 e 100mg. CARBAMAZEPINA, CLONAZEPAM, GABAPENTINA. carbamazepina possui ação anticolinérgica, antidepressiva, antiarrítmica e causa diminuição da transmissão neuromuscular. É considerada anticonvulsivante de primeira linha para tratamento de dor neuropática. A carbamazepina causa diminuição da liberação de glutamato das terminações nervosas e bloqueio dos canais de sódio. A dose usual de carbamazepina é de 300-1200 mg/d, divididos em 3 doses. R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 22 clonazepam possui efeitos ansiolítico, antiespasmódico, sedativo e hipnótico. Sua eliminação é lenta, e metabólitos ativos permanecem por vários dias ou semanas. Deve ser considerada a droga adicional para dor lancinante, especialmente em pacientes que necessitam de grandes doses de carbamazepina. O clonazepam age em receptores GABA, no sistema reticular ativador ascendente, bloqueando a excitação cortical e límbica. A dose média eficaz varia de 3- 8mg, mas doses menores podem promover o efeito analgésico. São contra-indicações: miastenia grave, porfiria e glaucoma. gabapentina tem efeito ansiolítico, anticonvulsivante e analgésico. Não interage com outras medicações, não é metabolizada, não provoca indução enzimática e não ativa a enzima necessária para crise de porfiria. A gabapentina não se liga diretamente a receptores ou a canais iônicos, de maneira semelhante a outras drogas conhecidas. Promove: modulação dos canais de cálcio; aumento da síntese de GABA; diminuição do PA dependente de sódio; diminuição do glutamato; e ativação da inibição serotoninérgica. Geralmente é utilizada entre 900-1800mg/d (até 3600mg/d), dividida em 3 doses. Os principais efeitos colaterais dos anticonvulsivantes são: sonolência, ataxia, tontura, sedação e confusão. ANSIOLITICOS BENZODIAZEPÍNICOS- diazepam, tiazepam... Se liga aos receptores diazepínicos localizados na região do complexo receptor GABA, facilitando a penetração de íons cloreto, gerando hiperpolarização e reduzindo a excitabilidade neuronal. Ação cortical e, parcialmente, no sistema límbico. Dores lancinantes. Podem acoplar-se a receptores opióides-k, podendo ainda (diazepam) ativar de forma modesta receptores GABA, permitindo estimulação direta de receptores opióides ou estimular receptores GABAA na região supraespinhal antagonizando a analgesia opióide. EA: depressão respiratória. AGONISTAS RECEPTORES 5-HT – quetamina. BARBITURICOS- Fenobarbital, pentobarbital. ANTAGONISTA DOS RECEPTORES NORADRENERGICOS: Propanolol, atenolol, carbacol. EA: broncoconstrição NEUROLÉPTICOS Efeitos extra-piramidal: hipercinesia. Tipicos: Clorpromazida, haloperidol Atipicos: Clonazina, risperidona, ziprasidona Bloqueiam receptores dopaminérgicos, alterando a percepção da dor. A dopamina é um precursor das catecolaminas. Possuem ação sobre a afetividade e agem no sistema de modulação da dor, alterando sua percepção. CEFALÉIAS EPIDEMIOLOGIA Admite-se que 95% da população mundial tem ou terá algum episodio de cefaleia ao longo da vida. No Brasil, dados ainda são relativamente escassos, porem em 2007 foi realizada uma revisão de 107 R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 23 estudos das regiões sudeste e sul, onde mostrou-se que: A media de 47% da população adulta sofre de cefaleias, sendo 11% migranea 42% tensional 3% crônica 44% outras As migraneas foram associadas a maior incidência em mulheres de cor branca e ao uso de Anticoncepcional oral. Obtendo-se menor incidencia em indivíduos que praticam atividades físicas aeróbicas diariamente a longo prazo. A cefaleia tensional é cerca de 1.6-2 vezes maior em homens, ligada ao stress diário e indivíduos com alta escolaridade e sem hábitos de atividades físicas habituais. As crônicas, tiverem maior incidência em mulheres, desempregadas e sedentárias. DEFINIÇAO DE CEFALEIA É um sintoma frequente, devendo ser considerado um sinal de alerta. Sua classificação tem importância clinica, auxiliando no diagnostico, prognostico, abordagem e tratamento. CLASSIFICAÇÕES Segundo Etiologia PRIMARIA: sem etiologia demonstrável por exames clínicos ou laboratorias usuais. Ex; migranea, cefaleia tensional, cefaleias em salvas e etc. Tem sido demonstrada desordens neuroquímicas encefálicas (desequilíbrio neurotransmissor), herdadas ou ambientais SECUNDARIAS: Provocada por doenças demonstradas por exames. A dor é consequência de agressão ao organismo. Ex: infecções sistêmicas, meningites, etc. Deve-se solicitar exames subsidiários quando se tem incerteza do diagnostico. Segundo Instalação e Evoluçao CEFALEIA EXPLOSIVA: surge de forma abruta atingindo intensidade máxima em segundos. Sugere: ruptura de aneurisma intra- craniano ou deformação vascular, também pode ser benigna CEFALEIA AGUDA: atinge intensidade máxima em minutos ou horas. Podendo ser primaria ou secundaria. CEFALEIA SUB-AGUDA: Instalaçao insidiosa atingindo apice em dias ou semanas (até 3 meses). Principalmente de causas secundarias, ex: hematomas subdurais, tumores de crescimento rápido, meningites crônicas. CEFALEIAS CRONICAS: persistem por meses ou anos, em geral, primarias (recidivas) ocorrendo por minutos, horas ou dias para depois desaparecerem e reaparecerem. Podem ser diária por um periodo de 4 horas, com intensidade constante. FISIOPATOLOGIA (MIGRANEA) Os vários mecanismos ainda não são bem elucidados, porem se base em 4 eventos: 1º Antes do aparecimento da cefaleia, há uma região de ativaçao neuronal seguida de inativação no córtex, este fenômeno chama-se depressão programada do Cortex ou DEPRESSÃO ALASTRANTE DE LEÃO. Consiste em uma onde que se origina no córtex visual e se propaga a uma velocidade de 3mm/min, causando depressão da atividade elétrica que se R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 24 propaga em todas as direções, oque ocasiona também a aura da enxaqueca, vasoconstrição dos vasos intracranianos e vasodilatação dos vasos do sistema trigêmeo-vascular. 2ª Nas aferências trigeminais dos vasos, a partir do gânglio de glasser, há liberação de neuropeptídios CGRP (peptídeo relacionado ao gene da calcitonina) induzido pela excitação neuronal. 3º os aferente da vasculatura da duramater são ativados sensibilizados pela liberação local de neuropeptideos e sensibilização local. Então ocorre a chamada inflamação neurogênica, vasodilatação, extravasamento de plasma e ativação de mastócitos por neurotransmissores (SP e CGRP). 4º Ocorre alto grau de atividade das fibras aferentes de alto limiar da trigêmeo (fibras C), provocando sensibilização central, hiperalgesia secundaria e alodinia tátil. Sendo considerada uma manifestação aguda ainda não envolvendo mecanismos de neuroplasticidade. Algumas citocinas estimulam a síntese de oxido nítrico a partir da L-arginina, sendo a importante molécula algogênica das crises de enxaqueca. MIGRANEA OU ENXAQUECA Pode ser definida como desordem idiopática neurológica do córtex ou do tronco cerebral, UNILATERAIS, podendo causar anorexia, náuseas e vômitos. Associadas ao histórico familiar ou condições ambientais. TIPOS: MIGRANEA COM AURA: cefaleia vascular de 4-72hrs e/ou grupos de sintomas visuais ou motores ou ambos, Se desenvolvem gradualmente em 5 a 20 (PRDROMO) minutos e duram menos de 60 minutos. Os sintomas neurológicos incluem distúrbios visuais homónimos, distúrbios sensoriais unilaterais, tais como parestesia e/ou adormecimento das extremidades e face e problemas de linguagem ou de motricidade unilaterais. Os distúrbios visuais incluem fosfenos (manchas, clarões ou ziguezagues brilhantes), névoa parcial do campo visual e escotomia cintilante (névoa visual central envolta por uma linha cintilante e em ziguezague) e como são bilaterais pensa-se que terão origem no córtex Podem ocorrer sintomas premonitórios ocorrem em cerca de 60% dos doentes com igual frequência que incluem hipoactividade, hiperactividade, irritabilidade, depressão, sede, apetite específico para determinados alimentos, bocejos repetidos, foto e fonofobia, visão enevoada e outros sintomas inespecíficos relatados pelos doentes. R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 25 SEM AURA: Não clássica, comum, vascular sem sinais visuais e motores HEMIPLEGICA: cefaleia vascular associada a distúrbios somente Motores Na enxaqueca hemiplégica familiar e esporádica, incluem-se os doentes com enxaqueca com aura, incluindo parésia totalmente reversível, associada ou não a uma forma de hereditariedade de tipo dominante. A enxaqueca de tipo basilar, anteriormente denominada de enxaqueca da artéria basilar, é uma enxaqueca com sintomas de aura claramente originados no tronco encefálico e/ou em ambos os hemisférios cerebrais simultaneamente mas sem nenhuma parésia. DIAGNOSTICO: Clinico (limitação para atividades habituais, Náuseas, Vômitos). Deve-sse descartar causa secundaria (sinusite, transtornos da ATM, pós-trauma, nevralgias, etc.) CEFALÉIA DO TIPO TENSIONAL – CTT É o tipo mais comum de cefaleia, cefaleia de contração muscular. Pode incidir em qualquer idade da vida porem tem maior incidencia na adolescência e na fase mais jovem da idade. DOR DIFUSA E CONSTANTE BILATERAL APERTO OU EM PRESSAO DURA MINUTOS OU HORAS INTENSIDADE LEVE A MODERADA PIORA NOTURNA EXISTEM 2 TIPOS: EPISODICA: 15 crise/mês ou menos, duração de 30 min/7dias R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 26 CRÔNICA: CTC CEFALEIA EM SALVAS É o tipo mais comum nos homens, ocorre em episódios cíclicos de marcante regularidade com longos períodos de remissão de crises. Pode iniciar em qualquer idade, geralmente entre 20-40anos. Dor aguda excruciante e penetrante Latejante ou pulsátil Intensa manifestação vegetativa; sudorese, lacrimejamento, rinorreia, ptose e rubor facial Dura de 15-180min/ 3 vezes por dia. Única dor que desperta o paciente Distribuição orbitaria e temporal Não se sabe o mecanismo, mas demonstran-se mecanismos hipotalâmicos com as crise álgicas. CEFALEIA CRÔNICA DIARIA OU MIGRANEA TRANSFORMADA. A International headache S. não define como clinica a cefaleia crônica diária. Exceto/ não é a mesma coisa que cefaleia tensional crônica. Cefaleia +15 dias/mês com duração de pelo menos 4 horas A CCD, é desencadeado pelo abuso de medicamentos analgésicos. CRITERIOS: Consumo maior/igual 50g aspirina/mês ou equivalente de outro analgésico. Consumo maior igual 100 pilulas/mês analgésico. Outro critério de diagnostico é quando a retirada da pílula altera o padrão da cefaleia, produzindo a chamada cefaleia rebote (DOR SEVERA, NAUSEAS, VOMITOS E OUTROS SINTOMAS). FISOPATOLOGIA Geralmente, é uma migranea cronificada, mascarada pelos analgésico. Sua fisiopatologia inicia-se como na da migranea. O uso continuo de analgésico – condição perpetuadora, que transforma o padrão da migranea para migranea transformada ou CCD. Basicamente ocorrem 3 eventos Abuso de analgésicos Produção fator de cresc. Neural (NGF) Sensibilização e modulação da dor no diencéfalo O uso de medicação modula a sensibilidade dolorosa, sendo essa já uma funçao do núcleo rostro-ventral medial do gânglio trigeminal. Temos: Of-cells: inibem a percepção dolorosa. On-cells: facilitam a nocicepção A dor é um processo fisiológico, quando há abuso analgésicos, há aumento da atividade de On-cells que facilitam a nocicepção O NGF estimula os receptores aferentes através da degranulação dos mastócitos. Alterando ainda as R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 27concentrações de substancia P e CGRP, atuando na sensibilização dolorosa. Há sensibilização central do núcleo espinhal do trigêmeo, aumentando a frequência de descargas espontâneas e responsividade à estímulos nociceptivos periféricos, assim há estimulação prolongada de fibras C e fenômeno de WIND UP (aumentando amplitude e duração de um estimulo). Na CCD, observou-se um deposito de ferro na substancia cinzenta periaqueductal ( visualizado em Ressonancia magnética). A hiperoxigenação da subst. Cinzenta nas crises de dor leva ao aumento dos receptores de transferrina, responsáveis pela incorporação do ferro intracelular nesses neurônios, sendo estes depositos de ferro um marcador de lesão neuronal, uma alteração estrutural no sistema anti-nociceptivo relacionado à analgesia do sistema trigêmeo-vascular. MIGRANEA CRÔNICA Cefaleia por 15 dias ou mais por mês. Por mais de 3 meses, NA AUSENCIA DE USO EXCESSIVO DE ANALGESICO. Não deve ser sugestiva de transtorno neurológico. Maioria dos casos SEM AURA. + subtipo de migranea precedente. CRITERIOS PERMANECEM ATIVOS POR 2 MESES AO CESSAR USO DE MEDICAMENTOS FARMACOLOGIA E TRATAMENTO As crises de enxaqueca associam-se a liberação de SEROTONINA de plaquetas A abordagem básica consiste na utilização de TRIPTANOS. Agonistas dos receptores 5_HT1: Para crises Antogonista dos receptores 5_HT2: para profilaxia. O envolvimento do 5_HT na enxaqueca foi observado inicialmente pela excreção de 5_hidroxiindolacetico, um metabolito da serotonina que se encontrava aumentado durante as crises de enxaqueca, observando-se também que as plaquetas liberavam serotonina. Entre as crises, os doentes tem níveis baixos de serotonina e alto de 5_hidroxiindolacetico. Os receptores de serotonina (5_HT) consistem em 7 familias (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7), alocadas por vários subtipos (a, b, c, d, e, f). as famílias melhores elucidadas são: FAMILIA 1: localizados nos vasos do sistema trigêmeo-vascular. FAMILIA 2: localizados nos vasos intra-cranianos (polígono de willis, cerebrais e carótida). A primeira opção são os AINES por inibirem prostaglandinas, caso não responsivos; os agonistas do 5_HT1 são primeira escolha. AGONISTAS do 5_HT1 – TRATAMENTO DAS CRISES. Sumatriptano Naratriptano Rizatriptano Induzem vasoconstrição ao ligarem- se ao receptor. Os vasos geralmente são dilatados nas crises. 5_HT1b: vasoconstrição 5_HT1d: (pré-sinaptico) inibição de neuropeptídios vasoativos trigeminais que promovem a inflamação neurogênica. R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 28 5_HT1f: inibe ativação mastócitos e exsudação plaquetaria. ANTAGONISTAS DO 5_HT2- PROFILAXIA Indicada quando crises frequentes e duradouras Metzeguide Pizotifeno Ciproeptadina Inibem: 5_HT2b: expresso em vasos intra-cranianos e quando inativados relaxam a musculatura vascular dependente do endotélio EFEITOS ADVERSOS DOS TRIPTANOS Náuseas, boca seca, astenia muscular, mialgia, fadiga, tonturas, sonolência, dormência, parestesias, sensação de calor na cabeça, pescoço, peito e membros; os menos frequentes (inferior a 1 em 100) são afrontamentos, taquicardia, palpitações, dor, rigidez, aperto, peso ou pressão no pescoço e peito. Vasospasmo coronário e enfarte de miocárdio associado à toma de sumatriptano na prática clínica. CONTRA INDICAÇOES: Contraindicados na doença cardiovascular, pelo que se recomenda uma avaliação da função cardíaca nos doentes com factores de risco cardíaco: hipertensão, hipercolesterolémia, diabetes, obesidade, tabagismo, história familiar de doença cardíaca coronária, homens com idade superior a 40 anos, mulheres pós-menopáusicas. MEDIDAS NÃO-FARMACOLOGICAS: combate ao estress, evitar substancias que ativem a zona de gatilho (café, chocolate, queijos, odores...) Acumpultura e suplementação com Vit B2 – riboflavina- aumenta fosforilação mitocondrial. TERAPEUTICA CEFALEIAS, PROFILAXIA: BETA_BLOQUEADORES: 1ªescolha em não asmáticos: propranolol 40- 80 mg-dia /atenolol 50-120mg-dia ANTAGONISTAS 5_HT2: pizotifeno 3mg-dia / ciproeptatina 8-24mg/dia ANTIDEPRESSIVOS TRICICLICOS: amitriptilina/nortriptilina. CI: arritimia, glaucoma, hipotensão. INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO SEROTONINA: fluoxetina 10mg-dia BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CA+: verapramil 80mg, 3xdia. DOR ONCOLOGICA CONCEITOS Dor de múltiplas etiologias que se somam e se potencializam em um paciente com câncer, podendo estar relacionada ou não com doença base. Apresentam mais de 1 tipo de dor, constante ou intermitente, aguda ou sobreposta à crônica de fundo. 30-45%- oncológicos sentem dor em fase precoce. 70% dor em fase avançada 98-100% dor em fase terminal. Dos pacientes que se queixam de dor, 60-90% estão relacionadas com a neoplasia, por invasão e compressão de estruturas. 5-20% queixam dor ao tratamento e 3-10% a dor não tem relação com a doença neoplásica ( osteoartrite, espondilite). ETIOPATOGENIA Os fatores psicológicos: depressão, ansiedade e cognição podem influenciar na percepção e intensidade. R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 29 DORES RELACIONADAS AO TUMOR EXPANSÃO DO TUMOR: Crescimento, angiogenese, isquemia do órgão e compressão de vasos com distençao da capsula e dor visceral por ativação de nociceptores SECREÇÃO DE MEDIADORES HIPERALGICOS: Endotelina, prostaglandinas e TNF_a liberadas pelo tumor como forma de burlar o sistema imune, causando resposta inflamatória local e sistêmica podendo parcialmente ativar o processo de sensibilização central e dor neuropática. Há também a liberação de prótons e acidose local. INFILTRAÇÃO NERVOSA: ocasionando dor neuropática, o tumor também produz enzimas proteolíticas danificando fibras. METASTASE OSSEA: mais comum, infiltração de neurônios sensitivos que inervam a medula óssea, alterando o metabolismo ósseo e perda dos mecanismo de regulação da atividade osteoblasto/osteoclasto, perdendo força levando a distorção mecânica do periósteo (fonte dolorosa dos nociceptores do osso) PERDA DE PESO: hipercatabolismo estimulado por TNF_a, liberação de glucagon e ativação da supra-renal (cortisol e aldosterona), caquexia e astenia. DORES RELACIONADAS AO TRATAMENTO RADIOTERAPIA: causa fibrose de tecidos com consequente compressão de nervo e obstrução microvascular do nervo, contribuindo para neuropatia e sensibilização central. Também pode comprimir raízes descendentes comprometendo resposta motora. Mucosite dolorosa, plexopatia QUIMIOTERAPIA: Lesão de DNA, ruptura de microtubulos com liberação de citocinas. Degeneração sensitiva e sensibilização aferente. Dor articular, polineuropatia. Intervenções cirúrgicas: podem dar origem à lesão neural e à dor pós- operatória crônica. AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTESICA Consiste na avaliação sistemática de fatores fisiológicos que aumentem o risco intra-operatorio: HISTORIA: 1- DEFINIÇAO ESTADO FISIOLOGICO: desnutrição, obesidade, F.C, P.A... 2- DEFINIÇAO PROCESSOS PATOLOGICOS: alergias, HAS, cardiopatia, diabetes, DPOC, etc. 3- AVALIAÇAO NUTRICIONAL 4- FUNÇÃO FISICA, COGNITIVA E MENTAL: ASA e outras avaliações. Feita pelo anestesista antes da ciirurgia: REVISAO DE PRONTUARIA, ENTREVISTA, SOLICITAÇÃO DE EXAMES. Historico de anestesia e avaliação física (mais comum: ASA) 5- IDENTIFICAÇAO DE RISCO CIRURGICO 6- DESENVOLVIMENTODE PLANO DE AÇÃO: diminuir os risco e melhorar os resultados AVALIAÇÃO ASA R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 30 AVALIAÇÃO DE RISCO GOLDMAN Levar em consideração: Idade Estado de consciência, nutrição e emocional Raça e anemia falciforme (marcante em negros) Deformidades que dificultem a técnica Tipo respiratório Edemas, hipertermia maligna (por anestesia) Historia anterior anestésica PRINCIPAIS COMPLICAÇOES: -HAS -CHOQUE -DISRRITMIAS -DISTURBIOS DE HEMOSTASIA, CID. Obesos apresentam insuficiência bi- ventricular. Menor volume residual pulmonar e hipoxemia artéria, devido ao volume ocupado por tecido adiposo. IAM prévio, aguardar 6meses Hipertensão; controlar Controlar tabagismo, asma e DPOC. EXAMES LABORATORIAIS Na febre maligna há hipermetabolismo; rigidez muscular, maior consumo de O2, Acidemia (respiratória e metabólica), taquicardia, taquipneia, hiperpotassemia, rabdomiolise e mioglobinuria. A entrada de Ca+ na célula desencadeia uma cascata de lesão celular ativando set point (hipertermia) e ativando mecanismos de coagulação. TRATAMENTO DA DOR ONCOLOGICA SCORE DA DOR: (Potencia analgésica - intensidade dolorosa) ESCORE NEGATIVO: uso inadequado 0-3: uso adequado (quanto mais próximo do 0 melhor). R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 31 AGONISTA DOS RECEPTORES OPIOIDES; Ação analgésica ao ligarem-se aos receptores opioides no cérebro, tronco, medula e terminações aferentes primarias, também estão nas células do trato gastroinstestinal. Pode causar depressão respiratória, Nauseas, vômitos por ativação de quimiorreceptores do tronco, confusão mental, disforia, euforia, sedação, retenção urinaria, dependência física quando retirado abruptamente criando síndrome de abstinência (não sendo critério de exclusão em dor do câncer). A via oral é a mais recomendada, no tratamento crônico, como no caso da dor neoplásica. As vias subcutânea, intramuscular e intravenosa são mais utilizadas na emergência e na dor aguda. A via epidural é utilizada no controle da dor pós-operatória, em alguns casos de dor crônica (dor neuropática) e no câncer terminal. A via transdérmica (Fentanil) é reservada ao tratamento da dor neoplásica. RECEPTORES Quando se liga ao receptor induz mudanças conformacionais que permitem o acoplamento intracelular a diferentes formas da proteína G. Inibindo a adenilciclase diminuindo o níveis celulares de AMPc o que afeta as vias de fosforilação das proteínas e dessa forma a função celular. Por outro lado, e por acoplamento à proteína G atuam diretamente sobre os canais iónicos ativando as correntes de K+ ligadas ao receptor e inibindo as correntes de Ca2+. Ao reduzir o influxo de Ca2+ reduzem a excitabilidade neural e/ou a libertação de neurotransmissores enquanto que na membrana pós- sináptica, os receptores opióides mediam a hiperpolarizaçao através da abertura de canais de K+ com entrada de Na+, impedindo excitabilidade neuronal e/ou propagação dos potenciais de ação. R O D R I G O S . A U G U S T O – C O M P Ê N D I O : D O R – 2 0 1 4 / M E D I C I N A Página 32 AGONISTAS- morfina, meperidina, alfaprodina, fentanil, alfentanil, sufentanil, fenoperidina, codeína, hidromorfona, oximorfona, metadona e heroína. ANTAGONISTAS-naloxona e naltrexona. ANTOGONISTA PARCIAL: buprenorfina. Agonista/Antagonista (agonista k/antagonista m) - nalbufina, nalorfina, levalorfan, pentazocina, butorfanol e dezocina. TRAMADOL(FRACO): indicado para dor leve a moderada. Disponível em vias oral e parenteral estimulação dos receptores opioides um com 1q10 potencia da morfina com menor constipação intestinal Dose oral: 200-400 mg/dia Dose EV: 600mg a cada 4/6horas CODEINA(NATURAL- FRACO): potencia de 1/10 da morfina. Não usado em via parenteral (que não passa pelo sist. Digestivo). Possui os mesmo efeitos adversos da morfina em geral.Dose: 30-120mg, VO 4/4hrs Solução oral de liberação controlada;12-24 horas (reduzindo doses diárias) MORFINA(NATURAL -FORTE): Derivado natural da papoula, de rápida absorção no intestino delgado após ingestão oral. Metaboliza-se no fígado, em frações: M3G(fração inativa - toxica) M6G(fração metabólica ativa - analgesica). Excreção renal. A administração de 4-4horas é necessárias para alcançar concentrações terapêuticas adequadas, por qualquer via. Indicação: pacientes que não estão com controle adequado da dor no 2ºdegrau da escada (dose 5-10mg, aumentando conforme necessidade). Solução oral de liberação controlada;12-24 horas (reduzindo doses diárias) Intra venosa e subcutânea: indicados em dor do câncer, traumatismo ou queimaduras. Epidural ou pre-tectal: Morfina com efetiva analgesia prolongada. EFEITOS ADVERSOS Depressão respiratória severa Náusea e Vômitos Retenção urinária aguda Broncoconstrição: diminuição das trocas gasosas Hipotensão arterial Urticárias e prurido Constipação HIDROCODONA E OXICODONA (FORTE-SEMISSINTETICO) Agonista do receptores K e u, com propriedades similares a da morfina, menor sedação, menor delirium, menor vomito e prurido porem mais obstipação intestinal. MV 3/5 horas, a biodisponibilidade oral é 2/3 ou mais quando comparada a 1/3 da morfina. Dose: VO, 1,5-2 vezes mais potente que a morfina oral. Pode ser associada ao acetominofeno. FENTANIL, METADONA E MEPEREDINA – FORTES SINTETICOS FENTANIL: Meia vida curta, usado em anestesias. Não mais efetivo que qualquer outro opiaceo. Possui menos efeitos colaterais que a morfina porem a constipaçao intestinal, sedação e náuseas são considerados menos intensos em alguns pacientes. INDICAÇÃO: quando há intolerância a morfina ou incapacidade de ingestão oral pela própria evolução da doença. ADM: adesivos (cada 3 dias)
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