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Teorias e origens da cibercultura

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Comunicação e Mídias Digitais
Aula 6
Teorias e origens da Cibercultura
Objetivos desta aula
Apresentar as origens e principais teorias relacionadas à Cibercultura
Situar a Cibercultura como um campo de estudos em constante mudança, e que está em busca de legitimação
Apresentar e discutir criticamente alguns dos principais clichês relacionados ao estudo da Cibercultura.
Para pensar...
Mais da metade da população mundial deverá estar conectada à Internet até 2015 (De acordo com metas da ONU)
Aproximadamente 70% da população mundial ainda não tem acesso à Internet
Desde 1998, mais de cem milhões de brasileiros passaram a ter acesso à telefonia móvel
Em março de 2011, esgotou-se o estoque mundial de endereços de internet disponíveis (quatro bilhões de endereços em IPv4)
Introdução
O termo “cibercultura” dá conta da grande influência das redes sociotécnicas e das tecnologias de informação e comunicação (TICs) na cultura contemporânea
Assim, Cibercultura poderia ser definida como o estudo dos vários fenômenos sociais e culturais associados com a internet e outras formas de comunicação em rede. 
O termo “Cibercultura” é assim, uma tentativa de compreender os processos da cultura contemporânea, que também é chamada de “sociedade da informação”, “sociedade pós-industrial”, o próprio termo “cibercultura” ou “sociedade do conhecimento”. 
A onipresença da Cibercultura – formas de comunicação em rede
Como tem sido entendida a Cibercultura? (Jakub Macek)
1 – Cibercultura como projeto utópico (Gibson – Neuromancer)
2 – Cibercultura como interface cultural da Sociedade da Informação;
3 – Cibercultura como práticas culturais e estilos de vida;
4 – Cibercultura como uma teoria da nova mídia 
A 
6
Cibercultura como projeto utópico
Momento histórico da emergência do conceito
Subculturas hacker e cyberpunk. Cibercultura como promessa de regeneração “futurística” da sociedade através das TICs;
Dimensão mais “ficcional” da cibercultura, fruto das narrativas de ficção científica e de uma retórica sobre a “singularidade” do momento atual, enquanto “porvir prometido”.
Cibercultura como interface cultural da Sociedade da Informação
Cibercultura como interface (eminentemente visual) entre cultura e tecnologia
Metáfora computacional: tradução de toda a realidade a dados numéricos, a informações capazes de serem lidas e interpretadas pelos sistemas digitais. 
Viveríamos em uma cultura informacional caracterizada por uma espécie de mito da unidade (tudo se comunica, pois tudo é basicamente informação). 
Cibercultura como práticas culturais e estilos de vida
A cibercultura é a expressão das formas de vida, práticas e problemas antropológicos ligados às tecnologias digitais.
Preocupação com a dimensão cultural dos fenômenos tecnológicos, ex. tópicos como os do ciborgue e do pós-humanismo.
Investigações de cunho etnográfico, p. ex, análise de comportamentos e interações sociais em foruns de discussão ou chats na internet. 
Cibercultura como uma teoria da nova mídia
Dimensão da reflexividade: as teorias da cibercultura são parte de suas narrativas (ciberculturais)
Cibercultura como teorização a respeito das tecnologias informacionais
Toma a cibercultura como um campo ou objeto de conhecimento – um saber próprio do contemporâneo
Análise ampla, ex. os processos de hibridação entre os homens e suas tecnologias.
Uma tentativa de mapa para o território em três definições
Macek leva em conta apenas as definições e argumentos dos teóricos e estudiosos da Cibercultura
Perspectiva histórica: “early cyberculture” x “contemporary cyberculture”. 
Felinto: recortar um campo dividido
De um lado, as “visões de senso comum” e suas apreensões acadêmicas;
De outro, o horizonte das práticas e experiências de vida e o da produção discursiva.
Felinto: primeira noção de cibercultura
Cibercultura como domínio das comunicações, práticas e percepções sociais ligadas às tecnologias informacionais
Detalhamento: 
Comportamentos e formas discursivas em salas de discussão e chats; mecanismos de construção identitária na internet, etc. 
Felinto: segunda noção de cibercultura
Cibercultura como conjunto de narrativas ficcionais que expressam uma visão de mundo “cibercultural”
Detalhamento:
Ficção científica e pós-moderna, cinema e literatura, as especulações utópicas a respeito de um futuro cibercultural...
Felinto: terceira noção de cibercultura
Cibercultura como campo das apreensões teóricas a respeito da tecnocultura contemporânea e meios digitais de comunicação
Detalhamento:
A “literatura acadêmica” sobre cibercultura; a produção dos “teóricos ciberculturais”...
A visão crítica a respeito dos clichês
Cautela com o discurso milenarista, utópico e excessivamente otimista
A Internet não é somente aquilo que com ela é feito nos Estados Unidos e na Europa (o “Ocidente” do mundo
Cuidado com o discurso do “determinismo tecnológico”: a internet e todas as TICs são usadas por pessoas, em contextos socioculturais específicos.
Os princípios da Cibercultura
Hipótese de André Lemos
Tais princípios norteadores permitem, de forma geral, compreender a emergência das diversas práticas sociais,comunicacionais e produtivas que criam diversas e inusitadas recombinações na cultura contemporânea
Cibercultura como “território recombinante”
Os princípios da Cibercultura
Há três leis que estão na base do processo cultural atual da cibercultura, a saber: 
a liberação do pólo da emissão,
 o princípio de conexão em rede,
e a consequente reconfiguração sociocultural a partir de novas práticas produtivas e recombinatórias.
. Ex: “pós-massivo” - blogs, podcasts,
sistemas peer to peer, softwares livres, softwares sociais, arte eletrônica
1 – Emita e Produza!
A liberação do pólo da emissão
Primeira característica da cultura digital “pós-massiva”.
O antigo “receptor” passa a produzir e emitir sua própria informação, de forma livre, multimodal (vários formatos midiáticos) e planetária
As novas práticas refletem a potência represada pelos meios massivos de comunicação que sempre controlaram o pólo da emissão.
2 – Produza, emita e... Conecte!
O segundo princípio: a conexão.
É preciso emitir em rede, entrar em conexão com outros, produzir sinergias, trocar pedaços de informação, circular, distribuir.
Exemplos: blogs, podcasts, redes peer to peer (redes de trocas de arquivos, como os de música), Web 2.0 e seus softwares sociais como o Orkut, o Flickr ou o YouTube,redes de desenvolvedores de softwares livres, usuários de telefone celulares e suas mensagens de texto...
3 – Produza, emita, conecte e... Transforme!
Sempre que há emissão livre, (liberdade de vozes, de opinião, de ideias) e conexão (de pessoas ou grupos) há sempre mudança...
O terceiro princípio: a reconfiguração (de práticas e instituições) da indústria cultural massiva e das redes de sociabilidade da sociedade industrial.
Trata-se de uma reconfiguração cultural, artística, imaginária, subjetiva, produtiva, econômica, jurídica, em ebulição neste momento.
O “on-line” não está mais só na Internet
Culturas da mobilidade – transmissão de arquivos por bluetooth
Usos políticos das TICs – deposição do presidente Estrada nas Filipinas
Recombinação
Corporalidade e tecnologia – corpo ciborgue
discussão de aspectos políticos da tecnociência e dos projetos biopolíticos
Cibercultura e sociedade de controle - vigilância
Relação corpo-máquina: o que o futuro nos reserva?
Referências
 FELINTO, E. Sem mapas para esses territórios: a cibercultura como campo do conhecimento. In: FREIRE FILHO, J., HERSCHMANN, M. (orgs). Novos rumos da cultura da mídia. RJ: Mauad, 2007.  
LEMOS, A. Cibercultura como território recombinante. In: TRIVINHO, E., CAZELOTO, E. (orgs). A cibercultura e seu espelho. SP: Abciber/Itaú Cultural, 2010. Disponível em: http://abciber.org/publicacoes/livro1/textos/cibercultura-como-territorio-recombinante1/ 
Vídeo com André Lemos no YouTube
http://www.youtube.com/watch?v=hCFXsKeIs0w&feature=related

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