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17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 1/31 ECONOMIA INTERNACIONAL CAPÍTULO 3 - BALANÇO DE PAGAMENTOS E POLÍTICA COMERCIAL – QUAIS AS RELAÇÕES ENTRE A ECONOMIA INTERNACIONAL E A MACROECONOMIA? José Tadeu de Almeida 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 2/31 Introdução Para começar a falar sobre o balanço de pagamentos, vamos nos posicionar diante de notícias atuais. Os portais de notícias relataram, em 2018, os efeitos negativos da guerra comercial desencadeada entre Estados Unidos e China, por conta das tarifas aplicadas às importações chinesas, afetando o comércio em escala global. Para refletir sobre isso, passamos por alguns questionamentos: qual a ligação entre o crescimento econômico de um país e as suas articulações no âmbito do comércio? A abertura de uma economia às relações comerciais com o resto do mundo apresenta somente efeitos positivos, ou também negativos? Além disso, sempre precisamos trazer esse cenário macroeconômico para a nossa realidade. Quais as relações comerciais que o Brasil mantém com o resto do mundo? A Economia Internacional, como se nota, é uma disciplina que apresenta sinergia com outros importantes referenciais teóricos das Ciências Econômicas, como a Macroeconomia. Ela opera com o conceito de Balanço de Pagamentos e do Modelo IS/LM/BP, e com a Economia Industrial, no âmbito da construção de políticas econômicas voltadas para a promoção à industrialização e à exportação de produtos. Acompanhe o conteúdo com atenção e bons estudos! 3.1 Balanço de pagamentos e economia aberta Em circunstâncias normais, uma nação não é inteiramente autossuficiente, produzindo todos os bens necessários para a reprodução de sua sociedade. Mesmo economias extremamente avessas ao capital externo, como a Coreia do Norte, por exemplo, mantêm algum tipo de relação internacional (no exemplo citado, com a China especialmente). Sendo assim, é importante analisar como estas políticas de comércio interferem na renda geral e na produção desta economia. Para isso, vamos utilizar o conceito de Balanço de Pagamentos, por meio de suas diferentes dimensões (devendo-se citar, em especial, a Balança Comercial e de Serviços). Assim, podemos resgatar um modelo teórico muito utilizado na economia, o modelo Mundell-Fleming, conhecido também como modelo IS-LM-BP. 3.1.1 Balanço de Pagamentos O Balanço de Pagamentos (BP) é o registro detalhado de todas as transações de um país com o resto do mundo. É pela análise do BP que temos o controle de todos os recebimentos e pagamentos deste país com o exterior. Este Balanço é composto por dois principais grupos de contas: a Conta Corrente e a Conta de Capital. A soma dos resultados destas contas permite obter o saldo no Balanço de Pagamentos (ou Saldo em BP) (BLANCHARD, 2008). Mencionamos “principais grupos de contas”, pois há também outras duas contas, a Conta Financeira, e os Erros e Omissões, que ajustam o saldo final do BP de acordo com sua identidade fundamental, que será discutida adiante. A Conta Corrente, ou de Transações Correntes (TC) relaciona as operações que um país realiza com outros países, instituições e agentes particulares, sendo formada por três categorias. Falaremos sobre cada uma delas na interação a seguir. Clique para ler. 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 3/31 O saldo, ou a soma de resultados destas três contas gera o balanço de transações correntes (TC), ou simplificando, o saldo em conta corrente (PAULANI; BRAGA, 2013). A Conta Capital, por sua vez, registra as movimentações de capital que são realizadas entre países e seus sistemas econômicos. Todos os bens e serviços adquiridos no exterior, ou que são exportados, devem ser pagos; estes saldos são alocados na Conta Capital. Assim como a conta corrente, ela é formada por três variáveis. Clique na interação a seguir para conhecê-las. Vamos verificar a situação do Balanço de Pagamentos no caso brasileiro. Em Outubro de 2018, houve um saldo positivo de BP em TC no valor de US$ 329 milhões, que foi resultado, em parte, pelo superávit comercial registrado no mês, com valor igual a US$ 5,4 bilhões (BCB, 2018). As exportações cresceram 16,6% e as importações cresceram 18,7%, em relação ao mesmo mês de 2017. Os saldos comerciais acumulados de janeiro até outubro demonstram crescimento de 8,5% nas exportações e de 22% nas importações, o que contribui para a redução do saldo comercial, que ainda assim, mantém-se positivo. O balanço de serviços teve um déficit igual a US$ 3,1 bilhões no mesmo período, resultado este gerado, especialmente, por conta do aumento com gastos de aluguel de equipamentos e serviços de transporte. A depreciação cambial (aumento do preço da moeda estrangeira) ajudou na redução dos gastos com viagens de As atividades de importação e exportação de bens são registradas na primeira conta, a Balança Comercial. Quando as importações excedem as exportações (havendo déficit comercial), a economia desembolsa mais recursos para pagá-las, do que recebe com as exportações. Mas quando as exportações é que são mais expressivas, há superávit comercial, e a economia acumula pagamentos do setor externo por seus produtos. A primeira demonstra a remuneração/pagamento dos bens exportados ou importados (excluindo-se as transferências unilaterais). 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 4/31 brasileiros ao exterior, no montante de 2,2% (BCB, 2018). O saldo final do Balanço de Pagamentos em outubro foi de US$ 864 milhões. É um resultado superavitário, que permite que o país acumule recursos com suas transações com o resto do mundo (as chamadas reservas internacionais). No entanto, entre janeiro e outubro de 2018, o saldo é negativo, em US$ 10,867 bilhões. Isto faz com que as reservas acumuladas em períodos anteriores tenham de ser usadas para financiar o saldo negativo no BP, ou que a economia busque outras fontes de financiamento, como empréstimos junto a instituições multilaterais como o FMI; discutiremos melhor a questão dos saldos em BP nas próximas seções. 3.1.2 Cenário de uma economia aberta Quando falamos em abertura econômica nos referimos ao fato de uma economia realizar transações com o exterior, como discutimos. Isso faz com que o Balanço de Pagamentos apresente saldos positivos ou negativos, a depender das características da economia. Vamos, então, resgatar alguns elementos principais do modelo IS/LM/BP. Esse modelo correlaciona as condições de criação de renda e produto em uma economia com a taxa de juros. Ou seja, a taxa de juros praticada (que é a remuneração pelo investimento dos agentes) determina o grau de atividade econômica e a geração de produção. O modelo permite, dessa forma, avaliar os resultados da política econômica, em função dos seus agregados macroeconômicos mais importantes (LOPES; VASCONCELLOS, 2008). O equilíbrio no mercado de bens e serviços é demonstrado pela Curva IS (investment – saving, investimento- poupança). Esta curva evidencia o lado real da economia, por meio da combinação entre o Consumo (C), o Investimento (I), e os gastos do governo, ou do Estado (G). Deste modo, a equação que se segue, demonstra a geração da Curva IS: A Curva LM (Liquidity preference / Money supply, ou preferência pela liquidez/oferta de moeda) mostra como o equilíbrio é atingido no mercado monetário mediante a oferta e demanda por moeda, de acordo com esta equação: VOCÊ SABIA? O modelo IS-LM foi criado na década de 1930 pelos economistas John Hicks e Alvin Hansen, e foi intensamente utilizado pelos formuladores de política econômica ao longo do século XX,na busca pelo equilíbrio do mercado interno (BLANCHARD, 2008). 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 5/31 A equação nos mostra que as condições do mercado monetário são influenciadas pelo montante em circulação de moeda real (M/P) – uma razão entre a moeda em posse dos agentes, e o nível geral de preços internos –, que deve ser igual à demanda por moeda, dada em função da taxa de juros (i) e do nível de renda/produto Y. A oferta de moeda é um processo exógeno, dependendo das autoridades monetárias do país, ou seja, não está determinada por fatores presentes no modelo (BLANCHARD, 2008). Este equilíbrio demonstrado pela Curva IS/LM é um equilíbrio de curto prazo, e é inerente a economias fechadas. Em casos onde a economia realiza transações com o resto do mundo, deve-se incorporar a Curva BP, que demonstra o Balanço de Pagamentos a partir dos saldos em Conta Corrente e Conta Capital. A determinação dos saldos em transações correntes, no caso de uma abertura econômica, dependerá da conjuntura econômica nacional e internacional. Quando um produto é exportado, ele está sendo adquirido por um agente estrangeiro, logo, a renda destes agentes – que é a renda disponível no exterior – determina o fluxo de exportações. Deduzimos, portanto, que as exportações (X) de um bem dependem dos preços do mercado internacional (P*), dos preços nacionais (P), e da renda dos agentes no exterior (Y*) Se os bens produzidos internamente tiverem seu preço P aumentado, os produtos estrangeiros, com preço em moeda estrangeira P*, tornam-se mais competitivos, reduzindo o volume de exportações, e vice-versa. Se a renda dos agentes externos aumentar, a exportação aumenta na mesma proporção. As importações também são determinadas pelos preços internos e externos; no entanto, dependem da renda interna, de modo que o aumento na renda interna gera elevação das importações: Pela soma entre Conta Corrente (TC), que é dependente do produto interno Y e da Conta Capital (MK), dependente da taxa de juros real (r), obtém-se o saldo no balanço de pagamentos: Se há equilíbrio em BP, a soma entre TC e MK é igual a zero. Se, portanto, há um déficit em uma conta, ele precisará ser financiado por saldos positivos na outra conta para se atingir o equilíbrio no BP (LOPES; VASCONCELLOS, 2008). Vale destacar que o Balanço de Pagamentos funciona como qualquer outro registro contábil, ou seja, toda transação com o exterior tem duas dimensões, uma como crédito, e a sua contrapartida como débito, ou vice-versa. Ou seja, as entradas em uma conta do BP deverão apresentar uma contrapartida compensatória em outra conta do Balanço, garantindo a sua identidade fundamental, a de que os saldos devem ser iguais a zero: Quando a identidade fundamental não é alcançada, é provável que distorções eventuais tenham afetado o resultado, sendo descritas no lançamento “Erros e Omissões”. Em caso de uma economia aberta que não apresenta mobilidade de capitais, o modelo IS/LM/BP em equilíbrio é dado da seguinte forma: 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 6/31 Neste caso, uma “abertura econômica”, portanto, pode impactar a economia na medida em que oscilem os níveis de preço e renda internos e externos. Se desejamos verificar os efeitos de uma abertura econômica e os resultados da balança de serviços e das transferências unilaterais não forem relevantes, logo, a Curva BP depende do saldo comercial: caso a renda da população aumente, o consumo irá aumentar, promovendo as importações e deslocando a Curva IS para a direita, com diminuição de saldos comerciais e déficit em transações correntes. À esquerda da Curva BP, seus pontos indicam superávits, gerados com o aumento das exportações e redução do consumo interno. Observa-se, assim, que na interseção entre as curvas IS, LM e BP, será atingido o equilíbrio nos mercados interno e externo (LOPES; VASCONCELLOS, 2008). Figura 1 - Modelo IS/LM/BP sem mobilidade de capitais. Fonte: LOPES; VASCONCELLOS, 2008, p. 262. 3.2 Instrumentos da política comercial 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 7/31 O modelo IS-LM-BP apresenta os efeitos de uma abertura econômica e de uma política comercial para países que não realizam nenhum tipo de intervenção sobre a realidade de seu comércio. Caso uma nação resolva aplicar uma tarifa alfandegária ou um subsídio à exportação, os resultados são alterados na medida que podem implicar em ações de outros países, desencadeando “guerras comerciais” de resultado imprevisível para a economia como um todo. Deste modo, os países podem ser favorecidos ou prejudicados, como vem ocorrendo com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, por exemplo. Neste caso, torna-se conveniente entender os diferentes processos que regem a política comercial, e quais dessas medidas são aplicadas pelo Brasil. 3.2.1 Subsídios, RVEs e política comercial do Brasil Um subsídio é um auxílio oferecido por um agente com o objetivo de beneficiar outro. Os subsídios à exportação configuram-se, portanto, como auxílios dados pelo Estado aos produtores que desejam exportar. Tais subsídios são um dos instrumentos que o Estado tem à disposição para executar a política comercial. Essas políticas de subsídios à exportação convergem para um único objetivo: reduzir os preços dos bens nacionais, tornando-os competitivos para exportação. Sem esse auxílio, provavelmente o produto nacional não teria condições de concorrer no cenário internacional, não havendo comércio exterior. Entretanto, esses subsídios podem ter efeitos negativos. O primeiro é desequilibrar o mercado, introduzindo um produto a um preço artificial, que poderá ser mantido apenas na proporção em que o Estado tenha condições de sustentá-lo (KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015). Outro efeito é o de estimular comportamentos retaliatórios, como a criação de barreiras internacionais ao comércio dos produtos subsidiados, desfavorecendo sua produção. Podemos também discutir instrumentos de política comercial a partir da perspectiva das importações. O mecanismo mais simples e clássico é o estabelecimento de barreiras ao comércio, que podem ser tarifárias ou não- tarifárias (CARMO; MARIANO, 2016). Clique nos itens a seguir para saber sobre elas. Barreiras tarifárias São formadas a partir de tarifas aduaneiras, impostos que incidem sobre a importação, encarecend estes produtos. VOCÊ SABIA? A Política Comercial abrange as relações comerciais, em bens e serviços, que um país estabelece com o resto do mundo, de acordo com a sua estrutura social e necessidades de importação e exportação destes produtos para a promoção de seu crescimento e desenvolvimento econômico (KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015). • 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 8/31 Barreiras não-tarifárias São processos que não estabelecem impostos diretos, e que podem ser exemplificadas por quotas importação e restrições voluntárias à exportação. Um outro instrumento de política comercial, neste sentido, é o estabelecimento de quotas de importação: tratam-se de limites diretos ao montante de um bem (a sua quantidade) que pode ser importada por um dado país. O governo não se beneficia diretamente da quota, pois não recolhe tarifas alfandegárias. Processo igualmente dispendioso é a restrição voluntária à exportação (RVE). Neste caso, ao invés do importador definir limites a importar, é o país exportador que impõe limites ao quanto ele poderá vender para outro país. Este processo é mais dispendioso que as quotas, na medida que as exportações estão sendo recebidas sem tarifa aduaneira específica, demodo que o país importador sai igualmente prejudicado (KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015). Podemos entender os efeitos de uma tarifa aduaneira sobre o comércio (para o caso de um país grande, cuja economia tem condições de influenciar o preço do comércio internacional) na perspectiva teórica de um modelo simples de oferta e demanda. Acompanhe no gráfico a seguir. • 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 9/31 Figura 2 - Efeitos de tarifas aduaneiras sobre o comércio bilateral. Fonte: KRUGMAN; OBSTFELD, MELITZ, 2015, p. 167. 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 10/31 Quando uma economia tem condições de afetar a estrutura de comércio internacional por meio da aplicação de medidas de proteção a seu mercado, os efeitos gerais dessas medidas têm a tendência de distorcer o equilíbrio do mercado, prejudicando consumidores e beneficiando proprietários de recursos produtivos, além de gerar uma receita para o governo cujo alcance é afetado pela perda de eficiência do próprio mercado (KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015). 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 11/31 E então, pode-se perguntar: quem se beneficia e quem perde na existência de uma tarifa aduaneira? Clique na interação a seguir para ver! CASO Suponha que Portugal aplica uma tarifa aduaneira sobre tecidos ingleses. Sob condições de livre comércio, o equilíbrio entre oferta e demanda faria com que o preço deste produto fosse igual a P , o preço praticado no mercado internacional. Com a tarifa, os exportadores ingleses não enviarão tecidos a Portugal, a não ser que o preço de venda consiga superar o valor do imposto t. Mas, se as vendas não forem realizadas, haverá um aumento na demanda em Portugal, fazendo com que o preço do tecido no mercado português suba até P . E o preço dos tecidos na Inglaterra tenderá a cair até P , por conta do excesso de oferta decorrente da queda no comércio de exportação. Perceba o descompasso entre oferta e demanda: a produção interna de tecidos portugueses será aumentada e ofertada ao preço maior (da posição S para a posição S ), mas seus consumidores demandarão menos, com a queda de importações (a demanda sai da posição D para a posição D ). Os ingleses terão um excesso de oferta por conta da queda nas importações, reduzindo o preço do produto para P . w T * T 1 2 1 2 * T Os produtores nacionais se beneficiam, pois recebem receita maior, com o aumento de preços decorrente da tarifa, o chamado excedente do produtor, que é a área a, no gráfico visto anteriormente, acima da curva de oferta, e abaixo da linha de preço. Com a venda do produto estrangeiro a um preço maior, devido à cobrança do imposto sobre o produto importado, o produtor nacional passará a cobrar mais pela venda de seu produto nacional, pois conseguirá competir com o produto estrangeiro (cujo preço foi aumentado artificialmente, com a imposição da tarifa). Os consumidores têm de comprar a preços mais elevados, o que afeta o excedente do consumidor – a queda corresponde à área a + b + c + d, no gráfico visto anteriormente, abaixo da curva de demanda e acima da linha de preço. Ou seja, com o aumento do preço devido à cobrança de tarifa, há redução na 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 12/31 Ou, na forma gráfica: (a + b + c + d) – a – (c + e) = b + d – e Os triângulos b e d representam a perda de eficiência do mercado, pois haverá exportadores que deixam de enviar produtos, e indivíduos que deixam de consumir. Ademais, haverá aumento da produção interna, que mostra-se mais ineficiente que a externa, gerando perda de eficiência (recursos serão empregados de forma menos eficiente na economia doméstica do que seriam se houvesse livre comércio). O retângulo e, por sua vez, mostra os termos de ganho do comércio, gerados pela queda de preços de exportação com a tarifa aduaneira. O Brasil vem encaminhando medidas relativas ao comércio exterior desde o início de sua história como nação independente, tais como as tarifas protetivas de 1844 (a chamada Tarifa Alves Branco) (BUENO, 2010). A partir da década de 1960, o Brasil buscou reforçar os aspectos comerciais com os países sul-americanos, por meio de instituições multilaterais como a ALALC (Associação Latino-americana de Livre Comércio), em 1960, e a ALADI (Associação Latino-americana de Integração), pelo Tratado de Montevidéu, em 1980, e que está vigente ainda hoje. As graves crises econômicas vivenciadas pela economia brasileira na década de 1980 e início da década de 1990 impediram, porém, a concretização mais efetiva das iniciativas de criação de mercados comuns. demanda (menos consumidores estarão dispostos a comprar nestas condições), além do que, os que comprarem, pagarão mais. O governo, por sua vez, recolhe uma receita correspondente à tarifa t multiplicada pelo volume de importações, que é o saldo entre a quantidade demandada internamente D2, e a quantidade produzida internamente S2. Como t = - , temos que a receita do governo é igual à área c + e. Observamos, portanto, a tendência geral de uma tarifa aduaneira: consumidores perdem, produtores internos ganham, o governo recebe receitas. VOCÊ O CONHECE? Manuel Alves Branco, 2º Visconde de Caravelas (1797-1855) foi ministro da Fazenda no período imperial. Sob sua gestão, o governo implementou um imposto de 30% sobre os produtos importados que não tivessem itens similares fabricados no Brasil, e com alíquota de 60% sobre os produtos com similares nacionais. 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 13/31 Nesta época, o governo ainda mantinha medidas restritivas ao comércio em diferentes setores, como o automotivo e o de informática, restringindo fortemente, até 1990, a entrada de carros e computadores no país, o que atrasou sensivelmente o desenvolvimento do setor de telecomunicações, com efeitos gerais no setor de serviços (CERVO, 1997). Na década de 1990, dois eventos importantes ocorreram: a abertura comercial da economia brasileira, no governo Collor (viabilizando a importação de diferentes grupos de bens, sobretudo de alto valor agregado, como computadores, automóveis e eletrônicos) e o Plano Real, com a estabilização da economia e a promoção de uma taxa de câmbio valorizada, que viabilizou fluxos de importação (CASTRO, 2016). Em 2004, durante o governo Lula, foi lançada a PITCE (Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior), para dar fomento ao setor industrial como chave para a política comercial, que foi diretamente afetada pela crise política interna (com escândalos como o mensalão) e pela conjuntura econômica externa, à beira da crise de 2008. Desde aquele período, o governo brasileiro substituiu sua política comercial no âmbito setorial, por um processo de apoio a empresas líderes em seus setores (como telecomunicações, petroquímica e agronegócio), a serem apoiadas por grandes empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), subsidiadas a juros baixos. A política comercial deixou de relevar o desenvolvimento integrado da base industrial brasileira. Com a crise desencadeada a partir de 2015, essa falha ficou clara, mediante a sucessiva quebra de empresas e aumento do desemprego. VOCÊ QUER LER? A estratégia de eleição de campeãs nacionais, a partir da década de 2000 como líderes do comércio exterior é discutida pelo artigo de Leandro Bruno Santos (2015) denominado “Políticas públicas e internacionalização de empresas brasileiras”. Acesse: <http://www.scielo.br/pdf/sn/v27n1/0103-1570-sn-27-1-0037.pdf(http://www.scielo.br/pdf/sn/v27n1/0103-1570-sn-27-1-0037.pdf)>. 3.3 Análise da balança comercial brasileira Uma vez que você pôde compreender a importância das políticas comerciais para a promoção do comércio internacional, sobretudo para a realidade brasileira, e os efeitos das medidas de favorecimento ao comércio, tais como subsídios à exportação, vamos agora aprofundar o conhecimento a respeito dos efeitos práticos da política comercial brasileira, por meio do entendimento dos seus acordos de comércio preferencial, de modo a verificar como eles impactam a estrutura da balança comercial. http://www.scielo.br/pdf/sn/v27n1/0103-1570-sn-27-1-0037.pdf 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 14/31 Você poderá verificar que a economia brasileira apresenta uma dependência importante na exportação de gêneros básicos, especialmente no âmbito do agronegócio e na importação de produtos manufaturados, que apresentam maior valor agregado em função do seu conteúdo tecnológico. 3.3.1 Acordos de comércio De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o Brasil possui vinte e quatro acordos preferenciais de comércio exterior e negociações internacionais, que abrangem milhares de produtos diferentes na pauta de exportações e importações (MDIC, 2018b). A Argentina sempre foi um dos parceiros comerciais preferenciais do Brasil, em uma perspectiva histórica. Na década de 1980, estes países assinaram uma primeira declaração para a criação de um mercado comum, que estruturou as bases para o Tratado de Assunção, que criou o Mercosul (CERVO, 1997). No entanto, o Brasil ainda mantém relações comerciais com a Argentina, que são regidas por meio de instruções normativas específicas, como o Acordo de Complementação Econômica (ACE) Brasil-Argentina (ACE-14), que estabelece subsídios tarifários em diversos produtos, dos quais cabe destacar o setor automotivo. VOCÊ QUER LER? No portal do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), você poderá encontrar as minutas de cada acordo comercial estabelecido pelo Brasil, em relação a parceiros preferenciais, e também no âmbito do Mercosul. Acesse: <http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/negociacoes-internacionais/796- negociacoes-internacionais-2 (http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/negociacoes- internacionais/796-negociacoes-internacionais-2)>. http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/negociacoes-internacionais/796-negociacoes-internacionais-2 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 15/31 Os demais acordos estabelecidos individualmente pelo Brasil foram realizados com os seguintes países (MDIC, 2018a): Uruguai (ACE-02); México (ACE-53); Venezuela (ACE-89); Suriname (ACE-41), (parcial) que estabelece isenção tarifária para uma quota anual de arroz importado do Suriname; Acordo parcial entre Brasil, Guiana e São Cristóvão e Névis, voltado para o comércio de gêneros de origem vegetal (incluso papel) e minério (AAP.A25TM 38); Acordo de Ampliação econômico-comercial entre Brasil e Peru (sem vigência). No âmbito do Mercosul, estão vigentes os seguintes acordos: Operações comerciais entre os próprios países do Mercosul (ACE- 18); Chile (ACE-35); Bolívia (ACE-36); México (ACE 54); Acordo Mercosul-México para o setor automotivo (ACE-55); Peru (ACE-58); VOCÊ SABIA? Apesar do intenso comércio estabelecido entre o Brasil e as nações platinas (Paraguai, Uruguai e Argentina), tensões políticas sempre permearam esta região, com a ocorrência de vários conflitos armados no Século XIX, como a Guerra da Cisplatina e, em especial, a Guerra do Paraguai (1864-1870) (BUENO, 2010). • • • • • • • • • • • • 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 16/31 Colômbia, Equador e Venezuela (ACE-59); Colômbia (ACE-72); Cuba (ACE-62); Acordo de Comércio Preferencial (ACP) Mercosul-Índia; Acordo de Livre Comércio (ALC) Mercosul – Israel; ACP Mercosul – SACU (grupo de países que engloba África do Sul, Namíbia, Botswana, Lesoto e Suazilândia); ALC Mercosul – Egito; ALC Mercosul – Palestina (em tramitação). Além desses acordos bilaterais, o Brasil também integra instituições multilaterais, como demonstra a figura a seguir. • • • • • • • • Figura 3 - Mapa mental dos acordos de comércio estabelecidos pelo Brasil. Fonte: MDIC, 2018a. 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 17/31 Dentre os organismos internacionais dos quais o Brasil faz parte, estão a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial do Comércio (OMC), e o G20 (grupo das dezenove maiores economias do mundo, mais a União Europeia). Além desses, está pleiteando o acesso à OCDE, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que reúne os países que apresentam maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), sendo assim, considerados países desenvolvidos. Pode-se dizer que um dos objetivos dessas iniciativas do país em participar de organismos internacionais e estabelecer acordos comerciais é estimular o comércio exterior. Este comércio pode ser visualizado na análise do BP, sobretudo da balança comercial brasileira. Entre os meses de janeiro e novembro de 2018, a economia brasileira registrou exportações no montante igual a US$ 219,97 bilhões, e importou o equivalente a US$ 168,3 bilhões. O saldo comercial, portanto, foi positivo (superávit) em 51,6 bilhões de dólares (MDIC, 2018b). Na figura a seguir, podemos acompanhar todos os fluxos de comércio do Brasil, de modo a evidenciar a importância da China como parceira comercial. As exportações para a China atingiram US$ 58,77 bilhões no período de janeiro a novembro de 2018, mais do que o dobro das exportações para os Estados Unidos (US$ 26,25 bilhões). Argentina e Países Baixos seguem em terceiro e quarto lugares, com US$ 14,25 bilhões e US$ 12,32 bilhões, respectivamente (MDIC, 2018b). Do montante exportado de US$ 219,97 bilhões (no período de janeiro a novembro de 2018), tem-se que os principais produtos são produtos básicos, gerados pelo agronegócio ou por extrativismo de minerais e combustíveis fósseis. Na tabela abaixo, você pode acompanhar a participação dos principais itens na pauta brasileira de Figura 4 - Fluxos de exportação da economia brasileira entre jan./nov. 2018. Fonte: MDIC, 2018b. 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 18/31 exportações (e alguns mais curiosos). 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 19/31 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 20/31 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 21/31 Quando observamos os valores agregados, fica evidenciada a dependência da economia brasileira de exportações de itens básicos. Note, portanto, que quase metade das exportações nacionais (49,6%) corresponde à exportação de produtos básicos, ou seja, trata-se de produtos de baixo valor agregado. Analisando os fluxos de importação, observa-se que os principais itens importados são relativos a itens de alta tecnologia, ou que incorporam pesquisa e desenvolvimento, como medicamentos e itens da indústria petroquímica. Quadro 1 - Fluxos de exportação da economia brasileira entre jan./nov.2018 (itens selecionados). Fonte: MDIC, 2018b. Quadro 2 - Fluxos de exportação da economia brasileira entre jan./nov. 2018 (por tipo de produtos). Fonte: MDIC, 2018b. 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 22/31 A relação de dependência a produtos manufaturados fica evidenciada pela análise do quadro a seguir, no qual se percebe que 85,3% dos produtos importados, no período de janeiro a novembro de 2018, eram produtos manufaturados. Quadro 3 - Fluxos de importação da economia brasileira entre jan./nov. 2018 (itens selecionados). Fonte: MDIC, 2018b. 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 23/31 A pauta de exportações e importações de um país permite avaliar sua inserção no comércio internacional e a estrutura de sua economia em termos de sua capacidade industrial. Neste sentido, os processos de industrialização ligam-se à gestão da política comercial, conforme discutiremos no tópico seguinte. Quadro 4 - Fluxos de importação da economia brasileira entre jan./nov. 2018 (por tipo de produtos). Fonte: MDIC, 2018b. 3.4 Política comercial nos países em desenvolvimento O que leva um país a promover o crescimento econômico pela industrialização? Naturalmente, respostas possíveis giram em torno da melhoria da renda per capita, do aumento das exportações e da promoção de empregos e demanda por mão de obra qualificada. No entanto, é conveniente refletir a respeito de exemplos de nações que vêm apresentando um perfil de industrialização pesada, aliado a exportações em ritmo crescente de bens com alto volume de tecnologia integrada, tais como China e Índia. Para isto, vamos primeiro entender um referencial teórico sobre os processos de industrialização, a partir do conceito de Processo de Substituição de Importações (PSI). 3.4.1 Substituição de importações Uma abordagem mais simplista para entender este processo, se dá a partir do resgate da própria expressão; ou seja, o PSI configura-se em um modelo econômico no qual um país passa a produzir internamente produtos que tradicionalmente constavam de sua pauta de importações. Acrescenta-se a isso, o fato de que esses produtos passaram a ser restringidos por meio de barreiras à importação. Vale aqui destacar que estas barreiras são normalmente operadas de duas formas: por meio de medidas tarifárias (como impostos alfandegários, por exemplo) ou não-tarifárias (como a definição de cotas à importação ou a restrição direta ao comércio de importação de certos produtos). Historicamente, muitos países aplicaram tais medidas protecionistas de comércio, a fim de favorecer a produção no âmbito do mercado interno, sobretudo nos chamados países em desenvolvimento (FONSECA, 2011). O protecionismo à indústria é operado, deste modo, como uma forma de promover o aumento do consumo de bens internos por meio da restrição às importações, estimulando o fortalecimento e, algumas vezes, o surgimento da indústria nacional. Clique na interação a seguir para ler uma justificativa para esta teoria. 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 24/31 Observe, porém, que o PSI apresenta algumas nuances. O modelo envolve a criação de um setor industrial que fosse responsável pela dinamização da economia, determinando os seus níveis de emprego e renda, superando antigos gargalos gerados por uma base econômica ineficiente, assentada sobre a produção agrícola. E, da mesma forma, o PSI é favorecido quando choques externos ocorrem, de modo a deprimir o comércio internacional. Isso foi o que ocorreu na América Latina, nos anos da Grande Depressão na década de 1930 e durante o período da Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945. Este modelo de substituição de importações apresenta, porém, algumas limitações que podem ser destacadas. A primeira delas está ligada à questão da indústria nascente: a proteção à indústria não necessariamente irá gerar uma base industrial nacional que seja realmente competitiva. A proteção ao setor industrial pode criar uma indústria pouco eficiente, ou focada em produtos de baixo conteúdo tecnológico, que apresentam valores agregados relativamente reduzidos em relação a bens de alta tecnologia. Uma outra limitação se dá em função da disponibilidade de capitais: a inexistência, nos países em desenvolvimento, de um mercado financeiro eficiente, com bancos de fomento e/ou instituições financeiras sólidas e capazes de oferecer financiamento a juros baixos, acaba por condicionar oportunidades de investimento das empresas apenas à sua margem de lucro. Lucros baixos, portanto, significaram possibilidades nulas para investimento. Uma terceira razão reside sobre o problema do timing: uma economia que aplique barreiras ao comércio para promover a indústria, pode perder o momentum a respeito do ponto no qual estas restrições devem ser abandonadas para que a indústria nacional esteja pronta a enfrentar a competição estrangeira. Este atraso pode acabar por gerar ineficiências diversas, como uma base tecnológica atrasada, e/ou um estrangulamento de demanda pelos bens atingidos pelas restrições, como ocorreu no caso do mercado brasileiro em informática (FONSECA, 2011). Há que mencionar, por fim, a orientação do processo industrializante: a dinâmica do PSI está assentada na criação de um setor industrial por meio do mercado interno, como afirmado anteriormente. O modelo não abrange, neste sentido, experiências de industrialização do século XX, que fossem claramente orientadas para o mercado externo, como no caso das economias asiáticas, que estudaremos no próximo tópico. 3.4.2 Crescimento chinês e indiano O crescimento da China no comércio internacional e em sua economia deve-se, principalmente, a uma série de reformas implementadas a partir do final da década de 1970, por Deng Xiaoping. Uma justificativa para esta postura é um conceito explorado na História do Pensamento Econômico denominado Argumento da Indústria Nascente. Em linhas gerais, este argumento menciona que um país deve manter, no limite de suas possibilidades, uma proteção comercial à sua base industrial no período de sua implementação, de modo a aquecer a produção industrial por meio da garantia de consumo no mercado interno (KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015). Muitas economias em desenvolvimento, entre elas o Brasil, promoveram sua industrialização usando, em parte, o referencial teórico do Argumento da Indústria Nascente e da implementação do modelo de industrialização por substituição de importações (PSI). No caso brasileiro, em especial, a estratégia utilizada, em linhas gerais, passou pela industrialização da economia voltada essencialmente para o mercado interno, pelo uso de limitação de importações, além de criar uma indústria complementar para atender às necessidades da economia em crescimento na sua dimensão agrário-exportadora (como a criação de fábricas de maquinário para o beneficiamento de café, por exemplo). 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 25/31 Neste período, a China deixa de ser uma república isolacionista, com poucas relações internacionais, e passa a se abrir à economia de mercado, liderando os fluxos de exportação de mercadorias em âmbito mundial. Há diferentes fatores, de natureza econômica, histórica, política e geográfica, que competiram para a criação deste quadro, relativo ao crescimento da economia chinesa. Vamos analisar oito destes fatores, de acordo com a matriz interpretativa de Marcelo Nonnenberg (2010). Clique nos itens a seguir. VOCÊ O CONHECE? Deng Xiaoping (1904-1997) foi um líder político que implementou um novo regime econômico na China. Ao expandir a aberturade seu mercado a partir de regiões específicas e com o apoio de empresas estatais, permitiu que o regime de governo fosse mantido, em uma estrutura conhecida como economia de mercado socialista. VOCÊ QUER VER? A China passou por sucessivas invasões e guerras até firmar-se como nação em 1949. Na década de 1930, a invasão japonesa causou milhões de mortes de civis. Estes eventos são relatados no filme Flores do Oriente (2011), um drama no qual um grupo de garotas de um internato formam uma inusitada (e necessária) associação com um americano que se finge de padre, e um grupo de prostitutas chinesas, para garantir a própria sobrevivência. 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 26/31 Liberalização progressiva de preços, abandonando a política de fixação de preços pelo Estado, que elevou a produtividade, sobretudo no setor rural. Liberalização do comércio exterior, com o fim do planejamento estatal e das exportações realizad apenas por empresas públicas. As importações, por sua vez, eram controladas por barreir tarifárias e não-tarifárias, que foram progressivamente abolidas com a adesão da China Organização Mundial do Comércio (OMC). Criação de áreas específicas de promoção à indústria e ao investimento estrangeiro, as chamad Zonas Econômicas Especiais (ZEEs). Presença maciça de mão de obra no setor rural, que foi deslocada para as cidades, a salári igualmente defasados, perante o seu aumento de produtividade com o incremento tecnológico indústria, de modo que o custo unitário do trabalho manteve-se baixo. Ausência de mecanismos de proteção à propriedade intelectual, de modo que empres multinacionais têm seu conteúdo tecnológico sistemática e ilegalmente apropriado por sócios loca que passam a produzir bens semelhantes a preços inferiores. A dimensão da população, que favorece economias de escala por meio do consumo maciço de be e serviços. O crescimento do investimento direto estrangeiro (IDE), que cresceu mais de quinhentas vez entre 1981 (US$ 265 mi) e 2007 (US$ 138 bi). Compromissos de transferência de tecnologia e agrupamento das indústrias, permitind desenvolvimento de conteúdo tecnológico e alterando a pauta de exportações. Em 1975, a economia chinesa estava em nono lugar entre as maiores economias do mundo, e seu Produto Interno Bruto (PIB) representava 13% do PIB norte-americano naquele período. Em 2001, a China já era a segunda economia global, e em 2006, seu PIB representava 46% do PIB dos Estados Unidos – valor este que já saltou para 63,1% no ano de 2017 (NONNENBERG, 2010). O caso chinês é um exemplo bem-sucedido de desenvolvimento econômico lastreado sobre a produção industrial. Segundo Dani Rodrik (2011), trata-se de um país que conseguiu realizar uma rápida transição na sua estrutura econômica, priorizando setores modernos e de alta produtividade, com grande conteúdo tecnológico integrado. Estes produtos, de acordo com Rodrik, são comercializáveis, promovendo exportações, acelerando a produtividade da mão de obra e gerando crescimento econômico acentuado. Este processo de crescimento está atualmente ocorrendo na China, porém a taxas relativamente decrescentes – ou seja, o crescimento chinês está passando por uma fase de desaceleração por diferentes razões, podendo-se citar a guerra comercial estabelecida com os Estados Unidos em torno da tarifação de importações. Neste sentido, análises já vêm apontando que a China irá passar o bastão para a Índia no quesito do crescimento econômico (CALEIRO, 2017). A economia indiana apresenta algumas peculiaridades e sinergias em relação à economia chinesa: vem realizando mudança da sua base de produtos comercializáveis, incorporando bens de conteúdo tecnológico na indústria química, automotiva e eletroeletrônica. A Índia possui um mercado interno gigantesco, que fomenta economias de • • • • • • • • 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 27/31 escala no quesito do consumo, alto grau de informalidade nas relações de trabalho, o que reduz o custo de mão de obra, entre outros (BANIK; PADOVANI, 2014). O crescimento econômico indiano também vem se processando em um ritmo acelerado, com taxas anuais elevadas. Estimativas indicam que a Índia ultrapassará os Estados Unidos, em termos do PIB, em meados deste século, por paridade de compra, consolidando uma posição de superpotência econômica. Há que destacar, que no caso indiano, há graves déficits de infraestrutura que comprometem o escoamento da produção, que está mais concentrada junto às megalópoles, alta burocracia estatal, que reduz o horizonte de confiança dos investidores, inflação relativamente elevada, com endividamento do Estado, além de fatores de natureza cultural (divisão da sociedade em castas, organizando grupos que vivem no limite da extrema pobreza) (SILVA; BREDA, 2009). Podemos analisar estes fatores, relativos ao crescimento econômico dos países mencionados, sob uma perspectiva comparada. VOCÊ QUER VER? Os efeitos da globalização sobre as relações de trabalho em âmbito mundial são ressaltados pelo filme Despachado para a Índia (2006). Todd, um gerente de call center norte- americano, precisa mudar-se para a Índia, acompanhando a migração de seu departamento para aquele país em função da redução drástica de custos de mão de obra, necessitando treinar um substituto local, o que gera um choque cultural e social que é intensamente vivido pelo gerente. 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 28/31 Quadro 5 - Indicadores econômicos e comerciais para países selecionados. Fonte: WORLD TRADE ORGANIZATION, 2019. 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 29/31 Podemos perceber a importância da China na dimensão do comércio internacional (a partir dos dados do ano de 2016), e de como esses dados são indicativos de uma estrutura econômica consolidada e em crescimento: é o principal mercado exportador, e o terceiro maior importador de mercadorias. Cabe, ainda, destacar a Índia no comércio do setor de serviços (sendo o quarto maior mercado exportador nesta categoria). A dinâmica comercial, portanto, pode trazer efeitos benéficos e adversos para as nações envolvidas, sob diferentes pontos de vista. A tentativa de promover as exportações por meio de tarifas pode gerar comportamentos de retaliação e derrubar o comércio de uma forma geral. A substituição de importações, por sua vez, pode afetar a competitividade entre produtos nacionais e estrangeiros no mercado interno. Por outro lado, a estrutura econômica/industrial do país pode ser afetada caso haja uma abertura comercial indiscriminada para os produtos estrangeiros. Deste modo, torna-se clara a necessidade de um ajuste fino entre proteção e liberalização para adequar a política comercial aos pressupostos de desenvolvimento econômico e social de uma nação. Síntese Chegamos ao final deste capítulo. Nações realizam processos de comércio entre si de forma sistemática, para obterem os bens e serviços necessários à sua reprodução. Neste sentido, medidas de proteção à indústria nacional, aplicadas historicamente em países em desenvolvimento, podem gerar distorções importantes, ao criarem reservas de mercado e ineficiências à produção industrial, com impacto sobre a estrutura macroeconômica destas nações, de uma forma sistêmica. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: aprofundar seu conhecimento a respeito da estrutura do Balanço de Pagamentos, voltado para uma economia aberta; conhecer algumas medidas de política comercial e seus efeitos sobre o comércio em âmbito internacional; acompanhar os principais acordos decomércio, estabelecidos pelo Brasil; conhecer o Processo de Substituição de Importações (PSI) e sua dinâmica histórica; entender alguns pressupostos relativos às economias chinesa e indiana dentro do comércio internacional. • • • • • Bibliografia BLANCHARD, O. Macroeconomia. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2008. 17/04/22, 00:53 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKE… 30/31 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (orgs). Manual de Macroeconomia – Básico e Intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. PAULANI, L. M.; BRAGA, M. B. 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