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Filosofia do Direito: Positivismo Jurídico Normativismo e o Positivismo Lógico Principais expoentes: Hans Kelsen (1881–1973) Hebert Hart (1907-1992) Noberto Bobbio (1909-2004) Hans Kelsen e o Normativismo Jurídico Ordem jurídica emanada do Estado, a lei é a fonte principal do Direito O positivista entende que a ordem jurídica não faz sentido quando em termos de pluralistas, pois há apenas uma ordem, a qual é emanada pelo Estado e é a única legítima, assim, tudo que contraria o Estado é considerado ato ilícito. Validade da norma: existência no ordenamento jurídico e apta a produzir efeitos A validade da norma é condição necessária à segurança jurídica O positivista se preocupa em utilizar a norma que seja efetivamente válida O Estado detém legitimidade para garantir a efetividade da norma vigente A sociedade pode rejeitar determinada norma. Sabe-se que a revogação de uma lei se dá por outra lei. Se a norma é válida, o Estado pode se utilizar dos meios necessários para cumpri-la, independente de a sociedade aceitá-la. Direito escrito e oriundo, sobretudo, da lei; Limitação interpretativa (não se impede a existência de jurisprudência); Inexistência de vínculo necessário entre Direito e Moral. Se houver alguma situação em que a norma mantém a relação com a moral, esse vínculo é eventual, não é necessário. Filosofia do Direito: Positivismo Jurídico Normativismo e o Positivismo Lógico Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen Objetivos: Desenvolver uma ciência do direito, descrever o direito de forma pura Kelsen não quer dizer que o direito é puro, mas que ele quer fazer uma descrição do direito sem elementos que lhes são estranhos. O objeto de uma ciência do direito é a própria norma jurídica, porque esta é o elemento-chave do que se chama de direito como um todo. A noção de justiça, igualdade e virtude, por exemplo, está fora do âmbito da norma. Ciências Naturais x Ciências Jurídicas: No caso das ciências naturais, as afirmações e proposições são traduzidas com o ser, o qual tem relação com causa e consequência. No âmbito das ciências jurídicas, por outro lado, a tradução se faz com o dever ser. Normas jurídicas: formam o ordenamento jurídico, sua origem, via de regra, é resultado da produção legislativa. Estrutura das normas: proibitivas; obrigatórias; permissivas. Direito como Sistema A ordem jurídica remete a um conjunto de normas organizadas. A proposição das normas é feita pelo legislador. Traduz as normas para o formato de proposições jurídicas, a fim de estruturá-las no formato de um sistema jurídico. Os doutrinadores podem ser considerados os cientistas do direito, embora haja controvérsias. O cientista do direito não pode criar proposições, apenas analisar aquelas existentes no ordenamento jurídico. Filosofia do Direito: Positivismo Jurídico Normativismo e o Positivismo Lógico Formam o Sistema Jurídico São descritivas Submetidas a juízo de verdade Criação do cientista Furtar é ato ilícito Juízo de valor: proposição verdadeira Adultério é crime. Juízo de valor: proposição falsa PROPOSIÇÕES JURÍDICAS Formam o Ordenamento Jurídico São prescritivas Submetidas a juízo de validade Criação do legislador CP, Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. Juízo de valor: norma válida CP, art. 240 – Cometer adultério: Pena – detenção, de quinze dias a seis meses. Juízo de valor: norma inválida, o artigo foi revogado pela Lei n. 11.106/2005. NORMAS JURÍDICAS Filosofia do Direito: Positivismo Jurídico Normativismo e o Positivismo Lógico Norma Fundamental Norma fundamental é o fundamento último de validade de todo um sistema jurídico, sua função é “fundamentar a validade objetiva de uma ordem jurídica positiva” (Kelsen). A norma fundamental não é empiricamente perceptível, mas se trata de uma norma suposta que permite o escalonamento do conjunto de normas existentes. Não é uma norma de fato, mas um suposto, um critério de validade colocado para estabelecer a hierarquia. A norma fundamental não existe no mundo real. FUNDAMENTAL CONSTITUCIONAIS SUPRALEGAIS INFRACONSTITUCIONAIS INFRALEGAIS A Interpretação do Direito Kelsen trabalha com a ideia de que existem duas ordens de interpretação: a autêntica e a de conhecimento (também chamada de cognoscitiva). Aqueles que aplicam a norma realizam uma interpretação autêntica, a qual é vinculativa, pois quem está sujeito a essa interpretação tem a sua conduta modificada, isto é, há uma consequência para o indivíduo. A interpretação cognoscitiva é feita pelo cientista do direito e não vincula a aplicação da norma, assim o intérprete autêntico pode usar a interpretação cognoscitiva ou não, logo, ele tem autonomia. Filosofia do Direito: Positivismo Jurídico Normativismo e o Positivismo Lógico A interpretação jurídico-científica não pode fazer outra coisa senão estabelecer as possíveis significações de uma norma jurídica Pode ou não ser absorvida pelo órgão executor. COGNOSCITIVA Cria o direito Atua dentro de uma moldura jurídica Dentro da moldura, há soluções diversas, mas todas válidas É possível solução fora da moldura e, por esse motivo, totalmente nova (tribunais superiores) AUTÊNTICA Justiça e Direito O direito é acompanhado de sanções e outros tipos diferentes de comandos. As normas não acompanhadas de sanção é que trazem complexidade ao sistema jurídico. Não há como aplicar normas que não sejam válidas. A interpretação jurídico-científica não cria o direito, mas pode dizer quais são os significados. Daí vem as doutrinas majoritária, minoritária, entre outras Normas Jurídicas: Validade, Vigência e Eficácia Normas Morais: Submetida a juízo de bem e de mal e se preocupa com a justiça Normas Jurídicas X Normas Morais Herbert Hart e o Sistema Jurídico Complexo Para Hart, o sistema jurídico tem de ser pensado de maneira complexa. Entende que determinadas normas não precisam necessariamente de uma sanção e que há uma complexidade do sistema jurídico, o qual possui normas pensadas para a prescrição de uma sanção para o seu não cumprimento, mas também possui outro conjunto de normas que podem existir e não estão necessariamente vinculadas à existência de uma sanção. Hart divide as normas em primárias e secundárias. REGRAS SECUNDÁRIAS As normas não acompanhadas de sanção são as regras secundárias, as quais são regras de modificação, de reconhecimento e de julgamento. REGRAS PRIMÁRIAS As normas primárias envolvem condutas e comportamentos e são acompanhadas de sanção para garantir seu cumprimento. SISTEMA JURÍDICO COMPLEXO OBS As regras de modificação são aquelas que estão relacionadas ao processo legislativo. As regras de julgamento geralmente não têm sanção específica. Existem comparações entre a regra de reconhecimento e a regra fundamental (kelseniana). A regra de reconhecimento é aquela que diz respeito a uma espécie de validade social da norma, é o que dá legitimidade às normas, ao sistema e ao ordenamento jurídico, de maneira geral. A ideia hartiana é de que a norma de reconhecimento dá sustentação ao sistema. Filosofia do Direito: Positivismo Jurídico Normativismo e o Positivismo Lógico Outro ponto da teoria hartiana é a chamada textura aberta do direito. A textura aberta do direito está no campo da hermenêutica jurídica e da percepção de que as normas, quando são produzidas – em razão da própria linguagem e da dificuldade de se fazer o amarramento preciso da conduta a partir da norma –, acabam não tendo clareza ou precisão da conduta que desejam regular. A textura aberta se refere ao grau de indeterminação nos padrões de comportamento previstos na legislação e nos preceitos judiciais. Há uma dificuldade, também, em descrever a conduta e estabelecer o preceito normativo. Um exemplo contemporâneo é a dificuldade em se estabelecer uma regra sobre as fake news, pois a prescrição normativa dessa conduta é complexa devido à liberdade de expressão Filosofia do Direito: Positivismo Jurídico Normativismoe o Positivismo Lógico DISCRICIONARIEDADE JUDICIAL LINGUAGEM AMBÍGUA PRECEITOS JUDICIAIS TEXTURA ABERTA INDETERMINAÇÃO DAS CONDUTAS REGULADAS OBS A linguagem ambígua faz surgir a necessidade de um intérprete. A indeterminação das condutas reguladas pode ser exemplificada pela isenção de impostos, tema que gerou várias questões que chegaram ao Judiciário. Devido à linguagem ambígua e à indeterminação judicial é que se tem a textura aberta. Diante dessa situação, cabe a interpretação da norma que o julgador fará em relação ao caso concreto. OBS O sistema jurídico é dotado de unidade, isto é, as normas estão dispostas de forma hierárquica, uniforme, estruturada e organizada. A congruência do sistema jurídico diz respeito à consistência, isto é, não são admitidas antinomias. A completude trata da resposta de todas as demandas colocadas e tem relação com a inafastabilidade da jurisdição, uma vez que o Judiciário deve dar uma resposta a tudo que chega a ele. COMPLETUDE SISTEMA JURÍDICO CONGRUÊNCIA UNIDADE LACUNAS: estão ligadas à completude ANTINOMIAS: estão ligadas à congruência Norberto Bobbio e a Teoria do Ordenamento Jurídico Na LINDB são estabelecidos alguns critérios para os casos de lacunas e antinomias. Esses critérios são idênticos ao pensamento de Bobbio. O ordenamento jurídico é um conjunto de regras de eficácia reforçada, que se associa à possibilidade de se aplicar sanção quando do não cumprimento da norma. Filosofia do Direito: Positivismo Jurídico Normativismo e o Positivismo Lógico Bobbio identifica com maior preocupação os problemas relacionados à congruência e à completude que comprometem a lógica do sistema REAIS: não há um critério para a solução, no caso o intérprete deve interpretar e julgar conforme entender ser o mais adequado ANTINOMIAS APARENTES: serão solucionadas levando em consideração os critérios hierárquico, de especialidade e cronológico da norma Filosofia do Direito: Positivismo Jurídico Normativismo e o Positivismo Lógico IDEOLÓGICAS: São impróprias, dependem do legislador para solucionar, ocorrem quando há ausência de lei satisfatória ou justa. LACUNAS REAIS : São próprias, dependem do intérprete para solucionar e podem se manifestar por ausência de critérios ou por inexistências de normas SUBJETIVAS: São imputáveis ao legislador e podem ser voluntárias ou involuntárias. INTRA LEGEM: Existem quando as regras são muito gerais e não conseguem abarcar casos específicos. PRAETER LEGEM: Normas muito específicas e, por esse motivo, não abarca todos os casos. INVOLUNTÁRIAS: Subespécie das lacunas subjetivas, ocorre quando acidentalmente o legislador deixa brecha na lei ou deixa de legislar sobre matéria específica. VOLUNTÁRIAS: Subespécie das lacunas subjetivas, ocorre quando o legislador propositalmente deixa a brecha na lei ou simplesmente não produz a lei para aquele caso específico OBJETIVAS: Ocorrem em razão do desenvolvimento das relações sociais, o legislador não tem como prever todas as situações possíveis.
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