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1 Políticas e Programas de Saúde Unidade I Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO..........................................................................................4 UNIDADE I................................................................................................5 1. A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE (PNS) E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)...........................................................................................5 2 POLÍTICAS NACIONAIS DE SAÚDE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE....................................................................................................14 2.1 Política Nacional De Atenção Básica (PNAB)...........................17 2.2 Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS)....................23 UNIDADE II............................................................................................. 31 2.3 Política Nacional de Vigilância em Saúde......................................31 2.4 Política de Saúde Mental.................................................................33 2.5 Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN)....................34 2.6 Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS- SUS)........................................................................................................35 2.7 Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC)................................................................................................. 36 2.8 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC)................................................................................................ 37 2.9 Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa............................39 2.10 Política Nacional para a População em Situação de Rua.........41 2.11 Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN).................................................................................................43 2.12 Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais....................................................44 2.13 Política Nacional de Saúde Bucal (Brasil Sorridente)..............45 2.14 Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC)...................................................................................................48 3 AÇÕES E PROGRAMAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE...............50 3.1 Estratégia Saúde da Família (eSF).............................................50 3.2 Cartão Nacional de Saúde..........................................................52 3.3 Programa Nacional de Controle do Tabagismo........................54 3.4 HumanizaSUS............................................................................. 54 3.5 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)...............55 3.6 Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h)..............................56 3.7 Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB)..........................57 3.8 Programa Nacional de Imunizações..........................................58 REFERÊNCIAS.......................................................................................61 APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR-AUTOR Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Mestre em Odontologia pela Universidade Paulista (UNIP). Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Graduado em Odontologia pela Universidade Paulista (UNIP). Professor titular da UNIP. Diretor adjunto do Instituto de Ciências da Saúde e Professor Titular da UNIP, Diretor administrativo da UNIP Interativa, líder do Grupo de Pesquisa em Saúde Pública, editor do Journal of the Health Sciences Institute. Presidente da Câmara Técnica de Especialidades – Saúde Coletiva – do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP). Avaliador do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (INEP/MEC). Foi tutor do curso de especialização em Saúde Pública (CESP) da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. INTRODUÇÃO O Brasil, um país com dimensões geográficas continentais, apresenta um cenário diversificado no que tange ao atendimento em saúde, considerando as múltiplas necessidades da população e diferentes contextos sociais. Nesse sentido, torna-se indispensável ao profissional sanitarista o desenvolvimento de competências e habilidades capazes de atender as demandas populacionais levando-se em consideração as demandas regionais relacionadas aos setores sociais, atendendo e apoiando a população na luta pelo alcance dos direitos sociais, em especial pelo direito social à saúde. Nesse sentido, a presente disciplina apresenta as Políticas, Programas e Ações de Saúde Pública como instrumentos para resolução e suporte aos principais desafios da Saúde Pública no Brasil. A elaboração e implementação de Políticas e Programas de Saúde no Brasil deve ocorrer em conformidade com a Constituição Federal de 1988 e com a Lei Orgânica da Saúde. Cabe destacar que no ano de 2017, milhares de portarias do Ministério da Saúde foram consolidadas com o objetivo de viabilizar a sistematização das normas em vigor do Sistema Único de Saúde (SUS), facilitando a organização e a disponibilização do arco normativo da saúde por meio da publicação de novas portarias, chamadas Portarias de Consolidação, entre as quais destacamos no presente livro a Portaria de Consolidação nº 2, que trata das políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), voltadas à operacionalização das ações e diretrizes propostas pela Política Nacional de Saúde. Esse livro foi elaborado a partir da legislação vigente no momento de sua publicação e das informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. É imprescindível considerar que a legislação, assim como as Políticas, os Programas e demais ações em Saúde Pública são dinâmicas, portanto, frequentemente atualizadas, o que requer ao estudante e profissional da saúde o estabelecimento de uma rotina de consulta à legislação pertinente e ao Portal oficial do Ministério da Saúde. Sugere-se que o arcabouço legal utilizado como parte principal das referências que constituem o presente livro seja utilizado como roteiro para futuras pesquisas e atualização na área. UNIDADE I 1. A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE (PNS) E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) A elaboração e implementação de políticas e programas de saúde no Brasil devem ocorrer em conformidade com a Constituição Federal de 1988 e com a Lei Orgânica da Saúde (Leis 8080/90 e 8142/90) (BRASIL, 1988). Os artigos 196 a 200 da Constituição Federal estabelecem os princípios, diretrizes, bases de financiamento e competências gerais do Sistema Único de Saúde e a Lei 8080/90 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, e sobre a organização e o funcionamento dos serviços. A Lei 8142/90, complementa a Lei 8080/90 especialmente no que se refere à participação popular e às transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. A promulgação da Lei nº 8.142/1990 foi primordial para que a genuína característica pública da Política Nacional de Saúde fosse mantida, pois garantiu a existência e permanência das instâncias consultivas e de participação popular na implementação, gestão e constante processo de construção do SUS por meio dos conselhos e conferências de saúde (BRASIL, 1990a, 1990b). O Sistema Único de Saúde (SUS) diz respeito ao conjunto de diretrizes e ações propostas e regulamentadas pela Política Nacional de Saúde (PNS). Figura 1 – Logomarca do SUS Fonte: Ministério da Saúde.1 Com base nos preceitos constitucionais (BRASIL, 1988), a Lei n. º 8.080/90, considerada LeiOrgânica da Saúde, norteia os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, conforme segue: Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: 1Disponível em: https://images.app.goo.gl/SvsVgd3bPziZYRPq8. Acesso em: 13 ago. 2020. I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; VIII - participação da comunidade; IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população; XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos; XIV - organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei n.º 12.845, de 1º de agosto de 2013. (Redação dada pela Lei n.º 13.427, de 2017) (BRASIL, 1990a). Nesse sentido, o SUS foi construído a partir de princípios que merecem destaque e são fundamentais para sua compreensão e implementação. São os chamados Princípios do SUS e Princípios Organizativos, instituídos conforme veremos a seguir, os quais devem permear e instruir toda e qualquer ação dentro do SUS. Princípios do SUS Figura 2 – Princípios do SUS Fonte: Elaborado pelo autor (2020), baseado em BRASIL (1990a). • O princípio da universalidade preconiza a saúde como direito de cidadania e dever dos governos municipal, estadual e federal e visa garantir que todas as pessoas tenham direito ao atendimento independentemente de cor, raça, religião, local de moradia, situação de emprego, renda etc. Sendo assim, embora exista orientação para que o atendimento ocorra de forma organizada e hierarquizada, qualquer pessoa em território nacional pode e deve ser atendida pelo SUS se assim desejar ou necessitar. Universalidade • Conforme o princípio da equidade, todo cidadão é igual perante ao SUS e será atendido conforme suas necessidades, considerando-se que em cada população existem grupos que vivem de forma diferente, devendo os serviços de saúde trabalhar de acordo com cada necessidade. Sendo assim, o SUS deve tratar desigualmente os desiguais, buscando garantir que a atenção e/ou os recursos sejam ofertados primeiro aos que deles mais necessitam. • O princípio da equidade preconiza que cada território, grupo e/ou indivíduo seja atendido conforme as suas necessidades, o que é fundamental para o sucesso de qualquer política pública no Brasil, considerando a extensão e as características peculiares e tão distintas de cada região. Equidade • A integralidade é o princípio do SUS que visa garantir o atendimento integral da promoção da saúde até a reinserção do indivíduo na sociedade, passando pelas fases de prevenção, proteção e recuperação. • No SUS, o atendimento deve ser integral, com prioridade para as atividades preventivas, mas sem prejuízo dos serviços assistenciais, ou seja, preconiza-se que as ações sejam combinadas e voltadas, ao mesmo tempo, para a prevenção e a cura, deixando claro que o atendimento deve ser feito para a saúde e não somente para a doença. Isso quer dizer que o SUS, atendendo ao princípio da integralidade, deve disponibilizar atenção à saúde em todas as esferas, as quais: promoção, proteção e recuperação. Integralidade Nesse sentido, no caso do Sistema Único de Saúde (SUS), a universalidade supõe acesso igualitário aos serviços e ações de saúde, a equidade possibilita a concretização da justiça e a integralidade requer ações intersetoriais e uma nova governança na gestão de políticas públicas (PAIM e SILVA, 2010). Figura 3 – Princípio da Integralidade Fonte: Elaborado pelo autor (2020), baseado em BRASIL (1990a). No que diz respeito à assistência terapêutica, essa deve ser ofertada integralmente, incluindo imunizações, exames e assistência farmacêutica a todas as patologias e condições de saúde. O propósito do princípio da integralidade é que o indivíduo seja atendido em todas as suas necessidades relativas à saúde e, quando for o caso de ser submetido a tratamento que interrompa as suas atividades normais, que receba atenção necessária para ser reinserido socialmente (BRASIL, 1990a). INTEGRALIDADE Promoção RecuperaçãoProteção Figura 4 – Integralidade do cuidado no SUS Fonte: Elaborado pelo autor, 20202,3,4 Os princípios da Universalidade, Equidade e Integralidade também são conhecidos como princípios doutrinários, conforme anteriormente denominados pelo sistema. Princípios Organizativos Os princípios organizativos, também conhecidos como princípios organizacionais ou administrativos, orientam a organização para implementação, gestão e administração do sistema. São eles (BRASIL, 1990a, 1990b): Regionalização e Hierarquização Descentralização e Comando Único Participação Popular 2Disponível em: https://www.gratispng.com/baixar/hospital.html. Acesso em 05 jun 2020. 3 Disponível em: https://pixabay.com/pt/illustrations/enfermeira-vacina%C3%A7%C3%A3o-menino-2915543/ Acesso em 05 jun 2020. 4 Disponível em: https://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-royalty-free-de-volta-aos-desenhos-animados-coloridos-bo-dos- %C3%ADcones-da-educa%C3%A7%C3%A3o-escolar-image32998737 Acesso em 05 jun 2020. PROMOÇÃO habitação, meio ambiente, educação, entre outras. PROTEÇÃO saneamento básico, imunizações, ações coletivas e preventivas, vigilância à saúde e sanitária, entre outras. RECUPERAÇÃO atendimento médico, odontológico, tratamento e reabilitação para os doentes. file:///C:/Users/Unip/Desktop/Pós%20UNIP%20Saúde%20Pública/LIVROS%20TEXTO/LIVRO%20TEXTO%20Atenção%20Básica/Disponível%20em:%20https:/www.gratispng.com/baixar/hospital.html https://pixabay.com/pt/illustrations/enfermeira-vacina%C3%A7%C3%A3o-menino-2915543/ https://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-royalty-free-de-volta-aos-desenhos-animados-coloridos-bo-dos-%C3%ADcones-da-educa%C3%A7%C3%A3o-escolar-image32998737 https://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-royalty-free-de-volta-aos-desenhos-animados-coloridos-bo-dos-%C3%ADcones-da-educa%C3%A7%C3%A3o-escolar-image32998737 Princípio da REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO O princípio organizacional da regionalização/hierarquização preconiza o território como unidade de trabalho, ou seja, todas as ações são planejadas e programadas a partir das informações eda disponibilidade de serviços do território que será atendido. Nesse sentido, cada território deve ser mapeado e estudado antes de qualquer ação, possibilitando compreendê-lo tanto geograficamente quanto epidemiologicamente, com a finalidade de conhecer as características e necessidades da sua população, bem como a rede serviços disponíveis. De acordo com o Decreto nº 7.508/2011, que regulamenta a Lei Orgânica da Saúde 8.080/1990, ‘Região de Saúde’ é definida como: espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. As Regiões de Saúde são instituídas pelo Estado, em articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite – CIT, podendo ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em articulação com os Municípios (BRASIL, 2011). Conforme o Decreto 7508/2011, uma Região de Saúde para ser instituída deve conter minimamente: I - atenção primária; II - urgência e emergência; III - atenção psicossocial; IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V - vigilância em saúde. As diretrizes gerais para a instituição de Regiões de Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) estão estabelecidas na Resolução nº1 de 29 de setembro de 2011 (BRASIL, 2011b). A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando seu comando unificado, que deve funcionar de forma hierarquizada na região. Os serviços de saúde são organizados em três níveis: nível primário; nível secundário; nível terciário. Nível primário O acesso ao SUS deve ocorrer por intermédio dos serviços do nível primário de atenção, o qual deve resolver grande parte das demandas do SUS, visto que nesse nível encontra-se a maior parte das ações de promoção e prevenção e os serviços de atenção básica que ocorrem nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Saúde da Família (USF). Quando uma questão de saúde não consegue ser resolvida no nível primário, no serviço de Atenção Básica, ocorre o encaminhamento para o nível secundário. Esse encaminhamento para um nível de maior complexidade é o chamado sistema de referência. Nível secundário Atualmente, fazem parte do nível secundário de atenção os seguintes serviços: Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Assistência Médica Ambulatorial – Especialidades (AMA – Especialidades) Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Hospitais de pequeno porte Serviços como AMA, AMA – Especialidades e AME ainda não estão disponíveis em todas as regiões do Brasil. A AMA presta atendimento sem hora marcada e disponibiliza médico clínico geral e pediatra para atender casos de urgência que não trazem risco de morte. Na AMA também são realizados exames mais simples. A AMA – Especialidades recebe pacientes referenciados (encaminhados) pelas UBS e USF para atendimento com especialistas como cardiologistas, endocrinologistas, urologistas, reumatologistas, neurologistas, ortopedistas e angiologistas. Os AMEs são estruturas geridas pelo governo do estado que também recebem pacientes referenciados pelo primeiro nível de atenção e oferecem atendimento por médicos especialistas. Nos AMEs também são realizados vários exames e até pequenas cirurgias. Os pacientes sempre são encaminhados pelas UBS e USF. Essas estruturas de atenção à saúde foram criadas com o objetivo de tratar as demandas menos complexas, evitando a superlotação dos prontos-socorros hospitalares, que devem ser procurados apenas em casos de emergência, quando há risco de morte. As Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) foram criadas com o propósito de dar atenção às urgências e diminuir as filas nos prontos-socorros hospitalares. Propõe concentrar os atendimentos de saúde de complexidade intermediária, compondo uma rede organizada em conjunto com a atenção básica e a atenção hospitalar. Trata-se de programa nacional, de nível intermediário – alocado entre o primeiro e o segundo níveis de atenção –, que atua de forma articulada com a Atenção Básica, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), a Atenção Domiciliar e a Atenção Hospitalar, a fim de possibilitar o melhor funcionamento da rede de atenção às urgências. As UPAs 24h possuem estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação, funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana e podem resolver grande parte das urgências e emergências. O paciente é socorrido pela equipe médica, a qual controla o problema e detalha o diagnóstico, mantendo-o em observação por até 24 horas ou encaminhando-o a um hospital da rede. As questões mais complexas que não são solucionadas no nível secundário são referenciadas ao nível terciário, no qual estão os hospitais de grande porte que atendem às demandas consideradas de alta complexidade. Nível terciário Nos hospitais de grande porte estão os aparelhos e máquinas de alta tecnologia necessários para a realização de diagnósticos e procedimentos invasivos e/ou de maior complexidade, como a realização de cirurgias de alta complexidade, incluindo transplantes de órgãos e tecidos. Princípio da DESCENTRALIZAÇÃO O princípio organizacional da descentralização prevê a redistribuição do poder e das responsabilidades entre os três níveis de governo (municipal, estadual e federal) em que cada esfera é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade. Com a finalidade de garantir a qualidade dos serviços, o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos, ao município cabe a maior responsabilidade na implementação das ações de saúde diretamente voltadas para os seus cidadãos, devendo o Ministério da Saúde fornecer condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para o exercício das funções. Princípio da PARTICIPAÇÃO POPULAR A participação popular é o princípio organizacional garantido pela Constituição Federal, o qual garante que a população participe do processo de formulação das políticas de saúde e do controle de sua execução em todos os níveis, desde o federal até o local. Essa participação deve ocorrer por meio dos conselhos de saúde e das conferências de saúde (BRASIL, 1990b). Conhecer, compreender e utilizar os princípios do SUS é fundamental para todo profissional de saúde e/ou gestor sanitarista. Tal conhecimento os capacita para a tomada de decisão em todos os âmbitos de atuação no sistema. Para operacionalizar as ações e diretrizes propostas pela Política Nacional de Saúde, faz-se necessária a criação de políticas específicas, assim como programas e estratégias, as quais serão mencionadas a seguir. As leis que regulamentam o Sistema Único de Saúde (SUS) estão disponíveis para consulta em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm e http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Lei n.º 8.142, de 29 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Saiba mais http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm 2 POLÍTICAS NACIONAIS DE SAÚDE DO SISTEMA ÚNICODE SAÚDE No ano de 2017, milhares de portarias do Ministério da Saúde foram consolidadas, viabilizando a sistematização das normas em vigor do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo foi facilitar a organização e a disponibilização do arco normativo da saúde, aperfeiçoando a gestão e contribuindo para a transparência, gerando novas portarias, chamadas Portarias de Consolidação, entre as quais destacamos a Portaria de Consolidação nº 2, que trata das políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), mencionadas a seguir (BRASIL, 2017a), as quais operacionalizam as ações e diretrizes propostas pela Política Nacional de Saúde. Das Políticas de Saúde São políticas gerais de promoção, proteção e recuperação da Saúde: Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS); Política Nacional de Vigilância em Saúde; Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados; Política de Saúde Mental; Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN); Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos; Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS). São políticas de controle de doenças e enfrentamento de agravos de saúde: Diretrizes para Vigilância, Atenção e Eliminação da Hanseníase como Problema de Saúde Pública; Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violência; Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio; Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC). São políticas voltadas à saúde de segmentos populacionais: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC); Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde; Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa; Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres (PNAISM); Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem; Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência; Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas; Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora; Política Nacional para a População em Situação de Rua; Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei, em Regime de Internação e Internação Provisória; Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional no Âmbito do SUS (PNAISP). São políticas de promoção da equidade em saúde: Política Nacional de Saúde Integral da População Negra; Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (PNSIPCFA); Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Das Políticas de organização da atenção à saúde São políticas gerais de organização da atenção à saúde: Política Nacional de Atenção Básica (PNAB); Política Nacional de Saúde Bucal (Brasil Sorridente); Política Nacional para os Hospitais de Pequeno Porte; Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP); Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC); Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde; Política Nacional de Medicamentos (PNM); Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF). São políticas de atenção a agravos específicos: Política de Atenção à Saúde das Pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo no âmbito da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; Política Nacional de Atenção Integral em Reprodução Humana Assistida; Política Nacional de Atenção Cardiovascular de Alta Complexidade; Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica; Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Renal; Política Nacional de Atenção de Alta Complexidade em Traumato-Ortopedia; Política Nacional de Atenção em Oftalmologia (PNAO); Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias; Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica; Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras. Das políticas de organização do SUS São políticas de organização do Sistema Único de Saúde (SUS): Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa (ParticipaSUS); Política Nacional de Educação Permanente em Saúde; Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde; Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde; Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS). Conheça na íntegra a Portaria nº 2, de 28 de setembro de 2017, que apresenta a consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html A seguir são destacadas algumas das políticas nacionais que compreendem o arco normativo do SUS na implementação, operacionalização e gestão da Política Nacional de Saúde. 2.1 Política Nacional De Atenção Básica (PNAB) Por exercer o papel de ordenadora das Redes de Atenção à Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), a Atenção Primária à Saúde tem correspondido à principal estratégia para fazer valer o princípio da universalidade desde a criação do SUS, sendo estruturada como primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada do sistema, integrando e coordenando o cuidado à partir das pessoas e do seu território, viabilizando o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde, que inicia-se pelas portas de entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada. A Política Nacional de Atenção Básica foi criada com o propósito de operacionalizar as ações e diretrizes propostas pela Política Nacional de Saúde no âmbito da Atenção Primária à Saúde. A Política Nacional de Atenção Básica, publicada por meio da Portaria n.º 2.436, de 21 setembro de 2017 possui como foco central a Estratégia Saúde da Família, em busca de um modelo assistencial, que alie boa prática clínica, compromisso com a promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos, amplo acesso aos serviços, cuidado multiprofissional interdisciplinar, vinculação aos territórios, participação da comunidade e incidência sobre determinantes sociais (2017b). A primeira Política Nacional de Atenção Básica foi publicada no ano de 2006. Até então a Atenção Básica (ou Atenção Primária à Saúde) era regulada por inúmeras portarias e normas, que apoiavam o processo de descentralização do sistema por meio de incentivos financeiros aos municípios e estados brasileiros. A PNPS de 2006 centralizava-se no objetivo de expandir nacionalmente a Estratégia Saúde da Família como modelo ordenador e prioritário na Atenção Básica, além de estabelecer diretrizes organizacionais, tomando em conta os princípios propostos pelos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão (BRASIL, 2006a). Em 2011 a PNAB passou pela sua primeira revisão. A nova edição reafirmou as diretrizes da edição anterior e trouxe inclusões, entre as quais destacaram-se: Saiba mais http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html . a flexibilização da carga horária da categoria médica, com a possibilidade de trabalho por 20 ou 30 horas semanais, visando suprir o déficit destes profissionais nas equipes (BRASIL, 2011). . a regulamentação das equipes para populações específicas, reconhecendo a importância da ESF no atendimento à população ribeirinha e fluvial, a equipe de Consultório na Rua, o então Núcleo de Apoio a Saúde da Família (Nasf), atual Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Primária (Nasf-AP), o Programa Saúde na Escola (PSE) e a Academia da Saúde para a ampliação do acesso e melhor resolutividadedo SUS (BRASIL, 2006a, 2007, 2008a, 2008b, 2011c, 2011d, 2012). No ano de 2015 iniciaram-se as discussões acerca da revisão da nova PNAB. A atual PNAB foi publicada apenas no ano de 2017 (BRASIL, 2017a). Em relação a edição anterior, a PNAB de 2017 gerou discussões em torno de mudanças como o reconhecimento por meio de incentivo financeiro das equipes de Atenção Básica (eAB) - atualmente denominadas Equipes de Atenção Primária (eAP) - o aumento das atribuições dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e a diminuição nas equipes de SF (eSF), além de sua integração com o ACE (Agente de Combate a Endemias) e de padrões diferenciados para as ações e os serviços de saúde (GOMES et. al 2020). Em 2017 foi publicada a Portaria de Consolidação nº. 2 que consolidou as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), entre as quais a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) (BRASIL, 2017b). As seguintes Portarias de Consolidação também fazem menção às ações de Atenção Primária à Saúde dentro de seu arcabouço legal: Portaria de Consolidação nº 1/2017: compreende portarias relativas aos direitos e deveres dos usuários da saúde Portaria de Consolidação nº 3/2017 compreende portarias relativas às redes do SUS Portaria de Consolidação nº 4/2017 compreende portarias relativas aos sistemas e subsistemas do SUS Portaria de Consolidação nº 5/2017 compreende portarias relativas às ações e serviços de saúde do SUS Portaria de Consolidação nº 6/2017: compreende portarias relativas ao financiamento e transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde do SUS Com o objetivo de ampliar o acesso à Atenção Básica, em maio de 2019 foi publicada a Portaria n.930, instituindo o Programa “Saúde na Hora”, ampliando o horário de funcionamento das Unidades de Saúde da Família (USF), com os objetivos de ampliar a cobertura da eSF, ampliar o número de usuários nas ações e nos serviços promovidos nas USF e reduzir o volume de atendimentos de usuários com condições de saúde de baixo risco em unidades de pronto atendimento e emergências hospitalares (BRASIL, 2019a). As adesões ao Programa “Saúde na Hora” foram desativadas pela Portaria nº99/2020 e posteriormente reestabelecidas por meio da Portaria nº 397 de 16 de março de 2020 (BRASIL, 2020a, 2020b). Em 2019 foi publicada também a medida Provisória que institui o Programa Médicos pelo Brasil, no âmbito da atenção primária à saúde e autoriza o Poder Executivo Federal a instituir serviço social autônomo, denominado Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (ADAPS) (BRASIL, 2019b). Ainda no ano de 2019, foi publicada a portaria nº 2539 que extinguiu as eAB e criou as equipes de Atenção Primária (eAP), que deverão ser compostas minimamente por médicos, preferencialmente especialistas em Medicina de Família e Comunidade (MFC), e enfermeiros, preferencialmente especialistas em SF, além de vedar a substituição de eSF por eAP, sob pena de suspensão da transferência dos incentivos financeiros (BRASIL, 2019c). O Decreto nº 9.795, publicado no dia 17 de maio de 2019, alterou o organograma do Ministério da Saúde, criando a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), a qual abriga três departamentos: o Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES), o Departamento de Saúde da Família (DESF) e o novo Departamento de Promoção da Saúde (DPS) (REIS et al. 2019). Entre os principais compromissos da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) estão (BRASIL, 2019d): (i) ampliação do acesso da população às unidades de saúde da família (ii) definição de um novo modelo de financiamento baseado em resultados em saúde e eficiência (iii) definição de um novo modelo de provimento e formação de médicos para áreas remotas (iv) fortalecimento da clínica e do trabalho em equipe Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 2017 A Política Nacional de Atenção Básica, foi publicada por meio da Portaria n.º 2.436, de 21 setembro de 2017 como resultado das experiências acumuladas pelos profissionais e usuários do SUS ao longo dos anos. Quanto à terminologia até então utilizada para denominar o primeiro nível de atenção à saúde no SUS, a PNAB de 2017 considerou os termos Atenção Básica (AB) e Atenção Primária à Saúde (APS) como termos equivalentes (BRASIL, 2017a). Atenção Básica corresponde ao conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvido por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizado com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. Figura 5 – Áreas da Atenção Básica Fonte: O autor (2020), baseado em BRASIL (2017a) §1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede (BRASIL, 2017a). Nesse sentido, o SUS está organizado para que o usuário procure primeiramente o serviço de Atenção Básica, onde estão instituídos os serviços e ações de promoção e prevenção à saúde, além da rede assistencial do primeiro nível de atenção à saúde. §2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente a todas as pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, considerando os determinantes e condicionantes de saúde (BRASIL, 2017a). Ações de saúde individuais, familiares e coletivas PROMOÇÃO PREVENÇÃO PROTEÇÃO DIAGNÓSTICO TRATAMENTOREABILITAÇÃO REDUÇÃO DE DANOS CUIDADOS PALIATIVOS VIGILÂNCIA EM SAÚDE ATENÇÃO BÁSICA As ações e os serviços de saúde no SUS, em especial na Atenção Básica, são planejados de acordo com as características e necessidades de cada território, considerando as principais questões individuais e coletivas da comunidade onde o serviço está inserido. §3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual, funcional e outras (BRASIL, 2017a). Sendo assim, todo e qualquer indivíduo em território nacional brasileiro possui direito ao atendimento, que adota estratégias específicas para viabilizar o acesso a esse direito, bem como para que sejam minimizadas as desigualdades/iniquidades, evitando a exclusão social por estigmatização ou discriminação de grupos e indivíduos. A Atenção Básica considera a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção integral, incorporar as ações de vigilância em saúde - a qual constitui um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde - além disso, visa o planejamento e a implementação de ações públicas para a proteção da saúde da população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde. Princípios e Diretrizes na Atenção Básica Compõe os princípios e diretrizes do SUS e da Rede de Atenção à Saúde operacionalizados na Atenção Básica: Figura 6 – Princípios e diretrizes na Atenção Básica Fonte: O autor (2020), baseado em BRASIL (2017a) Princípios UNIVERSALIDADE EQUIDADE INTEGRALIDADE Diretrizes REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO TERRITORIALIZAÇÃO E ADSTRIÇÃO POPULAÇÃO ADSCRITA CUIDADO CENTRADO NA PESSOA RESOLUTIVIDADE LONGITUDINALIDADE DO CUIDADO COORDENAÇÃO DO CUIDADO ORDENAÇÃO DA REDE PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE Responsabilidades das Esferas de gestão da Atenção Básica Respeitando o princípio da descentralização no SUS o poder e as responsabilidades naAtenção Básica são distribuídos entre os três níveis de governo (municipal, estadual e federal). Na gestão da Atenção Básica, a autonomia de cada esfera de governo/gestão deve ser respeitada, assim como os princípios do SUS. A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica. A política permite que outras estratégias de Atenção Básica sejam reconhecidas, desde que observados seus princípios e diretrizes, e tenham caráter transitório, devendo ser estimulada sua conversão em estratégia de saúde da família. A integração entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Básica é condição essencial para o alcance de resultados que atendam às necessidades de saúde da população, na ótica da integralidade da atenção à saúde, e visa estabelecer processos de trabalho que considerem os determinantes, os riscos e danos à saúde, na perspectiva da intra e da intersetorialidade. Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção Primária à Saúde, no âmbito do SUS, serão denominados Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidades de Saúde da Família (USF). A denominação Unidade de Saúde da Família (USF) foi instituída pela Portaria 930/2019 e reafirmada pela Portaria 397/2020, a qual estabelece que: . Unidade Básica de Saúde (UBS) são estabelecimentos que não possuem equipe de Saúde da Família. . Unidade de Saúde da Família (USF) são estabelecimentos com pelo menos 1 (uma) equipe de Saúde da Família, com funcionamento mínimo de 40 horas semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano, possibilitando acesso facilitado à população (2020b). Assim como as UBS, todas as USF são consideradas potenciais espaços de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e avaliação tecnológica para a Rede de Atenção à Saúde (2020b). Dentre as principais reponsabilidades na Atenção Básica no âmbito do SUS, comuns a todas as esferas de governo, estabelecidas na Política Nacional de Atenção Básica, podemos destacar a fundamental contribuição para a reorientação do modelo de atenção e de gestão, com base nos princípios e diretrizes anteriormente discutidos, enfatizando a necessidade de apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica. Conheça na íntegra a Política Nacional de Atenção Básica acessando a Portaria nº 2, de 28 de setembro de 2017 em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html Saiba mais http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html 2.2 Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) A Promoção da Saúde é reconhecida internacionalmente como um importante processo para enfrentar os atuais problemas de saúde pública e de desenvolvimento social. Suas abordagens e projetos estão intrinsecamente relacionados aos conceitos de saúde e metas de desenvolvimento social adotados pelas políticas públicas e governos. Historicamente, o referencial teórico da Promoção da Saúde nessa perspectiva surge em 1974, quando Marc Lalonde, o então Ministro do Canadá, passou a considerar que todas as doenças e mortes são determinadas por quatro fatores, os quais: as características biofísicas do indivíduo, o estilo de vida, o ambiente e a organização dos serviços de saúde. As primeiras políticas de promoção da saúde e bases conceituais com enfoque socioambiental e inclusivo foram desenvolvidas a partir das conferências internacionais de Ottawa (Canadá) em 1986, Adelaide (Austrália) em 1988, Sundsvall (Suécia) em 1991 e Jacarta (Indonésia) em 1997. Na América Latina, a Conferência Interamericana de Promoção da Saúde que ocorreu em Bogotá (Colômbia) no ano de 1992 trouxe formalmente o tema para o contexto sub-regional. Outras conferências internacionais subsequentes à Jacarta (1997) contribuíram para a ampliação do campo de observação e da constituição do referencial teórico-metodológico da chamada “nova Promoção da Saúde”, São encontrados diferentes referenciais teóricos para o campo da Promoção da Saúde que algumas vezes são dicotômicos e outras vezes complementares entre si, mas que devem atender às necessidades sociais em saúde de determinada população ou região. A promoção da saúde é uma importante estratégia na área da saúde para desenvolver projetos de emancipação social e consequentemente evitar a exclusão social, o que se viabiliza por meio das ações de empoderamento de indivíduos e grupos. Evidenciando, portanto, que a Promoção da Saúde como uma questão fundamentalmente política. É fundamental considerar os determinantes sociais da saúde no contexto de ação transformadora e de participação social da promoção da saúde, pois conhecer e compreender os DSS é fundamental aos profissionais, em especial aos da saúde, que se propõem a trabalhar sob a perspectiva de um ampliado conceito de saúde. Considerando a fundamental importância da educação em saúde como a principal estratégia no campo da Promoção à Saúde, cabe ao profissional da saúde proporcionar condições para que a educação em saúde como processo político pedagógico ocorra, sendo por meio de comunicação ativa, que viabilize a construção do conhecimento de forma crítica e reflexiva, gerando ações transformadoras que levem o indivíduo à sua autonomia e emancipação como sujeito capaz de tomar as melhores decisões acerca da sua saúde e da sua comunidade. No Brasil, em meio ao processo de redemocratização do país, em 1986, na ocasião da 8ª Conferência Nacional de Saúde, a promoção da saúde já constituía tema de debate e discussão. Instituído de forma universal, preconizando pelo atendimento integral e equânime, o SUS prevê ações de promoção da saúde em todos os níveis de atenção, em especial na atenção básica, mas não exclusivamente. Nesse sentido, extrapolam-se os conceitos de promoção da saúde que se resumem em ações voltadas para mudanças de comportamento individual e volta-se a discussão para as políticas e práticas voltadas para indivíduos e coletividades na perspectiva de empoderar-se para a ação, por meio de trabalho multidisciplinar integrado e em redes, considerando-se as necessidades em saúde da população, de forma articulada e territorial. Para consolidar a prática da promoção da saúde no SUS, foi instituída a primeira formulação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) por meio da Portaria MS/GM nº 687, de 30 de março de 2006 (BRASIL, 2006b). No ano de 2014 foi concluída a mais recente revisão da PNPS por meio de processo desencadeado pelo Ministério da Saúde e coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e com o Grupo Temático de Promoção da Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e como exige um processo de revisão de uma política genuinamente pública, ocorreu de forma ampla, democrática e participativa, com o envolvimento de gestores, trabalhadores, conselheiros, representantes de movimentos sociais e profissionais de instituições de ensino superior, além da participação de representantes de instituições fora do setor Saúde comprometidos com ações de promoção da saúde das cinco regiões brasileiras. Essa revisão aprimorada e atualizada, foi motivada pelos novos desafios e compromissos nos contextos nacional e internacional e redefiniu a PNPS por meio da Portaria nº 2.446, de 11 de novembro de 2014. De forma complementar às Redes de Atenção à Saúde, a PNPS necessita articular suas ações com as demais redes, como a de proteção social, da qual a saúde faz parte, com a assistência e com a previdência social. A Política considera, ainda, que os demais setores e instituições são fundamentais para a produção de saúde e do seu cuidado (BRASIL, 2014). A PNPS ratificou o compromisso do Estado brasileiro coma ampliação e a qualificação de ações de promoção da saúde nos serviços e na gestão do SUS. A partir de então, foi inserida na agenda estratégica dos gestores do SUS e nos Planos Nacionais de Saúde subsequentes, ampliando as possibilidades das políticas públicas existentes (BRASIL, 2014). Está fundamentada no SUS, no conceito ampliado de saúde e no referencial teórico da promoção da saúde, evidenciando a necessidade de articulação com outras políticas públicas para o seu fortalecimento, com o imperativo da participação social e dos movimentos populares, assumindo a impossibilidade de que o setor Sanitário responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da saúde. Tendo como foco a equidade, a melhoria das condições e dos modos de viver e a afirmação do direito à vida e à saúde, a PNPS publicada em 2014 trouxe objetivos, princípios, valores, diretrizes, temas transversais, estratégias operacionais, responsabilidades e temas prioritários, reformulados e atualizados em consonância com as reflexões dos movimentos no âmbito da promoção da saúde (BRASIL, 2014). Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) 2014 Valores e Princípios A PNPS reconhece a subjetividade das pessoas e dos coletivos no processo de atenção e cuidado em defesa da saúde e da vida, considera a solidariedade, a felicidade, a ética, o respeito às diversidades, a humanização, a corresponsabilidade, a justiça e a inclusão social como valores fundantes no processo de sua concretização e adota como princípios a equidade, a participação social, a autonomia, o empoderamento, a intersetorialidade, a intrasetorialidade, a sustentabilidade, a integralidade e a territorialidade. Objetivos da PNPS O objetivo geral da PNPS é “Promover a equidade e a melhoria das condições e dos modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais” (BRASIL, 2014). Constituem objetivos específicos da PNPS (BRASIL, 2014): I. Estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do cuidado na Rede de Atenção à Saúde, articulada às demais redes de proteção social. II. Contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde centradas na equidade, na participação e no controle social, a fim de reduzir as desigualdades sistemáticas, injustas e evitáveis, respeitando as diferenças de classe social, de gênero, de orientação sexual e a identidade de gênero; entre gerações; étnico-raciais; culturais; territoriais; e relacionadas às pessoas com deficiências e necessidades especiais. III. Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade; o desenvolvimento seguro, saudável e sustentável. IV. Promover a cultura da paz em comunidades, territórios e municípios. V. Apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e ambientes saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano e ao bem-viver. VI. Valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas integrativas e complementares. VII. Promover o empoderamento e a capacidade para a tomada de decisão, e também a autonomia de sujeitos e de coletividades, por meio do desenvolvimento de habilidades pessoais e de competências em promoção e defesa da saúde e da vida. VIII. Promover processos de educação, de formação profissional e de capacitação específicos em promoção da saúde, de acordo com os princípios e os valores expressos nesta Política, para trabalhadores, gestores e cidadãos. IX. Estabelecer estratégias de comunicação social e de mídia direcionadas tanto ao fortalecimento dos princípios e das ações em promoção da saúde quanto à defesa de políticas públicas saudáveis. X. Estimular a pesquisa, a produção e a difusão de conhecimentos e de estratégias inovadoras no âmbito das ações de promoção da saúde. XI. Promover meios para a inclusão e a qualificação do registro de atividades de promoção da saúde e da equidade nos sistemas de informação e de inquéritos, permitindo a análise, o monitoramento, a avaliação e o financiamento das ações. XII. Fomentar discussões sobre os modos de consumo e de produção que estejam em conflito de interesses com os princípios e com os valores da promoção da saúde e que aumentem vulnerabilidades e riscos à saúde. XIII. Contribuir para a articulação de políticas públicas inter e intrassetoriais com as agendas nacionais e internacionais. Diretrizes da PNPS As diretrizes enumeradas e descritas a seguir fundamentam as ações das PNPS e explicitam as suas finalidades. I. O estímulo à cooperação e à articulação intrassetorial e intersetorial para ampliar a atuação sobre determinantes e condicionantes da saúde. II. O fomento ao planejamento de ações territorializadas de promoção da saúde com base no reconhecimento de contextos locais e no respeito às diversidades, a fim de favorecer a construção de espaços de produção social, ambientes saudáveis e a busca da equidade, da garantia dos direitos humanos e da justiça social. III. O incentivo à gestão democrática, participativa e transparente para fortalecer a participação, o controle social e as corresponsabilidades de sujeitos, coletividades, instituições e de esferas governamentais e da sociedade civil. IV. A ampliação da governança no desenvolvimento de ações de promoção da saúde que sejam sustentáveis nas dimensões política, social, cultural, econômica e ambiental. V. O estímulo à pesquisa, à produção e à difusão de experiências, conhecimentos e evidências que apoiem a tomada de decisão, a autonomia, o empoderamento coletivo e a construção compartilhada de ações de promoção da saúde. VI. O apoio à formação e à educação permanente em promoção da saúde para ampliar o compromisso e a capacidade crítica e reflexiva dos gestores e trabalhadores de saúde, bem como o incentivo ao aperfeiçoamento de habilidades individuais e coletivas para fortalecer o desenvolvimento humano sustentável. VII. A incorporação das intervenções de promoção da saúde no modelo de atenção à saúde, especialmente no cotidiano dos serviços de atenção básica em saúde, por meio de ações intersetoriais. VIII. A organização dos processos de gestão e de planejamento das variadas ações intersetoriais, como forma de fortalecer e promover a implantação da PNPS na Rede de Atenção à Saúde (RAS), de modo transversal e integrado, compondo compromissos e corresponsabilidades para reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde vinculados aos determinantes sociais. Temas transversais Em consonância com os princípios e os valores do SUS e da PNPS, a formulação de agendas de promoção da saúde e a adoção de estratégias e temas prioritários, baseiam-se nos seguintes temas transversais: Figura 7 – Temas transversais para formulação de agendas e adoção de estratégias em Promoção da Saúde Fonte: O autor (2020), baseado em BRASIL (2014) Determinantes Sociais da Saúde (DSS), equidade e respeito à diversidade: Significa identificar as diferenças nas condições e nas oportunidades de vida, buscando alocar recursos e esforços para a redução das desigualdades injustas e evitáveis, por meio do diálogo entre os saberes técnicos e populares. Desenvolvimento sustentável: Refere-se a dar visibilidade aos modos de consumo e de produção relacionados ao tema priorizado, mapeando possibilidades de intervir naqueles que sejam deletérios à saúde, adequando tecnologias e potencialidades de acordo com as especificidades locais, sem comprometer as necessidades futuras. Produção de saúde e cuidado: Representa incorporar o tema na lógica de redes que favoreçam práticas de cuidado humanizadas, pautadas nas necessidades locais, de modo que reforcem a ação comunitária, a participação e o controle social, e que promovam o reconhecimento e o diálogo entre as diversas formas do saber (popular, tradicional e científico), construindopráticas pautadas na integralidade do cuidado e da saúde. Significa, também, vincular o tema a uma concepção de saúde ampliada, considerando o papel e a organização dos diferentes setores e atores que, de forma integrada e articulada, por meio de objetivos comuns, atuem na promoção da saúde. Ambientes e territórios saudáveis: Significa relacionar o tema priorizado com os ambientes e os territórios de vida e de trabalho das pessoas e das coletividades, identificando oportunidades de inclusão da promoção da saúde nas ações e atividades desenvolvidas, de maneira participativa e dialógica. Vida no trabalho: Compreende interrelacionar o tema priorizado com o trabalho formal e não formal e com os distintos setores da economia (primário, secundário e terciário), considerando os espaços urbano e Determinantes Sociais da Saúde (DSS), equidade e respeito à diversidade Desenvolvimento sustentável Produção de saúde e cuidado Ambientes e territórios saudáveis Vida no trabalho Cultura de paz e direitos humanos rural e identificando oportunidades de operacionalização na lógica da promoção da saúde para ações e atividades desenvolvidas nos distintos locais, de maneira participativa e dialógica. Cultura da paz e direitos humanos: Consiste em criar oportunidades de convivência, de solidariedade, de respeito à vida e de fortalecimento de vínculos, desenvolvendo tecnologias sociais que favoreçam a mediação de conflitos diante de situações de tensão social, garantindo os direitos humanos e as liberdades fundamentais, reduzindo as violências e construindo práticas solidárias e da cultura de paz (BRASIL, 2014). Eixos operacionais Figura 8 - Eixos operacionais estratégicos para concretizar as ações de Promoção da Saúde Fonte: O autor (2020), baseado em BRASIL (2014) Territorialização •A regionalização é uma diretriz do SUS e um eixo estruturante com o fim de orientar a descentralização das ações e dos serviços de saúde e de organizar a Rede de Atenção à Saúde. O processo de regionalização considera a abrangência das regiões de saúde e sua articulação com os equipamentos sociais nos territórios. Também observa as pactuações interfederativas, a definição de parâmetros de escala e de acesso e a execução de ações que identifiquem singularidades territoriais para o desenvolvimento de políticas, programas e intervenções, ampliando as ações de promoção à saúde e contribuindo para fortalecer as identidades regionais. Articulação e cooperação intrassetorial e intersetorial •Compartilhamento de planos, de metas, de recursos e de objetivos comuns entre os diferentes setores e entre diferentes áreas do mesmo setor. Rede de Atenção à Saúde •Transversalizar a promoção na Rede de Atenção à Saúde, favorecendo práticas de cuidado humanizadas, pautadas nas necessidades locais, na integralidade do cuidado, articulando-se com todos os equipamentos de produção da saúde do território, como atenção básica, redes prioritárias, vigilância em saúde, entre outros. Articular a Rede de Atenção à Saúde com as demais redes de proteção social, vinculando o tema a uma concepção de saúde ampliada, considerando o papel e a organização dos diferentes setores e atores que, de forma integrada e articulada, por meio de objetivos comuns, atuem na promoção da saúde. Participação e controle social •Ampliação da representação e da inclusão de sujeitos na elaboração de políticas públicas e nas decisões relevantes que afetam a vida dos indivíduos, da comunidade e dos seus contextos. Gestão •Priorização de processos democráticos e participativos de regulação e controle, de planejamento, de monitoramento, de avaliação, de financiamento e de comunicação. Educação e formação • Incentivo à atitude permanente de aprendizagem sustentada em processos pedagógicos problematizadores, dialógicos, libertadores, emancipatórios e críticos. Vigilância, monitoramento e avaliação •Utilização de múltiplas abordagens na geração e na análise de informações sobre as condições de saúde de sujeitos e de grupos populacionais para subsidiar decisões, intervenções, e para implantar políticas públicas de saúde e de qualidade de vida. Produção e disseminação de conhecimentos e saberes •Estímulo a uma atitude reflexiva e resolutiva sobre problemas, necessidades e potencialidades dos coletivos em cogestão, compartilhando e divulgando os resultados, de maneira ampla, com a coletividade. Comunicação social e mídia •Uso das diversas expressões comunicacionais, formais e populares para favorecer a escuta e a vocalização dos distintos grupos envolvidos, contemplando informações sobre o planejamento, a execução, os resultados, os impactos, a eficiência, a eficácia, a efetividade e os benefícios das ações. Conheça na íntegra a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) acessando a Portaria nº 2, de 28 de setembro de 2017 em: • http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_20 17.html Conheça mais sobre as Cartas e Declarações internacionais de Promoção da Saúde acessando os seguintes links: • https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf • https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_mexico_2000. pdf • https://www.ufpe.br/documents/39050/632249/Carta+de+Bangkok.pdf/ b84492d6-a05e-4b6a-995c-080489a9b571 • http://www.iasaude.pt/attachments/article/66/Carta_de_BangKoK- 2005.pdf • https://www.who.int/healthpromotion/conferences/9gchp/shanghai- declaration.pdf?ua=1 • https://www.who.int/healthpromotion/conferences/9gchp/9gchp-mayors- consensus-healthy-cities.pdf?ua=1 Saiba mais http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_mexico_2000.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_mexico_2000.pdf https://www.ufpe.br/documents/39050/632249/Carta+de+Bangkok.pdf/b84492d6-a05e-4b6a-995c-080489a9b571 https://www.ufpe.br/documents/39050/632249/Carta+de+Bangkok.pdf/b84492d6-a05e-4b6a-995c-080489a9b571 http://www.iasaude.pt/attachments/article/66/Carta_de_BangKoK-2005.pdf http://www.iasaude.pt/attachments/article/66/Carta_de_BangKoK-2005.pdf https://www.who.int/healthpromotion/conferences/9gchp/shanghai-declaration.pdf?ua=1 https://www.who.int/healthpromotion/conferences/9gchp/shanghai-declaration.pdf?ua=1 https://www.who.int/healthpromotion/conferences/9gchp/9gchp-mayors-consensus-healthy-cities.pdf?ua=1 https://www.who.int/healthpromotion/conferences/9gchp/9gchp-mayors-consensus-healthy-cities.pdf?ua=1
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