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POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SAÚDE - 1

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Políticas e Programas de Saúde 
 
Unidade I 
 
 
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO..........................................................................................4 
 
UNIDADE I................................................................................................5 
 1. A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE (PNS) E O SISTEMA ÚNICO DE 
 SAÚDE (SUS)...........................................................................................5 
 
 2 POLÍTICAS NACIONAIS DE SAÚDE DO SISTEMA ÚNICO DE 
 SAÚDE....................................................................................................14 
 2.1 Política Nacional De Atenção Básica (PNAB)...........................17 
 2.2 Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS)....................23 
 
UNIDADE II............................................................................................. 31 
 2.3 Política Nacional de Vigilância em Saúde......................................31 
 2.4 Política de Saúde Mental.................................................................33 
 2.5 Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN)....................34 
 2.6 Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-
 SUS)........................................................................................................35 
 2.7 Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer 
 (PNPCC)................................................................................................. 36 
 2.8 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança 
 (PNAISC)................................................................................................ 37 
 2.9 Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa............................39 
 2.10 Política Nacional para a População em Situação de Rua.........41 
 2.11 Política Nacional de Saúde Integral da População Negra 
 (PNSIPN).................................................................................................43 
 2.12 Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, 
 Bissexuais, Travestis e Transexuais....................................................44 
 2.13 Política Nacional de Saúde Bucal (Brasil Sorridente)..............45 
 2.14 Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares 
 (PNPIC)...................................................................................................48 
 
 3 AÇÕES E PROGRAMAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE...............50 
 3.1 Estratégia Saúde da Família (eSF).............................................50 
 3.2 Cartão Nacional de Saúde..........................................................52 
 3.3 Programa Nacional de Controle do Tabagismo........................54 
 3.4 HumanizaSUS............................................................................. 54 
 3.5 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)...............55 
 3.6 Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h)..............................56 
 3.7 Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB)..........................57 
 3.8 Programa Nacional de Imunizações..........................................58 
 
 REFERÊNCIAS.......................................................................................61 
 
 
APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR-AUTOR 
 
Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São 
Paulo (FSP/USP). Mestre em Odontologia pela Universidade Paulista (UNIP). 
Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de 
São Paulo (FSP/USP). Graduado em Odontologia pela Universidade Paulista (UNIP). 
Professor titular da UNIP. Diretor adjunto do Instituto de Ciências da Saúde e 
Professor Titular da UNIP, Diretor administrativo da UNIP Interativa, líder do Grupo de 
Pesquisa em Saúde Pública, editor do Journal of the Health Sciences Institute. 
Presidente da Câmara Técnica de Especialidades – Saúde Coletiva – do Conselho 
Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP). Avaliador do Sistema Nacional de 
Avaliação da Educação Superior (INEP/MEC). Foi tutor do curso de especialização 
em Saúde Pública (CESP) da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São 
Paulo. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 O Brasil, um país com dimensões geográficas continentais, apresenta um 
cenário diversificado no que tange ao atendimento em saúde, considerando as 
múltiplas necessidades da população e diferentes contextos sociais. Nesse sentido, 
torna-se indispensável ao profissional sanitarista o desenvolvimento de competências 
e habilidades capazes de atender as demandas populacionais levando-se em 
consideração as demandas regionais relacionadas aos setores sociais, atendendo e 
apoiando a população na luta pelo alcance dos direitos sociais, em especial pelo 
direito social à saúde. 
 Nesse sentido, a presente disciplina apresenta as Políticas, Programas e Ações 
de Saúde Pública como instrumentos para resolução e suporte aos principais desafios 
da Saúde Pública no Brasil. 
 A elaboração e implementação de Políticas e Programas de Saúde no Brasil 
deve ocorrer em conformidade com a Constituição Federal de 1988 e com a Lei 
Orgânica da Saúde. 
 Cabe destacar que no ano de 2017, milhares de portarias do Ministério da 
Saúde foram consolidadas com o objetivo de viabilizar a sistematização das normas 
em vigor do Sistema Único de Saúde (SUS), facilitando a organização e a 
disponibilização do arco normativo da saúde por meio da publicação de novas 
portarias, chamadas Portarias de Consolidação, entre as quais destacamos no 
presente livro a Portaria de Consolidação nº 2, que trata das políticas nacionais de 
saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), voltadas à operacionalização das ações e 
diretrizes propostas pela Política Nacional de Saúde. 
 Esse livro foi elaborado a partir da legislação vigente no momento de sua 
publicação e das informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. É 
imprescindível considerar que a legislação, assim como as Políticas, os Programas e 
demais ações em Saúde Pública são dinâmicas, portanto, frequentemente 
atualizadas, o que requer ao estudante e profissional da saúde o estabelecimento de 
uma rotina de consulta à legislação pertinente e ao Portal oficial do Ministério da 
Saúde. 
 Sugere-se que o arcabouço legal utilizado como parte principal das referências 
que constituem o presente livro seja utilizado como roteiro para futuras pesquisas e 
atualização na área. 
 
 
 
 
UNIDADE I 
 
 
1. A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE (PNS) E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
(SUS) 
 
 A elaboração e implementação de políticas e programas de saúde no Brasil 
devem ocorrer em conformidade com a Constituição Federal de 1988 e com a Lei 
Orgânica da Saúde (Leis 8080/90 e 8142/90) (BRASIL, 1988). 
 Os artigos 196 a 200 da Constituição Federal estabelecem os princípios, 
diretrizes, bases de financiamento e competências gerais do Sistema Único de Saúde 
e a Lei 8080/90 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação 
da saúde, e sobre a organização e o funcionamento dos serviços. 
 A Lei 8142/90, complementa a Lei 8080/90 especialmente no que se refere à 
participação popular e às transferências intergovernamentais de recursos financeiros 
na área da saúde. A promulgação da Lei nº 8.142/1990 foi primordial para que a 
genuína característica pública da Política Nacional de Saúde fosse mantida, pois 
garantiu a existência e permanência das instâncias consultivas e de participação 
popular na implementação, gestão e constante processo de construção do SUS por 
meio dos conselhos e conferências de saúde (BRASIL, 1990a, 1990b). 
 
 O Sistema Único de Saúde (SUS) diz respeito ao conjunto de diretrizes e 
ações propostas e regulamentadas pela Política Nacional de Saúde (PNS). 
 
Figura 1 – Logomarca do SUS 
 
 
 
Fonte: Ministério da Saúde.1 
 
Com base nos preceitos constitucionais (BRASIL, 1988), a Lei n. º 8.080/90, 
considerada LeiOrgânica da Saúde, norteia os princípios e diretrizes do Sistema 
Único de Saúde, conforme segue: 
 
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados 
contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde 
(SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 
198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes 
princípios: 
 
1Disponível em: https://images.app.goo.gl/SvsVgd3bPziZYRPq8. Acesso em: 13 ago. 2020. 
 
 
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis 
de assistência; 
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e 
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e 
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de 
complexidade do sistema; 
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua 
integridade física e moral; 
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios 
de qualquer espécie; 
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; 
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de 
saúde e a sua utilização pelo usuário; 
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de 
prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; 
VIII - participação da comunidade; 
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em 
cada esfera de governo: 
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; 
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; 
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente 
e saneamento básico; 
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e 
humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
na prestação de serviços de assistência à saúde da população; 
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de 
assistência; 
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade 
de meios para fins idênticos; 
XIV - organização de atendimento público específico e especializado 
para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, 
entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias 
plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei n.º 12.845, de 1º 
de agosto de 2013. (Redação dada pela Lei n.º 13.427, de 2017) 
(BRASIL, 1990a). 
 
Nesse sentido, o SUS foi construído a partir de princípios que merecem 
destaque e são fundamentais para sua compreensão e implementação. São os 
chamados Princípios do SUS e Princípios Organizativos, instituídos conforme 
veremos a seguir, os quais devem permear e instruir toda e qualquer ação dentro do 
SUS. 
 
 
 
 
 
 
Princípios do SUS 
 
Figura 2 – Princípios do SUS 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020), baseado em BRASIL (1990a). 
 
 
 
 
• O princípio da universalidade preconiza a saúde como direito de
cidadania e dever dos governos municipal, estadual e federal e visa
garantir que todas as pessoas tenham direito ao atendimento
independentemente de cor, raça, religião, local de moradia, situação de
emprego, renda etc. Sendo assim, embora exista orientação para que o
atendimento ocorra de forma organizada e hierarquizada, qualquer
pessoa em território nacional pode e deve ser atendida pelo SUS se
assim desejar ou necessitar.
Universalidade
• Conforme o princípio da equidade, todo cidadão é igual perante ao SUS
e será atendido conforme suas necessidades, considerando-se que em
cada população existem grupos que vivem de forma diferente, devendo
os serviços de saúde trabalhar de acordo com cada necessidade.
Sendo assim, o SUS deve tratar desigualmente os desiguais, buscando
garantir que a atenção e/ou os recursos sejam ofertados primeiro aos
que deles mais necessitam.
• O princípio da equidade preconiza que cada território, grupo e/ou
indivíduo seja atendido conforme as suas necessidades, o que é
fundamental para o sucesso de qualquer política pública no Brasil,
considerando a extensão e as características peculiares e tão distintas
de cada região.
Equidade
• A integralidade é o princípio do SUS que visa garantir o atendimento
integral da promoção da saúde até a reinserção do indivíduo na
sociedade, passando pelas fases de prevenção, proteção e
recuperação.
• No SUS, o atendimento deve ser integral, com prioridade para as
atividades preventivas, mas sem prejuízo dos serviços assistenciais, ou
seja, preconiza-se que as ações sejam combinadas e voltadas, ao
mesmo tempo, para a prevenção e a cura, deixando claro que o
atendimento deve ser feito para a saúde e não somente para a doença.
Isso quer dizer que o SUS, atendendo ao princípio da integralidade,
deve disponibilizar atenção à saúde em todas as esferas, as quais:
promoção, proteção e recuperação.
Integralidade
 
 
 
Nesse sentido, no caso do Sistema Único de Saúde (SUS), a universalidade 
supõe acesso igualitário aos serviços e ações de saúde, a equidade possibilita a 
concretização da justiça e a integralidade requer ações intersetoriais e uma nova 
governança na gestão de políticas públicas (PAIM e SILVA, 2010). 
 
Figura 3 – Princípio da Integralidade 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020), baseado em BRASIL (1990a). 
 
 
No que diz respeito à assistência terapêutica, essa deve ser ofertada 
integralmente, incluindo imunizações, exames e assistência farmacêutica a todas as 
patologias e condições de saúde. 
O propósito do princípio da integralidade é que o indivíduo seja atendido em 
todas as suas necessidades relativas à saúde e, quando for o caso de ser submetido 
a tratamento que interrompa as suas atividades normais, que receba atenção 
necessária para ser reinserido socialmente (BRASIL, 1990a). 
INTEGRALIDADE
Promoção
RecuperaçãoProteção
 
 
Figura 4 – Integralidade do cuidado no SUS 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, 20202,3,4 
 
 
 Os princípios da Universalidade, Equidade e Integralidade também são 
conhecidos como princípios doutrinários, conforme anteriormente 
denominados pelo sistema. 
 
 
Princípios Organizativos 
 
Os princípios organizativos, também conhecidos como princípios 
organizacionais ou administrativos, orientam a organização para implementação, 
gestão e administração do sistema. São eles (BRASIL, 1990a, 1990b): 
 
 Regionalização e Hierarquização 
 Descentralização e Comando Único 
 Participação Popular
 
2Disponível em: https://www.gratispng.com/baixar/hospital.html. Acesso em 05 jun 2020. 
 
3 Disponível em: https://pixabay.com/pt/illustrations/enfermeira-vacina%C3%A7%C3%A3o-menino-2915543/ Acesso em 05 jun 
2020. 
4 Disponível em: https://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-royalty-free-de-volta-aos-desenhos-animados-coloridos-bo-dos-
%C3%ADcones-da-educa%C3%A7%C3%A3o-escolar-image32998737 Acesso em 05 jun 2020. 
PROMOÇÃO
habitação, meio ambiente, 
educação, entre outras. 
PROTEÇÃO
saneamento básico, 
imunizações, ações 
coletivas e preventivas, 
vigilância à saúde e 
sanitária, entre outras.
RECUPERAÇÃO
atendimento médico, 
odontológico, tratamento e 
reabilitação para os 
doentes.
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https://pixabay.com/pt/illustrations/enfermeira-vacina%C3%A7%C3%A3o-menino-2915543/
https://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-royalty-free-de-volta-aos-desenhos-animados-coloridos-bo-dos-%C3%ADcones-da-educa%C3%A7%C3%A3o-escolar-image32998737
https://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-royalty-free-de-volta-aos-desenhos-animados-coloridos-bo-dos-%C3%ADcones-da-educa%C3%A7%C3%A3o-escolar-image32998737
 
 
Princípio da REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO 
 
 
O princípio organizacional da regionalização/hierarquização preconiza o 
território como unidade de trabalho, ou seja, todas as ações são planejadas e 
programadas a partir das informações eda disponibilidade de serviços do território 
que será atendido. 
Nesse sentido, cada território deve ser mapeado e estudado antes de qualquer 
ação, possibilitando compreendê-lo tanto geograficamente quanto 
epidemiologicamente, com a finalidade de conhecer as características e necessidades 
da sua população, bem como a rede serviços disponíveis. 
 
De acordo com o Decreto nº 7.508/2011, que regulamenta a Lei Orgânica da 
Saúde 8.080/1990, ‘Região de Saúde’ é definida como: 
 
espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de 
Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, 
econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de 
transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a 
organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de 
saúde. 
 
As Regiões de Saúde são instituídas pelo Estado, em articulação com os 
Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores 
Tripartite – CIT, podendo ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compostas 
por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em articulação 
com os Municípios (BRASIL, 2011). 
 
Conforme o Decreto 7508/2011, uma Região de Saúde para ser instituída deve 
conter minimamente: 
 
I - atenção primária; 
II - urgência e emergência; 
III - atenção psicossocial; 
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e 
V - vigilância em saúde. 
 
 As diretrizes gerais para a instituição de Regiões de Saúde no âmbito do 
Sistema Único de Saúde (SUS) estão estabelecidas na Resolução nº1 de 29 de 
setembro de 2011 (BRASIL, 2011b). 
 
A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, 
visando seu comando unificado, que deve funcionar de forma hierarquizada na região. 
Os serviços de saúde são organizados em três níveis: 
 
 nível primário; 
 nível secundário; 
 nível terciário. 
 
 
 
 
 
Nível primário 
 
O acesso ao SUS deve ocorrer por intermédio dos serviços do nível primário 
de atenção, o qual deve resolver grande parte das demandas do SUS, visto que nesse 
nível encontra-se a maior parte das ações de promoção e prevenção e os serviços de 
atenção básica que ocorrem nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de 
Saúde da Família (USF). 
 Quando uma questão de saúde não consegue ser resolvida no nível primário, 
no serviço de Atenção Básica, ocorre o encaminhamento para o nível secundário. 
Esse encaminhamento para um nível de maior complexidade é o chamado sistema 
de referência. 
 
 
Nível secundário 
 
Atualmente, fazem parte do nível secundário de atenção os seguintes serviços: 
 
 Assistência Médica Ambulatorial (AMA) 
 Assistência Médica Ambulatorial – Especialidades (AMA – 
Especialidades) 
 Ambulatório Médico de Especialidades (AME) 
 Hospitais de pequeno porte 
 
Serviços como AMA, AMA – Especialidades e AME ainda não estão disponíveis 
em todas as regiões do Brasil. 
A AMA presta atendimento sem hora marcada e disponibiliza médico clínico 
geral e pediatra para atender casos de urgência que não trazem risco de morte. Na 
AMA também são realizados exames mais simples. 
A AMA – Especialidades recebe pacientes referenciados (encaminhados) pelas 
UBS e USF para atendimento com especialistas como cardiologistas, 
endocrinologistas, urologistas, reumatologistas, neurologistas, ortopedistas e 
angiologistas. 
Os AMEs são estruturas geridas pelo governo do estado que também recebem 
pacientes referenciados pelo primeiro nível de atenção e oferecem atendimento por 
médicos especialistas. Nos AMEs também são realizados vários exames e até 
pequenas cirurgias. Os pacientes sempre são encaminhados pelas UBS e USF. 
Essas estruturas de atenção à saúde foram criadas com o objetivo de tratar as 
demandas menos complexas, evitando a superlotação dos prontos-socorros 
hospitalares, que devem ser procurados apenas em casos de emergência, quando há 
risco de morte. 
As Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) foram criadas com o propósito 
de dar atenção às urgências e diminuir as filas nos prontos-socorros hospitalares. 
Propõe concentrar os atendimentos de saúde de complexidade intermediária, 
compondo uma rede organizada em conjunto com a atenção básica e a atenção 
hospitalar. 
Trata-se de programa nacional, de nível intermediário – alocado entre o 
primeiro e o segundo níveis de atenção –, que atua de forma articulada com a Atenção 
Básica, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), a Atenção 
Domiciliar e a Atenção Hospitalar, a fim de possibilitar o melhor funcionamento da rede 
de atenção às urgências. 
 
 
As UPAs 24h possuem estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, 
pediatria, laboratório de exames e leitos de observação, funcionam 24 horas por dia, 
sete dias por semana e podem resolver grande parte das urgências e emergências. 
O paciente é socorrido pela equipe médica, a qual controla o problema e detalha o 
diagnóstico, mantendo-o em observação por até 24 horas ou encaminhando-o a um 
hospital da rede. 
As questões mais complexas que não são solucionadas no nível secundário 
são referenciadas ao nível terciário, no qual estão os hospitais de grande porte que 
atendem às demandas consideradas de alta complexidade. 
 
 
Nível terciário 
 
Nos hospitais de grande porte estão os aparelhos e máquinas de alta tecnologia 
necessários para a realização de diagnósticos e procedimentos invasivos e/ou de 
maior complexidade, como a realização de cirurgias de alta complexidade, incluindo 
transplantes de órgãos e tecidos. 
 
 
Princípio da DESCENTRALIZAÇÃO 
 
O princípio organizacional da descentralização prevê a redistribuição do poder 
e das responsabilidades entre os três níveis de governo (municipal, estadual e federal) 
em que cada esfera é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, 
respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade. 
 Com a finalidade de garantir a qualidade dos serviços, o controle e a 
fiscalização por parte dos cidadãos, ao município cabe a maior responsabilidade na 
implementação das ações de saúde diretamente voltadas para os seus cidadãos, 
devendo o Ministério da Saúde fornecer condições gerenciais, técnicas, 
administrativas e financeiras para o exercício das funções. 
 
 
Princípio da PARTICIPAÇÃO POPULAR 
 
 A participação popular é o princípio organizacional garantido pela Constituição 
Federal, o qual garante que a população participe do processo de formulação das 
políticas de saúde e do controle de sua execução em todos os níveis, desde o federal 
até o local. Essa participação deve ocorrer por meio dos conselhos de saúde e das 
conferências de saúde (BRASIL, 1990b). 
 
Conhecer, compreender e utilizar os princípios do SUS é fundamental para todo 
profissional de saúde e/ou gestor sanitarista. Tal conhecimento os capacita para a 
tomada de decisão em todos os âmbitos de atuação no sistema. 
 
 
Para operacionalizar as ações e diretrizes propostas pela Política Nacional de 
Saúde, faz-se necessária a criação de políticas específicas, assim como 
programas e estratégias, as quais serão mencionadas a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As leis que regulamentam o Sistema Único de Saúde (SUS) estão 
disponíveis para consulta em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm e 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm 
 
 Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as 
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a 
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá 
outras providências. 
 
 Lei n.º 8.142, de 29 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a 
participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área 
da saúde e dá outras providências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba mais 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm
 
 
2 POLÍTICAS NACIONAIS DE SAÚDE DO SISTEMA ÚNICODE SAÚDE 
 
 
 No ano de 2017, milhares de portarias do Ministério da Saúde foram 
consolidadas, viabilizando a sistematização das normas em vigor do Sistema Único 
de Saúde (SUS). O objetivo foi facilitar a organização e a disponibilização do arco 
normativo da saúde, aperfeiçoando a gestão e contribuindo para a transparência, 
gerando novas portarias, chamadas Portarias de Consolidação, entre as quais 
destacamos a Portaria de Consolidação nº 2, que trata das políticas nacionais de 
saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), mencionadas a seguir (BRASIL, 2017a), as 
quais operacionalizam as ações e diretrizes propostas pela Política Nacional de 
Saúde. 
 
 
Das Políticas de Saúde 
 
São políticas gerais de promoção, proteção e recuperação da Saúde: 
 
 Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS); 
 
 Política Nacional de Vigilância em Saúde; 
 
 Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados; 
 
 Política de Saúde Mental; 
 
 Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN); 
 
 Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos; 
 
 Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS). 
 
 
São políticas de controle de doenças e enfrentamento de agravos de saúde: 
 
 Diretrizes para Vigilância, Atenção e Eliminação da Hanseníase como 
Problema de Saúde Pública; 
 
 Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violência; 
 
 Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio; 
 
 Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC). 
 
 
São políticas voltadas à saúde de segmentos populacionais: 
 
 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC); 
 
 
 
 Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e 
Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde; 
 
 Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa; 
 
 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres (PNAISM); 
 
 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem; 
 
 Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência; 
 
 Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas; 
 
 Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora; 
 
 Política Nacional para a População em Situação de Rua; 
 
 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com 
a Lei, em Regime de Internação e Internação Provisória; 
 
 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de 
Liberdade no Sistema Prisional no Âmbito do SUS (PNAISP). 
 
 
São políticas de promoção da equidade em saúde: 
 
 Política Nacional de Saúde Integral da População Negra; 
 
 Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e 
das Águas (PNSIPCFA); 
 
 Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e 
Transexuais. 
 
 
Das Políticas de organização da atenção à saúde 
 
São políticas gerais de organização da atenção à saúde: 
 
 Política Nacional de Atenção Básica (PNAB); 
 
 Política Nacional de Saúde Bucal (Brasil Sorridente); 
 
 Política Nacional para os Hospitais de Pequeno Porte; 
 
 Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP); 
 
 Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC); 
 
 Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde; 
 
 
 
 Política Nacional de Medicamentos (PNM); 
 
 Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF). 
 
 
São políticas de atenção a agravos específicos: 
 
 Política de Atenção à Saúde das Pessoas com Transtornos do Espectro do 
Autismo no âmbito da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com 
Transtorno do Espectro Autista; 
 
 Política Nacional de Atenção Integral em Reprodução Humana Assistida; 
 
 Política Nacional de Atenção Cardiovascular de Alta Complexidade; 
 
 Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica; 
 
 Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Renal; 
 
 Política Nacional de Atenção de Alta Complexidade em Traumato-Ortopedia; 
 
 Política Nacional de Atenção em Oftalmologia (PNAO); 
 
 Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme e 
outras Hemoglobinopatias; 
 
 Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica; 
 
 Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras. 
 
 
Das políticas de organização do SUS 
 
São políticas de organização do Sistema Único de Saúde (SUS): 
 
 Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa (ParticipaSUS); 
 
 Política Nacional de Educação Permanente em Saúde; 
 
 Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde; 
 
 Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde; 
 
 Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS). 
 
 
 
 
 
 
Conheça na íntegra a Portaria nº 2, de 28 de setembro de 2017, que apresenta 
a consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema 
Único de Saúde em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A seguir são destacadas algumas das políticas nacionais que compreendem o 
arco normativo do SUS na implementação, operacionalização e gestão da Política 
Nacional de Saúde. 
 
 
2.1 Política Nacional De Atenção Básica (PNAB) 
 
 Por exercer o papel de ordenadora das Redes de Atenção à Saúde no Sistema 
Único de Saúde (SUS), a Atenção Primária à Saúde tem correspondido à principal 
estratégia para fazer valer o princípio da universalidade desde a criação do SUS, 
sendo estruturada como primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada do 
sistema, integrando e coordenando o cuidado à partir das pessoas e do seu território, 
viabilizando o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde, 
que inicia-se pelas portas de entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e 
hierarquizada. 
 A Política Nacional de Atenção Básica foi criada com o propósito de 
operacionalizar as ações e diretrizes propostas pela Política Nacional de Saúde no 
âmbito da Atenção Primária à Saúde. 
 A Política Nacional de Atenção Básica, publicada por meio da Portaria 
n.º 2.436, de 21 setembro de 2017 possui como foco central a Estratégia Saúde da 
Família, em busca de um modelo assistencial, que alie boa prática clínica, 
compromisso com a promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos, amplo 
acesso aos serviços, cuidado multiprofissional interdisciplinar, vinculação aos 
territórios, participação da comunidade e incidência sobre determinantes sociais 
(2017b). 
A primeira Política Nacional de Atenção Básica foi publicada no ano de 2006. 
Até então a Atenção Básica (ou Atenção Primária à Saúde) era regulada por inúmeras 
portarias e normas, que apoiavam o processo de descentralização do sistema por 
meio de incentivos financeiros aos municípios e estados brasileiros. A PNPS de 2006 
centralizava-se no objetivo de expandir nacionalmente a Estratégia Saúde da Família 
como modelo ordenador e prioritário na Atenção Básica, além de estabelecer 
diretrizes organizacionais, tomando em conta os princípios propostos pelos Pactos 
pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão (BRASIL, 2006a). 
 
Em 2011 a PNAB passou pela sua primeira revisão. A nova edição reafirmou 
as diretrizes da edição anterior e trouxe inclusões, entre as quais destacaram-se: 
 
 
Saiba mais 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html
 
 
. a flexibilização da carga horária da categoria médica, com a possibilidade de 
trabalho por 20 ou 30 horas semanais, visando suprir o déficit destes 
profissionais nas equipes (BRASIL, 2011). 
. a regulamentação das equipes para populações específicas, reconhecendo a 
importância da ESF no atendimento à população ribeirinha e fluvial, a equipe 
de Consultório na Rua, o então Núcleo de Apoio a Saúde da Família (Nasf), 
atual Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Primária (Nasf-AP), o 
Programa Saúde na Escola (PSE) e a Academia da Saúde para a ampliação 
do acesso e melhor resolutividadedo SUS (BRASIL, 2006a, 2007, 2008a, 
2008b, 2011c, 2011d, 2012). 
 
No ano de 2015 iniciaram-se as discussões acerca da revisão da nova PNAB. 
A atual PNAB foi publicada apenas no ano de 2017 (BRASIL, 2017a). Em relação a 
edição anterior, a PNAB de 2017 gerou discussões em torno de mudanças como o 
reconhecimento por meio de incentivo financeiro das equipes de Atenção Básica 
(eAB) - atualmente denominadas Equipes de Atenção Primária (eAP) - o aumento das 
atribuições dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e a diminuição nas equipes de 
SF (eSF), além de sua integração com o ACE (Agente de Combate a Endemias) e de 
padrões diferenciados para as ações e os serviços de saúde (GOMES et. al 2020). 
Em 2017 foi publicada a Portaria de Consolidação nº. 2 que consolidou as 
políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), entre as quais a 
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) (BRASIL, 2017b). 
 
As seguintes Portarias de Consolidação também fazem menção às ações de 
Atenção Primária à Saúde dentro de seu arcabouço legal: 
 
 Portaria de Consolidação nº 1/2017: compreende portarias relativas aos 
direitos e deveres dos usuários da saúde 
 Portaria de Consolidação nº 3/2017 compreende portarias relativas às 
redes do SUS 
 Portaria de Consolidação nº 4/2017 compreende portarias relativas aos 
sistemas e subsistemas do SUS 
 Portaria de Consolidação nº 5/2017 compreende portarias relativas às 
ações e serviços de saúde do SUS 
 Portaria de Consolidação nº 6/2017: compreende portarias relativas ao 
financiamento e transferência dos recursos federais para as ações e os 
serviços de saúde do SUS 
 
Com o objetivo de ampliar o acesso à Atenção Básica, em maio de 2019 foi 
publicada a Portaria n.930, instituindo o Programa “Saúde na Hora”, ampliando o 
horário de funcionamento das Unidades de Saúde da Família (USF), com os objetivos 
de ampliar a cobertura da eSF, ampliar o número de usuários nas ações e nos serviços 
promovidos nas USF e reduzir o volume de atendimentos de usuários com condições 
de saúde de baixo risco em unidades de pronto atendimento e emergências 
hospitalares (BRASIL, 2019a). 
As adesões ao Programa “Saúde na Hora” foram desativadas pela Portaria 
nº99/2020 e posteriormente reestabelecidas por meio da Portaria nº 397 de 16 de 
março de 2020 (BRASIL, 2020a, 2020b). 
Em 2019 foi publicada também a medida Provisória que institui o Programa 
Médicos pelo Brasil, no âmbito da atenção primária à saúde e autoriza o Poder Executivo 
 
 
Federal a instituir serviço social autônomo, denominado Agência para o 
Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (ADAPS) (BRASIL, 2019b). 
Ainda no ano de 2019, foi publicada a portaria nº 2539 que extinguiu as eAB e 
criou as equipes de Atenção Primária (eAP), que deverão ser compostas 
minimamente por médicos, preferencialmente especialistas em Medicina de Família e 
Comunidade (MFC), e enfermeiros, preferencialmente especialistas em SF, além de 
vedar a substituição de eSF por eAP, sob pena de suspensão da transferência dos 
incentivos financeiros (BRASIL, 2019c). 
O Decreto nº 9.795, publicado no dia 17 de maio de 2019, alterou o 
organograma do Ministério da Saúde, criando a Secretaria de Atenção Primária à 
Saúde (SAPS), a qual abriga três departamentos: o Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas (DAPES), o Departamento de Saúde da Família (DESF) 
e o novo Departamento de Promoção da Saúde (DPS) (REIS et al. 2019). 
 
 Entre os principais compromissos da Secretaria de Atenção Primária à Saúde 
(SAPS) estão (BRASIL, 2019d): 
(i) ampliação do acesso da população às unidades de saúde da família 
(ii) definição de um novo modelo de financiamento baseado em resultados 
em saúde e eficiência 
(iii) definição de um novo modelo de provimento e formação de médicos 
para áreas remotas 
(iv) fortalecimento da clínica e do trabalho em equipe 
 
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 2017 
A Política Nacional de Atenção Básica, foi publicada por meio da Portaria 
n.º 2.436, de 21 setembro de 2017 como resultado das experiências acumuladas 
pelos profissionais e usuários do SUS ao longo dos anos. 
Quanto à terminologia até então utilizada para denominar o primeiro nível de 
atenção à saúde no SUS, a PNAB de 2017 considerou os termos Atenção Básica (AB) 
e Atenção Primária à Saúde (APS) como termos equivalentes (BRASIL, 2017a). 
Atenção Básica corresponde ao conjunto de ações de saúde individuais, 
familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, 
tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, 
desenvolvido por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, 
realizado com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, 
sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Áreas da Atenção Básica 
 
 
 
 
 
Fonte: O autor (2020), baseado em BRASIL (2017a) 
 
 
§1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de 
comunicação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), coordenadora do 
cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede 
(BRASIL, 2017a). 
 
Nesse sentido, o SUS está organizado para que o usuário procure 
primeiramente o serviço de Atenção Básica, onde estão instituídos os serviços e 
ações de promoção e prevenção à saúde, além da rede assistencial do primeiro nível 
de atenção à saúde. 
 
§2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente a 
todas as pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do 
território, considerando os determinantes e condicionantes de saúde 
(BRASIL, 2017a). 
 
Ações de 
saúde 
individuais, 
familiares e 
coletivas 
PROMOÇÃO
PREVENÇÃO
PROTEÇÃO
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTOREABILITAÇÃO
REDUÇÃO DE 
DANOS
CUIDADOS 
PALIATIVOS
VIGILÂNCIA 
EM SAÚDE
ATENÇÃO 
 
 
BÁSICA 
 
 
As ações e os serviços de saúde no SUS, em especial na Atenção Básica, são 
planejados de acordo com as características e necessidades de cada território, 
considerando as principais questões individuais e coletivas da comunidade onde o 
serviço está inserido. 
 
§3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, 
etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, 
estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação 
física, intelectual, funcional e outras (BRASIL, 2017a). 
 
Sendo assim, todo e qualquer indivíduo em território nacional brasileiro possui 
direito ao atendimento, que adota estratégias específicas para viabilizar o acesso a 
esse direito, bem como para que sejam minimizadas as desigualdades/iniquidades, 
evitando a exclusão social por estigmatização ou discriminação de grupos e 
indivíduos. 
A Atenção Básica considera a pessoa em sua singularidade e inserção 
sociocultural, buscando produzir a atenção integral, incorporar as ações de vigilância 
em saúde - a qual constitui um processo contínuo e sistemático de coleta, 
consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde 
- além disso, visa o planejamento e a implementação de ações públicas para a 
proteção da saúde da população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e 
doenças, bem como para a promoção da saúde. 
 
 
Princípios e Diretrizes na Atenção Básica 
 
Compõe os princípios e diretrizes do SUS e da Rede de Atenção à Saúde 
operacionalizados na Atenção Básica: 
 
Figura 6 – Princípios e diretrizes na Atenção Básica 
 
Fonte: O autor (2020), baseado em BRASIL (2017a) 
 
 
 
Princípios
UNIVERSALIDADE
EQUIDADE
INTEGRALIDADE
Diretrizes
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO
TERRITORIALIZAÇÃO E ADSTRIÇÃO
POPULAÇÃO ADSCRITA
CUIDADO CENTRADO NA PESSOA
RESOLUTIVIDADE
LONGITUDINALIDADE DO CUIDADO
COORDENAÇÃO DO CUIDADO
ORDENAÇÃO DA REDE
PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE
 
 
Responsabilidades das Esferas de gestão da Atenção Básica 
 
Respeitando o princípio da descentralização no SUS o poder e as 
responsabilidades naAtenção Básica são distribuídos entre os três níveis de governo 
(municipal, estadual e federal). 
Na gestão da Atenção Básica, a autonomia de cada esfera de governo/gestão 
deve ser respeitada, assim como os princípios do SUS. 
A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia 
prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica. A política permite que 
outras estratégias de Atenção Básica sejam reconhecidas, desde que observados 
seus princípios e diretrizes, e tenham caráter transitório, devendo ser estimulada sua 
conversão em estratégia de saúde da família. 
A integração entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Básica é condição 
essencial para o alcance de resultados que atendam às necessidades de saúde da 
população, na ótica da integralidade da atenção à saúde, e visa estabelecer processos 
de trabalho que considerem os determinantes, os riscos e danos à saúde, na 
perspectiva da intra e da intersetorialidade. 
 
Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de 
Atenção Primária à Saúde, no âmbito do SUS, serão denominados Unidade 
Básica de Saúde (UBS) ou Unidades de Saúde da Família (USF). 
 
A denominação Unidade de Saúde da Família (USF) foi instituída pela Portaria 
930/2019 e reafirmada pela Portaria 397/2020, a qual estabelece que: 
. Unidade Básica de Saúde (UBS) são estabelecimentos que não possuem 
equipe de Saúde da Família. 
. Unidade de Saúde da Família (USF) são estabelecimentos com pelo menos 1 
(uma) equipe de Saúde da Família, com funcionamento mínimo de 40 horas 
semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano, 
possibilitando acesso facilitado à população (2020b). 
 
Assim como as UBS, todas as USF são consideradas potenciais espaços de 
educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e 
avaliação tecnológica para a Rede de Atenção à Saúde (2020b). 
Dentre as principais reponsabilidades na Atenção Básica no âmbito do SUS, 
comuns a todas as esferas de governo, estabelecidas na Política Nacional de Atenção 
Básica, podemos destacar a fundamental contribuição para a reorientação do modelo 
de atenção e de gestão, com base nos princípios e diretrizes anteriormente discutidos, 
enfatizando a necessidade de apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da 
Família como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da 
Atenção Básica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Conheça na íntegra a Política Nacional de Atenção Básica acessando a 
Portaria nº 2, de 28 de setembro de 2017 em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html 
 
Saiba mais 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html
 
 
2.2 Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) 
 
A Promoção da Saúde é reconhecida internacionalmente como um importante 
processo para enfrentar os atuais problemas de saúde pública e de desenvolvimento 
social. Suas abordagens e projetos estão intrinsecamente relacionados aos conceitos 
de saúde e metas de desenvolvimento social adotados pelas políticas públicas e 
governos. 
Historicamente, o referencial teórico da Promoção da Saúde nessa perspectiva 
surge em 1974, quando Marc Lalonde, o então Ministro do Canadá, passou a 
considerar que todas as doenças e mortes são determinadas por quatro fatores, os 
quais: as características biofísicas do indivíduo, o estilo de vida, o ambiente e a 
organização dos serviços de saúde. 
As primeiras políticas de promoção da saúde e bases conceituais com enfoque 
socioambiental e inclusivo foram desenvolvidas a partir das conferências 
internacionais de Ottawa (Canadá) em 1986, Adelaide (Austrália) em 1988, Sundsvall 
(Suécia) em 1991 e Jacarta (Indonésia) em 1997. Na América Latina, a Conferência 
Interamericana de Promoção da Saúde que ocorreu em Bogotá (Colômbia) no ano de 
1992 trouxe formalmente o tema para o contexto sub-regional. Outras conferências 
internacionais subsequentes à Jacarta (1997) contribuíram para a ampliação do 
campo de observação e da constituição do referencial teórico-metodológico da 
chamada “nova Promoção da Saúde”, 
São encontrados diferentes referenciais teóricos para o campo da Promoção 
da Saúde que algumas vezes são dicotômicos e outras vezes complementares entre 
si, mas que devem atender às necessidades sociais em saúde de determinada 
população ou região. 
A promoção da saúde é uma importante estratégia na área da saúde para 
desenvolver projetos de emancipação social e consequentemente evitar a exclusão 
social, o que se viabiliza por meio das ações de empoderamento de indivíduos e 
grupos. Evidenciando, portanto, que a Promoção da Saúde como uma questão 
fundamentalmente política. 
É fundamental considerar os determinantes sociais da saúde no contexto de 
ação transformadora e de participação social da promoção da saúde, pois conhecer e 
compreender os DSS é fundamental aos profissionais, em especial aos da saúde, que 
se propõem a trabalhar sob a perspectiva de um ampliado conceito de saúde. 
Considerando a fundamental importância da educação em saúde como a 
principal estratégia no campo da Promoção à Saúde, cabe ao profissional da saúde 
proporcionar condições para que a educação em saúde como processo político 
pedagógico ocorra, sendo por meio de comunicação ativa, que viabilize a construção 
do conhecimento de forma crítica e reflexiva, gerando ações transformadoras que 
levem o indivíduo à sua autonomia e emancipação como sujeito capaz de tomar as 
melhores decisões acerca da sua saúde e da sua comunidade. 
 No Brasil, em meio ao processo de redemocratização do país, em 1986, na 
ocasião da 8ª Conferência Nacional de Saúde, a promoção da saúde já constituía 
tema de debate e discussão. 
 Instituído de forma universal, preconizando pelo atendimento integral e 
equânime, o SUS prevê ações de promoção da saúde em todos os níveis de atenção, 
em especial na atenção básica, mas não exclusivamente. 
 Nesse sentido, extrapolam-se os conceitos de promoção da saúde que se 
resumem em ações voltadas para mudanças de comportamento individual e volta-se 
a discussão para as políticas e práticas voltadas para indivíduos e coletividades na 
 
 
perspectiva de empoderar-se para a ação, por meio de trabalho multidisciplinar 
integrado e em redes, considerando-se as necessidades em saúde da população, de 
forma articulada e territorial. 
 Para consolidar a prática da promoção da saúde no SUS, foi instituída a 
primeira formulação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) por meio da 
Portaria MS/GM nº 687, de 30 de março de 2006 (BRASIL, 2006b). 
No ano de 2014 foi concluída a mais recente revisão da PNPS por meio de 
processo desencadeado pelo Ministério da Saúde e coordenado pela Secretaria de 
Vigilância em Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde 
(Opas) e com o Grupo Temático de Promoção da Saúde da Associação Brasileira de 
Saúde Coletiva (Abrasco) e como exige um processo de revisão de uma política 
genuinamente pública, ocorreu de forma ampla, democrática e participativa, com o 
envolvimento de gestores, trabalhadores, conselheiros, representantes de 
movimentos sociais e profissionais de instituições de ensino superior, além da 
participação de representantes de instituições fora do setor Saúde comprometidos 
com ações de promoção da saúde das cinco regiões brasileiras. Essa revisão 
aprimorada e atualizada, foi motivada pelos novos desafios e compromissos nos 
contextos nacional e internacional e redefiniu a PNPS por meio da Portaria nº 2.446, 
de 11 de novembro de 2014. 
De forma complementar às Redes de Atenção à Saúde, a PNPS necessita 
articular suas ações com as demais redes, como a de proteção social, da qual a saúde 
faz parte, com a assistência e com a previdência social. A Política considera, ainda, 
que os demais setores e instituições são fundamentais para a produção de saúde e 
do seu cuidado (BRASIL, 2014). 
 A PNPS ratificou o compromisso do Estado brasileiro coma ampliação e a 
qualificação de ações de promoção da saúde nos serviços e na gestão do SUS. A 
partir de então, foi inserida na agenda estratégica dos gestores do SUS e nos Planos 
Nacionais de Saúde subsequentes, ampliando as possibilidades das políticas públicas 
existentes (BRASIL, 2014). 
 Está fundamentada no SUS, no conceito ampliado de saúde e no referencial 
teórico da promoção da saúde, evidenciando a necessidade de articulação com outras 
políticas públicas para o seu fortalecimento, com o imperativo da participação social e 
dos movimentos populares, assumindo a impossibilidade de que o setor Sanitário 
responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da saúde. 
 Tendo como foco a equidade, a melhoria das condições e dos modos de viver 
e a afirmação do direito à vida e à saúde, a PNPS publicada em 2014 trouxe objetivos, 
princípios, valores, diretrizes, temas transversais, estratégias operacionais, 
responsabilidades e temas prioritários, reformulados e atualizados em consonância 
com as reflexões dos movimentos no âmbito da promoção da saúde (BRASIL, 2014). 
 
 
Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) 2014 
 
Valores e Princípios 
 
 A PNPS reconhece a subjetividade das pessoas e dos coletivos no processo 
de atenção e cuidado em defesa da saúde e da vida, considera a solidariedade, a 
felicidade, a ética, o respeito às diversidades, a humanização, a corresponsabilidade, 
a justiça e a inclusão social como valores fundantes no processo de sua concretização 
e adota como princípios a equidade, a participação social, a autonomia, o 
 
 
empoderamento, a intersetorialidade, a intrasetorialidade, a sustentabilidade, a 
integralidade e a territorialidade. 
 
 
Objetivos da PNPS 
 
 O objetivo geral da PNPS é “Promover a equidade e a melhoria das condições 
e dos modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde individual e coletiva e 
reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, 
econômicos, políticos, culturais e ambientais” (BRASIL, 2014). 
 
 Constituem objetivos específicos da PNPS (BRASIL, 2014): 
 
I. Estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do 
cuidado na Rede de Atenção à Saúde, articulada às demais redes de 
proteção social. 
II. Contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde centradas 
na equidade, na participação e no controle social, a fim de reduzir as 
desigualdades sistemáticas, injustas e evitáveis, respeitando as 
diferenças de classe social, de gênero, de orientação sexual e a 
identidade de gênero; entre gerações; étnico-raciais; culturais; 
territoriais; e relacionadas às pessoas com deficiências e 
necessidades especiais. 
III. Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade; o 
desenvolvimento seguro, saudável e sustentável. 
IV. Promover a cultura da paz em comunidades, territórios e 
municípios. 
V. Apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e 
ambientes saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano e ao 
bem-viver. 
VI. Valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas 
integrativas e complementares. 
VII. Promover o empoderamento e a capacidade para a tomada de 
decisão, e também a autonomia de sujeitos e de coletividades, por 
meio do desenvolvimento de habilidades pessoais e de competências 
em promoção e defesa da saúde e da vida. 
VIII. Promover processos de educação, de formação profissional e de 
capacitação específicos em promoção da saúde, de acordo com os 
princípios e os valores expressos nesta Política, para trabalhadores, 
gestores e cidadãos. 
IX. Estabelecer estratégias de comunicação social e de mídia 
direcionadas tanto ao fortalecimento dos princípios e das ações em 
promoção da saúde quanto à defesa de políticas públicas saudáveis. 
X. Estimular a pesquisa, a produção e a difusão de conhecimentos e 
de estratégias inovadoras no âmbito das ações de promoção da 
saúde. 
XI. Promover meios para a inclusão e a qualificação do registro de 
atividades de promoção da saúde e da equidade nos sistemas de 
informação e de inquéritos, permitindo a análise, o monitoramento, a 
avaliação e o financiamento das ações. 
XII. Fomentar discussões sobre os modos de consumo e de produção 
que estejam em conflito de interesses com os princípios e com os 
valores da promoção da saúde e que aumentem vulnerabilidades e 
riscos à saúde. 
 
 
XIII. Contribuir para a articulação de políticas públicas inter e 
intrassetoriais com as agendas nacionais e internacionais. 
 
 
Diretrizes da PNPS 
 
 As diretrizes enumeradas e descritas a seguir fundamentam as ações das 
PNPS e explicitam as suas finalidades. 
 
I. O estímulo à cooperação e à articulação intrassetorial e intersetorial 
para ampliar a atuação sobre determinantes e condicionantes da 
saúde. 
II. O fomento ao planejamento de ações territorializadas de promoção 
da saúde com base no reconhecimento de contextos locais e no 
respeito às diversidades, a fim de favorecer a construção de espaços 
de produção social, ambientes saudáveis e a busca da equidade, da 
garantia dos direitos humanos e da justiça social. 
III. O incentivo à gestão democrática, participativa e transparente para 
fortalecer a participação, o controle social e as corresponsabilidades 
de sujeitos, coletividades, instituições e de esferas governamentais e 
da sociedade civil. 
IV. A ampliação da governança no desenvolvimento de ações de 
promoção da saúde que sejam sustentáveis nas dimensões política, 
social, cultural, econômica e ambiental. 
V. O estímulo à pesquisa, à produção e à difusão de experiências, 
conhecimentos e evidências que apoiem a tomada de decisão, a 
autonomia, o empoderamento coletivo e a construção compartilhada 
de ações de promoção da saúde. 
VI. O apoio à formação e à educação permanente em promoção da 
saúde para ampliar o compromisso e a capacidade crítica e reflexiva 
dos gestores e trabalhadores de saúde, bem como o incentivo ao 
aperfeiçoamento de habilidades individuais e coletivas para fortalecer 
o desenvolvimento humano sustentável. 
VII. A incorporação das intervenções de promoção da saúde no 
modelo de atenção à saúde, especialmente no cotidiano dos serviços 
de atenção básica em saúde, por meio de ações intersetoriais. 
VIII. A organização dos processos de gestão e de planejamento das 
variadas ações intersetoriais, como forma de fortalecer e promover a 
implantação da PNPS na Rede de Atenção à Saúde (RAS), de modo 
transversal e integrado, compondo compromissos e 
corresponsabilidades para reduzir a vulnerabilidade e os riscos à 
saúde vinculados aos determinantes sociais. 
 
 
 
 
 
Temas transversais 
 
 Em consonância com os princípios e os valores do SUS e da PNPS, a 
formulação de agendas de promoção da saúde e a adoção de estratégias e temas 
prioritários, baseiam-se nos seguintes temas transversais: 
 
 
Figura 7 – Temas transversais para formulação de agendas e adoção de estratégias em Promoção 
da Saúde 
 
Fonte: O autor (2020), baseado em BRASIL (2014) 
 
 
Determinantes Sociais da Saúde (DSS), equidade e respeito à 
diversidade: Significa identificar as diferenças nas condições e nas 
oportunidades de vida, buscando alocar recursos e esforços para a 
redução das desigualdades injustas e evitáveis, por meio do diálogo 
entre os saberes técnicos e populares. 
Desenvolvimento sustentável: Refere-se a dar visibilidade aos 
modos de consumo e de produção relacionados ao tema priorizado, 
mapeando possibilidades de intervir naqueles que sejam deletérios à 
saúde, adequando tecnologias e potencialidades de acordo com as 
especificidades locais, sem comprometer as necessidades futuras. 
Produção de saúde e cuidado: Representa incorporar o tema na 
lógica de redes que favoreçam práticas de cuidado humanizadas, 
pautadas nas necessidades locais, de modo que reforcem a ação 
comunitária, a participação e o controle social, e que promovam o 
reconhecimento e o diálogo entre as diversas formas do saber 
(popular, tradicional e científico), construindopráticas pautadas na 
integralidade do cuidado e da saúde. Significa, também, vincular o 
tema a uma concepção de saúde ampliada, considerando o papel e a 
organização dos diferentes setores e atores que, de forma integrada e 
articulada, por meio de objetivos comuns, atuem na promoção da 
saúde. 
Ambientes e territórios saudáveis: Significa relacionar o tema 
priorizado com os ambientes e os territórios de vida e de trabalho das 
pessoas e das coletividades, identificando oportunidades de inclusão 
da promoção da saúde nas ações e atividades desenvolvidas, de 
maneira participativa e dialógica. 
Vida no trabalho: Compreende interrelacionar o tema priorizado com 
o trabalho formal e não formal e com os distintos setores da economia 
(primário, secundário e terciário), considerando os espaços urbano e 
Determinantes Sociais 
da Saúde (DSS), 
equidade e respeito à 
diversidade
Desenvolvimento 
sustentável
Produção de saúde e 
cuidado
Ambientes e territórios 
saudáveis 
Vida no trabalho
Cultura de paz e 
direitos humanos 
 
 
rural e identificando oportunidades de operacionalização na lógica da 
promoção da saúde para ações e atividades desenvolvidas nos 
distintos locais, de maneira participativa e dialógica. 
Cultura da paz e direitos humanos: Consiste em criar oportunidades 
de convivência, de solidariedade, de respeito à vida e de 
fortalecimento de vínculos, desenvolvendo tecnologias sociais que 
favoreçam a mediação de conflitos diante de situações de tensão 
social, garantindo os direitos humanos e as liberdades fundamentais, 
reduzindo as violências e construindo práticas solidárias e da cultura 
de paz (BRASIL, 2014). 
 
 
 
Eixos operacionais 
Figura 8 - Eixos operacionais estratégicos para concretizar as ações de Promoção da Saúde 
 
Fonte: O autor (2020), baseado em BRASIL (2014) 
Territorialização
•A regionalização é uma diretriz do SUS e um eixo estruturante com o fim de orientar a
descentralização das ações e dos serviços de saúde e de organizar a Rede de Atenção à
Saúde. O processo de regionalização considera a abrangência das regiões de saúde e sua
articulação com os equipamentos sociais nos territórios. Também observa as pactuações
interfederativas, a definição de parâmetros de escala e de acesso e a execução de ações que
identifiquem singularidades territoriais para o desenvolvimento de políticas, programas e
intervenções, ampliando as ações de promoção à saúde e contribuindo para fortalecer as
identidades regionais.
Articulação e cooperação intrassetorial e intersetorial
•Compartilhamento de planos, de metas, de recursos e de objetivos comuns entre os diferentes
setores e entre diferentes áreas do mesmo setor.
Rede de Atenção à Saúde
•Transversalizar a promoção na Rede de Atenção à Saúde, favorecendo práticas de cuidado
humanizadas, pautadas nas necessidades locais, na integralidade do cuidado, articulando-se
com todos os equipamentos de produção da saúde do território, como atenção básica, redes
prioritárias, vigilância em saúde, entre outros. Articular a Rede de Atenção à Saúde com as
demais redes de proteção social, vinculando o tema a uma concepção de saúde ampliada,
considerando o papel e a organização dos diferentes setores e atores que, de forma integrada e
articulada, por meio de objetivos comuns, atuem na promoção da saúde.
Participação e controle social
•Ampliação da representação e da inclusão de sujeitos na elaboração de políticas públicas e nas
decisões relevantes que afetam a vida dos indivíduos, da comunidade e dos seus contextos.
Gestão
•Priorização de processos democráticos e participativos de regulação e controle, de
planejamento, de monitoramento, de avaliação, de financiamento e de comunicação.
Educação e formação
• Incentivo à atitude permanente de aprendizagem sustentada em processos pedagógicos
problematizadores, dialógicos, libertadores, emancipatórios e críticos.
Vigilância, monitoramento e avaliação
•Utilização de múltiplas abordagens na geração e na análise de informações sobre as condições
de saúde de sujeitos e de grupos populacionais para subsidiar decisões, intervenções, e para
implantar políticas públicas de saúde e de qualidade de vida.
Produção e disseminação de conhecimentos e saberes
•Estímulo a uma atitude reflexiva e resolutiva sobre problemas, necessidades e potencialidades
dos coletivos em cogestão, compartilhando e divulgando os resultados, de maneira ampla, com
a coletividade.
Comunicação social e mídia
•Uso das diversas expressões comunicacionais, formais e populares para favorecer a escuta e a
vocalização dos distintos grupos envolvidos, contemplando informações sobre o planejamento,
a execução, os resultados, os impactos, a eficiência, a eficácia, a efetividade e os benefícios
das ações.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Conheça na íntegra a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) 
acessando a Portaria nº 2, de 28 de setembro de 2017 em: 
 
• http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_20
17.html 
 
 Conheça mais sobre as Cartas e Declarações internacionais de 
Promoção da Saúde acessando os seguintes links: 
 
• https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf 
• https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_mexico_2000.
pdf 
• https://www.ufpe.br/documents/39050/632249/Carta+de+Bangkok.pdf/
b84492d6-a05e-4b6a-995c-080489a9b571 
• http://www.iasaude.pt/attachments/article/66/Carta_de_BangKoK-
2005.pdf 
• https://www.who.int/healthpromotion/conferences/9gchp/shanghai-
declaration.pdf?ua=1 
• https://www.who.int/healthpromotion/conferences/9gchp/9gchp-mayors-
consensus-healthy-cities.pdf?ua=1 
 
 
Saiba mais 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_mexico_2000.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_mexico_2000.pdf
https://www.ufpe.br/documents/39050/632249/Carta+de+Bangkok.pdf/b84492d6-a05e-4b6a-995c-080489a9b571
https://www.ufpe.br/documents/39050/632249/Carta+de+Bangkok.pdf/b84492d6-a05e-4b6a-995c-080489a9b571
http://www.iasaude.pt/attachments/article/66/Carta_de_BangKoK-2005.pdf
http://www.iasaude.pt/attachments/article/66/Carta_de_BangKoK-2005.pdf
https://www.who.int/healthpromotion/conferences/9gchp/shanghai-declaration.pdf?ua=1
https://www.who.int/healthpromotion/conferences/9gchp/shanghai-declaration.pdf?ua=1
https://www.who.int/healthpromotion/conferences/9gchp/9gchp-mayors-consensus-healthy-cities.pdf?ua=1
https://www.who.int/healthpromotion/conferences/9gchp/9gchp-mayors-consensus-healthy-cities.pdf?ua=1

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