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A SAUDE DO TRATO DIGESTIVO

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A SAÚDE DO 
TRATO DIGESTIVO
Constipação, indigestão, aerofagia, flatulência e 
outros, não são assuntos comumente discutidos e 
ainda menos agradáveis para quem sofre desses 
problemas. Até pouco tempo atrás, a saúde 
digestiva não era uma fonte de preocupação para 
as pessoas. Contudo, a realização de diversos 
estudos que comprovam que a função digestiva é 
uma condição prévia para uma boa saúde global, 
especialmente interligada ao sistema imune, 
mudou esta visão.
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SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL - SII
A síndrome do intestino irritável é um distúrbio intestinal funcional comum 
caracterizado por desconforto abdominal recorrente e função intestinal 
anormal. O desconforto freqüentemente se inicia após a alimentação e 
desaparece após a evacuação. Os sintomas podem incluir cólicas, náuseas, 
distensão abdominal, gases, constipação, diarréia e uma sensação de eva-
cuação incompleta. Pode estar associado a graus variados de depressão ou 
ansiedade. Estudos demonstram que cerca de 20% das pessoas apresentam a 
síndrome em algum momento de sua vida, predominando entre as mulheres, 
principalmente jovens. Já foi conhecida como indigestão, diarréia nervosa, 
colite espástica, colite nervosa e neurose intestinal. Não existem anormalida-
des estruturais como infecção ou úlceras, por isso é chamada de funcional, 
e não evolui para qualquer tipo de doença orgânica ao longo da vida.
DOENÇA DO REFLUXO GÁSTRO-
ESOFÁGICO DRGE
Ocasionalmente pode-se sentir, geralmente depois de uma refeição 
abundante ou com muita gordura, o refluxo do ácido do estômago para o 
esôfago, o que nos dá uma sensação de queimadura, de ardor, de azedo, 
que pode ir do estômago até à garganta. Esse refluxo esporádico, ocasional, 
do conteúdo do estômago (ácido clorídrico, pepsina, bílis etc.) é considerado 
normal, mas pode tornar-se incomodativo, anormal, transformar-se numa 
doença e necessitar de tratamento. A DRGE é a afecção mais freqüente do 
esôfago e uma das doenças mais freqüentes do aparelho digestivo, embora 
só tenha sido melhor conhecida nos últimos anos. O sintoma mais freqüente 
é a sensação de queimadura por detrás do externo (a palavra pirose que 
os médicos utilizam, para traduzir essa sensação, deriva do grego pyrosis 
que significa ação de queimar). A regurgitação do conteúdo do estômago 
para o esôfago é quase sempre uma sensação evidente, que acompanha 
a sensação de queimadura. A DRGE pode causar outros sintomas além da 
sensação de queimadura e da regurgitação, como dor no epigastro ou no 
tórax. Com alguma freqüência a DRGE manifesta-se com sintomas da orofa-
ringe ou sintomas respiratórios: ardor, sensação desagradável na garganta, 
rouquidão, tosse, asma. Em alguns casos, se houver aperto do esôfago, pode 
haver dificuldade na passagem dos alimentos para o estômago (disfagia) 
ou essa passagem ser dolorosa (odinofagia).
Introdução 
De acordo com informações 
levantadas pela National Digestive 
Diseases Information Clearinghouse 
- NDDIC, os distúrbios do trato 
digestivo, incluindo a síndrome do 
intestino irritável (em inglês, Irritable 
Bowel Syndroma, IBS) e úlceras, 
afetam entre 60 e 70 milhões de 
pessoas nos Estados Unidos. Por 
isto, o mercado de remédios para o 
trato digestivo tem crescido de forma 
acelerada. Estilos de vida estressan-
tes e hábitos alimentares pobres têm 
contribuído para o desenvolvimento 
de problemas digestivos, desde a 
indigestão ocasional até doença 
digestiva grave. 
O sistema digestivo pode ser 
considerado como sendo a porta 
de entrada do organismo e pro-
blemas com o seu funcionamento 
podem repercutir por todo o corpo. 
Uma diminuição do ácido gástrico, 
por exemplo, pode promover o 
desenvolvimento de um ambiente 
favorável para a proliferação de 
patógenos oportunistas, como He-
licobater pylori (causa de algumas 
úlceras gástricas e duodenais) ou 
Clostridium difficile (responsável por 
diarréias agudas); inversamente, 
uma superabundância de ácido 
gástrico pode conduzir a doença 
de refluxo gastro-esofágico - DRGE 
(Gastro Esophageal Reflux Disease 
- GERD). 
O trânsito intestinal lento tam-
bém se tornou uma fonte de real 
desconforto para grande parte da 
população, com conseqüências físi-
cas e fisiológicas que não podem ser 
subestimadas. Um resultado comum 
de um trânsito intestinal lento é a 
constipação. Só nos Estados Unidos 
estima-se que a constipação é motivo 
de dois milhões de visitas ao médico, 
por ano. Ademais, muitas pessoas 
recorrem a automedicação, sem 
passar por consulta médica, como 
comprovam os US$ 725 milhões gas-
tos pelos americanos, anualmente, 
em laxativos.
Enfim, a digestão incompleta dos 
alimentos pode não somente causar 
esses distúrbios menores como, tam-
bém, levar a doenças mais graves. Se 
grandes moléculas de alimento não 
digeridas completamente atravessam 
a parede intestinal, elas podem gerar 
uma resposta do sistema imune que 
pode eventualmente levar a uma 
desordem na auto-imunização. A 
digestão inadequada também pode 
impedir que importantes nutrientes 
sejam absorvidos pelo organismo. 
Além disso, existem especulações de 
que a digestão incompleta de proteí-
nas pode causar o desenvolvimento 
de alguns tipos de cânceres. 
O sistema digestivo 
A digestão é o conjunto das trans-
formações, mecânicas e químicas, 
que os alimentos orgânicos sofrem ao 
longo do sistema digestivo, para se 
converterem em compostos menores 
hidrossolúveis e absorvíveis.
O processo digestivo é realizado 
por enzimas e os principais nutrientes 
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obtidos são os ácidos graxos, amino-
ácidos, glicose, frutose e glicerol. 
O sistema digestivo é constituído 
pelo tubo digestório e pelas glân-
dulas anexas (salivares, fígado e 
pâncreas). Já o aparelho digestório é 
formado por boca, faringe, esôfago, 
estômago e intestino. Na boca, há a 
presença da língua e dos dentes, que 
têm a função de triturar os alimen-
tos para facilitar a sua posterior 
digestão. 
A digestão química por 
ação de enzimas (ptialina) tem 
início na boca. Os alimentos 
impulsionados pela língua 
seguem para a faringe e 
em seguida para o esôfago, 
que têm paredes musculares 
cujas contrações resultam 
nos movimentos peristálti-
cos, os quais permitem aos 
alimentos movimentar-se em 
direção ao estômago. 
A passagem dos alimentos 
do esôfago para o estômago ocorre 
através da válvula cárdia, que tem 
a função de impedir o refluxo do 
alimento para o esôfago durante as 
contrações estomacais. Os alimentos 
no estômago sofrem a ação do suco 
gástrico (composto por muco, enzima 
pepsina e ácido clorídrico), forman-
do-se o bolo alimentar ou quimo. Do 
estômago, o alimento segue para o 
intestino, passando pela válvula pilo-
ro que, como a cárdia, impede o seu 
fluxo. Os alimentos sofrem ação do 
suco pancreático, do suco entérico 
e da bile, no intestino. A ação da 
bile e dos sucos ocorre no duodeno 
(intestino delgado), onde se completa 
a digestão. Os nutrientes produzidos 
são absorvidos pela parede intesti-
nal. Os restos vão para o intestino 
grosso; no final dele chegam, sob 
forma de fezes, ao meio externo, 
através do ânus.
A digestão dos carboidratos tem 
início na boca quando o alimento so-
fre a ação da α-amilase. O pâncreas, 
responsável pela excreção de várias 
substâncias importantes para a diges-
tão, que são lançadas no duodeno 
através do canal de Wirsung, sinte-
tiza enzimas que 
facilitam a digestão 
luminal. A α-amila-
se pancreática atua 
sobre as 
molé-culas de malto-
se, maltotriose e 
dextrinas. As 
dissacarídases e trissacarídases são 
responsáveis pela digestão dos dis-
sacarídeos. A sucrase e lactase são 
encontradas em maior concentração 
no jejuno, enquanto a maltase é mais 
abundante no íleo. 
No estômago, o ácido clorídrico 
desnatura proteínas na intenção de 
expor as ligações peptídicas à poste-
rior ação das enzimas, como pepsina 
e lipase. A digestão das proteínas 
necessita da presença de diferentes 
enzimas pancreáticas lançadas na 
forma de pró-enzimas e ativadas no 
lúmen intestinal. Entre elas, destacam-
se as peptidases, incluindo a tripsina, 
quimotripsina e carbopeptidases A 
e B. O produto restante da digestão 
enzimática das proteínas divide-se em 
aminoácidos (40%) e oligopeptídeos 
(60%). 
A digestão lipídica é mais compli-
cada pela natureza hidrofóbica das 
moléculas de triglicérides de cadeia 
longa (TCL). Para que ocorra a 
interação com enzimas intralumi-
nais, os lípides são primeiramente 
submetidos ao processo de emul-
sificação iniciado pela atividade 
trituradora do antro gástrico. No 
duodeno, substâncias como a 
lipase e a colipase, ligam-se à 
superfície das partículas emulsi-
ficadas e hidrolisam as ligações 
éster de triglicérides. Este processo 
exige a ação detergente de ácidos 
biliares conjugados produzidos no 
fígado. Os ácidos graxos produzi-
dos são incorporados em micelas, 
podendo se mover por meio do 
quimo até a superfície mucosa 
para que ocorra absorção. Os 
triglicérides de cadeia média 
(TCM) são menos hidrofóbicos e 
apresentam maior superfície para 
a hidrólise intraluminal. São mais 
rapidamente hidrolisados e melhor 
absorvidos. Os ácidos graxos de 
seis a 10 carbonos resultantes da 
hidrólise apresentam grande solubili-
dade em água, não necessitando da 
presença da bile. A presença de enzi-
mas pancreáticas não é essencial, já 
que aproximadamente 30% do TCM 
é absorvido de forma intacta. 
A absorção dos nutrientes, ou 
seja, carboidratos, proteínas e gordu-
ras, ocorre através da passagem do 
alimento pelo intestino delgado. Os 
carboidratos são absorvidos como 
monossacarídeos em sítios adjacen-
tes à borda em escova. A galactose 
e a glicose são absorvidas por trans-
porte ativo, e frutose é absorvida por 
meio de difusão facilitada, processo 
este não dependente de energia. A 
glicose é transportada por uma proteína 
carreadora de membrana contra o 
gradiente de concentração. 
As proteínas são absorvidas como 
pequenos peptídeos (jejuno e íleo) 
e aminoácidos (primariamente no 
íleo), sendo mais efetivo o transporte 
para os dipeptídeos. No enterócito, 
os peptídeos são novamente hidroli-
sados a aminoácidos livres. Existem 
mecanismos carreadores específicos 
para grupos de aminoácidos que 
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dividem características químicas 
semelhantes. 
A gordura é absorvida predo-
minantemente no duodeno e jejuno 
proximal por meio de eficiente 
mecanismo de difusão passiva. 
A proteína carreadora de ácidos 
graxos encontrada nos vilos auxilia 
o transporte destes para o retículo 
endoplasmático do enterócito para 
a re-esterificação. O transporte de 
triglicérides de cadeia longa (TCL) 
ocorre por meio dos vasos linfáti-
cos, enquanto o dos triglicérides de 
cadeia média (TCM) são transpor-
tados diretamente pela veia cava. 
Esta característica dos TCM assume 
importância à medida que o fluxo 
linfático estiver comprometido. 
Os probióticos e o 
trato digestivo 
Há muito tempo os probióticos 
são reconhecidos na Europa e no 
Japão como essenciais à boa saúde; 
nos Estados Unidos, tiveram seus 
benefícios reconhecidos apenas há 
alguns anos. 
As cepas específicas de probióti-
cos podem ajudar a manter um equilí-
brio saudável de bactérias essenciais 
no trato digestivo, onde está situado 
aproximadamente 70% do sistema 
imune. As pesquisas mostram que 
determinados probióticos ajudam a 
otimizar o funcionamento do sistema 
imune do organismo e fortalecem 
suas defesas. 
Uma população saudável de 
bactérias normais no intestino ajuda 
a reduzir infecções e riscos de doen-
ças através de múltiplos mecanismos. 
Primeiro, porque ocupando todo o es-
paço disponível, os organismos nor-
mais da flora diminuem a habilidade 
dos organismos prejudiciais de se lo-
comoverem e colonizarem. Segundo, 
porque segregam substâncias, como 
o ácido acético e o ácido láctico, que 
inibem o crescimento de organismos 
indesejáveis. A flora intestinal ajuda 
na simples digestão e na assimilação 
de nutrientes e, como indicam as 
pesquisas, assiste na sintetização 
de várias vitaminas, principalmente 
a vitamina K, biotina, B12 e outras 
vitaminas do complexo B. 
A tendência atual é de suprir o 
organismo em probióticos através 
de alimentos, bebidas e suplementos. 
Uma das fontes mais comumente utili-
zadas são os iogurtes, cujo consumo 
tem crescido de forma extraordinária. 
Para muitos consumidores ainda 
existe uma grande dúvida: é melhor 
suprir o organismo em probióticos 
através de suplementos ou através 
de alimentos e bebidas? Qual é a 
quantidade ideal a ser absorvida 
diariamente? Alguns defendem o uso 
de suplemento, alegando que é a 
única maneira do consumidor saber 
exatamente a quantidade absorvida, 
porém, existem algumas evidências 
que os probióticos supridos por fon-
tes alimentícias são mais eficientes, 
porque os outros componentes dos 
alimentos ajudam na neutralização 
do ácido estomacal, permitindo aos 
probióticos continuarem vivos após 
a passagem pelo estômago.
Recentes pesquisas clínicas suge-
rem que para proporcionar benefí-
cios ao trato digestivo, é necessário 
um consumo mínimo diário de um 
bilhão de unidades formadoras de 
colônias (UFC) de probióticos. Embo-
ra a presença de prebióticos (fonte 
de alimento dos probióticos) seja 
variada, a maioria dos especialistas 
clínicos sugere que um indivíduo 
consuma dois gramas de prebióticos 
por dia para obter benefícios no trato 
digestivo. 
É importante entender também 
que diferentes cepas de probióticos 
têm efeitos diferentes em certos tipos 
de distúrbios. Por exemplo, estudos 
mostram que a Bifidobacterium lactis 
é muito efetiva contra SII (Síndrome 
do Intestino Irritável) e que a Lactoba-
cillus rhamnosus é útil no tratamento 
de diarréia em crianças. 
Infelizmente, existem no mercado 
muitas fontes de probióticos de bai-
xa qualidade. Não é porque uma 
embalagem declara que o produto 
contém probióticos, que o mesmo 
traz necessariamente algum benefício 
para a saúde. A palavra probiótico 
em si não tem nenhum significado, 
a menos que o produto contenha 
a cepa adequada, na quantidade 
adequada (potência), nas condições 
adequadas (viabilidade) e na formu-
lação adequada.
Entre os benefícios à saúde 
conferidos pelos probióticos estão 
o controle da microbiota intestinal; 
estabilização da microbiota intestinal 
após o uso de antibióticos; promoção 
da resistência gastrintestinal à coloni-
zação por patógenos; diminuição da 
população de patógenos através da 
produção de ácidos acético e lático, 
de bacteriocinas e de outros compos-
tos antimicrobianos; promoção da 
digestão da lactose em indivíduos 
intolerantes à lactose; estimulação do 
sistema imune; alívio da constipação; 
aumento da absorção de minerais 
e produção de vitaminas. Embora 
ainda não comprovados, outros 
efeitos atribuídos a essas culturas são 
a diminuição do risco de câncer de 
cólon e de doença cardiovascular.
As fibras alimentares
As fibras alimentares constituem-
se em remanescentes de partes co-
mestíveis de plantas e carboidratos 
análogos que são resistentes a diges-
tão e absorção no intestino delgado, 
com fermentaçãono intestino grosso 
(American Association of Cereal 
Chemists, 1999). Essas fibras podem 
ser divididas em fibras alimentares 
insolúveis (FAI) ou fibras alimentares 
solúveis (FAS).
As fibras solúveis têm a proprie-
dade de reduzir o índice glicêmico 
dos alimentos e possuem efeito hipo-
colesterolêmico. Esse efeito se deve à 
capacidade de aumentar a excreção 
de ácidos biliares e à produção de 
ácidos graxos de cadeia curta que 
podem inibir a síntese de colesterol 
no fígado. São alimentos fonte de fi-
bras solúveis: cereais (aveia, cevada, 
milho, centeio), frutas, leguminosas 
(feijões, ervilha), hortaliças (cenoura, 
entre outras).
As fibras insolúveis diminuem o 
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tempo de trânsito intestinal, aumen-
tam o bolo fecal e tornam as fezes 
mais macias, diminuindo a constipa-
ção, tendo assim, efeito positivo so-
bre alguns males como hemorróidas, 
varizes e diverticulite. Estão presentes 
principalmente nos cereais (farelo de 
trigo, alguns cereais matinais, pães 
integrais), frutas e hortaliças.
Alguns componentes dessas fi-
bras são denominados prebióticos, 
chegando intactos ao intestino gros-
so, sem ter sofrido nenhum tipo de 
degradação ou absorção, e lá são 
metabolizados seletivamente por um 
número limitado de bactérias deno-
minadas benéficas. Estas são assim 
chamadas, pois alteram a microbiota 
do cólon, gerando uma microbiota 
bacteriana saudável, capaz de in-
duzir efeitos fisiológicos importantes 
para a saúde. Melhora as funções do 
intestino grosso por meio de redução 
de tempo de trânsito, aumento do 
peso e freqüência das fezes. 
Pesquisas realizadas nos últimos 
25 anos demonstraram que os efeitos 
das fibras, sobre o trato gastrintesti-
nal, têm importantes conseqüências 
metabólicas que podem resultar em 
redução do risco de doenças, como 
câncer, diabetes mellitus (tipo 2) e 
doenças cardiovasculares. De fato, a 
fibra alimentar atua na redução dos 
níveis de colesterol plasmático e das 
lipoproteínas de baixa densidade 
(LDL – colesterol), sendo que somente 
as fibras com alta viscosidade apre-
sentam essa característica. 
Reduzem a velocidade de esva-
ziamento gástrico pelo aumento do 
nível de um hormônio chamado co-
lecistoquinina (CCK), auxiliam numa 
menor absorção da glicose e das 
gorduras, pois essa absorção é feita 
de modo mais lento, sendo associado 
a um melhor controle glicêmico, em 
pacientes diabéticos. 
Os ácidos graxos de cadeia curta 
(AGCC), produzidos pela fermenta-
ção da fibra alimentar no intestino, 
estão associados à manutenção 
da mucosa do intestino, sendo um 
fator de proteção contra o câncer 
de cólon. 
Auxiliam também o tratamento 
da obesidade por aumentar a mas-
tigação e o tempo de ingestão dos 
alimentos, além de retardar o esva-
ziamento gástrico, fazendo que a 
saciedade ocorra mais rapidamente 
e perdure por períodos mais prolon-
gados. Em prol de tais benefícios, as 
indústrias alimentícias têm cada vez 
mais demonstrado maior interesse 
em oferecer ao consumidor opções 
enriquecidas com fibras, tornando 
fácil o acesso a produtos integrais, 
tais como: pães, biscoitos, bolos, 
arroz e massas em geral. Tais pro-
dutos objetivam facilitar o alcance 
da recomendação diária de ingestão 
de fibra que é de 20-30g/dia (OMS, 
2003). Veja os componentes da fibra 
dietética na Tabela 1.
A conscientização da importância 
das fibras na dieta nunca foi tão alta 
quanto hoje e os consumidores pro-
curam avidamente fibras em todos os 
alimentos consumidos. A inulina é a 
mais versátil fonte de fibra, não ape-
nas porque provê benefícios à saúde, 
mas também por apresentar muito 
boa aplicabilidade na formulação de 
produtos, deixando-os completamen-
te inalterados com relação ao gosto 
e a textura. 
Estudos demonstram os efeitos 
positivos da inulina na regulação di-
gestiva, absorção mineral (crescente 
absorção de cálcio), doenças agu-
das, como distúrbios do estômago, 
diarréia e vomito, bem como doenças 
gastrintestinais crônicas, como cân-
cer de cólon. Novos estudos sobre a 
doença de Crohn, SII e a contribui-
ção da inulina para a saúde global 
e bem-estar continuam apresentando 
resultados positivos. 
Um ingrediente que está tam-
bém chamando bastante atenção 
neste contexto é o amido resistente. 
Amido resistente é definido como a 
soma do amido e seus produtos de 
degradação que não são absorvidos 
no intestino delgado de indivíduos 
sadios. Por ser resistente às enzimas 
digestivas e não ser absorvido no 
intestino, o amido resistente tem 
baixo valor calórico e se caracteriza 
por efeitos fisiológicos semelhantes 
TABELA 1 - PRINCIPAIS COMPONENTES DA FIBRA DIETÉTICA
Classificação Química Componente
Substâncias não-glicídicas Proteínas
 Cutina
 Cera
 Silício
 Suberina
 Lignina
 Quitina
Polissacarídios não-amido Celulose
 Hemiceluloses
 Substâncias pécticas
 Gomas
 Mucilagens
 Polissacarídeos de origem vegetal
 Polissacarídeos de origem bacteriana
Amido Amido resistente
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OS EFEITOS DOS AGCC NO INTESTINO 
HUMANO
Os efeitos dos AGCC são variados. O acetato, principal produto da quebra 
da pectina, é utilizado por muitos tecidos para a recuperação de energia de 
carboidratos não digeridos e não absorvidos no intestino delgado. O butira-
to, cuja maior produção advém da fermentação do amido, ocasiona efeitos 
diversos sobre o cólon: estímulo ao trofismo da mucosa, fornecimento de 
70% da energia utilizada pelos colonócitos, regulação da diferenciação e do 
crescimento celulares. O propionato está envolvido no metabolismo hepático 
de lipídeos e de glicose. O butirato é consumido quase completamente pela 
mucosa colônica, enquanto o acetato e propionato entram na circulação portal, 
estendendo os efeitos da fibra alimentar além do trato intestinal. Os AGCC 
são produzidos no cólon numa razão de aproximadamente 60% de acetato, 
25% de propionato e 15% de butirato. No entanto, as concentrações podem 
variar de acordo com a porção do intestino onde ocorre a fermentação da 
fibra e com o tipo de fibras.
Os AGCC modulam a síntese de colesterol com o acetato funcionando 
como estimulador e o propionato como inibidor. Também melhoram a absorção 
colônica de cálcio. 
Os AGCC são absorvidos para o interior da célula colônica por um me-
canismo no qual sódio e cloro são carregados para o interior do colonócito e 
bicarbonato é excretado. Na diarréia, podem haver perdas fecais consideráveis 
de água, sódio e potássio devido à aceleração exagerada do trânsito intestinal, 
que dificulta a absorção dos eletrólitos. Portanto, a prevenção da diarréia é 
importante para a manutenção da saúde e da boa hidratação.
ao das fibras alimentares, sendo 
freqüentemente considerado como 
tal. Existem basicamente três tipos 
de amido resistente:
Tipo I - Amido fisicamente preso 
dentro da matriz do alimento. É 
resistente simplesmente porque as 
enzimas amilolíticas não têm aces-
so. Este tipo de amido é afetado 
amplamente pela mastigação e pelo 
processamento dos alimentos, como 
a trituração e a moagem; 
Tipo II - Amido granular nativo. 
Sua resistência é dada por sua com-
pactação e estrutura parcialmente 
cristalina, que pode ser alterada pela 
gelatinização; 
Tipo III - Resistência adquirida com 
a retrogradação, principalmente da 
amilose. Existem também indicações 
de resistência em amilopectina retro-
gradada e em complexos amilose-
lipídios. 
O amido resistente do Tipo III pode 
ser formado através de processamen-
to, por métodos que utilizam teor de 
umidade alta,cozimento e/ou auto-
clavagem, podendo ser usado como 
ingrediente para reduzir o teor caló-
rico, reduzir o índice glicêmico e/ou 
aumentar o teor de fibras alimentares 
de alimentos processados. 
Não há, até o momento, um con-
senso em relação à inclusão ou não 
do amido resistente na definição de 
fibras alimentares. Porém, existem al-
gumas implicações técnicas quanto 
a isso, pois o método enzimático-
gravimétrico atualmente aceito para 
determinar fibras alimentares não 
detecta a maior parte do amido 
resistente presente nos alimentos. 
Os amidos resistentes naturais 
produzem mais butirato, um ácido 
graxo de cadeia curta (AGCC) do 
que qualquer outra fibra. Os AGCC 
apresentam múltiplas funções que 
promovem a saúde no intestino gros-
so. Uma delas é promover a redução 
do pH, o que auxilia na redução das 
bactérias ruins. O produto Natural 
Hi-maize 5-in1- Fiber, da Natio-
nal Starch Food Innovation, é um 
exemplo típico de amido resistente 
natural; essa fibra insolúvel possui 
mais de 120 estudos nutricionais 
atestando sua ação benéfica na 
promoção da saúde intestinal/co-
lônica. O aumento de produção de 
butirato, via fermentação, é um dos 
fatores mais importantes pelo fato 
do butirato ser a fonte de energia 
preferida pelas células saudáveis 
do cólon.
Diversos estudos mostram o im-
pacto do butirato no intestino grosso 
para potencial tratamento de colite, 
SII e vários distúrbios intestinais. 
Mas nem todas as fibras são 
iguais. Outras, como as fibras so-
lúveis que são fermentadas, podem 
apresentar alguns problemas de 
tolerância, limitando seu consumo 
conforme a sensibilidade de cada 
pessoa. 
As enzimas essenciais 
ao trato digestivo
Uma enzima é uma proteína 
que catalisa ou acelera uma rea-
ção biológica. Portanto, pode ser 
definida como um biocatalisador, 
cuja natureza protéica determina a 
presença de certas propriedades, 
tais como especificidade de substra-
to, dependência da temperatura e 
dependência do pH.
Pelo fato de serem proteínas com 
estrutura terciária ou quaternária, as 
enzima são dotadas de dobramen-
tos tridimensionais em suas cadeias 
polipeptídicas, o que lhes confere 
uma forma característica e exclusiva. 
Assim, diferentes enzimas têm dife-
rentes formas e, portanto, diferentes 
papéis biológicos. 
Uma importante função das enzi-
mas tem lugar no sistema digestivo. 
Enzimas como as amilases e proteases 
quebram grandes moléculas, como o 
amido e proteínas, respectivamente, 
em moléculas de menores dimensões, 
de maneira a que estas possam ser 
absorvidas no intestino. O amido 
não é absorvível no intestino, mas 
as enzimas hidrolisam as cadeias 
de amido em moléculas menores, 
tais como a maltose e a glucose, 
podendo desta maneira ser absorvi-
das. Diferentes enzimas atuam sobre 
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LACTOSE: UMA pEDRA pARA A SAÚDE DO 
SISTEMA DIGESTIVO
Cerca de 40% da população brasileira possui intolerância a lactose, em algum 
nível. Essa intolerância, que afeta diretamente o sistema digestivo, pode se manifes-
tar de diversas formas: náusea, dores abdominais, diarréia, gases e desconforto. 
Muitas vezes, o problema não é resolvido por falta de conhecimento, já que a 
solução é simples. Alguns fabricantes do segmento lácteo começam a enxergar 
essa oportunidade de mercado e desenvolvem produtos com baixo teor ou sem 
lactose em suas linhas. No entanto, ainda são poucos produtos e, normalmente 
restrito ao leite, enquanto uma extensa linha de derivados, como iogurtes, creme 
de leite e leite condensado, e de produtos com leite adicionado, como biscoitos, 
pães e bolos, ficam de fora. 
Uma grande oportunidade para o mercado brasileiro é o oferecimento da 
lactase para ser ingerida via oral. Altamente vendida nos mercados europeu e 
americano, a lactase pode ser comercializada como um suplemento, em forma de 
comprimido, sachê ou cápsula. Trata-se de uma forma muito simples para que as 
pessoas intolerantes a lactose possam consumir os derivados lácteos e aproveitar 
seus benefícios sem ter os efeitos indesejados da intolerância. 
A Prozyn possui uma tecnologia exclusiva para a produção de lactases especí-
ficas para o trato intestinal, disponível em diversas atividades enzimáticas. A base 
do processo consiste em produzir uma enzima que possibilita a decomposição 
do açúcar do leite em carboidratos mais simples, para melhor absorção no siste-
ma digestivo. Empresas de suplementos, indústrias farmacêuticas e farmácias de 
manipulação devem ficar atentas para as inúmeras possibilidades de crescimento 
desse mercado.
diferentes tipos de alimentos. Assim, 
as enzimas digestivas, tais como a 
amilase, protease e lipase, reduzem 
os alimentos em componentes meno-
res que são mais facilmente absorvi-
dos no trato digestivo. As enzimas 
papaína, bromelina e lactase podem 
melhorar o processo de digestão, 
servindo como catalisadoras deste 
processo. A lactase é uma enzima 
intestinal responsável pela digestão 
da lactose (açúcar do leite), faci-
litando o processo de quebra da 
lactose em açúcares mais simples 
e mais facilmente absorvíveis. A 
bromelina é uma enzima proteolítica 
encontrada no abacaxi. Além de 
facilitar a digestão da proteína, tem 
propriedades antiinflamatórias, aju-
dando no processo de recuperação 
e cicatrização de músculos e tecidos 
lesionados. A papaína é uma enzi-
ma encontrada no látex do mamão 
papaia, sendo capaz de hidrolisar 
diferentes tipos de proteínas de ori-
gem vegetal ou animal, diminuindo 
o tempo e facilitando a digestão.
Nos últimos anos, nos Estados Uni-
dos, houve um aumento no consumo de 
combinações de enzimas - de origem 
vegetal, fúngica e/ou animal -, decor-
rente de uma procura crescente 
pelos consumidores, os quais estão 
cada vez mais conscientes das 
opções e dos benefícios oferecidos 
pelos produtos funcionais. Como 
já mencionado acima, no sistema 
digestivo, as enzimas digerem as 
proteínas, gorduras e carboidratos 
em seus componentes mais simples 
(gorduras essenciais, açúcares e 
aminoácidos). As enzimas também 
ajudam na extração de vitaminas e 
minerais. A deficiência de produ-
ção de enzimas digestivas conduz, 
freqüentemente, a reclamações 
digestivas comuns. Com relação à 
saúde do trato digestivo, as enzi-
mas proporcionam uma digestão 
mais eficiente, evitando indigestão, 
azia, refluxo ácido, gases, inchaço 
e fadiga depois de comer. 
As enzimas absorvidas na forma 
de suplemento podem ser de fontes 
animais ou vegetais, porém as 
enzimas à base de plantas provêm 
maior suporte para uma aproxima-
ção puramente digestiva. Contudo, 
se o pâncreas está inflamado, lento 
ou doente, devem ser combinadas 
enzimas animais com enzimas ve-
getais, como parte de uma dieta 
regular. As enzimas de fonte animal 
fortalecerão o pâncreas, enquanto 
as enzimas à base de plantas, 
literalmente, quebrarão o alimento 
consumido.
Nos últimos cinco anos, as 
fórmulas que combinam enzimas 
pelo menos dobraram de potência. 
A potência ou eficiência real das 
enzimas é um ponto fundamental. 
Todas as enzimas produzidas la-
boratorialmente têm seu potencial 
medido através de ensaios para 
determinar o seu potencial digestivo, 
em determinado pH e temperatura, 
com relação a um substrato específi-
co. Ao contrário da maioria dos su-
plementos dietéticos, estas enzimas 
não são medidas através de peso 
em miligramas, e sim em termos de 
“unidades ativas”; torna-se difícil, 
para os fabricantes transmitir esse 
fator de potência de forma compre-
ensível para os consumidores!
Tradicionalmente, os produtos à 
base de enzimas comercializados 
para a saúde digestiva eram for-
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muladospara manutenção geral 
ou para distúrbios específicos, 
como intolerância à lactose. Hoje, 
o mercado está definitivamente 
mais consciente e informado e já 
existem produtos dirigidos a regi-
mes dietéticos específicos, como as 
dietas de alta proteína ou nutrição 
esportiva. 
O poder dos 
chás e suas ervas
A vida vegetal tem sido sustento 
e remédio para todas as espécies 
animais, em todos os tempos. 
A busca e o uso de plantas com 
propriedades terapêuticas é uma 
prática milenar, atestada em vários 
tratados de fitoterapia das grandes 
civilizações há muito desaparecidas. 
O grande número de espécies medi-
cinais hoje conhecidas é reflexo do 
grau de antiguidade dos conheci-
mentos fitoterápicos e resultado de 
incontáveis erros e acertos. 
O chá não deve ser tomado 
apenas para tratar doenças, mas 
também como preventivo, fortalecen-
do o organismo, aliviando o sistema 
digestivo e as demais funções. O 
chá digestivo favorece as secreções 
salivares e gástricas e o peristaltismo 
do tubo digestivo. 
Entre os chás com propriedades 
digestivas reconhecidas pode-se 
mencionar o boldo, camomila, 
capim-limão, carqueja, erva-doce, 
hortelã, sene, etc. 
O boldo (Peumus boldus). Em-
pregado em casos de desconforto 
digestivo e do fígado, o seu princí-
pio ativo é a boldina, um alcalóide, 
principal responsável pelas suas 
propriedades hepatoprotetoras e 
coleréticas. O boldo traz benefícios 
principalmente para o fígado. Aju-
da-o a trabalhar melhor e é ótimo 
para quem tem hepatite ou proble-
mas freqüentes ligados ao fígado, 
como dor de cabeça, suores frios 
e mal-estar. O boldo, tomado antes 
das refeições, ajuda na digestão e 
nas funções do aparelho digestivo. 
É ótimo para quem tem intestino 
preso, cálculos biliares e gastrite. 
Estimulante da digestäo e secreção 
biliar, atua nos distúrbios intestinais 
e hepáticos. Auxilia na cura de res-
saca. O chá combate a prisão de 
ventre, gases intestinais e transtorno 
do fígado, atua na degradação de 
gorduras, é indicado em intoxicações 
alcoólicas.
A camomila (Matricaria chamo-
milla). Alivia gases intestinais, de-
sintoxica o fígado, auxilia no trata-
mento de reumatismo e da excitação 
nervosa, alivia enxaqueca, dores 
de dente, insônia, enjôos e é tônico 
para pele. Usado para cólicas em 
lactentes, regula os intestinos. É an-
tiinflamatório e calmante, utilizado 
em crises histéricas, depressivas e 
febres intermitentes. Externamente 
utilizado para queimaduras do sol 
e irritação nos olhos. Os egípcios a 
usavam no tratamento da malária e, 
devido a sua ação antiinflamatória, 
é indicada para má digestão, cólica 
uterina, sedativa (infusão das flores 
ou chá da flor de camomila); para 
queimaduras de sol (ajuda a refres-
car a pele e evita o vermelhidão da 
pele), conjuntivite e olhos cansados 
(compressas com infusão do prepa-
rado das flores). Para criança ajuda 
a combater vermes. Como chá, 
usado diáriamente, diminui as dores 
musculares, tensão menstrual, stress 
e insônia, diarréia, inflamações das 
vias urinárias; misturado ao chá de 
hortelã com mel combate gripes e 
resfriados; banho com sachê de 
camomila é sedativo e restaurador 
de forças e especial para hemor-
róidas. Na forma de infusão é útil 
para o fígado, antialérgico, dores 
de reumatismos, nevralgias; ajuda 
a purificar o organismo e aliviar a 
irritação causada pela poluição. 
Age como sudorífico
O capim-limão (Cymbopogon 
citratus). Indutor do sono, alivia 
dores de cabeça e gases intestinais. 
Indicado para digestão, cólicas 
menstruais e intestinais, distúrbios re-
nais, conjuntivites, tosse, espasmos, 
febres, diarréias, reumatismos, histe-
rias, afecções do estômago, nervos 
e palpitações do coração. É sedati-
vo, analgésico, calmante, diurético, 
hipotensor, depurativo, expectorante 
e antiálgico. Os compostos químicos 
a que se devem estas propriedades 
são o citral, geraniol, metileugenol, 
mirceno, citronelal, ácido acético e 
ácido caprioco. Tais componentes, 
e mais especificamente o citral, 
dão-lhe um aroma semelhante à 
lúcia-lima, bela-luísa ou limonete 
(Aloysia triphylla). 
O carqueja (Baccharis triptera ). 
Indicado para má digestão, cansa-
ço físico, vermes intestinais, prisão 
de ventre, gastrite, azia, anemia, 
fígado, rins, diabetes, inflama-
ções urinárias, próstata, colesterol, 
gota, gastrite, afecções do baço 
e angina. Auxilia no processo de 
desintoxicação e emagrecimento. 
É revigorante das funções genitais, 
diurético, antiasmática, antibiótica 
e depurativa.
A erva doce (Pimpinella anisum). 
Calmante dos nervos, elimina mau 
hálito, toxinas da pele, gases intes-
tinais, cólicas intestinais infantis. 
Estimula o apetite, digestão, secre-
ção biliar, restaura fluxo menstrual e 
aumenta o leite das lactantes. Bom 
contra azia, também utilizado na 
culinária como aromatizante.
A hortelã (Mentha piperita). In-
dicada para o tratamento da febre, 
vermes, espasmos, gases intesti-
nais, sistema nervoso, inflamações 
uterinas, resfriado, faringite, tosse, 
afecções da garganta, coceiras, 
sarampo, inchaços, dor de cabeça, 
rinite, conjuntivite, cólicas, diarréia, 
problemas estomacais, intestinais 
e respiratórios. O chá é lactante, 
estimulante digestivo, anti-séptico, 
descongestionante nasal, perspiran-
te, anestésico e analgésico.
O sene (Cassia angustifolia). 
Laxante, depurativo, vermífugo e 
elimina manchas brancas do corpo. 
Indicado para o mau funcionamento 
intestinal, alivia os problemas de 
hemorróidas e fissuras anais por 
facilitar as evacuações. Não é re-
comendado para crianças e durante 
a gravidez.

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