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FILOLOSOFIA AULA 5 OBJETIVOS: O aluno deverá ser capaz de: . Reconhecer o contexto da filosofia de Platão. . Compreender os conceitos de reminiscência e transcendência das ideias. . Compreender o conceito de doxa. INTRODUÇÃO: Platão desenvolveu o primeiro grande sistema filosófoco do Ocidente. Por sistema filosófico entendemos a abordagem das mais variadas questões a partir de uma teoria fundamental. Sua filosofia fundamentou-se sobre a Teoria das Ideias. Segundo esta teoria, o mundo, assim como o homem, é constituído de cópias imperfeitas de um mundo perfeito e eterno ( Mundo das Ideias, Mundo Celeste), o Hiperurâneo. Para Platão a alma humana é imortal e o corpo é a fonte de todos os males. As ideias, para o filósofo, são aquilo que o pensamento pensa. Tudo o que conhecemos no mundo nada mais são do que reminiscências, recordações do que a alma vivenciou no mundo das ideis, no mundo celeste. Para Platão as ideias são as essências das coisas. Representam “entidades”, 'substâncias”, não são simples conceitos ou representações. O filósofo apontava a dialética como o caminho para o homem evoluir da opinião (doxa) para o conhecimento verdadeiro (episteme), libertando-se das influências dos sentidos até atingir o Mundo das Ideias. MATERIAL DIDÁTICO: MARCONDES, D. Iniciação à História da Filosofia. Parte 1. Capítulo 4. Platão (págs. 50 / 67) APRENDA MAIS: http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rpcd/v8n2/v8n2a10.pdf “A perenidade da Aretê como horizonte apelativo da Paideia: Sobre a excelência em educação” SÍNTESE DA AULA: Nesta aula você: . Reconheceu o contexto da filosofia de Platão. . Compreendeu os conceitos de reminiscência e transcendência das ideias. . Compreendeu o conceito de doxa. CONTEÚDO DA AULA 5: Platão nasceu em Atenas ( 427 – 347 a.C ). Em 387 fundou a Academia, primeira universidade de que se tem notícia. Segundo o filósofo, existem dois mundos: o intelegível, das ideias e o sensível, dos fenômenos. Sendo o primeiro causa do segundo. No que se refere ao mundo das ideias, Mondin, em seu livro “Curso de Filosofia”, vol.1 escreve: “Para demonstrar a existência do mundo intelegível, isto é, do mundo das Ideias, Platão aduz três argumentos: a) argumento da reminiscência: temos a Ideia de verdade, de bondade, de igualdade, a Ideia universal de homem, etc. Ora, estas Ideias nós não as tiramos da experiência; logo, o conhecimento atual é recordação de uma intuição que se deu em outra vida; b) argumento do verdadeiro conhecimento: não existe ciência a não ser do do verdadeiro; ora, a verdade exige correspondência entre o conhecimento e a realidade; mas o único conhecimento humano que merece o nome de ciência é o que diz respeito aos conceitos universais. Logo, deve existir um mundo intelegível, universal; c) argumento da contingência: deve existir a Ideia necessária e estática para que se explique o nascer e o perder das coisas: uma coisa bela é bela não por certa combinação de cores, mas porque é uma aparição do Belo em si; o dois é dois não pela adição de duas unidades, mas pela participação na Dualidade.” (págs. 59/60) Para Platão se temos a Ideia de bondade, de igualdade, a Ideia universal de homem,ets. Nós não as tiramos da experiência; logo, para ele, o conhecimento atual é recordação do que vivenciamos em outra vida no Mundo das Ideias. Para o filósofo, à distinção radical existente no mundo da realidade entre as coisas e as Ideias, corresponde, no mundo do conhecimento, uma distinção igualmente radical entre sensação e intelecção. Segundo Platão o objeto dos sentidos é o mundo sensível. O objeto do intelecto é o mundo ideal (de ideias). Os sentidos podem chegar, no máximo a formular uma opinião (DOXA) sobre seu objeto. O intelecto produz um verdadeiro conhecimento (EPISTEME), um conhecimento universal. Cotrim, em seu livro “ Fundamentos da Filosofia”, no que se refere ao conhecimento na filosofia de Platão, escreve: “ O conhecimento, entretanto, para ser autêntico, deve ultrapassar a esfera das impressões sensoriais, o plano da opinião, e penetrar na esfera racional da sabedoria, o mundo das ideias. Para atingir esse mundo, o homem não pode ter apenas “amor às opiniões” (filodoxia); precisa possuir um “amor ao saber” (filosofia). A opinião nasce, portanto, da percepção e da diversidade das coisas. O conhecimento, por sua vez, é elaborado quando se alcança a ideia, que rompe com as aparências e a diversidade ilusória.” ( pág.90 ) DOUTRINA DA REMINISCÊNCIA : Platão afirma que nosso conheceré, na verdade, recordar. Ocasião para isto é o encontro com as coisas deste mundo, as quais são cópias do mundo das Ideias. A doutrina da reminiscência exerce, na obra de Platão, três funções: 1- Fornece uma prova da preexistência, da espiritualidade e da imortalidade da alma; 2- Estabelece uma ponte entre a vida antecedente e a vida presente; 3- Dá valor ao conhecimento sensitivo (dos sentidos) reconhecendo-lhe o mérito de despertar a recordação das ideias. Aranha e Martins, em seu livro “Filosofando” escreve: “Para Platão há uma dialética que fará a alma elevar-se das coisas múltiplas e mutáveis às ideias unas e imutáveis. As ideias gerais são hierarquizadas, e no topo delas está a ideia do Bem, a mais alta em perfeição e a mais geral de todas: os seres e as coisas não existem senão enquanto participam do Bem. E o Bem supremo é a também a suprema Beleza. É o Deus de Platão. Se lembrarmos o que foi dito a respeito dos pré-socráticos, podemos verificar que Platão tenta superar a oposição instalada pelo pensamento de Heráclito, que afirmava a mutabilidade essencial do ser, e a oposição de Parmênides, para o qual o ser é imóvel. Platão resolve o problema: o mundo das ideias se refere ao ser parmenídeo, e o mundo dos fenômenos ao devir heraclitiano.” ( pág. 96 ) A PSICOLOGIA : Para Platão o homem não é uma unidade substâncial, mas sim acidental: essencialmente dversos, a alma e o corpo encontram-se juntos apenas provisóriamente, durante a vida presente. Na origem e essencialmente, o homem era somente alma e existia no mundo das ideias. Mondin, em seu livro “Curso de Filosofia”, vol.1 nos diz que: “ A alma, simples, invisível, espiritual, no início habitava, como dissemos, junto com as Ideia no Hiperurânio. A sua felicidade consistia na contemplação das Ideias. Mas a certa altura a alma não foi mais capaz de manter o esforço necessário para a contemplação e, não conseguindo mais ver ver as Ideias, “por uma obscura eventualidade se tornou pesada, cheia de esquecimento e perversidade e caiu sobre a terra.” ( pág. 68 ) Para Platão a alma estava no mundo terreno para aprender e aprimorar-se. A ÉTICA : O filósofo, assim como seu mestre Sócrates, ensina o homem a desprezar os prazeres, as riquezas e as honras, a renunciar aos bens do corpo e deste mundo e a praticar a virtude. Para Platão o homem está na terra de passagem, e a vida terrena é como uma prova. A verdadeira vida é no além, no HADES ( o invisível ). Lá a alma será julgada segundo os critérios da justiça e da injustiça, da temperança e da intemperança, da virtude e do vício. Conceito de VIRTUDE: conquista da verdade. Quando ligada ao corpo a alma compõe-se de três partes: 1- Concupiscível – Responsável pela sensação. Do ponto de vista moral, leva ao apetite pelas coisas materiais. É mortal. 2- Irascível – Associada ao coração. É responsável pelo amor espontâneo. Também é mortal. 3- Racional - É a sede do conhecimento superior (ciênci a e filosofia) e da vontade. É a parte imortal da alma. TIPOS DE VIRTUDE: . Que se dirige à alma concupiscível - Temperança . Que se dirige à alma irascível - Fortaleza . Que se dirige à alma racional - Sabedoria Para o filósofo a virtude que controla estas três almas chama-se JUSTIÇA. Aranha e Martins, em seu livro “Filosofando” escrevem: “Platão rejeita como enganosa a multiplicidade do mundo e privilegia as ideias como essências existentes das coisas do mundo sensível. Ou seja, a cada “sombra” do mundo dos fenômenos corresponderia uma essência imutável no mundo das ideias. Platão confere às ideias uma existência real; portanto, trata-se menos de uma teoria idealistae mais propriamente de um realismo das ideias.Ou ainda, segundo outros, de um idealismo objetivo.” ( pág.96 )
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